ESTADO DO MARANHÃO
POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO
COMANDO GERAL
CONFERE ________________________________
Superior de Dia: (24h) Ten Cel QOPM Fábio Aurélio Saraiva Silva..................CMDO CPAI-6
Fiscal de Dia: (24h) 1º Ten QOEPM/M Nelio de Lelis L. Ericeira ..............................BM/AJG
NOTA Nº 20220221160439 - Ajudância
Cmt Gd do Quartel: (24h) 3º Sgt QPMP-0 Reinaldo de Jesus Silva................................CC/AJG
Permanência: (24h) 3º Sgt QPMP-0 Paulo César Moraes Martins..................................CC/AJG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 Raimundo Neto Viana Lindoso.........................................CC/AjG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 Luciano Patricio Almeida Ferreira....................................CC/AjG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 JOÃO Batista Damasceno De Sousa Lima........................CC/AjG
NOTA Nº 20220214100659 - CC/AJG
Guarda da DAL: (24h) 2º Sgt QPMP-0 Jackson Cabral Chagas...........................................DAL
Guarda da DAL: (24h) 3º Sgt QPMP-1 Walter da Costa Baldez Neto..................................DAL
Eletricista de Dia : (24h) 1º Sgt QPMP-0 Marcelo Lopes Sousa...........................................DAL
Cassineiro Geral: (1º QTU) Subten QPMP-3 Edval Silva.....................................................DAL
Motorista de Dia: (1º QTU) 2º Sgt QPMP-0 Cleyton Maia Siqueira....................................DAL
Serviço de Dia ao CSM/COM: (1º QTU) 2º Sgt QPMP-5 Julio Carlos Teixeira Da Silva...DAL
NOTA Nº 20220209125802 - DAL
Sem alteração.
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1068 -
Sem alteração.
A. ALTERAÇÃO DE OFICIAL
a) Movimentação em Função
B. ALTERAÇÃO DE PRAÇA
Imperatriz/MA, teria, em tese, efetuado disparo de arma de fogo contra o nacional Bruno
Calaça Barbosa, que veio a óbito no local. Segundo consta da portaria do Conselho
Disciplinar, o recorrente, com a prática da conduta delitiva supracitada, teria incidido no art.
2º, I, ―b‖ e ―c‖, e inciso II, todos da Lei nº 3.700, de 26 de novembro de 1975. Após os
acontecimentos dos fatos narrados na portaria inaugural disciplinar, a autoridade policial
instaurou Inquérito Policial nº 149836/2021, representando pela Prisão Temporária do
Aconselhado (fls. 47-52), o que foi acolhido pelo juízo responsável pelo plantão da comarca
de Imperatriz, no dia 27 de julho de 2021. Às fls. 126-129, o Aconselhado aprestou defesa
prévia, através do seu advogado, requerendo a suspensão do Conselho de Disciplina até
momento posterior a audiência de instrução e julgamento da ação penal. No mesmo sentido, às
fls. 499-509, a defesa do Aconselhado requereu a suspeição do Conselho de Disciplina, em
razão do Comandante-Geral da PMMA, durante entrevista no programa de rádio da Mirante
AM denominado de ―Rádio Patrulha‖, ter se pronunciado antecipadamente pela exclusão do
Aconselhado das fileiras da Policia Militar do Maranhão, antes da instauração do presente
Conselho Disciplinar, requerendo que o presente Conselho fosse remetido para o Corpo de
Bombeiros Militar do Maranhão, por ser este regido pela mesma legislação disciplinar. Diante
da necessidade de se manifestar quanto ao pedido de suspeição, o Conselho de Disciplina, às
fls. 511-515, deliberou pelo seu INDEFERIMENTO, na medida em que o Conselho de
Disciplina não praticou qualquer ato que pudesse suscitar a suspeição de seus membros ou
comprometer a lisura dos procedimentos por eles praticados, não sendo as manifestações do
Comandante-Geral (autoridade pública) sob o caso, capazes, por si só, de atrair o instituto da
suspeição dos seus membros. Lado outro, diante da alegada suspeição da autoridade
instauradora – Comandante-Geral da PMMA, o Conselho de Disciplina deliberou na ATA DA
12ª SESSÃO, pelo encaminhamento dos autos a supracitada autoridade instauradora, para que
se manifestasse sobre as alegações de suspeição apontadas pelo Aconselhado. Em despacho
decisório de fls. 598-603, o Comandante-Geral da PMMA entendeu inexistir suspeição, pois
suas declarações estavam dentro do seu âmbito de atribuições pública em razão do cargo, o
que não macula ou mesmo o torna suspeito, consoante firme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, notadamente pelo fato de que a nomeação do Conselho de Disciplina de
atribuição do Comandante-Geral decorre de expressa disposição de Lei (art. 4º, da Lei nº
3.700/1975). Ademais, segundo pontuou o Comandante-Geral, nos termos do que dispõe o art.
