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CATÓLICA DE
BRASÍLIA
Mestrado em Direito
Dissertação:
LAVAGEM DE DINHEIRO:
A AÇÃO INTERNACIONAL NO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO E A SUA
INFLUÊNCIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO-ECONÔMICO BRASILEIRO
Brasília 2006
2
Dissertação:
LAVAGEM DE DINHEIRO:
A AÇÃO INTERNACIONAL NO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO E A SUA
INFLUÊNCIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO-ECONÔMICO BRASILEIRO
Brasília
2006
3
RESUMO
Criaram-se órgãos para controle e cooperação de dados entre os Estados, com ênfase ao
produção de meios e métodos cada vez mais eficazes no combate à lavagem de dinheiro em
âmbito transnacional. No nosso país, a Lei n. 9.613, de 03/03/98, que tipificou o crime de
brasileiros na esfera nacional e internacional que auxiliam na implementação das leis que
Brasil.
jurisprudência.
6
ABSTRACT
crime combat in the scope of laundering money. It verifies that organized crime was
financial system configuring the money laundering. With technology development, the
treaties, bilateral agreements, edit laws and rules adopting measures that make possible
to identify the crime’s object, money laundering. It created organizations to control and
Force (FATF). It focuses the efforts to product ways and methods even more effective
on money laundering combat at the transnational scope. In our country the Law n° 9.613
of 03/03/98 that typified the laundering money crime will be the object of this analysis.
It will expose the initiatives of Brazilians organisms in national and international sphere
that helps on implementation of laws that inspect national financial system. The work
international action on organized crime combat through capitals whitening and shows
the necessity of securities law and jurisprudence to social and economic development of
Brasil.
jurisprudence.
7
SUMÁRIO
RESUMO______________________________________________________________ 05
INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 09
METODOLOGIA________________________________________________________ 18
CONCLUSÃO _________________________________________________________128
REFERÊNCIAS ________________________________________________________13
9
INTRODUÇÃO
desafios para a sociedade. Nesse contexto, a lavagem de dinheiro passou a ser objeto de
interesse crescente no âmbito da economia mundial. Logo, o combate a esse tipo de ação
informa Lilley2, especialmente no que tange aos paraísos fiscais e sistema financeiro
1
ARNAUD, André-Jean. O Direito entre a modernidade e a globalização: lições de filosofia do direito e
do Estado. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p 195.
2
LILLEY, Peter, Dirty Dealing. The untold truth about global money laundering. New York: Renovar,
2001.p.26
10
seu desenvolvimento.
parte dos Estados em reprimir as novas condutas, foram criados meios jurídicos de controle
internacional liderada pelos Estados Unidos, tendo como motivação principal o poder de
normas contra a lavagem de capitais. Esse aspecto é claramente referido por Pitombo, in
verbis:
3
GRAY, John. Falso Amanhecer – os equívocos do capitalismo global. Trade. M.Altman. Rio de Janeiro:
Record, 1999. p.154.
4
BUSTOS RAMÍREZ, Juan. Coca – Cocaína – entre el derecho y la guerra. Santa Fé de Bogotá: Temis,
1996.
5
POWIS, Robert E. Os lavadores de dinheiro. Trad. B. T. Lambert. São Paulo: Makron Books, 1993, p.258-
311.
6
CUREAU, Sandra. Lavagem de Dinheiro. RPGR, n.6, s.d., p.193.
11
que, a partir do governo Reagan, o dólar deixou de ter seu lastro em “ouro”, tornando-se a
internacional. Hoje, nota-se o seu emprego no trafico de órgãos, terrorismo e outras práticas
criminais.
O Brasil, por sua vez, vem aumentando a sua participação comercial e financeira no
público. Portanto, o Brasil não poderia ficar alheio ao cenário internacional, sob pena de
7
PITOMBO, Antonio Sergio A. de Morais. Lavagem de Dinheiro – a tipicidade do crime antecedente.
São Paulo: Revista dos Tribunais. 2003, p.49.
12
Embora esteja-se discorrendo sobre fatos históricos, é sempre bom lembrar as lições
recente. Consta que já ocorria em vários continentes, inclusive na China há 3000 anos. Em
lavar capitais pelas máfias italianas e organizações criminosas congêneres, inclusive nos
Estados Unidos, deram maior relevo à matéria. A partir daí, observa-se o seu
O relato histórico tem realce após a década de 80, quando o tema se torna objeto de
8
HESPANHA, Antônio Manoel. A Técnica da História do Direito. Fundação Calouste Gulbenkian: São
Paulo, 1993.
9
GODOY, Arnaldo. Direito e História: uma relação equivocada. Sergio Antonio Fabri:Porto Alegre, 2006.
10
Cumpre examinar a propriedade da expressão da lavagem de dinheiro, para designar essa idéia abstrata e
geral. – money laudering, riciclagio del denaro, blanchiment de l’argent, geldwache, blanqueo de capitales,
lavado de dinero, branqueamento de capitais são uma das diversas denominações utilizadas no direito
estrangeiro. – ABBAGNANO e SILVA SILVA, apud PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem
de Dinheiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. p. 21.
13
grupos temáticos para discutir a matéria, sob o ponto de vista penal, processual penal e
Com essa repercussão mais ampla, a análise da globalização com a expansão dos
mercados, além dos efeitos políticos e jurídicos, passou a mobilizar doutrinadores e juristas
explanada pelo ex-diretor executivo do Banco Mundial, Moisés Naím, em 2005, nos
Estados Unidos, em “Illicit (How Smugglers, Traffickers, and Copycats Are Hijacking the
11
Revue internationale de droit penal. Les systèmes Pénaux à l’épreuve du crime organisé. XVIe Congreès
international de droit pénal Budapest (hongrie), 5-11 septembre 1999. Résolutions. Association Internationale
de Droit Pénal, 70e année – nouvelle série, 3e et 4e trimestres 1999. Toulouse, France, Editions Érès, 1999,
12
NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, pg 129.
14
capital circulante pelo mundo. Uma possível fiscalização de recursos sem origem definida
internacional.
das Nações Unidas realizado em Nápoles, Itália, em 1994, sobre o qual Saddi relata que:
13
Revista Época 335. Lava-jato de dinheiro. Ministro do STJ Gilson Dipp
14/10/2004
14
GOMES apud SADDI, Jairo. Lavagem de dinheiro no direito comparado: a experiência americana.
Revista de direito mercantil. São Paulo, ano XXXIX, v. 117, p. 118-119, jan.-mar. 2000.
15
crime é uma boa medida desde que não atinja a segurança jurídica, essencial ao
trabalho pretende demonstrar que a ação referida deverá ser usada cuidadosamente, pois
uma ação injusta baseada em simples indícios, poderá arruinar uma empresa e trazer graves
no capítulo 2. Além de um histórico sobre o Grupo sediado em Paris, bem como a análise
internacional.
As formas pelas quais foram tais determinações implantadas no Brasil, bem como o
regime normativo, serão apresentados no capítulo 3, com destaque para a legislação que
março de 1998, posteriormente alterada pela Lei 10.467, de 11 de junho de 2002 e pela Lei
10.701, de 9 de julho de 2003, que teve como finalidade tipificar a nova conduta, dispondo
serão analisados.
atividades financeiras. Entre estes: o Banco Central (BC), a Secretaria da Receita Federal
contra a lavagem de ativos, para apresentar políticas públicas, com discussões periódicas. A
sua tônica e a articulação permanente dos órgãos participantes em três áreas básicas de
processo legislativo brasileiro para melhor demonstrar o entendimento dos tribunais com
e acordos internacionais ratificados pelo Brasil será, também, apresentado como fonte de
pesquisa. Será realizado ainda um breve estudo de casos recentes sobre o tema lavagem de
15
Cartilha do Ministério da Fazenda: Disponível em: < "http://www.mj.gov.br/drci/lavagem/GGI2.htm">
Acesso em : 25 set. 2005.
18
METODOLOGIA
Problema de Pesquisa
demonstrar a metodologia a ser utilizada para que os resultados obtidos possam ser
a pesquisa, afim de que a parte jurídica ficasse voltada, apenas, para o seu aspecto
16
KELINGER, Fred N. Foudation of Behavioral Research. N.Y. Holt, Rinehart and Wiston Inc.1973,
capítulo 2. Tradução: Heliane M. Nascimento.
19
Objetivo
Hipóteses
indivíduo. Diante das dificuldades sociais em um País, onde a grande maioria é paupérrima,
não é possível proporcionar qualidade existencial ao seu povo com os escassos recursos
internos. Um país com grande mercado consumidor, com recursos naturais e condições
climáticas satisfatórias poderá obter uma melhoria geral se conseguir captar recursos
jurídica, fazem com que Leis e decisões mudem de acordo com o momento em razão das
Assim, não se tem uma condição ideal para captar-se investimentos necessários ao
Procedimentos Metodológicos
comum.
teste das hipóteses tem como pressuposto eliminar falsas teorias e identificar pontos fracos
na teoria.”17
brasileira pela sua jurisprudência, explicitadas nas referências bibliográficas. “Karl Popper
(1989) afirma que a ciência não progride pelo acúmulo de verdades superpostas, mas por
revoluções constantes. A Ciência progride pela permanente correção de seus erros e pela
Segundo Leite:
17
MACÊDO, Manoel Moacir Costa. Metodologia Científica Aplicada. Brasília: Escala Gráfica e Editora, de
2005.p.41.
18
POPPER, Karl apud MOACIR, Manoel Costa Macedo. Metodologia científica aplicada. Scala Gráfica
Editora, Brasília:2005, pg41.
19
LEITE, Eduardo de O. A Monografia Jurídica. Revista dos Tribunais. volume 1. São Paulo:2003, pg
306.
22
possível examinar com profundidade um sem a análise do outro. A globalização com o seu
fronteiras para o crime organizado, que com suas organizações criminosas transnacionais e
atenção do público em geral, dada à curiosidade das pessoas em conhecer seus integrantes,
suas atividades, sua estrutura e o poder que possuem”. 20 Ainda, segundo Pitombo:
sociedade moderna deve combater, assim como a lavagem de dinheiro. Verifica-se que a
20
PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
p. 21.
