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HOMILÉTICA & ORATÓRIA

ESCOLA DE MINISTROS RHEMA – EMR


Professor: Manassés Guerra

ORATÓRIA

É a arte da palavra. É a arte de falar e argumentar em público através de sermões,


palestras, discursos e estudos.

A arte do uso eficiente das palavras, de falar em público eloqüentemente ou em


consonância com as regras da retórica.

HOMILÉTICA

É definida como a arte e a ciência de analisar, estruturar e apresentar mensagens


bíblicas. É denominada arte, porque envolve aspectos pessoais como retórica e
inteligência do pregador; e ciência, porque relata regras, princípios e padrões
concretos (Ver: Mt 10.19 / João 14.26 / 2Tm 2.15).

HOMILETIKE – (Grego) ensino em tom familiar


HOMILIA – (do verbo homileo ) Pregação cristã em forma de conversa.

O termo homilética surgiu no período denominado iluminismo durante os séculos XVII


e XVIII, quando as principais doutrinas teológicas receberam nomes gregos, como,
por exemplo,dogmática, apologética e hermenêutica.

Oratória nos dias atuais:

As exigências dos ouvintes sofreram transformações e conseqüentemente, a


orientação do ensino da arte de falar. Uma fala mais natural e objetiva, sem os
adornos de linguagem e a rigidez da técnica empregada até o princípio do século.
A platéia moderna deseja um orador que converse com o ouvinte em vez de um
orador que fale para ele.

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SETE RECOMENDAÇÕES PARA CONTROLAR O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

1.Quando o medo aparecer, encare-o normalmente


2.Controle seu nervosismo
3.Tenha uma atitude correta - Não seja pessimista
4.Antes de pensar como, saiba o que falar
5.Não adquira vícios
6.Chame sua voz com a respiração
7.A prática irá proporcionar-lhe o reflexo
QUINZE QUALIDADES DO ORADOR

1.A memória – recordar idéias e ordena-las, lembrar das palavras próprias para
traduzir e dar forma aos pensamentos, reproduzir imagens, lembrar números, datas,
estatísticas e posições matemáticas.

2.A habilidade – adaptar o conteúdo da mensagem ao interesse da platéia. Atacar


com veemência quando os ouvintes parecerem indefesos e recuar quando houver
resistência por parte da platéia.
3.A inspiração – é a forma como o orador cria e produz seu discurso, modificando e
substituindo a mensagem preparada com antecedência. Encontrar a forma nova de
vestir velhas idéias. O aperfeiçoamento da presença de espírito.
4.A criatividade – assemelha-se à essência da inspiração.
5.O entusiasmo – uma espécie de combustível da Expressão Verbal. Quem se
apresentar com o comportamento frio, insensível, apático e inalterado, provocará o
desinteresse dos ouvintes, por parecer desinteressado por aquilo que fala.
6.A determinação – obstáculos precisam ser ultrapassados e o fim desejado
alcançado.
7.A observação – o orador deve desenvolver a arte da contemplação. Detalhes de
uma observação poderão enriquecer a fala.
8.A teatralização – transmitir no falar e no agir as emoções esperadas pelo público.

9.A síntese – dizer tudo o que for preciso, somente o que for preciso, nada mais do
que for preciso. Tempo e objetividade.
10.O ritmo – a musicalidade da fala, a colocação mais ou menos prolongada das
vogais, a pronúncia correta das palavras, a alternância da altura da voz e da
velocidade. É preciso aperfeiçoar o ritmo da fala dentro do estilo de cada um,
aproveitando a energia, o timbre e a sonoridade da voz.

11.A voz – a voz determina a própria personalidade de quem fala. A voz é o veículo
de importância fundamental no transporte da mensagem, precisa ser bem cuidada
para não prejudicar a comunicação:

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11.1 - A respiração
O primeiro cuidado que se deve tomar para que a voz adquira a qualidade desejada é
respirar corretamente. Existe normalmente falta de sincronismo fono-respiratório.

11.2 - A Dicção
A pronúncia dos sons das palavras.

Alguns exemplos de deficiência na dicção:


Exs: “levá” no lugar de levar, “trazê” no lugar de trazer, “fizemo”no lugar de fizemos.

