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DOI: http://dx.doi.org/10.16930/2237-7662/rccc.

v6n16p43-62

Aspectos contábeis e tributários


das reestruturações societárias:
incorporação, fusão e
cisão de empresas

Dalei Mendes Almeida


Contadora, Especialista em Planejamento Tributário pela Universidade do Sul de Santa Catarina ­
Unisul, professora do curso de Ciências Contábeis da Unisul.
dalci@unisul.br

Resumo
o presente artigo abordará os procedimentos contábeis adotados pela
contabilidade tradicional nos processos de reestruturações societárias, nos
casos de incorporação, fusão e cisão de empresas, bem como as obrigações e
os direitos tributários de âmbito federal, de acordo com a legislação fiscal
vigente, incidentes no momento da negociação.

PALAVRAS-CHAVE - Contabilização. Tributário. Fusão, Cisão e Incorporação.

Este artigo foi recebido pelo conselho editorial da Revista Catarinense da Ciência Contábil do CRCSC em 
dezembro de 2006 e aprovado em fevereiro de 2007. RJ
- - - -{ Aspectos contábeis e tributários das reestruturações societárias: incorporação, fusão e cisão de empresas

INTRODUÇÃO Summa de Arithmetica, Geometria, Proportio­


Com a economia cada vez mais globaliza­ ni e Proportionalitá, é famosa entre os conta­
da e competitiva, as empresas precisam estar dores por mostrar como aplicar o sistema das
em constante atualização, servindo-se sempre partidas dobradas, utilizado até hoje na Con­
de novas estratégias para se manter no mer tabilidade.
cado. Contudo, "passaram-se quinhentos anos
Muitas vezes há inclusive a necessidade de desde a publicação do importante trabalho de
uma reestruturação da forma societária, por Pacioli sobre Contabilidade e ainda não vimos
meio de uma incorporação, fusão ou cisão, de quase nenhuma inovação na prática contábil;
forma que tal reestruturação proporcione al­ apenas mais regras, que praticamente não
gumas vantagens, como novas tecnologias, mudaram a estrutura de medição" (WILSON
produtos e serviços com maior qualidade, apud STEWART, 1998, p. 54).
melhores preços, maiores vendas, redução da Portanto, para a contabilidade tradicional,
carga tributária e com isso a empresa possa o que não se pode medir não se pode compre­
se manter no mercado. ender, controlar ou alterar.
Todas essas operações exigem um estudo Quando uma empresa desenvolve esforços
aprofundado dos aspectosjuridicos, contábeis para conseguir um conhecimento técnico so­
e tributários, para que se avalie de forma bem bre determinado produto, e o obtém, provo­
definida as vantagens e desvantagens dessa cando o seu destaque quando comparada com
negociação. as concorrentes, adquire de um Know-howque
Outro ponto importante é que, como tais de alguma maneira dá condição privilegiada

operações não ocorrem com freqüência na àquela que o explora e dele usufrui.

vida das empresas, mas somente entre lon Tal conhecimento, denominado atualmen­
gos periodos, as entidades geralmente não te como o Capital Intelectual, simplesmente é

estão preparadas internamente para realiza. ignorado nas demonstrações contàbeis. Os

las. Assim, tem sido adotada a contratação de custos que lhe deram origem, se existirem, vão

serviços externos especializados. diretamente para o resultado, provocando uma

O presente estudo tem, pois, como objeti­ diminuição do patrimônio líquido, enquanto

vo condensar informações a respeito dos as na verdade, do ponto de vista econõmico, ele

pectos contábeis e tributários neste proces­ cresceu.

so, evidenciando como a contabilidade tradi­ Da mesma forma, o valor da marca, a leal

cional registra as operações de incorporação, dade da clientela, o desenvolvimento da com­

fusão e cisão e de que modo se comportam as petência e a satisfação dos empregados, a boa

obrigações tributárias, de ãmbito federal, bem localização da empresa, etc. correspondem a

como os encargos trabalhistas e previdenciá­ ativos de natureza intangíveis, que represen­


rios. tam para os contabilistas a categoria de ativos

de mais difícil avaliação, por não possuirem


1 OS ASPECTOS CONTÁREIS DAS existência fisica, pela subjetividade, apesar de
REESTRUTURAÇÕES representarem valor patrimonial à empresa.

SOCIETÁRIAS Estes ativos que até então não se contava,


O primeiro livro de Contabilidade foi pu­ passaram a ter grande relevãncia a partir das
blicado em 1494, por um monge veneziano ondas de fusões e incorporações na Europa e

chamado Luca Pacioli. Sua obra, denominada nos Estados Unidos.

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Dalci Mendes Almeida }- - - - -

A importância e a relevância dos ativos in para, então, conhecer-se o lucro.


tangiveis na composição do valor das empre­ Segundo Monobe (1986, p. 30):
sas, foi destacado por Gomes (1996, p. 52-56), estando os relatórios financeiros publi­

como sendo: cados à observância rigorosa dos citados


Princípios e Convenções, alguns dos quais
[ ... ) um dos negócios mais marcantes
constituem-se em verdadeiros entraves
que despertou principalmente o meio
ao progresso da Contabilidade, o atendi­
acadêmico neste assunto foi quando a mento integral da função informativa da
Philip Morris incorporou a indústria de Contabilidade, de forma mais satisfató­

alímentos KRAFT (queijos, sorvetes, ria, depende de revogação ou reformula

etc.) por 10 bilhões de dólares. A sur­ ção dos mesmos.

presa é que o patrimônio físico da em­ Um imobilizado, por exemplo, é avalíado

presa adquirida estava contabilízado pelo seu custo de aquisição, para, ao longo de

por 1 bilhão de dólares, sendo que os seu uso, confrontar parte desse custo (depre­
ciação) com as receitas. Tal procedimento tem
9 bilhões adicionais referiam-se aos
bens intangíveis. como objetivo a mensuração do lucro, a mes
ma coisa acontecendo quando o estoque é
No Brasil, um dos negócios marcantes
avaliado pelo custo.
que veio consolidar a importância de
Assim, o princípio fundamental de conta­
intangivel foi a aquisição da Kibom pela
bilidade, do custo como base de valor, está
Unilever por 930 milhões de dólares à
voltado à mensuração do lucro e não à medi­
vista, em outubro de 1997. O impacto
da de seu valor de venda. Essa é a maior razão
ocorreu pelo fato do patrimõnio fisico
de o balanço não mostrar o valor de mercado
da Kibom estar contabilizado por me­
ou de negociação da empresa.
nos de 30% do preço da negociação. Na

verdade, a compra se referiu não a ati­

vos tangíveis e sim aos intangíveis.