24
interpol. Vale ressaltar que como a lavagem de capitais, a corrupção é um dos braços do
21
RAMINA, Larissa L. O. Ação Internacional contra a Corrupção. Curitiba: Juruá Editora, 2002.p.133.
22
ZIEGLER, Jean. Os Senhores do Crime. São Paulo: Record. 2003. p. 305.
25
alegar que seu poder tende a deteriorar a sociedade através do medo e da insegurança que
veremos a seguir.
23
PARODI, Lorenzo. Disponível em: <"http://www.fraudes.org/fraudes/lavagem.asp">.Acessado em: 12 jun.
2005.
26
de 1920, evoluindo para o tráfico de drogas iniciado em 1960 e prosseguindo até os dias de
hoje. Gangues de operadores independentes seriam logo organizadas por uns poucos
criminosos criativos que usariam a corrupção e a extorsão para preservar suas organizações.
Tem-se também, num período não tão remoto e muito mais popular, a máfia
Cláudia Fernandes dos Santos: “o mais famoso destes criminosos foi Al Capone que,
poderoso. Todos sabiam que ele era um assassino, contrabandista e extorquia dinheiro, mas
Al Capone foi preso por sonegar impostos e não pelos crimes que havia cometido.
Os criminosos que se seguiram naquelas práticas ilícitas não cometeram o mesmo erro,
24
PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
p. 27.
25
"Gangster norte-americano. Alfonso Capone, também conhecido como Scarface ("Cara Cortada"), passa à
história como representante característico de uma época histórica dos Estados Unidos, caracterizada pelo
tráfico de bebidas alcoólicas durante o proibicionismo e a assunção por organizações delituosas de diversas
funções (comerciais, policiais, etc.) próprias das instituições públicas. " Al Capone. Vidas Lusófonas.
Disponível em: <"http://www.vidaslusofonas.pt/al_capone.htm" >. Acessado em: 15 set de 2005.
26
SANTOS, Claudia Fernandes. Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Jus Navigandi,
Teresina, a. 7, n. 63, mar. 2003. Disponível em: <"http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3838">.
Acessado em: 15 set de 2005.
27
capitais na Europa, ocorreu um esforço dos países no sentido de descobrir atividades das
se para desvendar práticas que ocultavam os produtos dos crimes organizados. Inclusive na
sua legislação penal, a máfia representava gênero especial de associação criminosa, distinto
das comuns quadrilhas e bandos. A partir de 1982, estão previstas normas sobre a matéria.
representava um novo território a ser conquistado pelo capital, uma vez que constituía nova
mundial.
27
SANTOS, Cláudia Fernandes dos. Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Jus Navigandi,
Teresina, a. 7, n. 63, mar. 2003. Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3838>
Acessado em: 30 set de 2005.
28
Nos anos sessenta, momento histórico em que as drogas se apresentaram como fonte
que tomaram uma amplitude muito maior, abrangendo não somente o Continente
atividades ilícitas no mercado financeiro. Buscando evitar tal fato, em 1970, os Estados
Unidos criou a lei do Sigilo Bancário, estabelecendo a obrigação dos bancos e outras
de $ 10,000 (dez mil dólares). Ocorre que, somente em 1986, a lavagem de dinheiro foi
internacional contra a lavagem de dinheiro apresentando o GAFI como instituição para tal
os Estados Unidos tomaram medidas mais severas para diminuir os riscos da lavagem de
Vedi define o Crime Organizado como sendo “fenômeno criminale costituito da gruppi
28
FITTUNI, Leonid I. Transnational Organized Crime. CIS. 1995
29
poder do Estado e a sua soberania. Vale ressaltar, ainda, as lições de Monet: “A noção de
foi integrada ao ordenamento jurídico nacional pelo Decreto 5015/04, define crime
organizado no artigo 2 alínea “a” como sendo: “Grupo estruturado de três ou mais pessoas,
definir crime organizado: categoria frustrada. Todavia, mesmo sem alcançar o conceito,
tem-se ofertado traços do crime organizado, que vêm auxiliar seu entendimento.”30
Ainda sobre os conceitos de crime organizado vale ressaltar Reale Junior: “De
início, deve observar que crime organizado diferencia-se da prática organizada de delitos,
pois tem como dado característicos a duração, o que o aproxima da idéia de Instituição.”31
29
MONET, Jean-Claude. Policias e Sociedades na Europa, USP, São Paulo, 2001, pg184.
30
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Crime organizado: uma categorização frustrada, São Paulo, RT, 2004,
p.45.
30
que passa a ter autoridade. Segundo Ianni, tais organizações possuem; “hierarquia para
atividade criminosa exibe-se como negócio, com o propósito de gerar o máximo de lucro
31
REALE JUNIOR, Miguel. Crime Organizado e Crime Econômico RBCC, n.13, jan-mar./1996,p.183.
32
IANNI, Francis A. J. Rulles of conduct in “crime families”. In: SAVITZ, Leonard D.; JOHNSTON,
Norman. Comtemporary criminology. New York: John Wiley & Sons, 1982, p. 272.
33
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia – Introdução ao Direito Econômico. São Paulo: Revista dos
Tribunais.2005. p.131-132.
31
Sendo o Direito Penal o ramo do direito que pretende proteger os bens mais
preciosos do ser humano, ele deve atender äs demandas sociais da melhor maneira possível.
No entanto, temos nos dias atuais um direito extremamente enrijecido por seguir a linha
organizado possui proveniente das suas atividades ilícitas. As altas somas de valores
obtidas pelos inúmeros crimes realizados passaram a circular entre os Estados, acarretando
34
CARDOSO, Fernando Henrique apud NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006,
Capa.
35
GOMES, Abel, As quadrilhas armadas e a competência para o julgamento das ações penais
respectivas. Revista de Direito da Defensoria Pública, Rio de Janeiro, v.7, n. 9, p.242-255. jul. 1996, pg13.
32
se-á pela ótica da globalização que em certo sentido fomentou e auxiliou o aumento e o
36 36
PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2003. p. 22.
37
PELLEGRINI, Angiolo; COSTA JR., Paulo José da. Criminalidade Organizada. Jurídica Brasileira,
1999. p. 55.
33
eletrônico. Logo, "[...] a lavagem de dinheiro nasceu na China de 3000 anos atrás, quando
mercantes adotavam, para proteger os próprios patrimônios das garras dos governantes da
denominada globalização, não deixa de ser um processo complexo devido aos mercados
amarras. Este processo não vem de hoje, mais se acelera a um ritmo espantoso. Vale
ressaltar um outro fenômeno que é a ruptura extrema entre a economia real (com origem) e
38
PARODI, Lorenzo, Monitor de Fraudes: Lavagem de dinheiro e seus perigos. Consultor Jurídico, 12 de
maio de 2004. Disponível em:<"http://www.fraudes.org/fraudes/lavagem.asp">.
39
ZIEGLER, Jean. Os Senhores do Crime. Record, Rio de Janeiro:2003. p.35.
34
um passo atrás para compreender melhor esse quadro. O sistema financeiro mundial é hoje
extremamente diferente do que era anos atrás. Segundo pesquisa de Naím: “O volume de
revolução financeira ocorrida nos últimos dez anos constitui-se no fato que mais beneficiou
usuários dos serviços financeiros ilícitos. Vale ressaltar que também fazem parte de tais
serviços os indivíduos corruptos que geralmente atuam tanto como coadjuvantes como
em contas numeradas na Suíça ou em outros paraísos fiscais. Precisa-se destacar que, nem
40
NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, pg 128
41
NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, pg 143
35
sempre, as contas não declaradas no exterior são objeto de crime, muitas vezes servem para
conflitantes nos países de origem dos recursos. Para Senna: "Nas duas últimas décadas, a
lavagem de dinheiro e os crimes correlatos [...] tornaram-se delitos cujo impacto não pode
mais ser medido em escala local. [...], seus efeitos perniciosos hoje se espalham para além
faz com que se torne cada vez mais difícil o seu controle, o que dificulta a ação dos meios
Luiz Flávio Gomes destaca como fato marcante na história do combate à lavagem
42
SENNA, Adrienne Giannetti Nelson de. Cartilha sobre lavagem de dinheiro. Ministério da Fazenda –
Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Brasília..
43
OECD. Disponível em: < "http://www1.oecd.org/fatf/pdf/40Rec-1996_pt.pdf"> Acessado em: 14 jan 2006.
36
ter que justificar tal movimentação, sendo que o seqüestro dos bens
adquiridos com o dinheiro do crime e o congelamento das fortunas
seriam pontos a serem abordados para um tratamento legal mais
intensificado.44
A utopia de tal controle fica claro: não é possível congelar os recursos financeiros
característica de ilegalidade.
coordenação das políticas internacionais. Neste sentido ele foi criado em 1989 por
iniciativa dos países do G-7 (Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Japão,
44
GOMES apud SADDI, Jairo. Lavagem de dinheiro no direito comparado: a experiência americana.
Revista de direito mercantil. São Paulo, ano XXXIX, v. 117, p. 118-119, jan.-mar. 2000.
37
pátrio se viu compelido pela globalização a imitar a experiência de outros países que tratam
de dinheiro, seja para esconder o lucro proveniente de crime, seja para reintegrá-lo com a
45
Sobre o COAF. Ministério da Fazenda – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Brasília.
Disponível em: < https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_sobrecoaf.htm>.
39
Mendroni:
dinheiro.
46
Decreto n° 154, de 26 de junho de 1991.
40
dinheiro no Brasil. Logo "(...) em 1988, o Brasil assumiu, nos termos da Convenção,
O legislador pátrio elaborou uma norma mais abrangente que foi a Lei 9613/98, que
será estudada no capitulo 3, reservando o novo tipo penal a condutas relativas a bens,
transnacionais. “De qualquer maneira, é preciso ter em mente que não se quis banalizar o
47
BRASIL. Exposição de Motivos n.º 692/MJ. Ministério da Fazenda. Disponível em:
<https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>..
