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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO – RESUMO

PSICOLOGIA E PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: CONCEITUAÇÃO E HISTÓRICO

- Psicologia e cientificidade (objeto de estudo); Solução encontrada pela Psicologia (humano em


sua complexidade, mas não totalidade; subáreas).
- Psicologia da Educação – objetivo: estudar os processos de aprendizagem que ocorrem
associados aos contextos educacionais/ contribuir para a área da Educação, provendo
explicações, descrições e previsões sobre determinados padrões de comportamento vinculados
ao contexto educacional/ Ferreira (1986) afirma que a Psicologia da Educação se ocupa das
questões relativas a três áreas de estudo: aprendizagem, desenvolvimento humano e ensino.
Suas pesquisas buscam, em última instância, o aprimoramento dos processos de ensino e
aprendizagem.
- Psicologia da educação: aprendizagem + desenvolvimento
História da relação entre Psicologia e Educação:
1) Mediação pela Filosofia (até o final do séc. XIX) } discurso psico-filosófico; determinismo
biológico (estruturas inatas + percepção)
- Racionalismo ou inatismo (René Descartes) > conhecimento na razão; interno ao homem;
pronto ao nascimento
- Empirismo (John Locke) > homem nasce tábua rasa; conhecimento vem da experiência +
capacidade de percepção
2) Perspectiva ambientalista > distanciamento da Filosofia; nem experiência, nem estruturas
inatas; foco no ambiente (mais importante que a maturação biológica); conhecimento está na
relação com os estímulos do meio; conhecendo a relação homem-ambiente, prevemos e
controlamos comportamentos
- Behaviorismo ou teoria do comportamento (Burrhus Frederic Skinner)
3) Perspectiva interacionista > homem tem papel ativo na construção de conhecimento pela
relação com o meio
- Jean Piaget (Epistemologia Genética/Construtivismo)
- Lev Semenovich Vygotsky (Sociointeracionismo)

Ao longo dos anos, Educação e Psicologia se completaram em suas ânsias – Explique


Concepções de Psicologia da Educação } técnica aplicada (laboratório) x disciplina ponte (escola
+ contexto)
Críticas à Psicologia da Educação como técnica aplicada: diferenças individuais viram problemas
de aprendizagem potenciais; problemas de aprendizagem com origem no próprio aluno (natureza
biológica, cognitiva, afetiva ou social); “condição patológica”/ baixo QI; recuperação em
classes/escolas especiais (eterna preparação); psicopatologização do fracasso escolar.

Nova Psicologia da Educação (P.E como disciplina ponte; final do século XX) > fracasso escolar
tendo como causa múltiplos fatores; erro construtivo

Atenção: Ambas as perspectivas (técnica aplicada e disciplina ponte) coexistem até os dias de
hoje!

Psicologia da Educação x Psicologia escolar (atuação junto ao aluno, família e docente) x


Orientação Educacional (não há diferença na finalidade, mas sim na formação) / Muitas escolas
não possuem os dois últimos.

Revisão: Dificuldade da Psicologia em se estabelecer como ciência e solução encontrada/ Como


você define a Psicologia da Educação?/ P.E e binômio aprendizagem-desenvolvimento/ Relação
entre Psicologia e Educação – Histórico: perspectivas, teóricos e teorias; cooperação/
Concepções de P.E – técnica aplicada e disciplina-ponte/ Críticas à P.E como técnica aplicada/
Coexistência das concepções/ Psicologia da Educação x Psicologia Escolar x Orientação
Educacional.

Psicologia da Educação – Explica, descreve e prevê comportamentos vinculados ao contexto


educacional. Tais comportamentos incluem a adaptação a processos de ensino e aprendizagem;
relação entre os profissionais da educação; habilidades socioemocionais; transtornos mentais;
violência etc. A etapa de desenvolvimento do aluno é considerada.

PSICOLOGIA EDUCACIONAL NA CONTEMPORANEIDADE

- RESUMO: Psicologia da educação já esteve a serviço de interesses hegemônicos.