129[ Art. 129 do CPPM. A argüição de suspeição ou impedimento precederá a qualquer outra,
salvo quando fundada em motivo superveniente.], do Código de Processo Penal Militar,
aplicado subsidiariamente ao procedimento do Conselho de Disciplina, sob pena de preclusão,
o momento para se arguir a suspeição seria a primeira oportunidade em que o acusado tem
para falar nos autos, o que no caso em lide não ocorreu. Não obstante, primando pelo princípio
da legalidade e imparcialidade, o Comandante-Geral encaminhou o Presente Conselho de
Disciplina (fls. 604), para que o Excelentíssimo Senhor Secretário de Segurança Pública, se
manifestasse sobre o incidente de exceção de suspeição, alegado pelo Aconselhado. Às fls.
605-616, o chefe da pasta, entendeu por bem indeferir o incidente de Exceção de Suspeição do
Comandante-Geral da Polícia Militar, pois não restou comprovada a suspeição dos membros
do Conselho de Disciplina e/ou do Comandante-Geral da PMMA, nos atos que lhe cabiam
realizar. Ante o indeferimento do pedido exceção de suspeição, às fls. 621-635, o Aconselhado
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1071 -
que dispõe o art. 326[ Art. 326 do CPPM. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-
lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.] do CPPM. Às fls. 723-726, foi juntado o Laudo
Toxicológico requerido pela defesa técnica do Aconselhado, com achados de cocaína e seu
metabólico Ecgonina Metil Ester, bem como de fármacos Cetoprofeno e Olanzapina, no
exame de urina. Às fls. 729-754, a defesa do Aconselhado apresentou alegações finais,
argumentando, em apertada síntese, que o Comandante-Geral da PMMA quando da
instauração da Portaria de nomeação dos membros do Conselho, não a teria fundamentado,
sendo sua edição, segundo o entendimento da defesa, ―precipitada e suspeita‖. Apontou a
defesa que além da suspeição do Comandante-Geral da PMMA, aconteceram diversas lesões
ao devido processo legal e ampla defesa e contraditório, tais como: o fato de que o
Aconselhado se tratar de pessoa na condição de toxicômano; que a defesa não teria tido acesso
ao laudo toxicológico em tempo hábil; que o exame de insanidade mental foi realizado por
médico não habilitado oficialmente e que teria supostamente atuado em atividade ―suspeita‖
por ter sido enviado pelo diretamente pelo Comandante-Geral da PMMA, para atuar na
emissão de parecer.Aduziu, ainda, a defesa, que sofreu prejuízos em razão do não adiamento
das audiências marcadas para o dia 07/11/2021, pois não puderam acompanhar as oitivas, o
que teria alijado seu direito de defesa; apontou que não pode o Aconselhado ser excluído da
PMMA por ser toxicômano; alegou que o Aconselhado se envolveu em um acidente de
trânsito em 2015, no qual vitimou uma criança, e que a partir daí passou a ter problemas
psicológicos tendo iniciado uso de entorpecentes e bebidas alcoólicas e que deve ser levando
em consideração nesse caso o in dubio pro reu. Ponderou que não houve premeditação e/ou
dolo na ação que vitimou o Médico Bruno Calaça Barbosa, por ausência de motivos e que o
Aconselhado está denunciado na ação penal nº 0812650-38.2021.8.10.0040, bem como que
que deveria a Administração Pública Militar aguardar a resolução do processo judicial para só
então aplicar punição ao Aconselhado, e que, acaso não fossem acolhidos os pedidos quanto a
sua não exclusão prematura, que deveria o Aconselhado ser reformado por ser dependente
químico.Diante dos fatos constantes do caderno processual, às fls. 757-826, o Conselho de
Disciplina concluiu, por unanimidade de votos, que o SD PM Nº 148/14 ADONIAS SADDA
SOUSA COSTA é CULPADO das acusações imputadas e decidiram a UNANIMIDADE pela
sua incapacidade de permanecer na ativa da Policia Militar do Estado do Maranhão, ex vi do
que dispõe o Art. 12, §1º, alínea ―a‖ e Art. 13, IV, alínea ―a‖, todos da Lei nº 3.700/75, que
dispõe sobre o Conselho de Disciplina e da outras providências. Após analisar o decisum do
Conselho Disciplinar, o Comandante Geral da Polícia Militar, às fls. 838-843, em solução,
entendeu por bem, concordar integralmente com o relatório-parecer emitido pelos membros do
Conselho de Disciplina, e decidiu pela EXCLUSÃO A BEM DA DISCIPLINA do SD PM Nº
148/14 ADONIAS SADDA SOUSA COSTA, por estar incurso na alínea ―a‖, IV, do art. 13,
da Lei nº 3.700/75, e por contrariar o art. 141 da Lei nº 6.513/95, em razão de ter tido conduta
que afetou o pundonor militar e decoro da classe, e ainda contrariar o art. 40, incisos, I, III, IV,
XI, XII, XV e XVIII, da Lei nº 6.513/95. Da solução do relatório do Conselho de Disciplina, o
Aconselhado interpôs recurso a este Egrégio Conselho Superior de Polícia, vindo os autos
conclusos a este relator. Em suas razões recursais, o recorrente alega que o Comandante-Geral
da PMMA é suspeito por haver ―afirmado de forma muito contundente e pessoal que ao
aconselhado seria excluído‖; que teria sido prejudicada a defesa por não remarcação das
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que acima se viu, inexistiu prejuízo para a defesa quando do indeferimento para remarcação da
