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O mundo parece avançar suas negociações sem os Estados Unidos. Um dia depois do
presidente dos EUA, Donald Trump, fechar as portas ao aço e ao alumínio do exterior, o
Mercosul deu início à negociação de uma área de livre comércio com o Canadá. Nesta
sexta-feira, onze países também assinaram uma nova versão do Acordo Transpacífico
de Cooperação Econômica (TPP, na sigla em inglês) sem os americanos.
O ministro canadense também reforçou que a ata assinada nesta sexta-feira manda um
recado importante para a comunidade internacional, em um momento que o governo
Trump caminha na direção do protecionismo. "Nesta manhã estamos mandando uma
mensagem muito forte para o mundo. Acredito que o mundo está nos olhando", afirmou
Champagne.
O chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, disse à agência EFE esperar que o acordo
seja firmado no fim deste ano, já que, segundo ele, as negociações avançariam mais
rápido do que com a União Europeia, que se arrasta há quase duas décadas .
Nos últimos anos, a participação brasileira nas importações canadenses oscilou em torno
de 0,6%. Já os produtos canadenses representam entre 1% e 1,5% das compras
brasileiras. “O Canadá é um importante e exigente mercado consumidor. Em 2017, o
fluxo comercial entre Brasil e Canadá foi de cerca de 4,5 bilhões de dólares, com um
superávit para o Brasil de pouco mais de 950 milhões. Esperamos aumento expressivo e
a diversificação da nossa pauta exportadora que hoje é bastante concentrada”, disse
Lima. Nenhum dos participantes da negociação detalhou as questões concretas que
serão abordadas no acordo, mas todos ressaltaram que o pacto será de um comércio
"inclusivo".
Ainda segundo o professor, tanto o início das negociações do bloco da América do Sul
com o Canadá como a assinatura da nova versão do TPP podem ser visto com uma
reposta clara ao protecionismo americano. "O fato do acordo transpacífico avançar é um
símbolo da época que vivemos agora de avanço dos planos sem os EUA. Se antes os
americanos era uma nação indispensável dos acordos, a fila andou", diz Stuenkel. As
implicações desse isolamento de Washington vão além do comércio na avaliação do
professor. "Quando se aumento o contato comercial com os países, há uma relação
política mais intensa também. A posição de poder dos EUA também será menor nos
próximos anos".
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/09/economia/1520614843_150254.html