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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O presente estudo está inserido concretamente na análise das principais medidas de controlo de
infecções que os profissionais da lavandaria hospitalar estão expostos durante o exercício de
processamento das roupas provenientes das diversas unidades de serviços de saúde.

O controlo de infecções no ambiente hospitalar, concretamente na Lavandaria é um tema


bastante recorrente, uma vez que é por meio de adopção de medidas que os profissionais de
saúde deste serviço podem ter uma boa qualidade de vida e bem-estar ao desempenharem suas
actividades, visto que os riscos a que estão submetidos são mínimos.

A lavandaria hospitalar é um dos serviços de apoio ao atendimento dos pacientes, responsável


pelo processamento da roupa e sua distribuição em perfeitas condições de higiene e conservação,
em quantidade adequada a todas às unidades do hospital. (NETO, 1986)

As lavandarias hospitalares são importantes para o controle de infecções hospitalares, porém, são
consideradas áreas críticas, pois oferecem riscos aos seus trabalhadores no processamento das
roupas.

(Fontoura, Gonçalves & Soares, 2011), pressupõem que, apesar da importância deste serviço no
controle de infecções hospitalares e no desenvolvimento das actividades de um hospital, a
preocupação com a saúde e a segurança dos trabalhadores é praticamente inexistente.
Trabalhadores da lavandaria hospitalar se submetem a elevadas cargas de trabalho e estão
expostos a diferentes situações de risco.

Portanto, devido a magnitude de riscos de infecção que este sector apresenta para os
profissionais, é de extrema relevância que sejam adoptadas medidas técnicas e administrativas de
modo a reduzir a ocorrência de infecções e favorecer a execução das actividades para melhoria
das condições de trabalho.

Conforme Siqueira (2005), o serviço de lavandaria hospitalar deve ser bem planejado. As
definições referentes a localização, aos fluxos, aos acessos, as dimensões devem ser feitas
obedecendo os princípios técnicos, garantindo desta forma, melhores condições de trabalho aos
profissionais contribuindo desta feita no controle de infecções no exercício das actividades.

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Com relação à estrutura do estudo, serão abordados inicialmente o problema, em seguida, os seus
objectivos gerais e específicos, a justificativa, a relevância deste estudo, apresentando a
delimitação da pesquisa no primeiro capítulo. Posteriormente, no segundo capítulo, será feita
uma revisão teórica abordando os constructos que integram as medidas de controlo de infecções
implementadas na lavandaria hospitalar. Após a revisão teórica dos principais dados referentes a
salvaguarda da saúde do profissional da lavandaria hospitalar serão apresentados, no terceiro
capítulo, a metodologia utilizada na pesquisa. Na última parte, que compreendem o quarto e o
quinto capítulos serão apresentados os resultados da pesquisa e as conclusões do estudo.

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1.2. Problematização
As infecções hospitalares constituem um importante problema de saúde pública no mundo.

Para Silva (2003) a infecção hospitalar alcança uma problemática de grande importância para a
saúde pública, a medida que interfere na eficácia da assistência, repercutindo em grandes custos.

(Fernandes, Ribeiro Filho & Barroso, 2000) sustentam que os factores intimamente relacionados
aos ambientes hospitalares facilitam o desencadeamento de infecções tais como: a desinfecção
inadequada, a disseminação dos microorganismos nos equipamentos hospitalares e a própria
inexistência de medidas de controlo de infecção.

A lavandaria hospitalar é um ambiente geralmente, quente e húmido, onde são lavadas roupas
infectadas com sangue, secreções e excreções e, além disso, são utilizados produtos químicos
para a desinfecção, faz-se esforço físico para pesar, dobrar e transportar roupas e operam-se
máquinas, tais como: lavadoras, centrífugas, secadoras, dentre outras. (FERNANDES,
FERRAZZA & FERNANDES, 2013)

Embora a actividade da lavandaria hospitalar seja fundamental para a melhoria da qualidade dos
demais serviços, têm-se levantado a possibilidade das roupas hospitalares serem prováveis fontes
de infecção para pacientes e profissionais.

Trabalhadores de lavandaria hospitalar se submetem a elevadas cargas de trabalho e estão


expostos a diferentes situações de risco ocupacional e ambiental, como: ferimentos causados por
agulhas e materiais perfuro-cortantes; infecções causadas por microrganismos no sangue ou em
outros fluidos orgânicos; ritmo de trabalho excessivo; exigência de produtividade; relações de
trabalho autoritárias; riscos físicos e químicos, como calor excessivo e humidade.

Para Fountora, Gonçalves & Soares (2011) os ferimentos causados por agulhas e materiais
perfuro-cortantes em hospitais envolvem risco de infecção por patógenos sanguíneos e têm factor
agravante, porque em muitos casos não é possível identificar o paciente-fonte e a maioria desses
acidentes acontece com os trabalhadores da lavandaria hospitalar.

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1.2.1. Questão Norteadora
Assim sendo, as dificuldades mencionadas, entre outras produzidas e reproduzidas pelos
hospitais e pelas condições de trabalho, exigem reflexões e intervenções visando a segurança e a
saúde desses profissionais.

