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ESTADO DO MARANHÃO
POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO
COMANDO GERAL

São Luís-MA, 17 de fevereiro de 2022 (quinta-feira)

BOLETIM GERAL N° 034

CONFERE ________________________________

PARA CONHECIMENTO DA POLÍCIA MILITAR E


DEVIDA EXECUÇÃO, PUBLICO O SEGUINTE:

PRIMEIRA PARTE – SERVIÇOS DIÁRIOS

1.1 – SERVIÇO INTERNO

ESCALA DE SERVIÇO PARA O DIA 18/02/2022 (SEXTA-FEIRA)

Superior de Dia: (24h) Ten Cel QOPM Fábio Aurélio Saraiva Silva..................CMDO CPAI-6
Fiscal de Dia: (24h) 1º Ten QOEPM/M Nelio de Lelis L. Ericeira ..............................BM/AJG
NOTA Nº 20220221160439 - Ajudância
Cmt Gd do Quartel: (24h) 3º Sgt QPMP-0 Reinaldo de Jesus Silva................................CC/AJG
Permanência: (24h) 3º Sgt QPMP-0 Paulo César Moraes Martins..................................CC/AJG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 Raimundo Neto Viana Lindoso.........................................CC/AjG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 Luciano Patricio Almeida Ferreira....................................CC/AjG
Sentinela: (24h) Sd QPMP-0 JOÃO Batista Damasceno De Sousa Lima........................CC/AjG
NOTA Nº 20220214100659 - CC/AJG
Guarda da DAL: (24h) 2º Sgt QPMP-0 Jackson Cabral Chagas...........................................DAL
Guarda da DAL: (24h) 3º Sgt QPMP-1 Walter da Costa Baldez Neto..................................DAL
Eletricista de Dia : (24h) 1º Sgt QPMP-0 Marcelo Lopes Sousa...........................................DAL
Cassineiro Geral: (1º QTU) Subten QPMP-3 Edval Silva.....................................................DAL
Motorista de Dia: (1º QTU) 2º Sgt QPMP-0 Cleyton Maia Siqueira....................................DAL
Serviço de Dia ao CSM/COM: (1º QTU) 2º Sgt QPMP-5 Julio Carlos Teixeira Da Silva...DAL
NOTA Nº 20220209125802 - DAL

1.2 – SERVIÇO EXTERNO

Sem alteração.
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1068 -

SEGUNDA PARTE – ENSINO E INSTRUÇÃO


em
Sem alteração.
TERCEIRA PARTE – ASSUNTOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS

3.1 - ASSUNTOS GERAIS

Sem alteração.

3.2 - ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS

A. ALTERAÇÃO DE OFICIAL

1) ATO DO COMANDANTE GERAL

a) Movimentação em Função

(1) PORTARIA Nº 0020/2022-DP/2, de 07/01/2022

(a) O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO


MARANHÃO, no uso de suas atribuições legais, e de acordo com o Decreto Estadual nº
22.708 de 27 de novembro de 2006, e
RESOLVE

AFASTAR o Coronel QOPM LAÉRCIO OZÓRIO BUENO,


matrícula nº 95646, ID 412877, do exercício da função policial militar de Coronel QOPM
Ajudante Geral da PMMA, em razão de processo ex-offício para a Reserva Remunerada, a
contar desta data.
EXONERAR o Coronel QOPM EMERSON BEZERRA DA
SILVA, matrícula nº 118141, ID 414947, do exercício da função policial militar de Tenente-
Coronel QOPM Comandante do 33º BPM e NOMEÁ-LO para o exercício da função policial
militar de Coronel QOPM Ajudante Geral da PMMA.

Cessar os efeitos da Portaria nº 897/2021-DP/2, que designou o


Tenente-Coronel RAIMUNDO BORBA LIMA, matrícula nº 118224, ID 414955, para o
exercício interino da função policial militar de Coronel QOPM Ajudante Geral da PMMA e
EXONERÁ-LO da referida função.

DÊ-SE CIÊNCIA, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.


Quartel do Comando Geral em São Luís, 07 de janeiro de 2022.
Cel. QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis - Comandante Geral da PMMA. NOTA Nº
20220107142229 - DP/2
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(2) PORTARIA Nº 0033/2022-DP/2, de 12/01/2022

(a) O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO


MARANHÃO, no uso de suas atribuições legais, e de acordo com o Decreto Estadual nº
22.708 de 27 de novembro de 2006.
RESOLVE

AFASTAR o Tenente Coronel QOPM MIGUEL DA SILVA


MORAIS JÚNIOR, matrícula nº 133645, ID 415726, do exercício da função policial militar de
TC QOPM Comandante do 19º BPM - Pedreiras, em razão de gozo de férias, equipe 01.

DESIGNAR o Major QOPM RAIMUNDO NONATO BERREDO


NETO, matrícula nº 134809, ID 415832, para responder pelo exercício da função policial
militar de TC QOPM Comandante do 19º BPM, durante o afastamento do titular.

DÊ-SE CIÊNCIA, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.

Quartel do Comando Geral em São Luís, 12 de janeiro de 2022.


Cel. QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis - Comandante Geral da PMMA. NOTA Nº
20220114133951 - DP/2

B. ALTERAÇÃO DE PRAÇA

1) ATO DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

a) Transcrição de Relatório e Decisão em Conselho Superior de Segurança


Pública
(1) PORTARIA Nº CSSP N° 034/2021, de 22/12/2021

(a) DECISÃO Nº 034/2021 – CSSP. RECURSO


ADMINISTRATIVO/PORTARIA Nº 009//2021-DP/3. ACUSADO: SD PM ADONIAS
SADDA SOUSA COSTA. Assunto: ANÁLISE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.
Relator: Conselheiro Cel. Célio Roberto Pinto de Araújo – Comandante Geral do Corpo de
Bombeiros, CONSELHO SUPERIOR DE SEGURANÇA PÚBLICA, em reunião
Extraordinária realizada no dia 22 de dezembro de 2021, foi julgado o Recurso
Administrativo/Portaria nº 009/2021 – DP/3, tendo como acusado, SD PM ADONIAS
SADDA SOUSA COSTA. RELATÓRIO. Trata-se de Recurso Disciplinar remetido ao
Conselho Superior de Polícia, interposto pelo SD PM Nº 148/14 ADONIAS SADDA SOUSA
COSTA, o qual foi submetido a Conselho de Disciplina e declarado culpado das acusações
imputadas. Consta da súmula processual fls. 2-3, que o Comandante-Geral da Policia Militar
do Estado do Maranhão, expediu portaria a abertura de Conselho Disciplinar nº 009/2021-
DP/3-CD, com o objetivo de apurar a conduta do aconselhado que, no dia 26/07/2021, por
volta das 02h57min, na Boate Del Lagoa, Localizada na Avenida Beira Rio, na cidade de
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Imperatriz/MA, teria, em tese, efetuado disparo de arma de fogo contra o nacional Bruno
Calaça Barbosa, que veio a óbito no local. Segundo consta da portaria do Conselho
Disciplinar, o recorrente, com a prática da conduta delitiva supracitada, teria incidido no art.
2º, I, ―b‖ e ―c‖, e inciso II, todos da Lei nº 3.700, de 26 de novembro de 1975. Após os
acontecimentos dos fatos narrados na portaria inaugural disciplinar, a autoridade policial
instaurou Inquérito Policial nº 149836/2021, representando pela Prisão Temporária do
Aconselhado (fls. 47-52), o que foi acolhido pelo juízo responsável pelo plantão da comarca
de Imperatriz, no dia 27 de julho de 2021. Às fls. 126-129, o Aconselhado aprestou defesa
prévia, através do seu advogado, requerendo a suspensão do Conselho de Disciplina até
momento posterior a audiência de instrução e julgamento da ação penal. No mesmo sentido, às
fls. 499-509, a defesa do Aconselhado requereu a suspeição do Conselho de Disciplina, em
razão do Comandante-Geral da PMMA, durante entrevista no programa de rádio da Mirante
AM denominado de ―Rádio Patrulha‖, ter se pronunciado antecipadamente pela exclusão do
Aconselhado das fileiras da Policia Militar do Maranhão, antes da instauração do presente
Conselho Disciplinar, requerendo que o presente Conselho fosse remetido para o Corpo de
Bombeiros Militar do Maranhão, por ser este regido pela mesma legislação disciplinar. Diante
da necessidade de se manifestar quanto ao pedido de suspeição, o Conselho de Disciplina, às
fls. 511-515, deliberou pelo seu INDEFERIMENTO, na medida em que o Conselho de
Disciplina não praticou qualquer ato que pudesse suscitar a suspeição de seus membros ou
comprometer a lisura dos procedimentos por eles praticados, não sendo as manifestações do
Comandante-Geral (autoridade pública) sob o caso, capazes, por si só, de atrair o instituto da
suspeição dos seus membros. Lado outro, diante da alegada suspeição da autoridade
instauradora – Comandante-Geral da PMMA, o Conselho de Disciplina deliberou na ATA DA
12ª SESSÃO, pelo encaminhamento dos autos a supracitada autoridade instauradora, para que
se manifestasse sobre as alegações de suspeição apontadas pelo Aconselhado. Em despacho
decisório de fls. 598-603, o Comandante-Geral da PMMA entendeu inexistir suspeição, pois
suas declarações estavam dentro do seu âmbito de atribuições pública em razão do cargo, o
que não macula ou mesmo o torna suspeito, consoante firme entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, notadamente pelo fato de que a nomeação do Conselho de Disciplina de
atribuição do Comandante-Geral decorre de expressa disposição de Lei (art. 4º, da Lei nº
3.700/1975). Ademais, segundo pontuou o Comandante-Geral, nos termos do que dispõe o art.
129[ Art. 129 do CPPM. A argüição de suspeição ou impedimento precederá a qualquer outra,
salvo quando fundada em motivo superveniente.], do Código de Processo Penal Militar,
aplicado subsidiariamente ao procedimento do Conselho de Disciplina, sob pena de preclusão,
o momento para se arguir a suspeição seria a primeira oportunidade em que o acusado tem
para falar nos autos, o que no caso em lide não ocorreu. Não obstante, primando pelo princípio
da legalidade e imparcialidade, o Comandante-Geral encaminhou o Presente Conselho de
Disciplina (fls. 604), para que o Excelentíssimo Senhor Secretário de Segurança Pública, se
manifestasse sobre o incidente de exceção de suspeição, alegado pelo Aconselhado. Às fls.
605-616, o chefe da pasta, entendeu por bem indeferir o incidente de Exceção de Suspeição do
Comandante-Geral da Polícia Militar, pois não restou comprovada a suspeição dos membros
do Conselho de Disciplina e/ou do Comandante-Geral da PMMA, nos atos que lhe cabiam
realizar. Ante o indeferimento do pedido exceção de suspeição, às fls. 621-635, o Aconselhado
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requereu a instauração de incidente de insanidade mental, juntando para tanto prescrições


médicas de remédios controlados, pedido este que restou DEFERIDO pelo Conselho de
Disciplina, em atenção o princípio da ampla defesa e contraditório, constante se observa às fls.
636-637, sendo deliberando e consignado, ainda, durante a ATA DA 14ª SESSÃO do
Conselho Disciplinar. Às fls. 646-648, o Médico Psiquiatra Dr. Danilo Madeira, CRM-MA
6065, respondeu aos quesitos apresentados, concluindo pela sanidade mental do Aconselhado,
tanto para se fazer presente nas sessões deliberativa do Conselho de Disciplina, quanto estava
em plena capacidade de autodeterminação no momento da prática dos fatos que deram ensejo
ao presente Conselho, ―...não havendo relação entre o eventual uso de substância e o ato de
que é acusado‖ pontuou o períto médico psiquiatra. Após a juntada da resposta aos quesitos
formulados pela defesa em incidente de insanidade mental, o advogado Widevandes de Sousa
Araújo, OAB/MA nº. 22.216, às fls. 660-666, requereu adiamento da oitiva das testemunhas
em razão de ser patrono em processo criminal na comarca de Riachão/MA, no mesmo dia
(07/10/2021), o que restou INDEFERIDO pelo Conselho de Disciplina (fls.667-669), na
medida em que o Aconselhado estava sendo assistido por dois advogados: Widevandes de
Sousa Araújo, OAB/MA nº. 22.216 e Aryelle Povoas Marinho – OAB/MA nº. 21.885. Ante o
indeferimento do adiamento da audiência, o Aconselhado, através da sua defesa, protocolou
requerimento de reconsideração da decisão que indeferiu o pedido de adiamento da audiência,
sob a argumentação de que a advogada Aryelle Povoas Marinho – OAB/MA nº. 21.885, que
participou do processo e de vários atos – inclusive do incidente de insanidade mental, estava
apenas na condição de ―auxiliar‖ do advogado Widevandes de Sousa Araújo, OAB/MA nº.
22.216, não estando habilitada para a realização de atos isoladamente, o que restou novamente
INDEFERIDO pelo Conselho de Disciplina às fls. 674-676. Após requerer vistas dos autos
para cópia integral (fls.698; 706;708), o Aconselhado, através da sua defesa técnica (fls. 712-
714), requereu informações sobre a nomeação do médico psiquiatra Danilo Madeira Campos
Gonçalves, que oficiou enquanto perito no incidente de insanidade mental do Aconselhado, se
este era ou não do quadro de servidores da PMMA ou mesmo do Estado do Maranhão, além
do porquê de sua nomeação apenas para participar desta avaliação em Imperatriz/MA. Às fls.
715-717, o Conselho apresentou informações ao Aconselhado através de seu advogado, que o
requerimento para instauração de incidente de insanidade mental foi por ele mesmo solicitado
(fls. 620), sendo a referida solicitação deferida e a defesa notificada de todos os atos (fls. 640-
641). O Conselho de Disciplina informou, ainda, a defesa técnica, que a Portaria nº 016/2021-
CGC, de 02/02/2021, em seu art. 4º, § 2º, é categórica quanto a possibilidade de nomeação de
médico perito civil ou militar não pertencente aos quadros do servidorsimo estadual, na falta
de médico dos quadros da PMMA. Ademias, consoante dispõe o art. 13 da Portaria nº
024/2018-CGC, ―o presidente do conselho deverá instaurar o incidente de insanidade mental,
submetendo-o à junta militar de saúde (JMS), que terá a participação de um médico psiquiatra,
para que aquela emita laudo, devidamente fundamentado, sobre sanidade do acusado‖. Às fls.
720, a defesa técnica do Aconselhado requereu a dilação do prazo para apresentação de
alegações finais, considerando que ainda não havia manifestação do ICRIM de Imperatriz
sobre o resultado do exame toxicológico requerido pela defesa e deferido pelo Conselho, o que
restou INDEFERIDO pelo Conselho de Disciplina, ante sua dispensabilidade para o
convencimento do julgador que não está adstrito ao resultado do exame toxicológico, ex vi do
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que dispõe o art. 326[ Art. 326 do CPPM. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-
lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.] do CPPM. Às fls. 723-726, foi juntado o Laudo
Toxicológico requerido pela defesa técnica do Aconselhado, com achados de cocaína e seu
metabólico Ecgonina Metil Ester, bem como de fármacos Cetoprofeno e Olanzapina, no
exame de urina. Às fls. 729-754, a defesa do Aconselhado apresentou alegações finais,
argumentando, em apertada síntese, que o Comandante-Geral da PMMA quando da
instauração da Portaria de nomeação dos membros do Conselho, não a teria fundamentado,
sendo sua edição, segundo o entendimento da defesa, ―precipitada e suspeita‖. Apontou a
defesa que além da suspeição do Comandante-Geral da PMMA, aconteceram diversas lesões
ao devido processo legal e ampla defesa e contraditório, tais como: o fato de que o
Aconselhado se tratar de pessoa na condição de toxicômano; que a defesa não teria tido acesso
ao laudo toxicológico em tempo hábil; que o exame de insanidade mental foi realizado por
médico não habilitado oficialmente e que teria supostamente atuado em atividade ―suspeita‖
por ter sido enviado pelo diretamente pelo Comandante-Geral da PMMA, para atuar na
emissão de parecer.Aduziu, ainda, a defesa, que sofreu prejuízos em razão do não adiamento
das audiências marcadas para o dia 07/11/2021, pois não puderam acompanhar as oitivas, o
que teria alijado seu direito de defesa; apontou que não pode o Aconselhado ser excluído da
PMMA por ser toxicômano; alegou que o Aconselhado se envolveu em um acidente de
trânsito em 2015, no qual vitimou uma criança, e que a partir daí passou a ter problemas
psicológicos tendo iniciado uso de entorpecentes e bebidas alcoólicas e que deve ser levando
em consideração nesse caso o in dubio pro reu. Ponderou que não houve premeditação e/ou
dolo na ação que vitimou o Médico Bruno Calaça Barbosa, por ausência de motivos e que o
Aconselhado está denunciado na ação penal nº 0812650-38.2021.8.10.0040, bem como que
que deveria a Administração Pública Militar aguardar a resolução do processo judicial para só
então aplicar punição ao Aconselhado, e que, acaso não fossem acolhidos os pedidos quanto a
sua não exclusão prematura, que deveria o Aconselhado ser reformado por ser dependente
químico.Diante dos fatos constantes do caderno processual, às fls. 757-826, o Conselho de
Disciplina concluiu, por unanimidade de votos, que o SD PM Nº 148/14 ADONIAS SADDA
SOUSA COSTA é CULPADO das acusações imputadas e decidiram a UNANIMIDADE pela
sua incapacidade de permanecer na ativa da Policia Militar do Estado do Maranhão, ex vi do
que dispõe o Art. 12, §1º, alínea ―a‖ e Art. 13, IV, alínea ―a‖, todos da Lei nº 3.700/75, que
dispõe sobre o Conselho de Disciplina e da outras providências. Após analisar o decisum do
Conselho Disciplinar, o Comandante Geral da Polícia Militar, às fls. 838-843, em solução,
entendeu por bem, concordar integralmente com o relatório-parecer emitido pelos membros do
Conselho de Disciplina, e decidiu pela EXCLUSÃO A BEM DA DISCIPLINA do SD PM Nº
148/14 ADONIAS SADDA SOUSA COSTA, por estar incurso na alínea ―a‖, IV, do art. 13,
da Lei nº 3.700/75, e por contrariar o art. 141 da Lei nº 6.513/95, em razão de ter tido conduta
que afetou o pundonor militar e decoro da classe, e ainda contrariar o art. 40, incisos, I, III, IV,
XI, XII, XV e XVIII, da Lei nº 6.513/95. Da solução do relatório do Conselho de Disciplina, o
Aconselhado interpôs recurso a este Egrégio Conselho Superior de Polícia, vindo os autos
conclusos a este relator. Em suas razões recursais, o recorrente alega que o Comandante-Geral
da PMMA é suspeito por haver ―afirmado de forma muito contundente e pessoal que ao
aconselhado seria excluído‖; que teria sido prejudicada a defesa por não remarcação das
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oitivas das testemunhas por impossibilidade de comparecimento do advogado nas audiências;


