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“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos

torne a ensinar quais sejam os primeiros


rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de
leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta
de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do
costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o
mal”.
(Hebreus 5:12-14)
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1 - OS PRINCÍPIOS DA CONSOLIDAÇÃO

2 - A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO

3 - TENTAR INTERPRETAR O PAPEL DE DEUS

4 - RESPEITE A PRIVACIDADE DO DISCÍPULO

5 - TREINAMENTO PARA REPRODUÇÃO DE DISCÍPULOS

6 - PRINCÍPIOS APLICADOS NA CONSOLIDAÇÃO

7 - MATURIDADE

8 - FRUTOS DA IMATURIDADE

9 - FRUTOS DA CONSOLIDAÇÃO

10 - LEALDADE E FIDELIDADE

11 - OS VERDADEIROS CONSOLIDADORES

12 - CHAMADOS PARA GERAR E CONSOLIDAR FILHOS


ESPIRITUAIS

13 - AMADURECIMENTO CONSOLIDAÇÃO E FRUTOS

14 - REVESTIR-SE DO NOVO
15 - PALAVRAS DESTRUTIVAS OU EDIFICANTES?

16 - OREMOS
INTRODUÇÃO
A arte da paternidade espiritual: a maturidade e os frutos da consolidação.
Esse é o quarto livro da série Discipulado Ativo: A Arte da Paternidade
Espiritual. A arte da paternidade espiritual é amar. Neste livro, dando
continuidade aos ensinamentos de como exercer a paternidade espiritual,
buscarei te orientar acerca da importância da maturidade, dos frutos e dos
princípios da consolidação. Irei tocar vários assuntos referentes à maturidade
e aos resultados da consolidação.

Falaremos também, de forma abrangente, sobre a imaturidade e os seus


frutos, como a murmuração, a desobediência, a deslealdade, a desonra, a
infidelidade, etc.

Este livro tem como finalidade instruir o discipulador ativo sobre como
incitar a maturidade na vida do seu discípulo, tornando-o ativo através da
consolidação.

Irei falar da arte da paternidade espiritual, transferindo essa missão aos


homens e mulheres dispostos a exercê-la na vida de seus discípulos,
tornando-os filhos espirituais.
Através do discipulado ativo nós daremos continuidade ao legado da
paternidade espiritual, que é exercida por Deus aos seus filhos. Não devemos
ter a pretensão de agir como Deus sobre as pessoas, mas podemos dar
continuidade ao Seu legado de amor.

Está escrito: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros.
Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros, e com isso todos
saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem, uns aos outros”
(João 13:34-35).
OS PRINCÍPIOS DA
CONSOLIDAÇÃO
“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens.” (Mateus 4-19)

O sucesso da consolidação não depende só do discipulador ser hábil em sua


maneira de aplicar o discipulado. O sucesso do ministério também depende
do discípulo querer viver a mudança, que é a maturidade.
No capítulo dois do livro de Atos, lemos sobre uma equipe que estava
trabalhando na consolidação dos novos discípulos de Cristo. Isso nos servirá
de ensino para o processo de uma boa consolidação.

O homem é um ser social por natureza. Isso quer dizer que ele necessita
viver em comunidade para desenvolver-se. É trabalho do consolidador
proporcionar o ambiente adequado para que o seu discípulo encontre alegria e
prazer em pertencer à família de Deus.

Lucas 8:4-15 nos traz a parábola do semeador. O apóstolo conta que houve
uma semente que não encontrou lugar adequado para ficar firme, e por isso
acabou secando. Isso acontece frequentemente com os novos convertidos,
que não encontram uma boa recepção na igreja.
A IMPORTÂNCIA DA
INTEGRAÇÃO
A integração é algo fundamental para o início do processo de
consolidação. A forma como recebemos os novos convertidos e visitantes
em nossa igreja conta muito na pontuação dos bons resultados na
consolidação.
É muito triste vermos uma igreja sem preparo físico, social e espiritual para
receber os novos filhos de Deus. A Palavra de Deus já vem nos alertando há
séculos desse grave problema, que ainda hoje impede muitas igrejas de
alcançar o devido sucesso, tudo por falta de atenção neste quesito tão
importante e crucial.
A Palavra nos adverte: “Hoje é dia de angústia, desprezo e vergonha. Eis
que os filhos vieram ao parto, mas não tiveram forças para os receberem” (2
Reis 19:3).
“Só consolida a fé quem se importa com vidas”. Essa é uma frase muito
correta. Se comparada com “quem ama, cuida”, lembramos que amor e
cuidado estão relacionados com consolidação.

A consolidação começa na igreja com o jeito como os novos agregados são


recepcionados. Quando um novo membro não se sente importante para o
corpo ele se isola dos demais, e isso é só o início da sua fuga iminente. A
pessoa está prestes a sair da igreja quando isso ocorre. Quem se sente isolado
não quer manter contato com quem o isolou.

O discipulador precisa ter visão, tanto para detectar esse problema quanto
para buscar a solução. Para que isso não aconteça com tanta frequência, é
necessário que haja mais empenho por parte do discipulado. Ele deve se
tornar mais ativo! Do contrário, esse discipulado se tornará falido, caído na
rotina. Logo nem discípulo nem discipulador irão manter o interesse no
discipulado, e ele se tornará apenas algo feito para manter as aparências.

Leia o desabafo de um discípulo frustrado: “Desde que comecei a ser


discipulado a minha vida tornou-se um caos. Não me sinto mais uma pessoa,
mas um objeto. Não tenho mais liberdade nem para adorar a Deus. Quando
chega o dia de discipulado é sempre a mesma coisa, são sempre as mesmas
perguntas enfadonhas. Já não me sinto feliz em ser um discípulo. É tudo tão
superficial que já nem sinto mais vontade de continuar indo à igreja. Estou
desmotivado a continuar com esse discipulado, não me sinto firme, estou
quase abandonando tudo!”.

Esta não é uma obra de ficção, mas a realidade de muitos que não estão
sendo consolidados da forma correta. Notem a importância dessa parte do
trajeto na caminhada individual no discipulado.

Esse relato foi dado por um discípulo que estava magoado. Esse
provavelmente será o legado deixado por seu discipulador. Ainda há quem
pense ser dono de seus discípulos. Eles o transformam num criado, uma
espécie de mordomo que existe apenas para suprir suas necessidades. É bom
lembrar de algo que Jesus disse: “Tal como o Filho do Homem que não veio
para ser servido, mas sim, para servir” (Mateus 20:28).

O discípulo verdadeiro naturalmente procura servir aquele que exerce


paternidade espiritual sobre ele e seu ministério. O problema começa quando
o discipulador interpreta esse gesto como uma recompensa ao seu trabalho.
Imposições de tarefas e cobranças de que o outro esteja sempre à sua
disposição são sintomas de apoderamento, e isso não faz parte da
consolidação.

A vida do discípulo não pertence ao seu discipulador. Jesus ordenou que


fizéssemos discípulos, não escravos. O ato de seguir deve ser decorrência do
exemplo aplicado pelo discipulador, não da manipulação que visa tirar
vantagem dos outros. Isso tem deixado muitas feridas em muitos discípulos
tementes a Deus. A capacidade de usar da autoridade com moderação é sinal
de maturidade do discipulador. Precisamos sempre estar avaliando até onde
podemos ir no exercício da autoridade sobre aqueles que Deus colocou sob
nossos cuidados.
TENTAR INTERPRETAR O
PAPEL DE DEUS
O desejo de ajudar deve ser uma das virtudes do discipulador. Tomar a
iniciativa de suprir as necessidades de um recém convertido flui
automaticamente de um coração paterno e amoroso.

Os exageros ocorrem quando perdemos a noção de limite. Por "noção de


limite" entende-se a convicção interior de não querer interpretar o papel de
Deus.

Para evitar esse equívoco, o discipulador precisa reconhecer que não tem
resposta para tudo. Quando o consolidador tenta ser um “salvador” de seu
discípulo, ele está entrando num terreno perigoso. Deus é zeloso com as
ovelhas de seu rebanho. O envolvimento exagerado acaba interferindo nos
planos que Deus deseja realizar na vida do discípulo.

Exercer paternidade espiritual sobre a vida de alguém não significa que


podemos mandar nessa pessoa. Estamos apenas dando continuidade ao
legado do Deus Pai, que é exercer a arte da paternidade espiritual. Como já
vimos, a arte da paternidade espiritual é a arte de amar. Procure amar como o
Senhor Jesus nos amou. É simples exercer o mandamento deixado pelo
próprio Cristo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39).

Devemos amar com muito amor, mas sem nos esquecermos de que a
prioridade do nosso amor é Deus: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
pensamento” (Mateus 22:37).

Ensinar isso aos discípulos é exercer consolidação!


RESPEITE A PRIVACIDADE DO
DISCÍPULO
O bom consolidador tem plena consciência de que o caráter de Deus é
manso e moderado. Deus respeita o livre-arbítrio do homem, pois Ele nos
criou com capacidade de livre escolha. Os consolidadores que ignoram esse
fato tendem a ultrapassar os limites da privacidade do discípulo.

Tem se tornado comum o abuso por parte dos consolidadores, que não
esperam que o outro escolha expor seus problemas íntimos e invade sua
privacidade. Esse tipo de situação constrange o discípulo.

Uma coisa é o discípulo espontaneamente contar, confessar ou confidenciar


algo de sua intimidade. Outra bem diferente é o consolidador forçar a entrada
ou invadir a privacidade alheia. Costumamos fazer esse tipo de coisa por
curiosidade, mas essa não é a forma correta de obter informações. Isso
satisfaz um desejo carnal do consolidador, mas cria para o discípulo um clima
de insegurança e incerteza.

Quando a convicção de pecado provém da atuação do Espírito Santo, o


discípulo naturalmente busca ajuda do seu confidente. Também não há
necessidade de trazermos à tona pecados ou problemas do passado que já
foram perdoados e cobertos pelo sangue de Cristo.

Esse tipo de situação requer muita maturidade por parte do discipulador,


principalmente se o indivíduo é daqueles que facilmente retoma sentimentos
de culpa do passado. É melhor não tocar no assunto e conversar somente
sobre aquilo que edifica, afinal, devemos aplicar a forma de discipular usando
os métodos de Jesus.
TREINAMENTO PARA
REPRODUÇÃO DE DISCÍPULOS
Isso é especialmente importante no treinamento de liderança, que traz mais
trabalhadores para a seara. Esses novos líderes podem aprender a gerar filhos
espirituais que, assim como eles, ao atingirem a maturidade necessária,
também produzirão a Deus. O Senhor Jesus fez isso com seus doze
discípulos.

“Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de


agradar àquele que o alistou para a guerra.
E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.”
(2 Timóteo 2:4-5)

A Palavra nos diz mais! Não devemos nunca deixar de proclamar a vontade
de Deus: “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”
(Atos 20:27).

Há muitas outras razões para investir seu tempo na consolidação. Ela pode
incluir momentos de comunhão, hospitalidade e aconselhamento àqueles que
demoram para compreender o que é ensinado.

Os elementos principais para um verdadeiro discipulado ativo são


adquiridos e desenvolvidos ao praticar a consolidação. A nossa qualificação
para fazer este trabalho varia de acordo com o nível do que queremos fazer.
Podemos começar iniciando alguém no discipulado, caminhando juntos em
uma rota direta e consistente com Deus, priorizando o nosso tempo
devocional com o Senhor.

A maioria dos problemas com o discipulado são ocasionados pela falta de


maturidade do consolidador, pois ele não está disposto a se encontrar
regularmente e manter seus compromissos e encargos.

O tempo que o discipulador passa com o discípulo deveria ser de pelo


menos uma hora, mas não mais do que duas. Faça mais do que apenas estudar
a Bíblia: trabalhe com metas pessoais, desenvolva habilidades espirituais, fale
sobre evangelismo e sobre o seu ministério.

Ore com seu discípulo e lhe dê conselhos. Talvez você mesmo precise
estudar e aprender mais para desenvolver este ministério. Comece com
poucos discípulos, e aumente a quantidade aos poucos. Tenha alguém para
ser um líder responsável por este ministério (consolidação) na sua célula. Se
isso for bem feito, a igreja irá crescer poderosamente em força e maturidade.
PRINCÍPIOS APLICADOS NA
CONSOLIDAÇÃO
Existem muitos princípios na Palavra de Deus nos quais devemos nos
apoiar para alcançar a consolidação. Destacarei alguns:

O princípio da honra (Romanos 13:7): “Pagai a todos o que lhes é devido:


a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito;
a quem honra, honra.”

O verbo honrar tem o significado de distinguir e fazer a diferença. É isso


que Deus espera de nós: que o honremos com tudo que somos. As Escrituras
nos apresentam pessoas como Caim, Eli, Saul e vários outros que não
demonstraram a devida honra ao Senhor Deus. Se você conhece a Palavra,
você com certeza já sabe o que aconteceu com eles.

“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa.
Para que te vá
bem, e vivas muito tempo sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis à ira a
vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.”
(Efésios 6:1-4)

“Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também


estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará.”
(João 12:26)

“De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com


ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.”
(1 Coríntios 12:26-27)

“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em


honra uns aos outros.”
(Romanos 12:10)
“Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também
estará. Aquele que me serve, meu Pai o
honrará.”
(João 12:26)

O princípio da fé (Romanos 10:17): “De sorte que a fé vem pelo ouvi e o


ouvi pela Palavra de Deus.”
É impossível agradar a Deus sem fé, pois quem dele se aproxima precisa
crer que ele existe e que será recompensado por sua fé: “Ora, sem fé é
impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus
11:6).

O princípio da revelação (Efésios 1:17-19): “Para que o Deus de nosso


Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito
de sabedoria e de revelação; Tendo iluminados os olhos do vosso
entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e
quais as riquezas da glória da sua herança nos santos. E qual a excelente
grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da
força do seu poder.”

O princípio da autoridade (Romanos 13:1): “Todos devem sujeitar-se às


autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus;
as autoridades que existem foram por ele estabelecidas, de modo que aquele
que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem
trarão sobre si mesmos condenação.”

O princípio da ordem (1Coríntios 14:40): “Por tanto que tudo seja feito
com ordem e decência.”

“Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz, como em todas as


congregações dos santos.”
(1 Coríntios 14:33)
“Ele, que é o resplendor da glória de Deus, e a expressão exata do seu
Ser, sustentando todas as coisas pela Palavra de ordem do seu poder.”
(Hebreus 1:3)

O princípio da sabedoria (Provérbios 9:10): “O temor ao Senhor é o


princípio da sabedoria, e o conhecimento daquele que busca ser justo a
maturidade.”

O princípio da semeadura (Gálatas 6:7-8): “Não se enganem: ninguém


zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se
plantar no terreno da sua natureza humana, desse terreno colherá a morte.
Porém, se plantar no terreno do Espírito de Deus, desse terreno colherá a
vida eterna.”

O princípio da fidelidade (Lucas 16:10): “Quem é fiel no pouco também é


fiel no muito, e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.” O que
é consolidação?
A consolidação na igreja está totalmente ligada ao sentido de acompanhar,
cuidar, ensinar e amar o novo convertido.

Quando você ganha uma vida para Cristo, a vida dessa pessoa precisa
passar por um processo que chamamos de Quebrantamento da Alma. Damos
esse nome para o processo de libertação na vida. A consolidação na Igreja é
fundamental e todos precisam ser acompanhados de perto.

É por isso que um dos princípios do Reino de Deus é a comunhão com os


nossos irmãos, através do relacionamento no discipulado ativo.

Você precisa ter clareza em seu coração a respeito da consolidação na


igreja. Este é um dos fundamentos necessários para que o ministério
multiplique e dê frutos maduros e consistentes.

“Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a


eleição de vocês, pois, se agirem dessa forma, jamais tropeçarão.”
(2 Pedro 1:10)

Um ministério não avança sem consolidação

Muitos líderes sabem que o nosso propósito como igreja do Senhor é


alcançar o máximo de pessoas para Cristo Jesus. Esse tipo de pensamento não
está errado, mas está incompleto. O nosso propósito vai muito mais além de
alcançar vidas. Está escrito: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”
(Mateus 28:19).

Um discípulo é aquele que segue o seu discipulador em tudo que é


proveniente da Palavra. Ele reconhece o discipulador como autoridade sobre
a sua vida, como aquele que exerce a arte da paternidade espiritual.

Nós, como embaixadores de Cristo na terra, temos Jesus como centro das
nossas vidas. A nossa missão é gerar filhos espirituais e consolidá-los, com o
objetivo de que atinjam a maturidade necessária e que possam multiplicar,
gerando outras vidas em Cristo. Para que isso aconteça, precisamos fazer um
trabalho de consolidação nas igrejas, principalmente através do departamento
da integração.

Os verdadeiros pais espirituais consolidam seus filhos espirituais

O apóstolo Paulo queria lembrar seus filhos espirituais de que, mesmo que
eles tivessem vários tutores e cuidadores, tinham apenas um progenitor.
Várias pessoas contribuíram para a sua formação espiritual, o que foi bom,
mas apenas um pai é o verdadeiro Pai Celestial.

Existe uma afeição muito especial entre a pessoa que consolida e conduz
outra pessoa a Jesus. Existe um elo entre quem acompanha o recém-
convertido e o discípulo.

O apóstolo Paulo não esperava glória por ser discipulador, e ele deixa isso
bem claro ao dizer que tudo o que fez foi pelo evangelho. Deixa claro que
seus filhos espirituais nasceram pela Palavra, e destacou que aquele que
planta a semente também rega o campo (1 Coríntios 3:5-8).

Todos são como pais espirituais na vida dos filhos de Deus.


O problema é que os coríntios haviam se esquecido desse relacionamento e
haviam sido seduzidos por outros mestres, por outras doutrinas. O apóstolo
Paulo estava cobrando lealdade e honra de seus filhos espirituais na igreja de
Corinto.

Quase todo pai já teve a experiência de ver seus filhos sendo influenciados
por “mitos”, alguns considerados heróis. Muitas vezes isso acontece num
momento da vida em que o pai ou a mãe são tirados do pedestal dos filhos,
que os substitui temporariamente por heróis fictícios. O apóstolo Paulo sofria
essa rejeição. Isso doía muito nele, pois apenas ele sabia o quanto havia
sofrido para gerar aquelas vidas para Cristo.

Mesmo triste, Paulo não sentiu seu ego ferido. Por que será? É porque seus
filhos espirituais estavam sendo seduzidos por falsas mensagens que os
desviavam do verdadeiro foco, que era Cristo Jesus. Paulo chamou-os de
volta através da disciplina aplicada. Na verdade, Paulo foi movido por um
intenso ciúme espiritual de pai, por medo de perder seus filhos, pois foi ele
que sofreu, quase que sentindo dores de um parto a fim de levá-los para a luz
de Cristo.

Podemos sentir ciúmes dos nossos filhos espirituais? Bom seria se não
sentíssemos, mas isso é praticamente impossível. Se realmente nutrimos um
amor terno por eles, isso é inevitável. Até mesmo Deus, através do seu
Espírito, nos demonstra isso. Ele também tem ciúmes de nós. Está escrito:
“Ou vocês acham que é sem razão que a escritura diz que o Espírito que ele
fez habitar em nós, tem fortes ciúmes de nós?” (Tiago 4:5).

O que dizer diante disso? Devemos ser maduros e deixar aflorar nossa
maturidade espiritual, assim não nos apegaremos a situações embaraçosas.

Jesus nos deixou uma tarefa, que foi registrada em cinco livros bíblicos: a
tarefa de gerar filhos espirituais e criá-los pela fé: “Então, Jesus aproximou-
se deles e disse: ‘Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra;
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que ordenei a vocês, e eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.’”
(Mateus 28:18-20).

Em João 15:2,5,8, fica bem claro que Deus quer que demos frutos
permanentes. Os frutos no texto se referem a vidas transformadas pelo poder
da Palavra que liberta. A expectativa do Senhor para nós é que amemos os
nossos filhos espirituais da mesma maneira como Ele nos ama, e que
cuidemos bem de cada um deles, consolidando-os na verdade que liberta.
Apesar de serem nossos filhos na fé, não cuidamos deles para nós mesmos.
Cuidados para o grande agricultor, o verdadeiro Pai!

Exercer o legado da paternidade espiritual é amar como o verdadeiro


Pai

Precisamos atrair os olhos de nossos filhos espirituais para nós, para que
sejam nossos imitadores, assim como o apóstolo Paulo diz: “Sede meus
imitadores, como também eu de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Paulo quis dizer:
“Filho, observe o que estou faça. Faça o eu e faço, do jeito que faço”.

Filhos naturalmente imitam seus pais. Seus pequenos olhos estão sempre
nos observando. Isso não significa que o pai de família (ou o pai espiritual)
seja perfeito. Mesmo no momento em que pedimos perdão nós estamos
ensinando nossos filhos sobre como se portar dignamente como criaturas de
Deus.

Dizem que a imitação é a maior forma de elogio, bem como a técnica


didática mais eficaz. A pessoa imitada é, geralmente, muito admirada.

Talvez o testemunho mais triste venha do pai que diz: “Filho, faça o que
falo, mas não faça o que faço” É decepcionante quando pais dizem: “Filhos,
vão à igreja. Não esperem por mim, pois eu não vou!”.

“Sedes, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor,


como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por todos nós,
como oferta de sacrifício vivo subiu o seu aroma suave até Deus.”
(Efésios 5:2)

Não é por acaso que a intimidade do lar é o contexto no qual a realidade da


nossa fé mais se manifesta. O pai, cheio do Espírito Santo, ensina ao filho o
caminho da verdade.

Somos membros um dos outros, não devemos pecar ou deixar de pedir


perdão.

“Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo;
porque somos membros uns dos outros.
Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar
ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as
mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver
necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que
for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E
não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia
da redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda
a malícia sejam tiradas dentre vós, Antes sede uns para com os outros
benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus vos perdoou em Cristo.”
(Efésios 4:25-32)

“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.”


(Efésios 5:21)

O processo de formar filhos, tanto espirituais quanto naturais, é trabalhoso


e doloroso. Às vezes pode até ser decepcionante. Entretanto mesmo diante
dessas provações o apóstolo Paulo manda um recado para sua igreja na
Galácia, dizendo: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto,
até que Cristo seja formado em vós” (Gálatas 4:19).

Neste trecho, o apóstolo Paulo estava expressando o seu sentimento de


decepção quanto aos atos de alguns filhos espirituais da igreja de Gálatas.
Paulo chega ao ponto de dizer que gostaria muito de estar diante deles de
corpo presente, a fim de lhes dar algumas palmadas espirituais até que Cristo
se formasse neles. Ou seja, até que recobrassem a sensatez e se moldassem
segundo o coração de Cristo Jesus.

Não desista! Não desanime! Como pais naturais e espirituais nós iremos
passar por decepções e dificuldades na caminhada do ministério da
paternidade espiritual. Jesus também passou por dificuldades: ele foi traído,
abandonado e desprezado. Seus apóstolos também sofreram: foram
ultrajados, presos e humilhados. Para proteger seus filhos espirituais
chegaram a se entregar a prisões e à morte. Isso tudo pelo amor que tinham
em relação à obra de Cristo. Fizeram de tudo para honrá-lo.

Não devemos nos esquecer de que há uma recompensa para tudo isso. A
alegria de gerar um filho espiritual é fantástica. A felicidade de participar do
processo de formação de caráter de um filho é imensurável. Assim como
disse o nosso querido apóstolo João: “Não tenho maior alegria do que esta, a
de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3 João 1:4).

Como exercer uma paternidade produtiva através da consolidação

Muitas pessoas pensam que o discipulado é apenas um tempo que


passamos na igreja ou estudando, mas ele é muito mais do que isso.

Discipular significa ajustar a nossa vida à vida do Senhor Jesus, como


lemos nas Escrituras. Enfatizamos bastante que todos que são recém-
convertidos devem passar pelo discipulado, seja no sistema de aprendizado
ou em um núcleo espiritual, seja em grupo ou de forma individual.

É certo afirmar que todos nós, que nos relacionamos com Deus, estamos
aprisionados em um discipulado constante. Não nos permitimos sair, mesmo
tendo o benefício do livre arbítrio. Os discípulos ativos querem a presença de
Jesus todos os dias. Se você é um discipulador de uma pessoa recentemente
convertida e pretende consolidá-la, as questões que você deve levantar são
estas:

01) Quais são as suas intenções nessa sua nova caminhada com Cristo?

02) Você realmente deseja se tornar um discípulo ativo de Cristo?

03) Se você já está engajado, como está sendo o seu desenvolvimento


como discípulo?

04) Você tem conseguido se manter em constante disciplina nas suas


devoções a Cristo?

05) Como você tem visto o discipulado aplicado por seu discipulador? É
um discipulado ativo e dinâmico ou apenas ocasional e superficial?

06) Você tem progressivamente adotado o estilo de Cristo em seu viver?

07) Tem vencido seus medos e dificuldades através da fé?

08) Você tem superado as tentações e vencido as provas difundidas pelas


adversidades, sempre com ânimo de um vencedor, em prol de glorificar a
Deus?

09) Seus relacionamentos são edificantes? Você ainda nutre


relacionamentos ativos com pessoas que procuram te afastar de Deus?

10) Sua ação evangelística de curto e de longo prazo é eficiente?

Suas respostas indicarão o seu nível de entusiasmo no seu próprio


discipulado, seja você filho ou pai espiritual.

Tempo na presença de Deus

Se você já é um discípulo em crescimento e busca conhecer a Deus, aqui


vão algumas dicas práticas de como tornar seu discipulado mais proveitoso e
intensificar seu relacionamento com o Senhor.

Uma sugestão para que seu discipulado seja produtivo é dedicar tempo na
presença de Deus. Falar sobre isso é quase como chover no molhado. Todo
crente sabe que, para ter uma vida saudável com Deus, é preciso tomar doses
diárias de oração e Bíblia.

Mesmo sabendo que devemos orar e ter comunhão com a Palavra todos os
dias, nem sempre conseguimos fazer isso. Entre saber e fazer há uma grande
diferença: a atitude.

Geralmente nos deparamos com questões interiores, como:

“Por que eu não consigo manter uma rotina constante de orações?”.

“Como vou conseguir orar todos os dias se tenho pouco tempo para isso?”.

“Fulano não conhece minha vida. Se conhecesse, saberia que é impossível


reservar meia hora para Deus no meu dia tão cansativo!”.

“Como ele consegue orar uma hora por dia? Isso é coisa só para pastor!”.

“Eu até quero ter mais tempo com Deus, mas isso só será possível depois
que eu me aposentar”.
Para desenvolvermos um relacionamento com Deus precisamos dedicar
nosso tempo a sós com Deus. Só conseguimos isso através da oração.

O tempo a sós com Deus consiste exclusivamente em mantermos nosso


relacionamento com Deus ativo. Isso inclui a oração, mas não se limita a ela.
Dedicar tempo na presença de Deus envolve responder ao Senhor o que se lê
nas Escrituras. Inclui o clamor pela intercessão por pessoas ao nosso redor e
ao Pai. Pedimos ajuda para superar as dificuldades e para focar na grandeza
do Senhor.

Não espere ter tempo pra Deus. Faça este tempo acontecer, dê prioridade
para esse tempo, Deus é mais importante que qualquer outra coisa. O
discípulo ativo precisa passar mais tempo com o seu Criador!
MATURIDADE
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino,
discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as
coisas de menino.” (1 Coríntios 13:11)

Deus deseja que todos os seus filhos alcancem a maturidade. Quem é


maduro não cai facilmente nas armadilhas do Diabo, e sabe como vencer a
mentira e as tentações com a ajuda de Jesus, proferindo e usando a Palavra
como arma de defesa. Um discípulo maduro sabe que podemos crescer
através da Palavra. Alcançar a maturidade é um dos pontos mais importantes
da caminhada cristã.

Quando amadurecemos nós temos mais capacidade para ajudar outros


discípulos a crescer. Migramos dos ensinos básicos a respeito de Cristo e
passamos para um alimento mais sólido, visando sempre uma maturidade
mais firme e profunda.

Quando o assunto é o conhecimento a respeito das coisas de Deus, nós não


devemos nos contentar com o básico e o trivial. Precisamos nos aperfeiçoar
no amadurecimento não apenas como humanos, mas principalmente como
discípulos de Cristo.
O conhecimento de causa nos traz credibilidade para que tenhamos o
reconhecimento da nossa consolidação na vida que buscamos ter em Cristo.

“Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e


avancemos para a maturidade, sem lançar
novamente o fundamento do arrependimento de atos que
conduzem à morte, da fé em Deus, da instrução a respeito de batismos, da
imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno. Assim
faremos, se Deus o permitir.” (Hebreus 6:1-3)
“Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é
discernido. Porque, quem conheceu a mente do
Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.”
(1 Coríntios 2:15-16)
A maturidade é algo que o ser humano deveria buscar com muito empenho.
Falo do discípulo ativo de Cristo, empenhado em exercer a paternidade
espiritual e dando continuidade ao legado que Deus nos deixou como
exemplo, através de seu filho Jesus. Mas também falo de todos os demais,
pois a maturidade deveria ser o objetivo de todos que se consideram filhos do
Altíssimo.

Os filhos de Deus foram incumbidos de propagar as boas novas e difundir a


Palavra, fazendo discípulos. A maturidade no conhecimento de Deus é
extremamente necessária, pois devemos saber o que falar, como falar e como
passar o entendimento da Palavra através do seu Espírito. A maturidade é
fundamental para isso. Está escrito: “Falamos de sabedoria entre os que já
têm maturidade, mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era,
que estão sendo reduzidos a nada. Ao contrário, falamos da sabedoria de
Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do
princípio das eras, para a nossa glória” (1 Coríntios 2:6-7).

A maturidade é muito importante, principalmente, para os relacionamentos.


Ela tem uma ligação muito maior com o grau de desenvolvimento de uma
pessoa e com seu espírito. Por isso algumas pessoas são mais maduras
precocemente.
É claro que experiências de vida costumam fazer uma pessoa amadurecer.
No entanto, isso nem sempre acontece, e na grande maioria das vezes
encontramos pessoas teimosas, que vivem quebrando a cara repetidas vezes e
ainda assim não mudam suas atitudes. Essas pessoas acabam tendo que
aprender a duras penas, e só recobram a sensatez depois de terem errado
muito da vida. Nesse ponto essas pessoas já estão cansadas de dar murro em
ponta de faca: “Por isso desprezei a vida, pois o trabalho que se faz debaixo
do sol pareceu-me muito pesado, e cansativo, tudo era inútil, era como
correr atrás do vento” (Eclesiastes 2:17).

Se alguém me perguntasse o que é mais importante num relacionamento


dentro e fora do discipulado ativo, com toda a certeza eu responderia que é a
maturidade. Talvez a pessoa fizesse mais perguntas: “Mas o que é isso,
exatamente? Você quer se relacionar com pessoas mais velhas?”.
Para começar, não existem pessoas velhas no sentido pejorativo da palavra,
mas apenas pessoas maduras, mais experientes. As pessoas vivem em fases
diferentes de maturidade, e percebi mais de uma vez que a idade costuma ser
o referencial de maturidade da maior parte das pessoas. Isso não está
exatamente errado, pois a própria palavra “maturidade” passa essa ideia, por
juntar as palavras “madura” e “idade”.

