Instrumentos Musicais 3 PDF Free

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INSTRUMENTOS MUSICAIS li a4) Le ELZA Tete —. | | Pal ! cartilha dos instrumentos musicais Ci nos preocuparmos com definicées de Musica, podemos afirmar que todos — todos, sem excecao — adoram ouvir missica, seja 14 qual for o gosto pessoal de cada um. () PRINCIPAL é ouvir musica, tentar compreendé-la e, sem preconceitos, aprecid-la — tanto a erudita quanto a popular, tanto a sinfénica quanto a de cdmara, tanto o samba quanto 0 jazz, tanto o chorinho quanto orock. ffono tudo neste mundo, qualquer manifestacéo mu- sical pode ser bem ou mal elaborada. Depende do autor. bara Cartilha apresenta instrumentos musicais de épocas distantes ou modernas, todos eles criados para agradar aos sentidos e deliciar 0 espirito. A PROFESSORA Elza Fiuza elaborou esta Cartilha dos Instrumentos Musicais com um firme propésito: ‘os conhecedores de Musica poderdo nela aprender algu- ma coisa mais; os iniciantes terao a oportunidade de descobrir um mundo totalmente novo, sugestivo e fas- cinante. O Editor UYRMRHL E PAPELARAA — MODERMA — ‘Aventis Sto Caron, 2115 Fone (0t62) 71-2223 CEP 12560 - Sio Catloe-SP CARTILHA DOS Texto da Professo, ra Eka Fi pelo Institut '© Musical desig "ofessora de Mision da Escola Americana do Rio de Jo ineiro Copa e itusts "pero, 26 Moura, 202/309 Sie Cristévée (eco) 20000 — Rio de danein go) Bras © 196, por waltora nas Que E Musica Aves Ouvindo a Natureza E a voz dos passarinhos, Vocé deve pensar: HA longos e longos anos (Quem sabe?), estes belos sons Devem ter ensinado Os homens a cantar; Depois. . Batendo os pés, batendo as maos, Ele dancou, cantou e tocou. Tocou o qué? Com qué? Ora, amiguinho, Tudo o que ele achava no caminho Servia para tocar; Bra s6 apalpar... experimentar: FLAUTA DE BAMBU Instrurmentos Primitivos 7 TAMBOR DE TARTARUGA Um pedaco de asso ou um canico, A carapaga de uma tartaruga Bem limpa... bem sequinha Olhe, a primeira flautinha Foi feita de bambu, vocé sabia? Sim. E tocava tao bem, era um amor! E um pedaco de couro? Era um tesouro! Dele saiu o primeiro tambor B assim © homer munea mais Parou de eriar, de inventar Novos sons, Lindos sons para cantar E novos instrumentos para tocar Maneiras de A MUSICA é feita de sons Entretanto ndo é um som qualquer, Pois, se vocé pegar uma colher E bater contra outra, Vocé faz um barulho e no um som Entretanto, experimente: Pegue um fio bem fino e resistente, (Que pode ser erina, ago ou tripa), Preduzir Musica Ha trés maneiras de se fazer som: 1) Vibrando uma qualidade especial de corda bem esticada, sobre uma caixa sonora. Exemplo: o violao 2) Pela vibracdo de uma coluna de ar, passada dentro de um tubo Estique-o bem... assim... um pouco mais. . Exemplo: a flauta E agora (4s!) Dé uma tocadinha (Que devemos chamar de vibragio) No fio teso, bem estieadinho, Como nas cordas do seu violao. TOIM! Pronto! Eis um som, amiguinho, Um lindo som! 3) Pela percussdo de um corpo sélido, sobre uma superficie sonora. Exemplo: o tambor. Tons Musicais Vice deve ter observado, quando ouve misica, que alguns sons musicais séo mais graves e outros mais agudos. Nesse caso, voeé descobriu 0 tom, que é 0 grau de eleva- Go de uma nota em relacdo a escala musical. Ora, cada instrument tem a sua maneira propria de vibrar. O violino, pelas cordas; a flauta, pelo ar que passa dentro de seu tubo impelido pelo sopro; 0 tambor, pelas batidas das baquetas em seu couro. Agora veia, quanto maior for o nimero de vibragdes, mais agudo seré o som Vocé podera fazer o teste da cordinha: quanto mais estieada, mais rapidamente ela treme, ou melhor, vibra; quanto mais répido ela vibra, mais agudo ficaré o som. Instrumentos dos Povos Antigos MUSICA sempre acompanhou o homem ff . em quase todos os aconitecimentos de wae sua vida. As guerras, as grandes cacadas, os momentos tristes ou alegres; tudo, enfim, era sentido, comemorado com misica Todavia, qualquer manifestagdo musical requer instrumentos Pois bem: naquela época, eles jé haviam criado uma grande variedade deles Dentre os mais antigos. vamos