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CAPÍTULO I
SISTEMAS LINEARES, MATRIZES E DETERMINANTES
INTRODUÇÃO
O estudo das matrizes, determinantes e sistemas lineares possui grande importância pela sua
aplicabilidade aos mais variados problemas do cotidiano. As aplicações deste assunto vão desde o
projeto de automóveis e aviões, problemas de logística (programação linear), circuitos elétricos,
transferência de calor, vibrações dentre outros.
Neste capítulo estudaremos as nomenclaturas e operações com matrizes, determinantes e
sistemas lineares procurando, sempre que possível, unir a teoria e a prática. .
SISTEMAS LINEARES
Qualquer reta no espaço R2 define o que algebricamente chamamos de equação linear:
a1x + a 2 y = b
No espaço R3, uma equação linear define um plano:
a1x + a 2 y + a 3 z = b
Sob uma ótica mais geral, no espaço Rn, uma equação linear define um hiperplano:
a 1 x 1 + a 2 x 2 + ... + a n x n = b
Um sistema de equações lineares é definido como um conjunto finito de equações lineares
em relação às variáveis x1, x2,..., xn:
a 11x 1 + a 12 x 2 + ... + a 1n x n = b1
a 21x 1 + a 22 x 2 + ... + a 2 n x n = b 2
.......... .......... .......... .......... .........
a n1 x 1 + a n 2 x 2 + ... + a nn x n = b n
Nosso objetivo é encontrar os valores das variáveis x1, x2,...,xn. Esse conjunto de valores
define o ponto de cruzamento de n hiperplanos no espaço Rn, de 3 planos no R3 e de 2 retas no R2.
Diz-se que um sistema linear é consistente (ou compatível) quando o sistema apresenta pelo
menos uma solução. Por outro lado, um sistema linear é dito inconsistente (ou incompatível)
quando não apresenta solução. Um exemplo simples de ser visualizado é um sistema linear
composto por equações de retas:
a 11x + a 12 y = b1
a 21x + a 22 y = b 2
Um sistema consistente apresentaria uma das seguintes situações:
Exemplo:
Considere o sistema linear:
x + y = 10
x − y = 2
Somando as duas equações, obtemos:
2x = 12 x = 6
Substituindo na primeira equação, temos:
x + y = 10 y = 4
A solução do sistema linear é o ponto:
(x,y)=(6,4)
Uma solução
Nenhuma solução
Exemplo:
Resolver o sistema linear:
x + 2 y = 5
3x + y =10
Ao multiplicarmos a primeira equação por 3 o sistema linear continua equivalente ao
sistema original:
3x + 6 y =15
3x + y =10
Podemos ainda subtrair as duas equações. O resultado dessa operação é uma equação em
que a variável x foi eliminada:
3x + 6 y = 15
−
3x + y =10
0x + 5y = 5
Se juntarmos essa equação com a primeira do sistema original teremos o seguinte sistema:
x + 2 y = 5
0x + 5y = 5
Da segunda equação encontramos y=1. Substituindo esse valor na primeira equação
encontramos x=3.
Note que você provavelmente já resolveu um problema desse tipo. Esse é o fundamento do
método de eliminação de Gauss.
OBS.:
É importante observar que o sistema linear final é equivalente (triangularizado) ao sistema
inicial, ou seja, os dois sistemas têm a mesma solução.
• Estágio (1): Elegemos a linha 1 como sendo a linha de referência, devendo então conservá-la no
estágio (1). Depois disso, devemos calcular os multiplicadores para as linhas 2 e 3. Finalmente,
devemos calcular os novos elementos das linhas 2 e 3. A matriz no estágio (1) antes dos
cálculos é mostrada abaixo.
L(11) 2 3 − 1 5
L2 (1)
(1)
L3
Cálculo dos multiplicadores:
Para o estágio (1), o cálculo é feito a partir da relação entre o primeiro elemento da linha que
se quer calcular o multiplicador pelo primeiro elemento da linha de referência (chamado de pivô).