Contudo não devemos ligar a maturidade à idade das pessoas, pois isso se
torna um conceito limitado. A maturidade vai bem mais além, e não está
necessariamente vinculada à idade cronológica.

Não é difícil encontrarmos crianças que nos surpreendem pelo seu nível de
maturidade, e não é raro encontrarmos adultos que assustam pelo nível de
imaturidade.
A maturidade é extremamente relativa. Há crianças maduras e adultos
imaturos, o que demonstra claramente que aquilo que deveria ser lógico
(adultos esbanjando maturidade e crianças curtindo sua imaturidade na
infância) não é uma regra. Para tudo há exceções, e isso tem causado um
desatino tremendo nas igrejas e em seus departamentos.

Características da maturidade

Agora irei me aprofundar em algumas características da maturidade.

01) Maturidade é altruísmo

Uma pessoa madura é altruísta e solidária. Não pensa apenas em si mesma


e não se deixa prender por egoísmo. Pratica a caridade em seus atos
solidários.

Ser altruísta é ter a qualidade, sentimento ou atitude de quem faz o bem ao


próximo sem esperar nada em troca. É altruísta aquele que tem tendência
natural e instintiva de se preocupar com o seu próximo e lhe faz o bem
apenas por gostar de ajudar as pessoas, de maneira voluntária.

Uma pessoa madura não se prende a opiniões errôneas dos outros, não age
para agradar ou deixar de agradar alguém, e é fiel a si mesma, e a seus
conceitos e princípios firmados pela sensatez da maturidade.

02) Maturidade é responsabilidade

Uma pessoa madura assume a responsabilidade por sua vida e pelo seu
caminho. Tem senso de responsabilidade sobre si mesma, assumindo as
rédeas de sua realidade e de seu crescimento com disciplina e nitidez.
Enquanto uma pessoa imatura sempre busca culpar os outros, tentando
transferir a responsabilidade que lhe cabe a terceiros, a pessoa madura
compreende que as demais pessoas não são responsáveis por sua felicidade e
bem-estar. Uma pessoa madura assume sua responsabilidade no meio em que
vive, seja na família, no trabalho ou em sociedade.

A responsabilidade cultivada pela maturidade é algo primordial.


Infelizmente, pouquíssimas pessoas desfrutam de seus benefícios por conta
de suas inclinações à rebeldia. Quem não é responsável é insensato, pois
assim retarda as bênçãos que deveriam estar chegando em sua vida. Pessoas
assim não prosperam em seus ministérios, profissões e vida social.
03) Maturidade é respeito

Um sinal claríssimo de imaturidade é o desrespeito pelo próximo. Aquele


que não respeita não é maduro. Ter maturidade é entender que todos nós
somos iguais em nosso direito de existir e de ir e vir.
Uma pessoa madura respeita o espaço do outro e tem consciência de que
não há seres humanos superiores ou inferiores. Qualquer um merece respeito,
por mais que não gostemos da pessoa, por mais que ela seja diferente de nós,
por mais que não a compreendamos e não concordemos com ela.
Independente dessas coisas, ela merece o mesmo respeito que atribuímos
àqueles que estimamos. Não há exceções para essa regra.

04) Maturidade é coragem

Maturidade é ter coragem de ver as coisas como são, sem enfeitá-las, sem
se perder em ilusões. Ser maduro é ter coragem de ser lúcido e verdadeiro. É
ser corajoso o suficiente para enfrentar a vida sem fugir, sem enfiar a cabeça
em um buraco.
Ser maduro é ter coragem de caminhar com os próprios pés. É ser sincero e
não se deixar corromper por medo de dizer o que realmente pensa ou sente –
logicamente dentro dos parâmetros da sensatez e do respeito.

Todos nós temos medos. Um medo comum é o de fracassar, por exemplo.


Uma pessoa madura não se deixa levar por esse sentimento: ela o enfrenta, e
busca realizar seus projetos mesmo consciente dos riscos.

Essa pessoa não se deixa consumir pelo medo de cair, pois sabe que
aprende com os tombos. São com os tombos que temos a chance de
reconhecer onde erramos e prosseguir com otimismo. Por outro lado, os
imaturos temem caminhar, pois tem medo de errar. Por terem medo de sofrer,
pessoas imaturas não correm riscos e vivem de forma estagnada.
05) Maturidade é tolerância

Ser maduro significa ser tolerante com os outros e aceitar que somos todos
imperfeitos e limitados. Ninguém pode desmerecer o direito de alguém existir
e ser como ele é, independente de gostar ou não de sua postura. A Palavra nos
adverte que devemos suportar uns aos outros, nos guardando através do
vínculo da paz (Efésios 4:2-3).

A tolerância é um dos frutos da maturidade. Essa virtude pode ser


comparada à compreensão. Um exemplo prático da falta desse fruto da
maturidade pode ser encontrado diariamente no trânsito, onde pessoas
aparentemente sensatas facilmente explodem por não conseguirem manter o
controle de seu temperamento. Essas pessoas são classificadas pelos
psicólogos como “sanguíneas”. Pessoas assim tendem a ser insensatas,
agindo de forma imatura em situações delicadas, que exigem autocontrole.

06) Maturidade é compreensão para consigo mesmo

Ser maduro é ser compreensivo consigo mesmo, aceitando suas limitações,


que são inevitáveis. Pessoas maduras normalmente não se aborrecem quando
erram. Quando isso acontece, o aborrecimento não dura mais que o tempo
necessário para que possam se recompor.
Pessoas maduras não ficam se martirizando por suas falhas. Ser maduro é
dar carinho e atenção a si mesmo, aceitando seus defeitos e limites, e
tentando sempre melhorar e crescer. Devemos entender que todo mundo tem
seus defeitos e erra. Nosso papel é reconhecer essas limitações e procurar
melhorar, dentro dos limites.

07) Maturidade é encarar a dor do sofrimento sem murmurar

Ninguém neste mundo está livre da dor e do sofrimento. Uma das formas
de expressar maturidade é aceitar esse fato com responsabilidade,
compreendendo que ele faz parte da vida, mas sem se entregar à tristeza e ao
ressentimento, sem transformar o sofrimento em um monstro imbatível.

Ser maduro é aceitar a dor sem se ver como vítima. Devemos aceitar o
sofrimento como aquilo que ele é: uma parte indesejável, porém inevitável
em nossas vidas. Maturidade não é buscar ser feliz o tempo todo, mas saber
que a tristeza também é importante para o crescimento. Devemos aceitá-la
com dignidade.

Uma pessoa madura entende que o mundo não é preto e branco, que não há
sempre um “certo” e um “errado”. Há várias verdades nesse mundo. As
coisas nem sempre são como parecem ser. Tudo na vida tem, no mínimo,
dois lados. Ver o mundo sem diferenciar as várias perspectivas limita nossa
visão.

08) Maturidade é coerência

Uma das coisas que mais tenho visto nos últimos tempos é a incoerência de
posturas. Vejo muita gente se contradizendo, com uma capacidade extrema
de dizer uma coisa e negá-la na mesma frase. É gente que diz: “Não sou
racista, mas acho que todo negro é isso ou aquilo”. “Nada tenho contra
homossexuais, mas não aceito dois homens se beijando perto de mim”. “Não
discrimino religião alguma, mas acho que todo muçulmano é terrorista”, e
assim por diante. Quem se posiciona assim mostra incoerência, e isso é um
forte sinal de imaturidade.

Sim, maturidade requer coerência. Não adianta falar de amor ao próximo


apenas na teoria e, na prática, discriminar as pessoas, desejando-lhes o mal e
propagando preconceitos e opiniões negativas sobre elas.
09) Maturidade é capacidade de reflexão

Uma pessoa madura reflete antes de se expressar, pois ela sabe que aquele
pensamento que veio em primeiro lugar, principalmente em situações
sobrecarregadas emocionalmente, pode estar totalmente distorcido. Ela sabe
que seus sentimentos e a forma como os interpreta podem estar
completamente equivocados, e que precisam ser repensados antes de serem
exteriorizados.
É importante controlar as emoções de forma racional. Sentimentos
negativos como desprezo, a inveja, o ciúme, a vingança, a raiva e a
agressividade devem ser controlados, mas não ignorados. Reflita sobre seus
sentimentos.

10) Maturidade é humildade

Você é uma pessoa especial, sem dúvida! Mas todos somos especiais, de
formas únicas. Sim! Você, eu, o carteiro, a mulher da padaria, o vizinho,
enfim, todo mundo é especial!

Não reconhecer isso e se achar mais especial que as outras pessoas é ser
vaidoso, prepotente e imaturo.
Uma pessoa madura compreende que ela é uma pequena parte de um todo,
um grão de areia numa duna, uma única letra em um livro, uma estrela
solitária no firmamento. Ser maduro é ser humilde e ter consciência das
próprias limitações. É viver com modéstia e simplicidade.

11) Maturidade é justiça

Somos imaturos quando somos injustos. Estamos agindo de forma injusta,


por exemplo, quando estamos frustrados e descarregamos isso em alguém.
Pessoas maduras também se aborrecem, mas não descarregam sua raiva nos
outros.

Também somos injustos quando julgamos alguém precipitadamente;


quando atacamos uma pessoa de forma desnecessária; quando não
reconhecemos que outras pessoas possuem os mesmos direitos que nós;
quando praticamos o princípio de “um peso e duas medidas”; quando
julgamos e condenamos alguém sem provas de sua culpa; quando cobramos
mais dos outros do que de nós mesmos, etc. A pessoa madura busca agir de
modo justo, atribuindo a si e aos outros direitos e deveres iguais.

12) Maturidade é equilíbrio e sabedoria

Uma pessoa madura tem competência para se relacionar com os outros em


qualquer ambiente, e possui habilidade de evitar conflitos desnecessários e
improdutivos. Ela busca o equilíbrio e a paz social em todos os lugares: na
sociedade, dentro de sua casa, entre os amigos, enfim, em qualquer ambiente
que frequenta.

A pessoa que é equilibrada age com sabedoria e busca somar, não dividir.
Este indivíduo está sempre partilhando o que sabe e buscando o que é bom
para todos. Alguém que é equilibrado e sábio busca criar um clima positivo e
harmonioso, onde se constrói ao invés de destruir. Isso é alcançado quando
uma pessoa é clara, serena, humana e pratica o bem, almejando a evolução do
todo.
13) Maturidade é abominar a murmuração

“E os homens que Moisés mandara a espiar a terra, e que, voltando,


fizeram murmurar toda a congregação contra ele, infamando a terra.
Aqueles mesmos homens que infamaram a terra, morreram de praga perante
o Senhor. Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, que eram dos
homens que foram espiar a terra, ficaram com vida.”
(Números 14:36-38)

Esse texto nos conta que, enquanto o povo de Israel murmurava, duas
pessoas – Josué e Calebe – abominavam a murmuração dos demais. Eles não
caíram nesse erro, e essa atitude permitiu que eles continuassem vivos até a
conquista da terra prometida.

Ninguém da primeira geração do povo que estava no deserto chegou à terra


prometida, exceto por Josué e Calebe. Eles enxergavam com os olhos da fé.
Não reclamavam diante dos problemas, mas fixavam seus olhos em Deus. O
o Senhor honrou a postura deles, da mesma forma como sempre honrará
aqueles que permanecem firmes durante momentos adversos.

Alguns sinais de maturidade:

1 - Seus hábitos pessoais estão acima de qualquer censura;

2 - Você subordina seus interesses pessoais às exigências de seu


cargo;

3 - Demonstra elevado senso de lealdade ao seu superior;

4 - Inspira e mantém a moral elevada sob condições desfavoráveis;

5 - Tem autocontrole excepcional em situações de crise;

6 - Sabe ser independente;

7 - Tem senso de responsabilidade;

8 - É perseverante e flexível, tem capacidade de tolerar desconforto


sem recorrer à murmuração.

Alguns sintomas de imaturidade:

1 - Você se recusa a enfrentar a realidade;


2 - Possui o hábito de alegar razões tolas para justificar
comportamento infantil;

3 - É incoerente em sua conduta;

4 - Possui o hábito de fugir de tarefas difíceis;

5 - Tem acessos de ira quando se frustra;


6 - Demonstra dependência doentia de outrem.
FRUTOS DA IMATURIDADE
A imaturidade é um padrão comportamental de quem ainda está numa fase
de desenvolvimento intelectual, emocional, moral e espiritual.

Uma pessoa imatura é incrédula, prepotente, ingrata, egoísta e egocêntrica.


Será que sou uma pessoa imatura?

A pessoa imatura é alguém que está no meio do caminho. Ainda não


conseguiu consertar todos os seus pontos negativos, mas sabe que pode
mudar. Aos poucos tem se tornado sólida com a ajuda de um discipulador.

Defasagem entre a idade cronológica e a idade mental

É uma das manifestações que mais chama a atenção logo de cara. Não
esqueçamos de que há pessoas que amadurecem cedo e outras que levam
mais tempo, e isso pode interferir um pouco na observação.

Atraso mental ou deficiência cognitiva: uma opinião psicológica

Imaturidade não significa somente atraso mental ou deficiência intelectual.


A imaturidade pode estar relacionada à defasagem do aprendizado de
conteúdos não experimentados ou vivenciados.

Ter maturidade significa que a idade cronológica está concomitante em


relação à maturidade emocional e cognitiva. Pessoas com atraso mental
podem obter maturidade relativa com as mediações pertinentes, mesmo que
sua maturidade seja diferente das pessoas típicas de sua idade.
Mas este é apenas um parâmetro para deficiência cognitiva.

Imaturidade tem a ver com o subdesenvolvimento dos níveis neurológicos,


e não com transtorno de personalidade ou cognitivo. Refere-se a
comportamentos que são respostas aos estímulos do ambiente. Não está
relacionado à deficiência cognitiva.
É muito delicado falar sobre a imaturidade estar relacionada ao atraso
mental, tendo em vista que o assunto envolve uma série de contextos que
precisam ser avaliados.

Observação: não se usa mais o termo “atraso mental”, pois foi substituído
pelo termo “deficiência cognitiva”.

Instabilidade emocional

A instabilidade emocional manifesta-se nas mudanças do estado de ânimo.


O sujeito passa da euforia à melancolia de um dia para outro, ou mesmo de
uma hora para a outra.

É preciso distinguir essa variação de transtorno bipolar. O imaturo é


desigual, variável, irregular e inconstante. Os seus sentimentos movem-se e
balançam como um pêndulo, de maneira que ninguém nunca sabe o que
esperar dele. Essa fragilidade é um traço bem característico da imaturidade.

Pouca ou nenhuma responsabilidade

A imaturidade tem níveis, e um desses níveis é a falta total ou parcial da


responsabilidade. O estado de imaturidade acarreta ao seu portador uma
instabilidade constante do seu senso de responsabilidade.

Ausência de um projeto de vida

A vida não pode ser improvisada. É preciso se organizar e montar um


esquema que planeje o futuro. Os três grandes temas do nosso projeto de vida
devem ser o amor, o trabalho e a cultura. O sujeito imaturo não assume
seriamente nenhum dos três. Não se vive sem amor: ele deve ser a válvula
propulsora, que impulsiona e dá força aos outros dois aspectos.

Uma pessoa imatura não consegue se comprometer com esses três grandes
temas.

