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INTRODUÇÃO
1 - OS PRINCÍPIOS DA CONSOLIDAÇÃO
2 - A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO
7 - MATURIDADE
8 - FRUTOS DA IMATURIDADE
9 - FRUTOS DA CONSOLIDAÇÃO
10 - LEALDADE E FIDELIDADE
11 - OS VERDADEIROS CONSOLIDADORES
14 - REVESTIR-SE DO NOVO
15 - PALAVRAS DESTRUTIVAS OU EDIFICANTES?
16 - OREMOS
INTRODUÇÃO
A arte da paternidade espiritual: a maturidade e os frutos da consolidação.
Esse é o quarto livro da série Discipulado Ativo: A Arte da Paternidade
Espiritual. A arte da paternidade espiritual é amar. Neste livro, dando
continuidade aos ensinamentos de como exercer a paternidade espiritual,
buscarei te orientar acerca da importância da maturidade, dos frutos e dos
princípios da consolidação. Irei tocar vários assuntos referentes à maturidade
e aos resultados da consolidação.
Este livro tem como finalidade instruir o discipulador ativo sobre como
incitar a maturidade na vida do seu discípulo, tornando-o ativo através da
consolidação.
Está escrito: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros.
Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros, e com isso todos
saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem, uns aos outros”
(João 13:34-35).
OS PRINCÍPIOS DA
CONSOLIDAÇÃO
“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens.” (Mateus 4-19)
O homem é um ser social por natureza. Isso quer dizer que ele necessita
viver em comunidade para desenvolver-se. É trabalho do consolidador
proporcionar o ambiente adequado para que o seu discípulo encontre alegria e
prazer em pertencer à família de Deus.
Lucas 8:4-15 nos traz a parábola do semeador. O apóstolo conta que houve
uma semente que não encontrou lugar adequado para ficar firme, e por isso
acabou secando. Isso acontece frequentemente com os novos convertidos,
que não encontram uma boa recepção na igreja.
A IMPORTÂNCIA DA
INTEGRAÇÃO
A integração é algo fundamental para o início do processo de
consolidação. A forma como recebemos os novos convertidos e visitantes
em nossa igreja conta muito na pontuação dos bons resultados na
consolidação.
É muito triste vermos uma igreja sem preparo físico, social e espiritual para
receber os novos filhos de Deus. A Palavra de Deus já vem nos alertando há
séculos desse grave problema, que ainda hoje impede muitas igrejas de
alcançar o devido sucesso, tudo por falta de atenção neste quesito tão
importante e crucial.
A Palavra nos adverte: “Hoje é dia de angústia, desprezo e vergonha. Eis
que os filhos vieram ao parto, mas não tiveram forças para os receberem” (2
Reis 19:3).
“Só consolida a fé quem se importa com vidas”. Essa é uma frase muito
correta. Se comparada com “quem ama, cuida”, lembramos que amor e
cuidado estão relacionados com consolidação.
O discipulador precisa ter visão, tanto para detectar esse problema quanto
para buscar a solução. Para que isso não aconteça com tanta frequência, é
necessário que haja mais empenho por parte do discipulado. Ele deve se
tornar mais ativo! Do contrário, esse discipulado se tornará falido, caído na
rotina. Logo nem discípulo nem discipulador irão manter o interesse no
discipulado, e ele se tornará apenas algo feito para manter as aparências.
Esta não é uma obra de ficção, mas a realidade de muitos que não estão
sendo consolidados da forma correta. Notem a importância dessa parte do
trajeto na caminhada individual no discipulado.
Esse relato foi dado por um discípulo que estava magoado. Esse
provavelmente será o legado deixado por seu discipulador. Ainda há quem
pense ser dono de seus discípulos. Eles o transformam num criado, uma
espécie de mordomo que existe apenas para suprir suas necessidades. É bom
lembrar de algo que Jesus disse: “Tal como o Filho do Homem que não veio
para ser servido, mas sim, para servir” (Mateus 20:28).
Para evitar esse equívoco, o discipulador precisa reconhecer que não tem
resposta para tudo. Quando o consolidador tenta ser um “salvador” de seu
discípulo, ele está entrando num terreno perigoso. Deus é zeloso com as
ovelhas de seu rebanho. O envolvimento exagerado acaba interferindo nos
planos que Deus deseja realizar na vida do discípulo.
Devemos amar com muito amor, mas sem nos esquecermos de que a
prioridade do nosso amor é Deus: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
pensamento” (Mateus 22:37).
Tem se tornado comum o abuso por parte dos consolidadores, que não
esperam que o outro escolha expor seus problemas íntimos e invade sua
privacidade. Esse tipo de situação constrange o discípulo.
A Palavra nos diz mais! Não devemos nunca deixar de proclamar a vontade
de Deus: “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”
(Atos 20:27).
Há muitas outras razões para investir seu tempo na consolidação. Ela pode
incluir momentos de comunhão, hospitalidade e aconselhamento àqueles que
demoram para compreender o que é ensinado.
Ore com seu discípulo e lhe dê conselhos. Talvez você mesmo precise
estudar e aprender mais para desenvolver este ministério. Comece com
poucos discípulos, e aumente a quantidade aos poucos. Tenha alguém para
ser um líder responsável por este ministério (consolidação) na sua célula. Se
isso for bem feito, a igreja irá crescer poderosamente em força e maturidade.
PRINCÍPIOS APLICADOS NA
CONSOLIDAÇÃO
Existem muitos princípios na Palavra de Deus nos quais devemos nos
apoiar para alcançar a consolidação. Destacarei alguns:
“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa.
Para que te vá
bem, e vivas muito tempo sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis à ira a
vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.”
(Efésios 6:1-4)
O princípio da ordem (1Coríntios 14:40): “Por tanto que tudo seja feito
com ordem e decência.”