que o Laudo Pericial Criminal n. 805/2021-LAF, não respondeu aos quesitos levantados pela
defesa sobre o fato de ser o Aconselhado dependente químico ou não. Ao final, pediu a defesa
de forma antecipada que fosse o processo suspenso; anulação das audiências realizadas no dia
07/10/2021; devolução do prazo para a defesa completar das alegações finais; anulação do
parecer do médico Danilo Madeira Campos Gonçalves. É o que relatório. Passo ao voto.
DECIDIU por unanimidade deste Egrégio Conselho, com impedimento de voto do Cel. Pedro
Ribeiro de Jesus dos Reis – Comandante-Geral da Polícia Militar, Instituição o qual pertence o
servidor recorrente, acompanhar o voto da Relatora nos seguintes termos VOTO O cerne da
controvérsia, vale dizer, à matéria do fundo de direito, consiste unicamente em apreciar a
aplicação da pena de exclusão a bem da disciplina proferida em desfavor do militar ora
acusado, sendo certo que o procedimento administrativo do Conselho de Disciplina tem por
objetivo apenas "apurar possíveis condutas incompatíveis com a carreira policial militar",
tendo suas decisões repercussão administrativa, apenas. Deste modo, cumpre-nos analisar se a
conduta perpetrada pelo ora recorrente descrita na portaria de instauração disciplinar é ou não
ofensiva ao pundonor e decoro da classe policial militar e, consequentemente, capaz de atrair a
pena capital a bem da disciplina. De início, tenho como imperativo, analisar sobre a suspeição
do Comandante-Geral da Policia Militar, para a solucionar o referido Conselho Disciplinar,
considerando que esta matéria é uma prejudicial de mérito. Segundo a defesa, o Comandante-
Geral da PMMA não poderia ter aberto o presente Conselho de Disciplina e nem mesmo
praticado qualquer ato decisório, pois segundo seu entendimento, prestou declarações a mídia
que o Aconselhado, ora recorrente seria excluído da polícia militar por ter atirado na vítima
Bruno Calaça. Eis as palavras do Comandante-Geral da PMMA Coronel QOPM Pedro Ribeiro
de Jesus Ribeiro dos Reis em entrevista à rádio mirante AM: [...] ele simplesmente atirou no
rapaz [...] e nós vamos dar uma resposta nessa falha. E prossegue na entrevista: ―O Bruno nem
chegou a discutir com ele. Estava sentado e um amigo desse soldado o levou até o Bruno e ele
simplesmente atirou no rapaz. Covarde, covarde, frio, mau… e nós vamos dar resposta
necessária, que é prisão, excluí-lo da corporação, e com certeza a justiça vai tomar as devidas
providências para julgar e condenar esse indivíduo cruel assassino. E tomara que a justiça não
volte, porque nós já excluímos aqui vários bandidos da corporação para limpar do seio da
nossa sociedade, mas infelizmente a justiça está voltando‖. Para sustentar a tese de suspeição,
a defesa juntou o áudio da entrevista concedida pelo Coronel Pedro Ribeiro. Ocorre que, a
alegação de suspeição do Oficial em questão, que deu entrevista em uma rádio na qualidade de
Comandante-Geral da PMMA, seguramente não o torna suspeito para abrir procedimentos
administrativos e/ou aplicar punições disciplinares em desfavor dos seus subordinados, desde
que sejam, a toda evidência, respeitados os princípios constitucionais da ampla defesa e
contraditório e o devido processo legal, o que no caso em apreço, foram claramente
respeitados. Pela degravação do áudio, percebe-se que o Comandante-geral da PMMA, na
qualidade de gestor público, não só poderia, como deveria, em atenção aos princípios da
publicidade dos atos administrativos, dar uma resposta/declaração para a sociedade, após o
episódio que envolveu um militar pertencente à sua tropa (PMMA), não decorrendo de suas
declarações prestadas, nenhuma afirmação que pudesse atrair o instituto da suspeição sobre
seus ombros. Sobre as declarações púbicas realizadas pelas autoridades/gestores púbicos, o
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Superior Tribunal de Justiça entende que se trata de ―procedimento absolutamente normal em


função do cargo que exerce, em nome da transparência e publicidade da atuação estatal, de
interesse de toda a coletividade‖, não havendo que se falar em nulidade. A
propósito:ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. PENA DE
DEMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS CAPAZES DE MACULAR A LEGALIDADE
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR. 1. A via do mandado de segurança exige prova pré-
constituída do direito alegado, não se admitindo dilação probatória. 2. Alegação de
impedimento/suspeição dos membros da comissão processante devidamente refutada pela
Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça, sobretudo porque suscitada somente após a
apresentação do relatório final. 3. Inexistência de provas da falta de isenção dos membros da
comissão disciplinar, não constituindo o mandado de segurança via adequada para a análise
pormenorizada da questão, dada a necessidade de dilação probatória. 4. A atuação meramente
burocrática de servidor subordinado à Corregedoria, na condição de "Secretário ad hoc", não
invalida o processo administrativo disciplinar. Ausência de comprovação de ter o referido
servidor participado de qualquer outro ato capaz de causar indevida ingerência sobre a
convicção dos membros da comissão processante. 5. Desde que devidamente fundamentado, o
indeferimento de novas provas consideradas impertinentes ou de nenhum interesse para o
esclarecimento dos fatos, a juízo da comissão processante, não macula a integridade do
processo administrativo disciplinar. 6. Recaindo a nomeação de membro da comissão
disciplinar sobre servidor público, cujos atos se presumem verídicos, não se verifica qualquer
irregularidade em função da inexistência de termo de compromisso. 7. Ao procurador do
acusado é facultada a reinquirição do acusado e das testemunhas, cabendo a ele intervir, por
intermédio do presidente da comissão, se assim entender necessário. 8. Apenas por ocasião do
indiciamento é necessária a descrição detalhada dos fatos atribuídos à conduta do investigado
e das possíveis infrações disciplinares por ele praticadas, de modo a permitir o amplo exercício
do direito de defesa. 9. É plenamente admitida no processo administrativo disciplinar a
utilização de prova emprestada, extraída de feito em curso na esfera criminal. 10. Aplicação da
pena de demissão baseada, também, na prova documental e testemunhal produzida no
transcorrer da apuração levada a efeito no âmbito administrativo, sem a utilização dos dados
constantes da intercepção telefônica dos acusados, não franqueados pelo juízo criminal, de
maneira que a invalidação desta prova na esfera criminal não contamina a legalidade do
processo administrativo disciplinar. 11. É inadequada a via do mandado de segurança para a
aferição do grau de comprometimento das demais provas produzidas no âmbito criminal, para
efeito de se concluir pela presença ou não de ilicitude por derivação, dada a necessidade de
dilação probatória. 12. No processo administrativo disciplinar regido pela Lei n.º 8.112/90, não
há previsão para a apresentação de memoriais após o relatório final da comissão processante,
não havendo falar em aplicação subsidiária da Lei n.º 9.784/99. 13. A declaração de possíveis
nulidades no processo administrativo disciplinar, segundo o princípio da instrumentalidade das
formas (pas de nullité sans grief), depende da efetiva demonstração de prejuízos à defesa do
servidor. 14. Alegação de arbitrariedade e abuso de poder destituída da mínima comprovação,
revelando o propósito do impetrante de anular, a qualquer custo, o procedimento disciplinar
que lhe rendeu a pena de demissão, com estrita observância do contraditório e da ampla
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defesa. 15. Declarações do Corregedor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, na mídia, sobre os


resultados da denominada "Operação Mercúrio", por constituir procedimento absolutamente
normal em função do cargo que exerce, não invalida o procedimento disciplinar. 16.
Segurança denegada.(STJ - MS: 12803 DF 2007/0099458-2, Relator: Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 09/04/2014, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: DJe 15/04/2014) Assim sendo, houve apenas meras alegações da defesa
desprovidas de qualquer documentação comprobatória de que o Comandante-Geral da PMMA
teria de alguma forma agido com ausência de imparcialidade ou mesmo conduzido o processo
administrativo em desacordo com os princípios constitucionais e legais aplicáveis a
Administração Pública. É sabido que a prova do prejuízo se faz imprescindível sob pena de,
não havendo a demonstração cabal, não ser considerado nulo o ato tido como irregular. É o
princípio da ausência de nulidade sem prejuízo (pas de nullité sans grief). Sobre o referido
princípio vejamos as lições da Ministra Nancy Andrighi do Superior Tribunal de Justiça ao nos
ensinar que: "De acordo com a moderna ciência processual, que coloca em evidência o
princípio da instrumentalidade e o da ausência de nulidade sem prejuízo (pas de nullité sans
grief), antes de se anular todo o processo ou determinados atos, atrasando, muitas vezes em
anos, a prestação jurisdicional, deve-se perquirir se a alegada nulidade causou efetivo prejuízo
às partes" (REsp 1331170⁄PR, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 3ªT, DJe 28⁄11⁄2013). Ainda que
assim não fosse, pela inteligência do art. 38 do Código de Processo Pena Militar, aplicável ao
procedimento do Conselho de Disciplina entabulado pela Lei Estadual nº 3.700/1975, por
força do que dispõe o art. 16, o Comandante-Geral da PMMA, não se enquadra em nenhuma
das hipóteses de suspeição, senão, vejamos: Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não
fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: a) se for amigo íntimo ou inimigo de
qualquer delas; b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, estiver
respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; c) se
ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim até o segundo grau inclusive, sustentar
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; d) se ele,
seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar demanda contra qualquer das
partes ou tiver sido procurador de qualquer delas; e) se tiver dado parte oficial do crime; f) se
tiver aconselhado qualquer das partes; g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo,
donatário ou usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das partes; h) se for presidente,
diretor ou administrador de sociedade interessada no processo; i) se for credor ou devedor,
tutor ou curador, de qualquer das partes. De se vê, portanto, que o Comandante-Geral da
PMMA, não se enquadra em nenhuma das hipóteses de suspeição que poderiam ser legalmente
sustentadas pela defesa, sendo seu inconformismo meras alegações desprovidas de contexto
probatório capaz de demonstrar quais teriam sido os atos do Comandante-Geral da PMMA
tendentes a desviar a Comissão processante dos eixos constitucionais do devido processo
legal. Sobre o tem, confiram-se, a propósito, os seguintes julgados: MANDADO DE
SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DEMISSÃO. NULIDADE
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA. PROVA DA
MATERIALIDADE E DA AUTORIA. FALTA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DO
PREJUÍZO DA DEFESA ORIUNDO DAS IRREGULARIDADES INDICADAS. PAS DE
NULLITE SANS GRIEF . INDICIAMENTO DO SERVIDOR. DESCRIÇÃO MINUCIOSA
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1076 -

