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Concreto - Características Reológicas

 Reologia: estuda a evolução da deformação de um material,


ocasionado por tensões ao longo do tempo.

 a) Retração/expansão:
 A retração do concreto está intimamente relacionada
à perda de água para o ambiente. Os principais
fatores climáticos que retiram a água do concreto
são:
 a alta temperatura,
 a baixa umidade relativa do ar e a
 velocidade do vento que incide sobre a peça recém
concretada.

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Concreto - Características Reológicas

Fissura típica
de retração

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Concreto - Características Reológicas

 b) Fluência ou deformação lenta:


 É um aumento da deformação, sem que haja uma
mudança no carregamento da peça. Toma-se por
base a peça de concreto da figura a seguir,
carregada axialmente com uma tensão de
compressão constante ao longo do tempo, de
valor σc. No instante de aplicação do carregamento,
ela sofrerá uma deformação imediata ∆lci que
provocará o deslocamento da água quimicamente
inerte existente no interior do concreto para regiões
onde a mesma já tenha evaporado. Isso
desencadeia um processo análogo à retração,
aumentando a deformação até um valor máximo
(∆lct) no tempo infinito.

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Concreto - Características Reológicas

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Concreto - Características Reológicas

 c) Variação de temperatura:
 Uma peça submetida a uma variação uniforme de
temperatura t (ºC) terá uma deformação axial dada
pela expressão: εct = αt, onde α é o coeficiente de
dilatação térmica do material. Para o caso do
concreto, a NBR 6118 recomenda a adoção do valor
de 10-5/ºC. A variação de temperatura pode ser
ocasionada por dois fatores básicos:
 Meio ambiente;
 Calor de hidratação (em estruturas com grande
volume de concreto, ex.: barragens).

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Concreto - Características Reológicas

Para mitigar os efeitos da temperatura em estruturas


convencionais, deve-se:

 Prever juntas de dilatação, de tal forma que as


dimensões da estrutura entre as juntas seja inferior a
30,0m (indicação da antiga NB1:1978). Para executá-
las, é comum a utilização de “conjunto duplo”, mas
consoles e dentes Gerber em vigas também podem
ocorrer.

 Caso contrário, deve-se calcular o efeito da


temperatura na estrutura; sendo este um
procedimento refinado, que necessita de um sofwtare
de grande capacidade (Ansys, SAP).

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Concreto - Características Reológicas

Piso com junta de dilatação


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Aço

 Composição:
 O aço empregado em barras nas peças de concreto
armado é uma liga constituída de:
* ferro e carbono;
* mais outros elementos para melhoria das
propriedades.
 Segundo a NBR 6118, a massa específica dos aços
para concreto armado pode ser tomada como
7850kg/m3.
 O comprimento normal de fabricação das barras e
fios retos é de 12,0m.

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Aço - Processo de fabricação

Processo de fabricação do aço

Link: http://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo-ler.php?codConteudo=240

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Aço - Processo de fabricação

 Tipos de aço:
 a) Aço do tipo A: É o aço de dureza natural, no qual a
mistura de ferro com carbono é laminada à quente,
sem qualquer tratamento posterior. Os aços desta
categoria apresentam um patamar de escoamento bem
caracterizado no diagrama Tensão x Deformação. Este
aço dá origem às barras.

 b) Aço do tipo B: Os aços desta categoria são, após a


laminação à quente, encruados por deformação a frio
(torção, tração, trefilação, etc.). Estes aços não têm
patamar de escoamento definido. Dá origem aos fios.

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Aço - Processo de fabricação

Ilustração dos tipos de tratamento mecânico mais realizados no


aço:

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Aço - Denominação

 A nomenclatura é função do valor característico da


tensão de escoamento fyk:

CA-50

 “CA” significa Concreto Armado.

 “50” designa a resistência característica do aço, no


caso, fyk = 50 kgf/mm² = 500 MPa.

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Aço - Classificação

Barras Fios

CA-25 ou CA-50 CA-60

Ø ≥ 6.3mm Ø ≤ 10mm

Laminação a Trefilação
quente (processo a frio)
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Aço - Características Mecânicas

 a) Diagrama Tensão-Deformação das Barras (A)


 Item 8.3.6 da NBR 6118:2014.
TRAÇÃO

COMPRESSÃO

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Aço - Características Mecânicas

Características:
 Trata-se de um diagrama simplificado, onde o aço
é considerado um material elasto-plástico perfeito;

 10%0 = limitação p/evitar deformação excessiva;

 3,5%0 = funcionamento conjunto com o concreto


(compressão).

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Aço - Características Mecânicas

 b) Diagrama Tensão-Deformação dos Fios (B)


 A NBR6118:2014 permite utilizar o diagrama anterior
tanto para aços com (barras) ou sem (fios) patamar
de escoamento.
 Entretanto, nas situações de verificação de estruturas
antigas construídas com aço tipo B, é conveniente
utilizar o diagrama dos antigos aços B, dado pela
antiga NBR6118:1980.

Para todos os aços utilizados em concreto


armado, seja ele classe A ou B, o módulo de
deformação longitudinal:
Ecs ou Es=210.000 MPa (ou 21.000 kN/cm²)
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Aço - Bitolas

 A NBR 7480:2008 “Aço destinado a armaduras para


estruturas de concreto armado” através da tabela
abaixo fixa os diâmetros nominais.

(em destaque, os aços mais utilizados atualmente em obras


convencionais)

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Aço - Conformação superficial

 As barras lisas foram as primeiras a serem fabricadas,


mas com o intuito de melhorar as condições de
aderência entre o aço e o concreto e limitar as
fissurações surgiram as barras com nervuras.
 CA-25: barras obrigatoriamente lisas;
 CA-50: barras obrigatoriamente nervuradas.