1.1 ASPECTOS CONTÁBEIS DAS
OPERAÇÕES DE INCORPORAÇÕES DE
Muitos outros exemplos bastante co­
EMPRESAS
nhecidos são: A IBM que adquiriu a Ló­
De acordo com o art.227 da Lei nO 6.404/
tus por 3 bilhões de dólares, embora o
76, a incorporação "é a operação pela qual uma
valor contábil desta fosse 250 milhões
ou mais sociedades são absorvidas por outra,
de dólares. O patrimõnio da Netscape
que lhe sucede em todos os direitos e obriga­
não chegava aos 20 milhões de dóla­
ções".
res, mas ao abrir seu Capital, o merca
Como exemplo podese citar a negociação,
do lhe atribui valor de 3 bilhões de dó­
entre as empresas A, B e C, em que os acionis­
lares ( ... ]

Constata-se, desse modo, que o valor de


tas, com o objetivo de expandir suas ativida­

negociação é muito diferente do valor cons­


des e fortalecer sua competitividade no mer­
cado, decidiram que a empresa A incorpora­
tante do balanço patrimonial. Isso se deve ao
ria totalmente as empresas B e C.
fato dos princípios fundamentais de contabi­
Nesse processo de incorporação as empre­
lidade no processo avaliativo não medirem o
valor de venda. Ao contrário, tais procedimen­ sas B e C serão extintas, mas seus ativos e

tos fazem com que se avaliem ativos por quan­ passivos serão assumidos (incorporados) pela

to custaram, para se jogar esse custo contra o Empresa A, como demonstrado pela figura a

preço de venda ou a receita que produziram, seguir:

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Empresa A
Incorporadora

Empresa B
/ As empresas B e C serão
 Empresa C
extintas e seus ativos e
Incorporada Incorporada
passivos serão
incorporados pela
empresa A

figural: Processo de incorporação total.

Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2003, p. 352)

As operações de incorporações poderão incorporação envolvendo a avaliação patri­

ser realizadas com base nos valores cons­ monial pelo valor contábil, com os respec­

tantes dos balanços levantados na data-base tivos lançamentos contábeis.

da incorporação, por meio da avaliação pa­

trimonial pelo valor contábil, ou com base Primeiro Exemplo: Incorporação de

no laudo de avaliação, elaborado por três empresa com avaliação patrimonial pelo

peritos ou por empresa especializada, ou valor contábil.

seja, avaliação patrimonial a valor de mer­ A sociedade A incorpora a sociedade B

cado. em 31-12-X2 e seus Balanços Patrimoniais,

São apresentados a seguir exemplos de antes da incorporação, são os seguintes:

Tabela I - Balanços Patrimoniais das empresas antes da incorporação

:;:_=- -S=f +l:f


Permanente ! 37.000 ' 9.000 Patrimônio Líquido j 67.000 r 14.000 I
LT-;;WAti;,--=- t=.ooo-L21oT';pi=l8f)()_ :l-"-Olio - J
Fonte: IUDÍClBUS (2000, P.464)

Todas as contas ativas e passivas da em­ A), por intermédio de uma conta transitária

presa incorporada (empresa B) serão transfe­ de incorporação, e com isso o patrimônio da

ridas para a empresa incorporadora (empresa empresa incorporada será extinto.

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Tabela 2 - Transferência de ativos e passivos para a Sociedade A

p;;t;;----- ----------=====l-== Ili_===l r-'- ' __I


Conta de Incorporaçao I 21.000 I I
f---------------------------------------------- ---- --- --- -- -------------+---------------,
a Ativos Circulantes i 1 5.000 J
f----------------------------------------+--------------------------- ---------- . ---------------------.---
i a Ativos Realizáveis a LP I I 7.000 J
r --.------"----.------------.------- - ._....-.. --.-.- - -j.. - ----------------.+----------------------.
la Ativos Permanentes
.. _.. . .
r
1.. . _
i
. __ .. __ ._"_'""_._" ._ .. _
9.000
• __ ,. __ ,, __ ....... __ . • _
'I

l=.a.-..--=--.-.-.=.'---------I'=--_=_=
l_ Passivos Exigíveis a LP . ! 3.000!
.-.-------.-L----..=.-----:.=:=:=J
[=._si=lp;-_=_==_=__=-_===t-=.--.-.-=-=-=--====_===-t=-= içQ==_J
Fonte: IUDíCIBU5 (2000. p. 464)

o saldo existente na conta incorporação de capital que será feito na sociedade A e o

compreende o saldo do patrimônio líquido, que recebimento pelos acionistas da B de ações da

também será baixado e representa o aumento A, pela integralízação dos ativos líquidos.

Tabela 3 - Baixa do patrimônio líquido

F :t:IqUld_;;-=:=======t - - -:;-----=t==-Crédi__
[r--;-co-n;-de Ic-rp-o-ra-ç- - - - - - - +-- -  -  -- - --I - - -;4ll0-0--
__..  ._. __ ._. ..__J. . 1. -"

Fonte: Adaptado de IUDtClBU5 (2000, p.464)

Na sociedade incorporadora (empresa A) oS lançamentos contábeis ficariam assim;

Tabela 4 - Recebimento dos ativos e passivos

t;;s ---- - -----I=-=Débit;;;-=-=r=-_ Crédito_s O]


I Ativos Circulantes I 5.000 I
,----.-----------------------------1------------------- ---------1
 Ativos Realizáveis a LP 7.000 I
------- ------------ j--- -------------------'--------- '

i- = a ;;,-c-":.:Il<l L_____=___===_=!------2l.OoO _
Ativos Permanentes 9.000

,--------.--- -----------------T----------.------ r-------------f-_=


. Conta de Incorporação . 7.000

L;;eL====-= J=__---___ =:I-___ l__===


Fonte: IUD1ClBUS 12000. p. 465)

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Tabela 5 - Pelo aumento do capital social

.
Contas Débito Crédito
Conta de Incorporação 14.000

a Capital Social 14.000


- - ----

Fonte: luofcIBUS (2000, p. 465)

Finalmente temse o balanço patrimonial da empresa A após a incorporação:

Tabela 6 - Balanço Patrimonial

ATlVO Empresa A PASSIVO Empresa A

Circulante 23.000 Circulante 12.000

Realizável a LP 32.000 Exigível a LP 8.000

Permanente 46.000 Património Líquido 81.000

Total do Ativo 101.000 Total do Passivo 101.000

Fonte: IuolcIBUS (2000, p. 465)

Com base no exemplo anteriormente ex­ Assim, a contabilidade tradicional con­


posto, a empresa B é judicialmente extinta tinua a registrar, em casos de incorporação,

no processo de incorporação, sendo que o o acervo líquido da incorporada (bens, di­

aumento no capital social da empresa A cor­ reitos e obrigações) pelo seu valor contá­
responde ao valor do patrimõnio líquido da bit. E, se por acaso, tal valor de negociação

empresa B (acervo liquido). for superior ou inferior ao acervo líquido,

Tal procedimento sofre muitas criticas registra.se o ágio e/ou deságio na aquisi­

atualmente, pois, neste processo, tanto os ção, conforme o que determina a legislação
ati vos como os passivos de ambas as em. fiscal e a instrução nO I, da Comissão de

presas deveriam ser registrados na incor­ Valores Mobiliários - CVM, em que contam

poradora pelos seus valores de negocia­ os seguintes fundamentos econômicos, que

ção, refletindo melhor a realidade da ope­ podem determinar a existência do ágio ou

ração. deságio, ou seja:

