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Revista Diálogos Interdisciplinares

2016 vol. 5 n° 2 - ISSN 2317-3793

DIREITOS HUMANOS E OS LIMITES DO QUE SE DEFINE COMO ‘DIGNIDADE


HUMANA’
HUMAN RIGHTS AND THE LIMITS OF THAT DEFINE THE 'HUMAN DIGNITY'
Yumara L. Vasconcelos1

Resumo
Esse artigo objetivou, numa abordagem propositiva, discutir os contornos basilares que delimitam o significado da dignidade humana
no campo jurídico. A revisão empreendida ratificou a conexão entre o senso de moralidade (elaborado socialmente) e os limites do
significado atribuído à dignidade humana. Elege, igualmente, as tensões sociais como elemento catalisador do despertamento da
necessidade de respeito aos direitos humanos, o que culminou em sua positivação. O princípio da dignidade é apresentado com
clareza em relação ao seu objeto (dignidade), todavia, a imprecisão alcança exatamente o sentido da ‘dignidade humana’ frente à
amplitude do ordenamento e a diversidade de situações jurídicas que este alberga. Como resultado de pesquisa, identificou-se a
liberdade como elemento basilar do conceito de dignidade, com os seguintes elementos definidores: identidade (condições de vida
íntima), existência social (condições mínimas para uma convivência saudável em sociedade), autonomia e expressão.
Palavras-chave: dignidade humana – liberdade –direitos humanos.
Abstract
This paper aimed at a purposive approach, discuss the basic contours that define the meaning of human dignity in the legal field. The
review undertaken ratified the connection between the sense of morality (socially produced) and limits the meaning attributed to
human dignity. Also elect social tensions as a catalyst of the awakening of the need to respect human rights, which culminated in his
positivation. The principle of dignity is clearly presented in relation to its object (dignity). However, the imprecision reaches exactly
the meaning of 'human dignity', opposite the amplitude and spatial diversity of legal situations that this is home. As a result of
research, we identified freedom as the core element of the concept of dignity, with the following defining elements: identity
(conditions of intimate life), social life (minimum conditions for healthy living in society), autonomy and expression.
Keywords: human dignity - freedom - human Rights.

1 Introdução

O que hoje se conhece como ‘direitos humanos’ foi concebido historicamente a partir de diferentes
fontes: costumes cristalizados na cultura das massas ao longo das formações sociais, orientação
filosófico–jurídica, concepções de Direito, circunscrições sociopolíticas, instituições ideológicas
edificadas e o próprio advento do cristianismo. (TRINDADE, 2002; DIAS, 2004; JORGE, 2009)
As ideias elaboradas ao longo do tempo convergiram para um ponto fundamental: a necessidade de
impor limites à atuação do Estado e autoridades por ele constituídas, com vistas a coibir práticas
abusivas. Com efeito, os direitos e garantias fundamentais representam a preservação e proteção
necessárias contra o arbítrio abusivo do Estado e de entes nas relações assimétricas de poder.

1 Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco do cursos de ADMINISTRAÇÃO e do PROGRAMA DE


PÓS GRADUAÇÃO EM CONTROLADORIA. Criadora do PET - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL do
referido curso, sempre manteve interesse e foco no trabalho com educação e temáticas empresariais (ênfase em
Contabilidade). Atualmente realiza pesquisas sobre: -APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA e USO DE
ORGANIZADORES GRÁFICOS no ensino de Contabilidade e composição de técnicas didático-pedagógicas;
-CONTROLES INTERNOS E DE GESTÃO DAS RELAÇÕES E ROTINAS TRABALHISTAS, o que contempla o
estudo acerca do ASSÉDIO MORAL CORPORATIVO (abordagem multidisciplinar).
129

