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Segurança no Trabalho
ÁREAS DE ATUAÇÃO > Segurança no Trabalho > Coimas
Coimas
A promoção e prevenção da segurança e da saúde do trabalho são regulamentadas pela Lei nº 102/2009, de 10 de
Setembro (alterada pela Lei nº 3/2014, de 28 de janeiro). De acordo com este diploma legal são responsáveis pela
garantia das condições de segurança e saúde no trabalho tanto os empregadores como os trabalhadores. Enquanto
os primeiros são responsáveis pela garantia de um local de trabalho com as devidas condições de segurança e
saúde, equipamentos de trabalho e equipamentos adequados, aos trabalhadores cabe a responsabilidade de
desempenhar as suas funções com o menor risco possível, tanto para si como para terceiros.
Para um melhor entendimento das responsabilidades de cada um dos intervenientes na garantia das condições de
segurança e saúde nos locais de trabalho, apresenta-se de seguida um quadro resumo das contraordenações e
coimas estabelecidas no Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho (Lei nº 102/2009) (em
atualização após as alterações introduzidas pela Lei nº 3/2014):
Artigo da
Contraordenações muito graves aplicáveis aos Empregadores Lei nº
102/2009
Art.
Não assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em todos os aspetos do 15º (com as
seu trabalho. novas
Não zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de disposições
segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta os seguintes princípios gerais de da Lei
prevenção: 3/2014)
a) Evitar os riscos;
b) Planificar a prevenção como um sistema coerente que integre a evolução técnica, a
organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência
dos fatores ambientais;
c) Identificação dos riscos previsíveis em todas as atividades da empresa,
estabelecimento ou serviço, na conceção ou construção de instalações, de locais e
processos de trabalho, assim como na seleção de equipamentos, substâncias e
produtos, com vista à eliminação
dos mesmos ou, quando esta seja inviável, à redução dos seus efeitos;
d) Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no
conjunto das atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar as
medidas adequadas de proteção;
e) Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e
aumentar os níveis de proteção;
f) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e
biológicos e aos fatores de risco psicossociais não constituem risco para a segurança e
saúde do trabalhador;
g) Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos
postos de trabalho, à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e
produção, com vista a, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho
repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;
h) Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem como a novas formas de
organização do trabalho;
i) Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
j) Priorização das medidas de proteção coletiva em relação às medidas de proteção
individual;
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Implementar medidas de prevenção que não sejam antecedidas e que não correspondam
ao resultado das avaliações dos riscos associados às várias fases do processo produtivo,
incluindo as atividades preparatórias, de manutenção e reparação, de modo a obter como
resultado níveis eficazes de proteção da segurança e saúde do trabalhador.
Confiar tarefas a um trabalhador sem considerar os seus conhecimentos e as suas aptidões
em matéria de segurança e de saúde no trabalho e sem lhe fornecer as informações e a
formação necessárias ao desenvolvimento da atividade em condições de segurança e de
saúde.
Permitir o acesso de trabalhadores sem as aptidões e formação necessárias a zonas de
risco elevado.
Não adotar medidas e não dar instruções que permitam ao trabalhador, em caso de perigo
grave e iminente que não possa ser tecnicamente evitado, cessar a sua actividade ou
afastar -se imediatamente do local de trabalho.
Não considerar, na organização dos meios de prevenção, os trabalhadores nem os terceiros
suscetíveis de serem abrangidos pelos riscos da realização dos trabalhos, quer nas
instalações quer no exterior.
Não assegurar a vigilância da saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que
estiverem potencialmente expostos no local de trabalho.
Não estabelecer medidas, em matéria de primeiros socorros, de combate a incêndios e de
evacuação, que devem ser adotadas e não identificar os trabalhadores responsáveis pela
sua aplicação, bem como não assegurar os contactos necessários com as entidades
externas competentes para realizar aquelas operações e as de emergência médica.
