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Aurel n D
a Au~iliadu enra
Copyright 2002 by
Angela Paiva Dionisio, Anna Rachel Machadoe Maria Auxiliadora Bezer:a
Projeto gráfico:
UpLine Programação Visual
232p.:
Inclui bibliografia
ISBN 85-86930-18-0
CDD 407
02-0572. CDU S00.7
"Este trabalho, elaborado epecialmente para o presente livro, incorpora uma série de observagbes
Oesenvovds com granae detalhe em um vTO De mina autora arun, no reo
lançado pela Editora Cortez em breve.
-Luiz Antônio Marcuschi
situam-se e
Isto é revelador do fato de que
os gêneros textuais surgem,
funcionalmente nas culturas em que se
desenvolvem. Caracteri-
integram-se einstitucionais
funções comunicativas, cognitivas
2am-se muito mais por suas de difícil definição
peculiaridades lingüísticas e estruüturais. São
do que por Suas seus
em usos e
condicionamentos
sócio
formal, devendo ser contemplados
sócio-discursivas. Quase inúmeros
caracterizados como práticas
pragmáticos univocas e,
em diversidade de formas, obtêm denominações
nem
sempre
assim como surgem, podem desaparecer
variedade de gêneros textuais relacio-
Esta coletänea traz estudos sobre uma
e analisa-os em peculiaridades
suas
nados a algum meio de comunicação
interesse para
apontando ainda aspectos de
o
organizacionais e funcionais,
caracteriza-se como
o presente ensaio
trabalho emsala de aula. Neste contexto,
textuais e desenvolve úma
dos gêneros
uma introdução geral à investigação do problema geral
bateria de noções que podem servir para a compreensao
muitos
envolvido. Certamente, haveria perspectivas de análise e
muitas outras
da questo, mas tanto
outros caminhos teóricos para a definição e abordagem
o exiguo espaço como a finalidade didática desta breve introdução impedem
que se façam longas incursões pela bibliografia
técnica hoje disponível.
2. Novos gêneros e velhas bases
Como afirmado, não é difícil constatar que nos últimos dois séculos foram
as novas tenologias, em especial as ligadas à área da comunicação, que propi-
ciaram o surgimento de novos gëneros textuais. Por certo, não sáo propria-
os gêneros e sim a intensidade dos
mente as tecnologias per que se originam
usos dessas tecnologias e suas interferëncias nas atividades comunicativas
diárias. Assim, os grandes suportes tecnológicos da comunicação tais como o
rádio, a televisão, o jornal, a revista, a internet, por t rem uma presença
Paratextuas
uma maior compreenso doproblema da distinço
técnica,
entre gêneros e
tipos sem grande complica_ão trazemos seguir uma defi-
a
nição que permite entender as diferenças com certa facilidade. Essa distinção
é fundamental em todo o trabalho com a produção e a compreensäo textual.
Entre os autores gue defendem uma posição similar åà aqui,exposta estão
Douglas Biber (1988), John Swales (1990), Jean-Michel Adam (1990), Jean
Paul Bronckart (1999). Vejamos aqui uma breve definição das duas noções:
(a) Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção
teórica definida pela natureza lingiüistica de
composição laspectos
sua
Veja-se o caso das jaculatórias, novenas e ladainhas, que são gêneros exclu.
sivos do domínio religioso e não aparecem em outros domínios. Tome-se
este exemplo de uma jaculatória que parecia extinta, mas é altamente praticada
por pessoas religiosas.
Exemplo (1) jaculatória (ln: Rezemos o Terço. Aparecida, Editora Santuário, 1977,
p.54)
Senhora Aparecida, mllagrosa padroeira, sede nossa gula nesta mortal carreira!
O Virgem Aparecida, saczário do redentor, dai à alma desfalecida vosso podere valor.
o Virgem Aparecida, fiel e seguro norte, alcançal-nos graças na vida, tavorecel-nos na
mortel
Injuntiva Amiga A.
Oi
Para ger mais preciso estou
Descritiva no
meu quarto,
escreveno na esarivaninha,com um MicroSystem
ligadona minha frente (bem alto, por sinal).
