São Luís
2018
KARLA LETÍCIA SOUSA DE OLIVEIRA
São Luís
2018
KARLA LETÍCIA SOUSA DE OLIVEIRA
Aprovado em: / /
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Profa. Me. Karla Virginia Bezerra de Castro Soares.
Universidade CEUMA
_____________________________________
Profa.Esp. Agêge Haidar Filho
Universidade CEUMA
____________________________________
Profa. Me Adelzir Malheiros Haidar
Universidade CEUMA
3
Resumo
Introdução: Viver em meio rural ou urbano repercute em diferenças que podem
impactar diretamente na vida do idoso e influenciar na funcionalidade e qualidade de vida,
destacando-se aqui o nível nutricional, por ser um indicador de saúde nesta população e a
força muscular por estar diretamente associada a manutenção da autonomia funcional.
Objetivo: comparar o índice de força de preensão manual e o estado nutricional de idosos
rurais e urbanos. Materiais e métodos: estudo analítico de corte transversal realizado com
100 idosos acima de 65 anos residentes em uma zona urbana e rural do estado do Maranhão.
Para a coleta de dados adotamos como instrumento: a dinamometria palmar para a força e o
questionário MNA (Mini Nutritional Assessment) contendo 18 perguntas agrupadas em duas
seções a triagem e a avaliação global, e um questionário biodemográfico elaborado pelos
pesquisadores explorando sexo, idade, estado civil, ocupação, escolaridade, renda familiar e
lazer. O tratamento dos dados foi feito com auxílio do software SPSS 18. Para Windows com
aplicação de médias, desvio padrão e diferenças de percentagem, juntamente com o teste de
Mann-Whitney. Resultados: As idosas urbanas tiveram melhor desempenho de força
muscular baseado no teste de força de preensão palma utilizando o dinamômetro, tendo média
de 6,7% enquanto as idosas rurais tiveram 3,58 % de média. P valor: 0,001. Com relação ao
estado nutricional avaliado pelo questionário AMAN as idosas rurais tiveram 2% desnutridas,
risco 18% e normal 80% já as idosas urbanas tiveram 4,65% desnutridas 44,19% em estado de
risco e 32,56 % as idosas rurais se sobressaíram no estado nutricional. Conclusão: Os
resultados nos permitem concluir que houve diferenças significantes entre força de preensão
palmar e índice nutricional, quando comparados os dois grupos, entretanto, o índice
nutricional não foi relevante ao ponto de intervir na força muscular das idosas urbanas, uma
vez que elas obtiveram índice nutricional baixo, porem com índice de força muscular alto
quando comparadas as idosas rurais.
Abstract
Introduction: Living in a rural or urban environment has repercussions on differences that
can directly impact the life of the elderly and influence the functionality and quality of life,
emphasizing here the nutritional level, as it is an indicator of health in this population and
muscular strength because it is directly associated the maintenance of functional autonomy
Objective: to compare manual grip strength index and nutritional status of rural and urban
elderly. Materials and methods: cross-sectional analytical study conducted with 100 elderly
people over 65 years of age living in an urban and rural area of the state of Maranhão, For
data collection, we used as an instrument: palmar dynamometry for the force and the MNA
(Mini Nutritional Assessment) questionnaire containing 18 questions grouped into two
sections, the triage and the global evaluation, and a biodemographic questionnaire elaborated
by researchers exploring gender, age, marital status, occupation, schooling, family income
and leisure. The data were processed using SPSS 18 software. For Windows with application
of means, standard deviation and percentage differences, together with the Mann-Whitney
test. Results: The urban elderly had a better performance of muscle strength based on the
palm grip strength test using the dynamometer, with an average of 6.7% while the rural
elderly had a mean of 3.58%. P value: 0.001. Regarding the nutritional status evaluated by the
MNA questionnaire, rural women had 2% malnourished, 18% and normal 80%, while the
urban elderly had 4.65% undernourished 44.19% at risk and 32.56% in rural women
nutritional status. Conclusion: The results allow us to conclude that there were significant
differences between palmar grip strength and nutritional index, when the two groups were
compared, however, the nutritional index was not relevant to the point of intervention in the
muscular strength of the urban elders, since they obtained low nutritional index, but with a
high muscular strength index when compared to the rural elderly.
