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RESUMO DA UNIDADE

Esta unidade analisará os Fundamentos da Engenharia de Minas. Especificamen te,


foram enfocadas a introdução à mineralogia e à petrografia, o direito mineral com
ênfase na legislação ambiental, a economia mineral e a pesquisa mineral e
prospecção. Esse trabalho foi desenvolvido utilizando o método hipotético-dedutivo,
cuja hipótese está relacionada com a importância desses temas para a Engenharia
de Minas, auxiliando na análise de viabilidade econômico-financeira dos
empreendimentos minerários, garantindo a exploração eficiente, uma vez que, as
atividades são desenvolvidas nos locais corretos e que tem minerais com
quantidade e características que atendam aos requisitos esperados. Isso se justifica,
pois, caso os empreendimentos não sejam viáveis não se deve explorá-los, evitando
assim perdas desnecessárias. Os resultados mostram que a relação dessas áreas
permite melhorar os ganhos com a exploração, além de servir de base para o
desenvolvimento da mineração sustentável, sendo que estas duas precisam
caminhar juntas nos dias de hoje.

Palavras-chave: Engenharia de Minas. Sustentabilidade. Mineração.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................4
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À MINERALOGIA E PETROGRAFIA........................6
1.1 MINERAIS E MINÉRIOS..........................................................................................6
1.2 CRISTAIS E PRINCÍPIOS DE CRISTALOGRAFIA ............................................8
1.3 SISTEMAS CRISTALINOS......................................................................................9
1.4 PRINCÍPIOS DE CRISTALOQUÍMICA............................................................... 11
1.5 CLASSES MINERAIS: SILICATOS, ÓXIDOS, HIDRÓXIDOS, SULFETOS,
SULFATOS, FOSFATOS, CARBONATOS, HALÓIDES ................................................ 13
1.6 ESTRUTURAS CRISTALINAS E PROPRIEDADES MACROSCÓPICAS
PRINCIPAIS DOS MINERAIS E MINÉRIOS .................................................................... 14
1.7 UTILIDADE INDUSTRIAL DOS MINERAIS E MINÉRIOS .............................. 16
1.8 CICLO DAS ROCHAS ........................................................................................... 18
1.9 PETROGRAFIA ÍGNEA, SEDIMENTAR E METAMÓRFICA ......................... 19
CAPÍTULO 2 - DIREITO MINERAL COM ÊNFASE NA LEGISLAÇÃO
AMBIENTAL .............................................................................................................. 23
2.1 O TRATAMENTO JURÍDICO DA MINERAÇÃO............................................... 23
2.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO MINERÁRIO ..................... 24
2.3 POLÍTICA ECONÔMICA PARA A ATIVIDADE MINERÁRIA ......................... 26
2.4 CONTRATOS MINERÁRIOS ............................................................................... 27
2.5 DIREITOS REAIS E MINERAÇÃO ..................................................................... 29
2.6 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS PARA OUTORGA DE TÍTULOS
MINERÁRIO........................................................................................................................... 29
2.7 DIREITO AMBIENTAL APLICADO À MINERAÇÃO ........................................ 32
2.8 TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE MINERÁRIA..................................................... 33
2.9 RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DA ATIVIDADE MINERÁRIA...
................................................................................................................................... 35
2.10 CRIMES ................................................................................................................... 36
CAPÍTULO 3 - ECONOMIA MINERAL .......................................................................... 38
3.1 PRODUÇÃO E VALOR ......................................................................................... 38
3.2 VALOR ..................................................................................................................... 40
3.3 COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS MINERAIS .................................... 41

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3.4 A ENERGIA E A ECONOMIA MINERAL ........................................................... 44
3.5 O PETRÓLEO......................................................................................................... 46
3.6 O SETOR MINERAL E O PROCESSO DE TRABALHO NA MINERAÇÃO:
ASPECTOS DO TRABALHO E QUESTÕES TRABALHISTAS.................................... 48
3.7 INVESTIMENTO E VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTOS MINERAIS DE
PEQUENO E GRANDE PORTE: ASPECTOS GERAIS E DE ANÁLISE FINANCEIRA
................................................................................................................................... 49
3.8 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA MINERAL
NACIONAL E INTERNACIONAL........................................................................................ 51
CAPÍTULO 4 - PESQUISA MINERAL E PROSPECÇÃO .......................................... 54
4.1 CONCEITOS E PRINCÍPIOS EM QUE SE BASEIA ........................................ 54
4.2 FASES DA MINERAÇÃO ..................................................................................... 55
4.3 INDICADORES PARA PESQUISA ..................................................................... 56
4.4 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................ 57
4.5 MÉTODOS DE PROSPECÇÃO SUPERFICIAL ............................................... 57
4.6 PROSPECÇÃO GEOFÍSICA ............................................................................... 58
4.7 PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA ........................................................................... 59
4.8 SENSORIAMENTO REMOTO E FOTOGEOLOGIA ........................................ 61
4.9 SONDAGEM ........................................................................................................... 62
4.10 EXPLORAÇÃO SUBTERRÂNEA ........................................................................ 63
4.11 AMOSTRAGEM DE DEPÓSITOS MINERAIS .................................................. 64
4.12 CLASSIFICAÇÃO DAS RESERVAS MINERAIS .............................................. 65
4.13 AVALIAÇÃO DE UMA JAZIDA OU MINA PELOS MÉTODOS CLÁSSICOS ...
................................................................................................................................... 66
4.14 GEOESTATISTICA APLICADA À AVALIAÇÃO DE JAZIDAS ....................... 67
4.15 CÓDIGO DE MINERAÇÃO .................................................................................. 68
4.16 REQUERIMENTO DE PESQUISA...................................................................... 69
4.17 RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA MINERAL ................................................ 69
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 71
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 72

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

A Engenharia de Minas é o ramo que estuda os métodos e as tecnologias para


aproveitamento de recursos minerais como os minérios. Para isso, são realizadas
diversas atividades como a lavra ou extração do minério, a pesquisa e a prospecção
dos recursos minerais e processos para tratar e refinar os produtos obtidos.
Existem diversos tipos de minerais e minérios, que tem diferentes estru turas
cristalinas, gerando minerais com propriedades e características distintas. Conhecer
e entender bem as diferenças entre os minerais pode auxiliar os profissionais a
definir o melhor método de extração e também quais os consumidores do produto
final, devido à grande variedade de tipos e classes minerais. Os minérios podem ser
utilizados em diversas aplicações, desde a fabricação de aços para automóveis, até
a fabricação de componentes eletrônicos, por isso, é preciso saber qual mineral usar
a fim de melhorar a relação custo-benefício do produto final.
A atividade minerária gera grandes impactos ambientais, como poluição do ar,
ruídos, dentre outros (variando de acordo com o tipo de operação e outros fatores),
por isso, é importante ter normas para regulamentar a atividade, diminuindo assim
seus impactos ambientais. O Código de Mineração é o principal disposto que regula
a atividade minerária no Brasil, porém, esse instrumento não acompanhou a
evolução do setor. Para minimizar essa lacuna, a Constituição Federal de 1988,
criou diretrizes importantes que minimizaram a desatualização do Código. Mas, o
mais importante é o fato de que o simples nexo de causalidade atribui a
responsabilidade e o direito de reparar os impactos causados por quem detém a
autorização para exploração. Isso demonstra que, cada vez mais o país tem
buscado formas de se resguardar e cobrar práticas responsáveis por quem tem o
poder da extração mineral.
Quando a exploração mineral ocorre de forma sustentável é possível agregar
valor aos produtos e melhorar os lucros da empresa. Isso pode ser percebido pelo
fato de nos últimos anos terem se elevado as vendas de alguns minerais como o
nióbio, fazendo com que o Brasil caminhe para se tornar referência na produção de
minerais. Esse fato tem impactado diretamente na economia brasileira, uma vez
que, elevam-se as exportações, aumentando as receitas da União, assim, pode-se

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investir em recursos como saúde, infraestrutura, educação, dentre outros. Além
disso, o país se torna conhecido no mundo, assumindo papel de destaque em
diversos setores, potencializando os investimentos externos e atraindo novas
tecnologias para a atividade.
Os investimentos e as tecnologias são essenciais para auxiliar no
desenvolvimento e aperfeiçoamento de atividades como pesquisa mineral e
prospecção. Através delas é possível estudar as reservas minerais, avaliando sua
capacidade e características, a fim de fornecer dados suficientes para a tomada de
decisões sobre a viabilidade econômico-financeira dos empreendimentos. Para que
isso seja possível utilizam-se diversas técnicas como a fotogeologia, o
sensoriamento remoto, a prospecção, a sondagem, dentre outros métodos que
garantem a precisão das informações, evitando investimentos desnecessários.