No entanto, na prática, dentro dos lími­ Por diferença entre o valor de mer­

tes da teoria contábil, "é muito dificil atin­ cado e o valor contábil dos bens

gir esse objetivo, tendo em vista que é ques­ (acervo líquido);

tionável reavaliar estoques, ou até mesmo Por diferença da expectativa de ren­

atribuir valores ao goodwill de cada uma das tabilidade baseada em projeção de


sociedades. E a situação torna-se ainda mais resultados futuros (admitindo a téc­

complexa quando os valores de mercado de nica do fluxo de caixa futuro descon­


cada empresa são determinados, por exem. tado);

pio, com base no fluxo de caixa futuro des­ Por fundo de comércio, intangíveis,

contado" (ALMEIDA, 1997, p. 83). ou seja, existência de goodwill.

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Dalci Mendes Almeida } - - - -

Assim, o ágio (valor pago a maior que o método da equivalência patrimonial


valor dos acervos líquidos) ou o deságio (va­ Tomando os dados do primeiro exemplo
lor pago a menor que o valor dos acervos suponha-se que a empresa A detém 100% das

líquidos) será aplícado sobre a diferença en­ ações do capital social da empresa B e o in­
tre o valor de mercado dos bens da empresa vestimento é avaliado pelo método de equi­
em negociação e o valor líquido contábil do valência patrimonial.
acervo desta empresa. Sendo assim, tal investimento correspon­
A CVM recomenda, ainda, quanto à amor­ derá a 14.000 (valor do patrimõnio líquido
tização de ágios e deságios, que não se deve da empresa B).

estabelecer prazos fixos, ou seja, normatizou Os lançamentos na empresa B (incorpo­

tal atitude, uma vez que a análise deverá ser rada) serão os mesmos feitos no primeiro

individualizada conforme a duração e o mo­ exemplo.

tivo que geraram o aparecimento do ágio ou Na empresa A (incorporadora) o lança­


deságio, mento de recebimento dos ativos e passivos

também será o mesmo. No segundo, porém,


Segundo Exemplo: Incorporação de empresa corresponderá à baixa do saldo da conta de
com participação societária avaliada pelo incorporação, como segue:

Tabela 7 - Baixa do saldo da conta de incorporação

 _
I Conta de Incorporação
ª Débito
14.000
 Crédito I
a I Ê-pa-B-==- :_- -----'14.000
Fonte: Adaptado de IUOiCIBUS (2000, p. 465)

A seguir, o balanço patrimonial de A após a incorporação.

Tabela 8 - Balanço Patrimonial Empresa A

----

ATlVO Empresa A PASSIVO Empresa A

Circulante 23.000 I Circulante 12.000


t---------------------------------------1
Realizável a LP 32.000 Exigível a LP 8.000

1 Pete -- 32.000--1 Patrimfut-i.íquido 67.000


t------ -------1--
Total do Ativo
---------------
87.000 Total do Passivo
--------------------
87.00IJ
Fonte: Adaptado de JUDleIBUS (2000, p. 465)

Observe-se que não houve aumento do capi­ incorporada (Empresa B), tendo sido o acervo
tal social da incorporadora (Empresa A), em fun­ líquido da incorporada utilizado para eliminar
ção da participação de 100% no capital social da o investimento da empresa A na empresa B.

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1.2 ASPECTOS CONTÁREIS DAS ditam que essa combinação trará, para ambas
OPERAÇÕES DE FUSÕES DE EMPRESAS as companhias, crescimento mais rápido, mai­
A lei 6.404/76, em seu arl. 228, define fu­ ores lucros, redução de pagamento de impos­
são como sendo "a operação pela qual se unem tos, novas linhas de produtos, avanço tecno­
duas ou mais sociedades para formar uma lógico. Esse crescimento pode ser atingido com
sociedade nova, que lhes sucederá em todos menor custo e risco do que se cada uma delas
os direitos e obrigações". permanecer separadamente no mercado. Es.
Como, por exemplo, os acionistas das em­ ses são alguns dos motivos pelos quais nos
presas A e B, que pertencem ao ramo de agro­ dias de hoje as empresas realizam, com tanta
indústria, após estudos e negociações, resol. freqüência, as operações de fusões.
vem realizar um processo de fusão, visando Os registras contábeis nos processos de
principalmente a redução de custos e o au­ fusões são bastante simples, sendo criada a
mento da competitividade com sinergia resul­ nova empresa, por intermédio do capital ini­
tante. cial atribuído por duas ou mais sociedades,
Sendo assim, as empresas A e B irão se ex. que se extinguem.

tinguir, surgindo uma terceira empresa, que Tomando como base o exemplo citado an.
assumirá todos os ativos e passivos das duas teriormente, suponha-se que a posição patri­
extintas. monial das empresas seja a seguinte, na data
Algumas empresas fazem isso porque acre- da fusão.

Tabela 9 - Demonstrativo da posição patrimonial


------------_._-

--=-tl.----l---=l1f==t- EmfF-=
Contas
Ativos
---------

Passivos

1==-_So(jO- t=-=()JJ()Q:::=r==IIO(jº===:::J
------_ .. ------

LP_nriI!}Qi!iig!:üºg _

Fonte: IUDlclBUS (2000, p. 466)

Assim, basta, apenas, criar uma conta transi­ sa. Os procedimentos contábeis ficariam apre.

tória de fusão nas três empresas, para que A e B sentados desta forma nas seguintes situações:

transfiram o acervo líquido para a nova empre- a) Na sociedade A:

Tabela 10 - Transferência de ativos e passivos para a nova sociedade

--------------,-----------------------

Contas I Débitos Créditos

Conta de Fusão ----------------E- 12.000 -


----

------- --- ---- -- -- -  - - -  ----

: :::Ei: a LP----- - . -- --- --- --- - ----


6.000
---------------_ .. -

4.000
---------- ._-------
-- -- -- ------- ----- -----  -- ----- - - ---

a Ativos Permanentes 2.000


----- -- --- - --- ---- -- -- ------ - ----

--------------

Passivos Circulantes '==T==--=4'00-=-==-T----=-----J


T 3.0001-
------------------

Passivos Exigíveis a LP

a c:.0nta ..usã._... .. ___ =:=:T-===:::=-==:=-=L__ :=--=:oo_::==


Fonte: própria do autor

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Dalei Mendes Almeida r - - - -

Tabela 11 - Baixa do patrimônio liquido

[c- -------========1- Débito -----=í----- cr.!i;'a


! Patrimônio Líquido 5.000

Lçjj_ª'F-üs_====-_"='==-.'_-_-=- ===.-=.==-====_=_-==j=-==Q111===
Fonte: própria do autor