Quando você ganha uma vida para Cristo, a vida dessa pessoa precisa
passar por um processo que chamamos de Quebrantamento da Alma. Damos
esse nome para o processo de libertação na vida. A consolidação na Igreja é
fundamental e todos precisam ser acompanhados de perto.
Nós, como embaixadores de Cristo na terra, temos Jesus como centro das
nossas vidas. A nossa missão é gerar filhos espirituais e consolidá-los, com o
objetivo de que atinjam a maturidade necessária e que possam multiplicar,
gerando outras vidas em Cristo. Para que isso aconteça, precisamos fazer um
trabalho de consolidação nas igrejas, principalmente através do departamento
da integração.
O apóstolo Paulo queria lembrar seus filhos espirituais de que, mesmo que
eles tivessem vários tutores e cuidadores, tinham apenas um progenitor.
Várias pessoas contribuíram para a sua formação espiritual, o que foi bom,
mas apenas um pai é o verdadeiro Pai Celestial.
Existe uma afeição muito especial entre a pessoa que consolida e conduz
outra pessoa a Jesus. Existe um elo entre quem acompanha o recém-
convertido e o discípulo.
O apóstolo Paulo não esperava glória por ser discipulador, e ele deixa isso
bem claro ao dizer que tudo o que fez foi pelo evangelho. Deixa claro que
seus filhos espirituais nasceram pela Palavra, e destacou que aquele que
planta a semente também rega o campo (1 Coríntios 3:5-8).
Quase todo pai já teve a experiência de ver seus filhos sendo influenciados
por “mitos”, alguns considerados heróis. Muitas vezes isso acontece num
momento da vida em que o pai ou a mãe são tirados do pedestal dos filhos,
que os substitui temporariamente por heróis fictícios. O apóstolo Paulo sofria
essa rejeição. Isso doía muito nele, pois apenas ele sabia o quanto havia
sofrido para gerar aquelas vidas para Cristo.
Mesmo triste, Paulo não sentiu seu ego ferido. Por que será? É porque seus
filhos espirituais estavam sendo seduzidos por falsas mensagens que os
desviavam do verdadeiro foco, que era Cristo Jesus. Paulo chamou-os de
volta através da disciplina aplicada. Na verdade, Paulo foi movido por um
intenso ciúme espiritual de pai, por medo de perder seus filhos, pois foi ele
que sofreu, quase que sentindo dores de um parto a fim de levá-los para a luz
de Cristo.
Podemos sentir ciúmes dos nossos filhos espirituais? Bom seria se não
sentíssemos, mas isso é praticamente impossível. Se realmente nutrimos um
amor terno por eles, isso é inevitável. Até mesmo Deus, através do seu
Espírito, nos demonstra isso. Ele também tem ciúmes de nós. Está escrito:
“Ou vocês acham que é sem razão que a escritura diz que o Espírito que ele
fez habitar em nós, tem fortes ciúmes de nós?” (Tiago 4:5).
O que dizer diante disso? Devemos ser maduros e deixar aflorar nossa
maturidade espiritual, assim não nos apegaremos a situações embaraçosas.
Jesus nos deixou uma tarefa, que foi registrada em cinco livros bíblicos: a
tarefa de gerar filhos espirituais e criá-los pela fé: “Então, Jesus aproximou-
se deles e disse: ‘Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra;
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que ordenei a vocês, e eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.’”
(Mateus 28:18-20).
Em João 15:2,5,8, fica bem claro que Deus quer que demos frutos
permanentes. Os frutos no texto se referem a vidas transformadas pelo poder
da Palavra que liberta. A expectativa do Senhor para nós é que amemos os
nossos filhos espirituais da mesma maneira como Ele nos ama, e que
cuidemos bem de cada um deles, consolidando-os na verdade que liberta.
Apesar de serem nossos filhos na fé, não cuidamos deles para nós mesmos.
Cuidados para o grande agricultor, o verdadeiro Pai!
Precisamos atrair os olhos de nossos filhos espirituais para nós, para que
sejam nossos imitadores, assim como o apóstolo Paulo diz: “Sede meus
imitadores, como também eu de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Paulo quis dizer:
“Filho, observe o que estou faça. Faça o eu e faço, do jeito que faço”.
Filhos naturalmente imitam seus pais. Seus pequenos olhos estão sempre
nos observando. Isso não significa que o pai de família (ou o pai espiritual)
seja perfeito. Mesmo no momento em que pedimos perdão nós estamos
ensinando nossos filhos sobre como se portar dignamente como criaturas de
Deus.
Talvez o testemunho mais triste venha do pai que diz: “Filho, faça o que
falo, mas não faça o que faço” É decepcionante quando pais dizem: “Filhos,
vão à igreja. Não esperem por mim, pois eu não vou!”.
“Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo;
porque somos membros uns dos outros.
Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar
ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as
mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver
necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que
for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E
não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia
da redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda
a malícia sejam tiradas dentre vós, Antes sede uns para com os outros
benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus vos perdoou em Cristo.”
(Efésios 4:25-32)
Não desista! Não desanime! Como pais naturais e espirituais nós iremos
passar por decepções e dificuldades na caminhada do ministério da
paternidade espiritual. Jesus também passou por dificuldades: ele foi traído,
abandonado e desprezado. Seus apóstolos também sofreram: foram
ultrajados, presos e humilhados. Para proteger seus filhos espirituais
chegaram a se entregar a prisões e à morte. Isso tudo pelo amor que tinham
em relação à obra de Cristo. Fizeram de tudo para honrá-lo.
Não devemos nos esquecer de que há uma recompensa para tudo isso. A
alegria de gerar um filho espiritual é fantástica. A felicidade de participar do
processo de formação de caráter de um filho é imensurável. Assim como
disse o nosso querido apóstolo João: “Não tenho maior alegria do que esta, a
de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3 João 1:4).