oitiva das testemunhas em razão da impossibilidade de participação do advogado Widevandes
de Sousa Araújo, OAB/MA n. 22.216, que fala pela defesa técnica do Aconselhado. Veja-se
que existe evidente incoerência das argumentações levantadas pela defesa nesse ponto em
particular. E digo isto porque, basta uma pequena observação em todas as peças defensivas
apresentadas pela defesa técnica (tanto das alegações finais quanto do presente recurso), para
se chegar à conclusão de que a insatisfação da defesa, quanto a este ponto, é contraditória, pois
que não se utilizou de nenhum dos depoimentos que já estavam nos autos devidamente
documentados, o que só demonstra que das testemunhas chamadas aos autos pela defesa,
nenhum depoimento se aproveitou. E tanto é verdade que as alegações recursais se concentram
quase que exclusivamente em apontar suposta suspeição do Comandante-Geral da PMMA e
dos membros da banca, bem como de supostos e não comprovados cerceamentos de defesa, ou
mesmo que o Aconselhado tem problemas mentais por ser, na tese da defesa, usuário de
drogas. É bom que diga que O Conselho de Disciplina tem o poder de indeferir a realização de
diligências ou mesmo a remarcação de atos, e ainda, juntada de documentos que se revelem
desnecessários para a convicção do julgador, desde que o faça de forma fundamentada, como
no caso em apreço, todos os requerimentos apresentados pela defesa foram deliberados em
sessão específica pelo Conselho de Disciplina, sendo deferidos ou indeferido de forma
fundamentada. A despeito disto, registre-se a juntada tão aguardada pela Defesa e requerida
em diversas oportunidades, do laudo de exame toxicológico do Aconselhado (fls.724-726),
imaginando que lhe aproveitaria na tese de que seu defendente é dependente químico e que
não poderia se auto determinar. Contudo, após tomar conhecimento de que o laudo
toxicológico, apenas reforça ainda mais o que já fora constatado pelo perito psiquiatra (de que
não há nenhuma comprovação de dependência química capazes de levar o Aconselhado a ser
considerado um incapaz para os atos da vida civil e que no momento da prática da conduta
delitiva estava em perfeita condição física e mental), a defesa passou a se concentrar na tese de
que o médico psiquiatra Danilo Madeira Campos Gonçalo, CRM/MA 6065, não poderia ter
participado da avaliação médica/psiquiátrica da JMS do Aconselhado, requerida pela defesa,
passando a pesar agora também sobre ele (perito), o manto da suspeição pois este não teria
sido, em tese, sido formalmente nomeado e ―assumido termo de compromisso com a verdade‖.
Ocorre que, além da Advogada do Aconselhado ter acompanhado todos os atos da Junta
Médica de Saúde, a que foi submetido o Aconselhado, constante se infere da ATA DE
SESSÃO Nº 15, DE 29 DE SETEMBRO DE 2021, existem duas portarias especificas
(Portaria nº 016/2021-CGC, de 02/02/2021 e Portaria nº 024/2018-CGC), que dispõe sobre a
possibilidade da utilização de perito civil, ainda que não seja servidor público pertencente aos
quadros da PMMA e/ou concursado em outro órgão do Estado, não havendo também quanto a
este ponto, nenhuma ilegalidade ou demonstração de que o perito psiquiatra tenha agido com
parcialidade ou mesmo com suspeição. Por fim, ainda quanto as alegações da defesa, a
portaria de instauração do Conselho expedida pelo Comandante-Geral da PMMA seria
genérica por não ter fundamentado e detalhado pormenorizadamente a conduta do
Aconselhado, o que causaria, em tese, sua nulidade. Contudo, não é exigível que a portaria de
instauração contenha detalhes pormenorizados e descrição minuciosa dos acontecimentos para
que seja considerada válida. Esse, a propósito, é o entendimento do Superior Tribunal de
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decoro da classe: valor moral e social da Instituição. Ele representa o conceito social dos
militares que a compõem e não subsiste sem esse. É justamente por este motivo que a Lei nº
3.700, de 26 de novembro de 1975, informa, em seu art. 2º, que ―É submetida a Conselho de
Disciplina, ―ex-offício‖, a praça que for acusada oficialmente de ter procedido incorretamente
no desempenho do cargo; tido conduta irregular; ou ainda, praticado ato que afete a honra
pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe, como caso dos autos. O Estado e a
sociedade se tornam vítimas daqueles que deveriam em seu nome resguardar o bem jurídico
alheio. E nesse tocante, mostra-se proporcional a pena de exclusão imposta ao recorrente, não
merecendo qualquer reforma. A proposito: "A Administração Pública, quando se depara com
situações em que a conduta do investigado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação
de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-
se de ato vinculado" (MS 15.517/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe
18.2.2011). No mesmo sentido: MS 16.567/DF, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Primeira Seção, DJe 18.11.2011). No mesmo sentido: MS 15.951/DF, Rel. Ministro Castro
Meira, Primeira Seção, DJe 27.9.2011‖ (STJ, MS 12.200/DF, 1ª Seção, DJe 03/04/2012). ―3.