Diante do exposto, a pergunta que se busca responder com o presente trabalho é:


Quais são as medidas de controlo de infecção a serem adoptadas na lavandaria hospitalar
para melhoria da qualidade dos serviços prestados?

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1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo Geral
 Analisar as medidas de controlo de infecção para melhoria da qualidade dos
serviços prestados na lavandaria hospitalar.

1.3.2. Objectivos Específicos


 Identificar as causas de ocorrência de infecção presentes na lavandaria hospitalar;
 Descrever os procedimentos técnicos e administrativos de controlo e redução de
infecção na lavandaria hospitalar;
 Explicar a importância da prevenção e controlo de infecções hospitalares na
lavandaria hospitalar para a segurança do trabalhador.

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1.4. Justificativa
Justifica-se este trabalho devido ao aumento relativo à preocupação em garantir a qualidade dos
serviços de saúde e a segurança dos profissionais da área de Saúde.

Observa-se o quanto a segurança do profissional tem recebido destaque através da gestão de


riscos, a partir da implementação de medidas de prevenção de danos e exposição aos riscos
decorrentes da actividade de processamento das roupas hospitalares, já que para proporcionar
uma melhor qualidade de prestação de serviços de Saúde ao paciente, requer do profissional da
lavandaria, uma vasta gama de conhecimento técnicos para executar os procedimentos de
maneira adequada não só no que diz respeito a salvaguarda do hospital, mas também da
capacidade dele possuir habilidades no manejo dos materiais utilizados no exercício da
actividade de processamento das roupas hospitalares.

Considera-se este, um estudo relevante para as instituições hospitalares, profissionais de saúde,


bem como, para os estudantes que estão em fase de formação e logo vão se inserir em unidades
hospitalares. Além disso, em razão da grandeza e transcendência das infecções.

O processamento de roupas de serviços de saúde é uma actividade de apoio que influencia


grandemente a qualidade da assistência à saúde, principalmente no que se refere à segurança e
conforto do paciente e trabalhador. Apesar das actividades realizadas nesse serviço não terem
sofrido grandes modificações nos últimos anos, houve um amadurecimento em relação aos riscos
existentes e à necessidade de um maior controlo sanitário das actividades ali realizadas.

Diante disso, percebemos a necessidade de revisar as orientações referentes ao processamento de


roupas utilizadas nos serviços de saúde, enfocando o controlo e prevenção de infecções
associados a essa actividade.

Outro factor que impulsionou a realização da pesquisa foi a grande demanda de informações
sobre o assunto solicitadas pelos profissionais dos serviços de saúde e das lavandarias
hospitalares. Portanto, espera-se que este trabalho seja um importante instrumento de apoio a
todos os envolvidos nas actividades de processamento de roupas de serviços de saúde e,
principalmente, que fomente a prática voltada a prevenção e controle de infecções.

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1.5. Relevância de estudo

1.5.1. Relevância Cientifica


Proporcionando ideias de diferentes autores que apresentam os seus posicionamentos em torno
do tema, a presente pesquisa será meramente importante para os académicos que estão a formar-
se na área de administração e gestão hospitalar e demais áreas de formação em Saúde, uma vez,
que irá impactar em boas práticas para a segurança e protecção dos trabalhadores, sobretudo, nas
áreas mais sensíveis, com elevado grau de exposição à infecções.

1.5.2. Relevância Social


A nível social, a pesquisa é relevante na medida em que se pretende fazer uma introspecção sobre
medidas de controlo de ocorrência de infecção que contribuam para a salvaguarda da saúde dos
trabalhadores que actuam na área de processamento de roupas hospitalares, proporcionando um
ambiente mais seguro e consequentemente, uma maior satisfação dos profissionais, contribuindo
desta feita, na melhoria da qualidade de assistência nos diversos serviços de saúde nos hospitais,
através da aplicação de novas técnicas de segurança individual e colectiva do trabalhador contra
infecções.

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1.6. Delimitação da Pesquisa
A delimitação da pesquisa, segundo Gil (1995, p. 70), “refere-se ao planeamento da mesma em
sua dimensão mais ampla”, ou seja, neste momento o investigador estabelece os meios técnicos
da investigação prevendo-se os instrumentos e procedimentos necessários utilizados para a
colecta de dados.

O objectivo deste trabalho é analisar a questão do controlo de infecções no sector da Lavandaria


dos Hospitais. Embora o controlo de infecções não seja um assunto deveras original, sua
discussão contínua sendo muito importante no contexto de Saúde hoje em dia.

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CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Infecção

(Rabelo, 2001) define infecção como o resultado da penetração, aderência e multiplicação de um


agente infeccioso específico no organismo humano ou animal onde possam causar efeitos
adversos. A transmissão pode ocorrer por contacto directo dos tecidos com líquidos biológicos
infectados, inalação de partículas aerossóis e inoculadas através de bordas cortantes e
instrumentos contaminados.

Para Cabral & Silva (2013) “é uma invasão por microorganismos nocivos, que vão além da
capacidade de reacção do organismo afectado e após infecção irão se multiplicar afectando os
órgãos de acordo com a sua espécie e virulência”.