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À MINERALOGIA E PETROGRAFIA

1.1 MINERAIS E MINÉRIOS

Os minerais são materiais sólidos que ocorrem naturalmente, tendo


composição química definida e homogênea, tem ainda arranjo atômico ordenado,
sendo, usualmente formados por processos inorgânicos. A ciência que estuda os
minerais é denominada mineralogia, assim, separa-se a definição do termo na área
de mineração de outras ciências, como na nutricão. Quando o nutricionista afirma
que nosso corpo é dependente dos minerais ferro, cálcio, dentre outros, o correto é
falar que o corpo humano é dependente do compostos e/ou elementos químicos
ferro, por exemplo, e não que é dependente do mineral ferro.
O estudo dos minerais dá suporte para diversas disciplinas, dentre elas a
petrologia (estudo dos processos de formação e da composição das rochas),
geoquímica (distribuição, abundância e migração dos elementos químicos na
superfície terrestre), geomicrobiologia (estudo da interação dos microorganismos, da
minerologia, da geologia e da biologia), dentre outras disciplinas. Dessa forma, o
estudo dos minerais auxilia o desenvolvimento da geologia e dos fenômenos
terrestres, além de permitir o surgimento de novas áreas de conhecimento que
auxiliam a compreensão do universo.
O estudo dos minerais também pode ser chamado de Ciência dos Minerais,
essa área de conhecimento é responsável por analisar cinco coisas nos minerais:
• a mineralogia descritiva, que é responsável por avaliar as propriedades
físicas que auxiliam a identificar e descrever um determinado mineral;
• a cristalografia, que estuda o arranjo dos átomos nos materiais sólidos
(minerais);
• a cristaloquímica, ramo que estuda a estrutura interna, a composição
química e as propriedades físicas dos minerais;
• a classificação é a estratificação dos materiais de acordo com algumas
classes, semelhante ao que ocorre na química e na biologia;
• a ocorrência geológica que é o contexto geológico no qual se encontra
um mineral, bem como a sua semelhança com outros tipos de minerais;

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Os minerais são essenciais para o desenvolvimento tecnológico da


humanidade, com os minerais pode-se fabricar automóveis, eletrodomésticos,
celulares, dentre outros materiais essenciais para a sobrevivência do ser humano. É
importante destacar que os períodos de desenvolvimento da humanidade são
chamados pelo nome dos materiais utilizados no período (Idade da Pedra, do Ferro,
dentre outros), sendo estes diretamente relacionados aos minerais utilizados. A
maioria dos minerias são encontrados na natureza em sua forma bruta, precisam ser
processados para que agreguem valor ao produto.
Os minerais processados como alumínio, cobre, ferro, nióbio, dentre outros são
adicionados a telhas de alumíno, aços, tijolos, revestimentos, dentre outros
materiais, permitindo a obtenção de um produto final. Minerais e minérios, quando
concentrados em grandes quantidades, são extraídos e alimentam a indústria. Os
minérios são agregados de minerais, contendo elevada quantidade de um elemento
químico ou mineral que pode ser explorado e que apresenta algum valor econômico.
Os minérios podem ser encontrados na forma de sedimentos, rochas e solos,
sendo formados pelo minério (mineral de interesse) e pela ganga (mineral que não
tem valor econômico).
Existem ainda os minerais de minério, que são minerais nos quais se extraem
metais e outros tipos de produtos com algum valor econômico. Os minerais de
minério são encontrados mais frequentemente como sulfetos, haletos, silicatos,
óxidos ou metais nativos. Um exemplo disso são os minérios de ferro, encontrados
em formações ferríferas bandeadas (rochas formadas por camadas alternadas de
hematita e magnetita, alternadas com cherte). Os depóstios de minério são
exploráveis devido a uma particularidade que estes apresentam, que é a presença
de um concentrado em valores muito elevados (bem superiores ao valor médio
desses materiais na crosta terrestre). Isso se dá devido a ocorrências an ormais de
fenômenos geológicos, resultando n os depósitos com altas concentrações de
minérios.
FIQUE ATENTO: Minerais, minérios e mineralogia são assuntos essenciais para a
área da mineração. Para saber mais sobre o tema acesse:
https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v2/pdf-v2/t_didatica_2006_v02n01_p075-
085_branco_chaves.pdf.

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1.2 CRISTAIS E PRINCÍPIOS DE CRISTALOGRAFIA

A cristalografia é a ciência responsável por estudar os cristais, esta se divide


em cristalografia geométrica e em cristalografia ótica. A cristalografia geométrica
visa analisar a morfologia externa dos cristais, tomando como base leis
fundamentais e os elementos de simetria. A cristalografia ótica utiliza o microscópio
para estudar os minerais, auxiliando a identificação das diferentes espécies
minerais.
Os cristais são estruturas ordenadas e que apresentam composição
homogênea no estado sólido, tendo faces planas ou não, além de serem simétricos.
Minerais cristalizados tem arranjos internos que formam as redes tridimensionais
chamadas de retículo ou reticulado cristalino, constituídas pela repetição de
unidades atômicas ou células unitárias que tem as propriedades químicas e físicas
do mineral completo. Os minerais, quando no estado cristalino, se organizam em
sistemas constantes e fixos, sem a variação nas distâncias entre átomos repetidos
nos planos ou em planos coplanares (átomos em um mesmo plano). Os cristais
encontrados na natureza têm formas e tamanhos variados, por isso, o estudo da
morfologia dos cristais auxilia na identificação de minerais.
O eixo cristalino é um conceito importante e que auxilia na classificação e no
estudo dos cristais, para isso, passa-se três eixos cristalográficos no centro de um
cristal, uma vez que, os cristais são tridimensionais. Esses eixos permitem descrever
uma orientação de um plano cristalográfico, por exemplo, por isso, são de grande
importância para a cristalografia.

ATENÇÃO
Esse tema é muito interessante e complexo, é importante compreender melhor esse
assunto, por isso, para saber mais sobre o tema acesse:
http://www.foz.unioeste.br/~lamat/downmateriais/materiaiscap4.pdf.