encontrar a flauta que — tanto em sua forma rustica, de bambu ou de osso, como as primitivas fei- tas em madeira — eram tocadas diretamente de frente. ‘A lira, usada por muitos povos antigos, especialmente pelos gregos. ‘A harpa, construida em diversos tama- nhos, foi o instrumento nacional dos antigos egipcios. O alatide, instrumento de cordas, que ser- via para acompanhar o canto. A principio suas cordas cram dedilhadas; mais tarde, o artista passou a executé-lo com um arco, tal como 0 violino. ‘Ainda procedentes do Egito Antigo, so freqiientemente encontradas, nas paredes dos templos e nos painéis de monumentos fine- bres, imagens reproduzindo artistas aue exe- cutam harpas, flautes, bandolins e timbales, em sua forma primitiva e na posicao em que eram manejados. Em passagens do Antigo Testamento, va- mos encontrar citagSes como estas: “Cantai ao Senhor um céintico novo” (Salmos, 149:1) “Louvai-O a0 som das trombetas, do saltério ¢ da harpa. “Louvai-O com timpano e danga; com cordas e flautas! “Louvai-O com cimbalos sonoros; louvai-O com cimbalos retumbantes! “Tudo o que respira, louve ao Senhor.” (Salmos, 150: 3, 4, 5, 6) Dai se deduz serem esses os instrumen- tos mais antigos, cujas formas bastante primi- tivas nos foram deixadas por imagens e escul- tures, tais como as que reproduzem a flauta de Pae a lira de Apolo Esses instrumentos, é claro, estavam lon- ge de possuir a riqueza e 0s recursos dos atuais; entretanto, eles supriram muito bem as aspiragdes musicais dos povos antigos, 0 que muito contribuiu para o desenvolvimento ar- tistico da humanidade. Instrumentos de Cordas OMO ja foi dito anteriormente, ha trés espécies de instrumentos musicais: os de cordas, os de sopro e os de pereussao. Entre os de cordas vamos encontrar qua- tro da mesma familia: 0 violino. a vicla, 0 vio- loncelo e 0 contrabaixo. Além desses, sao também instrumentos de cordas: o piano, a guitarra, o bandolim, 0 violéo e 0 cavaquinho. 0 violino, a viola, o violoncelo e 0 contra- baixo s&o tocados por meio de um arco que, deslizando sobre suas cordas, produz o som O piano é um instrumento de cordas ¢ te- clado. Nesse caso, as teclas pressionadas pelos dedos do artista movem pequenos marielos que produzem sons, vibrando sobre as cordas. Os demais séo tangidos com os dedos ou por meio de um pequeno instrumento chama- do plectro. Familia dos Violinos © VIOLINO, a viola, 0 violoncelo ¢ 0 con- trabaixo so instrumentos de cordas muito parecidos entre si, tanto no formato como na maneira de produzir som. Entro- tanto, o violino (o menor) tem voz aguda; e © contrabaixo (o maior) tern voz bem grave Ora, a sonoridade produzida por uma corda depende de seu comprimento @ espesst- ra. Examinando um instrumento de cordas, voee pode observar que as cordas mais longas vibram devagar, enquanto cue as mais curtas e finas vibram rapidamente Nesse caso, as cordas longas (de vibra- Ges lentas) tém som mais grave, enquanto as finas e curtas tém o som mais agudo Dai a razéo pela qual o violino (o menor) tem a voz mais aguda; e 0 contrabaixo atinge os sons mais graves da orquestra A Viola []ssravven70 de cordas da familia dos violinos, em proporgdes maiores, a viola é dotada de tessitura intermediéria entre 0 vio- lino € 0 violoncelo. Seu som — proprio e ca- racteristico, austero e um tanto nasalado — 0 distingue de outros instrumentos semelhan- tes. Empregada quase aue exclusivamente em conjuntos orquestrais e musica de cdmara, hoje em dia, a viola é também usada como instrumento solista O Violino SEM duvida, o instrumento solista dos mais apreciados nos meios artisticos, pela sua qualidade altamente expressiva de sons. Imensa 6 a obra escrita para violino. Artistas de todas as épocas e escolas encon- traram nele o seu mais perfeito intérprete, dedicando-lhe grande parte de suas criagées, Deve-se, entretanto, aos italianos, a cons- trucao dos violinos mais perfeitos, como tam- bém vieram da Italia os primeiros mestres desse maravilhoso instrumento O aprimoramento técnico do violino faci- litou aos grandes artistas maiores possibilida- des de execugao e