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Prefácio ................................................................................................................ 2.
Idealização:
TransPoetas Coletivo
Designer gráfico/Artes:
Victório Fróes
Diagramação:
Valentine Pimenta
Assistente de Produção:
Vic Guimarães
Apoio:
Essa zine foi realizada com o apoio da
Secretaria de Estado de Cultura e Economia
Criativa do Rio de Janeiro (SECEC-RJ) por
meio do Edital Cultura Presente nas Redes
(2020).
1
PREFÁCIO
Transpoetas
Poetas em transmutação
Transcendência
e transformação
Afeto, amor e constatação
Contra indicados na sua civilização
Escritos de vivências de corpo, mente e tesão
Imaginários autodidatas de busca e perdição
Confundindo suas expectativas e
provocando reflexão
Poetas
Transpoetas
Pessoas poéticas numa literal, ou literária
revolução
— Tom Grito
(@tomgritopoeta)
2
ELAIÔ
VAVÍO
3
ETER NA TRANS IN ÇÃO
Somos um círculo dentro de um círculo
Sem um início e sem um fim
Somos raízes formamos florestas
Somos os frutos de nós mesmas.
Somos Dandara
Somos Matheusa
Somos as almas de nossas corpas
Somos a vida, sobrevivemos a morte
Somos eternas
Somos a luz.
Somos as trevas
Somos as travas
Somos a Marsha
Somos Lacraia
Somos quimeras de mil primaveras
Somos antigas como o Sol.
Somos
Éter
em
TRANSIÇÃO
4
ENTRE O SURTO E A SOLIDÃO.
5
SER BRUXA
Vocês acham que ser bruxa é fácil?
Você acha que é fácil fazer o que eu faço?
Você acha que é fácil ser sempre a estranha?
Acha que é fácil passar por várias mudanças drásticas
desde a infância?
Acha que é simples ser a responsável por vários tipos
de demandas energéticas?
Acha que é fácil nascer com a certeza que nunca será a
mesma e que vai ter que reaprender a todo ciclo a ser
uma nova?
Acha que é fácil ser tão mutável que nem sua aparência
é a mesma no passar dos dias?
Acha que é fácil esperar sua Lua pra poder relaxar,
porque nas outras você tem que trabalhar.
E ainda há as que assim como essa, eu ainda trabalhe.
Acha que é tranquilo saber que as forças invisíveis na
sua vida sempre vão te acompanhar e que isso quer
dizer que você tem mais de um plano pra se preocupar?
Acha fácil dominar o corpo/mente/espírito e ainda sim
ter tempo pra trabalhar/estudar/socializar?
Vocês acham muito fácil falar que é bruxa
mas vocês sabem o que é ser bruxa?
Ser bruxa é acordar com a certeza que NUNCA é só mais um
dia.
Que todos os momentos são eternos e que você faz parte de
cada partícula de crescimento e vida.
Ser bruxa é ser responsável por você, seus Deuses, a Terra,
a Vida, o Cosmos e quem te segue.
Ser bruxa é ter certeza.
Ser bruxa é saber.
Ser bruxa é transceder.
Ser bruxa é ser a eterna aprendiz do silêncio, do infinito.
Ser bruxa é não caber em uma caixa e usar ela pra fazer um
pentagrama invertido e pendurar na porta de entrada da
casa.
Ser bruxa é ter sido a criança que adivinhava o futuro,
tinha sonhos vividos, aconselhava os mais velhos,
transmutava os ambientes e sabia que sempre podia ir
além.
6
Ser bruxa é ser corajosa.
E não ter medo de ter medo.
Ser bruxa é gostar do que ninguém gosta
É se apaixonar por quem ninguém te apresentou mas você
sabe que existe.
Ser bruxa é viver a vida que se foi dada com um único
propósito:
Evoluir o espírito, transceder a matéria e elevar a mente!
Ser bruxa é ser poder.
Bruxa é poder.
7
VICTÓRIO
FRÓES
8
OBSERVO
Serra elétrica
Um pingo de suor me cai da testa
O tempo passa e eu não escolho.
Há vida lá fora
Meu mundo cá dentro
Ainda fora só enxergo pelos meus olhos
O tempo passa, eu não escolho.
O tempo passa e eu
Sentado
Ouvindo a vida acontecer
Pela janela do meu quarto
Que não é meu,
É daqui
E eu, que não sou,
Não sei de onde vim
Para onde vou
O tempo passa
Eu não
Escolho.
O tempo passa
E eu observo.
9
PARDO
Eu tô quase morrendo e
parece que me deixo morrer
tão quase me matando e
parece que eu mesmo
me jogo para debaixo do tapete
cavo minha
cova para
poupar o trabalho deles
de quem só diz “e daí?”
10
TRANS
Transsexualidade.
Transgeneridade.
