08/03/2022
Número: 0806049-06.2020.8.14.0051
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: Vara do Juizado Especial Cível de Santarém
Última distribuição : 19/10/2020
Valor da causa: R$ 30.000,00
Assuntos: Indenização por Dano Moral, Direito de Imagem
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MAITE MARQUES PALMEIRA DE LIMA 98840860100 ALEXANDRE SCHERER (ADVOGADO)
(AUTOR)
MAITE MARQUES PALMEIRA DE LIMA (AUTOR) ALEXANDRE SCHERER (ADVOGADO)
PAOLA MARCELIA ACIOLY FERNANDES (REU) JESSICA ADRIANE FERREIRA DE SOUSA (ADVOGADO)
GILMARA EBONI DE SOUSA CABRAL (ADVOGADO)
THATIANA SALOMAO FERNANDES (REU) CIRO DE SOUZA BRITO (ADVOGADO)
RAIZA DAQUINO PRINTES (REU) BARBARA MORAES COSTA (ADVOGADO)
BRUNA ALVES SOUSA (ADVOGADO)
ELIANDRA MAYARA XAVIER NUNES (ADVOGADO)
PRISCILA CASTRO TEIXEIRA (REU) Leila Suely Souza Paduano (ADVOGADO)
MATEUS WAIMER (REU) ANA CHARLENE NEGREIROS NINOS (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data Documento Tipo
50474780 14/02/2022 Sentença Sentença
12:52
Poder Judiciário do Estado do Pará
Tribunal de Justiça do Estado
Comarca de Santarém - Secretaria da Vara do Juizado Cível
Trav. Silvino Pinto, nº 604 (entre Mendonça Furtado e Presidente Vargas), bairro da Santa Clara, Tel. (93) 3522-3985
E-mail: jecivelsantarem@tjpa.jus.br
PROMOVENTE: AUTOR: MAITE MARQUES PALMEIRA DE LIMA 98840860100, MAITE MARQUES PALMEIRA DE
LIMA
ADVOGADO(A) DO(A) PROMOVENTE: DR(A). Advogado(s) do reclamante: ALEXANDRE SCHERER
PROMOVIDO(A): REU: PAOLA MARCELIA ACIOLY FERNANDES, THATIANA SALOMAO FERNANDES, RAIZA
DAQUINO PRINTES, PRISCILA CASTRO TEIXEIRA, MATEUS WAIMER
ADVOGADO(A) DO(A) PROMOVIDO(A): DR(A). Advogado(s) do reclamado: JESSICA ADRIANE FERREIRA DE
SOUSA, GILMARA EBONI DE SOUSA CABRAL, LEILA SUELY SOUZA PADUANO, BARBARA MORAES COSTA,
CIRO DE SOUZA BRITO, ANA CHARLENE NEGREIROS NINOS, BRUNA ALVES SOUSA, ELIANDRA MAYARA
XAVIER NUNES
SENTENÇA
Decido.
PRELIMINARES.
Incompetência absoluta do JEC: rejeito esta preliminar, posto que a matéria trazida a juízo
não se mostra complexa e nem requer a realização de perícia. Os prints acostados à inicial serão
submetidos a cotejo com todo o arcabouço probatório produzido no presente caso, inclusive pelos
promovidos, não se fazendo necessário submetê-los à perícia para aferir a sua veracidade.
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Ademais, a própria promovida PAOLA MARCELIA não nega a autoria de postagens feitas no
presente caso, apenas não assumindo, frontalmente, os seus conteúdos, o que pode ser suprido
através de outras provas. Por fim, a própria promovida PAOLA MARCELIA utiliza diversos prints e
filmagens como supedâneos de suas alegações, silenciando, em casos tais, quanto a
necessidade de perícia complexa. Assim, não há mácula ao disposto na Lei nº 9.099/95 sob o
trato das provas apreciadas sob a sua égide.