É certo afirmar que todos nós, que nos relacionamos com Deus, estamos
aprisionados em um discipulado constante. Não nos permitimos sair, mesmo
tendo o benefício do livre arbítrio. Os discípulos ativos querem a presença de
Jesus todos os dias. Se você é um discipulador de uma pessoa recentemente
convertida e pretende consolidá-la, as questões que você deve levantar são
estas:
01) Quais são as suas intenções nessa sua nova caminhada com Cristo?
05) Como você tem visto o discipulado aplicado por seu discipulador? É
um discipulado ativo e dinâmico ou apenas ocasional e superficial?
Uma sugestão para que seu discipulado seja produtivo é dedicar tempo na
presença de Deus. Falar sobre isso é quase como chover no molhado. Todo
crente sabe que, para ter uma vida saudável com Deus, é preciso tomar doses
diárias de oração e Bíblia.
Mesmo sabendo que devemos orar e ter comunhão com a Palavra todos os
dias, nem sempre conseguimos fazer isso. Entre saber e fazer há uma grande
diferença: a atitude.
“Como vou conseguir orar todos os dias se tenho pouco tempo para isso?”.
“Como ele consegue orar uma hora por dia? Isso é coisa só para pastor!”.
“Eu até quero ter mais tempo com Deus, mas isso só será possível depois
que eu me aposentar”.
Para desenvolvermos um relacionamento com Deus precisamos dedicar
nosso tempo a sós com Deus. Só conseguimos isso através da oração.
Não espere ter tempo pra Deus. Faça este tempo acontecer, dê prioridade
para esse tempo, Deus é mais importante que qualquer outra coisa. O
discípulo ativo precisa passar mais tempo com o seu Criador!
MATURIDADE
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino,
discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as
coisas de menino.” (1 Coríntios 13:11)
Contudo não devemos ligar a maturidade à idade das pessoas, pois isso se
torna um conceito limitado. A maturidade vai bem mais além, e não está
necessariamente vinculada à idade cronológica.
Não é difícil encontrarmos crianças que nos surpreendem pelo seu nível de
maturidade, e não é raro encontrarmos adultos que assustam pelo nível de
imaturidade.
A maturidade é extremamente relativa. Há crianças maduras e adultos
imaturos, o que demonstra claramente que aquilo que deveria ser lógico
(adultos esbanjando maturidade e crianças curtindo sua imaturidade na
infância) não é uma regra. Para tudo há exceções, e isso tem causado um
desatino tremendo nas igrejas e em seus departamentos.
Características da maturidade
Uma pessoa madura não se prende a opiniões errôneas dos outros, não age
para agradar ou deixar de agradar alguém, e é fiel a si mesma, e a seus
conceitos e princípios firmados pela sensatez da maturidade.
Uma pessoa madura assume a responsabilidade por sua vida e pelo seu
caminho. Tem senso de responsabilidade sobre si mesma, assumindo as
rédeas de sua realidade e de seu crescimento com disciplina e nitidez.
Enquanto uma pessoa imatura sempre busca culpar os outros, tentando
transferir a responsabilidade que lhe cabe a terceiros, a pessoa madura
compreende que as demais pessoas não são responsáveis por sua felicidade e
bem-estar. Uma pessoa madura assume sua responsabilidade no meio em que
vive, seja na família, no trabalho ou em sociedade.
Maturidade é ter coragem de ver as coisas como são, sem enfeitá-las, sem
se perder em ilusões. Ser maduro é ter coragem de ser lúcido e verdadeiro. É
ser corajoso o suficiente para enfrentar a vida sem fugir, sem enfiar a cabeça
em um buraco.
Ser maduro é ter coragem de caminhar com os próprios pés. É ser sincero e
não se deixar corromper por medo de dizer o que realmente pensa ou sente –
logicamente dentro dos parâmetros da sensatez e do respeito.
Essa pessoa não se deixa consumir pelo medo de cair, pois sabe que
aprende com os tombos. São com os tombos que temos a chance de
reconhecer onde erramos e prosseguir com otimismo. Por outro lado, os
imaturos temem caminhar, pois tem medo de errar. Por terem medo de sofrer,
pessoas imaturas não correm riscos e vivem de forma estagnada.
05) Maturidade é tolerância
Ser maduro significa ser tolerante com os outros e aceitar que somos todos
imperfeitos e limitados. Ninguém pode desmerecer o direito de alguém existir
e ser como ele é, independente de gostar ou não de sua postura. A Palavra nos
adverte que devemos suportar uns aos outros, nos guardando através do
vínculo da paz (Efésios 4:2-3).
Ninguém neste mundo está livre da dor e do sofrimento. Uma das formas
de expressar maturidade é aceitar esse fato com responsabilidade,
compreendendo que ele faz parte da vida, mas sem se entregar à tristeza e ao
ressentimento, sem transformar o sofrimento em um monstro imbatível.
Ser maduro é aceitar a dor sem se ver como vítima. Devemos aceitar o
sofrimento como aquilo que ele é: uma parte indesejável, porém inevitável
em nossas vidas. Maturidade não é buscar ser feliz o tempo todo, mas saber
que a tristeza também é importante para o crescimento. Devemos aceitá-la
com dignidade.
Uma pessoa madura entende que o mundo não é preto e branco, que não há
sempre um “certo” e um “errado”. Há várias verdades nesse mundo. As
coisas nem sempre são como parecem ser. Tudo na vida tem, no mínimo,
dois lados. Ver o mundo sem diferenciar as várias perspectivas limita nossa
visão.
Uma das coisas que mais tenho visto nos últimos tempos é a incoerência de
posturas. Vejo muita gente se contradizendo, com uma capacidade extrema
de dizer uma coisa e negá-la na mesma frase. É gente que diz: “Não sou
racista, mas acho que todo negro é isso ou aquilo”. “Nada tenho contra
homossexuais, mas não aceito dois homens se beijando perto de mim”. “Não
discrimino religião alguma, mas acho que todo muçulmano é terrorista”, e
assim por diante. Quem se posiciona assim mostra incoerência, e isso é um
forte sinal de imaturidade.