Transmitir meu ser para a sociedade,
Transpor o entendimento
E me tornar inteiro sentimento.
Transpassar a dor
E repousar na paz de encontrar mais
De quem sou.
11
VALENTINE
12
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16,
17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29,
30, 31, 32, 33, 34, 35...
13
Ainda carrego dúvidas e medos
que meu sorriso esconde
todas as manhãs
lembro dos erros dos homens de meu sangue
a cor
intensifica
a tóxica dor
penso na maldição que carregam
mulheres como eu
e atravesso o espelho em busca de respostas
mas elas nunca estão lá
a única coisa que encontro é sempre ela
no mesmo lugar
em seu pedestal
feito milimetricamente pra ela
alva e cis
homens louvam a ela todos os dias
enquanto rezam ao nosso lado
14
Por quê?
Afinal
Se na mesma semana
você não tivesse se deitado
várias vezes
em minha cama?
15
PETTER
LEVI
16
IMACULADA TRAVADA DOR
17
SUFICIENTE
18
TUDO QUE SE QUER
O que se quer?
Sentir mil vezes cores
Ouvir mil vezes sons.
Nadar correntes intermináveis
Entender que nada pra gente vem fácil.
Tudo que se quer dizer
Que palavras dizer quando vocabulários não são suficientes.
Tudo que se quer sentir
E quando os sentires são
Só vibrações não traduzidas por mentes?
Tudo que se quer permitir
Quando o permitir perpassa
Um passado movido por dor renitente.
Tudo que se quer admitir
Quando assumimos não estarmos prontos
Pra seguir em frente.
Tudo que se quer ouvir
Quando a necessidade da escuta
Transpassa a necessidade da fala.
Tudo que se quer descobrir
Quando pra permitir sentir,
Precisa deixar o que é árduo e te abala.
Você esta preparado?
Pra sentir correr em seu corpo
O nuance do abalo sistemático.
Pra poder não estar sossegado?
Confiante que pra ter mais que almeja
É preciso sentir-se tocado
Você quer ser tocado?
Tocado por tons em tons que não pode ser explicado?
Você quer ser amado?
Ou quer viver de canções lamentando o que perdeu pro
passado?
20
Marginalidade
Afeto
Carinho afiado na navalha
Tapa na cara
de cada passageiro
que ouve
a conversa legalizada
das mina que compartilha
a vivência no papo RETO
Enquanto recebem olhares
tORToS
quase mortos
de tanto cansaço
mas pra oprimir tão
sempre preparados
sem dar conta
que expremidos
na lata de sardinha
com destino a
JAPERI
21
Uma lágrima maior que o olho
uma gota maior que o mar
carrega em si todas elas
bruta na sua delicadeza
precisa na sua incerteza
Ah! bruta flor
plantada na areia
regada de água salgada de amar
E ela flor
dor em suas amarguras
gotejando
água de chuva
encontro das águas
doce mulher salgada
ombros, costas,
Ela é arte
eu sou uma intervenção
subvertendo
a norma social padrão
falando calmamente
Travesti não é só prostituição.
22
Uma travesti andando de dia
Que anormal
o certo é andar de madrugada
fazendo o salário
na calçada comendo cú
e chupando pau
Mas lá em ela
travesti intervenção
subvertendo a norma social
S
O
U
M
U
L
H
E
R
D
E
P
E
I
T
O
P
A
U
23
RALPH
DUCCINI
24
BEIJA-FLOR
Eu também vi,
nós vimos
as melhores mentes
nossa geração
destruída pela loucura
levantados um a um
como flâmulas estiradas no céu
(eu também vi)
Teu sorriso:
estrela
Grito incandescente
poucos minutos antes,
tráfego beijo na boca
Saliva diz:
boa noite, passáro.
Boa noite,
e levanta vôo
que o corpo não consegue
acompanhar o ritmo;
descompassa, coração,
mas fica aqui mais um pouco
(por favor,
só mais um pouquinho
que ela já vem.
lá de longe ela vem)
Você
sonhava acordada
um jeito (qualquer jeito)
de não sentir dor.
Mas não prende o choro.
Desaguapeitoaberto,
cachoeira.
Pássaro do efêmero
impulso átimo da vida;
E leva, murmurinho,
esse uivo de dor
nos muros estandarte da privatização
Na corpacidade que se fecha
e mistura as línguas rompidas
em tinta sangue-seco.
Por que, Beija-flor?
Pixo não é glamour
E a vida (aqui) não tá pra todes.
26
PAPO DE AMOR
"Quando o abraço apertado
Se encaixa é como se o mundo
Parasse alí, é como se a vida
Acabasse. Sei lá..."