Falta de maturidade afetiva

É preciso compreender o que é o amor e vê-lo como a vértebra da nossa


vida sentimental. É o amor que dá sentido à vida, mas não há amor sem
renúncias. É preciso ter a consciência de que ninguém é absoluto para o
outro, pois não há amor eterno entre os homens. Isso só existe em filmes, nas
canções e na cabeça das pessoas imaturas. O que existe é o amor trabalhado
de cada dia.

Amar não significa ter sentimentos doces, mas voltar-se junto do outro para
as pequenas realidades cotidianas. A maturidade afetiva é uma dimensão à
parte, com características próprias e específicas.

É fácil se apaixonar, mas é difícil ficar apaixonado. A paixão amorosa,


sinceramente falando, é coisa para os imaturos. O amor deixado por Deus
entre os homens é puro e simples, isento de fantasias. Ou é, ou não é, simples
assim. Infelizmente, o que vemos hoje é uma verdadeira socialização da
imaturidade afetiva.

Falta de maturidade intelectual

A inteligência, assim como a afetividade, é outra das grandes ferramentas


da Psicologia.
Há muitas formas de inteligência. Alguns exemplos: inteligência teórica,
prática, social, analítica, sintética, discursiva, matemática, analógica,
intuitiva, reflexiva... E ainda há mais! Mas vamos montar um raciocínio
claro: uma pessoa é inteligente quando sabe se focar num tema ou propósito,
e faz raciocínios e juízos adequados sobre a realidade.

Podemos dizer que alguém é inteligente quando é capaz de formular um


conjunto de soluções exequíveis e positivas para problemas concretos.

Na linguagem mais moderna da Psicologia Cognitiva, inteligência é saber


receber a informação, codificá-la e ordená-la corretamente na mente, a fim de
oferecer respostas válidas, coerentes e eficazes. Nesse campo, as
manifestações de imaturidade são ricas e variadas: falta de visão e
planejamento do futuro, o crescimento excessivo do presente e exaltação do
instante, falta de justiça nas análises pessoais e gerais, sérias dificuldades
para racionalizar fatos e sistematizá-los, etc.

A vida é como uma viagem, e por isso é importante saber aonde se quer
chegar. A maturidade é indispensável para não nos tornarmos turistas
desorientados na passagem por essa vida.

Pouca educação na disposição

A disposição é uma joia que enfeita a personalidade do homem maduro. Se


a disposição é frágil e não foi temperada por uma luta constante, transforma o
sujeito em um tipo débil, mole, volúvel, caprichoso, incapaz de propor-se a
objetivos concretos. Essa pessoa se desfaz de tudo com o primeiro estímulo
que vem de fora, abandonando a tarefa que já estava por terminar. É a
imagem do menino mimado, digna de pena, que é levado, arrastado e
tiranizado por aquilo que é mais gostoso, aquilo que o corpo pede no
momento. Não sabe dizer “não” e fazer renúncias.

Uma pessoa que não foi educada para medir sua disposição é estragada,
paparicada, malcriada e se dobra diante de qualquer exigência série. Pessoas
assim nunca atingirão seu potencial. Um ser que aprendeu a ganhar tudo no
grito faz biquinho e cruza os seus braços sem sinal de protesto quando suas
manhas não funcionam.

É por isso que pessoas assim se tornam volúveis, inconstantes, levianas,


superficiais e frívolas. Ficam entusiasmadas facilmente, mas logo abandonam
os nossos interesses. São como fogo de palha, que começa e termina rápido.

Isso acarreta outras consequências. O sujeito apresenta baixa tolerância às


frustrações e é um mal perdedor, pois tem pouca capacidade de superar as
adversidades, uma vez que não está acostumado a passar por dificuldades.

As dificuldades e as lutas nos dignificam. Elas têm um propósito excelente


na vida do homem. Vencê-las nos capacita e nos faz amadurecer, criando em
nós estruturas para encarar o mundo e suas adversidades. O imaturo, por
outro lado, não sabe lidar com as lutas e foge delas, refugiando-se num
mundo fantástico a fim de escapar da realidade.

A pessoa madura sabe se calar quando é melhor não dizer nada, e sabe não
se calar quando falar é necessário. Ela busca a paz de espírito, o
entendimento, o equilíbrio entre as energias e entre as pessoas. Uma pessoa
madura age com constância, e não de acordo com seu humor. Ela sabe que
diversão e distração são necessárias, mas que trabalho e engajamento também
são. A balança só se equilibra quando os opostos se igualam.

Resumindo: amadurecer é aprender a viver de forma independente, com


responsabilidade e respeito por você mesmo e pelo mundo à sua volta, tendo
coragem de ver as coisas como elas são. Ser maduro é prosseguir apesar das
incertezas e dos medos, sendo tolerante para com os demais e complacente
consigo mesmo, aceitando a dor sem se entregar a ela, tendo uma visão
diferenciada e coerente do mundo, refletindo com humildade e praticando a
justiça, buscando sempre o equilíbrio e a sabedoria.

Talvez você, caro leitor, esteja pensando: “Puxa, é muita coisa! Assim
ninguém nunca vai conseguir amadurecer!”. De fato, nenhum ser humano é
perfeito. A maturidade, em sua plenitude, é uma meta que nos serve como
guia e nos ajuda a crescer, mas sem ansiar a perfeição. Se fôssemos perfeitos
seríamos anjos, e não humanos! Ser maduro é entender que nenhum de nós
jamais conseguirá ser sempre e completamente maduro, mas que podemos
nos esforçar e fazer muito para o nosso crescimento pessoal.

O principal benefício do amadurecimento é a felicidade. É comprovado que


pessoas que procuram conhecimento e buscam se aperfeiçoar emocional e
intelectualmente são mais felizes.

Não estou falando apenas do curto prazo. O conhecimento possui seus


maiores efeitos a longo prazo. Em outras palavras, colhemos o valor de
nossos investimentos em nós mesmos através do conhecimento e da
felicidade. O lado emocional trabalha com recompensas, e às vezes
escolhemos a felicidade quando devíamos estar escolhendo entre certo e
errado. Podemos nos arrepender depois, e sabemos disso conscientemente.
Mesmo assim, optamos pela felicidade.

O segundo benefício de possuir conhecimento e controle emocional é o


equilíbrio. Pessoas com conhecimento e com controle emocional, são as
pessoas que preferimos como líderes. Preferimos ter essas pessoas por perto
para que nos auxiliem com decisões e escolhas. Esse equilíbrio ajuda pessoas
a tomarem decisões racionais, não emocionais.
Em outras palavras, em vez de tomar uma decisão entre o certo e o errado
enquanto se procura pela felicidade, a pessoa diz para si mesma: “Seria bom
fazer algo que me faz feliz. Mas, no final do mês, se eu comprar isso eu não
poderei fazer outra coisa”.

Da mesma forma, uma empresa precisa tomar decisões pensando no âmbito


racional, através da lógica.

O terceiro benefício é familiar. A pessoa com conhecimento e maturidade


emocional possui relacionamentos familiares melhor estabilizados do que a
maioria das famílias no mundo.

O quarto benefício é financeiro. A longo prazo, o equilíbrio, o


conhecimento e o controle emocional nos oferecem um futuro promissor e
equilibrado.

Poderia citar diversos outros benefícios, como contatos pessoais,


oportunidades e afins. O conhecimento e o controle emocional nos tiram
juntos da mediocridade, e nos transforma em pessoas extraordinárias.

Digo “extraordinárias” para não dizer “comum”. Possuir maturidade e


conhecimento deveria ser o que todo ser humano deseja alcançar.
Infelizmente, somos sujeitados à sociedade, à televisão, às pessoas de mal
caráter e pouco conhecimento, e acabamos deixando de lado essas
importantes ferramentas. Nos deixamos levar por nosso ambiente em vez de
procurarmos o que realmente importa.

Controle emocional, juntamente com o conhecimento, nos transforma em


pessoas melhores.
OS FRUTOS DA
CONSOLIDAÇÃO
A maturidade espiritual é um processo que começa quando uma pessoa
aceita Jesus Cristo como salvador. Ele ou ela nasce de novo do Espírito Santo
e, em seguida, escolhe viver em Cristo. O apóstolo Paulo disse que o
crescimento espiritual é um processo contínuo. “Não que já a tenha
alcançado, ou que seja perfeito, mas prossigo para alcançar aquilo para o
que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que
o haja alcançado, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas
que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”
(Filipenses 3:12-14). Nem mesmo o apóstolo Paulo tinha alcançado o alvo
final, mas ele constantemente seguia adiante, seguindo o caminho que o
levava ao prêmio.

Portanto, para que a maturidade cristã se desenvolva em sua vida, você


deve fazer a escolha de aprender a Palavra de Deus, permitindo que Ele
renove a sua mente. Em seguida, seja obediente ao que você aprendeu. Leia o
que a Palavra nos diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
(Romanos 12:1-2).

Afinal, quais são as marcas da maturidade espiritual?

A maturidade espiritual envolve aprender a caminhar em obediência a


Deus. É fazer a escolha de viver pelo ponto de vista do Senhor, ao invés de
obedecer ao seu ponto de vista humano. A maturidade espiritual nos faz
seguir segundo os objetivos de Deus. A Palavra relata: “Digo, porém: Andai
em Espírito, e não cumprireis a cobiça e lascívias da carne, pois se vivemos
em Espírito, andemos também em Espírito” (Gálatas 5:16,25).
A palavra "andar", no versículo 16, vem da palavra grega peripateo, que
significa “andar com um propósito em vista”. A palavra "andar", no versículo
25, é traduzido de uma outra palavra grega, stoicheo, e significa "passo a
passo, um passo de cada vez". É aprender a andar sob a instrução de outra
pessoa. Essa pessoa é o Espírito Santo. Já que os verdadeiros discípulos são
habitados pelo Espírito de Deus, eles também devem andar sob o Seu
controle.

Como você pode aprender a andar no controle do Espírito Santo?

Você estuda a Palavra de Deus! “Procura apresentar-te a Deus aprovado,


como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra
da verdade. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa
obra” (2 Timóteo 2:15, 3:16-17).

Essas são instruções boas e práticas sobre como se tornar espiritualmente


maduro. Esse aprendizado não é feito por osmose, mas sim ao escolhermos
aplicar a Palavra de Deus às circunstâncias cotidianas. Ao andar aplicando a
Palavra de Deus passo a passo em sua vida você vai crescer espiritualmente.

A maturidade espiritual deve ser uma prioridade para todo discípulo ativo e
verdadeiro: “Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está
experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento
sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos
exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hebreus 5:13-14).

Você não deve se alimentar apenas de leite, sendo seguidor de Cristo. Em


vez disso, você é convidado a mastigar a "carne" da Palavra de Deus.
Descubra a verdade de Deus através de um estudo aprofundado da Bíblia e
alimente-se espiritualmente. Em seguida, aplique esse estudo à sua vida, à
medida que você anda no Espírito Santo.

Se seu desejo é experimentar a maturidade espiritual, saiba que você deve


também compreender que o crescimento vem da graça de Deus.
Ao se tornar um filho de Deus, você recebeu tudo de que precisa para se
tornar um discípulo ativo que amadurece espiritualmente. No entanto, você é
responsável por fazer uma escolha! Você vai escolher utilizar e aplicar os
princípios de Deus para a sua vida? Ou escolherá continuar vivendo por seus
próprios preceitos? A coisa maravilhosa sobre estar em submissão ao
processo de maturação de Deus é que sua vida será transformada! Você não
precisa se preocupar sobre ficar maduro, desde que você se coloque no centro
da vontade de Deus. Só assim Ele poderá fazer uma mudança realmente
significativa em seu viver.

Ele vai te transformar segundo a imagem de Jesus Cristo através da


maturidade espiritual quando você humildemente se render ao Espírito Santo
e aprender a Sua Palavra.

“Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso
Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo
sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem,
para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é
agradável diante Dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o
sempre. Amém!”
(Hebreus 13:20-21)

Obediência

“Obediência” é um substantivo que define a ação de quem obedece, de


quem é dócil ou submisso. Uma pessoa obediente é aquela que segue, cumpre
ou cede às vontades ou ordens de alguém.

Esta expressão é utilizada para qualificar a condição de quem está disposto


a obedecer. A obediência é considerada um ato de conformidade perante
ordens recebidas de alguém, seja uma pessoa, um grupo ou uma instituição
(como a polícia federal, por exemplo).

Um sujeito obediente também é considerado passivo ou submisso perante


outras pessoas, seja através do respeito e admiração ou pelo medo, temor ou
receio das possíveis consequências ao desobedecer aquele que dá ordens.
As leis e normas de uma nação, por exemplo, devem ser permeadas pela
obediência geral da sociedade. Todos devem obedecer e cumprir o que estiver
pré-estabelecido e decretado como lei de ordem.

A chamada obediência passiva é caracterizada por uma submissão cega às


ordens recebidas. Por outro lado, a obediência ao Senhor demonstra a
obediência à Palavra de Deus, ou seja, aos ensinamentos que Ele deixou para
que todo aquele que se colocasse como discípulo verdadeiro de Cristo
pudesse seguir a fim de conquistar um lugar no Paraíso após a sua passagem
por essa terra.
LEALDADE E FIDELIDADE
A palavra “lealdade” tem origem no termo legalis, que em latim remete ao
conceito de lei. Esta palavra inicialmente designava alguém em quem era
possível confiar e que cumpria as suas obrigações legais, ou seja, alguém que
não falha com os seus compromissos, demonstrando responsabilidade,
honestidade, honra e decência.

Uma pessoa leal é alguém que é fiel e dedicado, que sempre cumpre as
suas promessas. Ex: O meu melhor amigo é o maior exemplo de lealdade.

Na maior parte dos casos, lealdade e fidelidade são vistos como sinônimos.
No entanto, alguns autores afirmam que a lealdade e fidelidade são conceitos
distintos, indicando que a fidelidade faz parte da lealdade. Assim, afirmam
também que é possível ser fiel sem ser leal.

Várias pessoas acreditam que a lealdade corresponde à maturidade


emocional, enquanto a fidelidade é fruto de uma vontade de cumprir tradições
e normas estipuladas. A lealdade é uma questão de moral, e é uma das bases
para um relacionamento saudável entre duas ou mais pessoas.

O significado de fidelidade na Bíblia apresenta algumas dificuldades, pelo


fato de que a palavra vem da raiz grega, que geralmente é traduzida como
“fé”. Com base nessa dificuldade, se faz necessário o exame do contexto em
que tal termo aparece, para que seja possível definir qual a melhor tradução.

No Antigo Testamento, a palavra fidelidade pode ser uma tradução


possível para o termo hebraico emunah, que significa “certeza” ou
“fidelidade”. Esse termo foi utilizado pelo profeta Habacuque em seu livro,
no capítulo dois, versículo quatro: “Eis que a sua alma está orgulhosa, não é
reta nele; mas o justo pela sua fé viverá”.

No Novo Testamento, a palavra fidelidade é uma tradução do termo grego


pistis, que significa “fidelidade”, “lealdade” ou “confiabilidade”. Em Tito
2:10, essa palavra grega é amplamente utilizada pelos escritores neo-
testamentários. Na maioria das vezes é traduzida corretamente como “fé”, e o
adjetivo pistos geralmente é traduzido como “fiel” ou “leal”: “Não
defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo sejam
ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador”.

Nesse caso, a palavra “lealdade”, em vez de “fé”, é a melhor tradução para


o termo grego, principalmente pela forma com que é apresentada em
conexão, com as palavras “benignidade” e “bondade”.

Alguns intérpretes também defendem a possibilidade de que em Lucas


18:8, 1 Timóteo 1:11 e 2 Timóteo 2:22 o termo grego também deva ser
traduzido como “fidelidade”, já que essa tradução parece se harmonizar
melhor ao contexto de tais passagens.