DOS FATOS E INDICAÇÃO DO LASTRO PROBATÓRIO. 1. Ao que se observa dos autos,


a conclusão pela penalidade de demissão decorreu da configuração das infrações indicadas,
comprovadas nos autos do processo administrativo disciplinar, diante de todo o lastro
probatório produzido pela comissão processante. 2. Decorrendo a penalidade da prova do
cometimento das infrações administrativas perpetradas pelo servidor e constando do relatório
da comissão processante os motivos (fatos, provas e fundamentos) que justificaram a
penalidade, não há falar em nulidade do processo administrativo. 3. Este Superior Tribunal de
Justiça possui entendimento firmado no sentido de que a nulidade do processo administrativo
disciplinar é declarável quando evidente a ocorrência de prejuízo à defesa do servidor acusado,
observando-se o princípio pas de nullité sans grief , não demonstrada na hipótese em apreço
(MS n. 9.649⁄DF, Ministro Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 18⁄12⁄2008 - grifo nosso). 4. No
tocante às nulidades envolvendo o indiciamento do acusado, a par da falta de comprovação do
prejuízo à defesa, também não merece acolhida a alegação porque a indiciação foi feita com a
descrição minuciosa dos fatos e dos elementos probatórios que a embasaram. 5. Não há
nulidade no processo administrativo disciplinar, porquanto, nos termos do entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, a descrição minuciosa dos fatos se faz necessária apenas quando
do indiciamento do servidor, após a fase instrutória, na qual são efetivamente apurados, e não
na portaria de instauração ou na citação inicial (MS n. 12.927⁄DF, Ministro Felix Fischer,
Terceira Seção, DJU 12⁄2⁄2008). [...] 8. Segurança denegada. ( MS 14780⁄DF , Rel. Ministro
Sebastião Reis Júnior , 3ªS, DJe 25⁄11⁄2013 ) ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO
ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR. VIOLAÇÃO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA
DEFESA NÃO VERIFICADA. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. 1. Trata-se
de demissão da recorrente, após regular processo administrativo, em função de afirmado
desvio de numerários na Contadoria da Comarca de Fundão por meio de fraudes que
acarretaram o não-recolhimento aos cofres públicos de importâncias derivadas do ITCD. 2. O
processo administrativo disciplinar observou o contraditório e a ampla defesa. A parte foi
intimada dos atos processuais e teve oportunidade de se manifestar sobre a fundamentação que
conduziu à sua demissão. 3. Inexiste nulidade sem prejuízo. Se é assim no processo penal, com
maior razão no âmbito administrativo. A recorrente teve acesso aos autos do processo
administrativo disciplinar, amplo conhecimento dos fatos investigados, produziu as provas
pertinentes e ofereceu defesa escrita, o que afasta qualquer alegação relativa à ofensa ao
devido processo legal e à ampla defesa. Eventual nulidade no processo administrativo exige a
respectiva comprovação do prejuízo sofrido, hipótese não configurada na espécie, sendo, pois,
aplicável o princípio pas de nullité sans grief. [...] 7. Recurso Ordinário não provido. ( RMS
32849⁄ES , Rel. Ministro Herman Benjamin , 2ªT, DJe 20⁄5⁄2011 ) A suspeição, para sua
materialização, no caso em apreço, exigiria a comprovação de vínculos pessoais subjetivos
capazes de comprometer o princípio da impessoalidade, tais como interesse direto ou indireto
na matéria e amizade íntima ou inimizade notória do Comandante-Geral da PMMA e dos
membros do Conselho de Disciplina, com o Aconselhado, o que nem de longe restou
demonstrado. Assim sendo, não se aplica a nenhum dos integrantes da comissão disciplinar
quaisquer das hipóteses objetivas de suspeição descritas no art. 38 do Código de Processo
Penal Militar, razão pela qual, não há falar em nulidade no caso sob exame. Do mesmo modo
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1077 -

que acima se viu, inexistiu prejuízo para a defesa quando do indeferimento para remarcação da
oitiva das testemunhas em razão da impossibilidade de participação do advogado Widevandes
de Sousa Araújo, OAB/MA n. 22.216, que fala pela defesa técnica do Aconselhado. Veja-se
que existe evidente incoerência das argumentações levantadas pela defesa nesse ponto em
particular. E digo isto porque, basta uma pequena observação em todas as peças defensivas
apresentadas pela defesa técnica (tanto das alegações finais quanto do presente recurso), para
se chegar à conclusão de que a insatisfação da defesa, quanto a este ponto, é contraditória, pois
que não se utilizou de nenhum dos depoimentos que já estavam nos autos devidamente
documentados, o que só demonstra que das testemunhas chamadas aos autos pela defesa,
nenhum depoimento se aproveitou. E tanto é verdade que as alegações recursais se concentram
quase que exclusivamente em apontar suposta suspeição do Comandante-Geral da PMMA e
dos membros da banca, bem como de supostos e não comprovados cerceamentos de defesa, ou
mesmo que o Aconselhado tem problemas mentais por ser, na tese da defesa, usuário de
drogas. É bom que diga que O Conselho de Disciplina tem o poder de indeferir a realização de
diligências ou mesmo a remarcação de atos, e ainda, juntada de documentos que se revelem
desnecessários para a convicção do julgador, desde que o faça de forma fundamentada, como
no caso em apreço, todos os requerimentos apresentados pela defesa foram deliberados em
sessão específica pelo Conselho de Disciplina, sendo deferidos ou indeferido de forma
fundamentada. A despeito disto, registre-se a juntada tão aguardada pela Defesa e requerida
em diversas oportunidades, do laudo de exame toxicológico do Aconselhado (fls.724-726),
imaginando que lhe aproveitaria na tese de que seu defendente é dependente químico e que
não poderia se auto determinar. Contudo, após tomar conhecimento de que o laudo
toxicológico, apenas reforça ainda mais o que já fora constatado pelo perito psiquiatra (de que
não há nenhuma comprovação de dependência química capazes de levar o Aconselhado a ser
considerado um incapaz para os atos da vida civil e que no momento da prática da conduta
delitiva estava em perfeita condição física e mental), a defesa passou a se concentrar na tese de
que o médico psiquiatra Danilo Madeira Campos Gonçalo, CRM/MA 6065, não poderia ter
participado da avaliação médica/psiquiátrica da JMS do Aconselhado, requerida pela defesa,
passando a pesar agora também sobre ele (perito), o manto da suspeição pois este não teria
sido, em tese, sido formalmente nomeado e ―assumido termo de compromisso com a verdade‖.
Ocorre que, além da Advogada do Aconselhado ter acompanhado todos os atos da Junta
Médica de Saúde, a que foi submetido o Aconselhado, constante se infere da ATA DE
SESSÃO Nº 15, DE 29 DE SETEMBRO DE 2021, existem duas portarias especificas
(Portaria nº 016/2021-CGC, de 02/02/2021 e Portaria nº 024/2018-CGC), que dispõe sobre a
possibilidade da utilização de perito civil, ainda que não seja servidor público pertencente aos
quadros da PMMA e/ou concursado em outro órgão do Estado, não havendo também quanto a
este ponto, nenhuma ilegalidade ou demonstração de que o perito psiquiatra tenha agido com
parcialidade ou mesmo com suspeição. Por fim, ainda quanto as alegações da defesa, a
portaria de instauração do Conselho expedida pelo Comandante-Geral da PMMA seria
genérica por não ter fundamentado e detalhado pormenorizadamente a conduta do
Aconselhado, o que causaria, em tese, sua nulidade. Contudo, não é exigível que a portaria de
instauração contenha detalhes pormenorizados e descrição minuciosa dos acontecimentos para
que seja considerada válida. Esse, a propósito, é o entendimento do Superior Tribunal de
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1078 -

Justiça: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.


DEMISSÃO. NULIDADE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
INEXISTÊNCIA. PROVA DA MATERIALIDADE E DA AUTORIA. FALTA DE PROVA
PRÉ-CONSTITUÍDA DO PREJUÍZO DA DEFESA ORIUNDO DAS IRREGULARIDADES
INDICADAS. PAS DE NULLITE SANS GRIEF . INDICIAMENTO DO SERVIDOR.
DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS FATOS E INDICAÇÃO DO LASTRO PROBATÓRIO.
[...] 3. Este Superior Tribunal de Justiça possui entendimento firmado no sentido de que a
nulidade do processo administrativo disciplinar é declarável quando evidente a ocorrência de
prejuízo à defesa do servidor acusado, observando-se o princípio pas de nullité sans grief , não
demonstrada na hipótese em apreço (MS n. 9.649⁄DF, Ministro Og Fernandes, Terceira Seção,
DJe 18⁄12⁄2008 - grifo nosso).4. No tocante às nulidades envolvendo o indiciamento do
acusado, a par da falta de comprovação do prejuízo à defesa, também não merece acolhida a
alegação porque a indiciação foi feita com a descrição minuciosa dos fatos e dos elementos
probatórios que a embasaram. 5. Não há nulidade no processo administrativo disciplinar,
porquanto, nos termos do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a descrição minuciosa
dos fatos se faz necessária apenas quando do indiciamento do servidor, após a fase instrutória,
na qual são efetivamente apurados, e não na portaria de instauração ou na citação inicial (MS
n. 12.927⁄DF, Ministro Felix Fischer, Terceira Seção, DJU 12⁄2⁄2008). [...] 8. Segurança
denegada. ( MS 14780⁄DF , Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior , Terceira Seção, DJe
25⁄11⁄2013 ) ADMINISTRATIVO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PENA
DE DEMISSÃO. COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DA PENALIDADE.
COMPETÊNCIA PARA INSTAURAÇÃO DO PAD. [...] 7. A Portaria n. 397, de 26 de julho
de 2010, que instaurou o processo administrativo, atendeu a todos os requisitos legais de
validade, na medida em que cumpriu seu objetivo de identificar, com precisão, os integrantes
da comissão, além do procedimento adotado, o prazo concedido pela autoridade, ressaltando
que os fatos que desencadearam os trabalhos da comissão foram aqueles já noticiados no bojo
do Processo Administrativo n. 001⁄2009, que foram apensados aos autos. 8. Não se impõe, na
fase inaugural, a minuciosa descrição do suposto ilícito praticado por cada servidor e o
enquadramento legal da condutas, o que somente se torna indispensável no final da instrução
por ocasião do indiciamento do servidor, a fim de propiciar o exercício das garantias
constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Ademais, o processo administrativo
disciplinar, quando da sua instauração, não está adstrito a fatos previamente determinados. Se,
no curso do processo, a tríade processante encontrar indícios de que um servidor perpetrou
alguma outra irregularidade, este fato pode ser investigado dentro do mesmo processo
disciplinar, desde que haja conexão com o tema principal da investigação. [...] 18. Segurança
denegada. ( MS 17053⁄DF , Rel. Ministro Mauro Campbell Marques , Primeira Seção, DJe
18⁄9⁄2013 ) Veja-se que o desdobramento da conduta do recorrente diz respeito a prática de
fato tipificado como crime hediondo (homicídio qualificado), estando denunciado sob o
procedimento do Tribunal do Júri na Comarca de Imperatriz, na ação penal nº 0819575-
50.2021.8.10.0001, sendo este considerado imputável. Noutro giro, compulsando os autos,
verifica-se que a conduta do recorrente que vilipendiou o pundonor militar e decoro da classe,
resta comprovada, não servindo como argumentos capazes de infirmá-la, a suposta
dependência química do recorrente que lhe teria, em tese, causado problemas mentais, na
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1079 -

medida em que, conforme se infere do Ofício nº 094/2021-DSPS, de 26 de agosto de 2021,


quanto do Ofício nº 160/2021 – CAPS AD III, de 27 de agosto de 2021, não constam dos
registros médicos, nenhum acompanhamento médico psiquiátrico e/ou por dependência
química do Aconselhado, o que causa evidentemente estranheza, que a tese de cabeça da
defesa é que o recorrente tem problemas psicológicos por dependência de drogas. Por
oportuno, não se pode descuidar que pontuar o fato de que o Aconselhado se encontra na
Policia Militar à pouco mais de 5 (cinco) anos, e já ostenta COMPORTAMENTO
INSUFICIENTE (consoante ficha e histórico policial de fls. 87-95, com mais de uma dezena
de punições disciplinares, entre impedimentos, repreensões, detenções e até prisão disciplinar,
o que demonstra que sua conduta e comportamentos são voltados para a prática de
transgressões disciplinares, o que é incompatível, por lógica, com o pundonor militar e decoro
da classe. Não consta dos autos, portanto, elementos capazes de infirmar a conclusão a que
chegou o conselho disciplinar, na medida em que o recorrente não foi considerado, seja em
âmbito administrativo seja em âmbito judicial, inimputável. É inafastável, portanto, que a
conduta perpetrada pelo recorrente se afigura grave e manifestamente contrária à ética e à
disciplina da Polícia Militar do Maranhão, de quem se espera conduta ilibada e rigor no
combate à criminalidade, estabelecendo o art. 40 caput e seus incisos da Lei nº 6.513/95 que o
pundonor policial militar e o decoro da classe impõem aos integrantes da Corporação uma
conduta moral e profissional irrepreensíveis. Nesse sentido, de acordo com a Lei nº 6.513/95,
são obrigações e ética policial-militar: Art. 40. O sentimento do dever, a dignidade policial-
militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta
moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos seguintes preceitos da ética
policial-militar: (...) VIII – ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita
e falada; XII – proceder de maneira ilibada na vida pública e particular; XV – conduzir-se,
mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios
da disciplina, do respeito e do decoro policial militar; (...). Por seu turno, o art. 43 prescreve
que são deveres dos policiais-militares: Art. 43. Os deveres dos policiais-militares emanam de
vínculos racionais e morais que ligam o policial militar à comunidade estadual e à segurança, e
compreendem, essencialmente:I – a dedicação integral ao serviço policial-militar e a fidelidade
à instituição a que pertence, mesmo com o sacrifício da própria vida; II – o culto aos símbolos
nacionais; III – a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias; IV – a disciplina e o
respeito à hierarquia; V – o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens; VI – a obrigação
de tratar o subordinado com dignidade e com urbanidade. A pena capital no caso em apreço
visa a manutenção dos princípios basilares e constitucionais das forças auxiliares que é a
hierarquia e disciplina militar. Por certo que a conduta do recorrente vai na contramão da
honra pessoal, pundonor militar e decoro da classe. Nesse sentido, segundo o que preconiza o
Regulamento Disciplinar do Exército – aplicado aos militares do Maranhão por força do que
dispõe o art. 166 da Lei nº 6.513/95: Art. 6º. Para efeito deste Regulamento, deve-se, ainda,
considerar: I - honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito de
que é objeto ou se torna merecedor o militar, perante seus superiores, pares e subordinados; II
- pundonor militar: dever de o militar pautar a sua conduta como a de um profissional correto.
Exige dele, em qualquer ocasião, alto padrão de comportamento ético que refletirá no seu
desempenho perante a Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é devido; e III –
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1080 -

decoro da classe: valor moral e social da Instituição. Ele representa o conceito social dos
militares que a compõem e não subsiste sem esse. É justamente por este motivo que a Lei nº
3.700, de 26 de novembro de 1975, informa, em seu art. 2º, que ―É submetida a Conselho de
Disciplina, ―ex-offício‖, a praça que for acusada oficialmente de ter procedido incorretamente
no desempenho do cargo; tido conduta irregular; ou ainda, praticado ato que afete a honra
pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe, como caso dos autos. O Estado e a
sociedade se tornam vítimas daqueles que deveriam em seu nome resguardar o bem jurídico
alheio. E nesse tocante, mostra-se proporcional a pena de exclusão imposta ao recorrente, não
merecendo qualquer reforma. A proposito: "A Administração Pública, quando se depara com
situações em que a conduta do investigado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação
de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-
se de ato vinculado" (MS 15.517/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe
18.2.2011). No mesmo sentido: MS 16.567/DF, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Primeira Seção, DJe 18.11.2011). No mesmo sentido: MS 15.951/DF, Rel. Ministro Castro
Meira, Primeira Seção, DJe 27.9.2011‖ (STJ, MS 12.200/DF, 1ª Seção, DJe 03/04/2012). ―3.
Não está configurada afronta aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, visto que,
por força do disposto no art. 132 da Lei 8.112/90 e dos fatos apurados, à autoridade
administrativa não cabia optar discricionariamente por aplicar pena diversa da demissão.
Precedentes: MS 15.437/DF, Min. Castro Meira, DJe de 26/11/2010; MS 15.517/DF, 1ª
Seção, Min. Benedito Gonçalves, DJe de 18/02/2011‖(STJ, MS 17.515/DF, 1ª Seção, DJe
03/04/2012). ―3. Sobre a razoabilidade e proporcionalidade da pena aplicada esta Corte vem se
posicionando no sentido de que, no âmbito do controle jurisdicional do processo
administrativo disciplinar, é vedado ao Poder Judiciário adentrar no mérito do julgamento
administrativo, cabendo-lhe, apenas, apreciar a regularidade do procedimento, à luz dos
princípios do contraditório e da ampla defesa. Precedentes: RMS 32.573/AM, Rel. Min. Teori
Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 12/8/11; MS 15.175/DF, Rel. Min. Humberto Martins,
Primeira Seção, DJe 16/9/10; RMS 20537/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta
Turma, DJ de 23/4/07. 4. No caso em análise, tendo-se aplicado a sanção após efetivo
exercício da garantia ao contraditório e à ampla defesa, e estando a decisão fundamentada na
constatada gravidade dos fatos e os danos que delas provieram para o serviço público, a
análise da proporcionalidade implicaria indevido controle judicial sobre o mérito
administrativo.‖ (STJ, RMS 33.281/PE, 1ª Turma, DJe 02/03/2012). Assim, não é
desproporcional ou desarrazoada a exclusão a bem disciplina do aconselhado ora recorrente,
uma vez que, ofendeu de forma grave o pundonor militar e o decoro da classe policial, sendo a
pena de exclusão a bem da disciplina compatível com a conduta do recorrente. Por derradeiro,
ao contrário do que fora sustentado pelo recorrente não há nos autos nenhum vício capaz de
macular a lisura do feito, ou mesmo ofensa a princípios constitucionais como a ampla defesa e
contraditório ou devido processo legal. É bom que se diga que o fato do militar ser usuário de
drogas, o que sequer ficou comprovado nos autos, não é por si só capaz de o tornar imunidade
e blindar o militar com um escudo para toda e qualquer prática delitiva que este venha a
cometer, sob o argumento que estava sob os efeitos de drogas e ou mesmo com problemas
mentais dela decorrente. Aliás, a embriagues ou uso de entorpecentes de forma voluntaria, não
retira a imputabilidade do Aconselhado nos termos do que dispõe o art. 28, II do Código
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1081 -