Nesse caso, os valores são retirados da matriz do estágio (0). Matematicamente essa afirmação fica:
a i(10)
m i = ( 0) para i=2, 3,..., número de linhas do sistema linear.
a 11
- Para a linha 2 (i=2):
L(10) 2 3 − 1 5
L(20) 4 4 − 3 3
( 0)
L 3 2 −3 1 − 1
a ( 0) 4
m 2 = (210) = = 2
a 11 2
OBS.:
Segundo a teoria, todos os elementos abaixo da diagonal principal devem ser iguais a zero, o
que ainda não acontece nesse estágio (note o –6). Portanto, devemos fazer mais um estágio de
modificação.
• Estágio (2): Elegemos agora a linha 2 como sendo a linha de referência, devendo então
conservá-la (juntamente com a linha 1) no estágio (2). Depois disso, devemos calcular o
multiplicador para a linha 3. Finalmente, devemos calcular os novos elementos da linha 3. A
matriz no estágio (2) antes dos cálculos é mostrada abaixo.
L(12) 2 3 −1 5
L(22) 0 −2 − 1 − 7
L(32)
MATRIZES
Simplificadamente, podemos definir uma matriz como uma coleção de informações
dispostas segundo uma ordem. Essa característica se torna muito importante, pois as informações
podem ser acessadas (ou manipuladas) através da posição do elemento dentro da matriz.
Cada elemento da matriz é localizado por dois números: a linha e a coluna. A linha da matriz
é tomada na horizontal e convencionalmente contada de cima para baixo. Já a coluna é tomada na
vertical e convencionalmente contada da esquerda para a direita. Nos dois casos, a contagem se
inicia pelo número 1 (um). O cruzamento da posição da linha com a posição da coluna do elemento
é a sua posição.
Exemplo:
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
O endereço Tv. 13 de outubro, 123 está posicionado na linha 2 e coluna 2, ou seja, está na
posição (2,2). Note que a informação da linha vem sempre em primeiro lugar.
Os tipos mais importantes de matrizes são aqueles em que os seus elementos são números.
Em geral, esses números carregam importantes informações acerca de um determinado problema.
Exemplo:
1 10 2
- 2 -3 0
3 5 7
OBS.:
Chamamos de ordem de uma matriz ao número máximo de linhas e de colunas que a mesma
possui. Assim, para o exemplo anterior, temos uma matriz de ordem 3x3 (3 linhas por 3 colunas),
ou simplesmente matriz de terceira ordem (esse tipo de nomenclatura se dá quando o número de
linhas é igual ao número de colunas).
Toda matriz é representada por uma letra maiúscula com a indicação da sua ordem.
Exemplo:
a 11 a 12 a 1n
a 21 a 22 a 2n
A ( mxn) =
a m1 a m2 a mn
Ou ainda:
A = [a ij ]mxn
Onde a letra i representa linha e a letra j coluna, a letra m o número máximo de linhas e a
letra n o número máximo de colunas. Assim, a representação:
A = [a ij ]4x3
Indica uma matriz que tem número máximo de linhas igual a 4 e número máximo de colunas
igual a 3.
Quando m=n dizemos que a matriz é quadrada, pois o número de linhas sendo igual ao
número de colunas faz com que a matriz tenha a forma de um quadrado. Se mn dizemos então que
a matriz é retangular pelos mesmos motivos citados. A notação utilizada para os dois tipos de
matrizes é a seguinte:
a 11
a 21
A (1x 4) = a 11 a 12 a 13 a 14 A ( 4 x1) =
a 31
a 41
Vetor Linha Vetor Coluna
• Diagonal Principal:
Neste caso, a11 (i=1 e j=1), a22 (i=2 e j=2) e a33 (i=3 e j=3) pertencem à diagonal principal.
• Diagonal Secundária:
É composta pelos elementos em que a posição da linha somada com a posição da coluna é
igual à ordem da matriz mais um, isto é, a diagonal secundária é formada pelos elementos em que
i+j=n+1.
Exemplo:
a 11 a 12 a 13 1 10 2
A 3 = a 21 a 22 a 23 = - 2 -3 0
a 31 a 32 a 33 3 5 7
Neste caso, a13 (i+j=1+3=4), a22 (i+j=2+2=4) e a31 (i+j=3+1=4) pertencem à diagonal
secundária. Note que 4 é igual à ordem da matriz mais 1.