Embora a palavra “fidelidade” não apareça explicitamente como uma


tradução frequente dos termos originais bíblicos, a ideia de fidelidade (que
deve ser característica da conduta cristã) pode ser encontrada por toda a
Bíblia.

Devemos ser fiéis a Cristo e ao seu evangelho, e devemos demonstrar


lealdade e confiabilidade no trato com o próximo.

A palavra fidelidade também é empregada em relação a Deus, como em


Romanos 3:3: “Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade
aniquilará a fidelidade de Deus?”.

Paulo escreveu sobre a “fidelidade de Deus”, que não pode ser anulada pela
infidelidade humana, expressando assim a própria justiça de Deus. Isso quer
dizer que a fidelidade de Deus é um conforto para os fiéis, ao mesmo tempo
em que é ruína para os infiéis. Assim como Deus é fiel a suas promessas, Ele
também é fiel aos seus avisos de juízo.
Dessa forma, podemos entender que a fidelidade é um dos atributos morais
de Deus, de modo que tudo que provém dele é verdadeiro e infalivelmente
confiável (Hebreus 10:23).

A fidelidade como uma qualidade de Deus está também ligada a outro de


seus atributos: a imutabilidade. Deus é sempre o mesmo (Malaquias 3:6e
Hebreus 13:8). Conforme Tiago escreveu: “Em Deus não pode existir
variação, ou sombra de mudança” (Tiago 1:17).
Deus não muda seu ser, seus propósitos eternos, sua palavra ou suas
promessas (Números 23:19 e Salmos 102:26-27).

No Antigo Testamento, por exemplo, encontramos passagens nas quais


Deus é chamado de “rocha”, uma expressão metafórica para se referir ao
caráter inabalável de Deus (Deuteronômio 32:4,15,18).

Deus é imutável, e sua fidelidade nos encoraja e nos conforta, de modo que
sempre podemos confiar que suas promessas nunca falharão e que sua aliança
é inviolável. A imutabilidade de Deus é um de seus atributos incomunicáveis,
ou seja, um atributo que Ele não compartilha ou transmite a ninguém. A
fidelidade, como uma qualidade do caráter divino, pode ser refletida na
conduta daqueles que são guiados pelo Espírito Santo. É ele quem produz nos
humanos a virtude da fidelidade e, como resultado, as pessoas de fé possuem
conduta exemplar.

Homens e mulheres fiéis são confiáveis, defendem o que é correto e justo e


demonstram uma lealdade tal para com a causa do reino de Deus que, se
necessário, enfrentam até mesmo o martírio (Apocalipse 2:10). Esse é um dos
frutos da consolidação, que acontece através de um acompanhamento dos
pais espirituais, exercido através de um discipulado ativo.

Honra

A honra é um comportamento do ser humano que age baseado em valores


bondosos, como a honestidade, a dignidade, a valentia e outras características
que são consideradas socialmente virtuosas.

O conceito de honra pode estar relacionado a diversos significados. A


associação com o sentimento de orgulho próprio (“honra pessoal”) e o
comportamento de consideração ou admiração alheia são alguns dos
significados mais utilizados. Exemplo: “Ela concedeu-lhe a honra de sua
companhia”, ou: "O homem manteve a honra como um verdadeiro rei".

A ideia de ser honrado também pode significar "ter destaque". Alguém que
possua privilégios ou distinção entre os demais em determinada ocasião pode
ser considerado honrado. Além disso, "uma honra" pode ser ofertada para
alguém em sentido de homenagem, como uma forma de demonstrar respeito.
Normalmente, as pessoas agraciadas com uma honra recebem um símbolo,
como um diploma ou medalha.

A expressão "homens de honra", por exemplo, é utilizada para designar


indivíduos dignos de confiança, que honram suas ações ou promessas.

Na Bíblia sagrada da doutrina cristã, estão presentes os chamados “Dez


Mandamentos do Reino de Deus”. Entre eles está a ordem de “honrar pai e
mãe”. No livro de Romanos, em 12:10, lemos: “Amai-vos cordialmente uns
aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.”

Respeito

Na sua origem em latim, a palavra respeito significava “olhar outra vez”.


Assim, algo que merece um segundo olhar é algo digno de respeito. Por esse
motivo, respeito também pode ser uma forma de veneração, de prestar culto
ou fazer uma homenagem a alguém, como indica a expressão “apresentar os
seus respeitos”. Ter respeito por alguém também pode implicar um
comportamento de submissão e temor.

O respeito é um dos valores mais importantes do ser humano, e tem grande


importância na interação social. O respeito impede que uma pessoa tenha
atitudes reprováveis em relação a outra. Muitas religiões abordam o tema do
respeito ao próximo, uma vez que o respeito mútuo representa uma das
formas mais básicas e essenciais para uma convivência saudável.

Uma das mais importantes noções sobre o respeito é que, para ser
respeitado, é preciso saber respeitar. Em muitos casos, infelizmente, isso não
acontece. Respeitar não significa concordar em todos as áreas com outra
pessoa. Significa simplesmente não discriminar ou ofender essa pessoa por
causa da sua forma de viver, ou devido às suas escolhas (desde que essas
escolhas não causem dano e desrespeitem os outros).

O respeito também pode ser um sentimento que leva à obediência e ao


cumprimento de algumas normas. Falar sobre um tema com respeito (como
diferentes religiões, crenças e condutas) é falar de forma ponderada e
sensível.
Dignidade

A dignidade se refere ao mérito de alguém ou de algo que possui qualidade


e que é merecedor. É um atributo moral que incita respeito, comportando-se
com excelência e honorabilidade – são ações honrosas, caracterizadas pelo
sentido ético e elevada moral.

Por exemplo:

“Em todas as suas ações, era possível notar a dignidade que lhe fora
ensinada pela mãe.”

“Aceitamos a perda com dignidade.”

“Não posso aceitar suborno, isso fere minha dignidade.”

A dignidade faz parte da integridade moral, e é um dos direitos


fundamentais da Constituição Brasileira de 1988.

Sendo assim, se há algum ataque à dignidade de alguém, diz-se que


ocorreu um dano moral, passível de um processo na justiça contra quem
afrontou ou atacou a dignidade. Por outro lado, quando uma pessoa infringe
sua própria dignidade, esta poderá ser chamada de trapaceira, manipuladora,
indigna, desprezível ou cretina.

Quando a dignidade se torna um sentimento exagerado, é possível dizer


que essa pessoa é orgulhosa ou soberba, especialmente pelo fato da dignidade
inspirar o amor próprio.

De uso antigo, o termo “dignidade” pode significar um tipo de vantagem


ou benefício que está relacionado ao cargo eclesiástico. É também o termo
utilizado para indicar a pessoa que tinha esse benefício.

Na área do Direito, dignidade é uma distinção, honraria ou ofício de alta


graduação. Ou seja, a pessoa que está em uma posição elevada é uma pessoa
digna.
Alegria em servir
“Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito alegrai-vos.”
(Filipenses 4:4)

O que nos traz alegria hoje? Estudar, trabalhar, praticar esportes, conversar
entre amigos, sair para passear?

E servir a Deus? Traz alegria?

Muitos acham que servir a Deus só proporciona cansaço físico e espiritual.


Isso sem falar que servir a Deus, para algumas pessoas, significa trabalhar de
graça. Mas o pensamento não deve ser esse.

Servir a Deus nos traz muitas alegrias. O serviço a Deus nos toma tempo,
como todas as outras atividades, e frequentemente o tempo que doamos ao
Senhor ainda é muito curto. Contudo esse tempo escasso pode ser
enriquecido se servirmos a Ele com alegria.

As pessoas precisam desfazer o sentimento de preconceito contra quem


serve a Deus. Muitos falam que os crentes se isolam do mundo, que não se
relacionam socialmente e não vivem o que o mundo proporciona. Esse tipo
de sentimento é errado.
Nossa vida muda para melhor quando servimos a Deus. Começamos a ser
seduzidos pelas coisas do Senhor, e nos desapegamos das coisas mundanas
sem percebermos.

Servir a Deus é um ato nobre de humanidade, principalmente nos dias de


hoje, quando todas as atividades visam apenas o lucro. A pessoa que serve a
Deus passa a entender melhor o que Deus quer dela, principalmente pelo fato
de que essa pessoa se deixa ser usada por Deus quando o está servindo. Irei
fazer uma breve comparação para ilustrar meu pensamento.

Uma pessoa trabalha oito horas por dia durante cinco dias na semana. Essa
pessoa estuda durante a noite e, nos finais de semana, seu desejo é descansar.
Mesmo trabalhando e estudando a semana inteira, nas horas vagas essa
pessoa dedica seu tempo ao serviço de Deus. Ela sempre consegue dar conta
do recado de servir, e conta as horas durante a semana para poder estar mais
uma vez servindo ao seu Senhor.
Todavia nessas horas deve-se ter discernimento também. Não vamos sair
por aí pegando tudo quanto é serviço dentro da igreja de uma vez só, pois ao
final não daremos conta de nada.

Servir a Deus vem do coração. Não é porque sua família toda está servindo,
ou porque você foi convidado por seu melhor amigo, que servirá ao Senhor
só para agradá-los. Uma pessoa só deve servir quando seu coração estiver
desejando isso. Esta é a alegria de servir a Deus.

Posso dizer com toda certeza que hoje a alegria da minha vida é estar
servindo ao Senhor. Há muito serviço dentro da igreja, e espaço para todos
que desejam servir de coração.

Se você já serve, sabe do que eu estou falando. Se você ainda não serve a
Deus, converse com seu pároco, coordenador de algum grupo de oração ou
até mesmo com seus amigos, e veja as possibilidades para você.

Ler este livro é uma coisa. Servir a Deus com alegria é uma experiência
pela qual todos nós devemos passar.
OS VERDADEIROS
CONSOLIDADORES
Os verdadeiros consolidadores são aqueles que são considerados grandes
amigos por seus discípulos. Os discípulos dão autoridade a esses pais
espirituais, pois os veem como pessoas que amam a Deus e que estão
dispostas a darem suas vidas a Ele.

Um grande amigo para todas as horas, oferece a esses “pais espirituais” a


autoridade para liderá-los, porque veem neles pessoas que amam a Deus e
que estão dispostas a darem as suas vidas por suas ovelhas.

“Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé


dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.”
(Hebreus 13:7)

Assumir a paternidade espiritual é ter o prazer de ver seus discípulos


renascendo, desta vez verdadeiramente convertidos em Cristo. O apóstolo
João descreve o sentimento de ter um filho andando em verdade em uma de
suas cartas: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos
andam na verdade” (3 João 1:4). Creio que esse sentimento que invadiu o
coração e a mente do apóstolo João é o mesmo sentimento que fez com que o
apóstolo Paulo escrevesse sobre seu instinto paterno, que aflorou quando seus
filhos de certa congregação pareciam se afastar da obra de Deus:

“Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos


como meus filhos amados. Porque ainda que tivésseis dez mil aios em
Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos
gerei em Jesus Cristo. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus
imitadores. Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e
fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por
toda a parte ensino em cada igreja.”
(1 Coríntios 4:14-17)

Os Coríntios tinham um problema de divisões na igreja. Isso acontecia pois


eles exaltavam os mensageiros de Cristo, e não Cristo em si. Menosprezavam
o apóstolo Paulo, causando assim conflitos no corpo da igreja. Paulo
expressou sua preocupação como pai espiritual. Ele assumiu a paternidade
daqueles filhos, e precisava trazê-los de volta à sensatez espiritual.

Nem todos têm filhos, mas todos tiveram pais biológicos. Nem todos os
que estão se comprometendo a assumir a paternidade espiritual se sentem
preparados para esse ministério. Ainda assim, todos tiveram um pai ou uma
mãe espiritual, que os gerou em Cristo Jesus.

Qual é o nome do seu pai ou da sua mãe espiritual? Quem é a pessoa que te
levou para Cristo? Será que você tem alegrado seu pai ou mãe espiritual?
Talvez, assim como eu, você tenha aceitado Jesus num culto público, ou num
acampamento, ou numa campanha evangelística. Por isso nunca desenvolveu
um relacionamento próximo com seu pai espiritual. Mas com certeza houve
alguém que te adotou e discipulou, te ensinou sobre a Palavra e o encorajou a
ter fé. Esse amigo(a) é quase como um parente espiritual.

Os pais, tanto os naturais quanto os espirituais, possuem três deveres para


com seus filhos.

Imagine um pai que é um homem de negócios. Ele trabalha longe de casa,


viajando a serviço, e chega ao seu quarto de hotel depois de um dia de
reuniões, palestras e outros encontros. Ele liga para casa e sua esposa lhe
conta que as coisas não vão bem. O barulho no fundo não deixa dúvidas: as
crianças estão discutindo, se rebelando, desobedecendo e aprontando na
escola.

O pai não está feliz e pede para falar com cada filho individualmente. Ele
desce a lenha, mas, no final da conversa, adota um tom mais calmo. Lembra
cada filho de que os ama e que somente quer o bem para eles. Manda um
abraço e um beijo, e pede para falar com a mãe outra vez.

Foi mais ou menos assim que aconteceu com o apóstolo Paulo. Ele estava
longe de casa quando recebeu uma notícia da casa de Cloe. Ficou sabendo
que a família em Corinto estava em uma intensa desavença. Paulo os lembra
do seu amor e do fato de que espera bons resultados e melhoras depois da
disciplina aplicada (1 Coríntios 1:11).
CHAMADOS PARA GERAR E
CONSOLIDAR FILHOS
ESPIRITUAIS
“E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as
aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.”
(Gênesis 1:28)

O que você pode fazer para agradar uma pessoa? Aquilo que ela gosta!

Nos dias de hoje, como igreja, somos ensinados a agradar ao Senhor. Mas
o que realmente temos feito para agradar a Deus? Do que é que Deus gosta?
Como podemos agradar a Ele? Será que palavras bastam? Será que Ele gosta
de ouvir orações? Ou será que gosta de ouvir músicas de louvor e de
adoração dos seus filhos?

A Palavra nos revela que Deus gosta de atitudes de Fé: “Pois sem fé é
impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). Ele se alegra ainda mais quando
usamos dessa fé e nos esforçamos para gerar novos filhos para Ele.

Recentemente fiz uma pesquisa na Bíblia sobre a expressão “muitos


filhos”, e me deparei com a quantidade de vezes que ela é mencionada: pelo
menos 38 vezes. Descobri que foi a primeira bênção que Deus ministrou ao
homem, e percebi que Deus é quem mais usou a expressão. Chegou ao ponto
de falar a Abraão: “Olhe para o céu e conte as estrelas se puder, pois bem!
Será esse o número dos seus descendentes.” (Gêneses 15:5).

Durante a minha meditação eu me lembrei de uma expressão descrita no


novo testamento, usada inclusive por Jesus: “Não me escolhestes vós a mim,
mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso
fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele
vo-lo conceda” (João 15:16).
Filho, fruto, muitos filhos, muitos frutos... Essa expressão aparecia muito,
então recorri a um bom dicionário. Estava escrito: fruto pode significar filho
e prole. Deus me trouxe um entendimento: nós somos chamados para gerar
frutos, para gerar filhos espirituais para Ele.

Agora te faço uma pergunta: quais são os filhos/frutos que você tem gerado
para Deus?

Deus revela esse seu desejo de forma bem prática. Ele nos torna filhos por
um propósito, com um foco: ganhar almas para o Reino e, claro, cuidar bem
delas. Para isso devemos nos tornar pais espirituais, tementes a Ele e
dispostos a servi-lo com toda disposição e amor.

