Ele vai lidar com uma série de questões que não envolvem mais questões de interesse comum dos Estados, mas
fundamentalmente pessoas físicas ou jurídicas.
Conjunto de normas que tem o objetivo de determinar o direito aplicável (normas indicativas) a uma relação jurídica
de direito privado com conexão internacional.
Um japonês se casa com um argentino. Qual a lei aplicável? Essas são as indagações do DIP.
É possível aplicar um direito estrangeiro no Brasil. Em determinados casos pode ser que tenhamos de aplicar o
direito alienígena no Brasil.
Vamos supor que o casal de japonês e argentino separaram. Um deles ingressa com ação de separação na argentina
e outro no Japão.
Por isso, o objetivo é determinar o Direito aplicável a uma relação de direito privado com conexão internacional. São
normas indicativas (ou indiretas). Indicativas porque as referidas normas não resolvem o problema materialmente,
mas apenas indicam a solução que deve ser tomada materialmente. Exemplifica-se: tem-se a LINDB (principal
documento normativo do semestre) que é um exemplo de norma indicativa, pois soluciona a pergunta (Qual o
direito aplicável?), mas não dirá como solucionar o problema, já que aqui seria uma norma direta.
A LINDB não, pois ela vai dizer se devo usar o Direito de Família brasileiro ou argentino, posto que não existe um
Direito de Família internacional, de modo que o DIP indicará como solucionar tal impasse – normas indicativas.
“A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras ...” – art. 7º, LINDB, exemplo de norma indicativa.
CARACTERÍSTICAS DO DIPR
- Regulação do conflitos de leis no espaço
- Normas indicativas a uma relação de direito privado
- Exceção ao princípio da territorialidade na aplicação do direito estrangeiro1
- Fontes nacionais e internacionais
- Ênfase na solução de conflitos de indivíduos e atores PRIVADOS.
OBJETO
1
Exemplo: um agente teve dívida de jogo no estrangeiro e foi executado aqui no Brasil e alegou em sua defesa que não poderia
ser executado porque no Brasil não se executa dívida de jogos. O STJ entendeu que ele não poderia usar a legislação daqui como
forma de se escusar de cumprir suas obrigações contraídas.
REGULAR – RESOLVER – DISCIPLINAR – os conflitos de leis no espaço, definindo qual o ordenamento jurídico
nacional deve ser aplicado a uma relação privada com conexão internacional.
05/08
HISTÓRICOS
- Lex mercatória
- Códigos Comarciais
- Código de Bustamante
Costuma-se dizer que a Lex mercatoria é um direito sem Estado, pois diz que o Estado é muito lento para
acompanhar os avanços. Assim, começamos a criar direito em que se tem Cortes Arbitrais, estatutos privados de
direito comercial, ou seja, todo arcabouço.
A) Objetivo
B) Fontes
C) Atores
Fontes
FONTES DO DIPR
A) LEIS
B) TRATADOS
C) JURISPRUDENCIA
D) PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO
E) PRINCIPIOS GERAIS DO DIPR
F) COSTUMES
G) SOFT LAW
Os fatos de as empresas adimplirem seus contratos de forma voluntária já é considerado como soft Law.
I. LEIS
- Lei da arbitragem
II. TRATADOS
O elemento de conexão é o que vamos estar buscando. Elementos de conexão: a) domicilio; b) nacionalidade; c)
lugar em que for executada obrigação
Toda vez que for ler norma indicativa vamos estar buscando uma destas possibilidades que vão dar resposta a nossa
pergunta.
Objeto: matéria.
Qualificação:
- Princípio Geral da Lex Fori: exceção Lex causae: raciocínio é de qual é o foro sobre o qual estamos nos debruçando
(qual direito aplicável). Estou no foro brasileiro. vou verificar dentro das normas indicativas brasileira qual é a
pergunta. Será possível que na Lex fori brasileira eu tenha um direito aplicável estrangeiro. Dimiciio de meus clientes
sejam argentina.
NORMA INDICATIVA OU INDIRETA: as principais normas do DIPR indicam o direito aplicável (apenas o direito) num
determinado caso.
A lei do pais em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome,
a capacidade e dos direitos de família.
Objeto de conexão: é a matéria a qual se refere uma norma de direito internacional privado, abordando dessa
forma as questões jurídicas vinculadas. Ex: “... começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e dos
direitos de família”.