Um outro tipo de matriz interessante é a matriz diagonal. Nela, qualquer elemento fora da
diagonal principal é zero, ou seja, a ij = 0 para ij.
Exemplo:
a 11 a 12 a 13 1 0 0
A 3 = a 21 a 22 a 23 = 0 -3 0
a 31 a 32 a 33 0 0 7
Uma matriz diagonal com os elementos a ij = 1 para i=j é conhecida como matriz unidade ou
matriz identidade.
Exemplo:
a 11 a 12 a 13 1 0 0
I 3 = a 21 a 22 a 23 = 0 1 0 (matriz identidade de terceira ordem)
a 31 a 32 a 33 0 0 1
OBS.:
Note que a ij = 1 para i=j e a ij = 0 para ij.
A matriz que tem todos os seus elementos iguais a zero é conhecida como matriz zero ou
matriz nula e é representada pelo símbolo 0.
Exemplo:
A matriz em que todos os elementos abaixo da diagonal principal são nulos é chamada
matriz triangular superior. Por outro lado, a matriz é conhecida como triangular inferior quando os
elementos acima da diagonal principal são nulos.
Exemplo:
a 11 a 12 a 13 1 2 5
A 3 = a 21 a 22 a 23 = 0 -1 3
a 31 a 32 a 33 0 0 2
a 11 a 12 a 13 1 0 0
A 3 = a 21 a 22 a 23 = 4 -1 0
a 31 a 32 a 33 6 1 2
OBS.:
Note que a ij = 0 para i>j quando a matriz é triangular superior e a ij = 0 para i<j quando a
matriz é triangular inferior.
Chamamos de matriz oposta àquela cujos elementos são todos trocados de sinal em relação a
uma segunda matriz.
Exemplo:
1 2 3 - 1 -2 - 3
A = - 1 -2 - 3 e B = 1 2 3 são matrizes opostas.
0 1 2 0 -1 - 2
OBS.:
Note que a ij = −b ij e vice-versa.
Duas matrizes de mesma ordem são ditas iguais quando todos os seus elementos são iguais.
Exemplo:
1 2 3 1 2 3
A = - 1 -2 - 3 e B = - 1 -2 - 3 são matrizes iguais.
0 1 2 0 1 2
OBS.:
Note que a ij = b ij .
ADIÇÃO
Por definição, a soma de duas matrizes A e B resulta numa matriz C (todas de mesma
ordem) cujos elementos obedecem à seguinte lei:
PROF. RUBENS VILHENA FONSECA
ÁLGEBRA LINEAR E GEOMETRIA ANALÍTICA – PÁGINA 10
c ij = a ij + b ij
Exemplo:
Sejam as matrizes A e B definidas por:
1 2 3 1 0 2
A = - 1 -2 - 3 e B = 2 1 1
0 1 2 0 2 0
2 2 5
C = 1 -1 - 2
0 3 2
PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
1) A+(B+C)=(A+B)+C
2) A+B=B+A
3) A+0=0+A=A
4) A+(-A)=0
Exemplo:
Dados:
1 2 3
=2 e A = - 1 -2 - 3
0 1 2
PRODUTO DE MATRIZES
Considere as duas matrizes:
0
1
A (1x 4) = 2 3 4 5 B ( 4 x1) =
2
3
Por definição, o produto AB resulta numa matriz C com apenas 1 elemento (matriz 1x1)
conforme a seguinte operação:
c11 = 2 0 + 3 1 + 4 2 + 5 3 = 26
A 35 B 52 = C 32
=
Sendo que o número de colunas de A deve ser igual ao número de linhas de B, então será
necessário multiplicar 3 linhas da matriz A por 2 colunas da matriz B resultando numa matriz C de
ordem 3x2.