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1.3 SISTEMAS CRISTALINOS

Existem diversos minerais cristalinos, com isso, surge a cristalografia, que é a


ciência responsável por agrupar diferentes cristais considerando seu padrão de
cristalização. É importante destacar alguns conceitos importantes sobre os
sistemas cristalinos, os minerais apresentam simetria definida devido o arran jo de
suas faces, permitindo agrupá-los em classes distintas. Outro conceito importante
são os planos de simetria, ou seja, planos imaginários no qual se divide os cristais
em duas metades, formando um cristal bem desenvolvido. Existe ainda os eixos de
simetria, que são linhas imaginárias em cristais, permitindo sua rotação, de modo
que este se repita em uma rotação completa. Há também os eixos de simetria de
inversão rotatória, que é o elemento de simetria composto, ou seja, é a rotação do
cristal em torno do seu próprio eixo, porém, com a inversão através do centro (essas
operações precisam ser completadas antes que se tenha uma nova posição). Os
elementos de simetria são organizados em cerca de trinta e duas combinações, que
geram trinta e duas classes de cristais, separadas em seis sistemas cristalinos:
• o sistema isométrico é o sistema no qual os cristais apresentam quatro
eixos de simetria ternários, que se referem a três eixos de mesmo
comprimento e perpendiculares entre si. Galena (PbS) e tetraedrita são
exemplos de minerais que apresentam esse sistema cristalino;
• o sistema hexagonal é formado por cristais que tem eixo de simetria
único, ternário ou senário, que indicam quatro eixos cristalográficos, um
que tem comprimento diferente e é perpendicular ao plano dos demais e
três eixos horizontais idênticos que se cruzam com ângulos de 120°.
Zincita (ZnO) é um exemplo de mineral que apresenta esse sistema
cristalino;
• o sistema tetragonal representa os cristais que apresentam apenas um
eixo de simetria quaternário, assim, os cristais tem três eixos
perpendiculares, sendo que dois deles são horizontais e com o mesmo
comprimento e um eixo vertical mais longo ou mais curto que os demais.
A cassiterita (SnO2) e a pirolusita (MnO2) são exemplos de minerais que
apresentam esse sistema cristalino;

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• o sistema ortorrômbico é caracterizado por três planos ou eixos de


simetria binários. Os eixos apresentam comprimentos diferentes e são
perpendiculares entre si. A goethita (HFeO2) e a Calcocita (Cu 2S) são
exemplos de minerais que apresentam esse sistema cristalino;
• o sistema monoclínico representa os cristais que tem apenas um eixo
de simetria único, binário ou pela combinação de um plano de simetria e
um eixo binário. Os cristais monoclínicos tem três eixos diferentes, no
qual dois deles formam um ângulo oblíquo e um terceiro perpendicular a
esses dois. A jamesonita (Pb 4FeSb6S14) é um exemplo de mineral que
apresenta esse sistema cristalino;
• o sistema triclínico é constituído pelos cristais que tem apenas um eixo
de simetria, podendo ser um eixo unitário com inversão rotatória ou um
eixo simples rotatório. Os cristais tem três ângulos diferentes, formando
ângulos oblíquos entre si. A ulexita (NaCaB 5O65H2O) é um exemplo de
mineral que apresenta esse sistema cristalino.
Os cristais ainda podem ser classificados de acordo com a sua aparência
externa ou forma, que é a forma que as faces do cristal apresentam em relação ao
seu eixo de simetria. As formas dos cristais podem ser:
• pinacóide: formado por faces paralelas;
• pédio: formado por apenas uma face;
• domo: formada por duas faces assimétricas e não paralelas para um
mesmo plano de simetria;
• esfenoide: formada por duas faces assimétricas e não paralelas para um
eixo de simetria binário;
• biesfenoide: tem quatro faces, sendo que duas do esfenoide superior se
alternam com duas de um esfenoide inferior;
• prisma: formada por 3, 4, 6, 8 ou 12 faces que são paralelas a um eixo
comum;
• pirâmide: formada por 3, 4, 6, 8 ou 12 faces que não são paralelas, se
encontrando em um ponto;
• escalenoedro: composta por 8 ou 12 faces fechadas, dispostas em pares
simétricos;

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• trapezoedro: compostas por 6, 8 ou 12 faces com 3, 4 ou 6 faces acima


giradas 3, 4 ou 6 faces abaixo;
• bipirâmide: compostas por 6, 8, 12, 16 ou 24 faces, constituídas por
pirâmides em um plano de simetria horizontal;
• romboedro: composta por seis faces, fechadas, nas quais as arestas
onde há a interseção não formam ângulos retos.

ATENÇÃO
Esse tema é muito interessante e complexo, é importante compreender melhor esse
assunto, por isso, para saber mais sobre o tema acesse:
http://www.foz.unioeste.br/~lamat/downmateriais/materiaiscap4.pdf.

1.4 PRINCÍPIOS DE CRISTALOQUÍMICA

A cristaloquímica estuda a relação existente entre a estrutura interna, a


composição química e as propriedades dos materiais cristalinos. A cristaloquímica
está diretamente relacionada com a química inorgânica, com cerca de 118
elementos químicos naturais e não naturais. Esses matérias permitem produzir
diversos compostos, porém, existem mais de 4000 minerais conhecidos e, a cada
anos, cerca de 50 novos são descobertos.
Dos minerais conhecidos, aproximadamente 40 deles são os principais
constituintes das rochas encontradas em mais abundância na terra, sendo estes
chamados de minerais petrográficos ou minerais formadores de rochas. O formador
de rocha mais encontrado na natureza são os silicatos, h á ainda cerca de 30
minerais que aparecem como constituintes menores em vários tipos de rochas,
sendo estes chamados de minerais acessórios, aparecendo em quantidades
inferiores à 5%. Há ainda o grupo dos sulfetos e dos óxidos, que permitem a
obtenção de metais industriais após a lavra e o processamento de minério, esses
materiais formam concentrações locais nos depósitos minerais.
Normalmente, as propriedades dos minerais se dão em função das suas
constituições (elementos que os formam), como os elementos se ligam e como eles
estão arrumados na estrutura cristalina de um mineral. Vale destacar que minerais

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com a mesma composição química e em quantidades iguais podem apresentar


características físicas bem distintas dependendo do seu arranjo na estrutura
cristalina e do tipo de ligação. A cristaloquímica estuda os tipos de ligações
químicas, o raio atômico, iônico e covalente, o número de coordenação, a valência
eletrostática, as variações químicas, as soluções sólidas e a exsolução.
As ligações químicas são as forças elétricas responsáveis por unir os átomos,
quanto maior a força de ligação, maior a resistência que a estrutura cristalina
oferece ao rompimento. Maiores forças de ligação implicam diretamente em
propriedades como dureza, resistência mecânica, melhorando-as
consideravelmente. As ligações químicas mais comuns são a iônica, covalente,
metálica, Van der Waals e de hidrogênio.
O raio atômico, iônico e covalente está relacionado ao tamanho dos átomos
ou íons no reticulado cristalino. O número de coordenação é o número de vizin h os
próximos a um átomo, com carga oposta à sua. A valência eletrostática é a força
de ligação dos átomos, sendo esta o quociente da carga do íon e o número de
vizinhos próximos a ele, com cargas opostas.
As variações químicas em minerais podem ser associadas à composição
química e à estrutura cristalina. Dentro desta área pode-se classificar os minerais em
isomórficos (composição química distinta e com estruturas cristalinas parecidas),
polimórficos (mesma composição química e estruturas cristalinas distintas) e
pseudomórficos (composição química e estruturas cristalinas distintas).
A solução sólida está associada à ocupação de sítios atômicos por elementos
químicos distintos, no que se refere aos mecanismos de formação, as soluções
sólidas podem ser substitucionais, intersticiais, substituição iônica e por vacância. A
exsolução é a separação da solução sólida em minerais cristalinos diferentes, com
ou sem a remoção de material do sistema.

FIQUE LIGADO
Esse tema é muito importante, para compreender melhor esse assunto, acesse:
http://mw.eco.br/ig/cursos/Mineralogia2/01_Aulas_1e2.pdf.

