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CURSO DE AGRONOMIA
ANÁPOLIS-GO
2021
1. INTRODUÇÃO
Palavras como segurança, bem-estar, desenvolvimento, igualdade e justiça
podem ser lidas e são veementemente defendidas pela nossa Carta Magna,
entretanto, a sociedade parece a muito ter se esquecido do sentido de tais palavras.
Tais direitos, também tido como universais, geralmente são relegados à parcela da
sociedade que se encontra em condições de exigir e cobrar por eles, enquanto o
restante, a porção marginalizada, fica à mercê da própria sorte ou da boa vontade
da sociedade.
Ainda na Constituição Federal de 1988 são instituídas a construção de uma
sociedade livre, justa e solidária, onde se preza pelo bem de todos sem preconceitos
de cor, raça, sexo ou qualquer outra condição (BRASIL, 1988), sendo todos estes
direitos regidos por um Estado laico. Entretanto, a religião e a garantia a direitos
básicos se misturam e se confundem entre as funções que deveriam ser exercidas
pelo governo, mas que, diante da ineficiência da execução da Lei Máxima de um
país, faz-se necessário a ação de outro agente na sua execução, a igreja.
Conforme Casanova (1999) e Paula Montero (2002), a igreja e o Estado
deveriam ser entidades que não se misturam, mas que acabam por se fundir diante
da necessidade que a primeira tem em proteger a liberdade religiosa assim como
todas as liberdades e direitos modernos e o próprio direito de existência de uma
sociedade civil e democrática. Nesse sentido, a religião auxilia na garantia de
direitos e o próprio direito de existência de uma sociedade civil e democrática.
Nesse sentido percebe-se o papel da igreja na execução dos direitos
básicos àqueles que sequer conhecem seus direitos. Por muitas vezes, é a religião
quem vai fazer o papel do Estado e garantir condições mínimas de sobrevivência á
população marginalizada. Dessa forma, procuro abordar neste texto, a relação entre
a atividade das igrejas e a garantia a direitos básicos, assim como a restauração do
ser humano como cidadão visível para a sociedade.
3. CONCLUSÃO
Os indivíduos assistidos pela Casa Betânia chegam até lá em situação de
extrema vulnerabilidade e abandono. A sociedade já não os vê mais como seres
úteis e que fazem parte das atividades sociais dela. Através do trabalho das freiras e
da equipe profissional que assiste a casa, os pacientes voltam a se perceber como
cidadãos.
A igreja confirma o seu caráter assistencialista e reafirma a importância das
suas atividades no amparo e resgate do ser humano. A dignidade é trabalhada e
reconstruída como forma de ressignificar a vida de pacientes que, muitas vezes já
deixaram de se sentirem humanos a partir da descoberta da doença.
Mesmo sendo uma instituição católica, a fé cristã não é imposta, ficando
aberto aos assistidos a necessidade individual de professarem a mesma, o que
quase todos parecem fazer de bom grado e de forma voluntária com o passar dos
anos. O exercício da fé também é primordial no regaste da humanidade e
reconstrução da dignidade uma vez que através da fé, os pacientes conseguem ver
novos sentidos às suas vidas e as suas jornadas, passando a ajudar os mais
debilitados e agirem conforme os ensinamentos de Jesus, amar ao próximo.
Apesar da igreja já cumprir essa lacuna deixada pela Estado, também nos
cabe como cidadãos a possibilidade de auxílio dentro dessas instituições. Mesmo
que pareça que tenhamos pouco ou nada a oferecer, cada pequena atitude conta.
Devemos pensar na nossa utilidade não apenas para nosso benefício, mas também
em como levamos a nossa obra particular a escalas maiores e como a nossa
existência colabora com um mundo melhor. Por mais clichê que pareça, neste
momento devemos considerar a frase: ao invés de reclamar e pedirmos por um
mundo melhor, devemos pensar no que estamos fazendo para tornar o mundo num
lugar melhor.
REFERENCIAS BIBLIOGÁFICAS
ACKERMANN, Denise. Deep in the Flesh. Women, Bodies and HIV/AIDS: a Feminist
Ethical Perspective. In: HINGA, Teresia et al. (Eds.). Women, Religion and HIV/AIDS
in Africa. Pietermaritzburg, S. Africa: Cluster, 2008. p. 105-125.