Portanto, pelos conceitos acima referidos pelos autores, percebe-se que a infecção é decorrente
da invasão do organismo por agentes infecciosos, que interagem imunologicamente e se
multiplicam criando instabilidade nos diferentes sistemas que constituem o corpo humano.

Esta instabilidade pode ser originada por diversos factores que culminam com a exposição do
indivíduo a diferentes situações de riscos.

2.1.1. Infecções Hospitalares

No caso da infecção hospitalar, ainda Rabelo (2001) considera como tal, todo e qualquer tipo
adquirida após a entrada do paciente na unidade sanitária ou após a sua alta.

Por sua vez, (World Health Organization: WHO, 2016)define a infecção hospitalar como sendo
um evento adverso que mais mata nos serviços de Saúde em todo o mundo, sendo um risco
enorme para a segurança do utente, assim como do pessoal da Saúde.

A história das infecções hospitalares está fortemente vinculada a história da medicina, e a relação
entre os hospitais e as infecções acompanha a criação dos primeiros hospitais. (SPILK, 2010).

Pelas abordagens, percebe-se que o combate ao problema de infecções hospitalares envolve


desde adopção de novas tecnologias até mudanças simples de cultura.

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As Infecções Hospitalares (IHs) são decorrentes do desequilíbrio entre os mecanismos de defesa
imunológica do organismo relacionado a uma doença de base e da agressão terapêutica. Além
disso, Wenzel (1993) sustenta que a IH é responsável pelo prolongamento no tempo de
permanência dos pacientes no hospital, menor disponibilidade de leitos hospitalares, com o
consequente aumento do custo de tratamento.

2.2. Lavandaria Hospitalar

Segundo Fernandes, Ferrazza& Fernandes (2013) definem a lavandaria hospitalar como sendo
um sector de apoio que tem como finalidade colectar, pesar, separar, processar, reparar e
distribuir roupas em condições de uso, higiene, quantidade, qualidade e conservação a todas as
unidades do serviço de saúde.

Na visão de Neto (1986) a lavandaria hospitalar é um dos serviços de apoio ao atendimento dos
pacientes, responsável pelo processamento da roupa e sua distribuição em perfeitas condições de
higiene e conservação, em quantidade adequada a todas às unidades do hospital.

Com esta abordagem, justifica-se que o objectivo final da lavandaria hospitalar

é transformar, em quantidade estabelecida, no tempo adequado e com

segurança, a roupa suja e contaminada em roupa limpa.

(Lauro, 2001) defende que a função da lavagem das roupas é obter a completa higiene e a
preservação de contaminações.

Dá-nos a entender que a lavagem da roupa hospitalar tem por finalidades a remoção de sujidades
e cargas microbianas adquiridas durante o seu uso nas diferentes unidades dos serviços de Saúde,
propiciando boa aparência, conforto e bem-estar.

Destaca Silva (2006) que os profissionais da lavandaria são, também, submetidos a factores
ambientais que podem gerar diferentes problemas de saúde pelo não uso de equipamentos que
garantam a sua segurança e evitem problemas ergonómicos e posturais em função do espaço
físico de trabalho.

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Observa-se com isto que, é de extrema importância que os profissionais de Saúde, afectos a
lavandaria hospitalar tenham consciência sobre os riscos de contaminação pessoal e das roupas
higienizadas, já que neste sector são processadas roupas contendo microorganismos altamente
infecciosos.

A lavagem reduz 99% dos microorganismos presentes nas roupas hospitalares e que além da
preocupação em desinfectar a roupa durante a lavagem é necessário que toda equipe de
profissionais esteja conscientizada da necessidade do uso de técnicas correctas na manipulação
durante o processamento das roupas até sua distribuição, de modo a evitar a ocorrência de
infecções (CASTRO & CHEQUER, 2001).

(Siqueira, 2005) lembra que, na guerra da Criméia, a enfermeira Florence Nightingale


estabeleceu uma lavandaria hospitalar que, ao longo dos anos, foi se aprimorando com novas
tecnologias e capacitação dos profissionais.

Assim, quando o serviço de processamento de roupas é feito com qualidade, torna-se de suma
importância para o hospital, sendo factor de redução de infecções hospitalares.

Portanto, fica claro que, quando o sector da lavandaria hospitalar é menosprezado por alguns
administradores hospitalares, este sector acaba se tornando um risco para a própria instituição,
pois um serviço de processamento de roupas ineficaz acaba contribuindo para o aumento de
infecções hospitalares.

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2.2.1. Condições físicas da Lavandaria Hospitalar

Para Mezzono (1992) o planeamento físico da lavandaria hospitalar deve ser realizado
considerando a dimensão, distribuição, localização das instalações, circulação e fluxo do serviço.

Por essa razão, é necessário que o local de trabalho apresente uma racionalização do espaço com
um fluxo de circulação livre para não torna-se um espaço de propagação de microorganismos
infecciosos, causando transtorno aos profissionais do sector.