Numa forma geral, podemos expressar a afirmação da seguinte maneira:
A ik B kj = C ij
Com a multiplicação de seus elementos definida por:
n
c ij = a ik b kj
k =1
OBS.:
A matriz A cuja operação A2=A é chamada idempotente. Se existir um número inteiro k cuja
operação Ak=0 então essa matriz recebe o nome de nilpotente.
Exemplo:
As matrizes A e B são idempotente e nilpotente respectivamente:
1 0 0 2
0 1 0 3
A= , pois A2=A (verifique!)
0 0 1 4
0 0 0 0
A transposta é identificada através da letra que representa a matriz original seguida do índice
superior t. Conforme a regra de formação, a transposta da matriz A é dada por:
5 -5 2
A t = 8 -8 5
4 -4 1
MATRIZ SIMÉTRICA
Se a operação de transposição de uma matriz quadrada não alterar a matriz original, então a
matriz é dita simétrica. Matematicamente, uma matriz A é simétrica quando:
At = A
Exemplo:
1 5 9
A = 5 3 8 é simétrica (verifique!)
9 8 7
OBS.:
Numa matriz simétrica, os elementos são iguais em relação à diagonal principal
MATRIZ ANTI-SIMÉTRICA
MATRIZ INVERSA
Uma matriz é dita inversa quando atender à seguinte condição:
A -1A = AA -1 = I
A representação de matriz inversa é feita pelo símbolo A-1.
Exemplo:
Considere a matriz:
8 5
A=
3 2
A sua inversa é dada pela matriz:
2 − 5
A −1 =
− 3 8
A inversa de A é, portanto:
1 -4 2
A −1 = 0 2 - 1
0 -1 1
OBS.:
Algumas matrizes não tem inversa. Nesse caso, a matriz A não poderá ser transformada na
matriz identidade. O resultado é o aparecimento de uma linha com todos os elementos iguais a zero
durante a transformação. Mais tarde veremos que se uma matriz possui uma linha de zeros então o
seu determinante é igual a zero. Por esse motivo, não existirá a inversa.
MATRIZ ORTOGONAL
Uma matriz é chamada ortogonal quando a sua inversa é igual à sua transposta.
Exemplo:
cos − sen
A= é ortogonal (verifique!)
sen cos
A matriz identidade tem a propriedade de não alterar qualquer outra matriz numa
multiplicação, ou seja:
IX=X
Usando o conceito de inversa, um sistema linear pode ser resolvido da seguinte forma:
X=A-1B
Matricialmente, isso significa:
x1 1 a 22 − a 12 b1
=
x 2 a 11a 22 − a 12a 21 − a 21 a 11 b 2
Note a dependência de solução com a condição de existência da inversa de A (determinante
de A não-nulo).
DETERMINANTES
CÁLCULO DE DETERMINANTES
O determinante é uma função que associa a cada matriz quadrada Anxn um número real. Uma
de suas interessantes aplicações é a verificação se uma determinada matriz possui inversa.
Vamos começar pela definição do determinante de uma matriz A1x1. Nesse caso, temos:
Se A = a 1 , então det(A) = a 1
No caso de uma matriz de segunda ordem, multiplicamos os elementos presentes na
diagonal principal, subtraindo do resultado da multiplicação dos elementos presentes na diagonal
secundária, ou seja:
a 11 a 12 a 11 a 12
A= det(A) = = a 11a 22 − a 12 a 21
a 21 a 22 a 21 a 22
O cálculo do determinante de uma matriz de terceira ordem é um pouco mais complicado.