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1.5 CLASSES MINERAIS: SILICATOS, ÓXIDOS, HIDRÓXIDOS, SULFETOS,


SULFATOS, FOSFATOS, CARBONATOS, HALÓIDES

A composição química serve de parâmetro para classificar os minerais, sendo


estes divididos em classes que dependem do ânion ou do grupo aniônico dominante.
Para os minerais que tem mesmo ânion ou que pertencem ao grupo aniônico
dominante, a sua composição química tendem a ser mais semelhantes do que as
compartilhadas por minerais que tem o mesmo cátion dominante. Assim, os
carbonatos, por exemplo, tendem a ser mais semelhantes entre si do que minerais
de cobre. Vale destacar que os minerais ligados ao mesmo ânion dominante se
formam, normalmente, em ambientes geológicos semelhantes ou agrupados. As
principais classes dos minerais, com base no ânion ou no grupo aniônico dominante
são:
• o silicato é a classe que tem mais materiais, sendo estes os mais
abundantes. Os silicatos são formados por minerais que tem composição
química mais complexa dentre elementos comuns (alumínio, ferro,
magnésio, dentre outros) com oxigênio e silício. Cianitas, anfibólicos,
olivinas e quartzo são exemplos de materiais pertencentes a essa classe;
• os óxidos simples são os que englobam minerais que se combinam com
o oxigeno, por exemplo, a hematita;
• os hidróxidos são os minerais que contém hidroxila (OH) ou água como
radical importante, a brucita é um exemplo de hidróxido;
• os sulfetos são os materiais que combinam os metais com selênio, telúrio
e enxofre, galena é um exemplo de sulfeto;
• os sulfatos são minerais que englobam o radical sulfato em sua
composição, como a barita;
• os fosfatos são os minerais que tem o radical PO4 em sua fórmula, como
a apatita;
• os carbonatos são os minerais que tem o radical CO3 em sua fórmula,
como a calcita;
• os haloides englobam materiais como fluoretos, brometos, cloretos e
iodetos naturais como a fluorita.

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As classes descritas anteriormente ainda podem ser divididas em famílias, que


podem ser estratificadas de acordo com a cristalografia e a estrutura dos minerais.
Essa estratificação que se dá por grupos é dividia em espécies que tem diversas
variedades ou séries. Em alguns casos, materiais que tem a mesma natureza
química podem ser obtidos na naturalmente apresentando propriedades físicas
distintas entre si, esse fenômeno é chamado de alotropia ou polimorfismo. A grafita
e o diamante são exemplos de minerais que não são distinguidos quimicamente,
porém, apresentam propriedades físicas distintas, bem como sua estrutura cristalina.

ATENÇÃO
Esse tema é muito importante, para compreender melhor esse assunto, acesse:
http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/geografia_fisica_I/Geo_Fi
s_A04_RF_MZ_SF_SI_SE_040309_Mac.pdf.

1.6 ESTRUTURAS CRISTALINAS E PROPRIEDADES MACROSCÓPICAS


PRINCIPAIS DOS MINERAIS E MINÉRIOS

A estrutura cristalina dos minerais é essencial para classificá-los, associada a


ela, a composição química é outro elemento que permite estimar as propriedades e
os processos e ambientes de formação dos minerais. As estruturas cristalinas são
definidas como a forma em que os átomos ou moléculas estão arranjadas nos
materiais. Para que que um material seja denominado mineral é preciso que este
seja um sólido, tenha uma estrutura cristalina definida, seja homogêneo e que ten h a
composição química definida. As estrutu ras cristalinas são essenciais para
determinar as propriedades dos minerais, por exemplo, o diamante e o grafite têm a
mesma composição química, porém, a estrutura cristalina do grafite é fraca, por isso,
ele é usado para a lubrificação. Já o diamante apresenta estrutura cristalina com
ligações químicas mais fortes, assim, ele é utilizado como uma ferramenta de corte,
por exemplo. As principais propriedades macroscópicas dos minerais são descritas a
seguir.
O brilho é a capacidade que o mineral tem para refletir a luz que incide em sua
superfície. Estes podem ser metálicos (brilha como um metal) e não metálicos (brilha

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como outros tipo de materiais- seda, vidro, pérolas, dentre outros). A dureza é a
resistência que o material sofre ao riscamento. A dureza pode ser dividida em baixa
(quando o mineral consegue ser riscado pela unha), média (quando o mineral n ão é
riscado pela unha, mas é riscado por um canivete) e alta (não riscado por um
canivete).
A clivagem é a facilidade que o mineral tem de se romper em u m plano
específico, os planos de clivagem são paralelos a uma possível face ou a uma face
do cristal. A fratura é quando o material se rompe, formando uma superfície não
plana devido a um choque mecânico. As fraturas podem ser conchoidais (quando a
superfície do mineral fraturado tem forma de concha profunda), sub-conchoidal
(quando a superfície do mineral fraturado tem forma de concha pouco profunda) e
irregular (quando não há uma forma definida).
O hábito está associado à formação do mineral, ou seja, à sua velocidade e
forma de crescimento, que são influenciadas por fatores como pressão, temperatura,
dentre outros. Os hábitos podem ser observados em apenas um cristal ou em um
conjunto de cristais. Os hábitos de cristais são tabulares (desenvolvimento maior de
duas faces paralelas), prismáticos (cristal se desenvolve mais em uma direção
específica), piramidais (desenvolvimento mais acentuados de faces que formam
pirâmides) e aciculares (cristais pontiagudos e finos, semelhante a agulhas). Os
hábitos em conjuntos de cristais podem ser granulares (agregados ou massa de
agregados formado por grânulos), maciços (quando não é possível individualizar os
componentes a olho nu), fibrosos (quando não é possível diferenciar as formas
geométricas individuais dos cristais), estalactítico (formatos de concreções cônicas)
placóides ou lamelares (formado por placas empacotadas ou por um conjunto de
lamelas), escamoso (quando os cristais estão arranjados de modo a formar
pequenas escamas) e concrecionário (agregados arredondados e alongados,
formados por materiais cristalinos ou amorfos).
A cor está associada ao comprimento de onda de luz que o mineral absorve.
Por exemplo, se um mineral é vermelho ele absorve o comprimento de onda de
todas as outras cores do espectro, exceto o comprimento de onda da luz vermelha.
Ao se observar a fratura de um mineral com brilho metálico é importante fazer isso
na fratura fresca, uma vez que, quando exposta ao ar, as superfícies podem sofrer

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alterações. Em minerais não metálicos os brilhos podem ser idiocromáticos (mineral


que tem a mesma cor dentro de uma espécie mineral- sendo esta influenciada pela
composição química) e alocromáticos (minerais que apresentam variações de cor
dentro da mesma espécie mineral, por causa da estrutura cristalina, pelo teor de
impurezas, dentre outras).
O traço é a coloração do pó fino dos minerais, usualmente a cor do traço é
constante. A densidade é a relação existente entre o peso do mineral e o peso do
mesmo volume de água à temperatura de 4°C. A solubilidade descreve o
comportamento do mineral ao ser diluído por ácidos como HF, HNO3, HCl e H2SO4.
Os minerais, quanto a solubilidade, podem ser divididos em insolúveis (quando não
há reação com HCl), pouco solúveis (quando há solubilização com HCl aquecido ou
quando pulverizado) e solúveis (quando solubilizam em condições normais). Há
outras propriedades que podem auxiliar a identificar minerais, como odor,
magnetismo, plasticidade, dentre outras. Acima foi descrito apenas as propriedades
utilizadas para caracterizar os principais minerais encontrados na terra.

1.7 UTILIDADE INDUSTRIAL DOS MINERAIS E MINÉRIOS

A utilização dos minerais e dos minérios tem impulsionado o desenvolvimento


da humanidade, sendo que o aumento populacional tem elevado ainda mais o
consumo desses materiais. Os minérios e minerais são importantes para o
desenvolvimento da construção, dos meios de comunicação, da evolução científica e
tecnológica, dentre outras coisas.
Os minérios e os minerais servem de base para diversos setores da economia,
desde as indústrias até as atividades agropecuárias, passando pela siderurgia, pela
construção civil, pela indústria automotiva, dentre outras. O mais simples dos
materiais utiliza algum mineral em sua composição, por isso, para atender a essa
demanda, separam-se os minerais em três grupos, os metálicos, os não metálicos e
os energéticos.
Na construção civil, os minerais são usados como aditivos para cal e cimento,
agregados para britas, enquanto as rochas são utilizadas como revestimento ou
ornamentação. A indústria química utiliza minerais como enxofre para a produção

