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Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos

os cidadãos o direito à igualdade, independentemente de cor ou raça. No entanto, percebe-se


que esse pressuposto não é empregado adequadamente no país, devido a carência de ações
para combater o racismo na sociedade brasileira. Fato esse que acontece em decorrência da
cultura racista acumulada ao longo dos anos, mas também por conta da desigualdade racial.

Sob esse viés, vale salientar que a cultura racista acumulada ao longo dos anos influência
consideravelmente nas ações para combater o racismo. Acerca dessa lógica, o filósofo
iluminista John Locke elaborou o conceito de Contrato Social, em que o Estado é responsável
pelo bem-estar coletivo, a fim de amenizar a violência. Porém, é perceptível a aplicação de
maneira incoerente da tese de Locke, visto que o governo não proporciona investimentos em
programas que procurem conscientizar a população não só sobre comportamentos
preconceituosos, mas também acerca dos caminhos para combater o racismo. Nessa lógica,
mesmo que a Constituição Federal assegure os direitos à igualdade e segurança a todos
perante a lei, o Poder Público inoperante não proporciona o pleno desenvolvimento dos
cidadãos afetados todos os dias por ações preconceituosas, que derivam da cultura racista
originada principalmente de famílias brancas com grande poder, consequentemente
dificultando o combate ao racismo.

Além disso, a desigualdade racial apresenta-se como outro desafio da problemática em


questão. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os negros
representam 70% do grupo abaixo da linha da pobreza, afetando assim não o um sistema
socioeconômico, mas também o sistema educacional. Partindo desse pressuposto, é notável a
desigualdade racial no Brasil, principalmente quando se trata de educação, fazendo alusão ao
pensamento do intelectual Paulo Freire, ao evidenciar que, "se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Sob essa perspectiva, percebe-
se a importância do estímulo nas escolas ao acesso dos jovens ao reconhecimento da
importância de se discutir o combate ao racismo no Brasil, haja vista que existem muitos
jovens que não conhecem seus direitos e que não sabem que esses são prejudicados por conta
da desigualdade racial. Dessa forma, as instituições de ensino possuem uma importante
função na democratização desse acesso, colaborando para que os cidadãos possuam um
acesso e conheçam seus direitos.

Portanto, é necessário que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, aliado às Escolas,


proponha a junção de profissionais especializados nas áreas da educação e justiça, para
apresentar aos pais e alunos, por meio de palestras e outras reuniões, a necessidade de
combater o racismo no Brasil, com a finalidade de descontruir a cultura racista imposta por
anos e enfrentar a desigualdade racial. Dessa forma, a sociedade brasileira poderá desfrutar do
respeito e do bem-estar social, proposto pela Declaração Universal dos Direitos Humanos

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