Uma pessoa madura reflete antes de se expressar, pois ela sabe que aquele
pensamento que veio em primeiro lugar, principalmente em situações
sobrecarregadas emocionalmente, pode estar totalmente distorcido. Ela sabe
que seus sentimentos e a forma como os interpreta podem estar
completamente equivocados, e que precisam ser repensados antes de serem
exteriorizados.
É importante controlar as emoções de forma racional. Sentimentos
negativos como desprezo, a inveja, o ciúme, a vingança, a raiva e a
agressividade devem ser controlados, mas não ignorados. Reflita sobre seus
sentimentos.
Você é uma pessoa especial, sem dúvida! Mas todos somos especiais, de
formas únicas. Sim! Você, eu, o carteiro, a mulher da padaria, o vizinho,
enfim, todo mundo é especial!
Não reconhecer isso e se achar mais especial que as outras pessoas é ser
vaidoso, prepotente e imaturo.
Uma pessoa madura compreende que ela é uma pequena parte de um todo,
um grão de areia numa duna, uma única letra em um livro, uma estrela
solitária no firmamento. Ser maduro é ser humilde e ter consciência das
próprias limitações. É viver com modéstia e simplicidade.
A pessoa que é equilibrada age com sabedoria e busca somar, não dividir.
Este indivíduo está sempre partilhando o que sabe e buscando o que é bom
para todos. Alguém que é equilibrado e sábio busca criar um clima positivo e
harmonioso, onde se constrói ao invés de destruir. Isso é alcançado quando
uma pessoa é clara, serena, humana e pratica o bem, almejando a evolução do
todo.
13) Maturidade é abominar a murmuração
Esse texto nos conta que, enquanto o povo de Israel murmurava, duas
pessoas – Josué e Calebe – abominavam a murmuração dos demais. Eles não
caíram nesse erro, e essa atitude permitiu que eles continuassem vivos até a
conquista da terra prometida.
É uma das manifestações que mais chama a atenção logo de cara. Não
esqueçamos de que há pessoas que amadurecem cedo e outras que levam
mais tempo, e isso pode interferir um pouco na observação.
Observação: não se usa mais o termo “atraso mental”, pois foi substituído
pelo termo “deficiência cognitiva”.
Instabilidade emocional
Uma pessoa imatura não consegue se comprometer com esses três grandes
temas.
Amar não significa ter sentimentos doces, mas voltar-se junto do outro para
as pequenas realidades cotidianas. A maturidade afetiva é uma dimensão à
parte, com características próprias e específicas.
A vida é como uma viagem, e por isso é importante saber aonde se quer
chegar. A maturidade é indispensável para não nos tornarmos turistas
desorientados na passagem por essa vida.
Uma pessoa que não foi educada para medir sua disposição é estragada,
paparicada, malcriada e se dobra diante de qualquer exigência série. Pessoas
assim nunca atingirão seu potencial. Um ser que aprendeu a ganhar tudo no
grito faz biquinho e cruza os seus braços sem sinal de protesto quando suas
manhas não funcionam.
A pessoa madura sabe se calar quando é melhor não dizer nada, e sabe não
se calar quando falar é necessário. Ela busca a paz de espírito, o
entendimento, o equilíbrio entre as energias e entre as pessoas. Uma pessoa
madura age com constância, e não de acordo com seu humor. Ela sabe que
diversão e distração são necessárias, mas que trabalho e engajamento também
são. A balança só se equilibra quando os opostos se igualam.
Talvez você, caro leitor, esteja pensando: “Puxa, é muita coisa! Assim
ninguém nunca vai conseguir amadurecer!”. De fato, nenhum ser humano é
perfeito. A maturidade, em sua plenitude, é uma meta que nos serve como
guia e nos ajuda a crescer, mas sem ansiar a perfeição. Se fôssemos perfeitos
seríamos anjos, e não humanos! Ser maduro é entender que nenhum de nós
jamais conseguirá ser sempre e completamente maduro, mas que podemos
nos esforçar e fazer muito para o nosso crescimento pessoal.
A maturidade espiritual deve ser uma prioridade para todo discípulo ativo e
verdadeiro: “Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está
experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento
sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos
exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hebreus 5:13-14).
“Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso
Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo
sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem,
para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é
agradável diante Dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o
sempre. Amém!”
(Hebreus 13:20-21)
Obediência
Uma pessoa leal é alguém que é fiel e dedicado, que sempre cumpre as
suas promessas. Ex: O meu melhor amigo é o maior exemplo de lealdade.
Na maior parte dos casos, lealdade e fidelidade são vistos como sinônimos.
No entanto, alguns autores afirmam que a lealdade e fidelidade são conceitos
distintos, indicando que a fidelidade faz parte da lealdade. Assim, afirmam
também que é possível ser fiel sem ser leal.
Paulo escreveu sobre a “fidelidade de Deus”, que não pode ser anulada pela
infidelidade humana, expressando assim a própria justiça de Deus. Isso quer
dizer que a fidelidade de Deus é um conforto para os fiéis, ao mesmo tempo
em que é ruína para os infiéis. Assim como Deus é fiel a suas promessas, Ele
também é fiel aos seus avisos de juízo.
Dessa forma, podemos entender que a fidelidade é um dos atributos morais
de Deus, de modo que tudo que provém dele é verdadeiro e infalivelmente
confiável (Hebreus 10:23).
Deus é imutável, e sua fidelidade nos encoraja e nos conforta, de modo que
sempre podemos confiar que suas promessas nunca falharão e que sua aliança
é inviolável. A imutabilidade de Deus é um de seus atributos incomunicáveis,
ou seja, um atributo que Ele não compartilha ou transmite a ninguém. A
fidelidade, como uma qualidade do caráter divino, pode ser refletida na
conduta daqueles que são guiados pelo Espírito Santo. É ele quem produz nos
humanos a virtude da fidelidade e, como resultado, as pessoas de fé possuem
conduta exemplar.