Os mesmos procedimentos acima apresen­ ciedade B.


tados seriam realizados com as contas da 50- b) Na nova sociedade:

 Tabela 12 - Recebimentos dos ativos e passivos da sociedade A e B

,
f i  i l_;-_a-_ _-._ =_-_-.==---=:--===-_:=E3=
! Ativo Permanente i 8.000 j

ta-Ctã-}-.=_:=_==_==-==-=-=-.-.-I .__ =_'=-=-__--_=.-=_=_=_-=:_=.:.=: -='_=:=:=:=_..g=---


i_

'i! -

Il­ -Jf;====_-=====f-==--t_-=1
\l Fonte: própria do autor

II

l. Tabela 13 - Formação do novo patrimônio liquido

- ---  Crédito _]

=--:----.-==-=f-:=-:=i:====_l___-lT.OOO--=_:-j
r Contas
I Conta de Fusão
1_---------

___:_l__?._._ -c._ _ __

Fonte: própria do autor

1.3 ASPECTOS CONTÁREIS DAS o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capi­

OPERAÇÕES DE CISÕES DE EMPRESAS tal, se parcial a versão".


O art.229 da lei 6.404/76 define Cisão Assim, a cisão poderá ser parcial ou total.

como sendo, "a operação pela qual a compa­ Será parcial quando a empresa cindida transfe­
nhia transfere parcelas do seu patrimônio para rir apenas parte de seu patrimônio para outra e

uma ou mais sociedades, constituídas para total quando transferir todo o seu patrimônio
esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a para outra empresa, extinguindo a sociedade

companhia cindida, se houver versão de todo cindida. Observe-se os esquemas abaixo:

Empresa A

EmpreSaB
50%
Cindida 100%
Empresac
50%

Figura 2: Processo de cisão total

Fonte: Adaptado de OUVEIRA (2003, p. 373)

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- - - -{ Aspectos contábeis e tributários das reestruturações societárias: incorporação, fusão e cisão de empresas

Pelo esquema acima se observa uma cisão património, sendo 50% para empresa B e 50%
total da empresa A. transferindo 100% do seu para a empresa C, e portanto se extinguindo.

Empresa A
Cindida 100%

1
Empresa B
Fonnada com
20% do PLdeA

Figura 3: Processo de cisão parcial

Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2003, p.374)

No esquema acima tem-se uma cisão par­ ma de se proceder à cisão".

cial em que a empresa A continua existindo


com 80% de seu Património Liquido, transfe­ Exemplo: Cisão parcial com constituição de
rindo apenas 20% para a empresa B. novas sociedades
Segundo Higuchi (2002. p. 402) "a cisão Suponha-se que os sócios Pedro e João, que

de sociedade é figura nova no Direito Brasi­ possuem 30% do Capital Social da Empresa A,

leiro. Por ter surgido com a Lei 6.404/76. resolveram retirar-se da sociedade e consti­

foram produzidos poucos trabalhos a res­ tuir uma nova empresa.

peito, não sendo assim pacífico o entendi­ O Balanço Patrimonial da sociedade a ser

mento entre os doutrinadores quanto à for- cindida era o seguinte:

Tabela 14 - Balanço Patrimonial da sociedade A antes da cisão parcial

ATIVO =1 PASSIVO
Circulante Circulante

Disponibilidades 13.000 1 Fornecedores 4.000


[>---o;nt-----------------20.000-- ----Ob;;Trab:W----------ll500-
-------------------.------------_r___-------

Estoques
___________________. __ 25.000'
.L_ Emprést.e Financ. .  17.500 _

L Permanente I Patrimônio Líquido


I -----.-------------------------- I

: Imobilizado 44.000 I Capital Social 69.000


t-,----------.----------.--------- o.-----+----------------------------.------.-----
Total do Ativo 11l2_000__ . Total do...!assivo 102.000

Fonte: própria do autor

iii REVISTA CATARINENSE DA CIÊNCIA CONTÁBIL - CRCSC - Florianópolís. v.6. n.16. p.43-62, dez 2006/mar 200?
-
..

Dalci Me, des Almeida }- - - -

Os mesmos acordaram que a participação patrimônio líquido do balanço I evantado para

.
de 30% do capital social, equivalentes a 30% do essa operação, seria determinad a como segue:

Tabela 15 - Determinação da participação de 30%

Património Uquido conforme balanço 69.000

Percentual de participação dos sócios Pedro e João 30%

Valor de sua participação 20.700

AtiV05 a serem cindidos 20.700


2

Disponibilidades 3.000

Clientes 6.000

Terrenos 11.
I 700

Fonte: Adaptado de OUVEIRA (2003, p. 377)


.

Os lançamentos contábeis na empresa A (cindida) ficariam como segue:

Tabela 16 - Transferência dos ativos na empresa A

Contas Débitos 'éditos


Crí

Conta Cisão 20.700

a Disponibilidades 3.000

a Clientes 6.000

-
a Terrenos
. -_.. 11.700
1

Fonte: própria do autor

Tabela 17 - Transferência do patrimônio líquido

Contas Débitos réditos


CrI

Capital Social 20.700


-- .

a Conta Cisão 20.700


2
--

Fonte: própria do autor

A seguir, demonstra-se o balanço patrimonial da sociedade cindida:

JUL-'>"' "'".." .....l'(ffYCN.')t UA Uf.NClA CüNTÁBIL . CRCSC - Florianópolis, v.G, n.16, p.43-62, dez 200
6/mar 2007 m

\1 I
- - - 1: Aspectos contábeis e tributários das reestruturações societárias incorporação, fusão e cisão de empresas

Tabela 18 - Balanço Patrimonial da empresa A, após a cisão parcial

[VO -----------===-rPAssívo--'-----=--=====_--l
Circulante 'l Circulante I
--D;;;'o_n.lli<i."li=-=----=-_= _íOOOaO_==-Fornecedoi-;=-. ---=--_---=-: 4 .oa:o
_<:I.í"nt _  _ __ _ 14.000 9bnll:Trb.e Tnb___ - -. 11.gOll
 _ -'-l<l.":.'. ._ _ _ _ 22.000 EIIl!,reteFln_aI1"- 17.00
Permanente I Patnmômo Liquido
_ -- -- - -- ---- -I. _ ------ -___ __ _ -_ 

-------
ImobilIzado
- - - -- ---
32.300
------------
I
-----+- .... __ .
Capltal Social
o • ••• _ •••• __ - __
48.300 --j

_!,>l..<!,,- Ativo 81.300_L!C>lI'!o_.sIvo_ .________ 1.30O'.J

Fonte: própria do autor

Os lançamentos contábeis na nova sociedade ficariam como segue:

