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O Fruto do Espírito: O Amor

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança.” Gálatas 5.22 (Versão Almeida Revista e Corrigida)

O fruto do Espírito é a manifestação do caráter de Cristo em nós, resultado da ação do


Espírito Santo. Geralmente o fruto do Espírito é comparado a uma laranja, ou seja, uma
unidade composta de diversos gomos. Em Gálatas 5.22 encontramos listadas as noves
qualidades do fruto do Espírito. São Elas: amor, gozo paz, longanimidade, benignidade,
bondade fé, mansidão e temperança.
Dentre alguns dos propósitos do fruto do Espírito em nossa vida, destacamos os seguintes:
- Testemunhar da nossa estreita relação com Cristo (Jo 15.4).
- Testemunhar que somos discípulos de Jesus, buscando viver conforme Ele viveu (Jo
15.8).
- Evidenciar a habitação do Espírito Santo em nós (1 Co 6.19).
- Abençoar as pessoas através das nove qualidades do fruto do Espírito (Mt 7.7-12; Lc
10.25-37).
- Promover a glória de Deus através de um bom testemunho pessoal (1 Co 6.20; 10.31).

1 – O amor a Deus
O amor é a primeira qualidade do fruto do Espírito. Antes de tudo é preciso compreender
o sentido de amor conforme a Bíblia. O Novo Testamento foi escrito na língua grega, e a
palavra para amor usada por Paulo ao listar as características do fruto do Espírito é ágape,
que envolve amar alguém de forma sincera, e em alta consideração. Amor é algo que
sentimos e que resulta em ação ou demonstração. Amor não se guarda, amor se dá. Este
amor não se importa com o tratamento que recebemos dos outros, não depende de sermos
amados para podermos amar alguém. Jesus ensinou que devemos amar os nossos
inimigos (Mt 5.44). Trata-se de um amor altruísta, ou seja, que considera sempre fazer o
melhor possível para os outros, sem impor nada em troca. Aprendemos ainda com as
Escrituras Sagradas que:
- Amar a Deus é um mandamento bíblico que deve ser obedecido prazerosamente.
Devemos amar a Deus de todo o nosso coração, alma e poder (Dt 6.5; 10.12; 30.6 Mt
22.36-38). Deus deve ser amado intensamente por todo o nosso ser (sentimentos, intelecto
e vontade). Devemos guardar muito a nossa alma para amarmos a Deus (Js 23.11).
- O amor a Deus está diretamente associado com a obediência a ele. No contexto de amar
a Deus em Deuteronômio 6 está a necessidade de guardar os seus mandamentos, estatutos
e juízos, e de ensinar as novas gerações (Dt 6.6-9; 10.12).

 
 

Amar a Deus implica em dedicar a vida inteira a ele, e submeter-se incondicionalmente a


sua vontade. Quem ama obedece! O amor a Deus nos leva a guardar os seus mandamentos
(Dt 5.10).
- O amor a Deus faz com que que não escutemos falsas profecias que tentam nos afastar
dele (Dt 13.1-3).
- O amor a Deus nos leva a guardar a nossa alma de nos apartar dele (Js 23.11-13).
- O amor a Deus nos leva a amar a sua Palavra, e nela meditarmos diariamente (Sl 119.97).
- O amor a Deus nos leva ao arrependimento quando pecamos, e isso resulta em novas
oportunidades de continuar fazendo a sua obra. Apesar de ter negado Jesus (Mt 26.69-
75), Pedro recebeu uma nova oportunidade porque o amava (Jo 21.15-17).
- O amor a Deus nos levará a alcançar coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu e
não foram imaginadas pelo homem (1 Co 2.9)

2 – O amor ao próximo
O fruto do Espírito manifesta também o nosso amor ao próximo. Amar ao próximo é o
segundo maior mandamento (Mt 22.37; Lc 10.27; Mc 12.30). Aprendemos através da
Bíblia que:
- Devemos amar os nossos inimigos (Mt 5.43,44).
- Devemos amar o nosso próximo em suas necessidades (Lc 10.25-37).
- Devemos amar uns aos outros como Cristo nos amou (Jo 13.34).
- Seremos conhecidos como discípulos de Jesus se nos amarmos uns aos outros (Jo 13.35).
- Devemos nos amar intensamente e com um coração puro (1 Pe 1.22)
- Quem ama o seu irmão está na luz (1 Jo 2.10).
- Quem ama o seu irmão é nascido de Deus e conhece a Deus (1 Jo 4.7,8).
- O nosso amor uns pelos outros deve ter como referencial o amor de Deus por nós (1 Jo
4.9-11)

3 – O amor a nós mesmos


Devemos amar ao próximo como a nós mesmo. O amor a si mesmo é necessário para
amar ao próximo. Amar a si mesmo implica:
- Cuidar da vida espiritual (Sl 119.11; Mt 26.41). O cuidado com a vida devocional é uma
clara demonstração de amor por si mesmo.
- Cuidar da vida moral (Sl 1.1-3). O zelo por nossa integridade e santidade de vida é
também uma prova no nosso amor por nós mesmos.

 
 

- Cuidar da vida mental (Mt 6.25-34; Fp 4.8). O cuidado com os pensamentos,


sentimentos e emoções é algo essencial.
- Cuidar da vida física (1 Co 10.31; 1 Tm 4.8,16). Cuidar da saúde física, da aparência
pessoal e da higiene corporal é sinal de amor por si mesmo.
O amor a si mesmo aqui exposto não se trata de amor egoísta, do tipo que só enxerga e
se preocupa com as próprias necessidades. Quem se ama se cuida, ama a Deus e ama ao
próximo.
O nível de amor que manifesta o fruto do Espírito não é possível de ser vivenciado sem
um alto nível de entrega, rendição e submissão ao Espírito Santo. Tal nível e qualidade
de amor foi descrito esplendidamente em 1 Coríntios 13.1-7:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece,
não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
mal;
não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Referências Bibliográficas

CARSON, D. A. et al. Comentário Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2009.
BARCLAY, William. As obras da carne e o fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova,
2000.
GILBERTO, Antonio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. Rio
de Janeiro: CPAD, 2004.

Pr. Altair Germano


@altairgermano

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