Está ligado na Manchete FM - ou rádio dos
Expositiva
funks eu adoro funk, principalmente com
passos marcados.
Aquino Rio e ontmo do momento..e voc,
gosta? Gosto também de house e dance music,
Sou lascinado por discotecas!
>empre vou à K.l,
Luiz António Marcuschi
26
Serque
Não
de, 9uem sade.
sel ao
certo se vou ou não, masvocës
fique
certa
que farel de tudo para conhecer
mals rapldo possivel. Posso te dizer uma coisa
o
Adoro muito voces!
Argumentativa escreval
Faz um favor? Diga pra M., A. P. e C. que
nao demoro a escrever
esperem,
Injuntiva Adoro voces!
Um beijãol
Narraiva Doamigo
P.P.
15:16h
Esta é uma posição defendida recentemente também por Jean-Michel Adam (1999) que julga ser a unddade
"texto" muito heterogénea para ser tomada como uma entidade ingüistica. Trata-se, pols de uma entidade
comunicativa qu é construída com unidades composicionais constituidas pelas seqüéncias tipológicas.
-Luiz António Marcuschi
28
Um novo José
Josias de Souza
Sao Paulo- Diga: ora, Drummond, Agora FMI.
INTERTEXTUALIDADE TIPOLOGICA
Função do gênero A
função de um
artugo de opiniao
rigo de opinião
no tormato ae um
poema
Forma do Forma «
gênero A gènero.
poema
Fungão do gênero B
mescla
Aquestão dà intertextualidade inter-gêneros evidencia-se
como uma
situação (1) da
opinião analisado é um caso para
a
Oexemplo do artigo de
carta pessoal analisada anterior
hibrldizaçaão textual cominter-gêneros; já
a
muito
com uma heterogeneidade tipológica
mente é um exemplo para (2);
o primeiro. Contudo,
que
é mais comum
Nacionais), quando sugerem que o trabalho com o texto deve ser feito na base
dos gêneros, sejam eles orais ou escritos. E esta é também a proposta central dos
ensaios desta coletänea de textos que pretende mostrar como analisar e tratar
Contudo, isso não chega a.oferecer critérios para formar uma classificaçd
nem constituir todos os nomes. Para Douglas Biber (1988), por exemplo, o
generos såo geralmente determinados com base nos objetivos dos falantes
na natureza do tópico tratado, sendo assim uma de uso e nãod
questão
textuais fundam-se em critéri0
torma. Em suma, pode-se dizer que gêneros
os
e discursivos), enquanto
os tipos textuais tun
externos (sÓcio-comunicativos
dam-se em critérios internos (lingüísticos e formais).
Elizabeth Gülich (1986) observa que as situações e os contextos em queo
falantes ou escritores designam os gêneros textuais são em geral aqueles em
chamar a atenção determinadas
sobre
que parece relevante designá-los para
dizendo: "nessa re
vigentes no caso. E assim que ouvimos pessoas
regras
nião não cabe uma piada, mas deixem que eu conte uma para descontra
bém a posição central de Bakhtin [1997] que, como vimos, tratava os gêneros
como atividades enunciativas "relativamente estáveis"
No ensino de uma maneira geral, e em sala de aula de modo particular,
analisada levar os alunos a
pode-se tratar dos gêneros na perspectiva aqui e
tanto escritos
produzirem ou analisarem eventos lingüisticos os mais diversos,
um. E um
como orais,
e identificarem as características gênero
de em
cada
exercicio que, além de instrutivo, também permite praticar a produção textual
mão do aluno um jornal diário ou u m a
Veja-se como seria produtivo pôr na
revista semanal çom a seguinte tárefa: "identifique os gèneros textuais aqui
de c o n
diga quais são as suas características centrais termos
em
presentese
nível lingüísticoe propósitos". E evidente que
teúdo,composição, estilo,
essa tarefa pode ser reformulada de muitas maneiras, de acordo com os inte
ensino. Mas é de mais modesta
resses de cada situação de se
esperar que por
gue seja a analise, ela será sempre muito promissora.
7. Observações finais
Em conclusão a estas observações sobre o tema em pauta, pode-se dizer