cria¢do. Desse modo, nao podemos desconhecer a escola romana, fun- dada por Areangelo Corelli, a primeira escola violinistiea que deu ao mundo os diseipulos, iniciadores dos melhores centros musicais da Europa. Os maiores fabricantes de violino vieram de Cremona, Itdlia, com Andrés Amatti, que fundou uma das mais importantes escolas desse instrumento. Seus filhos continuaram a sua obra; entretanto, foi pelas maos de An- tonio Stradivarius e seus discipulos que o vio- lino chegou ao ponto culminante em beleza, sonoridade e perfeigao O Violoncelo IMBORA muito maior, o violoncelo pers tence também & familia dos violinos O artista, para executé-lo, deve sentar-se ¢ c: Jocé-lo entre os joelhos, apolando-o de p Seu som, rico em beleza e sonoridade, dotado de um timbre expressivo, que se asse- melha aos acentos caracteristicos da voz hu- mena. Todos os compositores, especialmente Beethoven, dispensaram-lhe papel importante na orquestra sinfénica, na musica instramen- tal e dramatica. Usado como instrumento solista, o viclon- celo ocupa lugar de destaque nos conjuntos orquestrais e misicas de cémara. CORDA DE SOL misiro CORDA DE RE HARMONICO CORDA DE LA CORDA DE MI © Contrabaixo QUI est o contrabaixo. Vejam que ta- manho! © artista deve permanecer de pé ou sen- tar-se numa banqueta alta para toca-lo. Pertencendo também a familia dos vio- ORIEICIOS linos, ele ¢ dotado de cordas muito grossas, DECRESSONANCA: com 0 dobro do tamanho das do violoncelo. contrabaixo, como sugere o nome, term voz baixa. & ele — dentre os instrumentos de cordas — que d4 a mensagem de sons mais graves, na orquestra. Todavia, mesmo que sua misao seja a de refercar as notas gra~ ves, alguns compositores deixaram exemplos de maiores possibilidades desse instrumento O leitor podera comprovar isso ouvindo a passagem da tempestade da Sexta Sinfonia (“Pastoral”), de Beethoven. ‘O contrabaixo 6 também usado em jazz como instrumento ritmico. 13 CAVALETE ESTANDARTE A Harpa A HARPA, como ja dissemos anterior- mente, é um des instrumentos mais antigos. Desde a Era Crista, salvo algumas exceeoes, sua forma era bem parecida com as atuais. Hoje em dia, bastante aperfeigoada, pos- suindo caixa de ressonancia e iogo de pedai ela pode ser considerada a joia da orquestra, dando graga e beleza na execugao de arpejos no acompanhamento de melodias executadas por outros instrumentos. Os © PIANO — instrumento maravilhoso, que vocés tio bem conhecem — pas sou através dos anos por imimeras transfor- mages. Dentre os precursores do piano, vamos encontrar 0 virginal (assim chamado por ser usado nos conventos) ¢ a espineta (inventada por Giovanni Spinnetti). Todavia, os mais importantes e que ainda permanecem até os nossos dias so 0 clavicérdio e 0 cravo CLAVICORDIO 15 Precursores do Piano A semelhanca desses instrumentos com © piano 6 que eram todos instrumentos de teclado. O eravo, como dissemos acima, permane- ce até hoje — e nao sdo poucos os seus bons executantes. Ha misica, naturalmente antigas, que ganham em beleza e autenticidade quando executadas ao cravo O Piano Quaxno © Sr. Bartelomeu Cristofori teve a idéia feliz. e genial de aplicar ao cravo martelos e abafadores, tinha inventado o piano. Esse maravilhoso instrument é conside- rado dos mais completos, sendo também cha- mado instrumento mestre, pois seu aprendi- zado ainda constitui a melhor maneira de se adquirir conhecimentos basicos de musica Os pianos se apresentam sob duas for- 16 mas: 0 piano de armério (com as cordas eolo- cadas em posi¢ao vertical) e 0 piano de cauda (cajas eordas estéo dispostas em sentido ho- rizontal) Os pianos de cauda, pela amplitude de sua eaixa sonora, possuem uma qualidade ex- cepetonal de sons. Por esse motivo, os pianos de cauda sio usados nas salas de concerto e os preferidos pelos pianistas de renome A Guitarra o Violao e o Cavaquinho Voce 4 foi a uma festa rfa roca? Vocé ja viajou pelo interior do Brasil? Pois bem, se isso ja Ihe aconteceu, vocé deve ter visto por ai artistas anénimos, dedilhando instru- mentos sem jamais terem aprendido cu feito qualquer estudo de misica