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Abraham Shapiro
Em 2008, Eliot Spitzer era governador do estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ele havia
ficado famoso como advogado-geral daquele estado e foi tão rigoroso em sua gestão que
ganhou o apelido de “cão de guarda de Wall Street” por causa do policiamento ostensivo que
exercia sobre as operações na Bolsa de Valores. Ele pegava todas as fraudes, falhas e desvios
dos investidores.
Em março daquele mesmo ano, Spitzer foi flagrado com uma prostituta de luxo num hotel
sofisticado de Washington. O caso veio a público e a mídia acabou descobrindo que não era o
primeiro episódio desse tipo envolvendo o governador. Isso custou a renúncia de seu cargo.
Dias depois, um repórter fez com ele uma entrevista e uma pergunta realmente intrigante. O
jornalista perguntou:
- Como um político famoso como o senhor poderia achar que um deslize desse jamais seria
descoberto?
Spitzer declarou que a possibilidade de ser descoberto passava, sim, por sua cabeça. Mas
como em muitas coisas na vida, ele preferiu ignorar o óbvio, porque simplesmente não queria
enfrentá-lo.
Sabe qual é o nome deste comportamento? Negação. E esta, em especial, é do tipo: ‘comigo
não vai acontecer’ – algo parecido com a opção de conduta de tantas pessoas que morreram
de AIDS nas décadas de 1980 e 90 pelo mesmo raciocínio.
Negação é o que acontece sempre que nós ignoramos os fatos óbvios da vida por
simplesmente não querer enfrentar a situação. É saber da exata consequência, mas fingir que
nada vai acontecer como efeito.
Existe negação na sua vida pessoal? Na sua carreira? Na empresa? Se sim, busque ajuda o mais
rápido possível. Este é um sinal de que o que quer que esteja debaixo deste ‘recurso’ vai se
tornar insustentável no médio prazo.
A negação é uma bomba-relógio. E se não for desarmada já, ela vai explodir!