Tabela 19 - Transferência dos ativos

Contas -------------------.. ------- - --1----. Ó.-'b-i;';s-- --T------C-r.-'


di-'t-os--=1

_sponibi_.9__._. . . ------ ] -------_ 3 OO? _ ---=.-r-= --=-=---=- 

i_------_--_-_.-._ -. _- =----=-.= -. t-==-í:__==--f=oo.==j


Fonte: própria do autor

Tabela 20 - Transferência do património liquido

Contas _________ _ =Débit_--_--I-_- -- Créditos -1


- são 20.700

l}o.cta1_  ==-== -_::::_ -= =- C =- :::::- =-_== t:::. -= _ i-o.700 - =- 


Fonte: própria do autor

Caso houvesse transferência de contas pas­ soluções para competir no mercado, tornan­
sivas, se creditaria a conta passiva e se debi. do-se, acima de tudo, uma questão de sobre­
taria a conta cisão na nova sociedade. vivência.
Muitas vezes a reestruturação societária
2 OS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS se torna uma saída para as empresas diminuo
REESTRUTURAÇÕES írem sua carga tributária,
SOClETÁRIAS A alta carga tributária do Brasil está fazen'
A complexidade do sistema tributário bra­ do com as empresas percam seu poder de com.
sileiro, a distorcida e onerosa carga tributá, petitividade, o que é um problema sério, pois
ria, a globalização e a nova economia, fazem assim elas acabam desaparecendo, fechando
com que as empresas cada vez mais busquem as portas, por falta de venda, por não conse-

III REVISTA CATARINENSE DA CIÊNCIA CONTÁBIL - CRCSC - Florianópolis, v.6, n.16, p.43-62, dez 2006/mar 2007
Dalci Mendes Almeida 1- - - - -

guirem preço para manter seu produto no dica que tiver parte ou todo o seu patrimônio
mercado e obter lucro suficiente, para se man­ absorvido em virtude de incorporação, fusão
terem vivas. É claro que existem outros fato­ ou cisão deverá levantar balanço especifico na
res que influenciam na questão da sobrevivên­ data desse evento".
cia das organizações, porém, atualmente, um De acordo com o 3° do mesmo artigo, "o
dos fatores que mais está afetando é o valor balanço deverá ser levantado até trinta dias
altíssimo que se paga, entre taxas, impostos e antes do evento".
contribuições, aos governos federal, estadual As pessoas jurídicas incorporadas, fusio­
e municipal. nadas ou cíndidas até 31 de dezembro de 1995
Com isso se faz necessário conhecer os estiveram obrigadas à tributação com base no
aspectos tributários das reestruturações soci­ lucro real no ano-calendário em que ocorre­

etárias, os direitos e as obrigações tributárias ram os respectivos eventos.

incidentes no momento dessa negociação. A partir de IOde janeiro de 1996, a Lei


9.249/95 revogou essa obrigatoriedade, deter­

2.1 RESPONSABILIDADES TRIBUTÁRIAS minando que no período de apuração em que

APÓS A REESTRUTURAÇÃO SOClETÁRIA ocorrer em tais processos de reestruturação,


A responsabilidade pelos tributos de ãm­ a pessoa jurídica poderá apurar o imposto

bito federal. devidos pela pessoa jurídíca in­ devido com base no lucro presumido, desde
corporada. fusionada ou cindida, será, segun­ que esteja habilitada a essa forma de tributa­
do estabelece a legislação do Imposto de Ren­ ção. Pode, também, ser apurado com base no

da da pessoa jurídica. constituída pela fusão lucro arbitrado, nas hipóteses previstas na

de outras, ou em decorrência de cisão de soci­ legislação.

edade, bem como da pessoa jurídica que ín­ O pagamento do saldo positivo dos respec­

corporar outra ou parcela do patrímõnio de tivos impostos deverá ser efetuado em quota

sociedade cindida. única, até o último dia útil do mês subseqüen­


Além disso, respondem solidaríamente te ao da ocorrência do evento.

pelos tributos, devidos pela pessoa jurídíca. No caso de incorporação e fusão, o paga­

as sociedades que recebem parcelas do patri­ mento dos impostos será realizado, pela em­
mônio da pessoa jurídica extinta por cisão, no presa sucessora, em nome da sucedida, uma

caso de cisão total, bem como a sociedade cin­ vez que esta deixou de existir e, no caso de

dida e a sociedade que absorver parcela de cisão, pela própria empresa cindida, se parci­
seu patrimônio, no caso de cisão parcial. al a cisão, ou pelas sucessoras, em nome da

sucedida, se a cisão for total. O mesmo acon­

2.2 APURAÇÃO DOS TRIBUTOS NA DATA tece com o IRPJ e a C5LL. relativos ao período
DO EVENTO de apuração anterior à reestruturação socie­
Nos casos de incorporação. fusão ou císão, tária e ainda não recolhidos.

a apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurí­ Quanto ao Imposto sobre Produtos Indus.
díca - IRPJ e da Contríbuição Social sobre o trializados (lPI), a Contribuição para o Progra­
Lucro Liquido (CSLL), devidos pela sucedida, ma de Integração Social (PIS/PASEP) e a Con­
será efetuada na data do evento (data da deli­ tribuição Social para Financiamento da Segu­
beração que aprovar qualquer dessas opera­ ridade Social (COFINS) serão apuradas normal­
ções de reestruturação societária). mente na data do evento, devendo ser pagas
Segundo o art. 235 do RIR, "a pessoa juri- nos mesmos prazos originalmente previstos

REVISTA CATARINENSE DA CIÊNCiA CüNTÁBIL . CRCSC . Flonanópolis, v.6. n.] 6. p.43-62, dez Z006(mar 2007 III
- - - - -[ Aspectos contábeis e tributários das reestruturações societárias: incorporação, fusão e cisão de empresas

nas legislações especificas, quando forem in­ incorporação, fusão ou cisão terão, na suces­

feriores ao prazo estabelecido para a entrega sora, o mesmo tratamento que teriam na su­

da Declaração de Informações Econõmico-Fis­ cedida".


cal da Pessoa Juridica (OlPJ). O art.440 do RIR contempla que "a contra­

partida do aumento do valor de bens do ativo


2.3 AVALIAÇÃO DOS BENS E DIREITOS em virtude de reavaliação na fusão, incorpo­
Quanto à avaliação dos bens e direitos, o ração ou cisão não será computada para de.
RIR, em seu art. 235  2° , contempla que a terminar o lucro real enquanto mantida em
"pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu reserva de reavaliação na sociedade resultan­
patrimônio absorvido em virtude de incorpo­ te da fusão ou incorporação, na sociedade cin­
ração, fusão ou cisão, poderá, no balanço es­ dida ou em uma ou mais das sociedades re­
pecifico levantado nesta data, avaliar os bens sultantes da cisão".
e direitos pelo valor contábi! ou de mercado". Segundo o COAD (2001), a partir de 1-1­

