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BUDHA, O ILUMINADO

O Gentil Principe Sidharta

Esta é a história de um homem gentil que nunca matou nem prejudicou


nenhum outro ser em sua vida.
Na Índia antiga, os guerreiros eram bravos na guerra e fortes na batalha. E
mesmo que os reis governassem o povo com sabedoria e com justiça,
faltava algo. E, esse algo era a compaixão e a piedade.
Por exemplo, quando um guerreiro via um inimigo ferido caído no campo de
batalhe ele o matava ao invés de salva-lo. E, se um homem estivesse
morrendo de fome, não o ajudaria ou daria comida.
As pessoas eram bravas ou covardes, verdadeiras ou falsas, justas ou
injustas, mas não eram gentis ou boas. Elas não tinham pena de ver os
outros sofrerem.
Na cidade sagrada, onde habitavam os deuses, uma criatura/espirito veio
ante BRAHMA, VISHNU e SHIVA e disse: "Quero ensinar aos homens da
Terra piedade e compaixão porque eles são cruéis e sem coração e eles
nem sabem que são assim." E BRAHMA respondeu: "Só uma criatura
espirito muito especial poderá tornar-se um mestre de gentileza e piedade.
Só depois de ter vivido várias vezes, ter sofrido várias dores e cada,
desgosto é que você poderá tornar-se este professor. O nome para esse
professor é Buddha. Serão necessárias várias vidas na Terra, com muito
trabalho, desgosto e sofrimento para poder tornar-se a Buddha, o professor
da compaixão e do perdão. Você está dispostos a assumir tudo isso?" E o
espirito respondeu: "Sim, estou.
Então, na época apropriada, o espirito que queria tonar-se o Buddha
nasceu na Terra. Ele tornou-se rei e embora todas as suas terras tenham
sido roubadas por um inimigo, o rei não sentiu nenhum ódio por ele, nem que
vingança. O rei morreu em uma grande pobreza e logo em seguida nasceu
novamente e, com camponês. Casou-se e teve vários filhos e amava-os de
todo o coração. Mas houve uma guerra os soldados estrangeiros pegaram
seus filhos e os venderam como escravos. O camponês nunca mais os viu e
mesmo assim não odiou os soldados e morreu.
Mais uma vez o espirito voltou, desta vez como uma criança de pais pobres.
Quando ele ainda era muito jovem, seus pais morreram de uma epidemia.
Mas ninguém cuidou dele ou o alimentou. O pequeno órfão vivia de grãos
achados nos campos e nunca quis odiar aqueles que a mandava embora
cada vez que pedia comida.
Então, a alma que queria tornar-se Buddha viveu uma vida após outra na
Terra. Ele nascia várias vezes e em cada Vida tinha que sofrer.
Mas ela nunca se sentiu desejosa de vingar-se daqueles que lhe causavam
sofrimento. finalmente chegou a hora da alma deixar a terra e aparecer
diante de BRAHMA. O deus disse a ela: "Agora você aprendeu tudo o que
precisava para tomar-se um Buddha, o professor do perdão e da compaixão.
Em sua próxima vida na Terra, você será um Buddha e quando voltar ao
paraíso, você será superior aos deuses. Mesmo nós, os deuses, nos
inclinamos diante do Buddha".
Naquele tempo vivia na Índia um rei chamado Sudhodana. Sua mulher, a
rainha, chamava Maya e uma noite ela teve um sonho .
Ela se viu cercada por uma multidão de pessoas que se inclinavam diante
dela Quando ela contou o seu sonho ao Rei Sudhodana, ele chamou os
homens mais sábios de seu reino para dizer o que este sonho queria
significar. Eles reuniram-se e conversaram entre eles e o mais velho disse: “
Alegre-se Rainha Maya! Você terá um filho que será grande entre os