Inobstante as obras sobre direitos humanos atribuam ênfase ao poder estatal, na verdade, a
concepção reclama ampliação de sua interpretação para alcançar situações sociais, não
incomuns, em que um polo hipossuficiente (pessoa humana) tem seus direitos básicos
desrespeitados. Essa postura hermenêutica cria um universo de abstração amplo e
naturalmente impreciso, de difícil delimitação em face da diversidade de bens jurídicos
tutelados, direta ou indiretamente, pelo Diploma Constitucional. (MORAES, 2003)
Assim, esse artigo tem como objetivo geral, numa abordagem propositiva, discutir os
contornos basilares que delimitam o significado da dignidade humana no campo jurídico,
sem, todavia, esgotá-los.
Nesse intento, definiu-se como problematização norteadora a seguinte questão: o que define
e delimita a dignidade humana?
O advento da Constituição de 1988 consagrou no Brasil a dignidade como imperativo de
conduta social, o que implica afirmar que seus ecos alcançam a totalidade da ordem jurídica.
O ordenamento jurídico brasileiro explora as concepções imanentes a esse princípio sem
haurir as possibilidades de concreção, em virtude do volume possível de situações jurídicas
reais e potenciais abrigadas.
Acredita-se que essa imprecisão decorre da subjetivação que impregna o sentido moral
elaborado pelo indivíduo sobre a dignidade humana.
Os direitos humanos (dentre os quais se destaca aquele a dignidade) são consequência da
moral do sujeito universal e do despertamento para sua necessidade, uma demanda
historicamente relacionada a tensões sociais de diferentes níveis. De fato, a história é fecunda
em fatos provocadores, impulsionando o reconhecimento e atribuição de sentido à dignidade
humana.
Por essa razão, ao longo do trabalho invocou-se dados históricos e leituras contextuais, com o
fito de observar a evolução desses direitos.
Os direitos humanos, tal como se apresentam, formam uma unidade universal, indivisível e
imbricada, em decorrência do grau de inter-relação e interdependência. Por essa esteira,
identifica-se o princípio da dignidade como pedra angular dessa unidade. (TRINDADE, 2002)
A pesquisa empreendida enquadra-se como qualitativa, de natureza eminentemente
bibliográfica, com abordagem exploratório-descritiva, escolhas metodológicas justificadas
pela natureza dos dados analisados e objetivo proposto.
130

Os estudos qualitativos são profusores de discussões, posto que se baseiam na exploração do


significado atribuído a impressões, teses, pontos de vistas, leituras, percepções, experiências
(observadas ou vivenciadas pelos sujeitos da pesquisa).
Nesse trabalho, definiu-se como campo dessa exploração a contribuição e perspectiva dos
autores revisados. (FAGUNDES, 2009; STRAUSS; CORBIN, 2008; TOZONI-REIS, 2009)
O trabalho está organizado nas seguintes seções: introdução, desenvolvimento e
considerações finais.
A introdução apresentou os elementos que compuseram o eixo metodológico da pesquisa.
Na seção de desenvolvimento articulou-se a revisão de literatura, revelando o princípio da
dignidade como fator de coesão dos demais princípios jurídicos (objeto e contornos) e direitos
humanos. Nesse intento, abordou-se o sentido da moralidade social como substrato desses
direitos e os antecedentes históricos de sua consagração. Por fim, teceu-se as considerações
finais, resgatando-se a problematização e objetivos propostos.

2 Referencial teórico
2.1 Princípio da dignidade: objeto e contornos

A dignidade da pessoa humana relaciona-se à existência do ser em sua plenitude e, por essa
razão, condição essencial de vida. Predicado existencial, não corresponde a uma criação
constitucional, posto que, atributo do sujeito, antecede o marco ou qualquer experiência de
caráter especulativo. (GUERRA, EMERIQUE, 2006)

O princípio da dignidade tem natureza ético-jurídica, contemplando o direito irrenunciável de


exercício da autonomia e autodeterminação (expressão das vontades). Comporta ainda aqueles
relacionados à ponderação dos limites dos espaços de liberdade e seu contraste relativamente
à solidariedade social.
A compreensão dessa natureza ganha relevo posto que, a solidariedade ao extremo anula a
liberdade do indivíduo; por outro lado, a liberdade irrestrita pode levar ao alheamento (perda
gradativa do senso de pertencimento a um grupo social). (PITHAN, 2004)
Apropriando-se da concepção Kantiana, como o sentido de humanidade reside na
racionalidade, livre arbítrio e capacidade de interação social da pessoa humana, toda ação que
obste a fruição e expressão dessas propriedades afeta a dignidade do ser. (WALKER, 1999;
KANT, 2006; BALTHAZAR, STOBE, 2013)
131