Inépcia da inicial: rejeito esta preliminar, posto que a petição inicial das promoventes possui
pedido e causa de pedir definidos – condutas atribuídas aos promovidos, em grupo, que teriam
dado ensejo à indenização por danos morais –, o pedido é determinado – indenização
quantificada – e da narração dos fatos, sob a ótica das promoventes, decorre logicamente a
conclusão perseguida, não havendo elementos incompatíveis entre si, sendo que todos estes,
obviamente, deverão ser submetidos ao confronto com as provas produzidas para se analisar a
subsistência do desiderato inicial. Ademais, lembro que nos juizados especiais cíveis todas as
provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, preservando, assim, o
contraditório e a ampla defesa, os quais foram perfeitamente exercidos pela promovida no
presente caso. Portanto, restam preenchidas as disposições do art. 319 do CPC e não incidem no
presente caso as disposições do art. 330, §1º, I a IV, do mesmo diploma legal. A jurisprudência
do STJ é corrente nesse sentido, senão vejamos:
Aqui abro parênteses para registrar que a promovida RAIZA DAQUINO reapresentou a sua
contestação no ID 41432971, a qual será desconsiderada como peça de defesa por este
juízo, haja vista que, com a primeira peça de defesa operou a preclusão consumativa.
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Ilegitimidade passiva: rejeito esta preliminar, posto que na inicial as promoventes a apontam
como uma das pessoas responsáveis pelo “processo de cancelamento” que entendeu ter sido
submetido no caso sub judice, atribuindo-lhe postagens, as quais restam acostadas aos autos (ID
20498111, pág. 3), que entendeu configurarem aquela conduta. Portanto, a promovida RAIZA
DAQUINO possui legitimidade passiva no presente caso, permitindo que sua conduta seja
devidamente avaliada no mérito do presente caso.
Ilegitimidade passiva: rejeito esta preliminar, vez que a inserção do promovido no presente
caso é patente, posto que também fez postagem no curso dos fatos retratados nos autos e sobre
eles se manifestou, conforme consta do ID 20498108, restando aferir se teve alguma participação
no alegado “processo de cancelamento”, sendo, assim, parte legítima para figurar no polo passivo
da presente ação.
Ilegitimidade passiva: rejeito esta preliminar. A promovida foi devidamente apontada como
uma das responsáveis pelo alegado “processo de cancelamento” que as promoventes entendem
que ocorreu no presente caso, tendo feito postagem sobre os fatos sob apuração, conforme se
extrai do ID 20498108, pág. 4, possuindo, assim, legitimidade para figurar no polo passivo da
presente demanda, onde sua conduta será aferida à luz das provas produzidas nos autos.
De início, friso que as promoventes são, na verdade, apenas uma pessoa. Ocorre que a pessoa
jurídica, que foi apontada como coautora com sua proprietária, na verdade é, ou era à época dos
fatos, uma microempresa constituída por empresário individual, cuja natureza jurídica visa,
apenas, benefícios fiscais, sendo a firma individual mera denominação para viabilizar a atuação
do empresário individual. Nesse sentido ensina Rubens Requião:
“À firma individual (hoje denominada firma mercantil individual pela Lei n° 8.934, de 18 de
novembro de 1994, art. 32, II, a), do empresário individual, registrada no Registro do
comércio, atualmente Registro Público de Empresas Mercantis, chama-se também de
empresa individual e empresário, pelo Código Civil. O Tribunal de Justiça de Santa
Catarina explicou muito bem que o comerciante singular, vale dizer, o empresário
individual, é a própria pessoa física ou natural, respondendo os seus bens pelas
obrigações que assumiu, quer sejam civis, quer comerciais. A transformação de firma
individual em pessoa jurídica é uma ficção do direito tributário, somente para o efeito do
imposto de renda (Ap. cív. n° 8.447 – Lajes, in Bol. Jur. ADCOAS, n° 18.878/73)” (in
Curso de Direito Comercial, Saraiva, 2006, 26ª ed., p.78
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A jurisprudência pátria trilha a mesma senda doutrinária exposta acima. Senão vejamos:
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incômodos sofridos. A fixação do valor da indenização por danos morais pauta-se pela
aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Em caso de sentença
condenatória, os honorários advocatícios devem ser fixados com base no valor da
condenação.” (TJMG; APCV 6006200-16.2015.8.13.0079; Décima Terceira Câmara
Cível; Rel. Des. Rogério Medeiros; Julg. 15/04/2021; DJEMG 16/04/2021) (Grifei).