homens”.
E o sábio homem continuou: "Mas o seu filho terá a escolha entre dois tipos
de grandiosidade. Se ele ficar aqui, na corte do Rei Sudhodana, ele se
tomará o mais poderoso governante. Suas conquistas tocarão todos os
cantos da Terra e muitas nações o chamarão de Criador ou Mestre. Mas ele
também poderá fazer outra coisa, ele poderá renunciar a seu trono com
todas as suas glórias, fama e tesouros, tornando-se um humilde mendigo. Se
ele fizer isto, se tomará um grande professor. Ele será um Buddha, o que
significa "aquele cuja mente s estará repleta de luz da mais alta sabedoria
ou o "Iluminado".
Quando o rei ouviu isso, ficou muito satisfeito que o seu futuro filho seria, em
qualquer caso, um homem grande e famoso. Mas Sudhodana também
decidiu que faria de tudo para que o seu filho se tornasse um grande
governante ao invés de um mendigo.
Chegou o momento da rainha Maya dar à luz. Embora ela não soubesse,
naquela criança estava a alma que havia passado por vários sofrimentos em
vidas anteriores para que pudesse tornar-se um Buddha -O menino foi
chamado de Sidhartha e a ele foi ensinado sobre todas as coisas que o filho
de um rei deve saber, como por exemplo como conduzir uma carruagem e
como usar arco e flecha Entretanto, Sidhartha não era como os outros
príncipes. Em algumas competições de carruagens quando os seus cavalos
estavam bem na frente, o príncipe parava e deixava os outros ganharem.
Ele não tinha muito prazer em deixar os cavalos continuarem a correr
quando via que os animais estavam cansados e suados.
E embora as flechas de Sidhartha nunca falhassem quando o alvo era um
pedaço de madeira, o príncipe se recusava a treinar suas habilidades em
animais vivos. Os outros nobres da corte riam do seu futuro rei, mas
Sidhartha nem ligava.
Um dos homens nobres da carte de Sudhodana era o príncipe Devadatta,
primo de Sidhartha. Ele era muito orgulhoso de sua habilidade com arco e
flecha e estava sempre pronto a praticar em qualquer animal que visse
passar. Um dia Devadatta estava no jardim do palácio e viu um bando de
cisnes selvagens. Pensou que os pássaros brancos faziam um maravilhoso
contraste com o azul e rapidamente pegou o seu arco e flecha. Ele atirou na
direção dos cisnes e atingiu a asa o um deles. O pássaro foi voando cada
vez mais devagar, até cair em uma outra parte do jardim onde se encontrava
o príncipe Sidhartha e caiu perto dele.
Havia sangue na asa do cisne quando o príncipe pegou-o. Primeiro o cisne
assobiou e parecia incomodado, mas com um simples toque de suas mãos,
Sidhartha fez com que o pássaro se acalmasse. Ele tirou a extremidade da
flecha e pôs uma pomada na ferida. Então, um servo veio e disse: "Meu
mestre, o príncipe Devadatta atirou em um cisne e ele o viu cair em alguma
parte deste jardim. Você o viu, príncipe Sidhartha?" E o príncipe respondeu:
"Sim, é este, o cisne mas vou salvar sua vida e Devadatta não pode tê-lo”.
Quando o servo deu o recado, Devadatta ficou furioso. Ele foi ver Sidhartha e
pediu seu cisne volta, mas ele recusou.
No final, os dois príncipes concordaram que sua disputa deveria ser resolvida
pelos sábios da corte. Quando eles, ouviram toda a história disseram: "E
claro que aquele que salva vida tem mais direito do que aquele que só
deseja matar. Então, Sidhartha cuidou do cisne até que ele pudesse voar.
Mas a partir desse momento, Devadatta o odiou.