Keywords: Nutritional status. Grip force. Seniors. Rural and urban environments.
Karla Leticia Sousa de Oliveira aluna do Curso de Fisioterapia da Universidade Ceuma. E-mail:
Karlynha0309@gmail.com
²Karla Virgínea Bezerra de Castro Soares Mestre em Ciências da Motricidade Humana.
5
Introdução
Materiais e Métodos
Após uma reunião para a apresentação do estudo e assinatura do TCLE, teve início a coleta de
dados.
Para a coleta de dados foi utilizado um questionário formulado pelos pesquisadores
com perguntas referentes a dados biodemoráfico (Apêndice B) e os seguintes instrumentos: a
aferição da força foi realizada com o auxílio de um dinamômetro manual hidráulico da marca
Saehan (Saehan corporation – SH5001), adotando a unidade de medida em quilogramas (kg).
A escala vai progredindo de dois em dois quilos, iniciando-se em quatro quilos. A
metodologia empregada para a avaliação da força de preensão palmar foi idêntica à utilizada
por Martin (2012), utilizando um dinamômetro manual e unidade de medida em quilogramas
força (KgF). Neste, a idosa permaneceu sentada com o braço aduzido, paralelo ao tronco, em
rotação neutra, cotovelo flexionado a 90° e antebraço e punho em posição neutra. A
empunhadura era auto ajustada conforme o conforto da participante e após a correta posição
do aparelho, onde a haste era posicionada entre as segundas falanges dos dedos (indicador,
médio, anular). A agulha colocada em posição neutra e ao comando de voz do avaliador, a
idosa realizou o máximo de força apertando do aparelho. Foram coletadas três medidas dos
dois braços entre um intervalo de descanso de um minuto, considerando-se o maior valor
obtido.
Para a avaliação do estado nutricional: foi aplicado por uma nutricionista através do
Índice Nutricional Questionário MNA formulário da MNA contendo 18 perguntas agrupadas
em duas seções a triagem e a avaliação global. (Anexo A) A triagem possui perguntas sobre
alteração na ingestão alimentar, perda de peso, mobilidade, estresse psicológico, problemas
neurológicos e IMC, onde cada resposta recebe um valor, o qual será somado gerando um
escore final. Avaliação global é composta por perguntas sobre o modo de vida, medicação,
mobilidade, problemas psicológicos, número de refeições, ingestão de alimentos e líquidos,
autonomia para comer, percepção da saúde e da condição nutricional, circunferência do braço
e circunferência da panturrilha. Os resultados dessa somados aos pontos da triagem maiores
ou iguais a 24 indicam um bom estado nutricional, de 17 a 23,5 indicam risco de desnutrição e
abaixo de 17, desnutrição (MORAIS; CAMPOS; LESSA, 2010).
Utilizou-se também, um Questionário Biodemográfico elaborado pelos pesquisadores,
que permitirá a caracterização da amostra quanto ao sexo, idade, estado civil, ocupação,
escolaridade, renda familiar e formas de lazer, entre outros.
A coleta de dados foi realizada nos centros de convivência local dos participantes,
tanto na zona urbana como na zona rural, no período de agosto a outubro de 2018. Os
9
Resultados
O estudo foi realizado com uma amostra constituída por 100 idosas, divididas em dois
grupos distintos: Idosas urbanas e Idosas rurais. Com relação a idade, baseado no questionário
biodemográfico, foram encontrados que idosas do meio rural com faixa etária acima de 65
anos sendo: 70%, entre 65 a 70 anos, 6% entre 71 a 75 e 24% com idade acima de 75. As
idosas do meio urbano com idade de 65 a 70 foram 52%, de 71 a 75 foram 26% e idosas
acima de 75 representam 22%.
As idosas urbanas tiveram melhor desempenho de força muscular baseado no teste de
força de preensão palmar utilizando o dinamômetro palmar, tendo média de 6,7% enquanto as
idosas rurais tiveram 3,58 % de média, com P valor de 0,0001. Com relação ao estado
nutricional avaliado com o questionário AMAN as idosas rurais tiveram 2% desnutridas, risco
18% e normal 80%, já as idosas urbanas tiveram 0% desnutridas 22% em estado de risco e
78% normal, com P valor de 0,01, apontando melhor quadro nutricional as idosas rurais.