- Conhecimento científico e sua superioridade/reducionismo em relação a outros modos de
conhecer (razão/ matemática/ relações sistemáticas/ leis e previsão de resultados
independentemente do contexto/ parcelamento do conhecimento; perda do horizonte da
completude do real)/ O paradigma moderno sustentou a Psicologia, reconhecida como ciência ao
final do século XIX/ Paradigma científico e especialização da Psicologia.
- Marco inicial da aplicação da Psicologia (como ciência) à Educação: E. L. Thorndike (1903) –
livro Psicologia Educacional e Jornal de Psicologia Educacional/ Relação inicial: diferenças
individuais; problemas de aprendizagem; métodos educacionais; mensuração da inteligência; etc.
O contexto era pouco considerado. Tal postura não resolveu o problema da educação. O
paradigma da pós-modernidade modificou a situação.
- Anos 80: Atuação tecnicista, descontextualizada e não crítica da Psicologia Educacional/
Escolar/ “Fracasso escolar” atribuído ao aluno ou família (determinantes escolares e sociais não
eram considerados)/ Estudo de aspectos clínicos e psicométricos (escolas de Ensino
Fundamental e consultórios)/ Classes desprivilegiadas sentiam a postura com maior intensidade
(exclusão social e manutenção de estigmas e preconceitos).
- Anos 90: Surgem novos estudos/ Desigualdade social é relacionada ao “fracasso escolar”/
Houve crítica aos psicólogos escolares (patologização dos fenômenos educacionais)/ Criticou-se
o fato da P.E não se articular com outros campos do conhecimento (Filosofia, Antropologia,
Ciências Sociais)/ Também houve estudos com propostas para as críticas apresentadas/ Novas
práticas e experiências nem sempre estão nos escritos. Também estão no oral.
- Anos 2000: Nova Psicologia Escolar não se apresenta sob um paradigma unificado. Ela é
multifacetada e pode ser reconhecida mais pelas ações dos profissionais do que pelo discurso.
Literatura da Psicologia Educacional possui relatos de experiências e análises teóricas. Na
prática, a transformação ainda é muito discreta, mas é preciso lembrar que tudo começa aos
poucos.
- Os psicólogos escolares em cuja prática manifesta-se essa nova perspectiva, embora não
sustentem um discurso único, desenvolvem ações compatíveis entre si, ou seja, semelhantes nos
objetivos e nos resultados. Eles atuam na elaboração de políticas educacionais, na instituição
escolar, no planejamento e avaliação de programas de ensino, na capacitação de docentes, nas
relações da escola com as famílias e comunidade, no enfrentamento dos problemas de
aprendizagem e de ensino, no atendimento educacional a alunos com necessidades especiais, na
supervisão de estágios em cursos de Psicologia, em postos de saúde, em consultórios
particulares, na docência nas instituições de ensino superior.
- Psicólogos escolares precisam de um conhecimento interdisciplinar: Psicologia Geral, Psicologia
Social, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia da Educação, Pedagogia, Didática, Filosofia da
Educação. Tais profissionais, apesar de criticarem a separação do contexto social, têm bases
teóricas diferentes.
- Nova P. E. traz verdades provisórias, e não absolutas. Há uma influência recíproca entre teoria
e prática.
- A problemática educacional com que se depara o psicólogo escolar que atua nos países em
desenvolvimento é fundamentalmente diversa da problemática encontrada nos países
desenvolvidos. Tal realidade torna ainda mais graves as conseqüências da adoção acrítica de
modelos teóricos e de procedimentos criados para culturas e condições de vida que não são as
nossas, exigindo do psicólogo, assim como de qualquer outro profissional, a vigilância e a
criatividade necessárias para uma atuação voltada para o bem-estar dos indivíduos e grupos.
- Avanços na Psicologia Educacional coincidem com mudanças na Psicologia no Brasil
(fenômeno psicológico como histórico-cultural; conhecimento multidisciplinar; trabalho em equipe;
aumento da clientela com menor poder aquisitivo).
- Novas práticas da P.E resgatam a dívida social e escolar. A dívida social a que nos referimos é
um resultado da formação anterior e de atuações que acabaram por colocar o profissional de
Psicologia quase que exclusivamente a serviço dos estratos privilegiados da população,
favorecendo assim os processos de exclusão social e de manutenção de estigmas e
preconceitos.
- Agora é tempo de mostrar como pode a Psicologia Educacional estar a serviço do bem-estar da
comunidade escolar, do desenvolvimento psicológico de todos os envolvidos no processo
educacional, da aprendizagem significativa que produzirá no aluno as condições individuais e
sociais necessárias para o pleno exercício da cidadania.
- Glossário: Epistemologia/ Axioma/ Alijada/ Revelia