Não está configurada afronta aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, visto que,
por força do disposto no art. 132 da Lei 8.112/90 e dos fatos apurados, à autoridade
administrativa não cabia optar discricionariamente por aplicar pena diversa da demissão.
Precedentes: MS 15.437/DF, Min. Castro Meira, DJe de 26/11/2010; MS 15.517/DF, 1ª
Seção, Min. Benedito Gonçalves, DJe de 18/02/2011‖(STJ, MS 17.515/DF, 1ª Seção, DJe
03/04/2012). ―3. Sobre a razoabilidade e proporcionalidade da pena aplicada esta Corte vem se
posicionando no sentido de que, no âmbito do controle jurisdicional do processo
administrativo disciplinar, é vedado ao Poder Judiciário adentrar no mérito do julgamento
administrativo, cabendo-lhe, apenas, apreciar a regularidade do procedimento, à luz dos
princípios do contraditório e da ampla defesa. Precedentes: RMS 32.573/AM, Rel. Min. Teori
Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 12/8/11; MS 15.175/DF, Rel. Min. Humberto Martins,
Primeira Seção, DJe 16/9/10; RMS 20537/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta
Turma, DJ de 23/4/07. 4. No caso em análise, tendo-se aplicado a sanção após efetivo
exercício da garantia ao contraditório e à ampla defesa, e estando a decisão fundamentada na
constatada gravidade dos fatos e os danos que delas provieram para o serviço público, a
análise da proporcionalidade implicaria indevido controle judicial sobre o mérito
administrativo.‖ (STJ, RMS 33.281/PE, 1ª Turma, DJe 02/03/2012). Assim, não é
desproporcional ou desarrazoada a exclusão a bem disciplina do aconselhado ora recorrente,
uma vez que, ofendeu de forma grave o pundonor militar e o decoro da classe policial, sendo a
pena de exclusão a bem da disciplina compatível com a conduta do recorrente. Por derradeiro,
ao contrário do que fora sustentado pelo recorrente não há nos autos nenhum vício capaz de
macular a lisura do feito, ou mesmo ofensa a princípios constitucionais como a ampla defesa e
contraditório ou devido processo legal. É bom que se diga que o fato do militar ser usuário de
drogas, o que sequer ficou comprovado nos autos, não é por si só capaz de o tornar imunidade
e blindar o militar com um escudo para toda e qualquer prática delitiva que este venha a
cometer, sob o argumento que estava sob os efeitos de drogas e ou mesmo com problemas
mentais dela decorrente. Aliás, a embriagues ou uso de entorpecentes de forma voluntaria, não
retira a imputabilidade do Aconselhado nos termos do que dispõe o art. 28, II do Código
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quando uma pessoa natural faz o pedido de concessão dos benefícios alegando preenchimento
dos requisitos este deve ser deferido, face a presunção de veracidade que esta alegação possui.
Desse modo, considerando a hipossuficiência presumida pelo requerente, concedo o benefício
da justiça gratuita, ficando o paciente isento do pagamento de custas processuais, nos termos
da fundamentação supra. II - Dos atos apontados como ilegais ou violadores de direitos.
Passando à análise do pedido, não obstante toda a argumentação formulada na inicial do
presente mandamus, não restou demonstrada, de plano, a configuração dos requisitos para a
concessão da liminar, ou seja, o periculum in mora e o fumus boni iuris, indispensáveis para
que haja o atendimento ao pedido de urgência, qual seja, a imediata suspensão de ato
supostamente ilegal e abusivo praticado pelo Comandante Geral da Polícia Militar, que
determinou a instauração do processo administrativo disciplinar em face do paciente. O autor
presume a suspeição do Comandante Geral, uma vez que este teria se pronunciado
publicamente por meio da impressa manifestando seu juízo de valor sobre a iminente exclusão
do paciente dos quadros da PMMA. Ora, tal argumento não carece de razão. Nos termos do
art. 2º, inciso I, da Lei 3.700/1975 que dispõe sobre o Conselho de Disciplina da Polícia
Militar do Maranhão, a praça estável poderá ser submetida, de ofício, a Conselho de Disciplina
quando acusada oficialmente ou por qualquer outro meio lícito de comunicação social. Senão
vejamos: ―É submetida a Conselho de Disciplina, ―ex-offício‖, a praça referida no art. 1º e seu
Parágrafo único: I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social
de ter: a) procedido incorretamente no desempenho do cargo; b) tido conduta irregular; ou c)
praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe;
Com efeito, o fato de o militar estar na condição de praça estável, no contexto apuratório de
condutas que, em tese, se amoldam às alíneas ―b‖ e ―c‖, do art. 2º, inciso I, da Lei 3.700/1975,
como é no caso sob exame, já configura por si só hipótese passível de submissão do militar a