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de celulose, de papel e no setor petroquímico, por exemplo. A barita também é


utilizada para selar a lama oriunda da perfuração dos poços de petróleo e gás.
Na indústria agromineral, utilizam-se os minerais como fertilizante a fim de
fornecer nutrientes para as plantas, além de serem utilizados para fabricar ração
para animais. Na indústria cerâmica usam-se os argilominerais, como caulim e
argila, esses materiais são aluminossilicatos que foram formados devido a
intemperismo dos minerais silicatos como o feldspato, essa indústria utiliza ainda
quartzo, talco, dentre outros tipos de minerais.
Os minerais isolantes são capazes de resistir a altas temperaturas e a
choques térmicos, isso porque esses materiais apresentam baixo coeficiente de
condutibilidade térmica e baixo coeficiente de dilatação. Os isolantes, normalmente,
são usados para conservar a energia em alguns processos industriais, para dimin u ir
a emissão de calor, para reduzir a emissão de gases e para proteger o meio
ambiente. O mineral mais utilizado pela indústria, com a finalidade de isolamento é a
muscovita e o asbesto ou amianto.
Os minerais abrasivos são usados para polir, desgastar e/ou limpar outros
materiais. Os minerais abrasivos apresentam alta dureza superficial, sendo esta
propriedade a principal para a alta eficiência do processo. Os minerais mais
utilizados para essa finalidade são o quartzo, a granada, o diamante e o coríndon.
Os minerais ainda podem ser utilizados na indústria nuclear, para isso, utiliza-
se urânio ou tório, que são elementos extraídos dos minerais. O urânio também
pode ser utilizado como explosivo, para produzir esmaltes e vidros, já o tório pode
ser empregado na fabricação de vidros para lentes, lâmpadas elétricas, dentre
outros. O rádio é outro elemento radioativo, porém, não é um combustível nuclear,
sendo utilizado para a produção de tintas luminosas, tratar o câncer e em
radiografias.
Há ainda os minerais preciosos, estes são chamados também de pedras
preciosas ou gemas, sendo utilizados para produção de objetos decorativos e joias.
O Brasil é um grande produtor de gemas, são produzidas no país, cerca de 90 tipos
de gemas. As gemas, usualmente, apresentam alto preço e podem ser diamantes,
rubis, esmeraldas, safiras, dentre outras. É importante destacar que os diamantes

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não utilizados são usados como ferramenta de corte na indústria, as safiras com
baixa qualidade são utilizadas para fabricar relógios ou como abrasivos.
Os minerais também podem ser utilizados na indústria farmacêutica, a maior
parte dos elementos químicos utilizados para a produção de medicamentos são
minerais. Os principais minerais utilizados pelo setor farmacêutico são o cálcio, o
iodo, o mercúrio, o magnésio, o flúor, dentre outros.

1.8 CICLO DAS ROCHAS

A terra sofre mudanças constantemente, os mares tem avançado e recuado em


continentes, há a erosão de montanhas, diversos processos ocorrem na crosta, no
manto e na superfície terrestre, modificando as condições do planeta. As rochas
também acompanham essas mudanças, mudando diversas vezes para acompanhar
a evolução do planeta. Os três maiores tipos de rochas são as ígneas, as
sedimentares e as metamórficas, que podem ser transformadas em rochas
diferentes do mesmo tipo ou outro tipo de rocha, desde que ocorram os processos
geológicos adequados.
Os arenitos podem ser intemperizados até que se quebrem, dessa forma seus
fragmentos são transportados, redepositados e litificados a fim de formar outro tipo
de rocha sedimentar. Os fragmentos também podem ser carreados em
profundidade, aquecidos e comprimidos, se transformando em rocha metamórfica
(quartzito) ou serem aquecidos para que haja a fundição parcial ou total. Um xisto
também pode ser quebrado em fragmento menores, formando sedimentos que,
posteriormente, podem se transformar em rochas sedimentares, quando há um
metamorfismo mais intenso este se transforma em gnaisse e, em temperaturas
elevadas, o mineral funde, gerando um magma, que pode se cristalizar e dar origem
a um magma. Rochas crustais podem ser carreadas no manto e se fundirem, assim
o magma fresco resfria e cristaliza, formando novas rochas, que sofrerão processos
de erosão e intemperismo. As ligações existentes entre os vários tipos de rocha são
chamadas de ciclo das rochas, a figura 1 ilustra esse processo.

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Figura 1: Ciclo das rochas

Fonte: Nascimento (2013)

Basicamente o ciclo das rochas são as constantes mudanças das rochas


ígneas, sedimentares e metamórficas entre si, modificando suas características e
propriedades. Essa classificação se dá pela origem e pela combinação das
características, como mineralogia e estrutura das rochas.

1.9 PETROGRAFIA ÍGNEA, SEDIMENTAR E METAMÓRFICA

As rochas ígneas ou magmáticas são formadas devido ao resfriamento e a


solidificação do magma (material fundido que se encontra em várias profundidades
da crosta e do manto terrestre). O magma é formado por várias substâncias como
silicatos, óxidos e compostos voláteis. As rochas ígneas apresentam algumas
propriedades que podem ser observadas macroscopicamente (a olho nu), auxiliando
na sua identificação.
A primeira coisa a se observar é a textura ou granulação, que é o tamanho
dos minerais que formam a rocha, estes são divididos em afaníticas (rochas com
granulometria fina, dificilmente se identifica os minerais a olho nu) e faneríticas
(rochas com granulometria mais grosseira, identifica-se facilmente os minerais a olho
nu). A segunda coisa é o índice de coloração, pois, as rochas podem apresentar
minerais escuros e claros, a quantidade desses materiais permite classificar a rocha

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de acordo com esse parâmetro. Considerando o índice de coloração a rocha pode


ser leucocrata (rocha com predominância de minerais claros), melanocrata (rocha
com predominância de minerais escuros) e mesocrata (rocha com proporções
semelhantes de minerais escuros e claros).
Outra propriedade é a composição mineralógica, que é a avaliação
quantitativa e qualitativa dos principais minerais que formam a rocha, esse
procedimento se dá pela estimação dos volumes ocupados pelos minerais que
formam a rocha. Para isso identificam-se os minerais claros (félsicos) dos escuros
(máficos). A acidez ou teor de sílica (SiO2) é outra propriedade que consiste em
determinar o teor de sílica das rochas, sendo estas divididas em ácidas (com volume
de sílica superior a 65%), intermediárias (volume de sílica entre 65 e 52%) e básicas
(volume de sílica inferior a 52%).
A estrutura também pode ser avaliada, ou seja, como os minerais estão
distribuídos na rocha, sendo estas também influenciadas pelo tamanho dos cristais.
Quanto a estrutura as rochas se dividem em vítreas, maciças, granulares, porfirítica,
pegmatítica, vesicular e amigdaloide. O modo de jazimento se refere aos locais em
que a rocha é consolidadas na litosfera, sendo classificada em rochas extrusivas ou
vulcânicas (magma resfria na superfície, não havendo tempo para o crescimento dos
cristais) e intrusivas (magma se solidifica em diversas profundidades da crosta
terrestre, sendo subdivididas ainda em hipoabissais- formados em pequenas e
médias profundidades e plutônicas- formados em grandes profundidades).
Já as rochas sedimentares se formam pela ação de diversos processos que
ocorrem na superfície terrestre, gerando a desagregação das rochas. Os principais
fatores que influenciam esse processo são o vento, a água e o gelo, gerando o ciclo
sedimentar. O ciclo sedimentar é formado pelo intemperismo (quebra das rochas por
meio da reação entre a rocha e a água por exemplo, por mudanças de temperaturas,
dentre outros processos). Outra fase do ciclo sedimentar é a erosão e o transporte
(o material erodido é transportado pelo vento ou pela água até as bacias de
sedimentação). A terceira fase do ciclo sedimentar é a deposição (quando não se
consegue movimentar os sedimentos ou quando há saturação de um determinado
elemento e ele se precipita). A última fase do ciclo sedimentar é a consolidação
(endurecimento- compactação e cimentação dos minerais sedimentados).