cavaquinho ¢ 0 violdo (no interior do Brasil) e a guitarra (em Portugal) consti- tuem a alegria das festas populares Hoje, 0 violéo e a guitarra tém posicgo mais destacada nos ambientes artisticos e ndo so raros gs’seus bons executantes O cavaquinho, miniatura do violao, possui apenas quatro cordas, enquanto 0 violdo, seis. O Bandolim ] NSTRUMENTO antigo, parente da mandola (ou mandora), membro da familia do alatide (antigo instrumento de cordas), 0 ban- dolim tem as cordas dispostas em quatro pares — eo artista as dedilha com 0 auxilio de um plectro Bastante popular, o bandolim € muitissi- mo apreciado nos conjuntos regionais, todavia genha em beleza e suavidade quando usado na execucao de peeas classicas. Seria aconselhavel ao leitor ouvir, dentre outros, os Concertos para Bandolim, de Vivel- di, Bo Concerto para Bandolim, de Radamés Gnatalli. Seria esta uma excelente maneira de melhor sentir toda a delicadeza e suavidade de sons desse magnifico instrumento. 7 Instrumentos de Sopro (madeiras) Os instrumentos de sopro dividem-se em duas espécies: os de madeira e os de metal. Dentre os chamados comumente madei- Tas,-vamos encontrar: a flauta, o flautim, 0 oboé, a clarineta, 0 fagote e 0 corne-inglés. Nas madeiras, 0 som é obtido pela vibra- 40 de uma coluna de ar dentro de um tubo de madeira. Nesse tubo so abertos orificios que deixam escapar o ar, eneurtando a coluna. Nos instrumentos de sopro, para se obter os sons mais graves.ou mais agudos, 0 pro- esso 6 0 mesmo do que se obtém nas cordas: quanto mais longa a corda, mais grave 0 som; quanto mais longo o tubo, mais graves serao os sons. Mas, nos instrumentos de sopro, essa qualidade depende também do formato do ins- trumento, principalmente da extremidade mais larga por onde 0 ar se escoa. 18 [Darras os instrumentos musicais utiliza- dos pelo homem, o mais antigo deve ser realmente a flauta. Tanto em sua forma ri tica (as de bambu ou de osso), como as primi tivas (feitas em madeira), elas foram toca- das por todos os povos da antiguidade. As flautas primitivas, feitas em madeira, eram tocadas diretamente de frente. Ao lon. g0 do tubo, os pequenos orificios de saida de ar eram controlados pelos dedos. - Atualmente, os artistas seguram-na em posigao horizontal. O aperfeigoamento da flauta deve-se 20 instrumentista alem&o Teobaldo Boehm. Ele Separou e distribuiu os orificios de acordo com as leis da actistica, acrescentando-lhe um sis- tema de chaves protegidas por sapatilhas de feltro que permitem melhor controle no esca- pe de ar e vedam hermeticamente os orificios. Foi também Teobaldo Boehm o primeiro a construir flautas de metal, de prata e até mesmo de ouro. Numerosa € a literatura musical escrita para flauta. Mozart nao escondia a sua prefe- réneia por esse instrumento, dedicando-lhe um carinho especial em suas composicoes. Quem conhece a flauta deve conhecer também o flautim, filhote da flauta, igualzi- nho a ela em tamanho e, por isso mesmo, dota- do de sons mais agudos. 19 © Oeae Cxswsrapo de dificil execucdo, 0 ob0é também um instrumento de sopro e de palheta dupla Tal como a flauta, 0 oboé € dotado de um sistema de chaves — € 0 artista deve sopré-lo de leve, com muito cuidado, retendo a res- piracdo ‘Na orquestra, ele é também usado como solista e tem uma particularidade importante: ‘embora dificil de ser afinado, ele nao desafina facilmente, dai a razdo pela qual todos os ins- trumentos da orquestra so afinados pelo oboe. CORNE-INGLES © Corne-Inglés UE nao é inglés e nem de leve parecido comi uma coreta, até hoje ninguém péde expliear de onde Ihe veio o nome. Parente do oboé, afinado uma quinta mais baixo, o corne-inglés tem um timbre plangen- te, as vezes triste. Por esse motivo, ele muito se presta a traduzir sentimentos de melancolia e dor. 20 A Clarineta []svertapa em Nuremberg pelo alemao Cristévao Denner e aperfeigoada pelo flautista também alemo Teobaldo Boehm, a clarineta, como a flauta, é um instrumento de sopro dotado de palheta e orificios. Seu tubo 6 de madeira ou metal. As clarinetas so construidas em varios modelos e diferentes