Pessoas sem foco atiram para todos os lados e não acertam em alvo algum.
Não alcançam nada, não constroem nada, não edificam nada. Elas
simplesmente não têm foco ou o mínimo de perseverança. Pessoas assim
vivem isoladas, mesmo dentro das igrejas, e dificilmente são beneficiadas
com milagres.

Pessoas assim não produzem frutos para Deus. Não estão dispostas a gerar
filhos espirituais, levá-los à luz. Está escrito: “E disseram-lhe: Assim diz
Ezequias: Este dia é dia de angústia, e de vitupério, e de blasfêmias; porque
chegados são os filhos ao parto, e força não há para dá-los à luz” (Isaías
37:3).

Esse versículo da Palavra é muito forte. Devemos entendê-lo. Deus tem


foco, e o cristão, como filho de Deus, também deve se ater a este foco. O
Senhor Deus tem um desejo: “Que todos se salvem e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade!” (1 Timóteo 2:4).

Como isso irá acontecer se não nos tornarmos bons filhos espirituais? Só
assim seremos bons pais espirituais no futuro, colocando em prática tudo o
que aprendemos ao ver nossos pais espirituais exercerem em seu ministério.

Houve um tempo em que a Igreja achava que apenas a santidade agradava


a Deus. Pensavam que as pessoas eram salvas e santificadas, e depois
ficavam esperando Jesus voltar de braços cruzados. Não observavam a
Palavra no tocante a esse assunto. Toda a teologia da época estava ligada à
preparação de hinos e ao alcance da santidade. Queriam agradar a Deus com
suas religiosidades mórbidas. Eram cristãos ociosos que achavam ser
detentores de todo conhecimento.

Mas eles não sabiam de tudo. Agradecer a Deus não é somente viver de
modo santo e maneira reta. Precisamos evangelizar e fazer novos discípulos,
entregando nossas vidas para fazer a obra de Deus.

Logo a Igreja entendeu que Deus procurava adoradores, e com isso surgiu
um movimento de adoração. Muitos ministérios de louvor e de encontros
entre adoradores foram criados. É desejo de Deus que o adoremos em
Espírito e em verdade. É claro que ele quer que o agrademos com a nossa fé
em ação, mas a Palavra também nos adverte de que a fé para Deus é morta se
não trabalharmos em suas obras (Tiago 2:26).

Uma maneira de pôr nossa fé em ação é realizar um dos principais desejos


do coração de Deus: gerarmos filhos espirituais e compartilharmos Sua fé
com eles. A Presença de Deus só pode ser encontrada nas pessoas que são
verdadeiramente de Deus, que de fato encontraram a Jesus e fizeram dele o
Senhor de suas vidas.

A glória de Deus não deve ficar confinada em nós, que já nos tornamos
seus filhos. A igreja precisa entender que Deus quer uma descendência
numerosa, uma geração com muitos filhos. Assim ele fez com Abraão, e
assim ele deseja fazer conosco. Deus quer que sejamos pais de multidões.

A aliança do Senhor com Abraão está valendo para nós até nos dias atuais!
Deus quer filhos tão inumeráveis quanto os grãos de areia da praia. Ou
melhor, usando as palavras do texto, ele quer filhos tão inumeráveis quanto
as estrelas do céu!

O fruto do crente é outro crente! Qual é o fruto do gato? É outro gato. Qual
é o fruto do ser humano? É outro humano. Qual é o fruto do filho de Deus? É
outro filho de Deus.

Amado, onde estão os seus filhos espirituais? Jesus pagou um preço tão
alto para compartilhar Sua Glória conosco. Que preço você está pagando para
entregar a Deus os seus filhos na fé?

Você tem se esforçado para produzir filhos espirituais, nascidos do seu


esforço e da sua dor? Saiba que a esterilidade deve ter um motivo. Irei
mencionar alguns motivos pelos quais os crentes têm se tornado estéreis
espiritualmente.

1. Uma completa falta de conhecimento do Senhor

Quando o crente não gera filhos para Deus pode ser porque ele não
conhece Jesus.

Por não conhecer Jesus ele não pode gerar filhos espirituais. Essa pessoa
tem uma visão limitada de Jesus e não compreende seus desejos. Para haver
bons frutos nós precisamos ter contato com a essência de Jesus.

Ao falar deste assunto, me lembro de uma história verídica que encontrei


enquanto pesquisava para escrever este livro.

Conheci um jovem observador que foi passear nos campos no interior do


seu estado. Ele encontrou uma cena curiosa numa plantação de maracujá.

Ali havia um grupo de homens e mulheres trabalhando no rigor do sol.


Esfregavam seus dedos numa flor e iam passando os dedos em outras flores.
Faziam isso de flor em flor.

O jovem se sentiu admirado, mas não entendia o porquê daquele ato. Ele
ficou observando esse ato curioso por um tempo, mas não aguentou de
curiosidade e foi perguntar aos trabalhadores o motivo pelo qual faziam
aquilo.

Descobriu que a mamangava, um inseto grande e escuro responsável pela


polinização da flor do maracujá, estava escasso naquela região. As pessoas
tomavam o trabalho do inseto, e estavam fecundando as flores ao passar o
pólen de uma flor a outra.

Às vezes não entendemos o motivo do Senhor Deus ter criado certos


insetos tão repugnantes e de aparência tão perigosa. A ferroada desse inseto,
a mamangava, é extremamente dolorosa. Esse inseto se parece com uma
abelha, mas tem cinco vezes o seu tamanho natural. É bastante asqueroso,
mas a sua existência tem um sentido, assim como a nossa.

Quando o cristão está distante de Jesus, ele não pode gerar frutos. O crente
precisa ter contato para que o fruto possa ser produzido. Sem esse contato
direto com o Espírito Santo não é possível haver nascimento de nossos frutos.
Deve haver polinização espiritual por parte de alguém, a fim de que haja um
novo nascimento. Decorrente disso vem o segundo problema que causa
esterilidade espiritual:

2. A falta de intimidade com o Senhor

Filhos são frutos de intimidade! Todos sabem que o homem tem uma
semente que, quando colocada dentro da mulher, fecunda o óvulo. Então é
gerado um fruto, uma criança, um filho! Um filho nasce da intimidade do
casal.

Podemos até conhecer Jesus, porém, se não buscarmos nutrir uma


intimidade espiritual com Ele, então não haverá intimidade e, portanto, não
haverá fruto.

“Eu sou a Videira verdadeira, e todo aquele que estiver em mim dará
muitos frutos” (João 15:1). Ninguém concebe sem intimidade, sem contato
direto, sem um relacionamento ativo. Os ramos que não são íntimos da
videira verdadeira não dão frutos.

Assim somos nós em relação aos nossos filhos espirituais: se não houver
um contato direto com eles através do discipulado ativo, eles se tornarão
estéreis espiritualmente, incapazes de gerar filhos na fé.

Como buscamos essa intimidade? É muito simples: orando, edificando com


a Palavra, adorando e colocando a fé em ação. Se só podemos fazer isso uma
vez por semana, nas células ou nos cultos, a intimidade não irá vir.

A intimidade é um resultado de encontros frequentes. Ela só existe em um


relacionamento ativo e duradouro. Os encontros na fé devem ter um
propósito. Muitas pessoas participam do culto: cantam, oram, dançam e
pulam, mas sem nenhum envolvimento espiritual ativo com aquilo que estão
fazendo. Isso não produz intimidade, pois não passa de um relacionamento
superficial, no qual as pessoas enganam a si mesmas na ânsia de mostrarem
aos outros o que sabem fazer.

Deus nem as reconhece, pois nunca fizeram verdadeiramente a sua


vontade, apenas realizam seus desejos egoístas. Deus não reconhece trabalhos
superficiais ou que não sejam gerados no Espírito.

A Psicologia ensina que a intimidade surge quando as pessoas são capazes


de se comunicar aberta e honestamente, dividindo não apenas carinho, mas
segredos, pensamentos e opiniões. A busca pela intimidade com Deus não
pode se ater apenas à igreja; nós precisamos viver buscando a intimidade de
Deus em todos os lugares, em todas as circunstâncias. A célula existe para
isso. Os cultos das igrejas existem para nos envolvermos por inteiro, não
superficialmente. Se mergulharmos na presença de Deus e dividirmos com
Ele os nossos pensamentos mais íntimos, então ganharemos intimidade e,
através dela, conceberemos muitos filhos espirituais.

3. A Esterilidade

Existem três erros que podem causar esterilidade espiritual:

1) Uma vida egoísta

Um cristão egoísta é aquele que leva em conta apenas o bem-estar próprio,


que só pensa na sua satisfação. Quem disse que temos que ter tudo do jeito
que projetamos? O egoísmo é uma doença que não permite a geração de
novos filhos para Deus.

A preguiça e o comodismo, também contribuem para o insucesso da


paternidade espiritual. Pessoas que não estão dispostas a serem solicitadas
constantemente não devem se candidatar ao ministério paternal. Exercer a
paternidade espiritual requer muita dedicação, e os preguiçosos de plantão
sucumbirão logo no início.
2) Outra doença que impede a geração de filhos para Deus é a gravidez
abortiva.

Me refiro à falta de paciência com o novo convertido. Imagine que um


novo filho espiritual está sendo gerado. Seu nome aparece na Lista de
Bênçãos da célula. Ele começa a participar dos encontros, no outro dia até
levantou o braço durante o culto da igreja.

Ele tem demonstrado sua decisão de seguir Cristo, mas ainda tem sua
carteira de cigarro sobre a mesa da cabeceira, ainda guarda sua latinha de
cerveja na geladeira e o porta luvas do carro está recheado de CDs de música
de mau gosto. Você decide intervir, mas ele não gosta da sua repreensão.
Você se enerva, fica sem paciência e começa a fazer cobranças.

Apesar de você estar certo, deve se lembrar que o novo convertido ainda é
um bebê na fé. Ele ainda não aprendeu tudo o que precisa para andar no
caminho do Senhor.

É frequente desejarmos que um novo crente seja transformado e liberto do


dia para a noite. Nós nos apressamos e queremos impor comportamentos que
eles ainda são imaturos demais para compreender. Cobramos um novo
vocabulário e novos hábitos, sem nos darmos conta de que ele está se
adaptando a uma nova realidade. O novo crente ainda está se acertando,
pouco a pouco. Nós, cristãos mais velhos e pais espirituais, precisamos ser
mais pacientes com nossos filhos na fé.

3) A terceira doença é a gravidez falsa.

Isso acontece! É uma doença psicológica que ocorre quando mulheres com
desejo intenso de engravidar passam a desenvolver sintomas de gestação. O
útero incha, dando a falsa impressão de que há um feto em seu interior.

Muitos crentes acabam se apegando a muitas coisas em vez de se


preocuparem com a geração de filhos espirituais. Quando o cristão não tem
seu foco na paternidade de novos fiéis, é quase como se ele tivesse seu útero
espiritual preenchido. Ele sente que está gestando, que está frutificando, mas
não passa de uma impressão.
Esses são pais espirituais despreparados, que quiseram agir antes da hora.
Eles se precipitaram em dar à luz muito cedo, deixando se levar pela euforia
do desejo de ter um discípulo.

Isso ocorre quando o cristão tem outras prioridades. Ele quer muito ganhar
almas pra Jesus, tem um desejo ardente de gerar frutos para Deus, mas fica
em casa, lê um livro, assiste um filme sozinho, cuida dólar, do jardim, etc.
Nunca tem tempo para fazer amizades com não crentes. Nunca tem tempo
para gerar.

4. O egoísmo

Discípulos que conhecem Deus e têm intimidade com Ele sabem como
alcançá-lo. No entanto, uma pessoa egoísta não produz fruto espiritual.

Abraão gastou décadas tentando gerar um filho. Ele clamava a Deus por
um filho para ele e sua esposa, porém sua mulher não engravidava. Abraão
era um adorador que andava em retidão. Ele era um homem de obras,
bondoso e cheio de cuidados, mas a Palavra não se foca nisso.

Deus espera que geremos filhos, é verdade, mas ele quer que frutifiquemos
para Ele, não para nós. Havia um contraste do desejo de Abraão com o desejo
de Deus. Abraão queria ser pai de um filho, Isaque, mas Deus queria que ele
se tornasse pai de uma grande nação.

Abraão e Deus tinham planos diferentes, e por isso nada acontecia.


Somente quando compreendeu os propósitos do Senhor foi que Abraão pode
finalmente ter filhos. O Pai Celeste precisou tratar do egoísmo de seu servo
antes de plantar um milagre em sua vida. Deus pediu que Abraão sacrificasse
seu filho Isaque num altar. Ele disse: “Pegue agora Isaque, o seu filho, o seu
único filho, a quem você tanto ama, e ofereça o ali sobre o altar como
sacrifício no monte que eu te mostrarei” (Gênesis 22:2).

Era uma prova que Deus aplicava em Abraão. Ele pedia por aquilo que
mais custaria ao seu servo: seu único filho, aquele por quem Abraão esperou
por anos.
Irmãos, se formos egoístas nós jamais iremos gerar novos filhos na fé.
Haverão encontros para jejum na sua célula, mas você não vai se envolver.
Seu líder pedirá que você faça contato com não cristãos, mas você não irá
cooperar. As células se reunirão para um churrasco com possíveis novos
membros, mas você não se interessará, pois não quer se misturar com
incrédulos. Nem imagina que o churrasco seja uma estratégia para conhecer
novos filhos espirituais. Não fazer sua parte é um tipo de imaturidade.

Esse egoísmo tira o poder de multiplicação da célula, ou de qualquer outra


forma de multiplicação na qual você esteja empenhado. Creio que não
escrevo apenas para irmãos discípulos, mas também para pastores que são
discipuladores e líderes de outros pastores.

Você deve remover esse sentimento asqueroso de egoísmo da sua vida


ministerial. O Senhor Deus pode tirar a sua capacidade de gerar filhos
espirituais, e não permitir nunca mais que você exerça o seu legado de
paternidade espiritual, seja lá sobre quem for.

Como vimos acima, a esterilidade não vem do acaso. Pode vir de Deus, por
conta da nossa má conduta e por nossa imaturidade espiritual. Gerar novos
filhos para Deus é a nossa missão. É o foco da nossa vida espiritual, mas a
falta de conhecimento da Palavra, a falta de intimidade com Deus, a
enfermidade espiritual, e o egoísmo podem te deixar estéril.

Eu te desafio a ter filhos espirituais. Tenha filhos na fé, que sejam gerados
por você. Encontre novos convertidos que sejam frutos da sua consolidação,
do seu esforço, do seu sangue, suor e lágrimas, que tenham nascido da dor do
seu parto.

Você já presenciou um parto? Alguns não têm essa coragem! É um


momento tenso e exaustivo, de dor e cansaço, mas que logo nos recompensa
de forma maravilhosa com o nascimento de uma nova vida. No momento do
nascimento a alegria toma conta de tudo. A emoção é indescritível!

Você, discípulo ativo que quer agradar a Deus e gerar filhos espirituais,
reveja suas prioridades hoje mesmo. Escolha uma pessoa, e invista na vida
dela. Converse, crie um relacionamento espiritual através de orações,
principalmente se morarem longe um do outro. Testemunhe sobre Jesus para
alguém. Sofra as dores do parto e traga uma nova vida para Cristo. Encontre
uma pessoa para consolidar. Agrade a Deus e busque gerar filhos na fé, pois
isso o agrada.

O capítulo 15 do livro de João nos fala sobre a glória de Deus e dos seus
frutos. Produzir filhos espirituais é a prova de que somos verdadeiros filhos
de Deus e discípulos de Cristo. Está escrito: “Nisto é glorificado meu Pai,
que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. [...] Não me escolhestes
vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome
pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (João 15:8,16).