Uma lavandaria bem planejada para além de oferecer melhores condições de trabalho, aumento
da qualidade, pode diminuir significativamente os riscos de ocorrência de infecções por parte dos
profissionais no processamento das roupas (CÂNDIDO & VIEIRA, 2003).

(Castro &Chequer, 2001) dividem o sector de lavandaria hospitalar basicamente em área suja,
que é o sector de colecta, de separação e de lavagem da roupa e área limpa se divide em sector de
acabamento.

A principal medida introduzida na moderna lavandaria hospitalar, para o controlo das infecções,
foi a instalação da barreira de contaminação. Barreira esta que promove a separação das duas
áreas. Neste caso, torna-se necessário à utilização de lavadoras de barreira, isto é, com duas
portas de acesso, uma para cada área.

As barreiras de contaminação são soluções arquitectónicas representadas por estruturas que


devem ser associadas a condutas técnicas, visando minimizar a entrada e dispersão de
microorganismos (GREENE, 1970).

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COLECTA

Área Suja ou
RECEPÇÃO
Sector de
Separação e
Lavagem SEPARAÇÃOO
LEGENDA:
O
PESAGEM BARREIRA:

IDENTIFICAÇÃO
FLUXO NORMAL:
FLUXO NÃO CONSTANTE: - - - - - - - -

BARREIRA
LAVAGEM
Área Limpa ou
Sector de CENTRIFUGAGEM
Acabamento

TRATAMENTO SELEÇÃO

CALANDRAGEM SECAGEM PRENSAGEM PASSAGEM

SELEÇÃO

DOBRAGEM

Área de REPOUSO CONSERTO


estocagem ou
DISTRIBUIÇÃO
Sector da
Rouparia BAIXA
1
.

1
Manual de Lavanderia Hospitalar (Divisão de Serviços de Saúde Centro de Vigilância Sanitária, 1986).

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2.2.1.1. Processamento da roupa na área suja2

 Colecta: A colecta deve ser realizada em horário preestabelecido e a roupa suja deve
permanecer o menor tempo possível na lavandaria. Durante a operação de colecta, os
profissionais da lavandaria devem estar devidamente trajados de alguns equipamentos
que evitem qualquer tipo de contacto com microorganismos como luvas de borracha,
máscara e touca.
 Recepção: na área de recepção, a roupa é retirada do carrinho de colecta, a fim de ser
separada e pesada.
 Separação: na área de separação, os sacos de roupa suja são pesados e o resultado do
peso é registado em impresso próprio, para o controle de custos das diversas unidades.
 Pesagem: após separação, já em lotes, fardos ou sacos identificados, a roupa é novamente
pesada, em balança bem nivelada, para controlo contábil operacional da lavandaria e da
capacidade das lavadoras.
 Lavagem: é o processo que consiste na eliminação da sujidade fixada na roupa,
deixando-a com aspecto e odor agradáveis, nível bacteriológico reduzido ao mínimo e
confortável para o uso.
Após a conclusão das operações de recepção, separação, pesagem e lavagem, toda área suja deve
ser desinfectada e lavada de modo a se evitar a permanência de partículas infecciosas.

2.2.1.2. Processamento da roupa na área limpa

Concluídas todas as operações de processamento da roupa na área suja, segue-se com as


actividades da área limpa, que compreendem:

 Área para centrifugação: Nesta área são instaladas centrífugas para extracção do
excesso de água das roupas já lavadas. Caso sejam utilizadas máquinas lavadoras
extractoras, essa área pode ser dispensada.
 Área de para calandragem e prensagem: Essa área será determinada pelo tipo de
máquina a ser usada, usualmente são utilizadas calandras ou prensas.
 Área de secagem: As máquinas secadoras devem ser instaladas, preferencialmente, junto
à parede externa, possibilitando que o motor das mesmas fique fora da área de trabalho e

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Manual de Lavanderia Hospitalar (Divisão de Serviços de Saúde Centro de Vigilância Sanitária, 1986).

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evitando, desta forma, a propagação de calor gerado pelas secadoras para o ambiente
interno.
(Lisboa Torres, 1999) destacam que a área de lavagem e centrifugação, também chamadas de
área húmida, caracterizam-se pela fadiga nas tarefas, humidade expressiva e ruídos das
máquinas. Sendo que para prevenir acidentes nesta é necessário evitar acúmulo de água com a
utilização de área de escoamento das mesmas.

2.3. Medidas de controlo de infecções

O controlo de infecções na área de saúde é um desafio para os gestores hospitalares. Uma forma
eficiente de evitar a ocorrência deste fenómeno no ambiente hospitalar é por meio de uso de
Equipamentos de Protecção, prática que engloba o conjunto de acções de biossegurança
hospitalar.

O propósito é unicamente prevenir, eliminar ou reduzir os perigos relacionados as tarefas


executadas nas unidades sanitárias, concretamente na Lavandaria Hospitalar.

2.4. Biossegurança na lavandaria hospitalar

Segundo Zochio (2009) biossegurança “é um conjunto de acções voltadas para prevenção,


minimização e eliminação de riscos para a saúde, ajuda na protecção do meio ambiente contra
resíduos e na conscientização do profissional da saúde”.