Portanto, não havendo distinção real entre as partes promoventes, os eventuais danos morais
alegados , in casu, não poderão ser observados duplamente, como se tivessem atingindo
pessoas diversas, mas de forma única, em face da amálgama entre as pessoas física e jurídica
integrantes do polo ativo, tanto para direitos quanto para deveres. Assim, me reportarei a ambas
como uma única promovente.
Dito isso, avanço sobre os fatos narrados na inicial, onde a promovente afirma que os promovidos
“lideraram uma rede de cancelamento” em seu desfavor, em evidente abuso à liberdade de
expressão, quando expressaram opiniões sobre o conteúdo que publicou no seu instagram sobre
o movimento feminista e meritocracia, aos quais teria dado embasamento teórico e fundamentado
em estudiosos, retratando a sedimentação de tais temas ao longo da história da origem e
evolução do próprio conhecimento, sendo que também teriam dado ensejo, em suas
manifestações, ao cometimento dos crimes de difamação e injúria, tipificados nos arts. 139 e 140
do Código Penal.
Data vênia, não verifico demonstrado nas provas coligidas aos autos quaisquer elementos de
convicção apontem a existência do apontado cancelamento de forma coletiva pelos promovidos.
Na inicial não se relata quais teriam sido os atos de liderança dos promovidos no presente caso,
sendo citadas apenas suas manifestações pessoais, que não foram as únicas, sobre as
postagens da promovente, delas não se extraindo qualquer intenção coordenada de
cancelamento.
Ora, os posts colocados pela promovente, no presente caso, são polêmicos, posto que refutam o
movimento organizado e histórico do feminismo, não sendo surpresa que tenha motivado uma
resistência às suas exposições.
E não vi, nos autos, o alegado embasamento teórico ou a fundamentação em estudiosos do tema
nas exposições da promovente, tratando-se de meras publicações que remetem à celeuma do
tema sem maiores digressões.
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Inevitável, portando, que ao fazer as referidas publicações na rede social instagram, a
promovente estivesse aberta a críticas, ainda que ácidas, mas que visavam, sobretudo, a
refutação ao conteúdo publicado.
Interessante que a promovente afirma que tais críticas, que visavam o seu cancelamento, foram
acompanhadas por seus mais de 7.000 seguidores, no entanto, observa-se, pelo que se extrai
dos autos, que elas não foram publicadas na página da promovente, e sim em redes sociais dos
promovidos, que apenas republicaram os posts da promovente e os comentaram.
Ademais, não há qualquer notícia nos autos que demonstre que efetivamente houve o
cancelamento de quaisquer das páginas da promovente ou que isso tenha sido formalmente
requerido às empresas donas daquelas mídias sociais eletrônicas.
Na inicial a promovente tenta fazer crer que houve um movimento coordenado dos promovidos
visando atacá-la, e para tanto aglutina mensagens dos promovidos, mas não comprova a ação
conjunta e nem mesmo qualquer relação entre os promovidos que denotasse a possibilidade do
movimento coletivo.
Ao contrário, o que se extrai dos autos foi que houve tão somente e naturalmente a reação do
público que teve acesso às polêmicas publicações da promovente sobre o feminismo, muitas
daquelas em comentários coloquiais e utilizando expressões coloquiais, mas que intentavam,
pelo contexto dos fatos, demonstrar indignação pelo conteúdo dos posts já referidos da
promovente.
Friso, por necessário, que a única interação que houve no presente caso, pelo que consta dos
autos, foi entre a promovente e a promovida PAOLA (IDs 20498106 a 20498107), tendo por
móvel as visões diametralmente opostas sobre o tema feminismo, mas dali não se extrai qualquer
intenção da referida promovida de cancelar a promovente.
Importante ressaltar também que, como dito acima, a empresa promovente nada mais é do que
uma extensão jurídica da sua proprietária, razão pela qual a promovente MAITE MARQUES
também é responsável pelo que foi publicado na página da empresa e, por isso, estava sujeita a
críticas pessoais no presente caso.