Primeiro, repetimos as duas primeiras colunas no final da matriz:
a 11 a 12 a 13 a 11 a 12
det(A) = a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
a 31 a 32 a 33 a 31 a 32
Em seguida, traçamos uma seta agrupando os três elementos da diagonal principal. A partir
daí, traçamos outras setas paralelas a essa e que agrupem três elementos. No final de cada seta
colocamos os resultados da multiplicação dos elementos correspondentes:
a 11 a 12 a 13 a 11 a 12
det(A) = a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
a 31 a 32 a 33 a 31 a 32
Agora, traçamos uma seta agrupando os três elementos da diagonal secundária. A partir daí,
traçamos outras setas paralelas a essa e que agrupem três elementos. No final de cada seta
colocamos os resultados da multiplicação trocados de sinal:
MATRIZES MENORES
Para o determinante de uma matriz de terceira ordem podemos observar o seguinte padrão
de formação:
det(A) = a 11a 22 a 33 + a 12 a 23a 31 + a 13a 21a 32 − a 13a 22 a 31 − a 12 a 21a 33 − a 11a 23a 32
det(A) = a 11 (a 22 a 33 − a 23a 32 ) + a 12 (a 23a 31 − a 21a 33 ) + a 13 (a 21a 32 − a 22 a 31 )
det(A) = a 11 (a 22 a 33 − a 23a 32 ) − a 12 (a 21a 33 − a 23a 31 ) + a 13 (a 21a 32 − a 22 a 31 )
As expressões entre parênteses são determinantes. Para a primeira expressão, temos:
a 22 a 23
(a 22 a 33 − a 23a 32 ) = M11 =
a 32 a 33
Para a segunda expressão, podemos fazer:
a 21 a 23
(a 21a 33 − a 23a 31 ) = M12 =
a 31 a 33
Finalmente, para a terceira expressão podemos fazer:
a 21 a 22
(a 21a 32 − a 22 a 31 ) = M13 =
a 31 a 32
M11, M12 e M13 são chamados determinantes menores e as matrizes relacionadas são
chamadas matrizes menores.
As matrizes menores são submatrizes presentes na matriz de terceira ordem quando
eliminamos as linhas e colunas correspondentes. Por exemplo, a matriz menor do determinante M12
é obtida eliminando-se a primeira linha e a segunda coluna da matriz original.
COFATORES
Voltando à expressão do determinante de terceira ordem:
det(A) = a 11 (a 22 a 33 − a 23a 32 ) − a 12 (a 21a 33 − a 23a 31 ) + a 13 (a 21a 32 − a 22 a 31 )
Através da definição de menores:
det(A) = a 11 (+ M11 ) + a 12 (−M12 ) + a 13 (+ M13 )
Podemos perceber que é valida a seguinte relação:
det(A) = a 11 (−1)1+1 M11 + a 12 (−1)1+ 2 M12 + a 13 (−1)1+3 M13
São chamados cofatores os termos:
C11 = (−1)1+1 M11
C12 = (−1)1+2 M12
C13 = (−1)1+3 M13
O determinante de terceira ordem pode ser expandido em cofatores da seguinte forma:
TEOREMA DE LAPLACE
Para matrizes de ordem superior de 3, o cálculo do determinante é feito através do teorema
de Laplace.
Observando o resultado da expressão do determinante de terceira ordem na forma de
cofatores, podemos generalizar o conceito para matrizes de qualquer ordem:
n
det(A) = a ij C ij
j=1
Nesse caso, podemos escolher qualquer uma das linhas da matriz (fixar o valor de i) e
calcular o determinante através da fórmula acima.
A variante desse teorema é a equação:
n
det(A) = a ij C ij
i =1
Nesse caso, precisamos escolher uma coluna (fixar o valor de j) e calcular o determinante
através da fórmula acima.
OBS.:
Deve-se dar a preferência para a linha ou coluna que possuir maior número de zeros entre os
seus elementos.
Exemplo:
Calcular o determinante da matriz abaixo:
1 0 0 0
0 1 0 0
A=
0 0 1 0
0 0 0 1
Nesse caso, podemos escolher qualquer linha ou coluna haja vista que todas possuem
número igual de zeros (todas possuem sempre três zeros).