Não organizar, na aplicação das medidas de prevenção, os serviços adequados, internos ou
externos à empresa, estabelecimento ou serviço, e não mobilizar os meios necessários,
nomeadamente nos domínios das atividades técnicas de prevenção, da formação e da
informação e dos equipamentos de proteção.
O não cumprimento das prescrições legais ou convencionais de segurança e de saúde no
trabalho estabelecidas para serem aplicadas na empresa, estabelecimento ou serviço.
Não suportar a totalidade dos encargos com a organização e o funcionamento do serviço de
segurança e de saúde no trabalho e demais sistemas de prevenção, incluindo exames de
vigilância da saúde, avaliações de exposições, testes e todas as ações necessárias no
âmbito da promoção da segurança e saúde no trabalho, sem impor aos trabalhadores
quaisquer encargos financeiros.
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Não consultar por escrito e, pelo menos, uma vez por ano, previamente ou em tempo útil, os
representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua falta, os próprios
trabalhadores sobre:
Não entregar à comissão eleitoral, no prazo de quarenta e oito horas após a recepção da
comunicação que identifica o presidente e o secretário, o caderno eleitoral, e não proceder à
Art. 31º
sua imediata afixação na empresa e no estabelecimento.
Não referir no caderno eleitoral o nome dos trabalhadores da empresa e, sendo caso disso,
não os identificar por estabelecimento, à data da marcação do ato eleitoral.
nº 1 do
Não existir, em cada estabelecimento com um mínimo de 10 trabalhadores, pelo menos,
Art.35º
uma seção de voto.
Não colocar as urnas de voto nos locais de trabalho, de modo a permitir que todos os nº 1 do
trabalhadores possam votar sem prejudicar o normal funcionamento da empresa ou Art.36º
estabelecimento.
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Não verificar a existência de agentes ou fatores que possam ter efeitos prejudiciais para o
património genético e não avaliar os correspondentes riscos.
Não efetuar a avaliação de riscos trimestralmente ou quando haja alterações das condições
de trabalho suscetíveis de afetar a exposição dos trabalhadores, os resultados da vigilância Art. 42º
da saúde o justifiquem ou se verifiquem desenvolvimentos da investigação científica nesta
matéria.
Não identificar os trabalhadores expostos aos riscos e aqueles que, sendo particularmente
sensíveis, podem necessitar de medidas de protecção especial.
O exercício de atividades com exposição a agentes e condições de trabalho proibidos nos Art. 56º
termos da Lei nº 102/2009
Art. 67º
O exercício, por menor, de qualquer das atividades proibidas definidas na Lei nº 102/2009
A não organização do serviço de segurança e saúde no trabalho de acordo com as Art. 73º
modalidades previstas na Lei nº 102/2009
Não instituir um serviço interno quando (salvo nos casos em que obtiver dispensa nos
termos do artigo 80.º):
nº 3 do Art.
78º (com as
a) O estabelecimento que tenha pelo menos 400 trabalhadores;
novas
b) O conjunto de estabelecimentos distanciados até 50 km daquele que ocupa maior número de
disposições
trabalhadores e que, com este, tenham pelo menos 400 trabalhadores;
da Lei
c) O estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos que desenvolvam atividades de risco
3/2014)
elevado, nos termos do disposto no artigo seguinte, a que estejam expostos pelo menos 30
trabalhadores.
O exercício, pelo próprio empregador, das atividades de segurança no trabalho, sem possuir
formação adequada e que não permaneça habitualmente nos estabelecimentos. nos 1 e 2 do
A designação de um ou mais trabalhadores, para se ocuparem de todas ou algumas das Art. 81º
atividades de segurança no trabalho, que não possuam formação adequada e que não
disponham do tempo e dos meios necessários.
Art. da Lei
Contraordenações graves aplicáveis aos Empregadores
nº 102/2009
Não ser assegurada formação permanente, para o exercício das respetivas funções, aos
representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho. n.os 1 e 2 do
Não proporcionar condições para que os representantes dos trabalhadores para a Art. 22º
segurança e a saúde no trabalho recebam formação e não conceder, se necessário, licença
com retribuição, ou sem retribuição se outra entidade atribuir subsídio específico.