Penal. Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: AGRAVO


REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ARTS. 140, § 3º, E 141, III, AMBOS DO CP.
INJÚRIA QUALIFICADA. DOLO ESPECÍFICO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO.
PRESENÇA DE ANIMUS INJURIANDI. EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA.
IRRELEVÂNCIA. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE NA VIA ESPECIAL. SÚMULA
7/STJ. MANUTENÇÃO DO DECISUM A QUO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. STF. (...)
3. Nos termos do art. 28, II, do Código Penal, é cediço que a embriaguez voluntária ou culposa
do agente não exclui a culpabilidade, sendo ele responsável pelos seus atos mesmo que, ao
tempo da ação ou da omissão, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse entendimento. Aplica-se a teoria da actio libera in causa,
ou seja, considera-se imputável quem se coloca em estado de inconsciência ou de incapacidade
de autocontrole, de forma dolosa ou culposa, e, nessa situação, comete delito. (...) (AgInt no
REsp 1548520/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado
em 07/06/2016, DJe 22/06/2016) Quanto à sanidade mental do militar ora recorrente, ao que
demonstrou as pericias realizadas, era perfeitamente capaz de entender o caráter ilícito dos
fatos cometidos, tanto que se encontra denunciado em processo criminal. Importa ressaltar que
o fato do militar se encontrar sendo acompanhado por psicólogo em tratamento de saúde
mental não inviabiliza a sua exclusão a bem da disciplina, mormente quando esse fato deriva
fato criminoso que não guarda relação com os fatos motivadores de sua suposta doença
mental. Nesse sentido: ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. MILITAR.EXCLUSÃO. INSTÂNCIAS JUDICIAL E ADMINISTRATIVA.
INDEPENDÊNCIA.COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR. COMPETÊNCIA.
LICENÇA MÉDICA.FATO QUE NÃO CONSTITUI ÓBICE À APLICAÇÃO DE
PENALIDADEADMINISTRATIVA. PRECEDENTES. RECURSO IMPROVIDO. 1. Tanto
na doutrina quanto na jurisprudência é firme o entendimento no sentido de que as esferas
criminal e administrativa são independentes, estando a Administração vinculada apenas à
decisão do juízo criminal que negar a existência ou a autoria do crime. 2. Hipótese em que não
há notícia de instauração de processo judicial para fins de apuração do ilícito disciplinar
praticado pelo recorrente, que configuraria, em tese, crime. A Administração, no exercício de
seu poder disciplinar, apurou a falta cometida, observando-se os princípios da ampla defesa e
do contraditório, e concluiu pela aplicação da pena de exclusão. 3. O Superior Tribunal de
Justiça tem entendido ser competente o Comandante-Geral da Polícia Militar para a aplicação
de penalidade em razão da prática de ilícitos disciplinares, não incidindo o disposto no art.
125, § 4º, da Constituição Federal, porquanto destinado tão-somente aos casos de cometimento
de crimes militares. 4. O Supremo Tribunal Federal, por seu Tribunal Pleno, já decidiu que a
circunstância de encontrar-se o servidor público no gozo de licença para tratamento de saúde
não constitui óbice à aplicação da pena de demissão. 5. Recurso ordinário improvido. (STJ -
RMS: 20660 GO 2005/0149126-8, Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de
Julgamento: 03/04/2007, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJ 07/05/2007 p. 337)
E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO
ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER – PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR – SESSÃO SECRETA – DELIBERAÇÃO DO RELATÓRIO – PREVISÃO
LEGAL – GARANTIA PRÉVIA AO ACUSADO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1082 -

DEFESA – PERDA DA GRADUAÇÃO ADMINISTRATIVAMENTE – CABIMENTO –


COMPETÊNCIA PARA A EDIÇÃO DE ATO DE EXCLUSÃO DE MILITAR DAS
FILEIRAS DA CORPORAÇÃO – COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR –
ART. 114 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 53/90 – EXCLUSÃO DE MILITAR EM GOZO
DE LICENÇA MÉDICA – POSSIBILIDADE – VANTAGEM PECUNIÁRIA AO
POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO A BEM DA DISCIPLINA – VEDAÇÃO LEGAL
EXPRESSA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – FIXAÇÃO CONDIZENTE COM AS
DISPOSIÇÕES DO ART. 20, § 4º, DO CPC/73 – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO
NÃO PROVIDO. Não padece de ilegalidade a sessão secreta de deliberação do relatório
realizada pelo Conselho de Disciplina da Polícia Militar, cujo procedimento é antecedido de
ampla defesa e contraditório do acusado, nos termos do art. 9º, § 1º, do Decreto Estadual nº
1.261/81. Rejeita-se a alegação de ausência de motivação da decisão que excluiu o acusado
das fileiras da Polícia, a bem da disciplina, quando esta se encontra devidamente motivada,
nela restando consignado que a violação de preceitos éticos e morais da corporação foram as
causas da penalidade imposta. De acordo com o enunciado de Súmula nº 673 do Supremo
Tribunal Federal, "o art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda da graduação de militar
mediante procedimento administrativo", o que foi reafirmado em sede de repercussão geral
quando do julgamento do ARE 691.306. Nos termos do art. 114 da Lei Complementar nº
53/90, o Comandante-Geral da Polícia Militar é competente para a edição de ato de exclusão
de militar das fileiras da corporação, quando decorrente de transgressão disciplinar
administrativa. A circunstância de se encontrar o militar em licença médica no curso do
processo disciplinar não constitui óbice à aplicação da penalidade administrativa de exclusão.
A teor do disposto no parágrafo único do art. 115 da Lei Complementar Estadual nº 53/90, é
expressamente vedada a concessão de qualquer vantagem pecuniária ao policial militar
excluído a bem da disciplina. Observada a disposição contida no art. 20, § 4º, do CPC/73, para
a fixação da verba honorária em prol da Fazenda Pública, mormente as diretrizes traçadas
pelas alíneas a, b e c do § 3º do dispositivo citado, não há falar em excessividade do montante
arbitrado. (TJ-MS 08153185520158120001 MS 0815318-55.2015.8.12.0001, Relator: Des.
Importa registrar que a instauração de procedimento administrativo é autônoma e independe da
existência de processo judicial. Vale dizer, é reflexo da independência das esferas
administrativa e criminal. Nesse contexto, o artigo 14 do Regulamento Disciplinar do Exército
(Decreto nº 4.346, de 26 de agosto de 2002) traz consigo as regras delineadoras para a
resolução de conflito aparente de competência entre as esferas criminal, civil e administrativa,
as quais podem ser aplicadas, também, pelas Forças Auxiliares do Estado do Maranhão por
força do art. 166[ Art. 166 ―São adotados da Policia Militar do Maranhão, em matéria não
regulada na legislação estadual, as leis e regulamentos em vigor no Exercito Brasileiro, no que
lhe for pertinente‖.] da lei nº 6.513/95 (estatuto dos policiais militares do maranhão). Eis o § 2º
do art. 14 do Regulamento Disciplinar do Exercito que interessam ao caso ora em deslinde :
Art. 14. [...] [...] omissis... § 2º As responsabilidades nas esferas cível, criminal e
administrativa são independentes entre si e podem ser apuradas concomitantemente. Assim,
desde que respeitados os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (os
quais, ao que tudo indica, não foram desrespeitados), é lícita a instauração de processo na
esfera administrativa de natureza disciplinar. A propósito: APELAÇÃO CÍVEL EM
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1083 -

MANDADO DE SEGURANÇA. PRETENSÃO VOLTADA AO TRANCAMENTO DE


CONSELHO DE DISCIPLINA POR ESTAR O POLICIAL MILITAR RESPONDENDO
PELOS MESMOS FATOS NA ESFERA PENAL. INOCORRÊNCIA DE BIS IN EADEM.
INTELIGÊNCIA DO ENUNCIADO SUMULAR N. 673 DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. As punições penal e
administrativa têm alicerces diversos, desenvolvendo-se, cada qual, à luz dos processos
respectivos, pelo que, a condenação penal de militar perante a justiça castrense não o isenta de
possíveis sanções na seara administrativa, decorrentes do mesmo fato, não se podendo cogitar
de bis in eadem, mormente quando o Enunciado Sumular n. 673 do Supremo Tribunal Federal
dispõe com taxatividade que "o art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda da
graduação de militar mediante procedimento administrativo". (TJ-SC - MS: 471341 SC
2010.047134-1, Relator: João Henrique Blasi, Data de Julgamento: 03/12/2010, Segunda
Câmara de Direito Público, Data de Publicação: Apelação Cível em Mandado de Segurança n.
, da Capital) A punição administrativa está sujeita à discricionariedade do administrador, no
caso ora em deslinde, o Comandante-Geral da PMMA, e pode ser aplicada aos militares antes
e independentemente do desfecho do processo penal. Nesse sentido, a lição do mestre Hely
Lopes Meirelles, verbis: ―A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo
civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem obriga a
Administração a aguardar os desfechos dos demais processos. (...) A punição interna,
autônoma que é, pode ser aplicada ao servidor antes do julgamento judicial do mesmo fato‖ (in
Direito Administrativo Brasileiro, Malheiro Editores, 34ª ed. pág. 416 - negrejei). A propósito,
sobre a independência das instâncias, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça. Senão
vejamos: ―ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR REFORMADO. INFRAÇÃO
DISCIPLINAR. PUNIÇÃO PELO CONSELHO DE DISCIPLINA. POSSIBILIDADE.
INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS PENAL E ADMINISTRATIVA. RECURSO
ORDINÁRIO IMPROVIDO.1. É firme o entendimento doutrinário e jurisprudencial no
sentido de que as esferas criminal e administrativa são independentes, estando a
Administração vinculada apenas à decisão do juízo criminal que negar a existência ou a
autoria do crime....omissis...3. Recurso ordinário improvido‖ (RMS 19493/MA, Quinta
Turma, Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJ 23/10/06, pág. 327 – negritei).
―RECURSO ESPECIAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CONEXÃO. ESFERA
ADMINISTRATIVA E PENAL. INEXISTÊNCIA.1. Como é sabido e consabido, as esferas
administrativa e penal são autônomas, e essa independência se manifesta ainda que ambas
estejam tratando da mesma questão fática, haja vista que o procedimento fiscal administrativo
não limita, nem subordina, a persecução penal...omissis...3. Recurso especial não conhecido‖
(REsp 610418/RJ, Quinta Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz, DJ 02/08/04, pág. 544 –
Destaquei). Por derradeiro, importa registrar que o Aconselhado ajuizou Mandado de
Segurança nº Processo nº 0851367-42.2021.8.10.0001, junto a Auditoria Militar do Maranhão
com os mesmos argumentos ora ventilados e rechaçados, restando INDEFERIDO pelo juízo
militar nos seguintes termos: Mandado de Segurança Cível com Pedido de Liminar.
Impetrante: WIDEVANDES DE SOUSA ARAUJO, OAB/MA 22.216. Paciente: ADONIAS
SADDA DE SOUSA. Impetrado: Major QOPMMA WERMESON PINHEIRO BARBOSA –
Presidente do Conselho de Disciplina. DECISÃO. Trata-se de Mandado de Segurança Cível
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1084 -

com Pedido de Liminar impetrado em favor do paciente ADONIAS SADDA DE SOUSA,


policial militar, devidamente qualificado nos autos, contra ato do Major QOPMMA
WERMESON PINHEIRO BARBOSA, presidente do Conselho de Disciplina. Alega o
impetrante que o paciente fora submetido a Conselho de Disciplina instaurado pela Portaria nº
009/2021-DP/3-CD, para análise de permanência nos quadros da PMMA em razão de conduta
irregular ou prática de ato que afeta a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro
da classe (cometimento de suposto delito de homicídio contra civil). Aponta supostos atos no
âmbito da instauração e tramitação do processo administrativo capazes de afetar a legalidade
do processo e o direito à ampla defesa e/ou contraditório. Os atos apontados como ilegais ou
violadores de direitos seriam: A suspeição do Comandante Geral, ao se pronunciar
publicamente por meio da impressa manifestando seu juízo de valor sobre a iminente exclusão
do paciente dos quadros da PMMA; A suspeição sobre os membros do Conselho de
Disciplina, por terem sido nomeados pelo Comandante Geral/suspeito; A realização das oitivas
das testemunhas de defesa sem a presença do advogado constituído; A suspeição da admissão
do médico Danilo Madeira Campos Gonçalves para realizar a avaliação médica do Impetrante,
uma vez que este não teria sido devidamente nomeado no processo administrativo disciplinar;
A não concessão à defesa para oportunidade de usar o laudo pericial toxicológico completo e a
negação à dilação do prazo para as alegações finais até que o referido laudo fosse concluído.
Assim, pleiteia liminarmente: a) A gratuidade da justiça; b) A antecipação da tutela de
urgência para suspender o processo do Conselho de Disciplina instaurado sob a Portaria nº
009/2021-DP/3-CD contra o Impetrante, até o trânsito em julgado do mérito do presente writ,
sob pena de multa pecuniária para o caso de descumprimento da ordem liminar; No mérito: c)
A concessão da segurança ao Impetrado reconhecendo os atos abusivos/ilegais e anulando os
seguintes atos do Conselho de Disciplina: 1. Ato de ouvir as testemunhas de defesa no dia
07/10/2021, consequentemente anulando as audiências referidas; 2. Ato de indeferir a dilação
do prazo para aguardar o resultado do laudo final da perícia toxicológica, consequentemente
devolvendo prazo para a defesa complementar as alegações finais após a correção de todos os
atos anulados; 3. Ato de admitir que o médico Danilo Madeira Campos Gonçalves participasse
da avaliação psiquiátrica do Impetrante, consequentemente anulando o parecer médico do qual
ele participou;4. Ato de emitir o relatório final do Conselho de Disciplina, consequentemente
anulando o relatório final; 5. Seja reconhecida a suspeição do Coronel Pedro de Jesus Ribeiros
(Comandante Geral da PMMA) e dos membros do Conselho e do Comandante Geral,
consequentemente seja determinada a nomeação de outros membros para o Conselho, desta
feita sob a responsabilidade do Subcomandante Geral da PMMA, para que seja dada a
continuidade do processo e sejam refeitos os atos anulados sob a égide dos princípios
constitucionais. Com a inicial vieram documentos. É o relatório. Decido. Versam os presentes
autos sobre pedido de concessão de Mandado de Segurança Cível, conforme descrito no art.
5º, LXIX, da Constituição Federal. Com efeito, o citado remédio constitucional visa a proteção
de direito líquido e certo, não protegido por Habeas Corpus e Habeas Data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública no exercício de
atribuições do Poder Público. I – Da justiça gratuita. Inicialmente, quanto ao benefício da
justiça gratuita pleiteado pelo paciente, o § 3º do art. 99 do CPC define que a alegação de
preenchimento dos requisitos feita por pessoa natural será presumida verdadeira, ou seja,
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1085 -