Conselho de Disciplina, de modo que o ato administrativo de instauração do referido Conselho
pela PMMA resta justificado pela previsão legal. O fato de o Comandante Geral emitir
declaração pública sobre eventual exclusão do paciente, por si só, não configura hipótese de
suspeição e mácula do processo administrativo disciplinar em sua tramitação, tampouco em
seu resultado. Quanto à suspeição sobre os membros do Conselho de Disciplina, por terem
sido nomeados pelo Comandante Geral apontado pelo impetrante como suspeito, a nomeação
do Conselho de Disciplina é da competência do Comandante Geral, nos termos do art. 4º da
Lei 3.700/1975. Ainda, os membros do Conselho não se enquadram em nenhuma das
hipóteses disciplinadas pelo art. 4º, § 2º, da mencionada Lei, situações em que, comprovadas,
impediriam tais membros de comporem o Conselho de Disciplina. No tocante à realização das
oitivas das testemunhas de defesa sem a presença do advogado constituído, em Ata da 17ª
Sessão do Conselho de Disciplina, anexada pelo impetrante (fls. 18/19 do doc 55646000),
resta justificado que o advogado do paciente, mesmo formalmente notificado acerca da sessão,
não compareceu às sessões, tampouco substabeleceu seus poderes para a participação nos atos,
não podendo alegar prejuízo agora neste ponto se não demonstrou a relevância em tempo
hábil. Ademais, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar
não ofende a Constituição, nos termos da Súmula Vinculante nº 5, ainda mais se foi
assegurado ao paciente o direito ao contraditório e ampla defesa ao longo de todo o
procedimento administrativo, tendo ocorrido com a devida atenção ao devido processo legal,
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1086 -
não havendo que falar-se em qualquer prejuízo ao requerente. Sobre a suspeição da admissão
do médico Danilo Madeira Campos Gonçalves para realizar a avaliação médica do Impetrante,
uma vez que este não teria sido devidamente nomeado no processo administrativo disciplinar,
a autoridade processante justificou devidamente a escolha do médico pelas normas internas
(portarias), salientando que este médico é o que atualmente presta serviço na PMMA,
inclusive fazendo avaliações de militares que apresentam problemas psiquiátricos e já conhece
todo o sistema adotado pela PMMA, quantos aos quesitos que devem ser formulados e
respondidos, conforme se vê no relatório do Conselho de Disciplina (fls. 46/47 do doc
55647278). A não concessão à defesa para oportunidade de usar o laudo pericial toxicológico
completo e a negação à dilação do prazo para as alegações finais até que o referido laudo fosse
concluído, também resta devidamente justificado pela autoridade processante (Ofício anexado
em doc 55646023) nos seguintes termos: ―A Lei 3700/75 que regula o Conselho de Disciplina,
aduz no art. 16 que se aplicam de forma subsidiária o Código de Processo Penal Militar. E
este, no Capítulo V, Das Pericias e Exames, traz em seu art. 326 ―O juiz não ficará adstrito ao
laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte‖. Ou seja, tem liberdade na
apreciação do exame pericial. Além disso, de forma paralela, foi apresentado pela defesa e
juntado nos autos (fls. 621-635) exame toxicológico fornecido pelo próprio acusado quando da
requisição de incidente de insanidade mental‖. Por fim, tecendo breves comentários sobre atos
viciados, diferentemente das nulidades absolutas, as nulidades relativas interessam somente às
partes, ou seja, devem ser alegadas e provadas por aquele que se sentiu prejudicado. As
nulidades relativas consideram-se sanadas, se não forem arguidas ao tempo próprio, sob pena
de preclusão; bem como, serão consideradas como sanadas se o ato foi praticado de forma
diversa à prescrição da lei, mas atingiu os seus efeitos, atendendo ao ―princípio da
instrumentalidade das formas‖ (ALVES, 2004). Normalmente, as nulidades relativas violam
alguma exigência estabelecida por normas infraconstitucionais, que interessam
predominantemente às partes e possuem as seguintes características: a) formalidade
estabelecida em ordenamento infraconstitucional; b) finalidade de resguardar um direito da
parte; c) interesse predominante das partes; d) possibilidade de ocorrência de prejuízo; e)
necessidade de provar a ocorrência do efetivo prejuízo, já que este pode ou não ocorrer; f)
necessidade de arguição oportune tempore, sob pena de preclusão; g) necessidade de
pronunciamento judicial para o reconhecimento desta espécie de eiva. Este é o entendimento
do Superior Tribunal de Justiça: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ.
PENALIDADE DE DEMISSÃO. PRELIMINARES. NULIDADES. VÍCIOS DE FORMA.
MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO. AUTORIDADE INCOMPETENTE.