Vamos então escolher a primeira linha da matriz A:
1 0 0 0
0 1 0 0
A=
0 0 1 0
0 0 0 1
O número 1 corresponde ao elemento a 11 cuja soma i+j vale 2. A matriz menor para esse
elemento é encontrada eliminando-se a linha 1 e a coluna 1 da matriz A. Assim, a primeira parcela
do determinante de A fica igual a:
Partindo para o elemento a 12 , a soma i+j é igual a 3. A matriz menor para esse elemento é
encontrada eliminando-se a linha 1 e a coluna 2 da matriz A. Portanto, a segunda parcela do
determinante de A fica igual a:
0 0 0
(−1) 3 0 0 1 0 =0
0 0 1
Para o elemento a 13 , a soma i+j é igual a 4. A matriz menor para esse elemento é encontrada
eliminando a linha 1 e a coluna 3 da matriz A. Portanto, a terceira parcela do determinante de A fica
igual a:
0 1 0
(−1) 4 0 0 0 0 =0
0 0 1
Para o elemento a 14 , a soma i+j é igual a 5. A matriz menor para esse elemento é encontrada
eliminando a linha 1 e a coluna 4 da matriz A. Portanto, a quarta parcela do determinante de A fica
igual a:
0 1 0
(−1) 5 0 0 0 1 =0
0 0 0
Finalmente, somando-se todas as parcelas, temos o valor do determinante da matriz de
quarta ordem:
det(A) = 1 + 0 + 0 + 0 = 1
Para se ter uma idéia do número de operações envolvidas através do teorema de Laplace,
vamos fazer algumas generalizações:
• 1 determinante de 4a ordem = 4 determinantes de 3a ordem
• 1 determinante de 5a ordem = 5 determinantes de 4a ordem = 5x4 determinantes de 3a ordem
• 1 determinante de 6a ordem = 6 determinantes de 5a ordem = 6x20 determinantes de 3a ordem
Como se pode notar, o número de operações cresce rapidamente conforme aumenta a ordem
da matriz. Nas situações práticas, algumas matrizes facilmente alcançam a 1000a ordem, portanto, o
número de operações torna totalmente inviável o cálculo de determinantes pelo teorema de Laplace.
PROPRIEDADES DO DETERMINANTE
1) Se uma linha (ou coluna) da matriz A é nula então det(A) = 0.
2) Se A é uma matriz com duas linhas (ou colunas) iguais então det(A) = 0.
3) Trocando duas linhas de posição o seu determinante troca de sinal.
4) Substituindo uma linha da matriz por ela somada a um múltiplo escalar de outra linha o
seu determinante não se altera.
5) Multiplicando uma linha da matriz por uma constante, o seu determinante fica
multiplicado por essa constante.
1 2 5
A = 0 3 3 det(A ) = 6
0 0 2
6
OBS.:
Verifique a afirmação aplicando o Teorema de Laplace à primeira coluna.
Exemplo:
Encontrar o determinante da matriz abaixo:
0 1 5
A = 3 -6 9
2 6 1
Primeiro, vamos permutar as linhas 1 e 2. O negativo decorre das propriedades do
determinante:
3 -6 9
det(A) = (−1) 0 1 5
2 6 1
Na primeira linha, todos os elementos são múltiplos de 3. Então, conforme as propriedades
de determinantes:
1 -2 3
det(A ) = (−1) (3) 0 1 5
2 6 1
Vamos agora multiplicar a primeira linha por -2 e somá-la à terceira linha. Sabemos, pelas
propriedades, que o determinante não se altera:
1 -2 3
det(A) = (−1) (3) 0 1 5
0 10 -5
MATRIZ ADJUNTA
A transposta da matriz dos cofatores de A é chamada matriz adjunta de A, ou seja:
C11 C12 C1n
C 21 C 22 C 2n
Se C = é a matriz dos cofatores, então Adj(A) = C t
C n1 Cn2 C nn
Exemplo:
Encontrar a matriz adjunta de A:
3 2 - 1
A = 1 6 3
2 -4 0
3 2 - 1
A = 1 6 3
2 -4 0
12 4 12
64 64 64
6 2 10
A −1 = −
64 64 64
− 16 16 16
64 64 64
REGRA DE CRAMER
Utilizando o conceito de matriz adjunta e inversa, podemos deduzir a origem da famosa
regra de Cramer para resolução de sistemas lineares.
Sabemos um sistema linear pode ser resolvido da seguinte forma:
X=A-1B
A inversa da matriz A pode ser calculada através da expressão:
Adj(A)
A −1 =
det(A)
Fazendo as devidas substituições, temos:
1
X= Adj(A) B
det(A)