quando uma pessoa natural faz o pedido de concessão dos benefícios alegando preenchimento
dos requisitos este deve ser deferido, face a presunção de veracidade que esta alegação possui.
Desse modo, considerando a hipossuficiência presumida pelo requerente, concedo o benefício
da justiça gratuita, ficando o paciente isento do pagamento de custas processuais, nos termos
da fundamentação supra. II - Dos atos apontados como ilegais ou violadores de direitos.
Passando à análise do pedido, não obstante toda a argumentação formulada na inicial do
presente mandamus, não restou demonstrada, de plano, a configuração dos requisitos para a
concessão da liminar, ou seja, o periculum in mora e o fumus boni iuris, indispensáveis para
que haja o atendimento ao pedido de urgência, qual seja, a imediata suspensão de ato
supostamente ilegal e abusivo praticado pelo Comandante Geral da Polícia Militar, que
determinou a instauração do processo administrativo disciplinar em face do paciente. O autor
presume a suspeição do Comandante Geral, uma vez que este teria se pronunciado
publicamente por meio da impressa manifestando seu juízo de valor sobre a iminente exclusão
do paciente dos quadros da PMMA. Ora, tal argumento não carece de razão. Nos termos do
art. 2º, inciso I, da Lei 3.700/1975 que dispõe sobre o Conselho de Disciplina da Polícia
Militar do Maranhão, a praça estável poderá ser submetida, de ofício, a Conselho de Disciplina
quando acusada oficialmente ou por qualquer outro meio lícito de comunicação social. Senão
vejamos: ―É submetida a Conselho de Disciplina, ―ex-offício‖, a praça referida no art. 1º e seu
Parágrafo único: I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social
de ter: a) procedido incorretamente no desempenho do cargo; b) tido conduta irregular; ou c)
praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe;
Com efeito, o fato de o militar estar na condição de praça estável, no contexto apuratório de
condutas que, em tese, se amoldam às alíneas ―b‖ e ―c‖, do art. 2º, inciso I, da Lei 3.700/1975,
como é no caso sob exame, já configura por si só hipótese passível de submissão do militar a
Conselho de Disciplina, de modo que o ato administrativo de instauração do referido Conselho
pela PMMA resta justificado pela previsão legal. O fato de o Comandante Geral emitir
declaração pública sobre eventual exclusão do paciente, por si só, não configura hipótese de
suspeição e mácula do processo administrativo disciplinar em sua tramitação, tampouco em
seu resultado. Quanto à suspeição sobre os membros do Conselho de Disciplina, por terem
sido nomeados pelo Comandante Geral apontado pelo impetrante como suspeito, a nomeação
do Conselho de Disciplina é da competência do Comandante Geral, nos termos do art. 4º da
Lei 3.700/1975. Ainda, os membros do Conselho não se enquadram em nenhuma das
hipóteses disciplinadas pelo art. 4º, § 2º, da mencionada Lei, situações em que, comprovadas,
impediriam tais membros de comporem o Conselho de Disciplina. No tocante à realização das
oitivas das testemunhas de defesa sem a presença do advogado constituído, em Ata da 17ª
Sessão do Conselho de Disciplina, anexada pelo impetrante (fls. 18/19 do doc 55646000),
resta justificado que o advogado do paciente, mesmo formalmente notificado acerca da sessão,
não compareceu às sessões, tampouco substabeleceu seus poderes para a participação nos atos,
não podendo alegar prejuízo agora neste ponto se não demonstrou a relevância em tempo
hábil. Ademais, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar
não ofende a Constituição, nos termos da Súmula Vinculante nº 5, ainda mais se foi
assegurado ao paciente o direito ao contraditório e ampla defesa ao longo de todo o
procedimento administrativo, tendo ocorrido com a devida atenção ao devido processo legal,
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1086 -

não havendo que falar-se em qualquer prejuízo ao requerente. Sobre a suspeição da admissão
do médico Danilo Madeira Campos Gonçalves para realizar a avaliação médica do Impetrante,
uma vez que este não teria sido devidamente nomeado no processo administrativo disciplinar,
a autoridade processante justificou devidamente a escolha do médico pelas normas internas
(portarias), salientando que este médico é o que atualmente presta serviço na PMMA,
inclusive fazendo avaliações de militares que apresentam problemas psiquiátricos e já conhece
todo o sistema adotado pela PMMA, quantos aos quesitos que devem ser formulados e
respondidos, conforme se vê no relatório do Conselho de Disciplina (fls. 46/47 do doc
55647278). A não concessão à defesa para oportunidade de usar o laudo pericial toxicológico
completo e a negação à dilação do prazo para as alegações finais até que o referido laudo fosse
concluído, também resta devidamente justificado pela autoridade processante (Ofício anexado
em doc 55646023) nos seguintes termos: ―A Lei 3700/75 que regula o Conselho de Disciplina,
aduz no art. 16 que se aplicam de forma subsidiária o Código de Processo Penal Militar. E
este, no Capítulo V, Das Pericias e Exames, traz em seu art. 326 ―O juiz não ficará adstrito ao
laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte‖. Ou seja, tem liberdade na
apreciação do exame pericial. Além disso, de forma paralela, foi apresentado pela defesa e
juntado nos autos (fls. 621-635) exame toxicológico fornecido pelo próprio acusado quando da
requisição de incidente de insanidade mental‖. Por fim, tecendo breves comentários sobre atos
viciados, diferentemente das nulidades absolutas, as nulidades relativas interessam somente às
partes, ou seja, devem ser alegadas e provadas por aquele que se sentiu prejudicado. As
nulidades relativas consideram-se sanadas, se não forem arguidas ao tempo próprio, sob pena
de preclusão; bem como, serão consideradas como sanadas se o ato foi praticado de forma
diversa à prescrição da lei, mas atingiu os seus efeitos, atendendo ao ―princípio da
instrumentalidade das formas‖ (ALVES, 2004). Normalmente, as nulidades relativas violam
alguma exigência estabelecida por normas infraconstitucionais, que interessam
predominantemente às partes e possuem as seguintes características: a) formalidade
estabelecida em ordenamento infraconstitucional; b) finalidade de resguardar um direito da
parte; c) interesse predominante das partes; d) possibilidade de ocorrência de prejuízo; e)
necessidade de provar a ocorrência do efetivo prejuízo, já que este pode ou não ocorrer; f)
necessidade de arguição oportune tempore, sob pena de preclusão; g) necessidade de
pronunciamento judicial para o reconhecimento desta espécie de eiva. Este é o entendimento
do Superior Tribunal de Justiça: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ.
PENALIDADE DE DEMISSÃO. PRELIMINARES. NULIDADES. VÍCIOS DE FORMA.
MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO. AUTORIDADE INCOMPETENTE.
CONVALIDAÇÃO E CONFIRMAÇÃO DO ATO. 1) No bojo de processo administrativo
disciplinar, vícios formais sanados não culminam em nulidade do procedimento, sobretudo se
não gerarem prejuízo ao servidor. 2) Vinte e quatro preliminares arguidas por vícios de forma,
todas afastadas. 3) No caso, o fato de o Corregedor Geral de Justiça ter proferido decisão que
culminou com a aplicação de pena de demissão ao servidor, em verdade, não contaminou o
processo administrativo, visto que o ato de demissão não foi por ele assinado, mas pela
Presidência do Tribunal, que expediu Portaria de Demissão, confirmando todo processo
administrativo disciplinar, convalidado anteriormente. A autoridade coatora é, portanto,
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1087 -

competente. 4) Em relação à proporcionalidade da pena aplicada (demissão), a atuação do


Poder Judiciário no controle do processo administrativo restringe-se à verificação de vícios
capazes de ensejar sua nulidade, sendo-lhe defeso qualquer incursão no mérito administrativo.
5) Segurança denegada. (STJ - RMS: 53761 AP 2017/0074837-5, Relator: Ministra REGINA
HELENA COSTA, Data de Publicação: DJ 02/08/2019) (grifamos) Assim, tenho que até o
presente momento, não restou demonstrado direito líquido e certo do impetrante, sendo
requisito imprescindível à concessão da ordem ou ao menos da liminar, resguardando-se
quaisquer eventuais mudanças neste cenário para análise do mérito do presente writ, após o
oferecimento de informações da autoridade coatora e manifestação ministerial. Isto posto,
INDEFIRO o pedido de concessão de liminar em favor do paciente ADONIAS SADDA DE
SOUSA. Requisitem-se as informações à suposta autoridade coatora, no prazo de 10 (dez)
dias, nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/2009. Intime-se a Procuradoria do Estado do
Maranhão para que, querendo, ingresse no feito, nos termos do art. 7º, II da Lei nº
12.016/2009. Dê-se vista dos autos ao Ministério Público para manifestação. Após, conclusos
para sentença. Publique-se e intimem-se. São Luís, 07 de dezembro de 2021. NELSON MELO
DE MORAES RÊGO - Juiz de Direito Titular da - Auditoria da Justiça Militar do Estado.
CONCLUSÃO. Não há nos autos qualquer ilegalidade ou ofensa ao devido processo legal
capaz de infirmar a solução do Comandante-Geral da Polícia Militar do Maranhão
concordando com a decisão do Conselho que excluiu o recorrente a bem da disciplina, vez que
se encontra suficiente fundamentada e arrimada em contexto probatório que indica de forma
clara que a conduta do recorrente ofendeu o pundonor militar e decoro da classe policial
militar. Ademais, o recorrente não demonstrou quais foram os supostos vícios aventados pela
defesa capazes de macular o relatório do Conselho de Disciplina bem como a solução do
Comandante-Geral da PMMA, que decidiu pela exclusão a bem da disciplina do aconselhado.
Assim sendo, considerando que as inflações imputadas ao SD PM Nº 148/14 ADONIAS
SADDA SOUSA COSTA, apuradas mediante instauração de escorreito Conselho de
Disciplina, sendo-lhes asseguradas todas as garantias constitucionais pertinentes ao seu direito
de defesa, estão claramente demonstradas. Existem provas suficientes nos autos que evidencia
o liame causal que atrela o comportamento do acusado a uma conduta que desonra o bom
nome da Polícia Militar do Maranhão. E nesse tocante, não se podem fechar os olhos para a
gravidade dos fatos ora analisado, uma vez que, cabe à administração pública através do seu
poder-dever de agir instaurar procedimento administrativo para corrigir falta funcional de seus
servidores e aplicar a sanção compatível com a gravidade dos fatos. Assim, é legal e
proporcional a exclusão a bem da disciplina, do militar que foi considerado incapaz de
permanecer nos quadros da Corporação da Polícia Militar, pela prática de falta grave apurada
em procedimento administrativo (Conselho de Disciplina). Deste modo, com base nas alíneas
―b‖ e ―c‖ do inciso I, do art. 2º e, alínea ―a‖, §1º, do art. 12, da lei nº 3.700, de 26 de novembro
de 1975 e, art. 40, inciso I, II, III, IV, XI, XII, XV, XVI e XVIII e art. 61, da lei nº 6.513/ de
30 de novembro de 1995, deve de ser mantida a solução do Comandante-Geral da PMMA, que
excluiu a bem da disciplina o ora recorrente. Ad argumentandum tantum, nos termos do art.
13, inciso IV da lei nº 3.700/75, o Comandante-Geral da Policia Militar é a autoridade
competente para dar solução, concordando ou não com a Decisão do Conselho de Disciplina,
sendo este o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não incidindo o disposto no art.
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1088 -

125, § 4º, da Constituição Federal. É como voto. DE-SE CIÊNCIA. E CUMPRA-SE.


MEMBROS: Del. Jefferson Portela Miler e Silva - Secretário de Estado de Segurança Pública
- Presidente do CSSP. Del. Leonardo do Nascimento Diniz - Subsecretário de Segurança
Pública. Marcela Galvão Mendes Frota - Secretária de Estado de Governo. Marco Antônio
Silva Costa - Corregedor-Geral da SSP. Cel. Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis - Comandante-
Geral da PM/MA. Cel. Celio Roberto Pinto de Araújo - Comandante-Geral do CBM/MA. Del.
André Luís Gossain - Delegado-Geral de Policia Civil. Francisco Nagib Buzar de Oliveira -
Diretor Geral do Detran/MA. Rodrigo Maia Roca - Procurador Geral do Estado. Elivania
Estrela Aires - Ouvidora da Segurança Pública. Del. Dicival Gonçalves da Silva -
Coordenador Executivo do Pacto Pela Paz. NOTA Nº 20211228172715 - DP/3

2) ATO DO COMANDANTE GERAL

a) Movimentação em Função

(1) PORTARIA Nº 0907/2021-DP/2, de 27/12/2021

(a) O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO


MARANHÃO, no uso de suas atribuições legais, e de acordo com o Decreto Estadual nº
22.708 de 27 de novembro de 2006,
RESOLVE

NOMEAR o Soldado PM Nº 341/18 LUCAS VINÍCIUS SOUSA


SILVA, ID 871609, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 2º
PELOTÃO PM DESTACAMENTO DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM Nº 357/18 MARCOS DO
NASCIMENTO SOUSA, ID 871604, para o exercício da função policial militar de
SOLDADO PM 2º PELOTÃO PM DESTACAMENTO DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM Nº 392/18 ALEXANDRE LUÍS
MACHADO DOS SANTOS, ID 870128, para o exercício da função policial militar de
SOLDADO PM 2º PELOTÃO PM DESTACAMENTO DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR a Soldado PM Nº 452/18 RAQUEL SÁ SANTOS, ID
872925, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 2º GP PM DO 1º
PELOTÃO DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM Nº 546/18 DIOGO GOMES DE
SOUZA, matrícula 869693, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM
PATRULHEIRO DO GP PTRAN 2 DO PEL PTRAN DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM Nº 559/18 MATHEUS OLIVEIRA
LIMA, ID 872932, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 2º
PELOTÃO PM DESTACAMENTO DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM 562/18 KAYNAN ROCHA NUNES
ALMEIDA, ID 872900, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM
PATRULHEIRO DO GP PTRAN 2 DO PEL PTRAN DA 1ª CIA DO 4º BPM.
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1089 -

NOMEAR o Soldado PM Nº 591/18 BRUNO GUILHERME


VIEIRA MELO, ID 872871, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM
PATRULHEIRO DO GP PTRAN 2 DO PEL PTRAN DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR a Soldado PM Nº 607/18 JÉSSICA DAIELLE NUNES
DE SOUSA, ID 870223, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 2º
PELOTÃO PM DESTACAMENTO DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM Nº 221/18 LUIZ GUSTAVO
RODRIGUES DA SILVA, ID 872921, para o exercício da função policial militar de
SOLDADO PM 1º GP PM DO 1º PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM Nº 755/18 GABRIEL DE SOUSA
MOURA, ID 869831, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 1º GP PM
DO 1º PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM Nº 233/18 EDÉLSON LIMA SOUSA,
ID 872911, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 1º GP PM DO 1º
PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM Nº 172/18 ANDRÉ RIBEIRO SILVA
SALES, ID 872882, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 2º GP
TRAN DO 1º PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM Nº 789/18 MARCUS VINÍCIUS
BARBOSA SOUZA DE ALMEIDA, ID 870064, para o exercício da função policial militar de
SOLDADO PM 2º GP PM DO 1º PELOTÃO DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM Nº 876/18 CARLOS DANIEL
DAMASCENO RODRIGUES, ID 869740, para o exercício da função policial militar de
SOLDADO PM 2º GP TRAN DO 1º PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM Nº 928/18 WILLIAN PIRES MOURA
DA SILVA, ID 869265, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 2º GP
TRAN DO 1º PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM Nº 1016/18 NATANAEL ÍTALO SENA
BARROS, ID 869253, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 1º GP
PM DO 1º PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM Nº /19 DIEGO MIRANDA
RODRIGUES, ID 872482, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 1º
GP PM DO 1º PELOTÃO DA 3ª CIA DO 4º BPM;
NOMEAR o Soldado PM /20 MAICON MARTINS DA SILVA
MATOS, ID 869336, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM 3º GP PM
DO 1º PELOTÃO DA 1ª CIA DO 4º BPM.
NOMEAR o Soldado PM /20 FRANCISCO DE ASSIS
BARBOSA DE SOUSA, matrícula 872790, para o exercício da função policial militar de
SOLDADO PM PATRULHEIRO DO GP PTRAN 2 DO PEL PTRAN DA 1ª CIA DO 4º
BPM.
NOMEAR o Soldado PM /20 TIAGO MOTA DA SILVA, ID
870097, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM DO 1º GP PM DO 1º
PELOTÃO DA 2ª CIA DO 4º BPM.
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1090 -

DÊ-SE CIÊNCIA, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.