48
Exposição de Motivos n.º 692/MJ, de 18 de dezembro de 1996, Supremo Tribunal Federal. Disponível em:
<http://www.stf.gov.br/institucional/ministros/republica.asp?cod_min=151>.
41
O objetivo desta Declaração de Princípios foi impedir que os bancos fossem usados
Nos termos do Direito Internacional Público, “os princípios declarados pelo Comitê
de Basiléia não configuram um tratado, nem foram formalizados para tanto, não refletindo
Conclui-se que o instrumento ora estudado não tem grande interferência no Direito
Internacional Público, mas é de fundamental importância para bancos privados que são
49
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Atlas, 2006. p.16.
50
GODINHO, Jorge Alexandre Fernandes. Do crime do branqueamento de capitais: introdução e
tipicidade. p. 73.
51
A cidade de Estrasburgo é conhecida como uma das capitais da Europa, devido às inúmeras instituições
européias que ela abriga, entre as quais o Conselho da Europa, o Parlamento europeu (dividido com Bruxelas)
e a Corte Européia dos Direitos Humanos.
42
ratificações.
Bonfim:
legais que compõem a ação internacional de combate a lavagem de dinheiro, composta por
52
BONFIM, Márcia Monassi M.; BONFIM, Edson M. Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Malheiros, 2005.
p.19.
43
53
Ao contrário das medidas contidas na Declaração dos Princípios da Basiléia de 1988 e das Recomendações
do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI).
54
SOUTO, Miguel Abel. El blanqueo em la normativa internacional. Santiago de Compostela,
universidad, Serviço de Publicacion e Intercambio Cientifico, 2002.
44
Relacionados com o Tráfico Ilícito de Drogas e outros Delitos Graves, elencando o tráfico
(CICAD). Tal instituição tem como objetivo definir um plano de alcance hemisférico que
55
BONFIM, Márcia Monassi M.; BONFIM, Edson M. Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Malheiros, 2005.
p.21.
45
CICAD tem sido efetivada nos trabalhos realizados junto ao Grupo de Peritos em Lavagem
Na Cúpula das Américas de 1994, foram expostas aos Estados membros da OEA a
56
COAF. Disponível em: https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/sobrecoaf/cicad-oea.htm acessado em
13/11/2006
57
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Atlas, 2006. p.1
46
Presidente da República.
Artigo 6
O artigo supra citado evidencia que o tratado terá eficácia, desde que adstrito aos
Tribunal Federal (STF), que conferiu mesma valia jurídica para os tratados na estrutura
58
DJ. Disponível em: www.dji.com.br/decretos/2004-005017/2004-005017-01-05.htm acessado em
25/10/2006
47
Conclui-se que esta Convenção é lei e, como tal, deve ser implementa, cumprida e
de 2004, que transferiu a competência sobre a matéria do STF para o STJ. Contudo, poderá
caber ao STF analisar o assunto que for de sua competência, em grau de recurso.
59
STF (MC) ADI 1480DF, rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, in DJU de 18.5.2001, p.429, seção 1.
48
acordo com a Constituição de 1988, que a lei internacional prevaleça sobre a lei
nacional.”60O STF pode considerar inconstitucional o tratado internacional assim como tem
Presidencialismo. O mesmo acontece nos Estados Unidos, que não prioriza os tratados
O tratado corresponde a uma lei ordinária no contexto jurídico brasileiro, desde que
lei posterior revoga a anterior, ocorre também com os tratados e acordos internacionais,
Financial Action Task Force on Money Laundering foi criado em 1989 pelo G-7, grupo de
países mais industrializados do mundo composto por: Estados Unidos, França, Reino
60
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 1989. p. 88
49
Unido, Alemanha, Itália, Japão, Canadá. Posteriormente entrou a Rússia. O grupo se insere
lavagem de dinheiro.
designadas para conter o uso do sistema financeiro por criminosos. Ele foi incumbido da
dinheiro.
dinheiro, que foram revistas em 1996 a fim de abranger a experiência acumulada ao longo
dos seis anos e refletir a evolução ocorrida no combate a este tipo de crime.
utilizados para lavar capitais de origem ilícita e completou dois círculos de cooperação
combate a essa atividade. Buscava-se encorajar outros países ao redor do mundo a adotar
50
integrantes ao Financial Action Task Force (FATF) ou Grupo de Ação Financeira sobre
O Brasil é membro efetivo do FATF/ GAFI, desde junho de 2000, juntamente com
outros vinte e oito países. A Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas
Relacionados com o Tráfico Ilícito de Drogas e Outros Delitos Graves”, que foi aprovado
61
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Atlas, 2006. p.19.
51
lavagem de dinheiro, o Brasil editou a Lei nº 9.613, de 03.03.98, que será tratada
Além das quarenta recomendações acima citadas, foram adicionadas mais Oito
Terrorismo, Grupos de Revisão da Europa e das Américas para países e territórios não
62
Disponível em Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA < www.mj.gov.br/drci > visitado em14/10/2006.
52
constatado em seus Relatórios Anuais de 2001 e 2002 o cumprimento pelo Brasil de suas
possível reflexo a médio e curto prazo sobre a observação das Pessoas Politicamente
governo de um país; pessoas que ocupem função ou cargo elevado em um partido político
importante; ou, o que é de maior importância e interesse para os eleitores. PEP pode ser um
advogado, contador, consultor financeiro, corretor ou banqueiro. Além do mais, esta não é
uma lista exaustiva de quem pode ser considerado PEP. Na verdade, é basicamente
pública. PEPs também incluem indivíduos que ocupam cargos em instituições controladas
por governos, entre elas bancos ou companhias de petróleo e seus respectivos associados
contra a Corrupção, aprovada pelo Decreto Legislativo 348, de 2005 e promulgada pelo
prevista a adoção das PEPs. A administração federal deveria, sobre a Controladoria Geral
da União, definir até março de 2006, quem são as pessoas expostas politicamente, no
Brasil.
A Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, no seu artigo 52º, diz que:
cargos eletivos ou na alta administração dos poderes legislativo, executivo, judiciário e seus
parentes.
parentes e sócios, que poderão ser alvo de estrita investigação em relação à origem da
compatibilize com tal prática. A Lei de Lavagem de Dinheiro e a Lei do Colarinho Branco
63
Disponível em Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA < www.mj.gov.br/drci > visitado em14/10/2006.
64
1 - Texto "projeto de parecer” da Comissão dos Assuntos Econômicos e Monetários destinado à Comissão
das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos sobre a proposta do Parlamento Europeu relativa à
prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais, incluindo o
financiamento do terrorismo. O que nos interessa no aludido texto é a alteração 13, artigo 3, ponto 10 que
reza ín verbís:10) "Pessoas politicamente expostas". 2 - Artigo – PEPs, Política e Lei Patriota – artigo do
escritório de advocacia DIAZ-KAISER..(Assunto será abordado a seguir). 3 - Artigo – Wolsberg FAQ´s in
Politically Exposed Persons. 4 - Artigo – Diretrizes Globais de Prevenção aos Crimes de Lavagem de
Dinheiro para Private Banking. (the wolsfberg group). 5 - Artigos – BSA Compliance and Politically Expose
Persons; Comments on Review of the FAFT Forty Recommendantions Consultation Paper(transparency
international). 6 - Artigo - Os Princípios de Prevenção aos Crimes de Lavagem de Dinheiro para Bancos
Correspondentes ( the wolfsberg group).7 – Governo quer que os bancos monitorem contas de políticos-
Valor Econômico
55
suspeitas – O COAF, também não traz em seu corpo de normas algo a respeito de tal
conceito.
PEPs. Como exemplo pode-se citar o Banco UBS (Suíça) que pressionou os clientes PEPs a
fecharem suas contas e mudarem de Banco, tendo em vista que os mesmos estavam numa
lista de Pessoas tidas como Politicamente Expostas. No caso do México alguns bancos
utilizam uma identificação e algumas normativas para os PEPs, como o Banco Azteca.
principio constitucional (CF inciso 10 art. 5) da quebra do sigilo bancário. Tal fato
que identifiquem, segmentem e monitorem as operações de pessoas com perfil PEPs. Para
PEPs.
PEPs, cujo tema foi objeto de uma reportagem do jornal Valor Econômico de 28/11/2005.
56
O GAFI introduziu uma série de reflexos no sistema jurídico brasileiro, contudo tal
de Ativos (GAFISUD)
Portugal e Nações Unidas. Também assistem às suas reuniões, como organizações afins, o
lavagem de dinheiro.
melhoramento das políticas nacionais para lutar contra este crime de legitimação de fundos.
na matéria e uma série de linhas de atuação próprias que atendem à prevenção do crime do
instrumentos necessários para uma política global completa para combater este tipo de
crime. Então, procura-se uma atuação integradora de todos os aspectos legais, financeiros e
Nos últimos dez anos, a luta contra a lavagem de dinheiro tem sido uma etapa
crimes graves. Ao longo desses anos, muitos países, seguindo recomendação internacional,
uma organização chamada Grupo de Egmont (o nome foi dado em função do local da
aos programas nacionais de combate à lavagem de dinheiro dos países que o integram. Este
perícia dos funcionários das unidades, gerando uma melhor comunicação através da
desenvolvido no Brasil pelo COAF na luta contra a lavagem de dinheiro, e certifica a boa
são agências nacionais centrais responsáveis por receber, analisar, requerer e distribuir às
dinheiro.
66
Ministério da Fazenda: “https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/sobrecoaf/Egmont.htm”
61
67
“http://www.egmontgroup.org/about_egmont.pdf
68
Banco Mundial, BID, FMI, Grupo Egmont e Organização das Nações Unidas
.http://www.gafisud.org/english/index.html.
69
O Grupo de Wolfsberg consiste nos seguintes bancos internacionais: ABN Amro N.V., Santander Central
Hispano S.A., Bank of Tokyo-Mitsubishi Ltd., Barclays Bank, Citigroup, Credit Suisse Group, Deutsche
Bank A.G., Goldman Sachs, HSBC, J.P. Morgan Chase, Société Générale, UBS AG.