Esse enfoque define a pessoa humana como ente moral dotado, naturalmente, de consciência e
liberdade, apta a realizar escolhas à luz de esquemas mentais próprios, além de viver
solidariamente em sociedade. (BALTHAZAR, STOBE, 2013)
O homem é, portanto, sujeito do discurso e da ação; na verdade, mentor das próprias atitudes,
com predisposição para agir, reagir e abster-se, com poder de realização e reflexão.
(MORAES, 2003; WAGNER, 2006; FERNANDES, 2010; WALKER, 1999; BALTHAZAR,
STOBE, 2013)
A dignidade humana, conceito de elevada carga moral e densidade valorativa, encontra o
senso de solidariedade social quando se verifica o reconhecimento do outro como seu
semelhante, incutindo na relação um comportamento ético e respeitoso. Significa que o
conceito de dignidade aplica-se ao individuo, estendendo-se à coletividade (admissão da
existência social da pessoa humana), o que ratifica sua característica relacional. (PITHAN,
2004; VAZ, 2002; SAMPAIO, 2006; MIR, 2004; WALKER, 1999). Nessa orientação,
Miranda (2006) faz a alusão à expressão dignidade social.
De fato, o cerne do conceito de dignidade compõe-se pela existência e natureza do homem,
coexistência dos seres (repercussão da vida em sociedade) e pela liberdade. (BALTHAZAR,
STOBE, 2013; VASCONCELOS, 2015; BOSCO, 2011; SILVA, 1998; CALIL, 2004)
A noção de dignidade social está presente nas interpretações de passagens bíblicas,
especialmente quando enaltece a misericórdia e indulgência nos relacionamentos entre os
pares (cristãos). A misericórdia reclama tolerância, componente fundamental à harmonia
social, demanda que dialoga com outras enunciadas virtudes, reiteradamente destacadas na
mesma obra.
Ao postular o apelo ao perdão, alguns intérpretes da mensagem do evangelho lançaram uma
reflexão pertinente e atual, que diz respeito à legitimidade da conduta tolerante em
contraponto àquela invasiva, recriminatória (catalisadora do preconceito excludente) e
dogmática, sem acesso a releituras e problematizações ‘multiface’. De fato, o fundamento
fraternal presente no discurso cristão provocou mudanças significativas nas mentalidades da
época. (SCARLET, 2006)
O senso de dignidade humana (individual) impõe o reconhecimento de espaços individuais
invioláveis. A concreção da dignidade social pressupõe o respeito a esses espaços
interpessoais.
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Quando o sistema legal recepcionou o conceito de dignidade, originariamente sacro, no


ordenamento jurídico, a prática forense imprimiu uma abordagem mais contextualizada às
demandas sociais concretas. (BALTHAZAR, STOBE, 2013)
Em razão de sua natureza, o princípio da dignidade humana representa uma diretriz que se
impõe à conduta das pessoas para com seus pares; uma ‘medida’ que, sobrepondo-se como
‘norma-limite’, respeita naturalmente os espaços interpessoais dos entes nas relações
jurídicas, apresentando ampla abrangência nessas zonas.
A imposição de limites cria direitos e obrigações para as partes de qualquer relação jurídica,
situações positivas que alcançam o Estado e a sociedade. De fato,
Os direitos fundamentais estão necessariamente sujeitos a limites, ainda que de
natureza e grau muito diversos. Não há liberdades absolutas; elas aparecem, pelo
menos, limitadas pela necessidade de assegurar as liberdades dos outros.
(MIRANDA, 2006, p.491)
A vontade incide sobre a oportunidade ensejando a escolha, todavia, respeitando os limites
invisíveis do espaço social.
A dignidade incute uma delimitação espacial imprecisa, configurada social e
psicologicamente.
Moraes (2011, p. 48) define dignidade como:
(...) um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na
autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo um
mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que,
somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos
fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas
as pessoas enquanto seres humanos.
A dignidade humana é o elemento nuclear que pauta a ética em todos os relacionamentos,
especialmente na prática jurídica, ocupando lugar central na interpretação do ordenamento.
(KÜNG, 2001; WEBER, 2013; KUMAGAI, MARTA, 2010)
O conceito delimita um espaço preenchido pela integridade moral, considerado mínimo
existencial. Ressalte-se, todavia que, inobstante se invoque sua concepção abstrata, “A
dignidade relaciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como com as condições
materiais de subsistência.” (BARROSO e BARCELLOS, 2003, p. 205)
O princípio da dignidade da pessoa humana confere fundamento ao reconhecimento dos
demais direitos, a exemplo daqueles inerentes à personalidade do indivíduo (direito à
privacidade, honra, intimidade, imagem, ao esquecimento, dentre outros). O direito a
educação é igualmente agasalhado por esse princípio. (MORAES, 2011; FERREIRA, 2004;
KUMAGAI, MARTA, 2010)
133

Por essa esteira, a liberdade impõe-se como um atributo primário intrínseco e essencial à
pessoa, do qual decorrem outros atributos (secundários), aportados para compor o que se
denomina ‘dignidade da pessoa humana’.
O quadro 1 tomou por base a revisão de literatura empreendida, por meio da qual, identificou-
se as expressões mais frequentemente utilizadas pelos autores para definir ‘dignidade’.