Caminhada Além das Muralhas do Palácio


O Rei Sudhodana, pai do gentil príncipe Sidhartha, não queria que seu filho
se tornasse outra coisa se não um guerreiro que pudesse conquistar muitas
nações. Era certo que ele não queria que seu filho se tornasse um Buddha
que viveria como um mendigo sem lar.
Então ele perguntou aos sábios: “Que posso fazer para ter certeza de que eu
filho não se tornar um professor mas sim um grande rei? E os sábios
responderam. “ O príncipe ainda jovem é por enquanto viveu em um belo
palácio com jardins esplêndidos. Ele não conhece a pobreza. Nem Viu
pessoas velhas nem doentes. Também nunca viu a morte nem corpos
mortos. Se você quiser preservá-lo, as coisas terão que continuar assim. Ele
não poderá ver idosos, sofrimento, doenças ou morte. Se ele ver uma
destas coisas, com certeza cederá.
Então, o rei Sudhodana fez tudo o que podia para evitar que o seu filho visse
algo de triste, alguém sofrendo. Só pessoas jovens, saudáveis e bonitas
eram aceitas na corte.
"Em volta do palácio o rei construiu três muralhas ao invés de uma, para que
o príncipe não pudesse vislumbrar a doença e a morte das pessoas que
viviam fora dali.
No interior das muralhas, no palácio e nos jardins, havia todas as distrações
e prazeres possíveis para o príncipe: jogos, músicas e competições. Mas
ninguém era autorizado a falar sobre doença ou morte em sua presença.
Sidhartha parecia satisfeito com essa vida! Quando tornou-se mais adulto,
casou-se com uma da princesa. Ele estava tão feliz que seu pai achou que
não precisaria mais se preocupar com seu filho.
Mas um dia o príncipe anunciou que queria passear com sua carruagem
além das Muralhas do palácio e através da cidade.
Quando o Rei ouviu isso, enviou imediatamente mensageiros à cidade para
avisar que quando o príncipe Sidhartha passasse pelas ruas nenhum velho,
nem doente deveria aparecer. O Rei também ordenou que não houvesse
nenhum funeral; que as pessoas pusessem suas melhores roupas e
decorassem suas casas com flores.
Chegou o dia em que a carruagem do príncipe Sidharths dirigiu-se à cidade.
Ao lado dele estava Channa, seu cocheiro, o qual conduzia os cavalos. Por
onde passavam havia uma multidão pelas ruas. Mas ao virar uma esquina,
um homem velho apareceu, de repente, diante deles.
Ninguém sabia como aquele homem chegou até lá e mais tarde as pessoas
disseram que foi um deus que tomou a forma humana. Mas seja quem for,
era um velho homem arqueado com a idade, com cabelos brancos, a pele
toda enrugada e seus olhos eram foscos. Então Sidhartha perguntou: "O que
aconteceu a este homem que ele é tão diferente dos outros?
O dirigente da carruagem disse a verdade. "É um homem velho. Todos os
seres humanos ficam assim quando vivem por muito tempo”.
Quando o príncipe ouviu isso, ordenou ao cocheiro para voltar ao palácio.
Ele não conseguiu mais se distrair com os prazeres e diversões, nem
contemplar os jardins. Por muitos dias ele esteve concentrado em seu
pensamento, mas após algum tempo esqueceu o velho homem e viveu como
antes. Algum tempo mais tarde Sidhartha saiu para uma caminhada com sua
carruagem e Channa.
Nas ruas, a multidão era jovem e bonita pois o rei havia enviado seus
mensageiros decretando que pessoas idosas ou doentes não eram
permitidas nas ruas. Ao passarem pelas ruas, o principe Sidhartha via
pessoas jovens e saudáveis como ele. Mas, mais uma vez algo aconteceu
contra a vontade do rei.
Quando a carruagem acabou de passar, um homem apareceu no caminho.
Seu rosto era pálido, sua pele coberta por erupções, suas mãos tremiam e
ele só conseguia caminhar apoiando-se em sua bengala.
Ninguém sabia quem ele era, de onde havia vindo e para onde foi mais
tarde. Quando o príncipe Sidhartha viu essa imagem lamentável, ele
perguntou ao seu cocheiro "O que aconteceu com esse homem?" E o
cocheiro respondeu: "Ele deve estar doente, ele está com uma doença" E
Sidhartha disse "Doença, doente, eu nunca ou falar nisso". Então o cocheiro
explicou que cada pessoa pode, a qualquer momento, ficar doente e que
ninguém pode evitar uma doença.
Quando o príncipe ouviu isso, pediu ao cocheiro para levá-lo de volta ao
palácio. Ele triste e não conseguia aproveitar as belezas e os prazeres do
palácio e pensava em como as pessoas sofriam de todos os tipos de
doenças. E, após algum tempo esqueceu do homem doente assim com
esqueceu do velho homem.

