RESOLVE:
Documento Orientador e
Padrões de Qualidade do
Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família
PAIF
Curitiba
2016
FICHA TÉCNICA
Gustavo Fruet
PREFEITO
Karin Vanessa Bahry Maia (Assistente Social – Gerente de Proteção Social Básica
– Núcleo Regional Matriz)
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 1
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
O QUE É? ................................................................................................................... 1
COMO? ....................................................................................................................... 1
ONDE? ........................................................................................................................ 1
QUANDO?................................................................................................................... 1
Esta Comissão, coordenada pela equipe técnica responsável pelo Serviço PAIF na
DPSB, contou com a participação de Gerentes de Proteção Social Básica,
Coordenadores de CRAS, Técnicos de nível superior e Educadores Sociais com
conhecimento teórico e prático sobre o Serviço.
É importante destacar que foi uma construção coletiva com intensas discussões e
reflexões sobre o Serviço e a sua prática cotidiana, com muito aprendizado para
todos os envolvidos, contribuindo para fortalecer a cultura do diálogo e da mediação.
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INTRODUÇÃO
Sendo assim, é preciso considerar que a família é uma instituição social que não
pode ser vista como algo estático, definitivo e fechado por padrões sociais
tradicionais. A idéia de família é uma construção a partir de critérios e contextos
históricos, sociais, econômicos e culturais específicos, ao mesmo tempo em que
possui as mais variadas formas de organização, o que requer sua compreensão pelo
prisma das alteridades, do reconhecimento das diferenças e da valorização das
diversidades. Para além do reconhecimento das multiplicidades de arranjos, o
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COLIN, Denise R. Módulo FAS: Assistência Social no Brasil e em Curitiba - Unidade I: Assistência Social na
Seguridade Social Brasileira. Curso Administração Pública: Estado, Política e Inovação. IMAP. No prelo.
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trabalho social com famílias supõe o apoio e o desenvolvimento de capacidades
socioemocionais quanto aos fatores que dificultam a convivência familiar e os
vínculos afetivos, como questões de gênero, conflitos pelo ciclo de vida, orientação
sexual, responsabilidades na função protetiva, entre outros fatores que podem
vulnerabilizar as famílias.
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O QUE É
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PARA QUE
Objetivos:
Segurança de Acolhida;
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Prevenção da ocorrência de riscos sociais, seu agravamento ou reincidência
no território de abrangência do CRAS;
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Texto extraído da Resolução nº 109, Conselho Nacional da Assistência Social de 11 de novembro de 2009, pg.
11-13. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.
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PARA QUEM
Ressalta-se que não serão incluídas no Serviço todas as famílias que apresentam as
situações acima descritas. É necessária, inicialmente, análise da equipe técnica e,
ainda, a anuência e aceitação das famílias.
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Quando a vulnerabilidade social for agravada por ameaça e violação de direitos,
decorrente de situações de violência, deve ser realizada discussão técnica com o
CREAS para articular intervenções com vistas a um processo gradativo de
desligamento do PAIF e a inclusão da família no PAEFI.
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COMO
Quando a família é atendida pelo PAIF é necessária uma análise integral, a fim de
identificar demandas para inclusão em outros Serviços, Programas e Projetos da
Proteção Básica, de acordo com as particularidades de cada situação:
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Caracteriza-se como ação imediata de prestação ou oferta de atenção, quando os objetivos a serem alcançados forem de curto
prazo. Pode se encerrar na resolução de uma demanda específica, com ou sem retorno, ou pode dar início a um processo de
acompanhamento familiar.
CONCEITO AÇÕES
Acolhida particularizada: contato inicial de uma família, ou algum de seus membros, com o
serviço; processo inicial de escuta das necessidades e demandas trazidas pelas famílias e oferta de
PARTICULARIZADO
Refere-se ao atendimento prestado pela informações. Pode ocorrer no CRAS ou no domicílio da família
equipe de educadores sociais e equipe
técnica de nível superior do CRAS à Atendimentos particularizados: atendimento prestado pela equipe de educadores sociais e/ou
família de modo individualizado e equipe técnica de nível superior, de modo individualizado. Tem por objetivo aprofundar o conhecimento
pontual, seja por meio do atendimento a da dinâmica familiar
Encaminhamentos: são os processos de orientação e direcionamento das famílias, ou algum de
ATENDIMENTO
Acolhida em grupo: é o processo realizado de modo coletivo, com duas ou mais famílias. Deve ser
empregada para dinamizar e agilizar o processo de atendimento, pois otimiza o repasse de
informações e sana dúvidas
Processos coletivos e/ou comunitários
voltados para a dinamização das Oficinas com Famílias: consistem na realização de encontros previamente organizados, com
objetivos de curto prazo a serem atingidos com um conjunto de famílias, com os responsáveis ou
COLETIVO
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Caracteriza-se como um conjunto de intervenções continuadas e planejadas para famílias que aceitam participar do processo,
mediante construção de um Plano de Acompanhamento Familiar. Ocorre durante um tempo determinado, entre aproximadamente
03 meses a 02 anos e os objetivos a serem atingidos serão de médio e longo prazo.