Honra
A ideia de ser honrado também pode significar "ter destaque". Alguém que
possua privilégios ou distinção entre os demais em determinada ocasião pode
ser considerado honrado. Além disso, "uma honra" pode ser ofertada para
alguém em sentido de homenagem, como uma forma de demonstrar respeito.
Normalmente, as pessoas agraciadas com uma honra recebem um símbolo,
como um diploma ou medalha.
Respeito
Uma das mais importantes noções sobre o respeito é que, para ser
respeitado, é preciso saber respeitar. Em muitos casos, infelizmente, isso não
acontece. Respeitar não significa concordar em todos as áreas com outra
pessoa. Significa simplesmente não discriminar ou ofender essa pessoa por
causa da sua forma de viver, ou devido às suas escolhas (desde que essas
escolhas não causem dano e desrespeitem os outros).
Por exemplo:
“Em todas as suas ações, era possível notar a dignidade que lhe fora
ensinada pela mãe.”
O que nos traz alegria hoje? Estudar, trabalhar, praticar esportes, conversar
entre amigos, sair para passear?
Servir a Deus nos traz muitas alegrias. O serviço a Deus nos toma tempo,
como todas as outras atividades, e frequentemente o tempo que doamos ao
Senhor ainda é muito curto. Contudo esse tempo escasso pode ser
enriquecido se servirmos a Ele com alegria.
Uma pessoa trabalha oito horas por dia durante cinco dias na semana. Essa
pessoa estuda durante a noite e, nos finais de semana, seu desejo é descansar.
Mesmo trabalhando e estudando a semana inteira, nas horas vagas essa
pessoa dedica seu tempo ao serviço de Deus. Ela sempre consegue dar conta
do recado de servir, e conta as horas durante a semana para poder estar mais
uma vez servindo ao seu Senhor.
Todavia nessas horas deve-se ter discernimento também. Não vamos sair
por aí pegando tudo quanto é serviço dentro da igreja de uma vez só, pois ao
final não daremos conta de nada.
Servir a Deus vem do coração. Não é porque sua família toda está servindo,
ou porque você foi convidado por seu melhor amigo, que servirá ao Senhor
só para agradá-los. Uma pessoa só deve servir quando seu coração estiver
desejando isso. Esta é a alegria de servir a Deus.
Posso dizer com toda certeza que hoje a alegria da minha vida é estar
servindo ao Senhor. Há muito serviço dentro da igreja, e espaço para todos
que desejam servir de coração.
Se você já serve, sabe do que eu estou falando. Se você ainda não serve a
Deus, converse com seu pároco, coordenador de algum grupo de oração ou
até mesmo com seus amigos, e veja as possibilidades para você.
Ler este livro é uma coisa. Servir a Deus com alegria é uma experiência
pela qual todos nós devemos passar.
OS VERDADEIROS
CONSOLIDADORES
Os verdadeiros consolidadores são aqueles que são considerados grandes
amigos por seus discípulos. Os discípulos dão autoridade a esses pais
espirituais, pois os veem como pessoas que amam a Deus e que estão
dispostas a darem suas vidas a Ele.
Nem todos têm filhos, mas todos tiveram pais biológicos. Nem todos os
que estão se comprometendo a assumir a paternidade espiritual se sentem
preparados para esse ministério. Ainda assim, todos tiveram um pai ou uma
mãe espiritual, que os gerou em Cristo Jesus.
Qual é o nome do seu pai ou da sua mãe espiritual? Quem é a pessoa que te
levou para Cristo? Será que você tem alegrado seu pai ou mãe espiritual?
Talvez, assim como eu, você tenha aceitado Jesus num culto público, ou num
acampamento, ou numa campanha evangelística. Por isso nunca desenvolveu
um relacionamento próximo com seu pai espiritual. Mas com certeza houve
alguém que te adotou e discipulou, te ensinou sobre a Palavra e o encorajou a
ter fé. Esse amigo(a) é quase como um parente espiritual.
O pai não está feliz e pede para falar com cada filho individualmente. Ele
desce a lenha, mas, no final da conversa, adota um tom mais calmo. Lembra
cada filho de que os ama e que somente quer o bem para eles. Manda um
abraço e um beijo, e pede para falar com a mãe outra vez.
Foi mais ou menos assim que aconteceu com o apóstolo Paulo. Ele estava
longe de casa quando recebeu uma notícia da casa de Cloe. Ficou sabendo
que a família em Corinto estava em uma intensa desavença. Paulo os lembra
do seu amor e do fato de que espera bons resultados e melhoras depois da
disciplina aplicada (1 Coríntios 1:11).
CHAMADOS PARA GERAR E
CONSOLIDAR FILHOS
ESPIRITUAIS
“E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as
aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.”
(Gênesis 1:28)
O que você pode fazer para agradar uma pessoa? Aquilo que ela gosta!
Nos dias de hoje, como igreja, somos ensinados a agradar ao Senhor. Mas
o que realmente temos feito para agradar a Deus? Do que é que Deus gosta?
Como podemos agradar a Ele? Será que palavras bastam? Será que Ele gosta
de ouvir orações? Ou será que gosta de ouvir músicas de louvor e de
adoração dos seus filhos?
A Palavra nos revela que Deus gosta de atitudes de Fé: “Pois sem fé é
impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). Ele se alegra ainda mais quando
usamos dessa fé e nos esforçamos para gerar novos filhos para Ele.
Agora te faço uma pergunta: quais são os filhos/frutos que você tem gerado
para Deus?
Deus revela esse seu desejo de forma bem prática. Ele nos torna filhos por
um propósito, com um foco: ganhar almas para o Reino e, claro, cuidar bem
delas. Para isso devemos nos tornar pais espirituais, tementes a Ele e
dispostos a servi-lo com toda disposição e amor.
Pessoas sem foco atiram para todos os lados e não acertam em alvo algum.
Não alcançam nada, não constroem nada, não edificam nada. Elas
simplesmente não têm foco ou o mínimo de perseverança. Pessoas assim
vivem isoladas, mesmo dentro das igrejas, e dificilmente são beneficiadas
com milagres.