Não ser concedido, aos representantes dos trabalhadores para a segurança e a saúde no
n.º 1 do Art.
trabalho, o direito de reunir com o órgão de gestão da empresa, pelo menos uma vez por
25º
mês, para discussão e análise dos assuntos relacionados com a segurança e a saúde no
trabalho.
nº 1b do
Não afixar, de imediato e em local apropriado na empresa e no estabelecimento,
Art. 28º
comunicação com a data do ato eleitoral para eleição do representante dos trabalhadores.
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nº 5 do Art.
Não disponibilizar aos trabalhadores o tempo necessário para que possam votar durante o
36º
seu horário de trabalho.
Não assegurar a vigilância adequada da saúde dos trabalhadores em relação aos quais o
resultado da avaliação revele a existência de riscos para o património genético, através de
exames de saúde, devendo ser realizado um exame antes da primeira exposição.
Não basear a vigilância nas condições ou circunstâncias em que cada trabalhador tenha
sido ou possa ser sujeito à exposição a agentes ou fatores de risco e não incluir, no mínimo,
os seguintes procedimentos:
Art. 44º
a) Registo da história clínica e profissional de cada trabalhador;
b) Entrevista pessoal com o trabalhador;
c) Avaliação individual do seu estado de saúde;
d) Vigilância biológica sempre que necessária;
e) Rastreio de efeitos precoces e reversíveis.
Não disponibilizar ao trabalhador, a seu pedido, o registo de saúde que lhe diga respeito.
Não organizar e conservar arquivos actualizados, nomeadamente por via eletrónica, sobre:
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Em empresa com mais de 250 trabalhadores, o médico do trabalho deve ser coadjuvado por nº 1 do Art.
um enfermeiro com experiência adequada. 104º
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Não anotar as observações clínicas relativas aos exames de saúde na ficha clínica do
trabalhador.
Não sujeitar a ficha clínica ao segredo profissional, só podendo ser facultada às autoridades
de saúde e aos médicos afetos ao organismo com competência para a promoção da
segurança e da saúde no trabalho do ministério responsável pela área laboral.
Incluir na ficha clínica dados sobre a raça, a nacionalidade, a origem étnica ou informação
Art. 109º
sobre hábitos pessoais do trabalhador, salvo quando estes últimos estejam relacionados
com patologias específicas ou com outros dados de saúde.
Não entregar ao trabalhador que deixar de prestar serviço na empresa cópia da ficha
clínica.
Não enviar, em caso de cessação da atividade, as fichas clínicas devem ser enviadas para
o serviço com competências para o reconhecimento das doenças profissionais na área da
segurança social.
O médico do trabalho não preencher de imediato, na sequência do exame realizado, uma ficha
de aptidão e remeter uma cópia ao responsável dos recursos humanos da empresa.
No caso do resultado do exame de saúde revelar a inaptidão do trabalhador, o médico do n.os 1, 2, 3 e
trabalho não indicar, sendo caso disso, outras funções que aquele possa desempenhar. 4 do Art.
A ficha de aptidão conter elementos que envolvam segredo profissional. 110º
Não dar a conhecer a ficha de aptidão ao trabalhador, através da sua assinatura com a
aposição da data de conhecimento.
Art.
Não comunicar ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área
111º (com
laboral os acidentes mortais, bem como aqueles que evidenciem lesão física grave, nas 24
as novas
horas a seguir à ocorrência.
disposições
A comunicação anterior não conter a identificação do trabalhador acidentado e a
da Lei
descrição dos factos, devendo ser acompanhado de informação e respetivos registos sobre
3/2014)
os tempos de trabalho prestado pelo trabalhador nos 30 dias que antecederam o acidente.