Para(Neves, Porto, Marinho, & Braga, 2007) “é o processo voltado para a segurança, o controlo
e a diminuição de riscos advindos da biotecnologia”.

Observa-se através dos conceitos acima que, o conceito de biossegurança é fundamentado na


premissa de que os riscos podem ser identificados, avaliados e controlados pela ciência.

Portanto, os profissionais que actuam no sector da lavandaria hospitalar devem estar


conscientizados da necessidade do uso correcto, através da selecção de todos equipamentos

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necessários para garantia da protecção ideal para cada actividade baseando-se, sobretudo, em
dois critérios: a resistência química (permeabilidade) do material de protecção e sua resistência
física em situações de esforço.

2.4.1. Equipamentos de Protecção

(Peixoto, 2011), define equipamento de protecção como: “ todo e qualquer dispositivo individual
ou colectivo de fabricação em série ou desenvolvido especialmente para o caso, destinado a
proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, projectado conforme os riscos levantados e
os tempos de exposição observados, instalado em campo por pessoal especializado, segundo as
peculiaridades do ambiente ou do trabalhador, que será treinado no correcto emprego do
dispositivo e terá seus resultados monitorados para averiguação da manutenção de sua eficácia”.

2.4.1.1. Equipamentos de protecção colectiva (EPC)

Equipamentos de Protecção Colectiva são equipamentos instalados no local de trabalho que


servem para proteger mais de uma pessoa ao mesmo tempo (PEIXOTO, 2011).

Para (Teodoro, 2019) são equipamentos que devemser fornecidos pelas entidades com o
objectivo de proteger os trabalhadores dos riscos fornecidos pelo ambiente de trabalho, de
maneira colectiva.

Em outras palavras, são equipamentos instalados para garantir a segurança do trabalho enquanto um
grupo de profissionais executam uma determinada actividade ou tarefa.

Portanto, sendo um sistema ou dispositivo de protecção, sua finalidade é zelar pela saúde e pela
integridade física dos colaboradores e pacientes.

2.4.1.2. Funções dos EPC

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O mesmo autor acima referido, destaca as seguintes funções dos EPCs:

 Prevenir os trabalhadores ou qualquer terceiro que esteja transitando pelo ambiente de


qualquer acidente que possivelmente possa ocorrer;
 Reduzir ou até mesmo anular qualquer risco comum à todos os colaboradores que o
ambiente de trabalho possa fornecer;
 Por fim, minimizar perdas e aumentar a produtividade, ao fornecer aos trabalhadores, um
local de trabalho mais seguro.

2.4.1.3. Tipos de EPC

(Zochio, 2009) destaca em sua obra, os seguintes tipos de EPC para protecção dos profissionais
contra infecções:

Chuveiros de emergência: dentro da LH, este EPCé utilizado em casos de exposição em que
haja projecção de grande quantidade de sangue, substâncias químicas ou outro material biológico
sobre o profissional.

Extintores de incêndio: são equipamentos que se destinam a extinção ou controlo de princípios


de incêndio que pode advir no interior da lavandaria hospitalar, representado um risco aos
profissionais do sector.

Lavatório: equipamentogeralmente utilizado para lavagem e desinfecção das mãos durante o


exercício das actividades dentro da lavandaria hospitalar. De salientar que dentro da LH, a
lavagem das mãos deve ser feita de forma regular.

2.4.1.4. Importância do uso de Equipamentos de Protecção Colectiva

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O uso de EPCs nos estabelecimentos de saúde é de fundamental importância, pois reduzem
significativamente os acidentes de trabalho, contribuem com a prevenção de doenças, melhoram
as condições laborais, oferecem comodidade, promovem a eficácia e a eficiência na execução
das actividades e, ainda, representam baixo custo a longo prazo.

2.5.1.1. Equipamento de protecção individual (EPI)

Segundo Nhantumbo (2017), equipamentos de protecção individual: “é todo aquele usado para a
protecção e segurança do trabalhador, a fim de prevenir o risco de acidentes ou efeitos
prejudiciais á saúde dos trabalhadores”.

Para Alves (2013), é todo produto utilizado como ferramenta de trabalho, de uso individual,
destinado a protecção do trabalhador, minimizando riscos que ameacem a sua segurança e a
saúde no trabalho.

(Silva, Marquini, Sabadini&Carletti, 2018) ao se referirem em torno do uso dos EPI, salientam
que o uso destes equipamentos está directamente relacionado com a segurança dos trabalhadores.

O insólito é que em diversas ocasiões têm-se verificado trabalhadores de forma negligenciada,


deixando de cumprir aquilo que são, as normas estabelecidas pelo hospital para a prevenção de
infecções no exercício das suas actividades.

Portanto, para garantir que os profissionais da Lavandaria façam o uso destes equipamentos, não
basta apenas fornece-los estes equipamentos, mas deve se garantir que seja de fácil acesso,
prover treinamento regular sobre a higiene correcta e eficaz.

Os profissionais de lavandaria estão submetidos a riscos que podem comprometer sua saúde.
Silva (2006) relaciona as doenças pulmonares, do sistema músculo-esquelético, fadiga ocular,
lacrimejamento à ausência de equipamentos de protecção individual.