62
da identificação do cliente, bem como do beneficiário efetivo das contas e de situações que
exijam uma vigilância acrescida, tais como operações não usuais ou suspeitas.
5. Acompanhamento
6. Responsabilidades de controle
7. Comunicação
63
ativo na ajuda aos governos, aplicando uma vigilância acrescida sempre que detectassem
70
http://www.wolfsberg-principles.com/privat-banking.html.
71
http://www.wolfsberg-principles.com/index.html.
64
o nível adequado de vigilância que um banco deve adotar em relação aos bancos
a) domicílio;
c) carteira comercial, e
d) base de clientes.
Este perfil de riscos tem como objetivo ajudar os bancos a aplicar os procedimentos
72
http://www.wolfsberg-principles.com/financing-terrorism.html.
65
suspeitas.
1. Preâmbulo
2. Banca correspondente
3. Responsabilidade e supervisão
5. Normas de vigilância
6. Vigilância acrescida
7. Bancos de fachada
Este conjunto de princípios identifica as questões que devem ser abordadas para que
risco. Os princípios reconhecem que o perfil de risco pode ser diferente para uma
instituição financeira, como um todo, e para as suas unidades individuais, dependendo dos
negócios realizados por uma determinada unidade. Os princípios reconhecem ainda que
operações. Como as operações, os padrões ou as atividades não usuais não têm de ser
determinados padrões, ou seja, verificar se tais padrões são de natureza suspeita em relação
filtros em tempo real, o que requer a análise da operação antes da sua execução, sempre que
67
o tipo de cliente que realiza a operação), com base nas diversas tipologias de
O Grupo Wolfsberg, formado pelos maiores bancos privados, tenta dar uma
correspondentes bancários. Tem como objetivo evitar operações internacionais para fins
criminosos.
Contudo, suas naturezas são distintas, tendo em vista este tratar-se de um grupo de pessoas
jurídicas regidas pelo direito privado e aqueles de pessoas jurídicas estatais regidas pelo
Nos Estados Unidos da América (EUA), depois dos ataques terroristas a Nova
York em 11 de setembro de 2001, nasceu a Lei Patriota (Patrioct Act) engendrada pelo
Presidente dos Estados Unidos, com o apoio de ambos os partidos no Congresso Norte-
Americano.
todo o planeta. A referida Lei acabou estendendo a jurisdição extraterritorial dos Estados
Unidos para incluir delitos de corrupção pública no exterior, exigindo que bancos e outras
lista de mais de 200 Atividades Ilícitas Específicas (SUAs, em inglês) cobertas pela
estão sujeitos à competência jurídica criminal dos Estados Unidos se qualquer parcela dos
fundos obtidos com tais crimes for transferida aos Estados Unidos.
manipulação política que o exercício da jurisdição territorial da Lei Patriota acarreta, vale a
exterior.
tem-se claro que a Nação que sempre pregou os direitos econômicos, sociais e políticos
73
Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico dos Estados Unidos. 18 USC séc. 1590
70
bem como o regime normativo, serão apresentados no presente capítulo com destaque para
A Lei de Lavagem de Dinheiro será abordada com ênfase nos crimes antecedentes e
posteriormente alterada pela Lei 10.467, de 11 de junho de 2002 e pela Lei 10.701, de 9 de
julho de 2003, que teve como finalidade tipificar a matéria, dispondo sobre a prevenção de
operações ilícitas com a utilização do sistema financeiro, e, também criar uma unidade de
com as normas cambiais mais antigas, de 1933 e 1946, e a Lei que regula o Sistema
Financeiro Nacional, esta já de 1986. Tais itens serão abordados a seguir no capítulo 3.2.
uma reação nacional à exploração do mercado brasileiro por empresas estrangeiras com a
Capital Estrangeiro, cujos principais aspectos foram o controle dos capitais estrangeiros
marcas e patentes.
economia do País refém do risco de uma grave crise, em razão de qualquer alteração
econômica internacional.
estrangeiras para investir com segurança no País em razão de sua burocracia, de seu sistema
econômica.
Segundo Gerdau, “fazer negócios aqui (Brasil) é uma guerrilha. Convivemos com
toda sorte de distorções, Leis em excesso, custo alto do dinheiro e muitos impostos,
74
GERDAU, Jorge Johannpeter; Veja. Edição 1902.27 de abril de 2005. Entrevista: O apagão da eficiência.
72
de-risco contribui diretamente para o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) criando
produtos, serviços e empregos. A partir daí, há uma maior renda e uma arrecadação
tributária conseqüente.
Faz-se aqui uma abordagem sucinta sobre os principais itens da legislação brasileira
matéria, bem como dos Tratados e Acordos Internacionais que são objeto das relações
legislativas e políticas.
favoráveis relativas energia (hidráulica, eólica, solar, etc...), a recursos naturais (minerais,
agrícolas, etc), a condições culturais do mesmo tipo, em todo o território, bem como a
no capítulo 4.
Por outro lado, existem diversas emendas à constituição editadas pelo Congresso
Nacional sobre matéria tributária. No pequeno período entre 1993 e 2004 foram aprovadas
nacional. EC 3, 12, 14, 20, 21, 29, 31, 32, 33, 37, 39, 42, 44 e 45.
Convém lembrar que a Constituição de 1988 recepciona no seu artigo 146, a Lei n
Além do mais, vale a pena citar a necessidade de normas e leis complementares que
tratados e acordos internacionais que não tratem de matéria tributária. (Grifo nosso)
Por outro lado, atualmente, podemos apontar algumas questões que ainda não foram
disciplinadas para dar eficácia à norma legal. Exemplo claro é o parágrafo único do art. 116
Agora, aquilo que o Governo Federal não conseguiu obter via Poder Legislativo,
pretendeu realizar manu militari — autorizando que seus agentes considerassem “ilegais”
75
BORGES, Antonio de Moura, O fornecimento de informações a administrações tributárias estrangeiras
com base na cláusula da troca de informações, prevista em tratados internacionais sobre matéria tributária,
disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1611&p=2. Acessado em: 12/06/2005.
76
76
A MP 232 queria punir os prestadores de serviço com mais tributação por achar que
eles deixaram de ser empregados por opção. Nada mais falso. A dinâmica do mercado de
trabalho fez com que as empresas passassem a se interessar pela sua colaboração como
O mercado não deu opções a esses profissionais: para viver, eles tiveram de buscar
outra forma de prestar seus serviços e, para tanto, valeram-se dos meios legais para
constituir suas empresas. Assim ocorre com as empresas onde trabalham arquitetos,
engenheiros, consultores e outros profissionais que realizam projetos específicos que têm
prestado por empresas desse tipo. Querer reverter esse processo é contrariar as tendências
pagos como empregados e como pessoa jurídica exige muitos cuidados. Nesse exercício, é
Precedentes desta natureza, sem base legal, são claramente violadores do art. 170,
trabalho, criam incerteza para quem contrata e para quem é contratado e conspiram contra a
geração de empregos formais — em um país que tem 60% de sua força de trabalho na
informalidade.78
tributário.
Hoje, em face da não regulamentação do único do art. 116 CTN dúvidas permanecem.
Razão por que fica difícil utilizar-se do Código Tributário Nacional para alcançar-se a
de Dinheiro.
77
MARTINS, Ives Granda Silva, O escudo da lei. O GLOBO, 12/09/2005
78
Fonte: PASTORE, Jose, Contratação por Prazo Determinado, Apresentado na Comissäo de Assuntos
Sociais do Senado Federal, Brasilia, 09-04-1997
79
Fernando (Advogado Autônomo - - ) Artigo < http://conjur.estadao.com.br/static/text/37432,1 >
78
"lavado". A lei de lavagem contempla todo e qualquer valor obtido mediante crime e que
repatriamento de valores no exterior não seria benefício ao Brasil. Retornar estes capitais ao
País ou mesmo auferir impostos sobre tais valores que lá permaneçam constitui medida
econômico do mercado brasileiro. Só deveriam ser abrangidos pela lei de anistia fiscal dos
valores obtidos que não sejam produto de crime (Grifo Nosso). Cuja prescrição fiscal já
tenha ocorrido.
Sob o ponto de vista histórico, devemos lembrar que o nosso País viveu inúmeras
face das eleições presidenciais, levando os investidores a procurar lugares mais seguros no
Hoje a realidade econômica é outra. Parece sem sentido e cruel perseguir as pessoas
denunciadas, para se obter, apenas, uma “pena criminal”. A justiça de outros países não irá
bloquear contas que não estejam enquadradas em sua legislação. Tentar fazê-lo constituir-
Um dos intuitos do trabalho é mostrar as leis que orientam nosso Sistema Financeiro
com enfoque na Lavagem de Dinheiro. Abaixo estão os principais instrumentos legais que
Vale a pena citar o Decreto 23.258 de 1993 como exemplo de regulamento que tenta
barrar o super faturamento, que nos tempos atuais representa boa parte do montante do
estabelecidas no País, com quaisquer entidades do exterior, quando tais operações não
A Constituição Federal, de 1988 no seu artigo 194, dispõe que o sistema financeiro
cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive,
sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Alterado pela
EC-000.040-2003).
80
ocasião, sobre os crimes contra o sistema financeiro nacional. Intitulou-se como a “Lei do
Colarinho Branco” porque os ilícitos eram impetrados por agentes infiltrados no sistema
terceiros que não tinham participação direta com a aplicação dos recursos ilícitos).
perpetradas por indivíduos (pessoas físicas ou jurídicas) que ocasionavam riscos graves ao
integrantes da economia.
falhas nas transações com clientes ou contrapartes (seqüestro, por ordem judicial, de
(RECADASTRAMENTO)
Em 1964, criou-se o Banco Central da República do Brasil (o título era assim) que
controle dos bancos, do sistema econômico e do seguro agrícola, com as análises e normas
respectivas.
investido no exterior
com a nova legislação, os credores internacionais verificaram que seria mau negócio
Isso tornava a subsidiária não lucrativa. Portanto não havia lucro, ou lucro razoável,
Novamente, a legislação teve que ser modificada. Foi preciso estabelecer-se uma
taxa de juros aceitável, com base nas taxas internacionais e um “spread” - refere-se a
segurança e o risco das aplicações no País - que representasse um pequeno ganho sobre os
juros.
do Brasil.
foi alterada pela Lei nº 10.467, de 11 de junho de 2002, e pela Lei nº 10.701, de 9 de julho
dinheiro e nosso legislador elaborou uma norma mais abrangente, incluindo o terrorismo e
reservando o novo tipo penal a condutas relativas a bens, direitos ou valores oriundos,
dezembro de 1996, onde verifica-se o seguinte: "... em 1988, o Brasil assumiu, nos termos
80
BRASIL. Exposição de Motivos n.º 692/MJ. Ministério da Fazenda. Disponível em:
<https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>..