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As principais propriedades macroscópicas das rochas sedimentares são a


textura ou granulação, que é a avaliação do tamanho dos minerais que a
constituem. As rochas sedimentares podem ser clásticas ou mecânicas (compostas
majoritariamente por minerais que resistem ao intemperismo), químicas (textura
mais fina e sem granulação aparente) e organógenas (formadas por atividade
biológica ou acúmulo de microrganismos).
A composição mineralógica se dá pela separação dos grânulos do cimento,
quando houverem. Para classificar esses grânulos é preciso considerar a cor, a
solubilidade e a coesão da rocha (rigidez da ligação dos grânulos). As principais
estruturas das rochas sedimentares são granular, maciça, terrosa, brechóides
(granulares com fragmentos angulosos de outros tipos de rocha), estratificadas em
camadas plano paralelas, estratificadas em camadas cruzadas e estratificadas em
folhas ou placas.
As rochas metamórficas são rochas formadas pela alteração das condições
de estabilidade de uma rocha, ou seja, pela alteração de pressão, temperatura, atrito
e agentes voláteis. Nas rochas metamórficas ocorre o fenômeno chamado de
metamorfismo, que modifica a estrutura e a textura das rochas preexistentes. Esse
fenômeno permite que a rocha se torne estável nas novas condições em que foi
submetida, sem que haja a sua fusão para tal evento. Os três principais agentes do
metamorfismo são a temperatura, os fluidos quimicamente ativos e a pressão.
As principais propriedades macroscópicas observadas nas rochas
metamórficas são a textura ou granulação, que é o tamanho dos minerais que
formam a rocha, estes são divididos em afaníticas (rochas com granulometria fina,
dificilmente se identifica os minerais a olho nu) e faneríticas (rochas com
granulometria mais grosseira, identifica-se facilmente os minerais a olho nu). A
composição mineralógica que é a avaliação quantitativa e qualitativa dos
principais minerais que constituem as rochas. A estrutura, que é o modo ou a forma
como os minerais estão distribuídos na rocha, estes podem ser maciços,
cataclásticos, gnáissico, xistoso, granular monominerálico, migmatítica, granular e
foliação.

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22

IMPORTANTE
Para relembrar os principais conceitos vistos no capítulo e ver mais exemplos
práticos sobre alguns temas abordados, acesse: https://www.youtube.c
om/watch?v=9wvphUyN8ME.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Fabrícia Benda. Petrologia e mineralogia. Alegre: CAUFES, 2018.

SGARBI, Geraldo Norberto Chaves. Petrografia macroscópica das rochas ígneas,


sedimentares e metamórficas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

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CAPÍTULO 2 - DIREITO MINERAL COM ÊNFASE NA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

2.1 O TRATAMENTO JURÍDICO DA MINERAÇÃO

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 houve uma grande


reforma no Estado brasileiro, trazendo grandes avanços na legislação que trata da
mineração. No ano de 1967, por meio do Decreto Lei nº 227, instituiu-se o Código de
Mineração, com o intuito de administrar a indústria de produção mineral, os recursos
minerais, a distribuição e o comércio dos minerais no Brasil, sendo este a base de
muitas decisões minerárias nos dias de hoje.
A criação do Código de Mineração foi necessária, uma vez que, o Brasil
precisava acompanhar a evolução tecnológica gerada pelo período pós-guerra, que
gerou grandes mudanças na forma de utilizar e aproveitar as substâncias minerais.
Aliado a isso surge a necessidade de criar novos mecanismos para assegurar a
competitividade do Brasil no mercado internacional, desse modo, focou -se,
principalmente, na produção de minerais como uma estratégia para atingir tal
proposta. O Código de Mineração também aparece como uma forma de adaptar a
legislação ao cenário minerador vivido até então no país.
O século XXI mudou bastante desde 1960, quando ocorreu a criação da
legislação minerária, principalmente no que se refere às preocupações com o meio
ambiente. A Carta Política tem ressaltado ainda mais as necessidades de preservar
e melhorar as questões sociais e ambientais no país, introduzindo uma nova visão
sobre o tema. Ao se analisar a Constituição Federal de 1988, n ota-se que ainda há
grandes divergências do que se espera para o setor da mineração, por isso, é
importante alterar essa legislação, assegurando a preservação do meio ambiente
por meio de políticas mineradoras menos agressivas.
É importante que o Poder Legislativo haja para rever os direitos minerários, a
fim de incluir novos aspectos relevantes à nova realidade da sociedade atual. As
revisões precisam englobar todas as autorizações de concessão de lavras e
pesquisa, principalmente as que foram outorgadas n a norma em vigor nos dias de
hoje.

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SAIBA MAIS ACESSANDO O LINK: https://revista.fisul.edu.br/index.php/re


vista/article/download/80/69
OBSERVAÇÃO:
Esse artigo retrata a relação entre a mineração e o meio ambiente sob o enfoque
jurídico, abordando a história, a legislação brasileira de mineração, os tipos de
setores de mineração, dentre outros assuntos relevantes para o tratamento jurídico
da mineração.

2.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO MINERÁRIO

O Direito minerário é a área do Direito que trata do estudo das normas e dos
procedimentos ligados à transformação de recursos minerais em vantagens
econômicas e sociais, conciliando o exercício da atividade com o direito do
minerador, do superficiário, do Estado e com o desenvolvimento sustentável. Nos
dias de hoje, o operador do Direito Minerário precisa extrapolar as ideias presentes
no Código de Mineração criada em 1960, a fim de atender as relações e as
situações do século XXI.
Mesmo diante dessa desatualização, sabe-se que a atividade mineradora tem
algumas necessidades diferentes das outras atividades industriais. Por isso, é
importante manter o Código de Mineração como base para o estudo dessa atividade
essencial para o desenvolvimento humano. Estudar o fundamento básico do Direito
Minerário auxilia a evitar contradições ou interpretações equivocadas sobre a
atividade mineral. Nesse sentido deve-se considerar os fundamentos e princípios da
mineração, que são:

(1) Princípio do Desenvolvimento da Mineração no Interesse Nacional.


(2) Princípio do Interesse Público na Transf ormação das Riquezas
Minerais em Benef ícios Econômicos e Sociais.
(3) Princípio da Utilidade Pública da Mineração.
(4) Princípio da Soberania Nacional sobre os Recursos Minerais, as
Jazidas e as Minas.
(5) Princípio da Função Social da Propriedade Mineral.
(6) Princípio da Predominância da Mineração sobre o Interesse do
Particular.
(7) Princípio do Livre Acesso aos Recursos Minerais.
(8) Princípio da Transparência na Gestão Pública dos Recursos e das
Riquezas Minerais Nacionais.
(9) Princípio da Prioridade.
(10) Princípio do Fomento à Mineração.

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(11) Princípio da Sustentabilidade Ambiental.


(12) A rigidez Locacional.
(13) A mineração necessariamente Utiliza Recursos Naturais.
(14) A Natureza Jurídica dos Atos Administrativos Minerários. (SANTOS,
2019).

A União é a detentora do controle estratégico dos minerais, porém, o


desenvolvimento da mineração ocorre através de investimentos privados, assim
transfere-se os riscos da atividade para o setor privado. Isso demonstra a
instabilidade das políticas brasileiras acerca da segurança institucional e jurídica no
que se refere à atividade mineral. O direito mineral é mais amparado pela
Constituição Federal de 1988, pois, através deste documento é possível definir as
atividades, os envolvidos, o papel de cada envolvido, dentre outras coisas
importantes para o setor.
Porém, há brechas na Constituição, deixando margens para a interpretação.
Sabe-se que os recursos minerais são essenciais para o desen volvimento das
nações, cabendo a esta nação legislar sobre esses recursos. No Brasil, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios são responsáveis por fiscalizar a
atividade, isso deve ser feito respeitando os princípios constitucionais a fim de
assegurar os interesses do país. O Estado é o agente regulador e normativo da
atividade econômica, sendo responsável por planejar e incentivar o desenvolvimento
das atividades. No que se refere aos impactos ambientais gerados pela atividade
minerária, a Constituição Federal prevê que as empresas recuperem as áreas
degradadas, uma vez que, as atividades mineradoras geram grandes impactos
ambientais.
Assim, conseguir uma licença ambiental no Brasil é algo complexo do ponto de
vista jurídico, uma vez que, começa-se com a declaração do Conselho Colegiado,
aperfeiçoando-se com o ato do Secretário Estadual do Meio Ambiente, que é o
agente responsável por emitir a licença ambiental. O licenciamento ambiental ocorre
por etapas, sendo um processo lento, burocrático e que precisa atender às
legislações minerárias e ambientais, desde o início até o encerramento das
operações.