Aplicar-se-á a lei do pais em que for domiciliado o proprietário quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se
destinarem a transporte para outros lugares.
Unilateral
A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país, será regulada pela lei brasileira em beneficio do cônjuge ou
dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus
(art. 10, §1º).
QUALIFICAÇÃO
As normas indicativas vão nos ajudar nesta relação. Vão indicar – apontar – um tipo de difeito.
Elementos de conexão:
São as partes da norma que vão responder a pergunta de qual é o direito aplicável. Vamos procurar qual o
elemento de conexão vai resolver meu problema. Vamos observar uma série de normas indicativas e
procurar qual o elemento de conexão.
O elemento de conexão me dá a possibilidade de ter mais de um direito aplicável. Quando se diz domicilio, vai ser
sempre uma norma bilateral. Já as normas unilaterais vão indicar apenas um direito, que, na nossa LINDB, aponta-se
o direito brasileiro. Ex: em caso de sucessão será aplicada a norma brasileira.
Assim, o elemento de conexão é a parte da norma que nos diz o direito aplicável – torna possível a determinação do
direito para o caso.
Ex: A lei do pais em que for domiciliado a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o
nome, a capacidade e dos direitos de família.
QUALIFICAÇÃO
A qualificação – da lei (indicação da lei aplicável). Para qualificação busca-se, primeiramente, a lei FORI.
Princípio da Lex fori: qual é o foro. É elemento de qualificação. Não é entendida como elemento de conexão.
PRINCÍPIO GERAL
Aplicar a lei do lugar do foro, isto é, a norma do lugar onde se desenvolve a relação jurídica.
É a regra referente a própria aplicação do dipr, estão associados a legislação interna
Lei fori in foro próprio
Princípio geral da eficácia da lei no espaço
ELEMENTOS DE CONEXAO
DOMICILIO
Lex rei sitae
Lex loci executionis
Lex loci contractus
Autonomia da vontade
Nacionalidade – Lex patriae
I. DOMICÍLIO
O Brasil não ratificou a Convenção Interamericana sobre Domicilio das Pessoas Físicas.
Clovis Bevilácquia diz que domicilio é o lugar onde está, de modo definitivo, estabelece
Artigo 70 e SS CC
Artigos LINDB: 7º, caput, § 3º e 4º; 8º, §1º e 1º; 10º, caput e §2º; 12, caput.
Art. 7º. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o
nome, a capacidade e os direitos de família.
§3º. Tendo os nubentes domicilio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimonio, a lei do primeiro domicilio
conjugal.
§4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece a lei do pais em que ...
Art. 8º onde estiverem situados (Lex rei sitae)
§1º não é todos os bens, mas apenas os móveis que ele trouxer ou se destinarem a transportes a outros lugares.
Casal japonês veio morar aqui e trouxe carros e joias. A lei que deve reger isso é a brasileira e não a japonesa.
§2º
Art. 10 caput
Não importa se o cara é japonês; ele morreu em um cruzeiro. Domicilio do vovô e não o da bandeira do navio. Os
vovôs foram para MIAMI e no meio do caminho o navio afunda. Vai reger a sucessão a lei do domicilio deles.
§2º
Art. 12
A diferença daqui é que estamos falando da competência jurisdicional – onde podemos “entrar” com a ação.
Competência relativa.
§1º Competência absoluta. Só a autoridade judiciária brasileira poderá conhecer das ações relativas a imóveis
situados no Brasil.
Afirma que incide a norma ou competência jurisdicional do lugar onde está situada a coisa.
Em tese, os direitos reais são regidos por esta. Objeto o regime de bens, aplicável a bens imóveis e aos bens moveis
de situação permanente.
O direito aplicável de sucessão de bens pode ser onde estão situados. Se estão situados no Brasil a competência será
a brasileira.
A sucessão de bens de estrangeiros, situados no pais, será regulada pela lei brasileira em beneficio do cônjuge ou
dos filhos brasileiros ou de quem os represente, sempre que não lhe seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
26/08/16
Prova: vão ter perguntas abertas.
Princípio da Lex Fori: é o princípio geral – pressuposto racional da disciplina – é o princípio da lei do foro. Todo vez
que se estiver pensando qual é o direito aplicável;
Aplicar a lei do lugar do foro, isto é, a norma do lugar onde se desenvolve a relação jurídica
É a regra referente a própria aplicação do Direito Internacional Privado. Estão associadas à legislação interna
É a própria aplicação do direito internacional privado – como vou raciocinar a respeito disso. Qual o foro irei
utilizar.