CONCEITO AÇÕES
Diagnóstico Familiar: análise técnica da equipe de referência sobre a situação de vulnerabilidade
social vivenciada pela família a partir da escuta das demandas que explicitam a necessidade de sua
inserção no acompanhamento familiar
Atendimentos particularizados: momento com a família, onde será apresentado o processo de
acompanhamento, proporcionando os esclarecimentos necessários para sua participação. Com seu
consentimento, será realizada a avaliação e pactuação conjunta entre equipe e família e a decisão sobre
ACOMPANHAMENTO
Refere-se a um conjunto de
Encontros: Momento planejado para o compartilhamento de experiências, de reflexão sobre a
intervenções desenvolvidas com um
realidade, de acesso à informação, de apoio à família em sua função protetiva e de construção de
grupo de famílias com vulnerabilidades projetos de vida. Sugere-se a utilização de dinâmicas que favoreçam a socialização e integração dos
vivenciadas no território, com participantes, buscando estimular a criação de vínculos. Os técnicos devem atuar como um elo de
afinidades, necessidades e comunicação entre um membro e outro, encorajando a expressão dos mais calados, traduzindo temas
características similares, de forma a trazidos e auxiliando os participantes a fazer suas próprias conexões
COLETIVO
efetivar seu acompanhamento, Avaliações: Neste momento são analisadas, juntamente com as famílias, se as ações têm tido o
tornando-o um processo de efeito desejado e se atendem às expectativas dos envolvidos. Através de mediações, os profissionais e
compartilhamento de experiências entre os participantes monitoram e avaliam o processo de acompanhamento, a efetividade da intervenção e o
os participantes, de reflexão sobre a cumprimento dos objetivos propostos, ressaltando as vivências e as conquistas do grupo. É importante
realidade, de acesso à informação ouvir as impressões dos participantes, pois a avaliação realizada somente pelos profissionais é parcial e
pode desconsiderar aspectos importantes vivenciados pelas famílias. Quando necessário, são
sobre direitos, de apoio à família em
estabelecidos novos compromissos ou incluídas novas temáticas nos encontros realizados
sua função protetiva e de construção de
Encerramento: Deve ser planejado e realizado de maneira progressiva, a partir das avaliações dos
projetos de vida que possibilitem
encontros. Neste momento, é avaliado se as famílias serão desligadas do processo de
ampliação dos direitos sociais. acompanhamento ou se há necessidade de continuidade, incluindo-as em outras ações do PAIF
(coletivas ou particularizadas) podendo, ainda, ser realizado encaminhamento para acompanhamento
pelo PAEFI, quando a vulnerabilidade social for agravada por situações de ameaça e violação de
direitos
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Salienta-se que as ações do PAIF não são estanques, nem mesmo obedecem a uma ordem linear; elas são dinâmicas e como tal podem ocorrer a qualquer momento, de acordo com a situação
apresentada e avaliação da equipe.
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Abordagens Metodológicas4
Além disso, é preciso compreender que o trabalho social com famílias não pode
possuir abordagens metodológicas preestabelecidas, pois as ferramentas
metodológicas devem ser edificadas com base nas especificidades das famílias,
suas identidades, desejos, necessidades, demandas e realidade social, histórica e
cultural, isto é, as metodologias devem responder à diversidade sociocultural do país
e às particularidades de cada território.
Pedagogia Problematizadora:
Pesquisa-Ação:
Organização do Trabalho
A organização do trabalho consiste no planejamento, monitoramento e avaliação,
com a colaboração de toda a equipe de referência, bem como com a participação
das famílias usuárias do Serviço.
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PARA QUANTOS
Ações Coletivas:
Atendimento Coletivo:
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ONDE
Recepção;
Instalações sanitárias;
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Em Curitiba, existem as chamadas UNIDADES DE ATENDIMENTO, as quais se caracterizam como espaços
complementares aos CRAS que ampliam o alcance e abrangência dos serviços executados. Facilitam na
identificação e atendimento das famílias que tem difícil acesso aos serviços públicos e comunitários, podendo
realizar o PAIF e demais Serviços, de acordo com as suas especificidades.
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Os níveis de CRAS estão relacionados com a capacidade de famílias referenciadas aos equipamentos e com o
porte do município, como prevê a NOB-SUAS. CRAS Nível I referenciam até 5.000 famílias e CRAS Nível III
referenciam até 2.500 famílias.
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COM O QUE
Obrigatório:
Recomendado:
Obrigatório:
Recomendado:
Embora esta equipe seja prevista para a execução do Serviço PAIF, ela poderá
desenvolver atividades relacionadas aos demais Serviços da Proteção Social
Básica, possibilitando a efetiva integração.
Recursos Materiais:
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QUANDO
O serviço tem caráter continuado, 05 (cinco) dias por semana, 08 (oito) horas
diárias, ou seja, 40 (quarenta) horas por semana, necessariamente no período
diurno, exceto no período de realização de reunião de equipe, conforme Orientação
Técnica da FAS nº 01/2013, podendo eventualmente executar atividades
complementares à noite, com possibilidade de funcionar em feriados e finais de
semana.
Acompanhamento coletivo:
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Tempo de permanência das famílias no serviço:
Atendimento:
Acompanhamento:
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FORMAS DE ACESSO
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MATERIAIS DE REFERÊNCIA CONSULTADOS E RECOMENDADOS
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PADRÕES DE QUALIDADE
CLASSIFICAÇÃO DOS
INDICADORES
COMPLEMENTAR
RECOMENDADO
OBRIGATORIO
PARA EXECUÇÃO DO PAIF
INFRAESTRUTURA
O CRAS possui espaço físico para recepção
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CRAS NÍVEL III: possui 04 técnicos de nível superior e número de
educadores sociais compatíveis com a demanda
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PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Legendas:
“Obrigatório”: item que caracteriza o serviço como tal, sendo, portanto, indispensável que seja
atendido.
“Recomendado”: como o próprio nome define, este item tem que ser cumprido. O fato de não ser
atendido não invalida o serviço ofertado, mas o item essencial não cumprido obrigatoriamente deve
compor o plano de adequações do serviço.
“Complementar”: os itens classificados como complementares qualificam o serviço prestado, mas não
invalidam o serviço nem geram plano de adequações quando não atendidos.
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