84
Como observa Nelson Jobim: "De qualquer maneira, é preciso ter em mente que não
receptação.”81(Grifo Nosso)
O rol dos crimes tipificados como fonte das operações de lavagem de dinheiro é
máximo a possibilidade de tipos penais abertos. Estes crimes serão abordados a seguir.
Os crimes contra a ordem tributária não foram incluídos no rol dos crimes
antecedentes, visto que não representariam um aumento do patrimônio para o agente, que,
Lei n° 9.613/98, percebeu-se a existência de uma lista taxativa. Todos aqueles crimes ali
81
Exposição de Motivos n.º 692/MJ, de 18 de dezembro de 1996, Supremo Tribunal Federal. Disponível em:
<http://www.stf.gov.br/institucional/ministros/republica.asp?cod_min=151>.
82
BARROS, Marco Antonio de. Lavagem de dinheiro: implicações penais, processuais e administrativas. p. 8-
32.
85
pública estrangeira. Tais práticas podem acarretar reclusão de três a dez anos e multa.
bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste
garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere, importa ou exporta bens com
financeira, bens, direitos ou valores, que sabem ser provenientes de quaisquer dos crimes
83
Ressalta-se, ainda, a grande utilização da Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986 que refere-se aos crimes
contra o sistema financeiro.
86
dois terços, nos casos de tráfico e contra o sistema financeiro nacional, se o crime for
também, o tipo privilegiado da lavagem de dinheiro onde a pena será reduzida de um a dois
terços e começará a ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou
das infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto
do crime.
Ressalta-se, ainda, a Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986, que refere-se aos crimes
No artigo 1º, aponta-se que se a lavagem de dinheiro foi fruto de contravenção, não
se aplica a lei, pois esta só prevê a criminalização dos capitais provenientes do crime.
O inciso II do artigo primeiro, não define o que seja “terrorismo”. Assim, se for
incidência desta lei, pois o ordenamento pátrio não caracteriza este crime.
87
“suponha-se que o dinheiro lavado provenha de crime de extorsão indireta (CP, art. 160). A
lavagem não configura delito, tendo em vista que o inciso menciona extorsão mediante
lavagem de dinheiro expressa na Lei Nacional. Tendo em vista a Lei utilizar expressamente
Finalmente, no inciso VII observa-se que organização criminosa não tem definição
nas normas internas brasileira. Tendo em vista o Brasil ser signatário da Convenção da
ONU sobre a Convenção de Palermo, o conceito (citado no capítulo 1) não cuida das
Verifica-se que nem a sonegação fiscal e nem a evasão de divisas estão no rol de
ônus referido pela lei aplica-se somente no que diz respeito à comprovação da licitude dos
bens e não em relação à prova do(s) crime(s) de lavagem tipificado(s) na lei. Quanto a este,
o ônus evidentemente permanece com a acusação.”85 Tal elemento gera controvérsias entre
84
JESUS, Damásio E. de, Ali-babá e o crime de lavagem de dinheiro, Disponível em:
http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto.asp?id=2818, Acessado em: 15/11/2006
85
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Atlas. 2006.
88
além do Gabinete de Gestão Integrada, criado no final de 2003, órgão formado por
para apresentar as políticas públicas, com discussões periódicas sobre a estratégia nacional
Financeiras – COAF, este, tendo sua efetivação, tão só, com a edição do Decreto. 2.799 de
dinheiro.
90
Executiva, sendo que o Plenário é formado pelo Presidente, nomeado pelo Presidente da
República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda, e por oito Conselheiros. "Os
O COAF está autorizado pelo artigo 1.º, parágrafo único de seu Estatuto, a manter
território nacional.
proporcionar uma ligação entre este e os demais órgãos que mantém contato diário com os
com base em sua ligação gerada com a formação do Plenário. Tem-se a oportunidade
86
Sobre o COAF. Ministério da Fazenda – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Brasília.
Disponível em: < https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_sobrecoaf.htm>..
87 163
Sobre o COAF. Ministério da Fazenda – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Brasília.
Disponível em: < https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_sobrecoaf.htm>.
91
restante do mundo, visto que o COAF não trabalha sozinho, mas sim, reunido com todas as
A primeira parte da lei 9.613/98, apresentada no capítulo anterior, trata dos crimes
O COAF tem competência e dever quando não existir órgão próprio fiscalizador ou
regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição das
pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas instruções referidas no art. 12.da
cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos na Lei, de fundados indícios
sua organização e estrutura estão expressos em seu Estatuto, promulgado pelo Decreto nº
9.613, de 1998, são, além do COAF, o Banco Central do Brasil – BACEN, a Comissão de
Secretaria de Previdência Complementar – SPC, observada, por parte de cada uma, a sua
respectiva área de atuação. A tabela abaixo mostra as devidas divisões de funções entre as
instituições já citadas:
88
Ministério da Fazenda <https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>
94
mercantil(factoring), a seguir:
Seção I
Das Disposições Preliminares
Ministério da Justiça, criado em 2003, tem entre suas atribuições rastrear e repatriar bens
paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman e a Suíça, com indício de lavagem de dinheiro. À
pedido do governo brasileiro, tais dinheiros encontrados nessas contas bancárias foram
bloqueados. Observa-se que o retorno dos recursos encontrados somente poderá ocorrer
repatriação. Constata-se, pela primeira vez, que o Governo Federal tem uma política clara
existente no exterior. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp cita
89
Ministério da Fazenda <https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>
96
detentores de recursos para a devolução dos valores remetidos. Como a Justiça no Brasil é
lenta, é difícil reaver o dinheiro que se encontra no exterior. “Há processos que demoram
mais de dez anos”91, reconhece o Subprocurador do Rio Grande do Sul, Mauro Renner,
É muito difícil combater esse tipo de crime sem a cooperação internacional. Temos
sobre transações bancárias pelos países signatários, entre outros itens. O acordo bilateral
outros, por exemplo, a apreensão dos bens enquanto o processo ainda está em andamento.
Nem todos os países permitem tais termos nos seus acordos. A legislação de cada
país onde está o dinheiro é de importante consideração, pois a evasão de divisas, crime no
Brasil, não é considerada em outros países. Nessas situações a repatriação é quase sempre
impossível.
dos bens de pessoas acusadas de ocultar a origem do dinheiro, enquanto o processo ainda
90
Revista Época 335. Lava-jato de dinheiro. Ministro do STJ Gilson Dipp
14/10/2004
91
CARRAVILLA, André, Onde está o dinheiro, Correio Braziliense,10/6/2005.
97
identificados dentro do Brasil. Há, contudo, diversas posições contrárias com relação ao
novo projeto, v.g..Letícia Teixeira: “Os recursos apreendidos não devem ser reinvestidos no
combate à lavagem de dinheiro. Dizem que pelo menos parte desse dinheiro deve ir para
dinheiro. Do jeito que está hoje apenas oito crimes constituem lavagem. A sugestão é fazer
com que qualquer caso de dissimulação de origem seja considerado lavagem e estenda-se a
Há ainda outra circunstância: pedidos para bloqueio das contas rastreadas, enviados
pelo governo brasileiro para o exterior, não são atendidos com rapidez, conforme o ministro
Gilson Dipp: “Aqui no Mercosul, que devia ser uma coisa ágil, eles demoram até para
responder uma carta rogatória (como são chamados os pedidos oficiais entre as Justiças de
dois países)”93. Mensalmente, o Ministério da Justiça envia pelo menos 200 cartas
92
Letícia Texeira – Pesquisadora da ONG Transparência e Cidadania, Fórum Global:
articulação é arma contra lavagem de dinheiro, disponível em:
http://www.mj.gov.br/noticias/2005/Junho/rls090605forum.htm, acessado em 12/11/2006.
93
Revista Época 335. Lava-jato de dinheiro. Ministro do STJ Gilson Dipp
14/10/2004
98
Canadá PDC 201/ 1995. Pronto para Pauta. Última ação (05/04/2001):
retirada de pauta, a requerimento do Sr. Dep. Marcondes
Gadelha (PFL).
China PDC 1558/2005. Proposta sujeita à apreciação do Plenário.
Última ação (24/05/2005): coordenação de Comissões
Permanentes (CCP). Encaminhada à publicação. Parecer da
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania publicado
no DCD, de 25/05/05, p. 21110 COL 01, Letra A.
Coréia do Sul PDC 1323/2004. MESA: aguardando retorno. Última ação
(08/07/2005): transformado no Decreto Legislativo 786/2005.
DOU 11/07/05, p. 02, col. 02.
Cuba PDC 1732/2005. Proposição sujeita à apreciação do Plenário.
Última ação (16/09/2005): coordenação de Comissões
Permanentes (CCP). Proposição recebida para publicação.
Líbano PDC 1112/2004. Proposição sujeita à apreciação do Plenário.
Última ação (12/07/05): Matéria não apreciada em face da não-
conclusão da apreciação do PL 1.144/03, item 01 da pauta, com
prazo encerrado.