CONVALIDAÇÃO E CONFIRMAÇÃO DO ATO. 1) No bojo de processo administrativo
disciplinar, vícios formais sanados não culminam em nulidade do procedimento, sobretudo se
não gerarem prejuízo ao servidor. 2) Vinte e quatro preliminares arguidas por vícios de forma,
todas afastadas. 3) No caso, o fato de o Corregedor Geral de Justiça ter proferido decisão que
culminou com a aplicação de pena de demissão ao servidor, em verdade, não contaminou o
processo administrativo, visto que o ato de demissão não foi por ele assinado, mas pela
Presidência do Tribunal, que expediu Portaria de Demissão, confirmando todo processo
administrativo disciplinar, convalidado anteriormente. A autoridade coatora é, portanto,
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1087 -
a) Movimentação em Função
inciso II, do Decreto nº 31.244 de 22 de outubro de 2015, e tendo em vista o que consta no
Processo nº 146910/2021 - PMMA, RESOLVE Reverter ao Quadro de Praças da Polícia
Militar do Estado do Maranhão o CABO PM nº 094/14 – ANDRÉ MENESES FIGUEREDO,
matrícula n° 00821421-1, a considerar de 3 de agosto de 2021, conforme minuta de reversão,
de acordo com o que preceitua o art. 108 da Lei n° 6.513, de 30 de novembro de 1995
(Estatuto dos Policiais Militares da PMMA). SECRETARIA DE ESTADO DA GESTÃO,
PATRIMÔNIO E ASSISTÊNCIA DOS SERVIDORES, EM SÃO LUÍS, 05 DE
NOVEMBRO DE 2021. FLÁVIA ALEXANDRINA COELHO ALMEIDA MOREIRA
Secretária de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência dos Servidores. (transcrição do
Diário Oficial do Poder Executivo do Maranhão de nº 215, de 18.11.2021). NOTA Nº
20220120122848 - DP/4
QUARTA PARTE – JUSTIÇA E DISCIPLINA
4.1 - JUSTIÇA
Sem alteração.
A. ALTERAÇÃO DE PRAÇA
desde 02 de março de 2015 com problemas psicológicos decorrentes do falecimento do seu pai
e avó. Em virtude de ter laços muito fortes com ambos, lhe foi muito doloroso e não se sentiu
mais motivado, com gosto de fazer as coisas, tendo inclusiva abandonado a faculdade. Isolou-
se, inclusive no trabalho, mantendo distanciamento social com crises de choro, não se
alimentava e nem dormia mais. Que na época, trabalhava na 3 Cia da Raposa que pertencia ao
13º BPM, que por meio da administração daquele Batalhão fora apresentado na Junta Médica
onde, no dia 02 de março de 2015, foi considerado incapaz temporariamente tendo esta
condição se perpetuado no tempo. Que durante sua Licença de Saúde sofreu um atropelamento
onde teve uma fratura na perna (D) onde foram fraturadas a tíbia e fíbula, sendo que
acrescentou mais este motivo para sua dispensa médica. Que por último, apresentou-se á Junta
Médica no dia 08 de junho de 2020, portando um atestado de 4 (quatro) meses de afastamento
concedido por médico particular onde o término se daria no início de novembro de 2020,
porém a junta médica militar lhe concedeu 90 (noventa) dias com retorno para o dia 14 de
setembro de 2020. Que este fato confundiu o declarante, motivo pelo qual deixou de se
apresentar na data determinada pela Junta Médica, sendo que isto levou à abertura do
procedimento de deserção do declarante. Que se apresentou novamente à Junta Médica no dia
09 de novembro de 2020 sendo que sua licença para tratamento de saúde se manteve até 11 de
janeiro de 2021. Perguntado ao declarante de forma tomou conhecimento que era desertor?
respondeu que não recebia seus vencimentos desde dezembro de 2020, e em março de 2021
pediu a um amigo que realizou uma consulta no jurisconsult do TJMA, e tomou conhecimento
da existência do processo, e estranhou a existência do mesmo em virtude de estar de licença
médica, motivo pelo qual nunca havia se apresentado antes no quartel. Perguntado por qual
motivo não se apresentou no quartel após ter conhecimento do processo de deserção?
Respondeu que ficou desorientado com a situação, visto que ainda encontrava-se em
tratamento psiquiátrico, e que ao saber da existência do processo seu estado psicológico
agravou-se e não tinha condições de autodeterminar-se, e que assim que apresentou melhoras,
procurou ajuda de um advogado para resolver o problema, motivo pelo qual apresentou-se
nesta data. Perguntado se está sendo acompanhado por Psicólogo ou Psiquiatra? respondeu
que sim. Perguntado se sabe a data de sua ultima consulta nessa especialidade? respondeu que
o último atestado médico foi no dia 05 de maio de 2021, momento em que o médico lhe
concedeu mais 60 (sessenta) dias, que será apresentado hoje na Junta Médica,
DETERMINADO PELO OFÍCIO N° 142/2021- JMS/DSPS de 16 de junho de 2021, sendo
apresentado mediante ofício n°110/2021 — CC/AJG de 21 de junho de 2021. Perguntado se
durante o período de deserção estava realizando alguma ocupação? respondeu que não.
Perguntado se é arrimo de família? respondeu que é solteiro mas que sua mãe depende dele.
Perguntado se tem outra fonte de renda familiar? respondeu que a PMMA é a sua única renda.