Portanto, não vejo, in casu, prova de qualquer ação coordenada pelos promovidos de
cancelamento da promovente, mas apenas manifestações de repúdio ao conteúdo das
publicações feitas pela promovente em, repiso, assunto extremamente complexo e polêmico afeto
ao feminismo, adjetivos que não escapavam à inteligência da promovente, que sabia exatamente
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onde estava entrando ao suscitá-lo.
No pertinente a palavras escritas pelos promovidos de baixo calão e/ou que colocaram em xeque
a capacidade profissional da promovente, entendo que não possuem o condão da caracterização
de difamação e injúria para os fins pretendidos nestes autos, vez que, no sentir deste julgado,
foram imbuídas, na verdade, de intenção de criticar o conteúdo das ideias da promovente,
transbordando para o continente apenas de forma limítrofe e sem maiores consequências, não se
provando nos autos que tenha efetivamente causado algum prejuízo à promovente.
Sendo certo que este juízo não é criminal, observo apenas que o que consta dos autos não dá
ensejo à necessidade de condenação dos promovidos a indenizarem a promovente por danos
morais, cabendo à jurisdição competente aferir a eventual prática de crime em casos tais, se for
provocada a tanto e respeitadas as distinções das respectivas jurisdições cível e criminal.
Não havendo, conforme razões expostas acima, prova da ação coordenada dos promovidos no
presente caso, resta assente, como seu corolário, a inexistência da apontada solidariedade entre
eles.
Além disso, o juízo não tem elementos para aferir sobre a inexistência de incitação ao ódio por
parte da promovente ao fazer publicações em suas redes sociais no exercício do seu ofício
profissional, posto que isto dependerá, obviamente, do que for publicado e do seu contexto,
devendo ser avaliado, se for necessário, não caso concreto e pela parte que se sentir
prejudicada.
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ.
Concessa vênia, não verifico litigância de má-fé no presente caso. Ocorre que a promovente,
sentindo-se lesada em seu direito no presente caso e, conforme sua interpretação dos fatos,
entendendo que houve um movimento coordenado visando o seu cancelamento em redes sociais
na internet, houve por bem trazer o caso a juízo para conhecimento e julgamento, se utilizando de
um meio social institucionalizado para resolução de conflitos e aberto ao contraditório e ampla
defesa.
O fato de sua interpretação não ter sido acolhida por este magistrado não caracteriza, de per si,
que tenha incorrido em quaisquer das definições legais da litigância de má-fé, o que não restou
demonstrado pelas promovidas.
PEDIDOS CONTRAPOSTOS.
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a) – PAOLA MARCÉLIA (ID 41415250).
Não procede o pedido contraposto da promovida PAOLA MARCÉLIA no presente caso, posto que
não há elementos de convicção nos autos de que as ilações da promovente são baseadas em
provas falsas.
Aliás, ressai do contexto probatório a veracidade dos prints acostados à inicial, não importando
isso que aqueles posts anexados comprovam a tese ali exposta, que já foi, de resto, rejeitada por
este juízo.
O fato da promovente não ter contestado o ponto supracitado do pedido contraposto implica em
revelia, nos termos do art. 341 do CPC, aplicável subsidiariamente ao caso, mas esta não
subsiste, nos termos do art. 20 da Lei nº 9.099/95, se o contrário resultar da convicção do juiz, o
que poderá ilidir a presunção de veracidade decorrente da inércia da parte, como no presente
caso.
Da mesma forma, o fato da promovida PAOLA MARCÉLIA ter que responder a uma queixa crime
pelos fatos referidos nos autos também não caracteriza o dano moral, sendo o juízo criminal
jurisdição diversa, na qual o órgão julgador fará avaliação que poderá ser distinta deste juízo,
posto que se voltam para os fatos sob a ótica de direitos de natureza diversa.
Observo que a promovida PAOLA MARCÉLIA não apresentou nos autos qualquer prova da
existência do alegado dano moral na fase instrutória, limitando-se a meras alegações no pedido
contraposto, lembrando que cabe a parte provar nos autos os fatos constitutivos do seu direito,
nos termos do art. 373, I, do CPC.