O critério de avaliação, valor contàbi! ou 2000, é que foi determinado que a contrapar.
de mercado, deverá ser observado igualmen­ tida da reavaliação de quaisquer bens da pes­

te por todas as empresas envolvidas no pro­ soa jurídica somente poderá ser computada
cesso. em conta de resultado ou na determinação do

No caso da avaliação dos bens a preço de lucro real e da base de cálculo da CSLL quan­
mercado na empresa sucedida resultar a va­ do ocorrer a efetiva realização do bem reava.

lor inferior ao custo contábil e a forma de tri­ liado, ou seja:

butação for lucro real, a diferença constituirá a) alienação, sob qualquer forma;

perda de capital e, segundo o COAD (2001, p. b) depreciação, amortização ou exaustão;

358): c) baixa por perecimento.

deverá ser considerada dedutivel para O contribuinte deverá discriminar na re­


efeito de apuração do lucro real e da serva de reavaliação os bens reavaliados que
base de cálculo da CSLL do periodo de a tenham originado, em condições de permi­
apuração em que se der o evento. Se, tir a determinação do valor realizado em cada
ao contrário, da avaliação a valor de periodo de apuração.

mercado resultar aumento dos valores Na empresa sucedida, tributada pelo lucro
contábeis dos bens e direitos ficará ca­ presumido ou arbitrado, se a avaliação for a
racterizado que estes foram reavalia­ valor de mercado e este superar o custo con­

dos para efeito da cisão, fusão ou in­ tábi!, a diferença será considerada ganho de

corporação. capital e, segundo, o art. 235  4° do RIR, de.

Nesta situação obrigatoriamente deverá ser verá ser adicionado à base de cálculo do IRPJ

constituída a Reserva de Reavaliação, com o devido e da CSLL.


montante das diferenças entre os novos vaia­

res e os respectivos custos contábeis dos bens 2.4 ALGUMAS VANTAGENS E

ou direitos. DESVANTAGENS TRIBUTÁRIAS


De acordo com o art. 441 do RIR "as reser­ a) Realização total do lucro inflacionário I
vas de reavaliação transferidas por ocasião da Segundo o COAD (2001, p. 357), "nos

1 Conceito exclusivamente fiscal que se refere ao saldo credor apurado na correção monetária do balanço.

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Dalci Mendes Almeida }- - - - -

casos de incorporação, fusão ou cisão sar os seus próprios prejuízos, propor


total, considerar-se-á realizado, integral­ cionalmente à parcela remanescente do
mente, o lucro inflacionário acumula­ patrimônio líquido".
do da sucedida, corrigido monetaria­ Não esquecendo que a compensação
mente até 31/12/95". dos prejuizos fiscais e da base de cal­
Sendo assim, a empresa a pessoa jurí­ culo negativa da CSLL, em qualquer dos
dica sucedida não tiver realizado o lu­ casos, deverá observar a limitação de
cro inflacionário, para fins de apuração 30% do lucro real, conforme previsão
do Imposto de Renda devido na data da legal inserida na Lei nO 9.065/95.
incorporação. fusão ou cisão. deverá e) Base de cálculo negativa da CSLL
oferecer à tributação o saldo do menci­ A Medida Provisória 1.858-6, publicada
onado lucro. procedendo à baixa na Par­ no Diário Oficial da União - DO-U em
te "B" do Livro de Apuração do Lucro 29/06/99, estabeleceu que se aplica à
Real - LALUR. base de cálculo negativa da CSLL o dis­

Se ocorrer cisão parcial. a realização do posto no an. 33 do Decreto.Lei 2.341/


lucro inflacionário deve ser proporcio­ 87. Assim, nas operações de cisão, fu.
nal à parcela do Ativo, sujeito à corre­ são ou incorporação, a exemplo do que

ção monetária, que tiver sido vertida. ocorre com os prejuízos fiscais, é veda­
b) Impossibilidade de compensação de pre­ do à empresa sucessora compensar a

juizo fiscal base de cálculo negativa, apurada pela


Segundo o art. 514 do RIR, cuja base pessoa jurídica sucedida.

legal é o art. 33 do Decreto-Lei 2.341/ Até a publicação desta Medida Provisó­


87, "a pessoa jurídica sucessora por in­ ria, a legislação da Contribuição Social

corporação. fusão ou cisão não poderá sobre o Lucro Liquido não continha qual­
compensar prejuízos fiscais da sucedi- quer dispositivo legal que impedisse a
d a.
" empresa sucessora de compensar, com

c) Prejuizos fiscais apurados pela sucesso. sua própria base de cálculo positiva, a

ra base de cálculo negativa da CSLL, apu­

Não existe impedimento legal para que rada pela sucedida. Em obediência ao

a empresa sucessora continue a apro­ prazo nonagesimal previsto na Consti

veitar o direito de compensar seus pró­ tuição Federal para oneração das con­

prios prejuízos e bases negativas, apu­ tribuições sociais, entende-se que o

rados anteriormente à data da absorção, impedimento para a compensação da

desde que não tenha ocorrido a modifi base de cálculo negativa da CSLL apli­
cação do controle acionário e do ramo ca-se, somente, às operações cisão, fu
de atividade entre a data da apuração são ou incorporação realizadas a partir
do prejuizo e a data da compensação, de 28/09/99.
segundo determina a legislação desde

1987 pelo Decreto lei nO 2.341/87. 2.5 EXTINÇÃO DE PARTICIPAÇÃO


d) Compensação na cisão parcial SOClETÁRIA
De acordo com o parágrafo único do art. Quando a empresa sucessora tiver parte no
514 do RIR, "no caso de cisão parcial, a capital social da empresa sucedida, nos casos
pessoajuridica cindida poderá compen- de incorporação, fusão ou cisão, deverá ser

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- - - -{ Aspectos contábeis e tributários das reestruturações societárias incorporaçào. fusão e Clsào de empresas

eliminada a participação societária registrada como despesa não operacional dedutível do


no Ativo Permanente, pois ocorrerá a extin. Lucro Real, desde que o acervo liquido tenha
ção das ações ou quotas de capital de uma sido avaliado a preços de mercado.
possuída por outra. A critério da empresa sucessora, o valor
A diferença verificada entre o valor contá­ correspondente à perda de capital poderá ser
bil das ações ou quotas extintas e o valor do registrado como ativo diferido, amortizável no
acervo liquido que as substituir poderá repre­ prazo máximo de 10 anos. A partir do 11° ano,
sentar ganho ou perda de capital, que deverá o saldo eventualmente existente no ativo di­
ser computado na determinação do lucro real ferido torna-se indedutivel para efeito de de­
e na base de cálculo da Contribuição Social terminação do Lucro Real.
sobre o Lucro. É o que determina o inciso I art. 430 do
Sendo assim, na apuração do ganho ou RIR: "somente será dedutivel como perda de
perda de capital, relativos à baixa desse in­ capital a diferença entre o valor contábil e o
vestimento, a empresa sucessora observará as valor do acervo liquido avaliado a preços de
normas a seguir, conforme artA30 do RIR: mercado, e o contribuinte poderá, para efeito

de determinar o lucro real. optar pelo trata­


2.5.1 ACERVO LíQUIDO mento da diferença como ativo diferido, amor­

A sociedade incorporadora ou a resultante tizável no prazo máximo de dez anos".