Pessoas assim não produzem frutos para Deus. Não estão dispostas a gerar
filhos espirituais, levá-los à luz. Está escrito: “E disseram-lhe: Assim diz
Ezequias: Este dia é dia de angústia, e de vitupério, e de blasfêmias; porque
chegados são os filhos ao parto, e força não há para dá-los à luz” (Isaías
37:3).
Como isso irá acontecer se não nos tornarmos bons filhos espirituais? Só
assim seremos bons pais espirituais no futuro, colocando em prática tudo o
que aprendemos ao ver nossos pais espirituais exercerem em seu ministério.
Mas eles não sabiam de tudo. Agradecer a Deus não é somente viver de
modo santo e maneira reta. Precisamos evangelizar e fazer novos discípulos,
entregando nossas vidas para fazer a obra de Deus.
Logo a Igreja entendeu que Deus procurava adoradores, e com isso surgiu
um movimento de adoração. Muitos ministérios de louvor e de encontros
entre adoradores foram criados. É desejo de Deus que o adoremos em
Espírito e em verdade. É claro que ele quer que o agrademos com a nossa fé
em ação, mas a Palavra também nos adverte de que a fé para Deus é morta se
não trabalharmos em suas obras (Tiago 2:26).
A glória de Deus não deve ficar confinada em nós, que já nos tornamos
seus filhos. A igreja precisa entender que Deus quer uma descendência
numerosa, uma geração com muitos filhos. Assim ele fez com Abraão, e
assim ele deseja fazer conosco. Deus quer que sejamos pais de multidões.
A aliança do Senhor com Abraão está valendo para nós até nos dias atuais!
Deus quer filhos tão inumeráveis quanto os grãos de areia da praia. Ou
melhor, usando as palavras do texto, ele quer filhos tão inumeráveis quanto
as estrelas do céu!
O fruto do crente é outro crente! Qual é o fruto do gato? É outro gato. Qual
é o fruto do ser humano? É outro humano. Qual é o fruto do filho de Deus? É
outro filho de Deus.
Amado, onde estão os seus filhos espirituais? Jesus pagou um preço tão
alto para compartilhar Sua Glória conosco. Que preço você está pagando para
entregar a Deus os seus filhos na fé?
Quando o crente não gera filhos para Deus pode ser porque ele não
conhece Jesus.
Por não conhecer Jesus ele não pode gerar filhos espirituais. Essa pessoa
tem uma visão limitada de Jesus e não compreende seus desejos. Para haver
bons frutos nós precisamos ter contato com a essência de Jesus.
O jovem se sentiu admirado, mas não entendia o porquê daquele ato. Ele
ficou observando esse ato curioso por um tempo, mas não aguentou de
curiosidade e foi perguntar aos trabalhadores o motivo pelo qual faziam
aquilo.
Quando o cristão está distante de Jesus, ele não pode gerar frutos. O crente
precisa ter contato para que o fruto possa ser produzido. Sem esse contato
direto com o Espírito Santo não é possível haver nascimento de nossos frutos.
Deve haver polinização espiritual por parte de alguém, a fim de que haja um
novo nascimento. Decorrente disso vem o segundo problema que causa
esterilidade espiritual:
Filhos são frutos de intimidade! Todos sabem que o homem tem uma
semente que, quando colocada dentro da mulher, fecunda o óvulo. Então é
gerado um fruto, uma criança, um filho! Um filho nasce da intimidade do
casal.
“Eu sou a Videira verdadeira, e todo aquele que estiver em mim dará
muitos frutos” (João 15:1). Ninguém concebe sem intimidade, sem contato
direto, sem um relacionamento ativo. Os ramos que não são íntimos da
videira verdadeira não dão frutos.
Assim somos nós em relação aos nossos filhos espirituais: se não houver
um contato direto com eles através do discipulado ativo, eles se tornarão
estéreis espiritualmente, incapazes de gerar filhos na fé.
3. A Esterilidade
Ele tem demonstrado sua decisão de seguir Cristo, mas ainda tem sua
carteira de cigarro sobre a mesa da cabeceira, ainda guarda sua latinha de
cerveja na geladeira e o porta luvas do carro está recheado de CDs de música
de mau gosto. Você decide intervir, mas ele não gosta da sua repreensão.
Você se enerva, fica sem paciência e começa a fazer cobranças.
Apesar de você estar certo, deve se lembrar que o novo convertido ainda é
um bebê na fé. Ele ainda não aprendeu tudo o que precisa para andar no
caminho do Senhor.
Isso acontece! É uma doença psicológica que ocorre quando mulheres com
desejo intenso de engravidar passam a desenvolver sintomas de gestação. O
útero incha, dando a falsa impressão de que há um feto em seu interior.
Isso ocorre quando o cristão tem outras prioridades. Ele quer muito ganhar
almas pra Jesus, tem um desejo ardente de gerar frutos para Deus, mas fica
em casa, lê um livro, assiste um filme sozinho, cuida dólar, do jardim, etc.
Nunca tem tempo para fazer amizades com não crentes. Nunca tem tempo
para gerar.
4. O egoísmo
Discípulos que conhecem Deus e têm intimidade com Ele sabem como
alcançá-lo. No entanto, uma pessoa egoísta não produz fruto espiritual.
Abraão gastou décadas tentando gerar um filho. Ele clamava a Deus por
um filho para ele e sua esposa, porém sua mulher não engravidava. Abraão
era um adorador que andava em retidão. Ele era um homem de obras,
bondoso e cheio de cuidados, mas a Palavra não se foca nisso.
Deus espera que geremos filhos, é verdade, mas ele quer que frutifiquemos
para Ele, não para nós. Havia um contraste do desejo de Abraão com o desejo
de Deus. Abraão queria ser pai de um filho, Isaque, mas Deus queria que ele
se tornasse pai de uma grande nação.