O encontro com a morte


Não era frequente que o príncipe Sidhartha desejava partir do seu belo
Palácio e da agradável companhia da corte. Havia tanta coisa para mantê-lo
ocupado e satisfeito que ele quase não tinha motivo para querer sair para a
cidade.
Mas mesmo a vida mais agradável pode se tornar aborrecida se não houver
mudanças.
Então, mais uma vez anunciou que queria sair. Tão logo o seu pai ouviu isso,
enviou mensageiro para a cidade com já havia feito antes, avisando que
quem o desobedecesse seria punido:
Mas, quando o príncipe e o seu cocheiro se dirigiam á cidade, uma estranha
procissão apareceu Uma fila de homens e mulheres caminhava no meio da
rua, vagarosamente e a carruagem de Sidhartha foi obrigada a parar.

O homem à frente da procissão carregava em seus ombros uma maca na


qual estava deitada uma figura humana toda enrolada. Atrás seguiam
homens e mulheres que choravam e soluçavam. F ninguém sabia quem eles
eram nem de onde vinham. -

O príncipe olhou para este estranho espetáculo e perguntou ao cocheiro: "O


que é isso? Por que estas pessoas estão chorando? E por que tivemos que
parar? "E o cocheiro respondeu: "Meu lorde, isso é um funeral", "Um
funeral?", disse Sidhartha. "O que significa isso?" E o cocheiro res pondeu:
“Este vulto na maca é o corpo de um homem que morreu. A família deste
homem morto o está levando para o lugar onde ele será enterrado.”

E o príncipe perguntou: "Um homem que morreu? Do que você está falando?
O que aconteceu a este homem?"

Então, o cocheiro explicou-lhe que nenhum ser humano vive para sempre.
Todos temos que morrer em um certo momento, por idade ou doença, em
acidentes ou guerra. Todos neste mundo terão que morrer um dia.

O príncipe Sidhartha nunca havia ouvido falar na morte. Agora ela sabia
que não somente as pessoas na cidade morreriam um dia mas também
seus amigos, pais, irmãos, irmãs e ele próprio. Ele sentiu-se tão triste que
ordenou voltar ao palácio, e enquanto volta, recordou-se do velho homem e
do doente. Mas pior de tudo, ele não podia esquecer o homem morto.

E a partir daquele dia, o príncipe Sidhartha sentiu que nunca mais poderia
ser feliz. Quando chegou ao palácio, um servo anunciou que sua esposa
havia dado a luz a um menino e o príncipe foi ver sua mulher e a bebê.
Tudo o que ele pode dizer foi "Isso dificulta ainda mais as coisas, mas sua
mulher não entendeu o que queria dizer.
Naquela noite uma grande festa aconteceu no palácio para celebrar esse
nascimento. Havia música e passatempos mas o príncipe olhava as
comemorações silenciosamente. Bem tarde a fersta terminou. Todas as
pessoas foram dormir e rapidamente o palácio ficou silencioso.

Quando todos estavam dormindo, o príncipe Sidhartha deixou o seu quarto


e suavemente caminhou até o quarto onde dormiam sua mulher e seu filho.
Uma luz muito suave iluminava o quarto e embora ele estivesse ansioso
para tocar seu filho, ele teve receio de acordar a criança e ficou observando-
os longamente e depois partiu.

Ai chamou seu fiel cocheiro e disse-lhe para selar o melhor cavalo. O


cocheiro achou isso estranho e o príncipe disse: “ Estou indo a minha última
cavalgada .Esta noite vou deixar meu lar minha família.”

Quando o cavalo ficou pronto. Sidhartha cavalgou cuidadosa e


vagarosamente para não atrapalhar , nem acordar ninguém.

E pelo poder dos deuses, os soldados que estavam de guardar nos portões
do palácio estavam prontamente adormecidos e puderam sair do palácio
rumo à cidade.
Eles avançaram bastante, e então o príncipe parou. Ele trocou suas roupas
reais pelos panos das roupas dos eremitas. Ele deu a roupas e o cavalo a
seu cocheiro e disse-lhe para levar tudo ao palácio e dizer á sua família que
tinha ido embora para sempre.
Aí começa uma nova vida para Sidhartha.