Quartel do Comando Geral em São Luís, 27 de dezembro de 2021.
Cel. QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis - Comandante Geral da PMMA. NOTA Nº
20220114095844 - DP/2
(2) PORTARIA Nº 0928/2021-DP/2, de 30/12/2021
(a) O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO
MARANHÃO, no uso de suas atribuições legais, e de acordo com o Decreto Estadual nº
22.708 de 27 de novembro de 2006,
RESOLVE
DISPENSAR a 3º Sargento PM 097/01 KELIANE DE JESUS
MATOS PIRES, matricula nº 139980, ID nº 416336, do exercício interino da função policial
militar de 1º SARGENTO PM AUXILIAR DO CMT DO 2º PELOTÃO da 4ª CP/10º BPM.

DISPENSAR o 3º Sargento PM 929/93 JOSÉ MARIA ABREU


NOGUEIRA, matricula nº 111245, ID nº 414275, do exercício interino da função policial
militar de 2º SARGENTO PM TESOUREIRO DO GP DO P/4 DA SEÇÃO
ADMINISTRATIVA DO PCS DO 10º BPM e DESIGNÁ-LO para o exercício interino da
função policial militar de 1º SARGENTO PM AUXILIAR DO CMT DO 2º PELOTÃO da 4ª
CP/10º BPM.
EXONERAR o 3º Sargento PM 425/01 JOSÉ JOÃO DE JESUS
BARROS, matrícula nº 137612, ID nº 416707, do exercício da função policial militar de 3º
SARGENTO PM FISCAL ADM DO GP P/4 DA SEÇÃO ADM DO PCS DO 10º BPM e
DESIGNÁ-LO para o exercício interino da função policial militar de 2º SARGENTO PM DO
3º GP PM DO GP PM DO 3º PELOTÃO DA 2ª CP DO 10º BPM.
DISPENSAR o 3º Sargento PM 539/01 RENATO LEMOS
GOMES, matrícula nº 137661, ID nº 416112, do exercício interino da função policial militar
de 2º SARGENTO PM DO 4º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 4ª CP DO 10º BPM
e DESIGNÁ-LO para o exercício interino da função policial militar de 2º SARGENTO PM
ENC. DO MAT. EQ. DO GP DE SV. DA SEÇÃO DE CMDO DO 10º BPM.
DISPENSAR o 3º Sargento PM 313/02 ZEUS RYAN TORRES
SILVA, matrícula nº 1144112, ID nº 416493, do exercício interino da função policial militar
de 2º PM ENC. DO MAT. EQ. DO GP DE SV. DA SEÇÃO DE CMDO DO 10º BPM e
DESIGNÁ-LO para o exercício interino da função policial militar de 2º SARGENTO PM DO
4º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 4ª CP DO 10º BPM.
DISPENSAR o 3º Sargento PM 961/93 CARLOS MAGNO DE
SOUSA MARINHO, matrícula nº 111062, ID nº 414257, do exercício interino da função
policial militar de 2º SARGENTO PM DO 3º GP PM DO GP PM DO 3º PELOTÃO DA 2ª
CP DO 10º BPM.
DESIGNAR a 3º Sargento PM n° 091/07 AURENY DA GAMA
DIONÍSIO, matrícula nº 1695147, ID nº 417725, do exercício interino da função policial
militar de 1° SARGENTO PM DA 1ª CIA DO CORPO DE ALUNOS DO CMT V, a contar
de 05/08/2021.
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1091 -

EXONERAR o 3º Sargento PM 031/10 MAURO JORGE SILVA


MENDES, matrícula nº 139451, ID nº 416288, do exercício da função policial militar de
CABO PM MOT DO GP PETRAN DO 2º PELOTÃO DA 4ª CP DO 10º BPM
DESIGNAR a Cabo PM 525/07 MAYANNE CUTRIM SOUSA,
matrícula nº 1689660, ID 417319, para o exercício interino da função policial militar de 2º
SARGENTO PM DA SEÇ DO CORPO PED. DIR. PED. DO CMT V, a contar de
06/08/2021.
DISPENSAR o Cabo PM 031/10 RODRIGO PEREIRA DA
SILVA, matrícula nº 2125268, ID nº 804045, do exercício interino da função policial militar
de 2º SARGENTO PM DO GP DE SEGURANÇA DO QUARTEL DA SEÇÃO DE CMDO
DO 10º BPM e DESIGNÁ-LO para o exercício interino da função policial militar de 2º
SARGENTO PM TESOUREIRO DO GP DO P/4 DA SEÇÃO ADMINISTRATIVA DO PCS
DO 10º BPM.
EXONERAR o Cabo PM 1051/14 JOSELANDO FERREIRA
DOS SANTOS, matrícula nº 2429173, ID nº 822445, do exercício da função policial militar de
CABO PM DO GP DE SEGURANÇA DO QUARTEL DA 1º CP DO 10º BPM e DESIGNÁ-
LO para o exercício interino da função policial militar de 3º SARGENTO PM FISCAL ADM
DO GP P/4 DA SEÇÃO ADM DO PCS DO 10º BPM.
DISPENSAR o Cabo PM 474/07 VALDEMAR DA SILVA
SANTOS JÚNIOR, matrícula nº 1696244, ID nº 417834, do exercício interino da função
policial militar de 3º SARGENTO PM DO 1º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 4ª
CP DO 10º BPM.
DESIGNAR o Cabo PM 363/14 LUÍS MARCEL DUARTE
NOGUEIRA, matrícula nº 2429256, ID nº 821787, para o exercício interino da função policial
militar de 3º SARGENTO PM DO 1º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 4ª CP DO
10º BPM.
DESIGNAR o Cabo PM 704/07 ELIVALDO SILVA DOS
SANTOS, matrícula nº 1689371, ID nº 821787, para o exercício interino da função policial
militar de 3º SARGENTO PM DO 1º GP PM DO GP PM DO 3º PELOTÃO DA 2ª CP DO
10º BPM.
EXONERAR o Cabo PM 525/14 JOSÉ ALVES DA CRUZ
BARBOSA, matrícula nº 2429140, ID nº 821375, do exercício da função policial militar de
CABO PM DO 3º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 2ª CP DO 10º BPM e
DESIGNÁ-LO para o exercício interino da função policial militar de 3º SARGENTO PM DO
GP DE SEGURANÇA DO QUARTEL DA SEÇÃO DE CMDO E SV DO 10º BPM.
EXONERAR o Soldado PM 518/17 PÉTERSON PROCÓPIO
SILVA, matrícula nº 2635290, ID nº 857512, do exercício da função policial militar de
SOLDADO PM SV GERAIS DO GP DE SV DA SEÇÃO DE CMDO DA 3ª CP DO 10º
BPM.
EXONERAR o Soldado PM 862/17 GEORGE DOMINGOS
COSTA FERREIRA NUNES, matrícula nº 2633923, ID nº 829876, do exercício da função
policial militar de SOLDADO PM CORNETEIRO T CMDO DO GP DE
CMDO/ESPECIALISTA DO 10º BPM e DESIGNÁ-LO para o exercício interino da função
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1092 -

policial militar de CABO PM MOT DO GP PETRAN DO 2º PELOTÃO DA 1ª CP DO 10º


BPM.
DISPENSAR o Soldado PM JÚLIO CÉSAR PEREIRA, matrícula
nº 2559573, ID nº 849795, do exercício interino da função policial militar de CABO PM DO
1º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 2ª CP DO 10º BPM.
DESIGNAR o Soldado PM 170/18 ÉMERSON PINTO FRANÇA,
ID nº 871818, para o exercício interino da função policial militar de CABO PM DO GP DE
SEGURANÇA DO PELOTÃO DE FORÇA TÁTICA DA 1ª CP DO 10º BPM.
DESIGNAR o Soldado PM 1034/18 FRANCENILSON
MENEZES BARBOSA, ID nº 871835, para o exercício interino da função policial militar de
CABO PM DO 3º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 2ª CP DO 10º BPM.
EXONERAR o Soldado PM /18 FRANCEILDO BARBOSA PAZ,
ID nº 871461, do exercício da função policial militar de SOLDADO PM DO 1º GP PM DO
GP PM DO 1º PEL PM DA 4ª CIA DE ALCÂNTARA DO 10° BPM e NOMEÁ-LO para o
exercício da função policial militar de SOLDADO PM SV GERAIS DO GP DE SV DA
SEÇÃO DE CMDO DA 3ª CP DO 10º BPM.
EXONERAR, o Soldado PM /18 TOBIAS DE CASTRO
PEREIRA, ID nº 871289, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM DO 1º
GP PM DO GP PM DO 1º PEL PM DA 4ª CIA DE ALCÂNTARA DO 10° BPM e
DESIGNÁ-LO para o exercício interino da função policial militar de CABO PM MOT DO GP
PETRAN DO 2º PELOTÃO DA 4ª CP DO 10º BPM.
DESIGNAR o Soldado PM 1083/18 JUCIHELTON MOISES
CORREA DOS SANTOS, ID nº 871875, para o exercício interino da função policial militar
de CABO PM DO 1º GP PM DO GP PM DO 1º PELOTÃO DA 2ª CP DO 10º BPM.
EXONERAR, o Soldado PM Nº /19 FÁBIO DE CARVALHO
BISPO, ID nº 851635, do exercício da função policial militar de SOLDADO PM DO 1º GP
PM DO GP PM DO 1º PEL PM DA 4ª CIA DE ALCÂNTARA DO 10° BPM e DESIGNÁ-
LO para o exercício interino da função policial militar de CABO PM DO 1º GP PM DO GP
PM DO 1º PELOTÃO DA 2ª CP DO 10º BPM.
NOMEAR o Soldado PM /20 MANUEL VIEIRA ARAÚJO, ID nº
859657, para o exercício da função policial militar de SOLDADO PM CORNETEIRO T
CMDO DO GP DE CMDO/ESPECIALISTA DO 10º BPM.
DÊ-SE CIÊNCIA, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.
Quartel do Comando Geral em São Luís, 30 de dezembro de 2021.
Cel. QOPM Pedro de Jesus Ribeiro dos Reis - Comandante Geral da PMMA. NOTA Nº
20220114121110 - DP/2

3) ATO DA SECRETÁRIA DA SEGEP

a) Transcrição de Ato Governamental

(1) A SECRETÁRIA DE ESTADO DA GESTÃO, PATRIMÔNIO E


ASSISTÊNCIA DOS SERVIDORES, no exercício da competência delegada pelo art. 1º,
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1093 -

inciso II, do Decreto nº 31.244 de 22 de outubro de 2015, e tendo em vista o que consta no
Processo nº 146910/2021 - PMMA, RESOLVE Reverter ao Quadro de Praças da Polícia
Militar do Estado do Maranhão o CABO PM nº 094/14 – ANDRÉ MENESES FIGUEREDO,
matrícula n° 00821421-1, a considerar de 3 de agosto de 2021, conforme minuta de reversão,
de acordo com o que preceitua o art. 108 da Lei n° 6.513, de 30 de novembro de 1995
(Estatuto dos Policiais Militares da PMMA). SECRETARIA DE ESTADO DA GESTÃO,
PATRIMÔNIO E ASSISTÊNCIA DOS SERVIDORES, EM SÃO LUÍS, 05 DE
NOVEMBRO DE 2021. FLÁVIA ALEXANDRINA COELHO ALMEIDA MOREIRA
Secretária de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência dos Servidores. (transcrição do
Diário Oficial do Poder Executivo do Maranhão de nº 215, de 18.11.2021). NOTA Nº
20220120122848 - DP/4
QUARTA PARTE – JUSTIÇA E DISCIPLINA

4.1 - JUSTIÇA

4.1.1 - CRIME COMUM

Sem alteração.

4.1.2 - CRIME MILITAR

A. ALTERAÇÃO DE PRAÇA

1) ATO DO SUBCOMANDANTE GERAL

a) Transcrição de Termo de Apresentação Voluntária de Desertor

(1) ESTADO DO MARANHÃO. SECRETARIA DE ESTADO DA


SEGURANÇA PÚBLICA. POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO. GABINETE DO
SUPERIOR DE DIA. TERMO DE APRESENTAÇÃO VOLUNTÁRIA DO SD PM Nº
1239/14 MARCELO DA SILVA LOPES. Aos vinte e um dias do mês de junho do ano de dois
mil e vinte e um, no Quartel do Comando Geral, precisamente no Gabinete do Superior de
Dia, nesta cidade de São Luis-MA, presente o Superior de Dia, Ten Cel QOPM Everaldo
Ferreira Santana - Encarregado do Termo e o Fiscal de Dia, lº Ten QOAPM Walter Wolff de
Andrade - Escrivão, apresentou-se voluntariamente neste aquartelamento na Condição de
Desertor com assento nos autos do processo n° 10832-41.2020.8.10.0001 (109912020) em
trâmite perante a vara da Justiça Militar desta Capital, o SD PM 1239/14 MARCELO DA
SILVA LOPES, do CCJ (Ajudança Geral), RG n° 17.640 PMMA, CPF 028.045.783-99,
solteiro, brasileiro, nascido em 11/10/1986, com 34 anos, Filho de José Anibal Conceição
Lopes e Maria de Jesus da Silva Lopes, Rua 08 de dezembro n° 70 - Forquilha, São Luís/MA,
fone (98) 98901-5641, acompanhado por seu Advogado Esicleyton Figueiredo Pachêco
Pereira - OAB/MA n° 17.649, passando a declarar: Que encontrava-se na junta médica militar
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1094 -

desde 02 de março de 2015 com problemas psicológicos decorrentes do falecimento do seu pai
e avó. Em virtude de ter laços muito fortes com ambos, lhe foi muito doloroso e não se sentiu
mais motivado, com gosto de fazer as coisas, tendo inclusiva abandonado a faculdade. Isolou-
se, inclusive no trabalho, mantendo distanciamento social com crises de choro, não se
alimentava e nem dormia mais. Que na época, trabalhava na 3 Cia da Raposa que pertencia ao
13º BPM, que por meio da administração daquele Batalhão fora apresentado na Junta Médica
onde, no dia 02 de março de 2015, foi considerado incapaz temporariamente tendo esta
condição se perpetuado no tempo. Que durante sua Licença de Saúde sofreu um atropelamento
onde teve uma fratura na perna (D) onde foram fraturadas a tíbia e fíbula, sendo que
acrescentou mais este motivo para sua dispensa médica. Que por último, apresentou-se á Junta
Médica no dia 08 de junho de 2020, portando um atestado de 4 (quatro) meses de afastamento
concedido por médico particular onde o término se daria no início de novembro de 2020,
porém a junta médica militar lhe concedeu 90 (noventa) dias com retorno para o dia 14 de
setembro de 2020. Que este fato confundiu o declarante, motivo pelo qual deixou de se
apresentar na data determinada pela Junta Médica, sendo que isto levou à abertura do
procedimento de deserção do declarante. Que se apresentou novamente à Junta Médica no dia
09 de novembro de 2020 sendo que sua licença para tratamento de saúde se manteve até 11 de
janeiro de 2021. Perguntado ao declarante de forma tomou conhecimento que era desertor?
respondeu que não recebia seus vencimentos desde dezembro de 2020, e em março de 2021
pediu a um amigo que realizou uma consulta no jurisconsult do TJMA, e tomou conhecimento
da existência do processo, e estranhou a existência do mesmo em virtude de estar de licença
médica, motivo pelo qual nunca havia se apresentado antes no quartel. Perguntado por qual
motivo não se apresentou no quartel após ter conhecimento do processo de deserção?
Respondeu que ficou desorientado com a situação, visto que ainda encontrava-se em
tratamento psiquiátrico, e que ao saber da existência do processo seu estado psicológico
agravou-se e não tinha condições de autodeterminar-se, e que assim que apresentou melhoras,
procurou ajuda de um advogado para resolver o problema, motivo pelo qual apresentou-se
nesta data. Perguntado se está sendo acompanhado por Psicólogo ou Psiquiatra? respondeu
que sim. Perguntado se sabe a data de sua ultima consulta nessa especialidade? respondeu que
o último atestado médico foi no dia 05 de maio de 2021, momento em que o médico lhe
concedeu mais 60 (sessenta) dias, que será apresentado hoje na Junta Médica,
DETERMINADO PELO OFÍCIO N° 142/2021- JMS/DSPS de 16 de junho de 2021, sendo
apresentado mediante ofício n°110/2021 — CC/AJG de 21 de junho de 2021. Perguntado se
durante o período de deserção estava realizando alguma ocupação? respondeu que não.
Perguntado se é arrimo de família? respondeu que é solteiro mas que sua mãe depende dele.
Perguntado se tem outra fonte de renda familiar? respondeu que a PMMA é a sua única renda.
Perguntado se está apto a exercer sua atividade policial militar? respondeu que depende de
avaliação médica. Perguntado se teve algum problema de saúde durante seu afastamento?
respondeu que sim, que continua com problemas psiquiátricos e continua fazendo tratamento
de sua perna. Perguntado se teve algum envolvimento com ocorrências policias? respondeu
que não. Considerando o que foi declarado e em obediência ao que prescreve os artigos 453 e
455 do Código de Processo Penal Militar (CPPM), foi informado ao mesmo que após
realização de Exame do Corpo de Delito será recolhido ao Pavilhão de Prisões da PMMA,
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1095 -