Omissão dos “is”intermediários:


Exs: “janero”no lugar de janeiro, “tercero” no lugar de terceiro, etc.
Troca do “u” pelo “l” e omissões de sílabas:
Exs: “Brasiu” no lugar de Brasil, “pcisa”no lugar de precisa, etc.

Erros provocados por alterações fonéticas:


Hipértese: transposição de som de uma sílaba para outra da mesma palavra. Exs:
trigue (tigre), drento (dentro).
Metátese: transposição de som dentro de uma mesma sílaba. Exs: troce (torce),
proque (porque).

Alguns vícios de linguagem:


Rotacionismo – é a troca do l por r:
crássico (clássico), Cráudio (Cláudio).
Lambidacismo – é a troca do r pelo l:
talde (tarde), folte (forte).

Exercícios para melhorar a dicção:


Fazer leitura em voz alta com obstáculos na boca (exs: lápis ou o dedo), dificultando a
pronúncia das palavras durante o treinamento.

11.3 – Velocidade
Rápida, muito rápida, lenta, muito lenta. Cada orador e cada assunto terão sua
velocidade própria, dependerão da capacidade de respiração, da emoção, da clareza
da pronúncia e da mensagem transmitida.
11.4 - A Expressividade da Fala
Exs.:
Sábia, sabia, sabiá
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“Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão”
“Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão”
“Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão”
“Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão”
11.5 – Intensidade
Não poderemos falar aos berros para um pequeno auditório, nem aos sussurros para
uma multidão.

12.Vocabulário – o vocabulário corporifica e traduz todas as nossas idéias.

12.1 - A Escolha do vocabulário ideal


•O vocabulário sofisticado
•O vocabulário pobre
•O vocabulário técnico ou profissional
•O melhor vocabulário

12.2 - Como desenvolver o vocabulário


•Vigiar a leitura
•Ouvir com atenção

13.Expressão Corporal – Todo o nosso corpo fala quando nos estamos comunicando.
A posição dos pés e das pernas, o movimento do tronco, dos braços, das mãos e dos
dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a
expressão do olhar, cada gesto possui um significado próprio, encerra em si uma
mensagem.
Em comunicação, nada deverá superar a naturalidade .

13.1 – Recomendações
Evite falar:
Com as mãos nos bolsos, com os braços nas costas, com os braços cruzados,
apoiados constantemente sobre a tribuna., não se apresentar com a postura do corpo
curvada para frente – excesso de humildade – ou a cabeça levantada olhando por
cima do auditório – arrogância ou prepotência.
• O movimento das mãos
• A posição das pernas
• A posição da cabeça
• A comunicação do semblante
• A comunicação visual
14.Naturalidade – quem pretende falar bem em público precisa ter em mente que
deverá ser sempre ele mesmo, aperfeiçoado, melhorado, desenvolvido, mas, ele
mesmo.

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15.Conhecimento - se não há mensagem a ser transmitida, não há motivo para falar.
Quanto mais enraizado estiver o conteúdo, maiores serão as chances de sucesso.
Falar sobre um assunto fora do seu campo de conhecimento e sem nenhum preparo
anterior, é correr riscos que danificarão o orador e a platéia.
SETE CONSIDERAÇÕES SOBRE O PÚBLICO

1. A idade
O público infantil
O público jovem
O público adulto
2. O sexo
O público feminino
O público masculino
3. O nível sociocultural
O público culto
O público inculto
4. O ambiente, a acomodação e o tamanho do auditório
O conhecimento prévio destes fatores favorecerá o sucesso da apresentação.
5. A expectativa
O que o público espera do orador (ou pregador)?
6. A linha de pensamento
Saber com antecedência como pensa a platéia pode não ser a chave para conquistá-
la, mas ao menos mostrará quais barreiras a serem vencidas.
7. O conhecimento do assunto
O público e o assunto a ser tratado.
O QUE NÃO SE DEVE FAZER AO INICIAR UMA MENSAGEM:

1. Pedir desculpas ao auditório


a) Problemas físicos ou de saúde
b) Falta de preparo ou de conhecimentos sobre a matéria

2. Contar gracejos, anedotas ou usar vocabulário vulgar

3. Começar com palavras vazias, desprovidas de objetividade


Ex: bem, bom, aí então, pois é

4. Fazer perguntas ao auditório


Ex: “O que você faz com o seu tempo?”