Como forma de garantir melhoria da qualidade e redução de ocorrência de infecções por parte
dos profissionais da Lavandaria Hospitalar no exercício das actividades; Bahia (2012) defende
que o pessoal da área da lavandaria deve possuir alguns equipamentos de protecção individual.

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2.5.1.2. Principais funções dos EPI

(Rabelo, 2001) destaca as seguintes funções dos EPI:

 Redução da exposição humana aos agentes infecciosos;


 Redução de riscos e danos ao corpo provocados por agentes físicos ou mecânicos;
 Redução da exposição a produtos químicos tóxicos;

 Redução da contaminação de ambientes.

2.5.1.3. Tipos de EPI

Segundo (FERNANDES et al., 2000; HINRICHSEN et al., 2004; APECIH, 2007) , os EPI
utilizados na Lavandaria Hospitalar são:

Luvas: é um dos importantes equipamentos a ser usado pelos profissionais da LH porque


constitui uma barreira de protecção para as mãos ao tocar artigos, roupas ou superfícies contendo
sangue e outros fluidos corporais.

Máscara e protecção ocular: o uso destes equipamentos é indicado em situações que houver
possibilidades de contaminação de mucosas (nariz, boca ou olhos) com sangue ou fluidos
corporais.

Toucas: é um artigo de grande importância para os profissionais da lavandaria durante a


realização de todas actividades no sector, porque permite que o couro cabeludo tenha uma
respiração eficiente enquanto coberto, não causando suor ou desconforto para os profissionais no
exercício das actividades, visto que trata-se de um sector quente e húmido.

Avental: utilizado para protecção individual nas situações onde houver risco de contaminação
com sangue, fluidos corporais ou outros líquidos. No caso da área suja da unidade de
processamento deve-se utilizar avental impermeável e de manga longa, principalmente na
selecção e classificação da roupa suja. Se o avental não for descartável, deve ser lavado

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diariamente. Na área limpa, quando existir a necessidade de centrifugação após a lavagem em
máquinas não extractoras deve-se também fazer uso de aventais impermeáveis.

Botas impermeáveis: o uso de botas é obrigatório na área suja e na área limpa quando não
houver lavadora extractora. São de uso individual, devendo ser lavadas no final de cada plantão.
A bota utilizada na área suja não deve ser usada na área limpa sem antes ser devidamente
higienizada.

Por conseguinte, estes equipamentos devem ser higienizados e guardados correctamente para
assegurar maior vida útil e eficiência.

2.3.1.2.3. Importância do uso dos EPI na Lavandaria Hospitalar

Fazendo o uso correcto dos EPI, os profissionais da Lavandaria garantem a sua segurança porque
estes permitem conforto no exercício das suas actividades, mesmo se usado sobre a roupa de
trabalho e fornecem uma barreira com resistência a água e alguns produtos químicos.

Passam uma imagem de credibilidade e compromisso com a higiene e com o cumprimento das
normas de controlo de infecções estabelecidas pelo Hospital.

Portanto, a adopção destes equipamentos é realizada em circunstâncias em que os equipamentos


de protecção colectiva não ofereçam completa protecção contra os riscos e acidentes no trabalho
ou doenças profissionais.

….

CAPITULO III: METODOLOGIA DO ESTUDO

3.1. Classificação quanto aos objectivos da pesquisa

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Estudante: Alberto César Chavana
Este estudo refere-se a uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva, que aborda uma análise em
torno das medidas de controlo de infecção na lavandaria hospitalar.

As pesquisas exploratórias, segundo Gil (2010, p. 27) “visam proporcionar proximidade com um
determinado fato, com vistas a torná-lo explícito, podendo envolver levantamento bibliográfico e
entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado”.

Associando a descritiva, pretendem descrever com exactidão os factos e fenómenos de


determinada realidade. Diante do exposto, tal realidade baseia-se na vivência do processo de
trabalho em relação ao controlo de infecção através das medidas aplicadas na Lavandaria
hospitalar.

3.2. Classificação quanto à natureza da pesquisa

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa.

De acordo com Minayo (2010), a pesquisa qualitativa consiste em um estudo para compreender
as relações de crenças, percepções, opiniões e interpretações dos homens referentes à sua forma
de se posicionar, pensar, sentir e viver, ou seja, é um universo de significados, que corresponde a
processos e fenómenos mais complexos que não podem ser reduzidos.

Dantas e Cavalcante (2006, p. 2) afirmam que a abordagem qualitativa é utilizada quando se


busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a
interpretação. Dessa forma, ao identificarmos as medidas eficazes para o controlo de infecções,
ter-se à possibilidade de conhecer a realidade destas que garantam a protecção do profissional no
exercício das actividade e reflectir acerca da necessidade de melhorias e investimentos para
garantir a qualidade do serviço de processamento das roupas hospitalares.

3.4. Classificação quanto à técnica de colecta de dados

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Estudante: Alberto César Chavana
As técnicas de colecta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma
ciência, ou seja, corresponde à parte prática da colecta de dados (LAKATOS & MARCONI,
1995).