Para dar frutos toda boa semente tem que morrer para si mesma. Se isso
não acontecer ela fica só, e assim ela não consegue gerar muitos frutos. A
Bíblia fala disso: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.
Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida,
guardá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e onde eu
estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o
honrará” (João 12:24-26).

Você já produziu para Deus? Só pode ser chamado de discípulo aquele que
estiver produzindo frutos, e ninguém pode ser um verdadeiro discípulo se não
estiver produzindo frutos dignos para o reino.

A consolidação

Um ministério que não trabalha com força na consolidação corre o risco de


não conquistar nenhuma vida. As pessoas podem até mesmo desistir do
discipulado e do ministério.

O ministério de gerar frutos corre o risco de gerar rebeldia se não for


realizado da forma correta. O discípulo pode ir contra a sua liderança,
fechando seu coração para novos aprendizados e difamando a vida do
próximo. Uma pessoa que não tem uma aliança com seu líder se torna
propenso a ser rebelde.
Processo de consolidação na igreja

Vamos falar um pouco sobre o processo da consolidação na igreja. Não é


nada muito complicado ou difícil, mas acredito que seja algo que vai exigir
muito da vida do discipulador ativo. A principal função da consolidação é a
de se tornar o melhor amigo de uma pessoa. Costumo dizer que o
discipulador ativo é como um anjo na vida de uma pessoa que está em fase de
consolidação na igreja.

Consolidando através dos frutos do Espírito

É de fundamental importância que o fruto do Espírito seja manifestado em


nós. Como consolidadores, o principal ensino para os novos convertidos é o
exemplo, ou seja, o nosso testemunho de vida. Por isso devemos expressar,
através do nosso caráter, os frutos do Espírito aos novos convertidos. Se você
está acompanhando um novo convertido, lembre-se desta lição: a melhor
consolidação é realizada por pessoas que ensinam através da própria vida,
demonstrando os frutos da sua própria consolidação.

Os dons espirituais representam a capacidade ou poder de Deus através do


discípulo, e o fruto é a representação do caráter do discípulo. Os dois se
completam. O Espírito Santo é um só, mas se manifesta em cada vida de
nove formas diferentes (Gálatas 5:22).

Amor – “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros;
assim como Eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos
outros” (João 13:34-35).

“De modo que o amor é o cumprimento da Lei.”


(Romanos 13:9-10)

“Mas o fim desta admoestação é o amor que procede de um coração


puro, de uma boa consciência, e de uma fé não
fingida; das quais coisas alguns se desviaram, e se entregaram a
discursos vãos.”
(1 Timóteo 1:5-6)
Ao referir-se ao amor, o idioma grego utiliza quatro palavras distintas:
eros, para o amor sexual, estorgue, para o afeto familiar, fileo, para o amor
entre amigos, e ágape, o amor puro e duradouro.

Ágape é o amor manifestado por Deus, que foi originado dele. O amor
ágape é gerado no discípulo a partir da Palavra de Deus, que foi depositada
em seu coração e que o levou a um novo nascimento (João 15:12-13). Uma
das melhores formas de adquirir e demonstrar amor por alguém é orando por
esse alguém.

Gozo – O Novo Dicionário Bíblico Ilustrado diz o seguinte: “Gozo é o que


o homem deseja e busca, e o conquista quando tem um encontro verdadeiro
com Deus. O homem somente retém esse sentimento na medida que cresce
no conhecimento do Senhor, e experimenta o verdadeiro gozo quando,
arrependido, volta seus olhos e seu coração para Deus. É neste momento que
o Espírito Santo permite que tal pessoa reconheça o que é viver no Reino de
Deus.

“Porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça,


na paz, e na alegria no Espírito Santo.”
(Romanos 14:17)

O gozo é o que permite a todo verdadeiro discípulo permanecer firme em


meio à pressão das circunstâncias difíceis (Habacuque 3:17-18).

Paz – De modo geral, a paz pode ser definida como a ausência de conflito.
Entretanto, a verdadeira paz é aquela que se obtém a partir da reconciliação.
A paz só é alcançada quando duas pessoas, povos ou nações em conflito são
capazes de se reconciliar.

“Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, E que,
havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra,
como as que estão nos céus.”
(Colossenses 1:19-20)

“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por meio do nosso Senhor
Jesus Cristo.”
(Romanos 5:1)

Paciência – A paciência é considerada uma virtude do ser humano. É um


dos frutos da maturidade, que vem através da consolidação. A paciência
consiste na disposição de suportar a adversidade de forma voluntária,
enquanto se está à espera de algo. Isto implica que o verdadeiro discípulo
ativo, suporte as provas sem dar lugar à murmuração.

“Gloriamo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz


perseverança.”
(Romanos 5:3-4)

O desenvolvimento da paciência é uma virtude humana emanada de Deus


pelo Espírito Santo. Essa é uma qualidade que contribui para o fortalecimento
do caráter do homem. Para ser paciente é importante que cada pessoa tenha
em conta um fator muito importante: a maturidade. Só assim o indivíduo
saberá ponderar as coisas, ouvindo antes de falar (Tiago 1:19).

“Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca.”


(Isaías 53:3-7)

“Mas se, quando fazendo o bem e sois afligidos, o suportais com paciência,
isso é agradável a Deus.”
(1 Pedro 2:20-23)

Benignidade – A benignidade está associada ao conceito de benevolência,


compaixão, misericórdia e piedade. Este fruto do Espírito consiste em tratar
os outros como desejamos ser tratados por eles. É a regra de ouro. Mais que
uma sugestão, a benignidade é um mandamento de Jesus a seus discípulos e a
nós. Está escrito: “Digo-vos a vós que me ouvis: amai os vossos inimigos,
fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos maldizem e orai pelos
que vos injuriam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra. E
ao que te tirar a capa, não impeças de levar também a túnica. Dá a todo o
que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho reclames. O que quereis
que os homens vos façam, fazei-o também a eles. Se amais os que vos amam,
que recompensa mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os
amam. E se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis?
Pois o mesmo fazem também os pecadores. Se emprestais àqueles de quem
esperais receber, que recompensa mereceis? Também os pecadores
emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Pelo contrário, amai
os vossos inimigos, fazei bem e emprestai, sem daí esperar nada. E grande
será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque ele é bom para
com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também vosso Pai é
misericordioso” (Lucas 6:27-31).

Desta passagem são deduzidas várias manifestações do fruto da


benignidade: amar os nossos inimigos, fazer bem aos que nos aborrecem,
abençoar os que nos amaldiçoam, orar por quem nos difama, estar dispostos a
suportar e apresentar a outra face, dar de graça ao que pretendem tirar de nós,
etc. Essa não é uma lista muito fácil de seguir, mas é mais uma das
ordenanças do Senhor Jesus para os seus discípulos.

Bondade – Embora exista relação entre a bondade e a benignidade, a


primeira faz referência à maneira como devemos viver, dando testemunho da
existência de Deus. Derek Prince expressa: “A bondade de Deus na vida de
um discípulo fiel confronta o mundo com a existência de Deus”.

O conceito bíblico de bondade encerra a ideia de excelência, especialmente


no campo moral, e se aplica principalmente a Deus. De acordo com as
palavras pronunciadas por Jesus, o Senhor é o único verdadeiramente bom.
Jesus disse a um jovem rico: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom,
senão um que é Deus”. (Marcos 10:18 e Lucas 18:19). Em outras palavras: a
bondade está firmada no que Deus é e faz.

“Não te deixes vencer o mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12:21)

Fé – Quem possui o dom da fé move-se facilmente dentro da dimensão do


sobrenatural. Pode chamar as coisas que não são como se fossem, pode
liberar vida onde há morte, pode liberar cura onde há enfermidade, pode
trazer a prosperidade onde há escassez. A fé é o meio que Deus usa para
trazer avivamento à Igreja, cidades e nações.
O capítulo onze de Hebreus fala do que é conceber dentro do seu coração
um milagre: “Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé
entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira
que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. Pela fé Abel ofereceu a
Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que
era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto,
ainda fala. Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi
achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação
alcançou testemunho de que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível
agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia
que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Pela fé Noé,
divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para
salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi
feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. Pela fé Abraão, sendo chamado,
obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem
saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra
alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da
mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o
artífice e construtor é Deus. Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude
de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que
lho tinha prometido. Por isso também de um, e esse já amortecido,
descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia
inumerável que está na praia do mar.” (Hebreus 11:2-12).

Mansidão – A mansidão permite que demonstremos ter força de vontade


suficiente, dada pelo Pai, para não nos deixarmos vencer pelas circunstâncias
que podem afetar nosso ânimo. A mansidão é uma graça especial do cristão,
outorgada pelo Espírito Santo, e demonstra autoridade em todo aquele que a
possui. “Melhor é o longânime do que o valente, e o que domina seu espírito,
do que o que toma uma cidade” (Provérbios 16:32).

“Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e
de moderação.”
(2 Timóteo 1:7)

Números 12:3 diz que Moisés era o varão mais manso de toda terra. Para
chegar a esse grau de maturidade ele teve que ser quebrantado no deserto, a
fim de ser moldado segundo os propósitos de Deus. A Palavra nos revela: “O
sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado ao coração quebrantado
e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.”


(Mateus 5:5)

Domínio Próprio – É uma manifestação do Espírito Santo definida pela


capacidade de controlar o ânimo, superando qualquer fraqueza. O domínio
próprio está relacionado com a prudência, uma característica do discípulo
dirigido pelo Espírito Santo, e é demonstrado por um comportamento
prudente, expondo sua maturidade espiritual.

“Efetuai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que o opera
em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade.”
(Filipenses 2:12-13)

O domínio próprio origina-se em Deus, e Ele espera que nós o mostremos,


tendo controle sobre nossas vontades.

“Todo aquele que se esforça, de tudo se abstém.”


(1 Coríntios 9:25)

“Receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.”


(Tiago 1:12)

“Prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo


Jesus.”
(Filipenses 3:14)
AMADURECIMENTO,
CONSOLIDAÇÃO E FRUTOS
Para tornar-me um líder de célula e pastor auxiliar, eu passei por muitos
processos de aprendizado. Não foram rigorosos, mas cheios de lições para o
crescimento de várias áreas da minha vida. Esses conhecimentos que tenho
adquirido me fizeram crescer muito e me trouxeram maturidade. Passei por
diversos desafios e adversidades. Esses momentos difíceis desafiaram meu
intelecto e minhas vontades.

Ninguém nasce maduro – o amadurecimento é um processo gradativo, pelo


qual eu também tive que passar (e ainda estou passando, em alguns sentidos).
A própria Palavra nos revela que o caminho do verdadeiro discípulo de Cristo
é como o amanhecer de um novo dia, que vai ficando claro e clareando mais
e mais, até ser um dia perfeito (Provérbios 4:18).

Reconheço que o meu crescimento no conhecimento acerca da vontade de


Deus e maturidade tem feito uma mudança drástica em minha vida. Essa
sabedoria me proporciona conviver com pessoas de opiniões diferenciadas,
por vezes até controversas, que me condicionam a ter um vasto conhecimento
em diversos âmbitos, fazendo com que eu amadurecesse espiritualmente.

Há uma passagem na Bíblia sobre a vida de Jesus que me ensina muito:


“Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos
homens” (Lucas 2:52).

Aprendo muito com os relatos sobre Jesus, pois aquele que se tornou o Rei
dos reis foi submisso aos seus pais e mestres desde a sua infância. Mesmo
sendo filho de Deus, Ele nunca se deixou levar pela sua posição divina. Se
sujeitou como homem e exerceu o seu ministério com muito poder e graça.
Continuou humilde, passando pela morte na cruz, até a sua ascensão junto ao
Pai.

Ele foi fiel até o fim, e ainda é fiel para com cada um de nós. Assim como
Ele, precisamos nos sujeitar a esse processo em relação às autoridades que
foram colocadas nas nossas vidas para o nosso crescimento. O segredo do
verdadeiro crescimento é a obediência, a lealdade e a honra.

Jesus impactou a humanidade com seu conhecimento, mas ainda havia a


necessidade da consolidação em meio à comunidade. Havia uma grande
perseguição, e os líderes da época não tinham a revelação da presença do
Cristo entre eles. Imaginavam um reinado terreno, onde as conquistas fossem
garantidas à força, como era o costume daquela época.

Foi dessa forma que eles imaginavam e esperavam o Messias. A imagem


que eles tinham do ungido de Deus era terrena, pensavam que ele seria um
guerreiro.

Entretanto, não foi com essa imagem que eles se depararam. Deus lhes
enviou um homem santo, pacífico e cheio de amor, cordialidade e
conhecimento. Conforme a Palavra nos relata, Jesus consolidou seu
conhecimento entre doze homens, que mais tarde viriam a ser onze, e estes
consolidaram sobre os povos aquilo que receberam de seu amado Mestre.

Na medida em que andamos com as pessoas que detém o conhecimento da


Palavra de Deus nós vamos desfrutando deste conhecimento, e juntos
crescemos. Creio firmemente que, enquanto os discípulos de Jesus
caminhavam com Ele, também cresciam em graça e sabedoria perante Deus.
Buscar a Palavra do Senhor é algo prazeroso. Veja que o grande rei Davi abre
a sua sequência de Salmos com a seguinte mensagem: “A minha satisfação
está na lei do Senhor, e nessa lei medito dia e noite”. (Salmo 1:2).

Davi sabia que sem o conhecimento da Palavra de Deus e sem a devida


meditação seria impossível consolidar o seu reinado perante aos homens.
Sabemos quais dificuldades Davi sofreu. Deus gostava dele, pois mesmo com
todas as adversidades ele se esforçava em ser um homem segundo o coração
de Deus.

Passamos parte da nossa vida pensando em propósitos pessoais e em


sonhos a realizar. Alguns pensam em carro, casa, família, objetivos
profissionais, viagens internacionais, conquistas milionárias, enfim, coisas
materiais. Então nos vem a pergunta: e o espiritual?

Quantos de nós temos buscado a essência da presença do Senhor?


Escrevo este livro porque me identifico com os pontos aqui colocados. Não
busco me tornar um milionário, mas permaneço na esperança de ser próspero
em Deus, através da presença Dele em minha vida e na vida da minha
família. Almejo viver dentro de Seus preceitos.

Jesus nos ensina que sempre estamos conectados a Deus: “Busquem, pois,
em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão
acrescentadas a vocês” (Mateus 6:33).

Jesus foi um exemplo vivo disso, e provou todas as coisas pelas quais nós
passamos aqui na terra. Ele sem dúvidas passou por muitas tentações que não
foram descritas na Bíblia. Mas Cristo venceu todas elas, pois ele tinha uma
meta a cumprir: fazer a vontade de seu Pai e ser o nosso salvador.

Jesus gerou muitos frutos, nós somos parte destes frutos, e você é um deles.
Como ele, precisamos gerar novos frutos para o Reino de Deus. A vida é um
processo constante de crescimento, consolidação e produção de frutos. Nós,
líderes, precisamos exercer uma influência na vida das pessoas, mostrar que
há uma maneira de viver melhor, em comunhão com Deus. Devemos
demonstrar o caráter de Cristo em nossas vidas através da nossa maturidade
espiritual, exibindo comportamento exemplar ao lidar com nossos filhos
espirituais.

Desafio-te a ser essa pessoa e meditar na Palavra. Ore, jejue e confie no


Senhor. Este processo nos aproxima cada vez mais da presença de Deus. O
Senhor está contigo, hoje e sempre. Permaneça no caminho da maturidade e
consolide sempre que possível, para que a sua maturidade seja multiplicada
através das vidas dos seus discípulos. Os frutos da sua consolidação serão
notórios na sua vida, bem como na vida de seus liderados.