É tipo de ordenamento jurídico que verificarei. Qual a legislação aplicável em relação em que japonês casou
com polonesa – se quero resolver problema no Brasil, a lei fori é a brasileira.
Quando me debrçar sobre o ordenamento jurídico brasileiro, verificarei as normas indicativas do
ordenamento jurídico brasileiro.
Ex: LINDB.
Elemento de conexão + objeto de conexão.
Elemento conexão domicílio – Lex rei sitae.
Objeto se os elementos são a parte das normas que vão me dar a resposta, o objeto é o CONTEÚDO da
norma – é a matéria que vai se relacionar com o fato em que estamos preocupados. EX: regime de bens e
sucessão. Como se regem as obrigações: objeto conexão.
As normas indicativas apontam, indicam a solução da pergunta fundamental da disciplina: qual o direito
aplicável.
Lei rei sitae lugar onde a coisa se encontra vai responder a pergunta da lei aplicável. Se encontra no Brasil
será direito brasileiro.
Domicílio art. 7º, caput, §3º e 4º; art, 8º, §1§ e 2º; etc
Art. 12: um dos únicos casos em que há outro tipo de elemento (Domicilio). Se olhar bem o artigo é um dos poucos
casos que é uma norma unilateral.
Essa é a ideia por traz da Lex loci executionis. Domicilio da pessoa vai determinar o direito aplicado; o lugar onde
está a coisa vai determinar o direito aplicado; aqui o lugar onde é realizada a obrigação que determinará o direito
aplicável.
A grande questão não está na LINDB, mas se refere à relativização deste princípio (Art. 7º, lei 7064/82).
Sempre que houver transferência de um trabalhador do Brasil para o exterior e vice-versa, a regra que deverá ser
seguida é a da norma que favoreça mais o trabalhador.
Deve ser observada a lei brasileira independentemente da observância da lei do local da prestação do serviço,
sempre que for mais favorável que a lei territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria.
Significa que, de modo geral, sempre que for contraída uma obrigação, o lugar em que ela foi contraída vai ser
determinante para reger e qualificar as obrigações concernentes a ela.
Brasileiro e japonês fazem contrato no Japão. Vai ser no local onde foi constituída a obrigação (Japão).
Aos casos de responsabilidade por ato ilicito extracontratual – eu aplico a lei do local onde nasce a obrigação. Ex:
bate no carro no Japão. Lei do Japão.
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e fundações, obedecem à lei do
Estado em que se constituírem.
Greenpeace no Brasil:
Aplica-se a lei do lugar onde o ilícito foi cometido (não está se falando de crime)
Obrigações extracontratuais que induzem à responsabilidade civil pela prática de atos ilícitos.
AUTONOMIA DA VONTADE
As próprias partes escolhem o direito aplicável a uma relação privada com conexão internacional.
Pode ou não ser admitida e é normalmente limitada pelo ordenamento que a permite.
Seria possível escolher a legislação? Pode escolher o local do foro. A norma não.
No contrato internacional aqui é que posso escolher local do foro e não posso a norma aplicada, pois ela vai
depender de todas características que estamos vendo.
Temos também na LINDB a autonomia da vontade: art. 7º, §5º; Lei 9307/96, art. 2º, §1º e §2º.
O estrangeiro casado que se naturalizar brasileiro pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao
juiz (...).
Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja
violação aos bons costumes e à ordem pública.
EXERCÍCIO
José, de nacionalidade brasileira, era casado com Maria, suceca, encontrando-se o casal domiciliado no Brasil.
Durante a viagem de Lua de me na França, Maria veio a falecer. Maria, quando ainda era noiva dele, havia realizado
testamento em Londres dispondo sobre dois bens situados no RJ. Assinale a afirmativa correta:
c) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das formalidades,
deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em que foi realizado o ato de disposição de ultima vontade de
Maria.
Art. 7º domicilio
§3º domicilio
§4º domicilio
§5º autonomia da vontade c/c nacionalidade (só o estrangeiro pode fazer isso)
Art. 10. Sucessão por morte obedece a lei do pais em que domiciliado defunto ou o desaparecido (cruzeiro de
bandeira sueca com 30 velhinhos – domicilio do defunto).
§2º domicilio