Quadro 1: Atributos que definem a dignidade humana e condutas abusivas.


Comportamentos contrários à
Atributos primários Atributos secundários
preservação da dignidade humana
Liberdade de ‘ser’, conforme
suas escolhas, diversa ou não do Insultos – críticas agressivas e
padrão cultural estabelecido e infrutíferas que ataquem a honra do
socialmente aceito. indivíduo – isolamento social visando
Identidade (condições de
Entendendo-se o ‘ser’ como ente desprestigiar o outro – agressividade,
vida íntima)
psicológico – racional autônomo independente do meio utilizado–
e moral por natureza, singular tratamentos degradantes em todos os
em sua existência. níveis.
.
Existência social
Liberdade de ‘estar’ socialmente. Exclusão – discriminação –
(condições mínimas para
Liberdade de desenvolvimento constrangimento e humilhação em razão
uma convivência saudável
psicológico e intelectual. de sua condição ou estado.
em sociedade)
Liberdade decisória / livre-
arbítrio (de ação, direção,
comando sobre a própria vida).
Posturas invasivas em relação aos pares –
Aptidão para agir conforme seus
Autonomia desrespeito à privacidade e direito de
próprios critérios e
escolha do outro.
entendimentos..
Capacidade de elaborar e
concretizar seu projeto de vida.
Liberdade de expressão e de Cerceamento dessa liberdade. Cesura de
Expressão
informação. modo geral.
Fonte: adaptado de VASCONCELOS (2015)

Desde a tomada de consciência da racionalidade, lançando reflexões sobre a própria


existência, a história do homem tem sido marcada por momentos de luta pela liberdade em
suas diferentes dimensões. (BOSCO, 2011)
Historicamente
(...) a possibilidade de determinar-se conforme o próprio entendimento passou a
constituir-se o principal objetivo da existência dos indivíduos e dos povos, em
constante busca da afirmação do princípio da autoderminação perante as renovadas
tentativas de transformá-los em seres programados para o atingimento dos objetivos
de terceiros, ainda que ao argumento de tratar-se do interesse de todos. (BOSCO,
2011, p. XV)
134

Assim, a liberdade se apresenta como conceito essencial à própria existência do homem, o


que paradoxalmente se consubstancia por meio de normas compulsórias de conduta,
patrocinando a segurança necessária ao desenvolvimento de sua personalidade. (BOSCO,
2011)
Os atributos secundários estão albergados sob a égide dos atributos primários e esses, sob a
tutela do conceito principal (dignidade), que é fundamental ao exercício da cidadania.
As liberdades citadas apresentam restrições de alcance, impostas pela citada delimitação dos
espaços decorrentes da coexistência do homem em sociedade, incidência de normas de
controle, disciplina moral e regras sociais. Todavia, sua expressão dentro desse espaço,
definidor da dignidade humana, é irrestrita e irrenunciável, inerente à pessoa natural
(qualidade intrínseca, inata).
A autodeterminação define-se pela capacidade decisória do indivíduo, que no exercício desse
livre-arbítrio posiciona-se ativamente diante do mundo, segundo suas impressões e pontos de
vista.
A autonomia tem existência plena no contexto dessa liberdade, cujo espaço é circunscrito
pelas convenções sociais, lógica e regramento moral (conduta condicionada). (FREITAG,
1992; WEBER, 2013; GARCÍA, 2001)
A sociedade civil ou política é uma criação humana baseada em convenções sociais e acordos
invisíveis. Esses pactos são restritivos de liberdade, mas necessários à harmonia coletiva e
manutenção da dignidade social.
O conceito de dignidade se aplica na instância individual e coletiva. Guarda relação direta e
inequívoca com a afirmação da individualidade do ser na sociedade. (SARLET, 2006)
Mir (2004) enquadra a dignidade, afirmação social, como princípio da natureza) humana que
se manifesta por meio da racionalidade, liberdade e solidariedade ontológica.
A liberdade é o esteio do exercício da autonomia pensante e esta, lastro da dignidade humana
(capacidade de ação e abstenção, por determinação da vontade ou livre arbítrio). (JORGE
FILHO, 1992; DE SALLE, 2010; BRITO FILHO, 2006)
O elevado grau de abstração que envolve a semântica do termo ‘dignidade’ reclama a
reflexão, contextualização, problematização e ressignificação do sentido político atribuído à
sua concepção, especialmente acerca da diversidade valorativa evidenciada nas posições que
se alicerçam e exortam o conceito. (ROCHA, 2009; PITHAN, 2004; ARAMINI, 2007;
ISRAEL, 2005; MORAES, 2003; RIBEIRO, 2011)
135

