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CLUBE DOS

PENSADORES
1 ª e d i ç ã o

S o l i d ã o

B e r n a r d i n o M a i a | L i c í n i o O l i v e i r a | P a u l o A v e l i n o
Olá!

Sejam muito bem vindos à 1ªEdição do Clube dos Pensadores.

Somos neste momento três, mas queremos ser mais...

Junte-se a nós!

Requisitos para a participação? Não existem!

Adequa a sua participação conforme os seus interesses,

gostos, necessidades e competências.

Normalmente, reunimos uma vez por semana, durante cerca

de 1h30, para conversar, refletir, trocar pareceres, sonhar,

lembrar o passado bebendo da experiência de muitas vidas.

Para esta 1ªEdição e, talvez, porque vivemos privados de

liberdade há cerca de um ano devido à pandemia COVID-19,

escolhemos o tema da SOLIDÃO.


Este projeto nasce do interesse partilhado
pelos seus membros por manter mentes
ativas e corações cheios, pessoas que sentem
que quando damos algo recebemos mais, e
veem o Voluntariado Sénior como uma doce
missão.

São os principais objetivos deste clube:


Lutar contra a solidão

Estimular a mente e o espírito

Levar alegria aos outros

Desafiar espírito crítico

Promover relações entre pares

Oferecer momentos de reflexão e de partilha empática


Í n d i c e

I . E l u c u b r a ç õ e s

I I . F r a s e s C é l e b r e s

I I I . M ú s i c a

I V . F á b u l a s

V . O l h a n d o s o b r e o O l h a r

V I . P o e s i a

V I I . P i n t u r a

V I I I . N a t u r e z a
E L U C U B R A Ç Õ E S
O lado negro e secreto da pandemia

Pessoas envergonhadas, que no seu nicho sofrem por

não conseguirem pedir ajuda, os envergonhados são os

que estão pior.

Vivemos na época do “Big Brother”, que nos escrutina

e conhece o percurso. E não há um aparelho que ajude

estas pessoas envergonhadas, que estão sozinhas e

precisavam de uma mão.

Não faltam instituições, e pessoas, a quererem dar a

mão, mas na maior parte dos casos dão a mão a quem

procura. E aqueles…, que não procuram e têm

necessidade, são hoje, os que mais sofrem.

Clube dos Pensadores, fevereiro ' 21


E L U C U B R A Ç Õ E S
O lado negro e secreto da pandemia

Refletindo sobre a solidão dos mais limitados,

que por motivos físicos ou mentais, perderam o

poder de escolha ficando dependentes de

terceiros… o que podemos fazer?

Depois de muito conversarmos sobre este assunto,

consideramos que a melhor resposta a esta

questão é fazer-lhes a pergunta...

- O que é que tu, com as tuas limitações, podes

fazer?

Clube dos Pensadores, fevereiro ' 21


E L U C U B R A Ç Õ E S
O lado negro e secreto da pandemia

“Da solidão em Comum”, in “Lisboa, uma Cidade


em Transformação” (1969)

"As cidades são algo mais do que conjuntos de


edificações ladeando ruas e praças. São
organizações vivas. Os edifícios, as ruas e as
praças formam com as pessoas que ali habitam,
transitam, trabalham e passeiam, unidade
coerente e característica. (…) Complexa como a
própria vida mas tão real como ela… E a prova
disto, de que são organismos vivos, é: - as
cidades morrem mesmo sem terem sido
destruídas”
Francisco Keil de Amaral
F R A S E S

C É L E B R E S

“Enquanto não atravessarmos a dor da nossa própria


solidão, continuaremos a buscar-nos em outras metades.
Para viver a dois, antes, é necessário ser um”
Fernando Pessoa

“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma


como se comporta em momentos de conforto e
conveniência, mas em como se mantém em tempos de
controvérsia e desafio”
Martin Luther King

“Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito.
Um chama-se ontem e outro chama-se amanhã, portanto
hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e
principalmente viver”
Dalai Lama

“A força não provém da capacidade física. Provém de


uma vontade indomável.”
Mahatma Gandhi
M Ú S I C A

Beethoven pela Surdez no final da

vida e a “nona sinfonia” que

escreve já surdo.