tonalidades; entretanto, a mais vulgerizada é a clarineta em si bemol. Esse instrumento, sem duvida de dificil manejo, tem uma particularidade: se o artista sopro dotado de palheta e orificio, Seu tubo na maior parte dos instrumentos de sopro 0 tom sobe apenas seis. Daf resuliam duas qua- Iidades de sons: agradaveis e ricos nas notas graves, finos e penetrantes na notas agudes Somente a partir do século XVIII, a cla- rineta foi introduzida na orquestra. Mestres como Rameau, Gluck, Haydn e Mozart uti- lizeram-na em suas composicées, todavia Beethoven introduziu-a definitivamente na orquestra sinfénica, em sua Primeira Sinfonia. Maior que a clarineta é 0 clarone, afinado uma oitava abaixo. O Fagote © vex 8 0 tamanho do fagote! Criado pelo Cénego Afranio, em Ferrara, Itélia, ele, como 0 oboé, é um instrumento de palheta dupla Usado na orquestra sinfénica, seu timbre sombrio ¢ um pouco forte torna-o feliz inté prete dos trechos musicais de carater dramé- tico e triste; mas, em execugées rapidas, ele é capaz de tirar sons alegres e até divertidos, sugerindo os pulos de um palhaco no picadeiro. Temos ainda o contrafagote, de tonali- dade ainda mais grave, dotado de um tubo de longos metros, dobrados sobre si mesmo. O contrafagote, com sua voz soturna gtave, faz parte também das boas orquestras ¢ bandas de musica. 21 O Saxofone 0 SR. Adolfo Sax, nascido em Bruxelas, Bélgica, era um musico muito exigen- te. Ele deseiava construir um instrumento suficientemente forte, proprio para bandas militares, que tivesse ao mesmo tempo 0 tim- bre dos instrumentos de madeira. Desse modo, ele criou o saxofone, instru- mento feito sob a forma de um cone recurva- do, no qual ele adaptou uma boquilha de clari- neta. Dotado de bela sonoridade e sons extre- mamente variaveis, 0 saxofone possui um tim- bre intermediario entre os instrumentos de madeira ¢ os de metal. A sua faculdade de variar facilmente a intensidade de sons torna-o apto a interpretar, com finos matizes, es suti- lezas do fraseado. Essencialmente solista, o sexofone é ins- trumento indispensivel no jazz, nas bandas de misica, nas fanfarras ou bandas militares ‘Atualmente, € por vezes utilizado na or- questra. A Gaita de Foles [Acarra de foles é também um instru- mento de sopro, formado por tubos sonoros adaptados a um saco de couro, provido de valvulas, para onde o ar é soprado. Instrumento pitoresco, de sons alegres, fortes e penetrantes, ele 6 mais apreciado em ambientes abertos, como em festas ao ar livre, nas paradas e marchas militares. Origindrio da Asia, de onde foi trazida para a Roma Imperial, estendeu-se por toda a Europa durante a Idade Média. Foi, porém, na Escécia onde mais se fixou. ‘ ‘Os escoceses néo a dispensam — e nao ha festa ou comemoraco ao ar livre na scé- cia sem a entusidstica participagéo de seus misicos vestidos a carater, tocando alegres & tradicionais melodias em suas gaitas de foles. 22 O Acordeaéo e a Gaita-de- © ACORDEAQ, instrumento portétil de ar e teclado, foi criado pelos muisicos Buchman e Damian. Ele é construido de palhetas vibradas pelo movimento de um fole pregueado. As palhe- tas funcionam sobre as faces extremas do fole, de modo que, ao dar passagem ao vento, pro- duzem sons duplos; uns por aspiragio (a0 dilatar-se) e outros por expulséo (ao com- primir-se) Construido em diversos tamanhos, 0 acor- deao é intrumento de manejo relativamente f4cil, pois o artista ja encontra os acordes pre- viamente formados Quando bem executado, chega a ser agra- davel ouvi-lo, Largamente usado em conjun- tos instrumentais, nao sao raros os acordeonis- tas que se notabilizaram como perfeitos exe- cutantes desse instrumento Quem desconhece a gaita-de-boca, ou mie- lhor dizendo, a gaita? Esse pequeno instru- mento € constituido de diversas palhetas, co- lccadas entre duas placas adaptadas a orificios, onde é soprado 0 ar A gaita é muito conhecida, principalmen- te entre as criancas; rara é aquela que nio possua em casa a sua gaitinka Mas, com paciéncia e talento, muito se consegue delas e n&o s4 poucos os artistas que realizam verdadeiros milagres