Com efeito, a vaguidade do conceito de dignidade demanda concretização no espectro de


relações jurídicas possíveis, o que torna seu alcance inesgotável. (RIBEIRO, 2011).
“O Direito enuncia o princípio, cristalizado na consciência coletiva (rectius, na história) de
determinada comunidade, dispondo sobre sua tutela, através de direitos, liberdades e garantias
que a assegurem.” (ISRAEL, p. 82, 2005)
Israel (2005) ressalta que o substrato material do princípio da dignidade reconhece:
 o sujeito moral (dotado de ética) e coexistencial;
 a reciprocidade da necessidade de respeito à integridade psicofísica da qual cada um é titular;
 o livre arbítrio e autodeterminação decorrente (no sentido político);
 a natureza social do indivíduo.
Nesse intento, subentende-se que “São corolários desta elaboração os princípios jurídicos da
igualdade, da integridade física e moral – psicofísica-, da liberdade e da solidariedade”
(ISRAEL, p. 85, 2005)
Em consequência dessa abrangência hermenêutica, é notória a dificuldade de estabelecer os
contornos que definem o princípio, “(...) que é acompanhada da imprescindível necessidade
de o fazer, sempre que se analisem os direitos mais essenciais das ordens jurídicas modernas.”
(ROCHA, 2009, p. 115)
A fonte jurisprudencial, todavia, tem suprido essa lacuna.
O conceito de dignidade relaciona-se diretamente com a expressão da individualidade da
pessoa (consciência, vontade), o modo de pensar institucionalizado pela sociedade (que
cristaliza suas ‘verdades’) e o senso de ‘moral’ compartilhado. Essa constatação confere ao
conceito uma dimensão cultural e histórica, não exclusivamente ético-jurídica. Implica
afirmar que o princípio transita entre as dimensões da ética e da abstração, alcançando,
igualmente, aquelas de natureza pragmática e material. (SILVA, ZENNI, 2009)
A dignidade humana compreende uma diversidade de bens jurídicos, contemplando diferentes
células sociais (a exemplo da família e organização corporativa), insculpindo aos textos legais
valores de natureza moral.
Os direitos humanos explicitam a dignidade humana, já que cada conteúdo enunciado a
projeta em um ou mais aspectos. Em convergência ao que aduz Silva (1998, p.92), (...)
concebe-se a dignidade da pessoa humana como “(...) um valor supremo que atrai o conteúdo
de todos os direitos fundamentais do homem, desde o direito à vida.”
Integrando o eixo valorativo do ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da dignidade
atinge situações jurídicas distintas.
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Fundamento do Estado Democrático de Direito, a dignidade humana exige condições


existenciais mínimas segundo os padrões da justiça social e humanidade em sua ampla
acepção, consagrando a primazia da pessoa.
Da análise empreendida depreende-se que a abrangência do princípio remete à avaliação do
caso concreto para uma fundamentação eficaz, embora, o senso comum direcione à
elaboração do significado da expressão dignidade humana.