(detalhe de nervuras em barras de aço)


 Por sua vez, os fios (aço CA-60B) podem ser lisos,
entalhados ou nervurados.
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CA – Bases do Dimensionamento

 1) Elementos estruturais
Estrutura é a parte resistente da construção e tem as
funções de resistir às ações e as transmitir para o solo.

Em edifícios, os elementos estruturais principais são:


 Lajes: são placas que, além das cargas permanentes,
recebem as ações de uso e as transmitem para os
apoios;
 Vigas: são barras horizontais que delimitam as lajes,
suportam paredes e recebem ações das lajes ou de
outras vigas e as transmitem para os apoios;

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CA – Bases do Dimensionamento

 Pilares: são barras verticais que recebem as ações das


vigas (ou diretamente de lajes) e dos andares
superiores e as transmitem para os elementos
inferiores ou para a fundação;
 Fundação: são elementos como sapatas, estacas,
blocos, radier etc., que transferem os esforços para o
solo.

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CA – Bases do Dimensionamento

 De maneira geral, e simplificada, pode-se dizer que o


“caminhamento” das cargas na estrutura de
sustentação de uma edificação segue a seguinte
ordem:
Laje

Viga foco da disciplina

Pilar

Fundação

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CA – Bases do Dimensionamento

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CA – Bases do Dimensionamento

 2) Cargas
Segundo a NBR 8681:2004, as ações são classificadas
segundo sua variabilidade no tempo em três
categorias:
 a) Ações permanentes (g)
Diretas: peso próprio da estrutura, peso de
elementos construtivos permanentes (paredes); peso
de equipamentos fixos; empuxo de terra não
removível;
Indiretas: protensão, recalques de apoios e a
retração dos materiais.

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CA – Bases do Dimensionamento

 b) Ações variáveis (q)


Cargas acidentais, efeito do vento, variação da
temperatura, forças de impacto, cargas móveis em
pontes, pressão hidrostática.

 c) Ações excepcionais
Explosões, terremotos, choques de veículos,
incêndios, enchentes.
(Os incêndios também podem ser levados em conta
por meio de uma redução da resistência dos materiais
constitutivos da estrutura.)

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CA – Bases do Dimensionamento

Duas normas são fundamentais na determinação das


cargas em edificações convencionais:
* NBR6120:1980 – Cargas para o cálculo de estruturas
de edificações
* NBR6123:1988 – Forças devidas ao vento em
edificações

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CA – Bases do Dimensionamento

 3) Estados limites
Dizemos que uma estrutura atinge um estado limite
quando ela apresenta desempenho inadequado às
finalidades da construção, não mais preenchendo os
requisitos necessários de estabilidade, conforto e
durabilidade para o seu funcionamento.
Podem ser classificados em duas categorias:

* Estado Limite Último (ELU);


* Estado Limite de Serviço (ELS).

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CA – Bases do Dimensionamento

 3.1) Estado Limite Último: um estado limite último


acontece quando o edifício tem o seu uso interrompido
por um colapso parcial ou total da estrutura. Ex.: um
pilar mal dimensionado provoca a ruína de um prédio.

Trata-se de uma situação última, indesejável a todo


engenheiro. Diversos coeficientes de segurança
são adotados para evitar este tipo de situação.
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CA – Bases do Dimensionamento

O Estado Limite Último corresponde ao máximo da


capacidade portante, podendo originar-se de:
* ruptura de seções críticas;
* perda de estabilidade (incapacidade da estrutura
absorver reações de apoio ou forças de ligação em
vínculos internos);
* transformação da estrutura em mecanismos (ruptura
após plastificação).

Felizmente, em nosso dia a dia, não é


comum estruturas atingirem o ELU.

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 3.2) Estado Limite de Serviço (ou de utilização): um


estado limite de serviço acontece quando o edifício
deixa de ter seu uso pleno em função do mau
comportamento da estrutura. Ex.: uma janela deixa de
abrir devido à deformação excessiva de uma viga.

Um ELS está relacionado ao


funcionamento da estrutura.
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CA – Bases do Dimensionamento

O Estado Limite de Serviço caracteriza a


impossibilidade de utilização da estrutura visto que a
mesma não mais apresenta condições necessárias de
conforto e durabilidade. Origina-se de:
* deformações excessivas;
* fissuração excessiva;
* vibração.

Quando um ELS é alcançado, o uso


da edificação pode ser inviabilizado,
da mesma forma quando um ELU é
atingido.
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CA – Bases do Dimensionamento

 4) Segurança
No dimensionamento das estruturas para o estado
limite último (ELU), adotamos coeficiente de segurança
devido a:
* Incerteza dos valores das resistências dos materiais;
* Erros na geometria das estruturas;
* Incerteza da carga;
* Simplificação dos métodos de cálculo;
* Etc.

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CA – Bases do Dimensionamento

 Coeficientes de Ponderação Parciais: permitem definir


coeficientes de majoração ou minoração a cada
grandeza que influencia o comportamento das
estruturas.

 Cargas (item 11.7 da NBR6118:2014)


Trabalha-se com os valores de cálculo das solicitações
Fd , obtidos pela majoração de Fk (valor característico)
por um coeficiente (γf). O valor normal de γf é 1,4.

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CA – Bases do Dimensionamento

 Resistências dos materiais (item 12.4 da norma):


Trabalha-se com os valores de cálculo das resistências
do concreto e do aço obtidos pela minoração do valor
característico por um coeficiente.

Concreto Aço
O valor normal de γC é 1,4. O valor normal de γS é 1,15.

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