Era uma prova que Deus aplicava em Abraão. Ele pedia por aquilo que
mais custaria ao seu servo: seu único filho, aquele por quem Abraão esperou
por anos.
Irmãos, se formos egoístas nós jamais iremos gerar novos filhos na fé.
Haverão encontros para jejum na sua célula, mas você não vai se envolver.
Seu líder pedirá que você faça contato com não cristãos, mas você não irá
cooperar. As células se reunirão para um churrasco com possíveis novos
membros, mas você não se interessará, pois não quer se misturar com
incrédulos. Nem imagina que o churrasco seja uma estratégia para conhecer
novos filhos espirituais. Não fazer sua parte é um tipo de imaturidade.
Como vimos acima, a esterilidade não vem do acaso. Pode vir de Deus, por
conta da nossa má conduta e por nossa imaturidade espiritual. Gerar novos
filhos para Deus é a nossa missão. É o foco da nossa vida espiritual, mas a
falta de conhecimento da Palavra, a falta de intimidade com Deus, a
enfermidade espiritual, e o egoísmo podem te deixar estéril.
Eu te desafio a ter filhos espirituais. Tenha filhos na fé, que sejam gerados
por você. Encontre novos convertidos que sejam frutos da sua consolidação,
do seu esforço, do seu sangue, suor e lágrimas, que tenham nascido da dor do
seu parto.
Você, discípulo ativo que quer agradar a Deus e gerar filhos espirituais,
reveja suas prioridades hoje mesmo. Escolha uma pessoa, e invista na vida
dela. Converse, crie um relacionamento espiritual através de orações,
principalmente se morarem longe um do outro. Testemunhe sobre Jesus para
alguém. Sofra as dores do parto e traga uma nova vida para Cristo. Encontre
uma pessoa para consolidar. Agrade a Deus e busque gerar filhos na fé, pois
isso o agrada.
O capítulo 15 do livro de João nos fala sobre a glória de Deus e dos seus
frutos. Produzir filhos espirituais é a prova de que somos verdadeiros filhos
de Deus e discípulos de Cristo. Está escrito: “Nisto é glorificado meu Pai,
que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. [...] Não me escolhestes
vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome
pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (João 15:8,16).
Para dar frutos toda boa semente tem que morrer para si mesma. Se isso
não acontecer ela fica só, e assim ela não consegue gerar muitos frutos. A
Bíblia fala disso: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.
Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida,
guardá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e onde eu
estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o
honrará” (João 12:24-26).
Você já produziu para Deus? Só pode ser chamado de discípulo aquele que
estiver produzindo frutos, e ninguém pode ser um verdadeiro discípulo se não
estiver produzindo frutos dignos para o reino.
A consolidação
Amor – “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros;
assim como Eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos
outros” (João 13:34-35).
Ágape é o amor manifestado por Deus, que foi originado dele. O amor
ágape é gerado no discípulo a partir da Palavra de Deus, que foi depositada
em seu coração e que o levou a um novo nascimento (João 15:12-13). Uma
das melhores formas de adquirir e demonstrar amor por alguém é orando por
esse alguém.
Paz – De modo geral, a paz pode ser definida como a ausência de conflito.
Entretanto, a verdadeira paz é aquela que se obtém a partir da reconciliação.
A paz só é alcançada quando duas pessoas, povos ou nações em conflito são
capazes de se reconciliar.
“Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, E que,
havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra,
como as que estão nos céus.”
(Colossenses 1:19-20)
“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por meio do nosso Senhor
Jesus Cristo.”
(Romanos 5:1)
“Mas se, quando fazendo o bem e sois afligidos, o suportais com paciência,
isso é agradável a Deus.”
(1 Pedro 2:20-23)
“Não te deixes vencer o mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12:21)
“Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e
de moderação.”
(2 Timóteo 1:7)
Números 12:3 diz que Moisés era o varão mais manso de toda terra. Para
chegar a esse grau de maturidade ele teve que ser quebrantado no deserto, a
fim de ser moldado segundo os propósitos de Deus. A Palavra nos revela: “O
sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado ao coração quebrantado
e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).
“Efetuai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que o opera
em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade.”
(Filipenses 2:12-13)
Aprendo muito com os relatos sobre Jesus, pois aquele que se tornou o Rei
dos reis foi submisso aos seus pais e mestres desde a sua infância. Mesmo
sendo filho de Deus, Ele nunca se deixou levar pela sua posição divina. Se
sujeitou como homem e exerceu o seu ministério com muito poder e graça.
Continuou humilde, passando pela morte na cruz, até a sua ascensão junto ao
Pai.
Ele foi fiel até o fim, e ainda é fiel para com cada um de nós. Assim como
Ele, precisamos nos sujeitar a esse processo em relação às autoridades que
foram colocadas nas nossas vidas para o nosso crescimento. O segredo do
verdadeiro crescimento é a obediência, a lealdade e a honra.
Entretanto, não foi com essa imagem que eles se depararam. Deus lhes
enviou um homem santo, pacífico e cheio de amor, cordialidade e
conhecimento. Conforme a Palavra nos relata, Jesus consolidou seu
conhecimento entre doze homens, que mais tarde viriam a ser onze, e estes
consolidaram sobre os povos aquilo que receberam de seu amado Mestre.
Jesus nos ensina que sempre estamos conectados a Deus: “Busquem, pois,
em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão
acrescentadas a vocês” (Mateus 6:33).
Jesus foi um exemplo vivo disso, e provou todas as coisas pelas quais nós
passamos aqui na terra. Ele sem dúvidas passou por muitas tentações que não
foram descritas na Bíblia. Mas Cristo venceu todas elas, pois ele tinha uma
meta a cumprir: fazer a vontade de seu Pai e ser o nosso salvador.
Jesus gerou muitos frutos, nós somos parte destes frutos, e você é um deles.