Suíça MSC 853/2004. Última ação (14/09/2005): Comissão de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado
99
Por fim, estão assinados, porém ainda não foram encaminhados para o Congresso
Nacional:
Angola Abril de 2005
Nigéria Setembro de 2005
Reino Unido Abril de 2005
Suriname Fevereiro de 2005
• ( Fonte DRCI, novembro de 2005)
além do COAF, a Receita Federal e o Banco Central deverão trabalhar em harmonia para
Banco Central venha a detectar indício que possa configurar a ocorrência de crime de
de 3 de março de 1998, eles deverão dar conhecimento imediato desse fato ao Conselho de
dando conhecimento desse fato ao outro órgão, sem prejuízo da comunicação posterior dos
Em 1964, foi criado o Banco Central da República do Brasil (o título era assim) que
controle dos bancos, do sistema econômico e do seguro agrícola, com as análises e normas
Órgãos uma rede de prevenção e de combate a ilícitos financeiros, entre os quais a lavagem
de dinheiro.
de Demandas e Reclamações;
- Outras Atividades:
102
- Exame e decisão de demandas não previstas na regulamentação cambial ou que nele não
se enquadrem perfeitamente;
- Colaboração com o MP, PF, MJ, CPI (inclusive mediante cessão de servidores);
etc).
País, com quaisquer entidades do exterior, quando tais operações não transitem pelos
nos valores de exportação, bem como o aumento de preço de mercadorias importadas, para
A Lei 4.131, de 1962, define que as operações cambiais serão efetuadas através de
assim como pela correta classificação das informações por este prestadas, segundo normas
por cento) do valor da operação para cada um dos infratores, a declaração de falsa
Banco Central do Brasil, será exigido em cada operação, assinado pelo cliente e visado pelo
5 (cinco) a 100% (cem por cento) do valor da operação, a declaração de informações falsas
intervierem na operação, punível com multa equivalente de 5 (cinco) a 100% (cem por
cento) do respectivo valor, para cada um dos infratores, a classificação incorreta, dentro das
104
no formulário.
. A Lei 7.492, de 1986, tipifica a figura da operação de câmbio não autorizada, com o
fim de promover evasão de divisas do País estabelece a pena de reclusão de dois anos a seis
anos e multa. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promova, sem autorização
legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados
Ministério Público Federal, sempre que julgar necessário, poderá requisitar, a qualquer
nesta Lei. Ressalta-se que sigilo dos serviços e operações financeiras não pode ser invocado
. A Lei Complementar 105/01 prevê no artigo 9o, que o Banco Central e a Comissão
crime definido como de ação pública, ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao
Ministério Público, Secretaria da Receita Federal e outros órgãos públicos. Tal Lei também
105
prevê que o BC, a CVM e os demais Órgãos de fiscalização, nas áreas de suas atribuições,
ou indícios de sua prática, anexando os documentos pertinentes, sempre que tais fatos
dirigente ou servidor que a ela der causa, sem prejuízo da aplicação do disposto no art. 10,
caput, da Lei Complementar nº 105, de 2001, e demais sanções civis e penais cabíveis
aplicando-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Incorrem nas mesmas penas quem omitir, retardar injustificadamente ou prestar falsamente
Finalmente, a Lei 9.613/1998, no seu artigo 11, inciso I, define que as instituições
dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das
dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de vinte e quatro horas, às autoridades
operações suspeitas;
- atividades internacionais;
reprimir a lavagem de dinheiro e o crime organizado com base na Lei 9613/98. Conforme
- Mudança de foco:
matéria.
94
Dados fornecidos por LIAO, Ricardo, Apresentação Bacem 2006.
109
dinheiro. Abaixo alguns dispositivos normativos que por si só explicam a atuação desta
Coordenadoria:
Receita Federal), que afirma que a SRF deverá participar, observada a competência
apresentação de documentos que não traduzam a realidade das operações comerciais ou dos
aplicação da pena de perdimento das mercadorias, nos termos do art. 105 do Decreto-lei nº
A mesma instrução prevê que se detectado indício que possa configurar a ocorrência
95
Portaria MF nº 259, de 24 de Agosto de 2001
110
seguintes multas:
dezembro de 1990, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Ocorrendo a situação
com Cartões de Crédito (Decred) configura hipótese de crime nos termos do art. 10 da Lei
dezembro de 1990, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Ocorrendo a situação
111
descrita no caput, poderá ser aplicado o regime especial de fiscalização previsto no art. 33
o COAF, BACEM e DRCI bem como com os órgãos de informação(UFI) dos países
26 pessoas 2003
brasileiro que estabelece novos sistemas de combate à lavagem de dinheiro, tendo como
112
base as três áreas de atuação do princípio da articulação permanente dos órgãos públicos,
estrutura:
Membros do GGI-LD:
96
Ministério da Fazenda <
http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Portarias/2005/MinisteriodaFazenda/default.htm >
113
Cada objetivo possui determinadas metas a serem cumpridas que se subdividem nos
BRASIL
princípio pacta sunt servanda. Logo, tratados e acordos internacionais são instrumentos
Tais instrumentos vêm sendo cada vez mais utilizados diante do aumento
outras.
a ser parte integrante do direito interno quando são publicados, tornando-se objeto de
Decreto Presidencial (art. 49, inciso I, da CF) e (art 98 do CTN). De acordo com o artigo 49
da Constituição:
saber se um Estado pode ou não invocar o seu ordenamento jurídico interno para se
negativa, teria sido dada pela Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados (art.27),
País criaria norma que poderia mudar completamente o entendimento empresarial sobre o
segue para a assinatura, depois é encaminhado para Congresso Nacional, onde sendo
ratificado deverá ser promulgado pelo Presidente da República para fins de inclusão no
suas etapas.
- do Projeto
projeto, depois de negociado, segue para as autoridades dos respectivos países para fins de
brasileiro devem ser observadas pela Delegação, cabendo à Divisão de Atos Internacionais
Plenos Poderes.
– da Assinatura
118
Ministério das Relações Exteriores, que assegura a sua execução e mantém as relações com
assim as negociações, e pode ser feita por qualquer autoridade que possua a Carta de Plenos
Poderes, que é firmada pelo Presidente da República e referendada pelo Ministro das
Relações Exteriores. A única exceção se refere aos atos internacionais firmados por
motivos expondo os fatos relevantes, sempre ratificados pelos ministérios que têm
exame e aprovação pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A aprovação
- da Ratificação
Nos processos bilaterias, pode ser adotada a troca de notas, podendo o ato entrar em
vigor, na data de recebimento da segunda nota ou num prazo estipulado após essa data. Os
atos multilaterais são ratificados por meio de depósito da Carta de Ratificação junto ao país
– da Promulgação
o Decreto Legislativo que aprovou o ato internacional, o Poder Executivo promulga o ato
através do Decreto assinado pelo Presidente, e referendado pelo Ministro das Relações
União.
De acordo com o artigo 102 da Carta das Nações Unidas, os atos internacionais
bilaterais celebrados entre o Brasil e outro país, serão encaminhados à Missão do Brasil
junto às Nações Unidas pela Divisão de Atos Internacionais. Lá serão registrados junto ao
97
Ministério das Relações Exteriores. Disponível em :< www.mre.gov.br > Acessado em: 17/08/2006.
120
Alguns casos sobre a aplicação da lei de lavagem de dinheiro serão citados, apenas
98
MEDEIROS, Antônio Paulo Cachapuz de. Perspectivas Contemporâneas do Direito. Brasília:Universa.
2004.p.135.
121
Verifica-se que o cidadão não possui o mesmo poder que o Estado e para isso o
direito vem tutelar e tentar diminuir tal diferença.
André Fontes, que atuaram no processo, viajaram para a Suíça com o objetivo de repatriar o
dinheiro desviado pelo esquema. São milhões de dólares que estão depositados em um
banco suíço em nome de cinco fiscais de renda do estado e sete auditores da Receita
Federal. A comitiva se reuniu com integrantes da Justiça suíça e obviamente não colheram
resultados.
99
LASSALE, Ferdinand. A Essência da Constituição. Rio de Janeiro: Lúmen Júris. 2001.p13.
122
o direito de deixarem o cárcere do Ponto Zero. Eles estavam cumprindo pena há um ano e
dois meses sem que houvesse decisão final transitado em julgado.O grupo só não poderia
liminar a outro envolvido no caso titulado como Propinoduto. A ordem impediu que
caso.
O habeas corpus foi deferido contra decisão do Superior Tribunal de Justiça, que
Com a liminar, estabelece-se que a realização de atos instrutórios deve ser feita
cooperação jurídica em matéria penal, entre o Brasil e a Suíça, encontra-se ainda pendente
turma deferiu por maioria, o pedido de habeas corpus. Assim, a ordem foi concedida,
vencidos os ministros Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso que entenderam ser de
respeitar o direito nacional, pois a prática de determinados atos somente pode ser realizada
por meio de carta rogatória, como os ligados à audiência de instrução para fins de ação
100
STF, HC 85.588, rel. Min.Marco Aurélio, DJ 16/03/2005 P 00015.
124
prefeito de São Paulo que responde na justiça por processo de evasão de divisas. Os
documentos, no entanto, não poderiam ser usados no processo, visto que na Suíça esse ato
incidente diplomático com a Suíça, que já colaborou com o Brasil em outros casos, e por
processo.
125
Mais conhecido como Doleiro, o réu era operador no mercado de câmbio paralelo e
realizou operações financeiras ilegais com outro doleiro estimadas em US$ 121 milhões.
Durante depoimento na CPI dos Correios, ele disse que trocou dólares por reais em
2002, pedindo o apoio da CPI para negociar, a redução de suas penas, com o Ministério
Público, em troca de revelações que implicam diversos políticos que teriam enviado
dinheiro ao exterior.
evasão de divisas com pena menor então fixada visto que o réu colaborou voluntariamente
dinheiro em questão não foi proveniente dos crimes elencados na lei 9613/98.
126
respeite tais normativas e consolide uma jurisprudência segura para não atentar contra o
Observa-se que as lições de Hesse, também, são importantes para a análise, pois
segundo ele:
101
SIEYÉS, Emmanuel Joseph. A Constituição Burguesa. Rio de Janeiro: Lúmen Júris. 2001.p.69.
127
ordenamento interno coeso que constitua uma melhor segurança jurídica objeto dessa
dissertação.