2.2 Do sentido de moralidade aos direitos humanos: uma amálgama de coesão

A ‘moral social’ é apresentada ao indivíduo no curso das relações sociais, fazendo-o imergir
naquele conjunto de tradições e costumes, influenciando a deliberação de ações cotidianas.
Nesse diapasão, o conceito de moral não tem uma função coercitiva ou restritiva meramente,
mas sim, definidora da formação do indivíduo e da coesão social, visto que alcança em sua
concepção os parâmetros que identificam a dignidade da pessoa sob uma perspectiva coletiva,
baseando-se nos limites de autonomia (racionalidade) e liberdade. (DIAS, 2004; LOPES,
2005; DIAS, 2004)
As representações mentais acerca da moral definem a expectativa de conduta aceita naquele
meio e orientam comportamentos à luz do padrão estabelecido. (SROUR, 2008)
Nessa interpretação da realidade, o conceito de dignidade e moral formam uma identidade.
A liberdade e racionalidade se projetam como elementos fundadores da moral universalmente
válida, sem, contudo, objetar a influência dos costumes e construções sociais específicas de
moralidade. Significa afirmar que existe uma moral universal, abrangente e aterritorial, e
outra numa instância delimitada. (IORIS, 2009)
Essa constatação torna algumas impressões sobre dignidade muito peculiar e contextualizada.
O senso de moral estabelecido constitui a amálgama necessária à coesão dos elementos que
compõem o conceito de dignidade humana e os princípios decorrentes.
A teoria moralista de Perelman vincula os direitos humanos à experiência e consciência moral
da sociedade (espiritus razonables). (MORAES, 2011)
137

A visão e valorização de direitos humanísticos passam necessariamente pela concepção


‘moral’, que entrega parâmetros de enquadramento em um paradigma de conduta social,
baseada na racionalidade e liberdade de ser, expressar-se, negociar, acordar e consentir. (DI
NAPOLI, 2000)

2.3 Antecedentes históricos da consagração dos direitos humanos


A noção de direitos humanos como necessidade fundamental ou produto elaborado
socialmente precedeu o movimento constitucionalista.
Locke, filósofo jusnaturalista, já fazia referência a esses direitos, denominando-os de direitos
naturais.
O direito a vida alberga, na lente do autor, direito a igualdade, direito a independência, direito
a autodefesa, direito a propriedade (que em sentido amplo, inclui direito a liberdade
individual) e direito a resistência.
Em seu entendimento, os direitos naturais (humanísticos em essência) precedem qualquer
estrutura organizativa (o próprio ‘Estado’) e alcançam toda a humanidade.
A positivação dos direitos decorreu da necessidade de se firmar acordos entre os homens, para
viabilizar a conciliação de interesses na vida social. A sociedade e o poder político vinculam-
se a um ‘contrato’, que restringe a plenitude dos direitos naturais, dando azo ao Estado
político (estado de licenciosidade). (DE SALLE, 2010; DIAS, 2004; MORAES, 2011)
A teoria jusnaturalista fundamenta os direitos humanos em seu aspecto mais amplo, não
incorporando necessariamente o discurso teológico.
De alcance universal, inderrogável e imutável, esses direitos integram intuitivamente a
consciência existencial do homem.
Lo natural se identifica com aquellos âmbitos de La conduta que no están
superditados ao pacto entre los hombres, precisamente porque viene dado por La
naturaleza; mientras que se intiende por positivo aquello que depende
essencialmente Del pacto entre los hombres, y por tanto es susceptible de cambio
em función de los critérios de conveniência que em cada momento puedan estar
vigentes. (DURÁN Y LALAGUNA, 1997, p. 41)
A redação da Declaração e Programa de Ação de Viena estabelece em sua redação a
identidade entre direitos humanos e naturais. (MORAES, 2011)
As teorias que explicam a importância do reconhecimento e a natureza dos direitos humanos
complementam-se na composição dessa unidade de sentido.
É a partir do senso de pertencimento a um grupo social, detentor de valores – concepção
própria de moralidade - que os operadores do Direito ultrapassam os limites normativos,
138

alcançando uma interpretação mais humanística, atingindo um volume maior de casos. A