Como ele, precisamos gerar novos frutos para o Reino de Deus. A vida é um
processo constante de crescimento, consolidação e produção de frutos. Nós,
líderes, precisamos exercer uma influência na vida das pessoas, mostrar que
há uma maneira de viver melhor, em comunhão com Deus. Devemos
demonstrar o caráter de Cristo em nossas vidas através da nossa maturidade
espiritual, exibindo comportamento exemplar ao lidar com nossos filhos
espirituais.
A Palavra nos ensina que o Espírito Santo é o poder de Deus, e que ele
pode transformar a nossa vida e nos ajudar a compreender corretamente o
propósito da vontade de Deus. Diante disso, nós, como discípulos, devemos
ficar atentos aos propósitos de Deus para nós, e não focados nos nossos
propósitos particulares (Romanos 12:2).
Todos somos propensos a fazer planos e apresentá-los a Deus. Porém,
aquele que Deus escolheu para realizar Sua obra não deve traçar planos, mas
caminhar em direção aos planos do Senhor. Essa pessoa deve ignorar
totalmente as suas vontades para que se cumpra o desejo do seu Senhor. É
dessa forma que demonstramos grande maturidade espiritual.
O “antigo eu” ao qual Paulo se refere é nossa mente não convertida, que
comete atos pecaminosos. Como abordado anteriormente, o nosso “antigo
eu” deve ser submetido a uma morte espiritual, sendo sepultado pelas águas
do batismo.
Está escrito:
Esses pecados parecem invencíveis. São pecados que nós e nossos filhos
espirituais enfrentam diariamente. Mas podemos nos libertar das amarras que
nos fazem escravos da imaturidade através das nossas orações. Está escrito:
“Ao servo do Senhor não convém brigar, mas, sim, ser amável para com
todos, apto para ensinar, paciente, deve corrigir com mansidão os que se lhe
opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-
os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e
escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua
vontade” (2 Timóteo 2:24-26).
Alguns perdem a sua luta contra o pecado porque tentam vencê-lo com
suas próprias forças, em vez de usar o poder de Deus, que está disponível
através do seu Espírito. Paulo reconhece esta deficiência humana, e sabia
perfeitamente do impacto da natureza humana em nosso comportamento, pois
escreveu: “Que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo” (Romanos
7:21). Este versículo descreve a luta de Paulo – e de todo cristão – entre a sua
natureza humana e a sua nova natureza em Cristo.
Paulo explica que nós devemos nos “revestir do novo homem” (Efésios
4:24), com todas as novas características da Palavra impressas nessa nova
pele. Devemos concentrar nossa atenção e nossos esforços no comportamento
santo que desejamos apresentar.
Temos de nos concentrar no positivo para eliminar o negativo. É aqui que
os exemplos que Paulo usa são tão instrutivos e úteis: “Por isso deixai a
mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo” (Efésios 4:25).
Quando é que um imaturo mentiroso deixa de ser mentiroso? Ele não deixa
de ser um imaturo mentiroso apenas por ficar de boca fechada, desse jeito ele
ainda é um imaturo mentiroso que vive entre mentiras. A única maneira
através da qual ele pode demonstrar a mudança no seu caráter é falando a
verdade. Para isso acontecer, o indivíduo tem que se despir de sua pele
mentirosa e se revestir do novo homem. Quando um ex-mentiroso começa a
dizer a verdade, as suas antigas atitudes de desonestidade e de dissimulação
começam a secar e morrer. Isso é o que acontece quando, com a ajuda do
Espírito de Deus, nos esforçamos para vencer nosso antigo modo de vida e
substituí-lo pelos princípios de Deus.
Paulo comenta outro exemplo ao falar sobre o ato de roubar. Quando é que
um ladrão deixa de ser ladrão?
Um ladrão que não esteja roubando alguma coisa agora pode estar “dando
um tempo”, esperando o momento oportuno para o próximo roubo. A única
forma de um ladrão demonstrar que mudou a sua atitude é vencendo a sua
imaturidade e começando, de forma consistente, a fazer o oposto de roubar.
Capitulo 15
PALAVRAS DESTRUTIVAS OU
EDIFICANTES?
Paulo exemplifica seu ponto de vista ao analisar a forma como nos
comunicamos. Nossa língua frequentemente manifesta nossa natureza
dominante, seja ela boa ou ruim. Jesus disse que a boca fala sobre aquilo que
preenche o coração (Mateus 12:34). Tiago diz que a língua desenfreada é um
mundo de iniquidades (Tiago 3:6).
Se manter calado para que palavras corruptas não saiam de sua boca é um
passo na direção certa. No entanto, manter a boca fechada não é um atestado
de que nossa natureza mudou. Até o imaturo pode ser reputado como sábio
ao se calar (Provérbios 17:28).
Isto não significa que não voltaremos a pecar. Ainda somos seres carnais,
sujeitos à fraqueza humana. No entanto, não podemos nos desanimar diante
dos nossos pecados. Na verdade, devemos estar agradecidos por termos
ciência deles, pois a consciência é o primeiro passo para a erradicação de um
problema.
O apóstolo Paulo, referindo-se ao fato de ainda não ter alcançado a
perfeição em seus esforços para eliminar o pecado de sua vida, dá-nos esta
perspectiva: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma
coisa faço; esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para
as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13-14).
Paulo descreve a fantástica conclusão de tudo o que Deus está fazendo por
nós: “Nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso
Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá. Ele transformará o nosso
corpo fraco e mortal e o fará ficar igual ao seu próprio corpo glorioso,
usando para isso o mesmo poder que Ele tem para dominar todas as coisas”
(Filipenses 3:20-21).
Pai, quero lhe apresentar a pessoa que acabou de ler este livro, que é
derivado da sua Palavra. Essa pessoa quer estar mais apta para a aplicação da
consolidação na vida de seus discípulos e filhos espirituais, a fim de torná-los
mais ativos e preparados para a vida cristã, de forma que atinjam a
maturidade necessária para praticar a paternidade espiritual na vida de outros
filhos do Senhor.
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