102
HESSE, Konrad. A Força Normativa da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor.
1991.p.24.
128
CONCLUSÃO
brasileiro?
a pesquisa, afim de que a parte jurídica ficasse voltada, apenas, para o seu aspecto
metodológicos.
brasileiras sobre a matéria. Aqui, a Lei n 9.613/98, de Lavagem de Dinheiro, foi formulada
de dinheiro e o crime organizado no Brasil. Tal evento foi demonstrado no capítulo 2, onde
autônoma, tem aplicação por si só, contudo somente poderá ser aplicada se houver crime
antecedente tipificado.
que criaram condições para identificar o crime organizado, um grande problema para a
sociedade moderna.
mídia, tais como: escândalos noticiados com ênfase publicitário, Comissões Parlamentares
decisões inconseqüentes que não têm qualquer relação com o ordenamento interno, e a
A sonegação fiscal só deve ser denunciada à lide após decisão fiscal em última
Conclui-se que há uma nítida diferença entre a aplicação de capitais quando têm
origem ilícita, caracterizando o crime especificado pela lei 9613/98, e aquela onde os
capitais não têm origem identificada. O ponto divisor, que distingue tal conclusão, parte do
montante pecuniário que foi ocultado ou reinserido na economia for lícito, encontramos, no
elemento subjetivo, não um crime antecedente, mas sim um meio de proteção patrimonial
do indivíduo ou da empresa.
103
(AI 419.578, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 27.08.04) "HABEAS CORPUS - DELITO CONTRA A
ORDEM TRIBUTÁRIA - SONEGAÇÃO FISCAL - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO-
TRIBUTÁRIO AINDA EM CURSO - AJUIZAMENTO PREMATURO, PELO MINISTÉRIO PÚBLICO,
DA AÇÃO PENAL - IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A VÁLIDA
INSTAURAÇÃO DA 'PERSECUTIO CRIMINIS' - INVALIDAÇÃO DO PROCESSO PENAL DE
CONHECIMENTO DESDE O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA, INCLUSIVE - PEDIDO DEFERIDO. -
Tratando-se dos delitos contra a ordem tributária, tipificados no art. 1º da Lei nº 8.137/90, a instauração da
concernente persecução penal depende da existência de decisão definitiva, proferida em sede de procedimento
administrativo, na qual se haja reconhecido a exigibilidade do crédito tributário ('an debeatur'), além de
definido o respectivo valor ('quantum debeatur'), sob pena de, em inocorrendo essa condição objetiva de
punibilidade, não se legitimar, por ausência de tipicidade penal, a válida formulação de denúncia pelo
Ministério Público.
131
a lavagem de dinheiro objeto de crime, mas sempre sem exagerar-se na utilização desse
origem criminosa.
Conforme o exposto, fica claro que ainda existem muitas medidas normativas e
jurídico necessário para decisões justas, baseadas em direitos equânimes, e sem desrespeitar
a verdade econômica.
Não se pode abrir mão, no Brasil, dos recursos bilionários de brasileiros no exterior
que não são objeto de crime. Tais recursos seriam de extrema utilidade se aplicados no
Isto posto, acredita-se que, apesar da amplitude do tema, o estudo apresentado além
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133
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STF, HC 58.731/DF. Rel. Min. Thompson Flores, in DJU de 3.4.81, p.2.854 – HC 51.977,
rel. Min. Thompson Flores, in DJU de 5.5.74, p.2127.
STF (MC) ADI 1480DF, rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, in DJU de 18.5.2001,
p.429, seção 1.
146
1
ARNAUD, André-Jean. O Direito entre a modernidade e a globalização: lições de
filosofia do direito e do Estado. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p 195.
2
LILLEY, Peter, Dirty Dealing. The untold truth about global money laundering. New
York: Renovar, 2001.p.26
3
GRAY, John. Falso Amanhecer – os equívocos do capitalismo global. Trade.
M.Altman. Rio de Janeiro: Record, 1999. p.154.
4
BUSTOS RAMÍREZ, Juan. Coca – Cocaína – entre el derecho y la guerra. Santa Fé de
Bogotá: Temis, 1996.
5
POWIS, Robert E. Os lavadores de dinheiro. Trad. B. T. Lambert. São Paulo: Makron
Books, 1993, p.258-311.
6
CUREAU, Sandra. Lavagem de Dinheiro. RPGR, n.6, s.d., p.193.
7
PITOMBO, Antonio Sergio A. de Morais. Lavagem de Dinheiro – a tipicidade do
crime antecedente. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2003, p.49.
8
HESPANHA, Antônio Manoel. A Técnica da História do Direito. Fundação Calouste
Gulbenkian: São Paulo, 1993.
9
GODOY, Arnaldo. Direito e História: uma relação equivocada. Sergio Antonio
Fabri:Porto Alegre, 2006.
10
Cumpre examinar a propriedade da expressão da lavagem de dinheiro, para designar essa
idéia abstrata e geral. – money laudering, riciclagio del denaro, blanchiment de l’argent,
geldwache, blanqueo de capitales, lavado de dinero, branqueamento de capitais são uma
das diversas denominações utilizadas no direito estrangeiro. – ABBAGNANO e SILVA
SILVA, apud PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de Dinheiro. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. p. 21.
11
Revue internationale de droit penal. Les systèmes Pénaux à l’épreuve du crime organisé.
XVIe Congreès international de droit pénal Budapest (hongrie), 5-11 septembre 1999.
Résolutions. Association Internationale de Droit Pénal, 70e année – nouvelle série, 3e et 4e
trimestres 1999. Toulouse, France, Editions Érès, 1999,
147
12
NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, pg 129.
13
Revista Época 335. Lava-jato de dinheiro. Ministro do STJ Gilson Dipp
14/10/2004
14
GOMES apud SADDI, Jairo. Lavagem de dinheiro no direito comparado: a
experiência americana. Revista de direito mercantil. São Paulo, ano XXXIX, v. 117, p.
118-119, jan.-mar. 2000.
15
Cartilha do Ministério da Fazenda: Disponível em: <
"http://www.mj.gov.br/drci/lavagem/GGI2.htm"> Acesso em : 25 set. 2005.
16
KELINGER, Fred N. Foudation of Behavioral Research. N.Y. Holt, Rinehart and
Wiston Inc.1973, capítulo 2. Tradução: Heliane M. Nascimento.
17
MACÊDO, Manoel Moacir Costa. Metodologia Científica Aplicada. Brasília: Escala
Gráfica e Editora, de 2005.p.41.
18
POPPER, Karl apud MOACIR, Manoel Costa Macedo. Metodologia científica
aplicada. Scala Gráfica Editora, Brasília:2005, pg41.
19
LEITE, Eduardo de O. A Monografia Jurídica. Revista dos Tribunais. volume 1. São
Paulo:2003, pg 306.
20
PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2003. p. 21.
21
RAMINA, Larissa L. O. Ação Internacional contra a Corrupção. Curitiba: Juruá
Editora, 2002.p.133.
22
ZIEGLER, Jean. Os Senhores do Crime. São Paulo: Record. 2003. p. 305.
23
PARODI, Lorenzo. Disponível em:
<"http://www.fraudes.org/fraudes/lavagem.asp">.Acessado em: 12 jun. 2005.
24
PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2003. p. 27.
25
"Gangster norte-americano. Alfonso Capone, também conhecido como Scarface ("Cara
Cortada"), passa à história como representante característico de uma época histórica dos
Estados Unidos, caracterizada pelo tráfico de bebidas alcoólicas durante o proibicionismo e
a assunção por organizações delituosas de diversas funções (comerciais, policiais, etc.)
próprias das instituições públicas. " Al Capone. Vidas Lusófonas. Disponível em:
<"http://www.vidaslusofonas.pt/al_capone.htm" >. Acessado em: 15 set de 2005.
26
SANTOS, Claudia Fernandes. Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Jus
Navigandi, Teresina, a. 7, n. 63, mar. 2003. Disponível em:
<"http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3838">. Acessado em: 15 set de 2005.
148
27
SANTOS, Cláudia Fernandes dos. Lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 63, mar. 2003. Disponível em:
<http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3838> Acessado em: 30 set de 2005.
28
FITTUNI, Leonid I. Transnational Organized Crime. CIS. 1995
29
MONET, Jean-Claude. Policias e Sociedades na Europa, USP, São Paulo, 2001, pg184.
30
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Crime organizado: uma categorização frustrada, São
Paulo, RT, 2004, p.45.
31
REALE JUNIOR, Miguel. Crime Organizado e Crime Econômico RBCC, n.13, jan-
mar./1996,p.183.
32
IANNI, Francis A. J. Rulles of conduct in “crime families”. In: SAVITZ, Leonard D.;
JOHNSTON, Norman. Comtemporary criminology. New York: John Wiley & Sons, 1982,
p. 272.
33
NUSDEO, Fábio. Curso de Economia – Introdução ao Direito Econômico. São Paulo:
Revista dos Tribunais.2005. p.131-132.
34
CARDOSO, Fernando Henrique apud NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 2006, Capa.
35
GOMES, Abel, As quadrilhas armadas e a competência para o julgamento das ações
penais respectivas. Revista de Direito da Defensoria Pública, Rio de Janeiro, v.7, n. 9,
p.242-255. jul. 1996, pg13.
36
PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2003. p. 22.
37
PELLEGRINI, Angiolo; COSTA JR., Paulo José da. Criminalidade Organizada.
Jurídica Brasileira, 1999. p. 55.
38
PARODI, Lorenzo, Monitor de Fraudes: Lavagem de dinheiro e seus perigos.
Consultor Jurídico, 12 de maio de 2004. Disponível
em:<"http://www.fraudes.org/fraudes/lavagem.asp">.
39
ZIEGLER, Jean. Os Senhores do Crime. Record, Rio de Janeiro:2003. p.35.
40
NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, pg 128
41
NAÍM, Moisés. Ilícito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, pg 143
42
SENNA, Adrienne Giannetti Nelson de. Cartilha sobre lavagem de dinheiro.
Ministério da Fazenda – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Brasília..