PSICOLOGIA EDUCACIONAL OU ESCOLAR: EIS A QUESTÃO

O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO BRASIL

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES DA APRENDIZAGEM

- Aprendizagem (Hilgard, 1996): é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é
modificada pela reação a uma situação encontrada, desde que as características da mudança de
atividade não possam ser explicadas por tendências inatas de respostas, maturação ou estados
temporários do organismo (por exemplo, fadiga, drogas etc.).
- Outras definições de aprendizagem: Aquisição ou mudança relativamente estável de
comportamentos ou de processos mentais, devida à interação com o meio, experiência ou
exercício/ Processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e
novas formas de perceber, ser, pensar e agir/ Mudança do comportamento observável,
mensurada através de instrumentos e procedimentos específicos, sob a ação de contingências do
meio externo/ Autoatualização de potencialidades, respondendo à tendência natural de
aprimoramento do ser humano/ Construção de estruturas cognitivas progressivamente mais
sofisticadas, como decorrência de adaptações suscitadas pelo ambiente.
- O que se aprende: conhecimentos, habilidades, atitudes e conteúdos afetivos
- Instâncias da aprendizagem (Grossi, 1990): o outro, a cultura, a ciência, a realidade/ organismo
x corpo/ O sujeito que aprende (organismo) compreende a inteligência, o desejo (motivação), o
corpo e o social (o outro, a cultura, a ciência e a realidade)/ A realidade não é atingida ou
aprendida diretamente, mas sim por meio da mediação pelas outras três dimensões, que trazem
consigo um sistema de valores, uma rede de significados e representações/ Todo este processo
requer que o indivíduo que aprende seja ativo, pois a aprendizagem não ocorre de forma passiva
por parte do sujeito.
- Conceito de aprendizagem está relacionado ao conceito de homem adotado. Modelos de
aprendizagem que determinam modelos de ensino (Lapp et al., 1975): modelo clássico ou
tradicional (homem passivo); modelo tecnológico ou tecnicista (homem competente); modelo
personalizado (homem único/autônomo); modelo interacional (homem dialógico).
- Paradigmas teóricos do estudo da aprendizagem (paradigmas teóricos dominantes na
Psicologia) – Ferreira, 1986:
1) Paradigma objetivista: Fundamenta-se na Psicologia experimental e na visão do homem
como um “fato” observável a partir dos comportamentos que manifesta. O meio o controla e
condiciona. Com isto, a Educação fica reduzida à manipulação de estímulos externos que
possam conduzir a respostas consideradas desejadas e a aprendizagem à verificação dos efeitos
objetivos deste processo, uma adaptação passiva ao ambiente. PAVLOV (condicionamento
clássico ou respondente); THORNDIKE (lei do efeito); WATSON (behaviorismo/generalização de
estímulos); SKINNER (condicionamento operante).
2) Paradigma subjetivista: Fundamenta-se na Psicologia de cunho filosófico e preconiza a
centralização do processo educacional na satisfação das necessidades dos educandos, segundo
a sua natureza e desenvolvimento, vistos de forma “natural”. Sua expressão principal são os
modelos não-diretivistas de Educação. Em oposição à abordagem anterior, vê o homem como um
ser autônomo, criado para a liberdade e não determinado pelo meio. A Educação deve, então,
criar situações favoráveis ao desenvolvimento pleno das suas potencialidades, tendências e
predisposições naturais. DEWEY (educação progressiva: iniciativa e independência levando à
autonomia e autogoverno); MASLOW (motivação; hierarquização das necessidades); ROGERS
(natureza positiva do ser humano; não-diretivo (respeito à liberdade); professor facilitador da
aprendizagem (autenticidade, empatia, congruência e respeito incondicional ao ser que
aprende)).
3) Paradigma histórico-crítico: Tem como questão central o indivíduo como ser histórico, sendo
a relação homem-sociedade vista como interação recíproca em que ambos se afetam e se
transformam. A Educação pode simplesmente “reproduzir” as relações sociais existentes,
“adaptando” o homem ao meio. Pode, no entanto, contribuir para a transformação da realidade e
para a emancipação do homem formando indivíduos críticos e reflexivos, prontos para interferir
ativamente na prática social. São valorizados o diálogo, a interação, o processo de mediação. A
aprendizagem é, encarada desta forma, como uma construção humana permanente, efetiva e
contínua, que resulta de trocas dialéticas com o meio histórico e social. PIAGET (estudo
psicogenético do desenvolvimento humano; assimilação e acomodação); VYGOTSKY (teoria
sociiointeracionista do desenvolvimento e da aprendizagem; mediação).
- Características da aprendizagem: dinâmica; contínua; global/compósito; pessoal; gradativa;
cumulativa.
- Aprendizagem formal, não-formal e informal.
- Fatores determinantes da aprendizagem: inteligência (atenção, percepção, memória etc.);
motivação. experiência anterior; fatores socioculturais
- Aprendizagem em ambientes virtuais; AVA; teorias da aprendizagem continuam essenciais e
são contempladas com particularidades que requerem adaptações.

Revisão: Como você define a aprendizagem?/ O que você sabe sobre dimensões ou instâncias
da aprendizagem segundo Grossi (1990)?/

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