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IMPORTANTE
Acesse o link abaixo para aprofundar mais seus estudos sobre os Princípios
Constitucionais do Direito Minerário.
http://revistas.unaerp.br/index.php/cbpcc/article/view/703/801.

2.3 POLÍTICA ECONÔMICA PARA A ATIVIDADE MINERÁRIA

Usualmente as políticas econômicas na atividade minerária envolvem a


cobrança de tributos, mesmo isso sendo algo conflitante, pois, os tributos são
valores cobrados pelo Estado, a fim de suprir seus gastos. Existem ainda os
royalties, que não podem ser confundidos com os custos, uma vez que, esse dever
ser um direito de cidadania.
As políticas econômicas precisam contemplar a compensação financeira pela
exploração mineral, ou seja, o empreendedor precisa pagar aos donos dos recursos
minerais pelo direito de explorar e comercializar o recurso. No Brasil, a União é a
proprietária dos recursos minerais, compete a ela gerenciar o desenvolvimento dos
minerais a fim de extrair o máximo de benefícios para os cidadãos. Por isso, os
royalties são cobrados pela federação, sendo que essa operação é realizada em
nome do povo brasileiro.
A política econômica, por meio das compensações financeiras, é baseada na
decisão do Supremo Tribunal Federal, que trata do assunto. Um acórdão proferido
pela Primeira Turma do STF, julgado pelo Recurso Extraordinário n. 228.800-5/DF,
que foi publicado no dia 16 de novembro de 2001, abordou a natureza das receitas
obtidas pela exploração de bens públicos. O acórdão afirma que essas receitas são
de ordem patrimonial e não tributária. Para calcular as compensações financeiras
geradas pela exploração dos recursos minerais, há três sistemas básicos:
• o dos lucros;
• o baseado no peso ou na quantidade e;
• o baseado no valor ou ad valorem ou percentual da receita.
Para calcular a compensação financeira baseada nos lucros parte-se do
pagamento de um percentual dos lucros obtidos pelas mineradoras, esse
pagamento pode ser chamado ainda de tributo mineral. Vale destacar que esse

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sistema é mais eficiente que os demais, pois, nesse modelo, incentiva-se a


produção mineral e os investimentos na área.
O sistema baseado no peso ou na quantidade realiza a cobrança da
compensação financeira considerando o peso, ou seja, cobra-se em unidade
monetária o peso produzido. Esse sistema é ineficiente no que se refere a termos
fiscais, uma vez que, a elevação dos preços não implica em aumento das receitas.
Utiliza-se esse sistema, pois, ele é fácil de administrar, sendo muito utilizado para
grandes volumes de produção e quando se tem minerais com baixo valor agregado.
No sistema baseado no valor ou ad valorem ou percentual da receita, cobra-se
um valor de compensação financeira sobre a receita bruta de venda. Esse sistema
de compensação financeira é utilizado pela maioria dos países. Nesse método as
empresas pagam royalties, independentemente dos lucros obtidos na atividade.

ATENÇÃO
A política econômica para a atividade minerária é um tema importante para o
desenvolvimento da população, pois, através dos recursos obtidos com a atividade
mineradora consegue-se investir em áreas como saúde, educação, segurança
pública, dentre outras. Por isso, acesse o link abaixo para aprofundar mais seus
estudos sobre esse tópico.
http://www.convibra.com.br/upload/paper/2014/38/2014_38_10342.pdf .

2.4 CONTRATOS MINERÁRIOS

Os contratos minerários são instrumentos nos quais o titular do direito mineral


cede parcialmente ou totalmente a exploração das jazidas sem que haja
transferência de titularidade do manifesto da mina ou da concessão da lavra. A
concessão de minerais é algo previsto legalmente, porém, isso precisa ser feito de
forma legal, por meio dos contratos minerários ou contratos administrativos (contrato
celebrado entre uma entidade pública e uma entidade privada), seguindo o regime
jurídico de direito público. O concessionário precisa cumprir à risca as cláusulas
contratuais, que deve atender aos interesses do povo brasileiro, previstos na
Constituição Federal.

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As cláusulas que atendem a esses interesses precisam assegurar a eficiência


técnica do concessionário, estabelecendo os prazos da concessão, os critérios para
extinção da atividade, as condições de prorrogação, as medidas para recuperar o
meio ambiente (responsabilidade do concessionário), sansões, auditorias, garantias,
prestações de contas, critérios de indenização, condições de trabalho, fiscalização
do Poder Público, responsabilidade ambiental, dentre outras atribuições. Dessa
forma, a Constituição Federal tem auxiliado a redefinir os sentidos e o alcance de
diversos institutos ligados ao direito administrativo, pois, esse instrumento tem
permitido modificar a visão ultrapassada no campo da mineração.
Dentro dos contratos minerários, um fator que tem grande destaque é o prazo
de concessão, ou seja, o prazo para que as empresas possam explorar uma reserva
mineral. Existem dois tipos de concessão, as por prazo indeterminado e as por prazo
específico. A concessão por prazo indeterminado gera inúmeros malefícios como a
limitação de possibilidades para gerir os recursos, estímulo à especulação, dentre
outras coisas. Já a concessão por prazo específico permite realizar essa operação
por um prazo determinado, podendo este ser prorrogado ou não. Esse modelo é
empregado pela maioria dos países, assegurando melhores benefícios para o
Estado, que conseguirá firmar melhores contratos a fim de obter condições mais
vantajosas para seus cidadãos.
Vale destacar que a formalização da concessão por contrato administrativo é o
elemento que garante a segurança jurídica para os entes privados que celebram
contato com a Administração Pública. A vantagem desse documento é que após ser
estabelecido, nenhuma das partes pode alegar surpresas ou precariedades. Com o
contrato de concessão da lavra é possível assegurar a segurança jurídica da
concessão, pois, ambas as partes concordaram com as cláusulas firmadas.

IMPORTANTE
Os contratos minerários são importantes para garantir o atendimento das
necessidades do Estado/cidadãos e dos empresários. Para conhecer mais sobre o
assunto acesse: https://institutominere.com.br/blog/contratos-de-arrendamento-de-
direito-minerario.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
29

2.5 DIREITOS REAIS E MINERAÇÃO

Os direitos reais no Brasil são previstos pelo artigo n°. 1225 do Código Civil,
utiliza-se como dito alhures a taxatividade, dessa forma, as partes são vedadas de
criar novas espécies de direito real que esteja fora do previsto. O primeiro e mais
importante direito real é o direito à propriedade, qu e é o direito real único sobre uma
coisa própria, esse direito é compreendido pelo artigo 5°, XXII e 170, II da
Constituição Federal. Ter direito à propriedade é poder gozar, usar e dispor de algo
ou reavê-lo de quem a usufrui injustamente.
O artigo 1230 do Código Civil afirma que afirma que a propriedade do solo não
engloba as jazidas, minas e outros recursos minerais. Diante disso é importante
destacar que o subsolo é propriedade de quem detém o poder sobre o solo. Porém,
o particular, que detém o direito à propriedade de um solo não pode impedir que
terceiros executem atividades de mineração em seu terreno (desde que haja
autorização da Agência Nacional de Mineração).
É importante ressaltar que a extração e as pesquisas minerais não podem ser
feitas sem que se adentre no espaço em que a jazida está localizada, por isso, os
proprietários das jazidas receberão uma renda pela ocupação da sua propriedade.
Além disso, eles recebem indenizações pelos danos gerados em decorrência da
atividade mineradora.