de fusão ou cisão, para efeito de sua reorgani­ Segundo o inciso II, art. 430 do RIR, "será
zação, substituirá as ações ou quotas repre­ computado como ganho de capital o valor pelo

sentativas da participação societária extinta qual tiver sido recebido o acervo líquido que

por um conjunto de bens, direitos e obriga­ exceder ao valor contábil das ações ou quotas

ções. A diferença entre os valores ati vos e extintas".

passivos recebidos irá constituir o acervo lí­ De acordo com o 9 1°, incisos I e II, artA30

quido, que servirá de parâmetro na apuração do RIR, é permitido ao contribuinte diferir a


do ganho ou perda de capital. tributação sobre a parte do ganho de capital
Conforme já se comentou anteriormente os em bens do ativo permanente, até que este

bens e direitos que compõem tal acervo líqui­ seja realizado, desde que adequadamente dis­

do poderão ser avaliados pelo valor contábil criminados e controlados por intermédio do
ou de mercado. Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) e

controles contábeis.

2.5.2 DETERMINAÇÃO DO GANHO OU O 9 2,° artA30 do RIR, contempla que "o

PERDA DE CAPITAL contribuinte deve computar no lucro real de


Quando o valor do acervo líquido recebido cada período de apuração a parte do ganho de

pela sucessora for inferior ao valor contábil capital realizada mediante alienação ou liqui­
da participação sacie tá ria extinta, ocorrerá dação, ou através de quotas de depreciação,

uma perda de capital. Caso contrário, ou seja, amortização ou exaustão e respectiva atuali­

quando o valor de acervo liquido for superior zação monetária até 31 de dezembro de 1995,
ao da participação extinta, ocorrerá um ganho quando for o caso, deduzidas como custo ou

de capital. despesa operacional".


A perda de capital, apurada em razão da Se a pessoa jurídica sucessora tiver opta.

baixa de participação societária extinta, pode do pelo Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado
ser computada nos resultados da sucessora no ano-calendário da cisão, fusão ou incor.

liJlJ REVISTA CATARINENSE DA CIÊNCIA CONTÁBIL - CRCSC - Florianópolis, v.6, n.16, p.43-62, dez 2006/mar 2007
Dalci Mendes Almeida } - - - -

poração, deverá computar como ganho de diferido a crédito da conta represen­


capital, no trimestre em que se der o even­ tativa do ágio.
to, a parcela do acervo liquido recebido, que Se deságio creditar em conta de recei­
exceder ao valor contábil das ações ou quo­ ta diferida (Passivo) a débito da conta
tas extintas. representativa do deságio.
Opcionalmente, a pessoa jurídica tam­

2.6 PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA bém poderá registrar o ágio ou desá­

ADQUIRIDA COM ÁGIO OU DESÁGIO gio em conta do patrimônio líquido.

De acordo com o art. 386 do RIR, a pes­ c) Fundo de comércio, intangíveis e ou­

soa jurídica que absorver patrimônio de ou­ tras razões econômicas:

tra. em virtude de incorporação, fusão ou Se for ágio debita-se a conta do ativo

cisão, na qual detenha participação societá­ diferido a crédito da conta represen­

fia adquirida com ágio - preço de aquisição tativa do ágio.

ou de custo maior que o valor contábil - ou Se deságio credita-se a conta de recei­

deságio - preço de aquisição ou custo me­ ta diferida (Passivo) a débito da conta

nor que o valor contábil -, deverá observar representativa do deságio.

o que segue, quanto aos tratamentos contá­


beis e tributários: 2.6.2 TRATAMENTO TRIBUTÁRIO
a) Valor de mercado de bens ou direitos

2.6.1 TRATAMENTO CONTÁBIL do ativo da coligada ou controlada su­

O ágio ou deságio deverá ser contabiliza­ perior ou inferior ao custo registrado

do na empresa resultante da cisão, fusão ou na sua contabilidade:

incorporação, conforme o seu fundamento Segundo o 9 10 art.386 do RIR, o valor

econômico. do ágio ou deságio "integrará o custo

a) Valor de mercado de bens ou direitos do bem ou direito para efeito de apu­

do ativo da coligada ou controlada su­ ração de ganho ou perda de capital,

perior ou inferior ao custo registrado bem assim para determinação das quo­

na sua contabilidade: tas de depreciação, amortização ou

Se for ágio debita-se a conta que re­ exaustão" .

gistra o bem ou direito que lhe deu As quotas de depreciação, amortiza­

causa a crédito da conta representati­ ção ou exaustão serão determinadas

va do ágio. em função do prazo restante de vida

Se deságio credita-se a conta que re­ útil do bem ou de utilização do direi­

gistra o bem ou direito que lhe deu to, ou do saldo da possança, na data

causa a débito da conta representati­ em que o bem ou direito houver sido

va do deságio. incorporado ao patrimônio da empre­

Opcionalmente, a pessoa juridica po. sa sucessora.

derá registrar o ágio ou deságio em b) Valor de rentabilidade da coligada ou

conta do patrimônio liquido. controlada, com base em previsão dos

b) Valor de rentabilidade da coligada ou resultados nos exercícios futuros:

controlada, com base em previsão dos No caso do ágio registrado no Ativo

resultados nos exercícios futuros: Diferido, de acordo com inciso m,

Se for ágio debita-se a conta do ativo art.386 do RIR, "poderá ser amortiza-

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- - - - -{ Aspectos contábeis e tributários das reestruturações societárias incorporação, fusão e cisão de empresas

do nos balanços correspondentes à do RIR, nesta hipótese, a posterior uti­

apuração do lucro real, levantados lização económica do fundo de comér­

posteriormente à incorporação, fusão cio ou intangível sujeitará a pessoa

ou cisão, à razão de um sessenta avos, física ou jurídica usuária ao pagamen­


no máximo, para cada mês do perío­ to dos tributos e contribuições que

do de apuração". Observado o máxi' deixaram de ser pagos, acrescidos de

mo de 1/60 (um sessenta avos) por juros de mora e muItas, calculados de


mês, a amortização poderá ser efetu­ conformidade com a legislação vigen­
ada em período maior que sessenta te. O valor que servir de base de cál­
meses, inclusive pelo prazo de dura­ culo dos tributos e contribuições po­

ção da empresa, se determinado, ou derá ser registrado em conta do ativo,

da permissão ou concessão, no caso como custo do direito.


de empresa permissionária ou conces­ Quando for deságio, será computado

sionária de serviço público. como receita, no encerramento das ati­

Caso possua deságio sob esse mesmo vidades da empresa.