musicais, nesse pequeno instrumento. Seria aconselhavel ao leitor ouvir 0 Con- certo para Gaita-de-Boca, de Radamés Gnatta- li, ma execugao de Eduardo Nadruz, o “Edu da Gaita” Boca Os Instrurmmentos de Metal (TRE os principais instrumentos de sopro — construidos em metal ¢ chama- dos comumente de “os metais” — vamos en- contrar: as trompas, 0s trompetes, os trombo- nes, as tubas’e os bomibardinos. Quando imaginamos um instrumento de sopro, acode-nos imediatamente a idéia de um tubo por onde passa uma coluna de ar, impe- lida pelo sopro. Quanto mais longo for o tubo, mais grave sera o som. Nesse caso, para facili- tar 0 manejo dos metais, esse tubo é cheio de curvas; quanto mais longo for o tubo, mais recurvado ser ele e mais graves resultarao os sons. 0 tom e o timbre obtidos nos instrumen- tos de metal dependem do sopro do controle dos labios do artista, ajustados as diversas for- mas de bocal do instrumento. () nt == A Trompa A\ moma 6 formada por um longo tubo cénico, enrolado sobre si mesmo Descendente ds trompas de caca — que, por sua vez, descendern do antigo shofar feito de chifre, usado pelos hebreus —, esse instru- mento passou por intimeras transformaeées. Atualmente a trompa é dotada de um tubo maior e de um sistema de pistons com as respectivas teclas — e possui um timbre agradavel, sendo instrumento indispensavel na orquestra. sinfonica. Os belos efeitos de som que se obtém desse instrumento podem ser melhor observa- dos nas partituras de Wagner, onde so ouvi- dos trechos de extracrdinéria beleza, inter- pretados pela trompa ©O Trombone de Vara TROMBONE, pela poténcia e beleza de seu timbre, é também um instrumento de real valor na orquestra Ele é dotado de uma vara que desliza sem perda de ar, dentro do seu tubo principal, aumentendo-lhe progressivamente 0 compri- mento. Apesar de ainda existirem trombones de pistons, séo os de vara os preferidos pelas or- questras e conjuntos musicais, que requerem do instrumento maiores e melhores qualida- des de som Apesar de utilizado por grandes mestres, que nao o esqueceram em suas partituras, foi com Berlioz e Wagner que o trombone atin- giul definitivamente o maximo de sua impor- taneia, na orquestra sinfénica. 25 Py Salelipet DOLFO Sax, o famoso instrumentista bel- ga, néo inventou somente o saxofone Ele criou uma verdadeira familia de instru- mentos de sopro, tais como a tuba, o bombar- dino, 0 bombardao, etc. Ha tubas de varios tipos e tamanhos, sendo que a tuba tenor, a baixa e a contrabaixa so as mais conhecidas. ‘A contrabaixa chega a medir longos me- tros de comprimento, dobrados sobre si mes- mos, exigindo do artista grande capacidade de sopro. Com a possibilidade de emitr sons graves e poderosos, a tuba é usada na execucao de notas baixas e profundas. @iiremecte © ‘TROMPETE — instrumento de sons cheios ¢ brilhantes — descende das trombetas antigas usadas pelos chineses, egip- cios, gregos e romanos. O trompete era o ins- trumento favorito dos exéreitos. Mais tarde, dotado de um sistema de pis- tons que se, de algum modo, lhe diminuiram a sonoridade, proporcionaram-lhe melhores re- cursos. Dentre eles, a possibilidade de exe- cutar sons altos e baixos, sem perder a pureza e clareza de timbre ‘Tanto na épera como na misica sinfonica, o trompete sempre ocupou lugar de real im- portancia. 26 A Banda de Musica A BANDA de mtsica € uma corporagio de miisicos utilizando instrumentos de sopro (metal e madeiras) e percusséo. Atualmente, numa banda, podem ser in- cluidos 15 a 18 clarinetas, 4 a 5 saxofones, 20 metais (entre trompetes, cornes, trompas, trombones, tubas e bombardinos). Cemple- tam o conjunto os instrumentos de percussio (2 a 3 tambores, pratos, triangulos, bombos, etc.) A banda ainda é o meio mais simples de se levar, a0 vivo, mtisiea ao povo. Enquanto as orquestras séo ouvidas em ambientes fe- chados — teatros, salas de concerto, ete. —, a banda sai em desfile pelas ruas, em comemo- ragoes oficiais, escolares e festas populares Atualmente, raro é 0 bairro ou escola que nao fenha a sua bandinha particular A diferenca existente entre a banda e