Mãos estendidas
Pintadas de vermelho
Roxo de vinho
Anunciação
Dos olhos que se cruzam
E param e ficam
E vão e vem no vento do hálito
Desejo
De conhecer
Sem falar
Até o momento
O mergulho
No infinito do seu
Universo
No deslize das linhas da sua cintura
No papo reto
Da sua saia,
Tua calça
Aberta
Na escada
SAGRADA
Às vistas do céu
No chá das 5 em Porto Alegre.
O beijo na pele
(Leite com caramelo-claro)
Que se confunde com o vão aberto
Pelos lábios no não dito das nossas bocas
Até o sincero
Eu te amo,
Que jorra do corpo
No movimento
Sinuoso dos quilômetros
Até os dedos que se traçam
E enlaçam caminhos
Galgados no ar,
Irrompendo fronteiras
Recriando maneiras de amar.
27
VIDA E MORTE TRANSEVERINE
Imagina:
Coração arrancado
Peito boca aberta
Ocó rondando na esquina
Teu sangue vertendo
Sanguessugas no asfalto
Severina,
A faca feita farta
Com teu membro cravado
Erguido no cabo
E uma santa enterrada na sua vagina
É essa tua sina
Pescoço aberto
Degolado no motel
Por um adé fontó
Que sem coragem de dar o fiofó
Prefere
Enfiar a lâmina no ventre
Da sua vontade,
Calando o grito
No teu silêncio de boy;
Travessia transloucada
Retirante colocada na existência
À toda prova: Resistência.
Resiliente sentido
Que dá Vida
A partir de um princípio
De negação.
Quem sabe seu nome?
Cadáver Severine que a terra
Não cansa de engolir
Quem sabe seu nome?
Colorê esquecida na calçada
Perdide sem língua
Numa terra vetada ao pajuba
Não recomendade
Corpo
Palavra
Amor
Vontade
Ter no peito um alvo
Para cisnormativa artilharia...
28
Mas quem sabe seu nome?
Vida e morte nessa pátria
De Ser-tão asassinade
Mais que em qualquer outro lugar
Que nesse globo se ilumina
Mas quem sabe seu nome, Severina?
Quando vem a mão branca da proibição
Porta do banheiro,
Porteira de casa
O grito de horror, confusão
Na vista de quem não entende
Mas quem sabe seu nome?
Dandara, Soren, Bruno, Thiago, Beatriz
Direito a ti tão negado
Que até no túmulo é velado
E de tão seu se trava
Enterrado abaixo da língua
À sete palmos
Nessa Morte e Vida
Severine.
29
ALMA
FLORA
30
ECDISE
32
LAR
É sobre afeto
É sobre acolhimento
É sobre abraço
É sobre carinho
É sobre empatia
É sobre apoio
É sobre ter onde se abrigar
É sobre ter pra onde correr
É sobre ser aceita
É sobre dias de chuva prazerosos
É sobre noites de frio calorosas
É sobre se sentir um peixe dentro d’água
É sobre tribos
É sobre bandos
É sobre laços
É sobre conexões
É sobre irmandade
É sobre curas
É sobre curar uma a outra
É sobre curar um ao outro
É sobre curar ume ao outre
É sobre fios que nos ligam
É sobre fios indestrutíveis
É sobre dizer que está junte sem precisar dizer
É quase como se comunicar por telepatia
É abraçar usando apenas o brilho no olhar
É sobre olhar nos olhos de outre
E conhecer sua dor, seus calos, suas feridas
É sobre saber onde dói sem te examinar
É quase como saber tudo sobre você sem precisar te conhecer
Usando apenas o poder da mente
Porque nós já nos conhecemos
A gente já se conhece há milênios
A gente já se conhece de outras batalhas
A gente já se conhece de outras guerras
A gente já se conhece de outras gerações
A gente já se conhece de outras vidas
E isso tudo é sobre correntes
É sobre correntes
É sobre coletivos
É sobre alianças
33
É sobre proteção
É sobre lar
Não é sobre casa
É sobre ninhos
É sobre calor
É sobre raizes
É sobre família
Não é sobre sangue
É sobre lar
Não é sobre casa
É sobre apoiar
É sobre entender
É sobre abraçar
É sobre proteger
É sobre amar
É sobre matar e morrer por você
É sobre matar e morrer com você
É sobre lar
É sobre isso que eu quero falar!
34
PARAÍSO PARTICULAR
Eles nos encaram como se fossemos
animais selvagens que fugiram da jaula
seríamos capazes de lhes fazer algum mal?
ficávamos sempre na mira das suas armas
até estarmos na mira de seus chicotes
o dia do caçador parece nunca chegar
o dia da caça parece durar pra sempre
acho que rugir não adianta muito
se deixar ser capturada é nossa única escapatória nesse momento
nunca pensei que me tornar uma fonte de entretenimento
seria minha única maneira de sobreviver nesta selva de humanos.