Sidhartha, o Mendigo Desabrigado


O principe Sidhartha deixou seu lar real com todos seus prazeres e alegrias,
que seu pai organizarou tão cuidadosamente para ele. Entretanto ele não
abandonou sua família e seu pequeno filho por razões egoístas. Isto teria
sido muito errado.
O coração de Sidhartha estava tão cheio de dó e compaixão por todas as
pessoas sofredoras do mundo que ele quis encontrar a solução para trazer
conforto e ajuda a eles.
Mas para fazer isso ele tinha que abandonar todas as suas alegrias, deixar a
sua família e sua vida de prazeres no palácio E isso é algo que encontramos
várias outras vezes na Historia - grandes homens e mulheres os quais
ajudaram milhões de pessoas, geralmente tiveram que deixar de lado suas
próprias alegrias.
Então agora o príncipe Sidhartha tornou-se um mendigo desabrigado. Ele
era acostumado com a melhor seleção de alimentos e agora tinha que pedir
comida. Quando ele sentou-se pela primeira vez no chão para comer o que
as pessoas lhe davam- pedaços de vegetais velhos e pães ou algo cozido a
muitos dias - ele quase não conseguiu engolir. E então disse a si mesmo
“Esta será minha comida no futuro, Preciso me acostumar". E forçou-se a
comer, mesmo não gostando.
Mas Sidhartha não perdia muito tempo pedindo comida ou comendo. Ele
passa quase o tempo todo pensando. "O que posso fazer para ajudar às
pessoas infelizes no mundo?” Por muito tempo ele não encontrou a resposta.
Então encontrou outros homens sagrados – e disseram-lhe que se ele
tentasse ficar sem comer, o maior tempo possível os deuses lhe enviariam a
resposta a sua pergunta.
Então Sidhartha ficou sem comer, fez jejum durante dias e tornou-se tão
magro esquelético que ninguém o reconheceria.
Um dia ele desmaiou por causa de seu cansaço e fraqueza. E, quando voltou
a si, disse: "Agora sei que o jejum não é o caminho certo para encontrar a
resposta a minha pergunta" E começou a comer o que as pessoas davam.
Mas embora ele não soubesse, a hora de tornar-se Buddha estava próxima
e todo o sofrimento vivido em outras vidas na Terra, iria frutificar.
Um dia na estação de calor, quando o sol ardia. Sidhartha veio para as
imediações da vila. Viu uma figueira e sentou-se embaixo dela na sombra. E,
como sempre, sua mente perguntou: "O que posso fazer para ajudar os
infelizes no mundo?"
Mas os espíritos do mal e os demônios sabiam que a hora em que Sidhartha
receberia sua resposta é se tornaria Buddha estava chegando, então o rei
dos demónios, Mara, chamou milhares e milhares de monstros e espíritos.
O céu tornou-se todo escuro e preto em uma única nuvem formada por
demônios: demônios de línguas de fogo, demônios com dez braços e
demônios como cobras e dragões. Este vasto exército de demônios desceu
sobre o solitário mendigo que estava embaixo da figueira. Sidhartha,
entretanto, estava tão concentrado em seu pensamento o qual era tão
poderoso que, ao seu redor parecia existir um arco íris pelo qual nenhum
mal poderia penetrar. Desesperados, os demônios se jogavam contra o arco-
íris para quebra-lo, eles o agarraram e bateram forte, mas este era tão duro
quanto um diamante.
E durante todo esse tempo Sidhartha nem percebeu que havia um enxame
de monstros ao seu redor. Ele permaneceu impassível e calmo em seus
pensamentos. Quando Mara, o rei dos demônios, viu que seu exercito de
horrores não podia destruir Sidhartha, ele pensou em um outro truque.
Mandou todos os seus demônios embora e transformou-se em um ser
humano e correu em direção da figueira gritando: "Princips Sidhartha, eu
tenho a mensagem da sua esposa. O seu filhinho está doente e viverá por
alguns dias. Vá rapidamente e quem sabe, ao vê-lo, ele se recuperará. “
Mas Sidhartha respondeu: "Todo homem morrerá mais cedo ou mais tarde.
Eu tenho que acha conforto para todas as dores e não somente para as
minhas ou as da minha mulher pela possível morte de nosso filho. Então
Mara disse: “Inimigos invadiram o país de seu pai”. Ele precisa da força de
seu filho senão perderá suas terras e sua vida.
Mas Sidhartha respondeu: "Vários reis perderam suas terras e vidas antes.
Preciso achar conforto para todas as dores e não somente para o meu pai.”
Então Mara soube que estava derrotado. Foi-se embora sem nenhum poder.