Para atingir os objectivos desta pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos:

3.4.1. Observação

Segundo Cervo &Bervian (2002, p. 27) “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um
amplo objecto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso”.

Observação sistemática: Para Marconi &Lakatos (1996) a observação sistemática também pode
ser denominada observação estruturada, planejada e controlada. Essa técnica se utiliza de
instrumentos para colecta de dados.

3.4.2. Pesquisa documental

Segundo Lakatos e Marconi (1995), a pesquisa documental é a colecta de dados em fontes


primárias, como documentos escritos ou não, pertencentes a arquivos públicos; arquivos
particulares de instituições e domicílios, e fontes estatísticas.

3.4.3. Pesquisa bibliográfica

Segundo Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já


elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos e é importante para o
levantamento de informações básicas sobre os aspectos direita e indirectamente ligados à nossa
temática.

3.5. Classificação quanto à técnica de análise de dados

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Estudante: Alberto César Chavana
3.5.1. Análise de conteúdo

O método de análise dos dados utilizados foi a análise de conteúdo, que segundo Bardin (1977,
p. 42) consiste em um conjunto de técnicas de análise das comunicações, buscando obter através
de procedimentos sistemáticos e objectivos quanto a descrição do conteúdo de mensagens,
aspectos que permitam inferência de conhecimentos relativos as condições de produção ou
recepção dessas mensagens. Tomando por base, o que coloca Bardin, este método de análise
permite uma infinidade de investigações

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

23
Estudante: Alberto César Chavana
4.1. Condições arquitectónicas da Lavandaria Hospitalar para a prevenção e controle de
infecções

Na tabela abaixo estão descritas as principais obras usadas para a discussão dos resultados da
presente pesquisa na qual está descrita a fonte e ideia principal do autor.

Tabela 1. Solução arquitectónica da lavandaria como medida de controle de infecção

Tendo a lavandaria hospitalar como o objecto deste estudo, o


autor defende em sua abordagem em torno da constituição
arquitectónica que, este serviço deve localizar-se em piso
térreo do hospital e possuir uma barreira de contaminação que
separa a área suja que é constituída por área de classificação
das roupas sujas, pesagem e lavagem e da área limpa que é
composta pelas áreas de centrifugação, classificação das
Konkewicz, L. R. (2016)
roupas, secagem e dobragem.
Nestas referidas áreas devem ser colocados os carrinhos de
distribuição das roupas limpas e os de colecta de roupas
usadas. Possuir um corredor de acesso a área limpa e outro a
área suja, onde se situam sanitários e vestiários feminino e
masculino e um pequeno armário para o armazenamento dos
produtos de lavagem e desinfecção das roupas hospitalares.

A lavandaria funciona ininterruptamente e é responsável pelo


processamento de roupas para todas as unidades de
Godoyetal (2004) internamento, bloco operatório, a sala de parto e demais
serviços de saúde.

4.2. Factores de ocorrência de infecção na lavandaria hospitalar

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Estudante: Alberto César Chavana
A análise por categorias realizada por Fontoura (2011) permitiu identificar múltiplos factores que
podem comprometer a sua saúde física e mental dos profissionais da lavandaria hospitalar. Sendo
definidas em duas categorias:

Tabela 2. Factores de riscos de infecção decorrentes da vivência dos profissionais da LH.

Categorias Subcategorias
1ͣ: Riscos de infecção no Riscos ergonómicos, riscos
trabalho diário físicos e riscos biológicos.
2ͣ: Organização do trabalho Carga de trabalho desgastante
e controlo sobre os devido a exigência de
trabalhadores produtividade.
Fonte: Fontoura (2011)

Como é evidenciado na tabela 2 acima, pode se dizer que a primeira categoria refere-se a
percepção dos trabalhadores em relação aos riscos de aquisição de infecções. Considera-se que o
adoecimento no trabalho da lavandaria pode estar relacionado as condições inadequadas de
trabalho, principalmente a sobrecarga física exigida e ao excesso do ruído do ambiente.

No concernente as subcategorias, para a efectivação da análise dos resultados obtidos, ainda


Godoyetal (2004) descrevem:

 Riscos ergonómicos: a actividade laboral provoca dor e exige trabalhar em pé durante


toda a jornada de exercício de processamento das roupas por parte dos trabalhadores. E
mesmo com enfermidades e dores, alguns continuam trabalhando, expondo-se as
condições e exigências inadequadas do trabalho.
A sobrecarga de trabalho é evidente entre os profissionais. Portanto, é indispensável uma
melhor organização do trabalho para reduzir o ritmo acelerado, as cargas excessivas, as
demandas conflituosas, o elevado esforço físico, a permanência prolongada em posições
físicas incómodas, assim como a adopção de estratégia que promovam maior integração
social e cooperação entre os níveis hierárquicos superiores e os trabalhadores.

25
Estudante: Alberto César Chavana
E oportunamente deve se ter em conta que actividades que exigem sobrecarga muscular,
estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores devem
ter pausas extras para o descanso.