ficando a partir de então à disposição da Justiça Militar Estadual sendo este fato informado ao
Juízo Militar. Perguntado o nome, contato e endereço de algum familiar para ser comunicada
sua prisão? respondeu que sua mãe (Maria de jesus da Silva Lopes). Que o endereço é o de sua
residência supra, telefone (98) 98894-4763 e que a mesma já tem conhecimento. E como nada
mais disse nem lhe foi perguntado, dei por encerrado o presente termo, que iniciado às
10h00min e término às 10h50min, vai devidamente assinado pelo encarregado do termo, pelo
desertor, por seu Advogado e pelo Escrivão, que digitou o presente termo. Assinatura.
EVERALDO FERREIRA SANTANA – TEN CEL QOPM. Encarregado do Termo.
Assinatura. MARCELO DA SILVA LOPES – SD PM Nº 1239/14. Desertor. Assinatura.
ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECOPEREIRA - OAB/MA nº 17.649. Advogado.
Assinatura. WALTER WOLFF DE ANDRADE – 1º TEN QOAPM. Escrivão.

- EM CONSEQUÊNCIA:

a) O Comando da CC/AjG, faça constar nos assentamentos do Sd PM


nº 1239/14 Marcelo da Silva Lopes, matricula n° 2424737, ID nº 00821889;
b) A Diretoria de Pessoal, a Comissão de Promoção de Praças
(CPPPM), e demais órgãos, tomem conhecimento e as providências cabíveis que o caso
requer. NOTA Nº 20220105090110 - DP/3

b) Transcrição de Sentença

(1) ESTADO DO MARANHÃO. PODER JUDICIÁRIO. AUDITORIA


DA JUSTIÇA MILITAR. Processo n° 9361-87. 2020.8.10.0001 (93862020). Inquérito Policial
Militar. Investigado: Policiais Militares. SENTENÇA. Versam os presentes autos sobre
Inquérito Policial Militar instaurado objetivando apurar os fatos ocorridos no Município de
Pedreiras/MA no dia 15/01/ 2020 e comunicados via COPOM, segundo os quais o 3° SGT PM
PAULO SÉRGIO SILVA SANTOS e o SUBTENENTE PM JOSÉ ANTONIO MARINHO
CASTRO, ambos armados, dirigiram-se até a casa da genitora do então denunciante JOSÉ DE
ARIMATEIA DA SILVA CORRÊA para cobrar uma dívida que este possuía com NATAN
DE SOUSA MESQUITA. Consta nos autos, às fls. 06/07, o Termo de Declaração de
denunciante relatando que homens armados, identificados como policiais, foram até a sua
casa, e não o encontrando foram até a casa da sua genitora. Ainda nos autos, confirma a
testemunha NATAN DE SOUSA MESQUITA que os investigados, o 3 SGT PM PAULO
SÉRGIO SILVA SANTOS e o SUBTENENTE PM JOSÉ ANTONIO MARINHO CASTRO
acompanharam-no para receber um carro como saldo de uma dívida, acordo esse proposto por
JOSÉ DE ARIMATEIA DA SILVA CORRÊA. Relatou ainda que a presença dos policiais, na
ocasião, investigados, deu-se em razão de sua amizade com os mesmos há mais de 12 ( doze)
anos e que os chamou para que dirigissem o carro visto que estava com problemas de saúde na
coluna vertebral, às fls.82/84. A testemunha ANTÔNIO RONALDO CARDOSO DOS
SANTOS, em depoimento às fls. 127/128, afirma que conhece JOSÉ DE ARIMATEIA DA
SILVA CORRÊA e que é verdade que o mesmo ofereceu a NATAN DE SOUSA MESQUITA
um carro Hilux avaliado em R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil) como parte do pagamento
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1096 -

desta dívida. O órgão ministerial ao requisitar nova oitiva de JOSÉ DE ARIMATEIA DA


SILVA CORRÊA e inquirir a mãe deste, a senhora ALZENIR MARIA DA SILVA CORREA
(fls. 112) não logrou êxito, conforme Certidão de fls. 117. Em reinquirição, os investigados 3°
SGT PM PAULO SÉRGIO SILVA SANTOS e o SUBTENENTE PM JOSÉ ANTONIO
MARINHO CASTRO, confirmaram estar presente no dia 15/01/2020 junto à NATAN DE
SOUSA MESQUITA para receber um carro como saldo de uma dívida, fls. 85/87 e 99.
Instado a se manifestar, o Ministério Público, em parecer de fls. 132/133 e 134, requer o
arquivamento do feito, por não haver indícios de materialidade dos crimes de ameaça, violação
de domicílio ou mesmo extorsão, previstos nos arts. 223, 226 e 243, todos do Código Penal
Militar, respectivamente. Em que pese a atuação dos agentes junto ao civil para cobrar uma
dívida, as informações coletadas não constituem prova de materialidade dos crimes
potencialmente subsumíveis à conduta dos agentes, ocorrendo assim a ausência de justa causa
para a propositura da Ação Penal Pública. Contudo, considerando que há indícios de que os
investigados tenham incorrido em transgressão disciplinar, requer o Órgão Ministerial cópia
integral dos autos para o Comando Geral da PMMA para as providências cabíveis. É o
relatório. Decido. Compulsando os autos, verifico que assiste razão ao Ministério Público.
Diante das investigações, conclui-se que não há indícios de materialidade dos crimes de
ameaça, violação de domicílio ou mesmo extorsão, previstos nos arts. 223, 226 e 243, todos do
Código Penal Militar, respectivamente. Com efeito, o Ministério Público é titular da ação
penal, cabendo-lhe a análise dos requisitos necessários ao exercício da ação penal, incluindo a
justa causa, que como visto no presente caso inexistiu, por não haver encontrado nos autos
elementos que indiquem a prática dos crimes apurados. Ante o exposto, e pela inexistência de
elementos suficientes nos autos que autorizem o início da persecutio criminis, defiro o pleito
ministerial (art. 25, § 2°, do Código de Processo Penal Militar) e, em consequência, determino
o ARQUIVAMENTO dos presentes autos, com fulcro no art. 397 do Código de Processo
Penal Militar, com a baixa nos respectivos registros. OFICIE-SE ao Comando Geral da Polícia
Militar do Maranhão para apuração da possível ocorrência d transgressão disciplinar, para que
sejam adotadas as medidas administrativas cabíveis. Publique-se. Registre-se. Intime-se.
Oficie-se, corno de praxe. São Luís, 12 de maio de 2021. NELSON MELO DE MORAES
RÊGO. Juiz Titular da Justiça Militar do Maranhão.
- Em consequência:

a) O Comando do 7° BPM faça constar nos assentamentos do 3° SGT


PM Nº 624/90 PAULO SÉRGIO SILVA SANTOS, matrícula 110189;
b) A Diretoria de Pessoal, a Comissão de Promoção de Praças PM
(CPPPM) e demais órgãos competentes tomem conhecimento e providências;
c) A Diretoria de Pessoal (DP/4) faça constar nos assentamentos do
SUBTENENTE PM RR JOSÉ ANTONIO MARINHO CASTRO, matrícula 44628. NOTA Nº
20220106074427 - DP/3

(2) ESTADO DO MARANHÃO. PODER JUDICIÁRIO. AUDITORIA


DA JUSTIÇA MILITAR. Processo nº 0817840-02.2021.8.10.0001. Termo Circunstanciado de
Ocorrência. Investigado: Bruno Silva dos Santos e outros. DECISÃO. Versam os presentes
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1097 -

autos sobre Termo Circunstanciado de Ocorrência, objetivando apurar a conduta,


supostamente delitiva dos Policiais Militares Benício Max Sousa da Silva, Ítalo Jeferson Costa
Silva, Jackson Brito dos Santos, além de Bruno Silva dos Santos, consistente em crime de
abuso de autoridade contra Francisco Duarte de Sousa na data de 11 de novembro de 2016, por
volta das 18 horas, na cidade de João Lisboa/MA. Para apurar os fatos foi instaurado Inquérito
Policial Militar. Os autos tramitaram no Juízo da 2ª Vara da Comarca de João Lisboa/MA , e
na data de 31 de janeiro de 2018, os investigados Benício Max Sousa da Silva, Ítalo Jeferson
Costa Silva e Jackson Brito dos Santos celebraram Acordo de Transação Penal. Contudo, não
foi possível a realização com o policial militar Bruno Silva dos Santos porque, segundo
informações prestadas pelo Comando de João Lisboa/MA, o investigado estava à época do
fato preso no Pavilhão de Prisões do Comando Geral pela suposta prática do crime de roubo.
Instado a se manifestar, o Ministério Público, em seu parecer, requer a extinção da
punibilidade pela prescrição, e consequentemente, o arquivamento dos presentes autos. É o
relatório. Decido. Compulsando os autos, verifico que assiste razão ao Ministério Público,
considerando que o crime de abuso de autoridade, possui pena máxima de 06 (seis) meses de
detenção, com prazo prescricional de 02 (dois) anos, nos termos do artigo 125, VII, do Código
Penal Militar. Vejamos: ``Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1° deste
artigo, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-
se: […] VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano; ``Art. 123. Extingue-se a
punibilidade: […] IV - pela prescrição;``. Verifica-se que o fato ocorreu em Novembro de
2016, portanto, há mais de 04 (quatro) anos. Desse modo, concluo que todos os efeitos penais,
primários e secundários, deverão ser abolidos com a declaração de extinção de punibilidade,
fato que impede que este Juízo reconheça quaisquer efeitos ao Inquérito Policial. Ante o
exposto, e por tudo o mais que dos autos consta, julgo extinta a punibilidade do Policial
Militar Bruno Silva dos Santos, pela ocorrência da PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
PUNITIVA, com fulcro nos arts. 125, VI e 123, IV, ambos do Código Penal Militar. Após o
trânsito em julgado da presente decisão, dê-se baixa nos respectivos autos, procedendo-se ao
devido arquivamento, devendo ser observadas as formalidades de praxe, bem como oficiado
ao Comando Geral da Polícia Militar do Estado do Maranhão para que exclua da ficha
funcional do investigado qualquer referência a este processo. Publique-se. Registre-se. Intime-
se. Notifique-se o Ministério Público. São Luís, 06 de Junho de 2021. NELSON MELO DE
MORAES RÊGO. Juiz de Direito Titular da Auditoria de Justiça Militar do Estado.

- Em consequência:

a) O Comando do 14° BPM faça constar nos assentamentos do SD


PM Nº 381/16 Benício Max Sousa da Silva, matrícula nº 2564615; do SD PM Nº 161/16 Ítalo
Jeferson Costa Silva, matrícula nº 2561355 e do SD PM Nº 336/16 Jackson Brito dos Santos,
matrícula nº 2561371; O Comando do BPCHOQUE faça constar nos assentamentos do SD PM
Nº 590/14 Bruno Silva dos Santos, matrícula nº 821712;
b) A Diretoria de Pessoal, a Comissão de Promoção de Praças PM
(CPPPM) e demais órgãos competentes tomem conhecimento e providências. NOTA Nº
20220106075935 - DP/3
BG nº 034, de 17 de fevereiro de 2022 - AjG - 1098 -