Discussão
suficiente para a manutenção de uma eficaz força muscular. Não subjugando os aspectos
ambientais, pode se perceber aqui que o estilo de vida ativo adotado pelos idosos praticantes
de atividade física regular exerceu influência positiva fazendo com que se sobressaíssem na
força muscular.
Segundo estudo de Bertuzzi et al.,(2012) a população idosa rural possui altos índices
de pobreza, baixo nível educacional, residências precárias, limitações no transporte e maior
dependência para as atividades básicas, tem menos acesso as atividades de lazer, aos centros
de convivências, o que pode vir também a justificar o déficit encontrado na força muscular.
Nossos dados corroboram com o autor, visto que, no índice salarial, as idosas urbanas
apresentaram uma renda maior que as do rural onde 46% recebem entre 1 e 3 salários
mínimos e 42% recebem mais de 3 salários e apenas 12% das idosas urbanas recebem menos
de 1 salário mínimo. Já as idosas rurais apresentaram renda inferior onde 38% recebem menos
de um salário mínimo, 42% recebem entre 1 e 3 salários e apenas 20% recebem mais de 3
salários. Na escolaridade as idosas urbanas também se sobressaíram, pois 44% tinham curso
superior, comparado com 20% das rurais.
Apesar do consenso de que o estado nutricional está diretamente associado ao nível de
força muscular, nossos resultados nos levam a concordar com Vieira et al. (2015) quando
explica que a redução dos níveis de força e massa muscular ocorridas com aumento da idade,
conhecida como sarcopenia, tem origem multifatorial, ou seja, vários acontecimentos
colaboram para que haja essa perda. Fatores como diminuição nos níveis de atividade física,
alimentação deficitária, desordens hormonais e do sistema nervoso-central, entre outros, tem
grande influência na redução de força e massa muscular.
No presente estudo, foi visto que as idosas rurais têm uma alimentação mais saudável, porém
fazem menos atividade físicas do que as idosas urbanas, o que pode ter contribuído para o fato
das idosas rurais terem um menor índice de foça muscular quando comparadas as idosas
urbanas.
Ainda segundo o estudo de Vieira et al.,(2015) com o avanço da idade, uma atenuação,
nos níveis hormonais pode ser observada e isso também influencia a perda de força muscular,
na mulher diante do acontecimento da menopausa, uma deficiência na disponibilidade e
eficácia de estrogênio pode ser um fator de aceleração na perda do tecido magro. O autor
acrescenta que outro elemento importante para perda de força muscular é o aspecto
nutricional do idoso, o que ele chamou de “Anorexia do idoso” porém, o que foi possível
14
observar no presente estudo foi que o índice nutricional não foi prevalente para intervir na
força muscular das idosas urbanas, uma vez que elas obtiveram índice nutricional baixo,
porem com índice de força muscular alto quando comparadas as idosas rurais.
CONCLUSÃO:
Referências
BARBOSA, A. P.; TEIXEIRA, I. G.; ORLANDI, B., et al. Nível de atividade física e
qualidade de vida: Um estudo comparativo entre idosos dos espaços rural e urbano. Rev.
Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2015; 18(4): 743-754.
BARBOSA, A. R.; SOUZA, J. M. P.; LEBRÃO, M. L.; et al. Relação entre estado
nutricional e força de preensão manual em idosos do município de São Paulo, Brasil: idosos
da pesquisa SABE. Rev.Bras.de cineantropometria e desempenho humano. ISSN 1415-
8426. 2005.
VIEIRA, S. C.; GRANJA, K. S. B.; EXEL, A. L., et al. A força muscular associada ao
processo de envelhecimento. Rev.Ciências biológicas e da saúde. v. 3, n. 1, p. 93-102,
Maceió, novembro 2015. periodcas.set.edu.br
17
APÊNDICE
18
Título do Estudo:
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A FORÇA DE PREENSÃO MANUAL E
ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS DO MEIO URBANO E RURAL.