 Riscos físicos: a exposição a ruído e calor excessivos, o que, aliado a condições de


trabalho precárias, aumenta a probabilidade de ocorrência de infecções.
Os trabalhadores são expostos a níveis de pressão sonora excessivos, que originam
cefaleia, alterações fisiológicas na frequência cardíaca e pressão sanguínea, alterações do
sono, transtornos digestivos e comportamento diversos como irritação, cansaço,
diminuição da produtividade, intolerância a ruídos, angustia, ansiedade, depressão e
estresse.
 Riscos biológicos: o manuseio inadequado de materiais biológicos constitui um grande
meio de exposição a infecções, sobretudo os trabalhadores da área suja lavandaria.

Diariamente, os profissionais que manuseiam grandes quantidades de roupa suja, tem contacto
intenso e directo com os mais diversos tipos de secreção, excreção, sangue e outros fluidos
corporais, além dos odores desagradáveis exalados pelas roupas sujas.

Portanto, com base na literatura científica, evidencia-se os efeitos dessas condições. Análises
realizadas na área de microbiologia revelam que muitas bactérias se dispersam no ar durante a
separação da roupa suja, contaminando o ambiente, e ao mesmo tempo, os equipamentos, as
mãos dos profissionais da lavandaria.

Além da exposição ao material biológico, os profissionais da lavandaria exercem suas


actividades com alto nível de estresse imposto pelo trabalho e esta situação, aumenta a
probabilidade de ocorrência de infecções com materiais perfuro-cortantes encontrados nas
roupas. (MESIANO & SANTOS, 2005)

Daí que, é de extrema relevância a implantação de medidas de vigilância em saúde do


trabalhador para situações de infecções causadas por materiais perfuro-cortantes, bem como
adopção de medidas de pré-exposição integradas a actividades educacionais e o uso obrigatório

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Estudante: Alberto César Chavana
de EPI e EPC, incluindo procedimentos seguros para o descarte de materiais potencialmente
infectados.

Na segunda categoria é evidenciada a elevada pressão devido a exigência de produtividade,


assim como controlo sobre os profissionais e atitudes autoritárias de modo que os profissionais
alcancem metas impostas e ampliem o rendimento do trabalho.

O controlo rígido adoptado na lavandaria hospitalar sobre os trabalhadores pode ser a maior
causa de ocorrência de infecções, classificando-os como o controlo excessivo, incluindo ritmo,
quantificação, e pausa no trabalho, podendo trazer repercussões sobre a saúde dos profissionais,
causando sofrimento psíquico, doenças mentais e físicas. (GODOY etal, 2004)

Portanto, as atitudes e o comportamento dos líderes causam efeito profundo sobre o clima e a
cultura da organização, pois são responsáveis por promover um contacto de trabalho
emocionalmente saudável e seguro.

Neste contexto é imprescindível modificar práticas administrativas na lavandaria hospitalar e


adoptar mudanças nos modelos de gestão, em que o gerenciamento seja técnica e esteja voltada
para as pessoas e seu ambiente não somente para os resultados.

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Estudante: Alberto César Chavana
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

Com a presente pesquisa, constatou-se que os diversos factores de ocorrência de infecções


encontrados na lavandaria hospitalar, relacionam-se de forma directa com as condições do
ambiente de trabalho e a organização do sector.

Estas condições de trabalho impossibilitam que os profissionais do sector desenvolvam sua


actividade laboral de forma plena. Por esta razão que isto requer, naturalmente, dos profissionais
no que concerne respeito as medidas de prevenção e maior atenção por parte de área
administrativa dos hospitais no controlo do grau do cumprimento destas medidas.

Aponta-se igualmente que a organização do trabalho pode repercutir negativamente na rotina dos
profissionais da lavandaria hospitalar, propiciando desta forma o desgaste dos profissionais e
consequentemente no aumento de risco de ocorrência de infecções.

Portanto, dada a escassez de estudos que abordam em torno das medidas de controlo de
infecções, aliadas as condições de trabalho na lavandaria hospitalar em Moçambique, entende-se
que a pesquisa pode contribuir de forma significativa no campo de conhecimento em torno das
medidas de controlo de infecções decorrentes das actividades de processamento das roupas
hospitalares executadas pelos profissionais do sector.

5.2. Recomendações

 Adopção de políticas de saúde voltadas para os profissionais que considere as condições


de trabalho concreto e real.

 Envolvimento dos profissionais do sector na escolha do equipamento de segurança,


tornando-os comprometidos com seu uso. Lembrando que as opiniões dos mesmos é um
dos passos mais importantes para a utilização segura e correcta das medidas de controlo
de infecção que garanta a sua protecção.

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Estudante: Alberto César Chavana
 Deve-se ter o costume de informar os riscos aos profissionais directa e indirectamente
envolvidos nos sectores de Lavandaria.

 Os profissionais devem ser comunicados, de forma clara, que o material com o qual
trabalha pode prejudicar sua saúde e que isso implica na sua capacidade de trabalhar.

 Não se esconder dos profissionais os riscos ao qual estão sujeitos. Assim, tornando-os
colaboradores responsáveis, consciente e participativos.

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Estudante: Alberto César Chavana
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