Perguntado se está apto a exercer sua atividade policial militar? respondeu que depende de
avaliação médica. Perguntado se teve algum problema de saúde durante seu afastamento?
respondeu que sim, que continua com problemas psiquiátricos e continua fazendo tratamento
de sua perna. Perguntado se teve algum envolvimento com ocorrências policias? respondeu
que não. Considerando o que foi declarado e em obediência ao que prescreve os artigos 453 e
455 do Código de Processo Penal Militar (CPPM), foi informado ao mesmo que após
realização de Exame do Corpo de Delito será recolhido ao Pavilhão de Prisões da PMMA,
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ficando a partir de então à disposição da Justiça Militar Estadual sendo este fato informado ao
Juízo Militar. Perguntado o nome, contato e endereço de algum familiar para ser comunicada
sua prisão? respondeu que sua mãe (Maria de jesus da Silva Lopes). Que o endereço é o de sua
residência supra, telefone (98) 98894-4763 e que a mesma já tem conhecimento. E como nada
mais disse nem lhe foi perguntado, dei por encerrado o presente termo, que iniciado às
10h00min e término às 10h50min, vai devidamente assinado pelo encarregado do termo, pelo
desertor, por seu Advogado e pelo Escrivão, que digitou o presente termo. Assinatura.
EVERALDO FERREIRA SANTANA – TEN CEL QOPM. Encarregado do Termo.
Assinatura. MARCELO DA SILVA LOPES – SD PM Nº 1239/14. Desertor. Assinatura.
ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECOPEREIRA - OAB/MA nº 17.649. Advogado.
Assinatura. WALTER WOLFF DE ANDRADE – 1º TEN QOAPM. Escrivão.
- EM CONSEQUÊNCIA:
b) Transcrição de Sentença
- Em consequência:
arma pelo réu, a qual pertencia a dois indivíduos que também estavam no piscinão, além de
não ter sido apreendida a suposta quantia objeto de suborno, a tornar atípica a conduta de
corrupção ativa. Subsidiariamente, não sendo este o entendimento, requer sejam aplicadas as
penas no seu mínimo legal, com a substituição da pena privativa de liberdade, porventura
aplicada, por uma ou mais penas restritivas de direito. Ou, ainda, caso entenda que de fato
houve disparo de arma de fogo, em razão do princípio da consunção, seja o delito de disparo
por aquele absorvido. Anexado aos autos mídia em DVD, a conter os seguintes arquivos com
extensão avi, fls. 53 e 89: Proc. 867-69.2013 Testemunha Acusação Jose Ribamar dos Santos
Damasceno, Proc. 867-69.2013 Testemunha Acusação José Ilson Moreira de Sousa, Proc. 867-
69.2013 Testemunha Acusação Luzifran dos Santos Teixeira, Proc. 867-69.2013 Testemunha
de Defesa Adriana Campelo da Silva, Proc. 867-69.20131 Testemunha de Defesa Francilene
Souza Morais, Proc. 867-69.2013 Interrogatório Charles Sousa Lima, Proc. 867-69.2013
Testemunha Samara Ramos de Morais e Proc. 867-69.2013 Testemunha Idelan Alves Pereira.
Este é o breve relatório do processado nos autos. Passo, adiante, a fundamentar e decidir.
FUNDAMENTAÇÃO: De início, registro que o feito encontra-se formalmente em ordem,
com as partes legítimas e bem representadas, não constatando vícios ou nulidades a serem
sanados. Não há preliminares a serem enfrentadas. No mérito, merece ser julgada procedente
em parte a imputação deduzida na denúncia, apenas para condenar o acusado pelo delito do
art. 333 do Código Penal. O crime de corrupção ativa está compreendido entre os delitos
praticados por particulares contra a administração pública. Busca-se proteger neste tipo penal a
probidade da administração, isto é, evitar que uma ação externa corrompa a administração
pública através de seus agentes. Trata-se de delito formal, que para a sua configuração basta o
simples ato de oferecer vantagem indevida a um funcionário público, em troca de algum tipo
de favor ou benefício. Desnecessária, portanto, que o funcionário público aceite a aludida
vantagem. A materialidade e a autoria delitiva, exsurge bem delineadas do exame dos autos.