Um crescimento espiritual definitivo

A Palavra nos ensina que o Espírito Santo é o poder de Deus, e que ele
pode transformar a nossa vida e nos ajudar a compreender corretamente o
propósito da vontade de Deus. Diante disso, nós, como discípulos, devemos
ficar atentos aos propósitos de Deus para nós, e não focados nos nossos
propósitos particulares (Romanos 12:2).
Todos somos propensos a fazer planos e apresentá-los a Deus. Porém,
aquele que Deus escolheu para realizar Sua obra não deve traçar planos, mas
caminhar em direção aos planos do Senhor. Essa pessoa deve ignorar
totalmente as suas vontades para que se cumpra o desejo do seu Senhor. É
dessa forma que demonstramos grande maturidade espiritual.

Não devemos atropelar os princípios de Deus e ignorar totalmente os


fundamentos da Palavra. Quando nascemos para Cristo, nós somos como
crianças na fé. Com o passar do tempo nós nos estabelecemos em nossos
conceitos de maturidade, mas quem deveria estar estabelecendo esses
conceitos é Deus, através da ação do Espírito Santo. Devemos deixar que o
Senhor Deus nos posicione como Ele achar melhor.

“Vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências


do engano. E vos renoveis no espírito da
vossa mente, e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em
verdadeira justiça e santidade.”
(Efésios 4:22-24)

O primeiro passo, segundo o apóstolo Paulo, é se “despojar do velho


homem”. Para fazermos isso nós temos que entender que o velho homem é a
nossa natureza egoísta e carnal, que é hostil a Deus. A própria Palavra nos
adverte: “A mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete
à lei de Deus, nem pode fazê-lo, Quem é dominado pela carne não pode
agradar a Deus” (Romanos 8:7-8).

O “antigo eu” ao qual Paulo se refere é nossa mente não convertida, que
comete atos pecaminosos. Como abordado anteriormente, o nosso “antigo
eu” deve ser submetido a uma morte espiritual, sendo sepultado pelas águas
do batismo.

Está escrito:

“Que diremos? Vamos permanecer no pecado para que a graça


aumente? De modo algum, nós que já morremos para o pecado, como
vamos continuar vivendo nele? Acaso ignorais que todos nós, batizados no
Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados? Pelo batismo fomos
sepultados com ele em sua morte, para que, como Cristo foi ressuscitado
dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida
nova. Pois, se fomos, de certo modo, identificados a ele por uma
morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela
ressurreição, sabemos que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo,
para que seja destruído o corpo sujeito ao pecado, de maneira a não mais
servirmos ao pecado, pois aquele que morreu está livre do pecado.”
(Romanos 6:1-7)

Com o passar do tempo, Deus milagrosamente muda o que há de pior em


nós. Ele faz isso com o poder transformador do Seu Espírito, pois Ele pode
nos libertar dos inúmeros pecados que são frutos da imaturidade.

Esses pecados parecem invencíveis. São pecados que nós e nossos filhos
espirituais enfrentam diariamente. Mas podemos nos libertar das amarras que
nos fazem escravos da imaturidade através das nossas orações. Está escrito:
“Ao servo do Senhor não convém brigar, mas, sim, ser amável para com
todos, apto para ensinar, paciente, deve corrigir com mansidão os que se lhe
opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-
os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e
escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua
vontade” (2 Timóteo 2:24-26).

Com a ajuda de Deus nós somos libertados progressivamente de um


caminho de vida errado, que Paulo chamava de servidão. Ele disse: “Não
sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como
escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem, escravidão do
pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça?” (Romanos
6:16).

Para nos livrarmos da escravidão, Paulo dá um conselho: “Matem os


desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade sexual, a
indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobiça, porque a cobiça é
um tipo de idolatria” (Colossenses 3:5).

À medida que estudamos a Palavra de Deus, mesmo depois de batizados e


convertidos, continuamos descobrindo detalhes de nossa natureza humana.
As Escrituras nos ajudam a identificar as mudanças que ainda precisamos
fazer, pois a Palavra de Deus corta e penetra o âmago do nosso ser, desde que
deixemos que ela o faça. “E é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração” (Hebreus 4:12).

A Palavra de Deus nos auxilia a identificar os nossos atos e pensamentos


errados, porque o estudo da Bíblia é necessário para o crescimento espiritual.
Podemos nos afastar do pecado, cultivando pensamentos puros e fazendo
boas obras, mas não podemos fazer isso sozinhos!

Precisamos despertar o dom do Espírito de Deus em nós (2 Timóteo 1:6).


Este Espírito pode nos renovar diariamente e dar forças à nossa nova
natureza, a fim de termos sucesso na luta contra o pecado (2 Coríntios 4:16).
Com a ajuda do Espírito de Deus nós podemos “mortificar as obras da
carne” (Romanos 8:13).

Alguns perdem a sua luta contra o pecado porque tentam vencê-lo com
suas próprias forças, em vez de usar o poder de Deus, que está disponível
através do seu Espírito. Paulo reconhece esta deficiência humana, e sabia
perfeitamente do impacto da natureza humana em nosso comportamento, pois
escreveu: “Que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” (Romanos
7:21). Este versículo descreve a luta de Paulo – e de todo cristão – entre a sua
natureza humana e a sua nova natureza em Cristo.

Somente através da presença de Jesus é que podemos mudar nossas vidas.


De acordo com as normas de Deus (Gálatas 2:20), por meio Dele nós
podemos ser redimidos de toda a iniquidade, transformando-nos em seres
purificados, para sermos “um povo exclusivamente seu e zeloso de boas
obras” (Tito 2:14).
REVERTIR-SE DE NOVO
Se lutarmos sozinhos para despojar o “antigo eu”, o processo de superação
fica incompleto. Agora vem a parte mais difícil: devemos, com a ajuda de
Deus, imprimir em nosso caráter os traços positivos que são opostos das
falhas deixadas pela imaturidade.

Paulo explica que nós devemos nos “revestir do novo homem” (Efésios
4:24), com todas as novas características da Palavra impressas nessa nova
pele. Devemos concentrar nossa atenção e nossos esforços no comportamento
santo que desejamos apresentar.
Temos de nos concentrar no positivo para eliminar o negativo. É aqui que
os exemplos que Paulo usa são tão instrutivos e úteis: “Por isso deixai a
mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo” (Efésios 4:25).

Quando é que um imaturo mentiroso deixa de ser mentiroso? Ele não deixa
de ser um imaturo mentiroso apenas por ficar de boca fechada, desse jeito ele
ainda é um imaturo mentiroso que vive entre mentiras. A única maneira
através da qual ele pode demonstrar a mudança no seu caráter é falando a
verdade. Para isso acontecer, o indivíduo tem que se despir de sua pele
mentirosa e se revestir do novo homem. Quando um ex-mentiroso começa a
dizer a verdade, as suas antigas atitudes de desonestidade e de dissimulação
começam a secar e morrer. Isso é o que acontece quando, com a ajuda do
Espírito de Deus, nos esforçamos para vencer nosso antigo modo de vida e
substituí-lo pelos princípios de Deus.

Paulo comenta outro exemplo ao falar sobre o ato de roubar. Quando é que
um ladrão deixa de ser ladrão?

Um ladrão que não esteja roubando alguma coisa agora pode estar “dando
um tempo”, esperando o momento oportuno para o próximo roubo. A única
forma de um ladrão demonstrar que mudou a sua atitude é vencendo a sua
imaturidade e começando, de forma consistente, a fazer o oposto de roubar.

O roubo é o ato de apropriação indevida de bens, pertences e valores que


pertencem a terceiros. O ato oposto da atitude egoísta de roubar é o ato de
dar. Um ex-ladrão, com a ajuda de Deus, aprenderá a trabalhar “fazendo com
as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com quem tiver
necessidade” (Efésios 4:28).

Capitulo 15
PALAVRAS DESTRUTIVAS OU
EDIFICANTES?
Paulo exemplifica seu ponto de vista ao analisar a forma como nos
comunicamos. Nossa língua frequentemente manifesta nossa natureza
dominante, seja ela boa ou ruim. Jesus disse que a boca fala sobre aquilo que
preenche o coração (Mateus 12:34). Tiago diz que a língua desenfreada é um
mundo de iniquidades (Tiago 3:6).

Se manter calado para que palavras corruptas não saiam de sua boca é um
passo na direção certa. No entanto, manter a boca fechada não é um atestado
de que nossa natureza mudou. Até o imaturo pode ser reputado como sábio
ao se calar (Provérbios 17:28).

A nossa natureza muda quando começamos a usar a língua de uma maneira


positiva. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for
boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”
(Efésios 4:29).
Para vencermos a tendência de falar coisas erradas nós devemos pedir que
Deus os ajude, através do poder do Seu Espírito, guiando as nossas conversas
para o encorajamento e a edificação dos outros, retirando de nosso
vocabulário palavras de recriminação e desprezo. As nossas palavras devem
brotar de um manancial de vida plena (Provérbios 10:11). A nossa conversa
deve ser como prata escolhida (Provérbios 10:20). Devemos rogar a Deus
para que a nossa linguagem seja sempre agradável, temperada com sal
(Colossenses 4:6).

Podemos vencer as nossas características ruins quando nos concentramos


num comportamento justo. Através do uso desta fórmula, e com a ajuda do
Espírito de Deus, a mudança se torna uma parte permanente de nosso caráter
de discípulos.

Que espírito estará contigo?

O Espírito de Deus contrasta com o espírito da amargura e da ira. “Toda


amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada
de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”
(Efésios 4:31-32). Quando cedemos à natureza do velho homem, com todas
as suas práticas imaturas, “damos lugar ao diabo” (Efésios 4;27). Quando
nos voltamos para Deus em busca de maturidade, o Espírito de Deus também
se volta para nós, e com isso podemos caminhar
na luz que é a Palavra de Deus, que é o próprio Jesus (João 1:14 e Apocalipse
19:13).

Talvez agora possamos compreender o porquê de não podermos apagar o


fogo do Espírito de Deus que arde em nós (1 Tessalonicenses 5:19). Se
recusamos sua orientação e praticamos o roubo ou temos conversas imorais,
nós estamos viabilizando a presença de Satanás, pois ele vive nesse tipo de
ambiente.

O resultado oposto prevalece quando nos revestimos do espírito do novo


homem. Satanás odeia o comportamento divino e não pode prevalecer num
ambiente de bondade, e o Espírito de Deus se desenvolve numa pessoa que se
esforça para viver uma vida generosa. Tudo isso ilustra maravilhosamente
algumas verdades simples, porém muito profundas. “Pois quando nos
sujeitamos a Deus e resistimos ao diabo, ele foge de nós” (Tiago 4:7). Como
Paulo disse: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumpram as cobiças da
carne” (Gálatas 5:16).

O meio mais simples de tirar o ar de um copo é enchendo-o de água. Do


mesmo modo, Deus pode superar nossa natureza humana enchendo a nossa
mente com a sua natureza e os seus inúmeros atributos maravilhosos.

“Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à


virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao
domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a
fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades
existirem e estiverem crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês,
no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes
e improdutivos.”
(2 Pedro 1:5-8)

Isto não significa que não voltaremos a pecar. Ainda somos seres carnais,
sujeitos à fraqueza humana. No entanto, não podemos nos desanimar diante
dos nossos pecados. Na verdade, devemos estar agradecidos por termos
ciência deles, pois a consciência é o primeiro passo para a erradicação de um
problema.
O apóstolo Paulo, referindo-se ao fato de ainda não ter alcançado a
perfeição em seus esforços para eliminar o pecado de sua vida, dá-nos esta
perspectiva: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma
coisa faço; esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para
as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13-14).

No livro de Hebreus encontramos algumas palavras encorajadoras:


“Portanto, fiquemos firmes na fé que anunciamos, pois temos um Grande
Sacerdote poderoso, Jesus, o Filho de Deus, o qual entrou na própria
presença de Deus. O nosso Grande Sacerdote não é como aqueles que não
são capazes de compreender as nossas fraquezas. Pelo contrário, temos um
Grande Sacerdote que foi tentado do mesmo modo que nós, mas não pecou.
Por isso tenhamos confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a
graça de Deus. Ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre
que precisarmos de ajuda” (Hebreus 4:14-16).

“Portanto, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se


agarra firmemente em nós e continuemos a correr, sem desanimar, a
corrida que nos foi proposta pela Palavra, conservemos nos, os nossos
olhos fixos em Jesus, pois é por meio Dele que é a Palavra que liberta, que
a nossa fé começa, pois é Ele quem nos aperfeiçoa. Ele não deixou que a
cruz fizesse com que Ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria
que lhe foi prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na
cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus. Pensem no
sofrimento Dele e como suportou o ódio dos pecadores, assim, dessa
forma, nós não desanimamos nem desistimos.”
(Hebreus 12:1-3)

A nossa transformação definitiva

O processo completo de conversão tem a ver com a transformação que


Deus opera em nós, através de sua Palavra, que é Jesus. O último e mais
dramático aspecto de nossa transformação ocorrerá na ressurreição dos
mortos, quando Jesus nos ressuscitar para morarmos junto com ele na Glória.
O apóstolo Paulo revela o que acontecerá aos escolhidos e fiéis discípulos
de Cristo quando a hora chegar: “E, agora, digo isto, irmãos: que carne e
sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a
incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e
fechar de olhos, ante a última trombeta, pois é necessário que aquilo que é
corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal se revista
de imortalidade.” (1 Coríntios 15:50-53).

A trombeta soará e os mortos ressuscitarão, incorruptíveis, e seremos


transformados. Porque convém que aquilo que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que aquilo que é mortal se revista da imortalidade.
Quando isso acontecer, cumprir-se-á aquilo que está escrito: “Tragada foi a
morte na vitória” (1 Coríntios 15:54).

Paulo descreve a fantástica conclusão de tudo o que Deus está fazendo por
nós: “Nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso
Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá. Ele transformará o nosso
corpo fraco e mortal e o fará ficar igual ao seu próprio corpo glorioso,
usando para isso o mesmo poder que Ele tem para dominar todas as coisas”
(Filipenses 3:20-21).

“Renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste


presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor
Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda
iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas
obras.”
(Tito 2:12-14)
Paulo escreveu: “Cresçamos em tudo até alcançarmos a altura espiritual
de Cristo, que é a cabeça” (Efésios 4:15). E também disse: “Irmãos, não
sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede
homens amadurecidos” (1 Coríntios 14:20).

Aqueles homens já deveriam ser mestres no assunto, mas precisavam de


alguém que os ensinasse novamente os princípios elementares da Palavra de
Deus. Precisavam de leite, não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite
ainda é criança e não tem experiência no ensino da justiça. O alimento sólido
é para os adultos que se tornaram aptos para discernir o bem do mal (Hebreus
5:12-14).
OREMOS
Senhor Deus Pai, é de todo coração que me aproximo de ti, em nome de
Jesus, para te adorar e para bendizer o seu Santo Nome.

Pai, quero lhe apresentar a pessoa que acabou de ler este livro, que é
derivado da sua Palavra. Essa pessoa quer estar mais apta para a aplicação da
consolidação na vida de seus discípulos e filhos espirituais, a fim de torná-los
mais ativos e preparados para a vida cristã, de forma que atinjam a
maturidade necessária para praticar a paternidade espiritual na vida de outros
filhos do Senhor.

Que todos se tornem aptos para assumir o seu legado e exercer o


discipulado com seus respectivos discípulos, tornando-os filhos espirituais
através da arte da paternidade espiritual, amando uns aos outros.

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