Por fim, este juízo já tem se manifestado pela impossibilidade de condenação da parte, seja na
inicial ou em pedido contraposto, pelo pagamento de honorários advocatícios, ainda que, como
no presente caso, a ação seja julgada improcedente, posto que a relação contratual, no caso,
entre a promovida/autora do pedido contraposto e suas advogadas foi firmada sem qualquer
participação da promovente, não sendo razoável que esta seja condenada a pagar o valor
livremente pactuado entre as partes contratantes. Nesse sentido:
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Santos; Décima Oitava Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Henrique Rodriguero
Clavisio; Julg. 21/07/2020; DJESP 27/07/2020; Pág. 2621). (Grifei).
No pertinente ao alegado dano moral, não passou de mera alegação do promovente, sem
qualquer elemento probatório acostado aos autos que demonstre a sua a sua efetiva ocorrência,
não se desincumbindo o promovido MATEUS WAIMER, assim, de provar o fato constitutivo do
seu direito, conforme exigência do art. 373, I, do CPC.
Aqui também friso que o fato da promovente não ter contestado o pedido contraposto implica em
revelia, nos termos do art. 341 do CPC, aplicável subsidiariamente ao caso, mas esta não
subsiste, nos termos do art. 20 da Lei nº 9.099/95, se o contrário resultar da convicção do juiz, o
que poderá ilidir a presunção de veracidade decorrente da inércia da parte, como no presente
caso.
Aqui também ressalto que este juízo já tem se manifestado pela impossibilidade de condenação
da parte, seja na inicial ou em pedido contraposto, pelo pagamento de honorários advocatícios,
ainda que, como no presente caso, a ação seja julgada improcedente, posto que a relação
contratual, no caso, entre a promovida/autora do pedido contraposto e suas advogadas foi
firmada sem qualquer participação da promovente, não sendo razoável que esta seja condenada
a pagar o valor livremente pactuado entre as partes contratantes. Nesse sentido:
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artigo 23. Recurso não provido.” (TJSP; AC 1015571-30.2018.8.26.0562; Ac. 13773912;
Santos; Décima Oitava Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Henrique Rodriguero
Clavisio; Julg. 21/07/2020; DJESP 27/07/2020; Pág. 2621). (Grifei).
Ante o exposto, com fulcro na Lei nº 9.099/95 e nos arts. 186 e 927 do CPC, JULGO
IMPROCEDENTE o pedido das promoventes CEREBRARE NEUROCIÊNCIAS E AFETO e
MAITÊ MARQUES PALMEIRA DE LIMA de condenação solidária dos promovidos a lhes
indenizar por supostos danos morais.
Da mesma forma, e nos termos das razões expostas acima, JULGO IMPROCEDENTES os
pedidos das promoventes insertos nos itens IV, “f” e “h”, da inicial (IDs 20498100, págs. 10 e 11).
Pela mesma razão referida no parágrafo anterior, INDEFIRO o requerimento dos promovidos
MATEUS WAIMER e PRISCILA CASTRO TEIXEIRA de encaminhamento de cópias dos autos
ao “órgão fiscalizador”.
Sem custas ou honorários advocatícios, nos termos dos arts. 54 e 55 da Lei nº 9.099/95.
Conforme requerido nos autos e com fulcro nos arts. 98 e segts. do CPC, concedo assistência
judiciária à promovida PAOLA MARCÉLIA ACIOLY FERNANDES.
Indefiro, com fulcro no art. 99, § 2º, do CPC, o pedido de assistência judiciária do promovido
MATEUS WAIMER, posto que se declarou profissional de psicologia e professor de ensino
superior, denotando capacidade econômica, não havendo nos autos nenhum elemento que
demonstre a sua hipossuficiência.
Indefiro, com fulcro no art. 99, § 2º, do CPC, o pedido de assistência judiciária da promovida
PRISCILA CASTRO TEIXEIRA, posto que se declarou professora universitária e artista,
denotando capacidade econômica, não havendo nos autos nenhum elemento que demonstre a
sua hipossuficiência.
Habilite-se nos autos o Dr. JORDAN DOS SANTOS AGUIAR – OAB/PA nº 28.836, o
acrescentando também como advogado da promovida PRISCILA CASTRO, conforme
substabelecimento acostado no ID 47969215.
Intimem-se as partes, através dos seus respectivos advogados habilitados nos autos.
P. R. I. Cumpra-se.
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Gérson Marra Gomes
Juiz de Direito
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