5. Firmar posição sobre assuntos polêmicos

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Ex: aborto, divórcio, pena de morte, política, eutanásia, política.

6. Usar chavões ou frases vulgares

Mais conselhos sobre o que não se deve fazer:


1. Fazer uma segunda e auto-apresentação.
2. Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo.
3. Molhar o dedo na língua para virar as páginas da bíblia.
4. Limpar as narinas coçar-se, exibir lenços sujos, arrumar o cabelo ou a roupa.
5. Usar roupas extravagantes.
6. Apertar a mão de todos (basta um leve aceno).
7. Usar esboços de outros pregadores, principalmente sem fonte.
8. Chegar atrasado.

AS PARTES QUE COMPÕEM UMA MENSAGEM:

1. Introdução – é no início que o orador deverá envolver o auditório, aguçando o seu


interesse e a sua curiosidade.

2. Preparação – aponta para a matéria principal do discurso, demonstrando o tema a


ser desenvolvido, expondo causas ou fatos como base onde se baseia o conteúdo
principal, mostrando os caminhos e as etapas a serem cumpridos:

2.1 - Proposição: o discurso reduzido na sua mais breve expressão.


2.2 - Narração: exposição das causas e dos fatos onde se semeia o conteúdo
principal.
2.3 - Divisão: é o segmento da preparação onde se comunica qual a ordenação para a
mensagem.

3. O assunto central – é a parte mais importante da mensagem, pois todo o trabalho


oratório é desenvolvido por sua causa. Dentro da estrutura do sermão, o
desenvolvimento é a parte principal. Ele é também chamado de esqueleto do sermão.
A manutenção da seqüência lógica do sermão, especialmente na passagem da
introdução para o corpo, depende principalmente de duas coisas, a saber: uma ordem
própria nas divisões e transições fáceis de um pensamento para outro.

4.A conclusão - recapitulação: recordar não só as partes já mencionadas, mas


enfatizando a mensagem principal. Coroar com êxito o objetivo desejado e galgado
em cada etapa da mensagem. Não convém apresentar material novo na conclusão.
Alguns não sabem como e quando terminar. Nunca se deve dizer: "Para terminar..."

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ou "Terminando..." e então ficar divagando durante mais cinco minutos. Não se deve
manifestar hesitação ou incerteza.

ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA A COMPOSIÇÃO DE UMA MENSAGEM:

1) Interdependência – cada uma das partes da mensagem deverá ter participação


efetiva na composição do conjunto.

2) Proporcionalidade – todas as partes deverão guardar proporcionalidade entre elas


e com a soma de todas.

3) Elucidação – o orador tem a tarefa de tornar fácil a compreensão do discurso,


esclarecendo e elucidando as dúvidas do ouvinte.
TIPOS DE SERMÕES

Sermão Temático: Cujos argumentos resultam do tema independente do texto;

Sermão Textual: É aquele em que toda a argumentação está amarrada no texto


principal que será dividido em tópicos. Os argumentos são extraídos diretamente do
texto bíblico e giram em torno de uma única idéia principal da passagem.

As divisões devem, preferencialmente e quando possível, vir em seqüência lógica e


cronológica. As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do
sermão, desde que elas se refiram à idéia principal.

Sermão Expositivo: Cujos argumentos giram em torno da exposição exegética


completa do texto.
Através deste tipo de sermão transmite-se um conceito bíblico com base num estudo
aprofundado do contexto histórico, teológico e gramatical. O sermão expositivo, assim
como o sermão temático e o textual, gira em torno de um tema, mas na mensagem
expositiva o tema é extraído de vários versículos em vez de um único.

Sermão Biográfico: É um tipo específico de sermão que tem por objetivo expor a vida
de algum personagem bíblico como modelo de fé e exemplo de comportamento.

Diferença entre sermão expositivo e textual:

No sermão textual as divisões principais oriundas do texto são usadas como uma
linha de sugestão, isto é, indicam a tendência do pensamento a ser seguido no
sermão, permitindo ao pregador extrair as subdivisões ou idéias de qualquer parte das
Escrituras. Já no sermão expositivo o pregador é forçado a extrair todas as

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subdivisões e, é claro, as divisões principais, da própria passagem que pretende
explicar ou expor.

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