O estudo será feito da seguinte maneira: Iremos solicitar que você responda a dois
questionários, um para avaliar seu índice nutricional e outro para conhecer o seu perfil
sóciodemoráfico, além destes você será solicitada a fazer um teste de força através de um
aparelho chamado Dinamômetro. Este aparelho nos indica a sua força a partir do momento em
que você o aperta usando a mão direita e depois a esquerda. Será realizada duas medições e
considerado o maior valor.
Este estudo apresenta como risco o fato de você eventualmente sentir-se incomodado
19
Sempre que você desejar será fornecido esclarecimentos sobre cada uma das etapas
do estudo. A qualquer momento, você poderá recusar a continuar participando do estudo e,
também, poderá retirar seu consentimento, sem que para isto sofra qualquer penalidade ou
prejuízo, ou seja, sem qualquer prejuízo da continuidade do seu acompanhamento médico.
Será garantido o sigilo quanto a sua identificação e das informações obtidas pela sua
participação, exceto aos responsáveis pelo estudo, e a divulgação das mencionadas
informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto. Você não será
identificada em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.
_______________________________
Pesquisador responsável
Msc. Karla Virginia Bezerra de Castro Soares-
CREFITO – 18479-F;
E-mail: Karla1441@yahoo.com.br;
Telefone: 988051314
2. ATIVIDADES
2.1 Atividades físicas ( ) atividades de lazer( ) atividades religiosas( )
2.2 Participação em ONG/ grupo de convivência, etc. Sim ( ) Não( )
21
ANEXOS
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO
MARANHÃO - UNICEUMA
Versão: 2
CAAE: 78827617.9.0000.5084
Instituição Proponente: Centro Universitário do Maranhão - UniCEUMA
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Apresentação do Projeto:
Objetivo da Pesquisa:
Proporcionar uma melhoria na qualidade de vida dos idosos por meio da promoção do bem-estar
físico, psicológico e social.
a) Estimular no idoso o seu potencial cognitivo, através de recursos que potencializem as suas
capacidades de memória, atenção, concentração e
pensamento;b) Avaliar as atividades básicas da vida diária (ABVD’s) dos idosos;c) Analisar a força
muscular respiratória e a força muscular dos membros superiores, inferiores e tronco;d) Prevenir
quedas através do controle do equilíbrio e autonomia funcional;e) Estimular a prática de exercício
físico contribuindo para o controle e redução de doenças crônico-degenerativas;f) Promover a prática
da musculação para reduzir a perda de massa magra, melhorar a força muscular e o controle do
peso corporal;g) Avaliar o consumo alimentar e estado nutricional;h) Realizar atividades voltadas a
educação nutricional;i) Avaliar o nível de dor articular e o grau de flexibilidade da cadeia muscular
posterior; j) Realizar avaliação odontológica aos pacientes da terceira idade promovendo a saúde
bucal e devolver o equilíbrio do sistema estomatognático.
Os riscos da participação na pesquisa são mínimos. Embora constitua um evento raro, durante a
realização dos testes de avaliação, bem como durante o treinamento com os exercícios relacionados
à fisiomotricidade, musculação, Pilates e hidrocinesioterapia, a possibilidade de ocorrer períodos de
dificuldade para respirar poderá acontecer, o que já é esperado principalmente em indivíduos idosos.
No entanto, todos os esforços serão feitos para minimizar estas ocorrências através da aferição da
pressão arterial e da frequência cardíaca na ocorrência de desconfortos respiratórios, e observação
de sudorese excessiva antes e após a realização dos exercícios. Além disso, os exercícios serão
aplicados respeitando as características individuais de cada participante. Como benefícios apresenta
a melhora das condições circulatórias contribuindo para o alívio da dor, minimização da incapacidade
funcional, independência nas atividades de vida diária, melhora do equilíbrio, da flexibilidade e do
estado cognitivo, além do restabelecimento da saúde bucal e nutricional. O participante será
estimulado à socialização, uma vez que os exercícios são realizados em grupo.
Trata-se de uma pesquisa de caráter avaliativa, onde serão acompanhados um grupo de idoso nas
diferentes áreas da saúde, o estudo é importante para a população de estudo, apresenta objetivos
claros e método adequado.
Projeto pertinente com método adequado e se enquadra nas linhas de atuação da equipe executora.