norma não esgota as possibilidades de situações jurídicas. (MORAES, 2001)
Com efeito,
(...) somente a partir da formação de uma consciência social (teoria de Perelman),
baseada principalmente em valores fixados na crença de uma ordem superior,
universal e imutável (teoria jusnaturalista), é que o legislador ou os tribunais (esses
principalmente nos países anglo-saxões) encontram substrato político e social para
reconhecerem a existência de determinados direitos humanos fundamentais como
integrantes do ordenamento jurídico (teoria positivista). (MORAES, 2001, p. 16)
Fazendo alusão ao reconhecimento da existência de uma ‘ordem superior’ pelos
jusnaturalistas, não se pode negar a religião como berço da concepção da expressão dignidade
humana.
Inobstante essa constatação histórica, as tensões sociais tiveram seu papel e catalisaram
iniciativas de indagação acerca dos direitos e garantias fundamentais.
Destaque-se, na experiência brasileira, o marco funesto da ‘ditadura militar’, onde o Estado,
em iniciativas coercitivas, cerceava a liberdade do indivíduo em níveis distintos, despertando-
o para uma reflexão acerca dos direitos que os cabia como cidadãos, seres históricos, políticos
e culturais.
Entretanto, à época, paradoxalmente, quanto mais a pressão do Estado pelo controle se
intensificava, o movimento de indignação e resistência se instaurava e consolidava suas
raízes. Com efeito, progressivamente, a sociedade civil antes amorfa, ganhava organicidade
nesse esforço de contrapor-se ao despotismo estatal, impondo-se frente à necessidade de
defesa dos direitos civis e políticos. (MONDAINI, 2009)
O Ato Institucional n. 5 positivou infame disciplina cerceante, embora incorporasse as
expressões ‘dignidade humana’, ‘ordem democrática’ e ‘liberdade’.
O repertório de experiências sociais insculpiu um olhar singular acerca da necessidade de se
consagrar e legitimar os direitos humanos, e assim o princípio da dignidade da pessoa humana
incrustou-se no constitucionalismo contemporâneo, espargindo-se a todos os ramos do
Direito, estabelecendo novos olhares e formas de pensar. (ROCHA, 1999)
O constitucionalismo, aliado a eventos históricos resultantes de inquietações populares,
consagrou os anseios do povo relativos à positivação de princípios humanísticos, irradiando
um espectro de demandas edificadas a partir da deploração de iniciativas de violação à
dignidade humana. (TRINDADE, 2002; MORAES, 2003; BOTAM, ROSADO-NUNES,
2005; BOTAM, ROSADO-NUNES, 2005)
139

Justiça social, equilíbrio de interesses, liberdade de expressão e desenvolvimento são apenas


alguns desses reclamos.
Os direitos humanos, a princípio, prescindiriam a positivação, visto tratar-se de direitos
vinculados à natureza e (co) existência do homem. Apesar dessa notória obviedade, os
condicionantes sociais e políticos convergiam em direção ao despertamento à necessidade de
regulamentação.
A reivindicação dos Direitos humanos se assenta numa concepção de moral edificada
coletivamente ao longo da história, motivada por crenças e valores compartilhados, além de
escolhas colegiadas de modo não sistemático pela sociedade.
O marco que incitou a aproximação entre o Direito e a ética foi a 2ª. guerra mundial, lançando
reflexões sobre a importância de desenvolver uma cultura de tolerância, baseada em critérios
ético-humanísticos.
Após esse advento, a convergência e identidade entre o regramento jurídico e o argumento
moral de justificação surgiram como movimento reativo (pós-positivista).
A 1ª. guerra mundial produziu efeitos políticos, econômicos, emocionais e sociais marcantes
(greves, elevado índice de desemprego, inflação expressiva, instabilidade econômica e
política), próprios de um status pós-guerra, ensejando o reconhecimento da necessidade de
um código de conduta neutro no ambiente internacional, respeitando os limites impostos pela
autodeterminação nacional (construção de estatutos políticos próprios pelos Estados).
Essa ‘necessidade’ foi elaborada ao longo dos anos que antecederam e sucederam a guerra,
culminando na renovação do sentimento nacionalista e reflexão sobre a dimensão dos direitos
humanos (incitando à qualificação gradativa de seu conteúdo). Todavia, foi somente após a 2ª.
guerra mundial, em face a repudia aos efeitos funestos e alienantes da doutrina nazista, que
essa problematização ganhou significado. (POOLE, 2007; ISRAEL, 2005; POZZOLI, 2001)
O estimulo a autodeterminação, apesar de sua conotação tolerante, curiosamente originou a
rechaça à diferença e desqualificação dos ideólogos opositores, elementos que se tornaram
parte essencial do discurso de justificação dos regimes totalitários.
Essas doutrinas dogmáticas baseavam-se em critérios valorativos.
Valores são elaborações cognitivas individuais que podem, e geralmente o são,
compartilhados. O homem se restringe a apreciá-los à luz de um ponto de vista pessoal,
aceitando-os ou os recusando, por adesão ou coerção. (MATALLO Jr, 1989)
140