Artigo da
Contraordenações leves aplicáveis aos Empregadores Lei nº
102/2009
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Não facultar o acesso às informações técnicas objeto de registo e aos dados médicos
coletivos, não individualizados, assim como às informações técnicas provenientes de
serviços de inspeção e outros organismos competentes no domínio da segurança e da
saúde no trabalho.
Não fundamentar por escrito a não aceitação do parecer relativo às matérias seguintes:
Não registar as consultas, respetivas respostas e propostas em livro próprio organizado pela
empresa.
O trabalhador não zelar pela sua segurança e pela sua saúde, nem pela segurança e pela
nº 1b) do
saúde das outras pessoas que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no
Art. 17º
trabalho, sobretudo quando exerça funções de chefia ou coordenação, em relação aos
serviços sob o seu enquadramento hierárquico e técnico.
nº 5 do Art.
Os serviços internos, comum e externos não possuírem os meios suficientes que lhes
74º
permitam exercer as atividades principais de segurança e de saúde no trabalho.
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O exercício da atividade por serviço externo sem autorização, nomeadamente para a área,
o sector ou a actividade de risco elevado em causa, imputável ao serviço externo. (é Art. 84º
solidariamente responsável pelo pagamento da coima o empregador que contrate serviço
não autorizado.)
Artigo da
Contraordenações graves aplicáveis a outras entidades Lei nº
102/2009
nº 1 do Art.
94º (com as
O serviço externo não comunicar ao organismo competente que emitiu a respetiva
novas
autorização, no prazo de 30 dias após a ocorrência, a interrupção ou a cessação do seu
disposições
funcionamento, bem como as alterações de objeto social.
da Lei
3/2014)
A organização dos serviços internos e dos serviços comuns não atender aos requisitos nº 1 do Art.
definidos nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 85.º da Lei nº 102/2009, bem como, quanto 99º
aos recursos humanos, ao disposto nos artigos 101.º e 105.º do mesmo diploma legislativo.
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a) Se praticadas por empresa com volume de negócios inferior a € 10 000 000, de 2 UC a 5 UC em caso de
negligência e de 6 UC a 9 UC em caso de dolo;
b) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 10 000 000, de 6 UC a 9 UC em
caso de negligência e de 10 UC a 15 UC em caso de dolo.
a) Se praticadas por empresa com volume de negócios inferior a € 500 000, de 6 UC a 12 UC em caso de
negligência e de 13 UC a 26 UC em caso de dolo;
b) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 500 000 e inferior a € 2 500 000,
de 7 UC a 14 UC em caso de negligência e de 15 UC a 40 UC em caso de dolo;
c) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 2 500 000 euros e inferior a € 5
000 000, de 10 UC a 20 UC em caso de negligência e de 21 UC a 45 UC em caso de dolo;
d) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 5 000 000 e inferior a € 10 000
000, de 12 UC a 25 UC em caso de negligência e de 26 UC a 50 UC em caso de dolo;
e) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 10 000 000, de 15 UC a 40 UC
em caso de negligência e de 55 UC a 95 UC em caso de dolo.
Os limites das coimas correspondentes às infrações muito graves têm os seguintes valores:
a) Se praticadas por empresa com volume de negócios inferior a € 500 000, de 20 UC a 40 UC em caso de
negligência e de 45 UC a 95 UC em caso de dolo;
b) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 500 000 e inferior € 2 500 000,
de 32 UC a 80 UC em caso de negligência e de 85 UC a 190 UC em caso de dolo;
c) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 2 500 000 e inferior a € 5 000
000, de 42 UC a 120 UC em caso de negligência e de 120 UC a 280 UC em caso de dolo;
d) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 5 000 000 e inferior a € 10 000
000, de 55 UC a 140 UC em caso de negligência e de 145 UC a 400 UC em caso de dolo;
e) Se praticadas por empresa com volume de negócios igual ou superior a € 10 000 000, de 90 UC a 300 UC
em caso de negligência e de 300 UC a 600 UC em caso de dolo.
Nota: A sigla UC corresponde a unidade de conta que, em 2014, foi fixado em 102,00€.
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