Colhe-se dos depoimentos dos policiais militares JOSÉ RIBAMAR DOS SANTOS
DAMASCENO, JOSÉ ILSON MOREIRA DE SOUSA e LUZIFRAN DOS SANTOS
TEIXEIRA, prestados em Juízo, que o réu, no interior da viatura, no momento em que era
conduzido para a Delegacia, ofereçeu dinheiro aos agentes policiais para que omitissem ato de
ofício, ou seja, que não efetuassem a prisão do acusado, sob a alegação de responder a outro
processo na Justiça. Aduziram, mais, que embora não tenha precisado valores, referiu-se o réu
à venda de uma casa no balneário Piscinão como fonte segura do dinheiro. O acusado, por sua
vez, ouvido, na Justiça, também confirmou haver oferecido dinheiro aos policiais, embora
tenha atribuído a prática do ilícito às condições do momento, assombrado com a possibilidade
de ir para a cadeia. Enfatize-se, por oportuno, ser desnecessária para a comprovação da
ocorrência do delito a apreensão do dinheiro ou qualquer outro objeto de valor, ao contrário do
sustentado pela Defesa, uma vez tratar-se o crime de corrupção ativa, como já destacado, de
delito formal, bem assim o objeto material da ação ou promessa ser a vantagem indevida que
não precisa ser, necessariamente, de natureza patrimonial. Nesse sentido: APELAÇÃO
CRIMINAL. CORRUPÇÃO ATIVA (ART. 333, CAPUT, CP). SENTENÇA
CONDENATÓRIA. INSURGÊNCIA DA DEFESA. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO. NÃO
ACOLHIMENTO. RÉU QUE OFERECE DINHEIRO A POLICIAIS PARA NÃO
EFETUAREM A PRISÃO DE TERCEIRO. ALEGADA NÃO COMPROVAÇÃO DA
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dentro da normalidade, nada tendo a se valorar. Não há fatos desabonadores da sua conduta
social. Os elementos coletados· nos autos acerca da personalidade do agente não autorizam a
formação de um juízo de desvalor. O motivo e as circunstâncias do crime estão nos patamares
do tipo. As consequências do delito, in casu, estão compreendidas na pena mínima estipulada
·pelo legislador. Finalmente, no tocante ao comportamento, a vítima imediata na espécie
delitiva é a própria sociedade. Assim sendo, fixo a pena-base no mínimo legal de 2 (dois) anos
de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa. Inexistem circunstâncias agravantes,
bem assim causa de aumento ou de diminuição de pena a serem ponderadas. O valor de cada
dia-multa, considerando a situação econômica do acusado, fica arbitrado em 1/30 (um
trigésimo) do salário-mínimo vigente, e será corrigido monetariamente desde a data dos fatos.
Presentes os requisitos legais constantes do art. 44 do Código Penal, substituo a pena privativa
de liberdade aplicada por uma pena de prestação de serviços à comunidade, a ser cumprida no
Fórum Eleitoral, nesta cidade, à razão de 5 (cinco) horas semanais, durante o mesmo período
da pena privativa, e por uma pena de prestação pecuniária consistente no pagamento de 8
(oito) cestas básicas (art. 45, § 2º do Código Penal), cada uma delas no valor mínimo de R$
200,00 (duzentos reais), em favor do Centro de Promoção Humana Marcelo Cândia. Em caso
de revogação das penas restritivas de direito, o regime inicial de desconto de pena privativa de
liberdade será o ABERTO. Faculto o recurso em liberdade. DISPOSITIVO: Diante do
exposto, e do que mais dos autos consta, julgo procedente em parte a imputação inicial para: i)
absolver o réu CHARLES DE SOUSA LIMA, filho de Luis Ferreira Lima e de Maria de Jesus
Sousa Lima, dos crimes·previstos nos arts. 14 e 15 da Lei 10.826/03; ii) condenar o réu
CHARLES DE SOUSA LIMA, filho de Luís Ferreira Lima e de Maria de Jesus Sousa Lima, à
pena corporal de 2 (dois) anos de reclusão, que fica, ·pelo mesmo .prazo, substituídà por uma
pena de prestação de serviços à comunidade, a ser cumprida no Fórum Eleitoral, nesta cidade,
à razão de 5 (cinco) horas semanais, por uma pena de prestação pecuniária consistente no
pagamento de 8 (oito) cestas básicas (art. 45, § 2° do Código Penal), cada uma delas no valor
mínimo de R$ 200,00 (duzentos reais), em favor do Centro de Promoção Humana Marcelo
Cândia, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, por ter ele praticado o delito tipificado no
art. 333 do Código Penal (corrupção ativa). Custas pelo réu (CPP, art. 804). Publique-se.
Registre-se. Intimem-se. Transitada esta decisão em julgado: a) lance-se o nome do
sentenciado no rol dos culpados; b) faça-se a comunicação da suspensão dos direitos políticos
do condenado ao Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Maranhão (art. 15, inciso
III da Constituição Federal); d) remetam os autos à contadoria para o cálculo do valor das
custas processuais e intime-se o condenado para o pagamento, no prazo de 10 (dez) dias; e)
oficie-se ao Instituto de Identificação da Secretaria de Segurança Pública do Estado do
Maranhão, comunicando sobre esta condenação; f) f) façam-se as demais anotações e
comunicações devidas, inclusive aquelas de interesse estatístico e cadastral. Oportunamente,
tornem os autos conclusos para designação de audiência admonitória. Cumpra-se.
Tuntum/MA, 11 de julho de 2017. Edmilson da Costa Lima. Juiz de Direito.
- Em consequência:
a) A Diretoria de Pessoal (DP/4) faça constar nos assentamentos do 2°
Sgt PM RR Nº 269/86 José Ilson Moreira de Sousa, matrícula nº 67314. NOTA Nº
20220106095325 - DP/3
- 1102 -
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG
4.2 - DISCIPLINA
A. ALTERAÇÃO DE PRAÇA
4.2.1 - RECOMPENSA
Sem alteração.
_________________________________________
TEN CEL QOPM RAIMUNDO BORBA LIMA
Ajudante Geral da PMMA