fundamento, segundo o inciso IV do De acordo com os incisos I e II, Si 6°,

art.386, RIR, "deverá amortizar, nos art.386 do RIR, tais tratamentos contábil e

balanços correspondentes à apuração fiscal acima mencionados aplicam-se, inclu­

do lucro real, levantados durante os sive, quando: "o investimento não for, obri­

cinco anos calendários subseqüentes gatoriamente, avaliado pelo valor de patri­

após a incorporação, fusão ou cisão, mônio líquido e a empresa incorporada, fu­


à razão de um sessenta avos, no míni­ sionada ou cindida for aquela que detinha a

mo, para cada mês do periodo de apu. propriedade da participação societária".

ração" .

c) Fundo de comércio, intangíveis e ou­ 2.7 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DE ÂMBITO


tras razões econômicas: TRABALHISTA E PREVIDENClÁRIO
Nesta ocasião o ágio ou o deságio não Segundo o COAD (ZOOl, p. 337), "a legis­

será amortizado. No entanto, segun­ lação trabalhista e previdenciária determi­

do determina o inciso I,  3°, art.386 nam que a mudança na propriedade ou na

do RIR, deverá ser "considerado cus­ estrutura jurídica da empresa não afetará os

to de aquisição, para efeito de apura­ contratos de trabalho dos respectivos em­

ção de ganho ou perda de capital na pregados". Com isso, os direitos dos empre­

alienação do direito que lhe deu cau­ gados continuarão os mesmos, bem como

sa ou na sua transferência para sócio as obrigações dos empregadores, ainda que

ou acionista, na hipótese de devolu­ haja alteração na estrutura jurídica da em­


ção de capital". presa.

Segundo o inciso II,  3°, do mesmo Sendo assim, as reestruturações societá.

artigo, se ágio, será, "deduzido como rias não influenciarão nos aspectos tributá­
perda, no encerramento das ativida­ rios trabalhistas e previdenciários, uma vez

des da empresa, se comprovada, nes­ que a sucessão ocorre sempre entre empre­

sa data, a inexistência do fundo de gadores e não entre empresas. Na transfe­


comércio ou do intangivel que lhe deu rência de um estabelecimento para outra

causa". Conforme os  4° e 5°, art.386 empresa, haverá a mudança de empregador

li!!J REVISTA CATARINENSE DA CIÊNCIA CONTÁBIL - CRCSC - Florianópolis, v.6, n.16, p.43-62, dez 2006fmar 2007
Dalci Mendes Almeida 1- - - - -

, sendo este o sucessor para responder pe. de serviço do empregado estará garantido
los contratos e direitos dos empregados. A em função do contrato de trabalho e não em
sucessão decorre da continuidade dos ne­ relação ao seu empregador.
gócios na mesma atividade econômica, pois
apesar de o estabelecimento passar a per­ CONCLUSÃO
tencer a outra empresa, os empregados per­ As empresas que conseguirem reagir à con­
manecerão prestando serviços no mesmo corrência, à tecnologia, à alta carga tributária,

local. a todas as mudanças internas e externas, es­


De acordo com o COAD (2001, p. 337), tarão dirigindo-se rumo ao sucesso.
para que haja sucessão são necessários os O executivo moderno precisa ser criati.
seguintes requisitos: vo, buscar novas formas de gerar lucro e no­

a) existência de uma relação jurídica; vas formas para ultrapassar obstáculos gera­

b) substituição de um sujeito por outro dos por este mercado competitivo, por meio
que tome seu lugar; de novas estratégias, como por exemplo rees­
c) permanência da relação e truturar societariamente sua empresa.

d) existência de um vinculo de causalida­ Para isso, é evidente a necessidade de se


de entre as duas situações. conhecer os aspectos contábeis e tributários,
no momento de se reestruturar societariamen­

2.7.1 DIREITOS DOS EMPREGADOS te uma empresa, pois tais aspectos influenci­

Independentemente da reestruturação so­ arão na situação financeira, econômica e pa­

cietária, incorporação, fusão ou cisão, não trimonial atual e futura da instituição.


haverá a rescisão dos contratos de trabalho Tanto no processo de incorporação, como

com os empregados das empresas. Ao acer­ no de fusão e cisão o valor de negociação dos
vo, total ou parcialmente adquirido, quando bens, direitos e obrigações poderá ser tanto o
mantida a capacidade em permitir a explo­ contábil como o valor de mercado, sendo este
ração do mesmo ramo de negócios, vincu­ último o mais correto, por traduzir melhor a

lam-se os direitos dos empregados, oriun­ realidade da operação. Porém é dificil de ser
dos dos contratos de trabalho. aplicado, uma vez que é questionável avaliar
Como pode ser observado, o empregado goodwill.

está protegido em seu trabalho, enquanto Os demonstrativos contábeis baseados em


esse trabalho existir, independentemente de Princípios Fundamentais não possuem condi­

quem seja o empregador. ções de fornecer o real valor de negociação, já


O empregador que sucede a outro terá que não evidenciam os ativos que mais agre.

que garantir aos empregados os direitos as­ gam valor a uma empresa, os ati vos intangí­

segurados no contrato de trabalho em vigor veis.

e nas normas regulamentares existentes na Com isso, fica evidente também que uma
empresa a que estavam vinculados. Assim, mudança nos elementos que norteiam a con­
por exemplo, os empregados que faziam jus tabilidade (Princípios Fundamentais de Con­
a uma gratificação semestral, na empresa tabilidade) se faz urgentemente necessária,
anterior, continuarão fazendo jus a esta gra­ pois os ativos intangíveis passaram a ter gralI­
tificação na nova empresa, mesmo QllP n.c àc relc::vância e não podem mais ser ignora­
pmn:>'.... n-.-J<.- ....."-'''''Hl UdU a recebam. O tempo
dos pelos profissionais de contabilidade.

REVISTA CATARINENSE nA CI'NClA CONTABIL. CRCSC' Florianópoli', v.G, n.I\;, ?A,-bl. 0.2 2DD6/mar 2007 til
- - - { Aspectos contábeis e tributários das reestruturações soei etárias: Incorporação, fusão e cisão de empresas

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CENTRO DE ORIENTAÇÃO, ATUALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL. COADo Fusão, cisão e


incorporação tratamento tributário. São Paulo, n. 38 p. 359-353, set.200I. Imposto de Renda Assessoria
Tributária e Contábil.

_____ . Fusão. cisão e incorporação alteração contratual. São Paulo, n. 26 p. 338-331, juL200I. Legislação
Trabalhista e Previdência Social Assessoria Tributária e Contábil.

GOMES, Maria Tereza. Quanto vale a sua empresa? Revista exame, São Paulo, v. 30, n. 14, p. 52-56, juL
1996.

HIGUCHI, Hiromi; HIGUCHI, Celso Hiroyuki. Imposto de renda das empresas: interpretação e prática.
27. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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