149
43
OECD. Disponível em: < "http://www1.oecd.org/fatf/pdf/40Rec-1996_pt.pdf">
Acessado em: 14 jan 2006.
44
GOMES apud SADDI, Jairo. Lavagem de dinheiro no direito comparado: a
experiência americana. Revista de direito mercantil. São Paulo, ano XXXIX, v. 117, p.
118-119, jan.-mar. 2000.
45
Sobre o COAF. Ministério da Fazenda – Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, Brasília. Disponível em: <
https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_sobrecoaf.htm>.
46
Decreto n° 154, de 26 de junho de 1991. (em anexo)
47
BRASIL. Exposição de Motivos n.º 692/MJ. Ministério da Fazenda. Disponível em:
<https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>..
48
Exposição de Motivos n.º 692/MJ, de 18 de dezembro de 1996, Supremo Tribunal
Federal. Disponível em:
<http://www.stf.gov.br/institucional/ministros/republica.asp?cod_min=151>.
49
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Atlas,
2006. p.16.
50
GODINHO, Jorge Alexandre Fernandes. Do crime do branqueamento de capitais:
introdução e tipicidade. p. 73.
51
A cidade de Estrasburgo é conhecida como uma das capitais da Europa, devido às
inúmeras instituições européias que ela abriga, entre as quais o Conselho da Europa, o
Parlamento europeu (dividido com Bruxelas) e a Corte Européia dos Direitos Humanos.
52
BONFIM, Márcia Monassi M.; BONFIM, Edson M. Lavagem de Dinheiro. São Paulo.
Malheiros, 2005. p.19.
53
Ao contrário das medidas contidas na Declaração dos Princípios da Basiléia de 1988 e
das Recomendações do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI).
54
SOUTO, Miguel Abel. El blanqueo em la normativa internacional. Santiago de
Compostela, universidad, Serviço de Publicacion e Intercambio Cientifico, 2002.
55
BONFIM, Márcia Monassi M.; BONFIM, Edson M. Lavagem de Dinheiro. São Paulo.
Malheiros, 2005. p.21.
56
COAF. Disponível em: https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/sobrecoaf/cicad-
oea.htm acessado em 13/11/2006
57
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Atlas,
2006. p.1
150
58
DJ. Disponível em: www.dji.com.br/decretos/2004-005017/2004-005017-01-05.htm
acessado em 25/10/2006
59
STF (MC) ADI 1480DF, rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, in DJU de 18.5.2001,
p.429, seção 1.
60
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 1989. p. 88
61
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo. Atlas,
2006. p.19.
62
Disponível em Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica
Internacional (DRCI) MINISTÉRIO DA JUSTIÇA < www.mj.gov.br/drci > visitado
em14/10/2006.
63
Disponível em Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica
Internacional (DRCI) MINISTÉRIO DA JUSTIÇA < www.mj.gov.br/drci > visitado
em14/10/2006.
64
1 - Texto "projeto de parecer” da Comissão dos Assuntos Econômicos e Monetários
destinado à Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos sobre a
proposta do Parlamento Europeu relativa à prevenção da utilização do sistema financeiro
para efeitos de branqueamento de capitais, incluindo o financiamento do terrorismo. O que
nos interessa no aludido texto é a alteração 13, artigo 3, ponto 10 que reza ín verbís:10)
"Pessoas politicamente expostas". 2 - Artigo – PEPs, Política e Lei Patriota – artigo do
escritório de advocacia DIAZ-KAISER..(Assunto será abordado a seguir). 3 - Artigo –
Wolsberg FAQ´s in Politically Exposed Persons. 4 - Artigo – Diretrizes Globais de
Prevenção aos Crimes de Lavagem de Dinheiro para Private Banking. (the wolsfberg
group). 5 - Artigos – BSA Compliance and Politically Expose Persons; Comments on
Review of the FAFT Forty Recommendantions Consultation Paper(transparency
international). 6 - Artigo - Os Princípios de Prevenção aos Crimes de Lavagem de Dinheiro
para Bancos Correspondentes ( the wolfsberg group).7 – Governo quer que os bancos
monitorem contas de políticos- Valor Econômico
65
Algumas Financial Inteligency Unit (FIU) se agruparam de maneira informal no âmbito
de uma organização chamada Grupo de Egmont (o nome foi dado em função do local da
primeira reunião que ocorreu no Palácio de Egmont-Arenberg, em Bruxelas, Bélgica).
66
Ministério da Fazenda:
“https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/sobrecoaf/Egmont.htm”
67
“http://www.egmontgroup.org/about_egmont.pdf
68
Banco Mundial, BID, FMI, Grupo Egmont e Organização das Nações Unidas
.http://www.gafisud.org/english/index.html.
151
69
O Grupo de Wolfsberg consiste nos seguintes bancos internacionais: ABN Amro N.V.,
Santander Central Hispano S.A., Bank of Tokyo-Mitsubishi Ltd., Barclays Bank, Citigroup,
Credit Suisse Group, Deutsche Bank A.G., Goldman Sachs, HSBC, J.P. Morgan Chase,
Société Générale, UBS AG.
70
http://www.wolfsberg-principles.com/privat-banking.html.
71
http://www.wolfsberg-principles.com/index.html.
72
http://www.wolfsberg-principles.com/financing-terrorism.html.
73
Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico dos Estados Unidos. 18 USC séc. 1590
74
GERDAU, Jorge Johannpeter; Veja. Edição 1902.27 de abril de 2005. Entrevista: O
apagão da eficiência.
75
BORGES, Antonio de Moura, O fornecimento de informações a administrações
tributárias estrangeiras
com base na cláusula da troca de informações, prevista em tratados internacionais sobre
matéria tributária, disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1611&p=2.
Acessado em: 12/06/2005.
76
MARTINS, Ives Granda Silva, O escudo da lei. O GLOBO, 12/09/2005
77
Fonte: PASTORE, Jose, Contratação por Prazo Determinado, Apresentado na
Comissäo de Assuntos Sociais do Senado Federal, Brasilia, 09-04-1997
78
Fernando (Advogado Autônomo - - ) Artigo <
http://conjur.estadao.com.br/static/text/37432,1 >
79
BRASIL. Exposição de Motivos n.º 692/MJ. Ministério da Fazenda. Disponível em:
<https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>..
80
Exposição de Motivos n.º 692/MJ, de 18 de dezembro de 1996, Supremo Tribunal
Federal. Disponível em:
<http://www.stf.gov.br/institucional/ministros/republica.asp?cod_min=151>.
81
BARROS, Marco Antonio de. Lavagem de dinheiro: implicações penais, processuais e
administrativas. p. 8-32.
82
Ressalta-se, ainda, a grande utilização da Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986 que
refere-se aos crimes contra o sistema financeiro.
83
JESUS, Damásio E. de, Ali-babá e o crime de lavagem de dinheiro, Disponível em:
http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto.asp?id=2818, Acessado em: 15/11/2006
152
84
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime de Lavagem de Dinheiro. São Paulo: Atlas.
2006.
85
Sobre o COAF. Ministério da Fazenda – Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, Brasília. Disponível em: <
https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_sobrecoaf.htm>
86
Sobre o COAF. Ministério da Fazenda – Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, Brasília. Disponível em: <
https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_sobrecoaf.htm>.
87
Ministério da Fazenda <https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>
88
Ministério da Fazenda <https://www.fazenda.gov.br/coaf/portugues/i_lavagem.htm>
89
Revista Época 335. Lava-jato de dinheiro. Ministro do STJ Gilson Dipp
14/10/2004
90
CARRAVILLA, André, Onde está o dinheiro, Correio Braziliense,10/6/2005.
91
Letícia Texeira – Pesquisadora da ONG Transparência e Cidadania, Fórum Global:
articulação é arma contra lavagem de dinheiro, disponível em:
http://www.mj.gov.br/noticias/2005/Junho/rls090605forum.htm, acessado em 12/11/2006.
92
Revista Época 335. Lava-jato de dinheiro. Ministro do STJ Gilson Dipp
14/10/2004
93
Dados fornecidos por LIAO, Ricardo, Apresentação Bacem 2006.
94
Portaria MF nº 259, de 24 de Agosto de 2001
95
Ministério da Fazenda <
http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Portarias/2005/MinisteriodaFazenda/default.
htm >
96
Documento em anexo
97
Ministério das Relações Exteriores. Disponível em :< www.mre.gov.br > Acessado em:
17/08/2006.
97
MEDEIROS, Antônio Paulo Cachapuz de. Perspectivas Contemporâneas do Direito.
Brasília:Universa. 2004.p.135.
98
LASSALE, Ferdinand. A Essência da Constituição. Rio de Janeiro: Lúmen Júris.
2001.p13.
153
99
STF, HC 85.588, rel. Min.Marco Aurélio, DJ 16/03/2005 P 00015.
100
SIEYÉS, Emmanuel Joseph. A Constituição Burguesa. Rio de Janeiro: Lúmen Júris.
2001.p.69.
101
HESSE, Konrad. A Força Normativa da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Editor. 1991.p.24.
102
(AI 419.578, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 27.08.04) "HABEAS CORPUS -
DELITO CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA - SONEGAÇÃO FISCAL -
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO AINDA EM CURSO -
AJUIZAMENTO PREMATURO, PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, DA AÇÃO PENAL -
IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A VÁLIDA
INSTAURAÇÃO DA 'PERSECUTIO CRIMINIS' - INVALIDAÇÃO DO PROCESSO
PENAL DE CONHECIMENTO DESDE O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA,
INCLUSIVE - PEDIDO DEFERIDO. - Tratando-se dos delitos contra a ordem tributária,
tipificados no art. 1º da Lei nº 8.137/90, a instauração da concernente persecução penal
depende da existência de decisão definitiva, proferida em sede de procedimento
administrativo, na qual se haja reconhecido a exigibilidade do crédito tributário ('an
debeatur'), além de definido o respectivo valor ('quantum debeatur'), sob pena de, em
inocorrendo essa condição objetiva de punibilidade, não se legitimar, por ausência de
tipicidade penal, a válida formulação de denúncia pelo Ministério Público.