(3) ESTADO DO MARANHÃO. PODER JUDICIÁRIO. COMARCA


DE TUNTUM. PRIMEIRA VARA. CONCLUSÃO. CONCLUSÃO. Nesta data faço
conclusos os autos ao MM. Juiz, Dr. Edmilson da Costa Lima, titular desta 1ª Vara da
Comarca. Tuntum/MA, 21 de junho de 2016. Eu, Aldenilson de Sousa Oliveira, Analista
Judiciário – Direito, matr. 163.295, digitei. Eu, Érica R. Uchoa da Silva melo, Secretário
Judicial, matr. 164046, subscrevi. Proc. nº 867-69.2013.8.10.0135 (905122013). SENTENÇA.
Vistos. RELATÓRIO: CHARLES DE SOUSA LIMA, qualificado nos autos, foi denunciado
pelo Ministério Público Estadual, fls. 0/2-0/3, por infrigência à norma dos arts. 14 e 15 da Lei
10.826/03 c/c o art. 333 do Código Penal, porque por volta da meia - noite do dia 27/09/2013
efetuou disparo de arma de fogo em via pública, no bairro Piçarra e no bairro Maria Helena,
bem assim, após haver sido localizado pelos policiais às margens do Balneário Tiúba e
recebido voz de prisão, ofereceu suborno aos agentes públicos, alegando ter dinheiro oriundo
da venda de uma casa no Piscinão. Segundo narra ainda a denúncia, o acusado estava seminu e
próximo à sua roupa foi encontrada uma arma calibre 22, marca Rossi, numeração A918456,
cano curto, municiado com seis cartuchos. Foram arroladas três testemunhas. A peça exordial
veio instruída com Inquérito Policial n.º 20/2013, oriundo da 13ª Delegacia Regional de
Polícia Civil de Presidente Dutra/MA. Auto de Exame de Eficiência em Arma de Fogo às fls.
14/15. Certidão de Antecedentes Criminais à fl. 22. Recebida a denúncia em 01/10/2014, fl.
26, o acusado foi pessoalmente citado em 16/10/2014, fl. 27, tendo constituído advogado na
pessoa do Dr. André Luís Milhomem Paiva, OAB/MA 10.623, que apresentou resposta à
acusação às fls. 37/40, com rol de três testemunhas: Nova certidão de antecedentes criminais à
fls. 44/45. Em audiência audiovisual de instrução realizada em 03/12/2014, afastada a sumária
absolvição do réu, foram inquiridas as testemunhas arroladas pela Acusação, José Ribamar dos
Santos Damasceno, José Ilson Moreira de Sousa e Luzifran dos Santos Teixeira, e pela Defesa,
Adriana Campeio da Silva e Francilene Souza Morais, e, em seguida, interrogado o réu. Na
fase de diligências, requereu o membro do Ministério Público a oitiva da menor S. R. de M,
bem assim do esposo da testemunha Francilene Souza Morais (Genésio Soares da Silva). Além
disso, requereu a oitiva do escrivão da polícia para explicar a situação originária da prisão do
réu, tudo deferido. Em nova audiência de instrução realizada em 05/08/2015 foram inquiridas
as testemunhas Idelan Alves Pereira e Samara Ramos de Morais, manifestando-se, o membro
do Ministério Público pela desistência da oitiva da testemunha Genésio Soares da Silva, o que
foi homologado. Postulou o membro do Ministério Público em suas razões finais, fls. 9 l/94, a
condenação do réu CHARLES DE SOUSA LIMA nas penas do art. 14 da L ei 10.826/03, bem
como nas do art. 333 do .Código Penal. Sustentou que estariam demonstradas autoria e
materialidade delitivas, diante do depoimento dos policiais na fase inquisitorial e em Juízo,
bem como pelo auto de apresentação e apreensão da arma. Asseverou, mais, não se poder
atribuir credibilidade aos depoimentos das testemunhas de Defesa diante das incoerências e
contradições apresentadas em relação ao interrogatório do acusado, bem assim em relação ao
delito de corrupção ativa o próprio acusado haver admitido a sua prática. No tocante à conduta
tipificada no art. 15 da Lei 10.826/03 asseverou que somente as ligações anônimas informando
que o acusado teria efetuado disparos seriam insuficientes para sua condenação. Em suas
derradeiras alegações, fls. 98/101, pugnou a Defesa, por sua vez, pela absolvição do acusado,
diante da fragilidade do conjunto probatório, que não se mostrou apto a comprovar a posse da
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arma pelo réu, a qual pertencia a dois indivíduos que também estavam no piscinão, além de
não ter sido apreendida a suposta quantia objeto de suborno, a tornar atípica a conduta de
corrupção ativa. Subsidiariamente, não sendo este o entendimento, requer sejam aplicadas as
penas no seu mínimo legal, com a substituição da pena privativa de liberdade, porventura
aplicada, por uma ou mais penas restritivas de direito. Ou, ainda, caso entenda que de fato
houve disparo de arma de fogo, em razão do princípio da consunção, seja o delito de disparo
por aquele absorvido. Anexado aos autos mídia em DVD, a conter os seguintes arquivos com
extensão avi, fls. 53 e 89: Proc. 867-69.2013 Testemunha Acusação Jose Ribamar dos Santos
Damasceno, Proc. 867-69.2013 Testemunha Acusação José Ilson Moreira de Sousa, Proc. 867-
69.2013 Testemunha Acusação Luzifran dos Santos Teixeira, Proc. 867-69.2013 Testemunha
de Defesa Adriana Campelo da Silva, Proc. 867-69.20131 Testemunha de Defesa Francilene
Souza Morais, Proc. 867-69.2013 Interrogatório Charles Sousa Lima, Proc. 867-69.2013
Testemunha Samara Ramos de Morais e Proc. 867-69.2013 Testemunha Idelan Alves Pereira.
Este é o breve relatório do processado nos autos. Passo, adiante, a fundamentar e decidir.
FUNDAMENTAÇÃO: De início, registro que o feito encontra-se formalmente em ordem,
com as partes legítimas e bem representadas, não constatando vícios ou nulidades a serem
sanados. Não há preliminares a serem enfrentadas. No mérito, merece ser julgada procedente
em parte a imputação deduzida na denúncia, apenas para condenar o acusado pelo delito do
art. 333 do Código Penal. O crime de corrupção ativa está compreendido entre os delitos
praticados por particulares contra a administração pública. Busca-se proteger neste tipo penal a
probidade da administração, isto é, evitar que uma ação externa corrompa a administração
pública através de seus agentes. Trata-se de delito formal, que para a sua configuração basta o
simples ato de oferecer vantagem indevida a um funcionário público, em troca de algum tipo
de favor ou benefício. Desnecessária, portanto, que o funcionário público aceite a aludida
vantagem. A materialidade e a autoria delitiva, exsurge bem delineadas do exame dos autos.
Colhe-se dos depoimentos dos policiais militares JOSÉ RIBAMAR DOS SANTOS
DAMASCENO, JOSÉ ILSON MOREIRA DE SOUSA e LUZIFRAN DOS SANTOS
TEIXEIRA, prestados em Juízo, que o réu, no interior da viatura, no momento em que era
conduzido para a Delegacia, ofereçeu dinheiro aos agentes policiais para que omitissem ato de
ofício, ou seja, que não efetuassem a prisão do acusado, sob a alegação de responder a outro
processo na Justiça. Aduziram, mais, que embora não tenha precisado valores, referiu-se o réu
à venda de uma casa no balneário Piscinão como fonte segura do dinheiro. O acusado, por sua
vez, ouvido, na Justiça, também confirmou haver oferecido dinheiro aos policiais, embora
tenha atribuído a prática do ilícito às condições do momento, assombrado com a possibilidade
de ir para a cadeia. Enfatize-se, por oportuno, ser desnecessária para a comprovação da
ocorrência do delito a apreensão do dinheiro ou qualquer outro objeto de valor, ao contrário do
sustentado pela Defesa, uma vez tratar-se o crime de corrupção ativa, como já destacado, de
delito formal, bem assim o objeto material da ação ou promessa ser a vantagem indevida que
não precisa ser, necessariamente, de natureza patrimonial. Nesse sentido: APELAÇÃO
CRIMINAL. CORRUPÇÃO ATIVA (ART. 333, CAPUT, CP). SENTENÇA
CONDENATÓRIA. INSURGÊNCIA DA DEFESA. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO. NÃO
ACOLHIMENTO. RÉU QUE OFERECE DINHEIRO A POLICIAIS PARA NÃO
EFETUAREM A PRISÃO DE TERCEIRO. ALEGADA NÃO COMPROVAÇÃO DA
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MATERIALIDADE, ANTE A AUSÊNCIA DE APREENSÃO DA QUANTIA OFERECIDA.


CIRCUNSTÂNCIA DESNECESSÁRIA. CRIME DE MERA CONDUTA. AUTORIA
COMPROVADA PELOS DEPOIMENTOS UNÍSSONOS E COERENTES DOS AGENTES
PÚBLICOS, EM AMBAS AS FASES INSTRUTÓRIAS, CORROBORADOS POR
TESTEMUNHA OUVIDA NA ETAPA INVESTIGATIVA. NEGATIVA ISOLADA DO
ACUSADO. RECURSO NÃO APROVADO. (TJSC, Apelação Criminal n. 2010.029196-3,
de Joinville, rel. Des. Newton Varella Júnior, j. 21-08-2012). Disponível em: Acesso em: 11
jul. 2017. Por outro lado, entendo não haver prova segura nos autos a embasar um decreto
condenatório no tocante aos delitos do art. 14 e 15 da Lei 10.826/03. No tocante ao crime de
disparo de·arma de fogo, como sustentado pelo membro do Ministério Público em sede de
alegações finais, apenas o fato de terem ocorrido ligações anônimas, sem que tenha sido
ouvidas testemunhas presenciais do fato, são insuficientes para fundamentar uma condenação,
sendo de rigor a absolvição·por ausência de provas. Por sua vez, quanto ao delito de porte
ilegal de arma fogo, conquanto tenha ocorrido a apreensão do armamento pela polícia, restou
dúvida sobre a propriedade deste pelo réu. Ouvidos em Juízo, declararam os policiais militares
que após denúncias anônimas de que o réu estaria efetuando disparos em via pública,
diligenciaram a sua captura, tendo-o localizado no balneário Piscinão, juntamente com um
grupo de pessoas, entre homens e mulheres. Aduziram, mais, que no mesmo local encontraram
a arma de fogo descrita no auto de exame de eficiência .de fl. 14. Contudo, nenhum dos
policiais inquiridos relatou haver encontrado o acusado de posse da aludida arma de fogo,
havendo, ademais, imprecisões nos seus depoimentos. Diversamente do narrado na fase
inquisitorial, em que declaram haver encontrado a arma de fogo próxima à roupa do acusado,
afirmaram, na Justiça, que a arma foi encontrada dentro d´água e que apenas uma ``bainha``
havia sido encontrada próximo às roupas do réu o qual se encontrava seminu, fazendo com que
diligenciassem à procura do artefato. Demais disso, declarou JOSÉ RIBAMAR que o acusado
teria assumido a propriedade da arma. Todavia, tal fato não foi confirmado pelos outros, dois
policiais presentes na operação, LUZIFRAN e JOSÉ ILSON, tendo este último dito que
acreditava ser a arma do acusado, em razão de denúncia de que ele estaria efetuando disparos
pela cidade, ocorrência, aliás, não comprovada nos autos. Mais, não houve a apreensão da
citada ``bainha``, a qual nem sequer é citada durante a fase inquisitorial, bem assim nenhum
dos policiais declaro, haver visto o acusado tentar se desfazer da arma, lançando-a em direção
às águas do riacho, conquanto tenham alegado que o local estivesse escuro e fossem muitos os
brincantes no Balneário, no momento. Soma-se a isso, o depoimento da testemunha arrolada
pela Defesa, ADRIANA CAMPELO DA SILVA, que se encontrava presente entre os
brincantes no Piscinão, de que o acusado sequer chegou a se despir, o que reforça a dúvida
sobre o suposto coldre da arma haver sido encontrado próximo às roupas daquele. Assim,
embora existam indícios a apontar para a existência do crime de porte ilegal de arma de fogo,
estes por si só não comprovam a autoria do réu, de modo que devem estar associados a outros
elementos de prova. Enfim, deve o réu ser responsabilizado apenas pelo delito previsto rio art.
333 do Código Penal, posto que, com o intuito de se escusar de possível censura penal, fez
promessa de vantagem indevida a funcionário público para que omitisse ato de ofício. Vencida
esta fase, passo a individualizar a pena do réu, conforme o disposto pelo art. 68 do Código
Penal. O acusado é primário e não ostenta antecedentes criminais. Atuou com culpabilidade
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dentro da normalidade, nada tendo a se valorar. Não há fatos desabonadores da sua conduta
social. Os elementos coletados· nos autos acerca da personalidade do agente não autorizam a
formação de um juízo de desvalor. O motivo e as circunstâncias do crime estão nos patamares
do tipo. As consequências do delito, in casu, estão compreendidas na pena mínima estipulada
·pelo legislador. Finalmente, no tocante ao comportamento, a vítima imediata na espécie
delitiva é a própria sociedade. Assim sendo, fixo a pena-base no mínimo legal de 2 (dois) anos
de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa. Inexistem circunstâncias agravantes,
bem assim causa de aumento ou de diminuição de pena a serem ponderadas. O valor de cada
dia-multa, considerando a situação econômica do acusado, fica arbitrado em 1/30 (um
trigésimo) do salário-mínimo vigente, e será corrigido monetariamente desde a data dos fatos.
Presentes os requisitos legais constantes do art. 44 do Código Penal, substituo a pena privativa
de liberdade aplicada por uma pena de prestação de serviços à comunidade, a ser cumprida no
Fórum Eleitoral, nesta cidade, à razão de 5 (cinco) horas semanais, durante o mesmo período
da pena privativa, e por uma pena de prestação pecuniária consistente no pagamento de 8
(oito) cestas básicas (art. 45, § 2º do Código Penal), cada uma delas no valor mínimo de R$
200,00 (duzentos reais), em favor do Centro de Promoção Humana Marcelo Cândia. Em caso
de revogação das penas restritivas de direito, o regime inicial de desconto de pena privativa de
liberdade será o ABERTO. Faculto o recurso em liberdade. DISPOSITIVO: Diante do
exposto, e do que mais dos autos consta, julgo procedente em parte a imputação inicial para: i)
absolver o réu CHARLES DE SOUSA LIMA, filho de Luis Ferreira Lima e de Maria de Jesus
Sousa Lima, dos crimes·previstos nos arts. 14 e 15 da Lei 10.826/03; ii) condenar o réu
CHARLES DE SOUSA LIMA, filho de Luís Ferreira Lima e de Maria de Jesus Sousa Lima, à
pena corporal de 2 (dois) anos de reclusão, que fica, ·pelo mesmo .prazo, substituídà por uma
pena de prestação de serviços à comunidade, a ser cumprida no Fórum Eleitoral, nesta cidade,
à razão de 5 (cinco) horas semanais, por uma pena de prestação pecuniária consistente no
pagamento de 8 (oito) cestas básicas (art. 45, § 2° do Código Penal), cada uma delas no valor
mínimo de R$ 200,00 (duzentos reais), em favor do Centro de Promoção Humana Marcelo
Cândia, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, por ter ele praticado o delito tipificado no
art. 333 do Código Penal (corrupção ativa). Custas pelo réu (CPP, art. 804). Publique-se.
Registre-se. Intimem-se. Transitada esta decisão em julgado: a) lance-se o nome do
sentenciado no rol dos culpados; b) faça-se a comunicação da suspensão dos direitos políticos
do condenado ao Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Maranhão (art. 15, inciso
III da Constituição Federal); d) remetam os autos à contadoria para o cálculo do valor das
custas processuais e intime-se o condenado para o pagamento, no prazo de 10 (dez) dias; e)
oficie-se ao Instituto de Identificação da Secretaria de Segurança Pública do Estado do
Maranhão, comunicando sobre esta condenação; f) f) façam-se as demais anotações e
comunicações devidas, inclusive aquelas de interesse estatístico e cadastral. Oportunamente,
tornem os autos conclusos para designação de audiência admonitória. Cumpra-se.
Tuntum/MA, 11 de julho de 2017. Edmilson da Costa Lima. Juiz de Direito.
- Em consequência:
a) A Diretoria de Pessoal (DP/4) faça constar nos assentamentos do 2°
Sgt PM RR Nº 269/86 José Ilson Moreira de Sousa, matrícula nº 67314. NOTA Nº
20220106095325 - DP/3
- 1102 -
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4.2 - DISCIPLINA

A. ALTERAÇÃO DE PRAÇA

1) ATO DO DIRETOR DE APOIO LOGÍSTICO

a) Melhoria de Comportamento Militar do BOM para ÓTIMO

1) Seja classificada do ―Comportamento BOM‖ para o ―Comportamento


ÓTIMO‖ de acordo com a alínea a) do inciso II, § 1° do Art. 51, do Regulamento Disciplinar
do Exército (R-4), em vigor na PMMA, a SD PM nº 636/16 Cidália Fernanda Quadros
Ribeiro, matrícula 2559292, ID 832166, a contar de 15/01/2021. TEN CEL QOPM CARLOS
CARDENAS DOS SANTOS COELHO - RESPONDENDO PELA DIRETORIA DE APOIO
LOGÍSTICO. NOTA Nº 20220119114136 – DAL

2) ATO DO AJUDANTE GERAL

a) Melhoria de Comportamento Militar do ÓTIMO para EXCEPCIONAL

(1) Conforme oficio nº 378/2021-DP/1, datado de 25 de novembro de


2021, para que seja classificado do "Comportamento ―ÓTIMO‖ para o ―EXCEPCIONAL‖ a
Sd PM 166/10 Isis Santos Freire, matricula nº 2123289, da DP/2, de acordo com Art. 51, §1º,
Inciso I e alínea a) do Regulamento Disciplinar do Exército (R-4) em vigor nesta Corporação,
a contar de 05/07/2019. Nos termos do Processo Judicial nº 0812486-30.2020.8.10.0001
(CUMPRIMENTO DE SENTENÇA), da 4ª Vara da Fazenda Pública de São Luis. Quartel do
Comando Geral, em São Luís/MA, 02 de dezembro de 2021. Marionildo Gusmão Silva -
Comandante da CC/AJG. NOTA Nº 20211202103946 - CC/AJG

4.2.1 - RECOMPENSA

Sem alteração.

CEL QOPM PEDRO DE JESUS RIBEIRO DOS REIS


Comandante Geral da PMMA

CONFERE COM O ORIGINAL

_________________________________________
TEN CEL QOPM RAIMUNDO BORBA LIMA
Ajudante Geral da PMMA

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