A Iluminação Debaixo da Figueira

Tão logo o demônio Mara foi-se embora, Sidhartha entrou em profunda


concentração e não estava consciente de nada ao seu redor. Não permitiu
que fome, sede ou cansaço atrapalhassem o seu pensamento.
E quais eram os seus pensamentos? Eles eram uma pergunta e ela era.
“Como as pessoas libertam-se do mal”?
Um dia e uma noite passaram enquanto Sidhartha sentado perguntava com
todo seu coração e mente "Como pode a alma/o espirito livrar-se do mal?"
No final desta noite, sua mente parecia ter deixado seu corpo e ele viu um
dos grandes segredos do mundo. Ele viu que as almas das pessoas não
morrem quando o corpo morre. Elas vivem por algum tempo em um mundo
superior e voltam à Terra onde nascem novamente.
Mas para cada má ação, para cada mágoa causada e para cada mentira
contada em uma vida, na próxima pagarão com tristezas, dores, doenças e
sofrimentos. Então Sidhartha soube que o primeiro passo para tomar-se livre
do mal era saber que um dia temos que pagar por todas as nossas más
ações e se não for nessa vida será na próxima.
Sidhartha não estava satisfeito com esta resposta e perguntava-se "Como a
alma/o espirito torna-se livre do mal?"
E permaneceu em seu pensamento profundo, sem comida, bebida ou sono e
assim passou o segundo dia e a segunda noite. Então, liberado do corpo,
sua mente viu as almas dos homens indo de uma vida terrestre a outra e de
uma forma ou outra pagando suas dívidas.
Mas agora ele via o que realmente existia dentro das aImas. Agora ele podia
ver o que acontece para que as pessoas fizessem maldades, como magoar
as outras com ações, palavras ou mentiras. Ele pode ver que por trás da
maldade existe o egoísmo. Então entendeu que para se livrar do mal, a alma
deve entender que o mal vem do egoísmo.
Mas Sidhartha ainda não estava satisfeito com esta segunda resposta e
permaneceu em seu profundo pensamento durante um terceiro dia e uma
terceira noite.
Durante a noite, sua mente, liberada do corpo, elevou-se às alturas e ele viu
que todas as almas humanas tinham, há muito tempo atrás, vindo de uma
grande alma, a alma da humanidade. E exatamente como pequenas gotas
veem de grandes lagos ou várias faíscas nascem de um grande fogo,
Sidhartha viu que esta grande alma da humanidade, da qual todos nós
viemos, era cheia amor. Ela era cheia de compaixão por cada ser no mundo
e não havia lugar para o egoísmo.
Quando Sidhartha viu a glória do amor da gentileza que é a alma da
humanidade, foi como se sua mente estivesse repleta de luz.
Finalmente encontrou a resposta para a sua pergunta: a alma/o espirito
torna-se livre do mal através do amor, da gentileza, compaixão e piedade,
preocupando-se sempre mais com os outros.
Como saber disto foi como ter o íntimo todo iluminado, essa experiência da
terceira noite é chamada de iluminação. E Sidhartha, que foi o primeiro a ter
essa experiência, foi chamado a partir desse momento de "O Iluminado" ou,
na língua da Índia, como "Buddha".
A partir daquele dia e progressivamente Sidhartha tornou-se conhecido na
Índia e mais tarde no mundo todo como Buddha, o grande professor do amor
e da compaixão, que mostrou aos outro como libertar a alma da maldade.
Mas Sidhartha, na verdade, só estava preparando o caminho para a grande
alma da humanidade que ele viu quando estava sentado sob a figueira,
nascer na terra 500 anos mais tarde como Jesus Cristo.
O resto da humanidade teve que esperar Jesus nascer na terra, mas o
príncipe Sidhartha - Buddha, o viu muito tempo antes; na terceira noite, a
noite da iluminação que, dizem, era uma noite de lua cheia, em maio.

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