a orquestra é que, na primeira, no hé instru- mentos de cordas. Destinadas a exibigdes ao ar livre, muitas vezes com os executantes em movimento, na banda os instrumentos de so- Pro € percussdo s40 os que mais se prestam para esse tipo de apresentacio. Instrumentos de Percussao §,0 chamados instrumentos de percusséo ‘aqueles que produzem sons por efeitos de vibracao Bsses instrumentos dividem-se em trés classes: - 1) Os que produzem sons da escala musi- cal, como os xilofones, vibrafones, as marim- bas, timbales, 0s sinos, ete 2) Os que simplesmente produzem entoa- do sonora como os cimbalos, gongos, tridn- gulos, pratos. 3) Os que participa apenas como ele- mentos ritmicos, tais como os tambores, bom- os, pandeiros, ete ‘A secdo desses instrumentos numa or- questra sinfonica 6 muito importante: exige dos executantes atenc&o e reflexos especiais, Gtimo ouvido ¢ perieita coordenagio de mo- vimentos. ‘A percussio é também anotada na parti tura musical — e 0 artista deve acompanhé-la atentamente, durante toda a execugao da pega. CASTANHOE XILOFONE ORGAO — considerado o rei dos instru- mentos — é, por si s6, uma verdadeira orquestra. Ele é dotado de tubos de diversos tama- nhos (adaptados a uma caixa de ar, que fun ciona como um fole) e de um teclado seme- Ihante a0 do piano. Os sons do érgio sio profundos e majes- tosos, no grave; tranqiiilos e angelicais, nos agudos; produzem sensacoes de extrema reli- giosidade e paz. Instrumento essencialmente littrgico, foi usado pelos grandes mestres em suas sublimes inspiracées religiosas. Seria agonselhavel ac leitor ouvir as ma- ravilhosas composicées de Joao Sebastigo Bach, que dedicou a esse instrumento grande parte de suas criagdes. 29 30 [Noraussra sinfénica € um perfeito conjunto de instrumentos de sopro, madeira e percussao, dispostos em grupos da ‘mesma familia, de modo a permitir completa homogeneidade de sons ‘A partir de 1600, quando apareceram as primeiras éneras, os musicos eram solicitados a0 acaso, Eles simplesmente acompanhavam © canto sem partituras, recebendo dos compo- A Orquestré sitores nada mais que algumas anotacées in- dispensaveis. Entretanto, o deseio dos gran- des mestres em destacar os efeitos sonoros dos instrumentos e 0 ideal do conjunto levou-os a eriagdes cada vex mais perfeitas ‘Desse modo, climinando instrumentos inadequados aproveitando melhor os recur- sos de outros, vamos chegar 2o grande com- positor ausiriaco José Haydn Sinf6nica riatura hi maravilhosa, chamada oe el D Rea | os Prat op a BCS he NG i VV eh — A Co i 31 Musicais [Porctors — falas do povo, sabedoria popular Misica folclérica é aquela criada pelo po- vo sem deixar nome ou vestigio de autoria. Leiam esta quadrinha, verdadeira jéia do folelore portugués, que tio bem se adaptou no Brasil: “Alecrim Alecrim dourado Que nasceu no campo Sem ser semeado.” Folclore e Instrumentos do Brasil His af nestes simples versos o verdadeiro significado do folelore musical; nasceu sem ser escrito em pentagrama musical, sem preocupa- g6es artisticas ou literarias. Nasceu sem ser semeado, Como? Onde? Ninguém sabe Entretanto, quando grandes compositores como Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Alber- to Nepomuceno, José Siqueira e tantos e tan- tos outros se deixaram influenciar pelo nosso folelore, eles estavam fazendo realmente mui- sica brasileira, tal como fizeram Liszt na Hun- gria e Grieg na Noruega, citando apenas estes grandes exemplos. O compositor que lanca mio do folclore para a realizagao de sua obra est4 identificando sua misica a seu pais. Est4 enriquecendo o patriménio musical de sua terra. Todavia, onde estardo as raizes do nosso folclore? Que ragas contribufram para sua for- macéo? “Seria a voz dos selvagens Que na rede a deseansar Com o vai e vem das folhagens Aprenderam a cantar? Ou os anseios iristonhos Dos negros na escravidéo Com seus lamentos e sonhos Transformados em eancdo? Ou cantigas de além-mar Cheias de encanto e beleca Que tristes fazem lembrar A saudade portuguesa?” Sim, essas trés ragas trouxeram para 0 Brasil o inicio de nossa formacao musical. Quando