36
PAIXÃO SOLAR
Eu sou um menino apaixonado e eu descobri que a culpa é do sol.
Deixa eu tentar explicar:
Eu não sei o que acontece direito, mas me parece que o sol faz uma
prece pra mim, e antes que eu me apresse em virar o rosto, já foi.
É tanto sol, tanto rosto, tanta luz, que já me parece uma cruz, ter
tanta paixão solar.
Veja bem, o problema não é me apaixonar.
É que os dias andam tão difíceis, e o medo anda tão amigo, e a gente
tão endurecido, que parece que o espetáculo do sol no rosto, é uma
tela que só eu consigo enxergar.
Então, eu me apaixono sozinho, porque as pessoas não entendem
mais essa mania de achar essa luz tão bonita, de olhar no fundo do
olho sem desviar, escrever poesia, fazer companhia, lembrar de tu
e sem pensar, falar
Mas nada desse papo de amor líquido, nosso medo é sólido, assim
como os socos que tomamos na rua, em casa ou no bar.
Eu sei que é pra garantir a sobrevivência que não olhamos mais
pro sol, não olhamos mais pra cima, andamos com medo demais,
olhando pros lados de punhos fechados, só querendo chegar.
Eu sei que a gente gasta tempo demais tentando sobreviver e se
fechar, que fica difícil respirar, quem dirá olhar pro sol, quem
dirá se apaixonar.
38
ENTRE A PONTA E O CALCANHAR
Às vezes eu me sinto preso,
a essa busca por liberdade,
que me faz ter medo
de quem eu vou me tornar.
Procuro então
me manter na corda bamba,
como quem samba
hora na ponta
hora no calcanhar.
De barba e peito,
força e mansidão ao falar,
confundindo tudo que for pré conceito,
fazendo a sociedade surtar
como eu surtei um dia.
39
CORPO ESTRADA
Carregar um corpo estrada, estranho em quase todo
lugar, e ainda assim me sentir em casa.
Repito: não sou bom, não sei ao certo de quase nada, não
acredito nas placas, carrego as marcas e me recuso a ler.
Victório Fróes
Victório Fróes (@vicfroesab instagram e medium) 1998, artista
multimídia, videomaker e designer freelancer. Cria do Vidigal e
do teatro Nós do Morro, onde foi introduzido ao mundo da arte.
Pesquisa e produz conteúdo sobre decolonialidade e
transgeneridade, do ponto de vista de uma corpa transmasc e do
“não-lugar” racial.
Valentine
Valentine (@poetavalentine) é escritora, poeta, atriz, cantora, e
slammer. Se tornou destaque na cena do slam carioca em
2019. Foi a primeira mulher trans slammer do RJ, e foi também a
primeira mulher trans a representar o RJ em um Slam Nacional,
no Flup Slam Nacional 2019, onde a artista foi vice-campeã da
competição. Participou da Batalha do Slam no Rock In Rio 2019.
Petter Levi
Petter Levi (@petter.levi) é poeta e escritor por amor! Respira e
transpira espiritualidade, música e magia sinestésica! É
consultor de mídia social, faz parte do movimento coletivo
TransPoetas e possuí uma página chamada
@thefantastictransworld onde convida corpas transvestigeneres a
contarem suas histórias afim de fazer de si mesmes suas
próprias referências.
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Autores/Poetas
Ralph Duccini
Ralph Duccini (@odekasa), 28 anos, cria da baixada. Poeta, ator,
diretore teatral e ilustradore. É artista multimídia, membro do
grupo de teatro Uivo Coletivo (@uivocoletivo), gestore da sede
cultural Casa Uivo e autore dos livros "Nas Margens do Azul" e
"Dissonância Subjetiva ou o ser e a fumaça". Faz parte do coletivo
TransPoetas (@transpoetas) e do Slam da Rampa.
Alma Flora
Alma Flora (@___almaflora), 22 anos, Mulher trans, carioca,
bruxa natural e sagitariana. Sou performer, escritora e poetisa.
Viciada em provocar catarses e pensadora desde nascença, gosto
de falar sobre libertação, escapismos e cura.
Tali Ifé
Tali Ifé (@ife_tali) - Transviado, poeta, arteiro, curador e
produtor cultural.Nos meus trabalhos provoco reflexões e
questionamentos, e busco poucas respostas, nenhuma
certa.Mergulhando em processos de morte e vida, falo sobre a
relação do corpo com o mundo, com o sagrado, com o profano e
principalmente com a estrada.Brincando com as palavras e
falando sério com a vida, trato sobre uma espiritualidade que tá
mais na terra do que no céu, e que habita corpos que
estranhos.Estranho eu, qualquer coisa que acredita que normal é
bom, estranho todos os dias a mim mesmo, para não cair na
mesmice, para não acomodar o corpo, a mente e o espirito.
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