Amália Rodrigues – fado - o canto

liberta-me da solidão…
OLHANDO SOBRE O OLHAR

“O olhar é mais sincero do que as palavras” - Anita

Fotografia Tony Luciani

“Este flash de fim de vida, cala bem no fundo da nossa

sensibilidade, não pela sombra do companheiro que partiu, já

liberto e descansado das dores do corpo e da alma, mas pela

irreversível solidão da que ainda espera pelo começo dessa

viagem”. (Galopim de Carvalho)


OLHANDO SOBRE O OLHAR

“O olhar é mais sincero do que as palavras” - Anita

Fotografia de Alan Schaller

“Alan Schaller é um fotógrafo residente em Londres e

conhecido pelas fotografias em que apresenta imagens com luz

e sombra de alto contraste e arquitetura deslumbrantes. Nesta

série chamada ' Metropolis ,' Schaller lida com temas de

isolamento e solidão num ambiente urbano. As fotografias

levam-nos ao coração de uma cidade desconhecida. Os humanos

parecem pequenos e insignificantes em comparação com o

espaço que os domina”. (http://alanschaller.com/)


OLHANDO SOBRE O OLHAR

“O olhar é mais sincero do que as palavras” - Anita

Fotografia da série - “Sente-se”, Miguel Louro, 2005

“Fotografar assentos é um ponto de partida e um ponto


de chegada”.
Miguel Louro é um fotógrafo da Póvoa do Varzim radicado em

Braga. É conhecido pela sua obra fotográfica consignada no

livro Miguel Louro, 40 anos de fotografia - “Uma Laica

pendurada ao pescoço”.
P O E S I A

Camões, o contraste absoluto entra a vida intensa


que teve, com o Rei a dar-lhe uma tensa mensal
para sobrevivência e a forma como termina os seus
dias a esmolar através do seu escravo negro e fiel
amigo, Jau António.

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.

Luís Vaz de Camões


P O E S I A
Angústia

Tortura do pensar! Triste lamento!

Quem nos dera calar a tua voz!

Quem nos dera cá dentro, muito a sós,

Estrangular a hidra num momento!

E não se quer pensar! ... e o pensamento

Sempre a morder-nos bem, dentro de nós ...

Querer apagar no céu – ó sonho atroz! –

O brilho duma estrela, com o vento! ...

E não se apaga, não ... nada se apaga!

Vem sempre rastejando como a vaga ...

Vem sempre perguntando: “O que te resta? ...”

Ah! não ser mais que o vago, o infinito!

Ser pedaço de gelo, ser granito,

Ser rugido de tigre na floresta!

Florbela Espanca
P I N T U R A

E d w a r d H o p p e r ( 1 8 8 2 - 1 9 6 7 )

Pintor, artista

gráfico e ilustrador

norte-americano,

conhecido pelas suas

misteriosas pinturas

de representações

realistas da

solidão na

contemporaneidade.

A u t o m a t ( 1 9 2 7 )

É amplamente

reconhecido como o

mais importante

pintor realista da

América do séc. XX. O

seu trabalho

demonstra que o

realismo não é

meramente uma

cópia literal ou

fotográfica do que

vemos, mas uma

N e w Y o r k M o v i e ( 1 9 3 9 ) interpretação.
F Á B U L A S

A A s s e m b l e i a d o s R a t o s

Era uma vez uma colónia de ratos, que viviam com medo de

um gato, resolveram fazer uma assembleia para encontrar

uma maneira de acabar com aquele transtorno. Muitos

planos foram discutidos e abandonados. No fim um jovem e

esperto rato levantou-se e deu uma excelente ideia; a de

pendurar uma sineta no pescoço do gato. Assim, sempre que

o gato estivesse por perto, eles ouviriam a sineta e poderiam

fugir correndo. Todos os ratos bateram palmas: o problema

estava resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que tinha

ficado o tempo todo calado levantou-se do seu canto. O velho

rato disse que o plano era muito inteligente e ousado, que

com toda a certeza as preocupações deles tinham chegado ao

fim. Só faltava uma coisa: quem ia pendurar a sineta no

pescoço do gato?

Moral da história:

Falar é fácil, fazer é que é difícil.

- E s o p o
N A T U R E Z A
A solidão que buscamos, que nos aquece e oferece paz.
Venha pensar connosco!

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