No intento de cristalizar condutas, tornando-as naturais, e justificar a autovalorização de


determinado povo ou raça, teorias foram formuladas para demonstrar que diferenças genéticas
e biológicas determinavam a natureza moral e intelectual do ser. Reverberava-se a censura de
sentidos contrários ao pensamento da casta dominante, promovendo a interdição do domínio
da criticidade. (MATALLO Jr, 1989)
A inversão da importância atribuída ao ‘valor’ em detrimento do ‘conhecimento’ alicerçou a
edificação de regimes totalitários, os quais se baseavam na obliteração de liberdades políticas
por meio do controle intensivo e medidas de repressão, visando a primazia de uma concepção
tendenciosa aos interesses majoritários.
A intolerância à diversidade tornou-se o vaso capilar de ascendência às ideias das forças
políticas dominantes, alheias à autonomia dos grupos políticos divergentes à sua margem. A
ideologia erigida, a partir de valores mascarados como conhecimento, sustentou os
mecanismos de poder à época. (MATALLO Jr, 1989; BIGNOTTO, 2001)
Nos regimes totalitários, a censura e consequente apassivação do sujeito crítico (neutralização
de dissidências), direcionava a sociedade a um modo prescrito e oficial de pensar, interpretar,
recortar e atuar sobre a realidade. Destituíam o sujeito da posição de sujeito, roubando-lhe a
autonomia. Nesses regimes, vive-se uma aparência forçada de uniformidade ideológica,
chancelada e institucionalizada pelo Estado por meio de seus mecanismos coercitivos.
(MOREIRA, 2007)
Historicamente, o cerceante movimento censório sempre serviu a regimes coercitivos, que
pretendiam cintilar falsas verdades, manipular significados, silenciar impressões verdadeiras
sobre a realidade política do país, além de moldar o imaginário social segundo interesses
particulares.
Destaque-se que a ideologia representa uma matriz de sentidos que atribui significado à
realidade.
O pacto da Liga das Nações (1919) representou um avanço no diálogo internacional em
convergência a um ‘código de conduta ético – humanista universal’, mas seus esforços foram
infrutíferos do ponto de vista pragmático, considerando a repercussão das iniciativas de
colonização verificadas à mesma época.
O totalitarismo consolidava-se como mote justificador da pretensa colonização econômica
europeia. (ARENDT, 2011)
141

Curiosamente, a situação e frustração social instaurada após a 1ª. guerra edificaram as bases
que sustentaram os governos totalitários, dando um falso sentido dogmático às ideias que a
sucederam. Com efeito, a fragilidade decorrente do dano psicológico pós-guerra foi a matéria
prima principal alocada para construção do totalitarismo, que teve como base o cerceamento
da liberdade do indivíduo e a oficialização do dogma racial de Hitler (excludente para os não
arianos, denominados de ‘intrusos biológicos, associais’ e deficientes étnicos). (POOLE,
2007; ISRAEL, 2005; ESCOREL, 1993; OLIVEIRA, 2009)
O nascedouro da Declaração dos Direitos Humanos (multinacional, apátrida, firmada entre os
países) foi exatamente o contraponto a essa prática nociva, intolerante e discriminatória
observada no curso da 2a. guerra mundial.
Ressalte-se, entretanto, que a concepção desses direitos precedeu o advento das guerras
mundiais, evento ápice de tensões sociais.
O quadro descrito culminou na emergência de uma concepção ético-humanística universal e
seu acolhimento pelas constituições nacionais.
O surgimento de movimentos filosóficos, sociais e políticos catalisaram a iniciativa.
(POZZOLI, 2001; BOTAM, ROSADO-NUNES, 2005; TRINDADE, 2002)
A dignidade é, atualmente, o contraponto à patrimonialização normativa, antes observada no
cenário mundial, conferindo relevo à plenitude da existência do ser e seu direito de estar
socialmente.

3 Considerações finais

A revisão empreendida ratificou a conexão entre o senso de moralidade (elaborado


socialmente) e os limites do significado atribuído à dignidade humana. Elege, igualmente, as
tensões sociais como elemento catalisador do despertamento da necessidade de respeito aos
direitos humanos, o que culminou em sua positivação e remete a reflexões sobre sua
repercussão na análise do fato jurídico em diferentes instâncias sociais.
O princípio da dignidade é apresentado com clareza em relação ao seu objeto. Todavia, a
imprecisão alcança exatamente o sentido da ‘dignidade humana’, frente à amplitude do
ordenamento e a diversidade de situações jurídicas que este alberga.
Qualidade intrínseca, inalienável, irredutível e indissociável, a dignidade define e determina
sua expressão social.
142

Por meio do mapeamento realizado, identificou-se a liberdade como elemento basilar do


conceito de dignidade, com os seguintes elementos definidores: identidade (condições de vida
íntima), existência social (condições mínimas para uma convivência saudável em sociedade),
autonomia e expressão.

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