aqui chegaram os primeiros co- lonizadores, ja encontraram os indios com seus hAbitos e costumes, dentre eles a misica. O indio cantava. Seu canto simples e pobre era acompanhado com palmes e movimentos do corpo, O indio dangava. Tudo era motivo para © indio dangar, o que ele fazia ao som de ins- trumentos, tais como certas formas de choca- tho, maracds, reco-reco, tambores de peles de animais, ete. Mais tarde, a nossa misica foi enrique- cida com a chegada do elemento africano, Nin- guém pode negar ao negro a sua grande voca- co para a misica. O negro escravizado encon- trava no canto e na danca a tinica maneira de expandir os seus sentimentos. Eles introduzi- ram no Brasil uma grande variedade de ritmos e alguns instrumentos — a marimba, 0 urue cungo, varios tipos de atabaques, a cuica € 0 ganza, ‘Através do colonizador portugués, rece- bemos os instrumentos de som. Dentre esses, os mais difundidos foram 0 violdo, 0 cavaqui- tho, 0 violino, a viola, o violoncelo, a flauta, 0 piano, etc. De Portugal herdamos, também, além das formas estruturais da musica brasileira, a for- ma poética do verso que tanto e tao bem se de- senvolveu no Brasil. POS 8 8 & ‘ % s % y $ s x X & 5 5 ‘ 5 8 x 8 s 1 CARTA AO LEITOR Elza Fitrza Ao entregar-lhe este livro, tenho certeza de que nao sera necessdrio acrescentar a neces- sidade de sua complementagio musical relativa aos instrumentos aqui estudados. Para isso, af estdo as gravagdes em discos e cassetes atualmente bastante divulgadas pelo radio, como também as magnificas exibigdes em salas de concerto, onde se pode ouvir ex- celentes artistas de alto nivel, tanto brasileiros como do exterior. Ser um passatempo maravilhoso a associ- agio do livro ao disco; do conhecimento téc- % nico ¢ histérico do instrumento ao deleite de & sua mensagem musical. § Desse modo, acredito, 0 nosso livro ter4 Ss realizado o seu verdadeiro objetivo: levar aos : § 8 X & ‘N % 8 8 & § 8 8 3 % ‘S S 8 % x 8 § & IFA LOE EEE EEE LEE SECRETED jovens brasileiros maiores possibilidades de am- pliar, de maneira simples ¢ agradavel, os seus conhecimentos musicais. PLPIFIPD. PAPAS LALA LA DIDI DI IBID! LILES DP! PBI LILI AIA ep As Outras Carti IhasCEBAL » Carta da TECHOLOGIA 6 FASCICULOS INVENCOES que revolucionaram o mundo ow trouxeram mais conforto. Com um texto simples que explica tudo, peca por peca. E ilustragées coloridas que revelam o que ha por dentro de cada engenho, desde uma lata de aerosso; ao avido Concorde. Seis fasciculos para por a tecnologia ao seu alcance. Uma grande descoberta em cada pagina. Um bom meio para vocé saber como se movime: as mais fantdsticas mdquinas feitas por es- ses incriveis inventores. Cantlha. do PLANEJAMENTO 1 VOLUME LEITOR verd como o planejamento de uma tipica familia brasileira se pare- ce com o planejamento da Nacdo! Tudo em quadrinhos, para qualquer um entender! Carta. do. PETROLEO 1 CADERNO IMA historia em quadri- mhos sobre a origem, a descoberta, a procura e a importéncia do petréieo. Uma verdadeira aventura narrada pelo Génio do Ca- Thambeque. Um bom estudo Sobre 0 assunto do momen- to. Uma leitura realmente agraddvel. £ para vocé en- trar de uma vez no mundo fabuloso do ouro negro, Cautiha do CORPO HUMANO 2 FASCICULOS JADA se compara ao assombroso mecanismo do corpo humano. E um assunto fascinante que ninguém deve ignorar. A oportunidade para conhecé-Io realmente estd nestas duas cartilhas com ilustracées a cores. Tire nota 10. Descubra o seu corpo! Cartlha das BONS CRIANGES 1 CADERNO JM perfeito manual de bom com- portamento que qualquer crian- a aprende logo. As boas maneiras Para quem esta comecando a cres- cer. Com bonitos desenhos para fa- Cilitar as licées. Uma atrativa aula de etiqueta e higiene para os peque- ninos. Cartilha_dos_Instrumentos Musicais i Eis ed eas eed Se Tel (16) 3116-8040 - 3412-6042 Ge ere rs Per a eee) Poa b folhas coloridas com instrumentos musicais foram feitas es- pecialmente para vocé des- tacar e utilizar em suas pesquisas escolares. Alguns Instrumentos de Sopro ee Zs ‘i

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