ATENÇÃO
Para conhecer mais sobre os direitos reais e a mineração, acesse:
https://www.conjur.com.br/200Nov05/codigo_civil_frente_direito_minerario?pagina=2

2.6 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS PARA OUTORGA DE TÍTULOS


MINERÁRIO

A outorga dos títulos minerários consiste em transferir o direito de negociar um


título de forma que o cessionário exerce posição jurídica igual ao cedente, inclusive
assumindo todos os direitos e deveres cabíveis. Para que a outorga valha para

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terceiros é importante celebrar tal atividade mediante a um instrumento público ou


particular.
Os títulos para autorização de pesquisas nos prazos existentes entre sua
outorga e a data fixada para apresentar o documento para requerer a lavra, a
cessão total dos direitos minerários pode ser feita por concessionários que são
pessoas jurídicas ou físicas.
Na fase de requerimento de lavra, licenciamento ou concessão de lavra,
quando os títulos minerários visam extrair os minerais, o requerimento para a cessão
dos direitos pode ser realizado apenas para concessionários que são empresários
ou pessoa jurídica. Enquanto a cessão de direitos na fase de permissão de lavra
garimpeira pode ser feita apenas por concessionários que tenham uma cooperativa
de garimpeiros ou que sejam pessoas físicas.
Para solicitar a cessão de direitos o cedente ou cessionário precisa preencher
um requerimento eletrônico de cessão de direitos no Cadastro de Titulares de
Direitos Minerais, no site Agência Nacional de Mineração. É importante ressaltar que
preencher o documento não é garantia de transferência de direitos da área, isso só
será possível após protocolar os documentos na superintendência correta e se os
outros requisitos da legislação vigente forem atendidos.
Após reunir o requerimento de anuência e a averbação da cessão de direito de
processo é feito a análise do mesmo. A análise é feita considerando diversos
aspectos, como econômico-financeiros (balanço patrimonial, demonstrações
contábeis, capacidade, apresentação do maquinário disponível- se atende os
requisitos ou não, dentre outras coisas), legitimidade de subscritores instrumentais e
a ausência de débitos na divida ativa no que tange à Compensação Financeira da
Exploração dos Recursos Minerais.
Na cessão total de títulos de concessão de lavra a superintendência realiza a
análise das questões formais dos contratos e dos pedidos. Quando é preciso
formular alguma exigência, o processo é encaminhado para a assinatura das
providências cabíveis e do ofício. Após o término do prazo dá-se o parecer (deferido
ou indeferido) do pedido com encaminhamento para a Diretoria de gestão de Títulos
Minerários para que o diretor geral possa dar seu parecer. Depois da decisão do

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diretor ocorre a averbação da cessão e a anotação do novo titular da lavra no


Sistema de Outorga Mineral e à margem do título.
Na cessão total dos direitos para requerimento da lavra, do alvará de
pesquisas, do requerimento de lavra, da permissão para lavra garimpeira e do
registro de licença será realizada uma análise das questões formais do contrato e do
pedido. Quando é preciso formular alguma exigência, o processo é encaminhado
para a assinatura das providências cabíveis e do ofício. Após o não requerimento da
exigência ou depois de passar o tempo do prazo para o seu cumprimento é preciso
exarar o parecer nos autos dando o parecer do pedido (deferimento ou
indeferimento). Em seguida o pedido é encaminhado imediatamente ao
superintendente para que sejam delegados os poderes de acordo com o art. 5º, XIX
e XX da Portaria DNPM n.º 216, de 20 de maio de 2010. Quando o pedido é deferido
o superintendente concede anuência prévia e autoriza a cessão dos direitos
minerais por meio da publicação da decisão no Diário Oficial da União. Após a
averbação por meio do registro em livro próprio é preciso comunicar Agência
Nacional de Mineração os dados do cessionário e do cedente para que haja a troca
de titularidade no Sistema de Outorga Mineral.
Após constatação de execução da atividade minerária pelo concessionário e
antes de efetivar a averbação do contrato de cessão é preciso comunicar o
Ministério Público Federal, à Advocacia Geral da União e aos órgãos ambientais
competentes para que sejam tomadas as providências necessárias. Podem ser
impostos recursos administrativos em caso de indeferimento da averbação da
cessão dos direitos minerários. O Superintendente pode reconsiderar a sua decisão
e ceder os recursos minerais sem submeter tal processo para o Diretor-Geral. Assim
o superintendente autoriza a averbação da cessão dos direitos por meio de decisão
publicada no Diário Oficial da União.

IMPORTANTE
Os procedimentos administrativos para outorga de títulos minerários têm muitos
detalhes a serem considerados, para conhecer e entender bem esses detalhes,
acesse: https://sogi8.sogi.com.br/Arquivo/Modulo113.MRID109/Registro18820/
anexo.pdf.

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2.7 DIREITO AMBIENTAL APLICADO À MINERAÇÃO

Com o aumento da preocupação ambiental e os grandes desastres ocorridos


no setor da mineração nota-se que há uma grande divergência nessa área devido ao
aumento das pressões exercidas pelos empresários para flexibilizar as leis em prol
dos negócios. Porém, esses problemas afetam pessoas ou grupos étnicos mais
vulneráveis, tanto politicamente, como economicamente. Assim, é essencial
aumentar o controle social sobre o Estado e as organizações que tratam dos bens
minerais no Brasil.
A mineração é uma atividade que gera vários impactos negativos para o meio
ambiente, como, poluição, poluição sonora, desmatamento, dentre outras coisas.
Por isso, essa atividade precisa enfrentar um controle regulatório intenso pela
sociedade e pelo Estado. No Brasil a atividade mineradora é regulada pelo Código
da Mineração e de Leis Específicas, pela Constituição Federal de 1988 e por atos
normativos do Ministério de Minas e Energia, do antigo Departamento Nacional de
Produção Mineral e do Ministério do Meio Ambiente.
O Estado detém o poder de legislar as minas, as jazidas e outros tipos de
recursos ligados aos minerais. No que se refere ao meio ambiente, à poluição, ao
acompanhamento e à fiscalização da extração mineral, compete à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos municípios legislar sobre isso, incluindo o controle
dos impactos e dos danos causados ao meio ambiente.
A vantagem do Direito ambiental é que este responsabiliza os causadores dos
danos ambientais, pois, os causadores devem recuperar a área degradada ou a
qualidade ambiental. Esse princípio é expresso na Constituição Federal de 1988 e
na Lei que trata da instituição da Política Nacional do meio Ambiente. O artigo 225
da Constituição Federal de 1988 assegura a proteção das áreas naturais, vedando a
sua utilização para não comprometer a integridade desses recursos. Dessa forma só
há exploração mineral se houver autorização legal para isso, garantindo que não
haja comprometimento dos recursos. O direito ambiental na mineração
asseguraainda a proteção da lavra e da pesquisa em terras quilombolas, indígenas,
dentre outras terras de uso tradicional. Isso se dá por meio de autorização do
Congresso, analisando as comunidades afetadas.

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ATENÇÃO
O direito ambiental aplicado a mineração é um assunto importante, para conhecer
mais sobre o tema, acesse: https://periodicos.unifap.br/index.php/
planeta/article/view/340.

2.8 TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE MINERÁRIA

A tributação das empresas mineradoras no Brasil segue o mesmo modelo


tributário para outros tipos de empresa. A Lei nº. 5.172/1966 instituiu o Código
Tributário Nacional, no Brasil, incidem sobre a mineração contribuições, impostos,
taxas, emolumentos, participação do superficiário e a compensação financeira da
exploração de recursos minerais. A seguir são apresentadas as principais
tributações que incidem sobre a mineração no Brasil.
O Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) é calculado sobre o lucro das
empresas, podendo ser classificado como real, presumido ou arbitrado. Qualquer
pessoa jurídica com domicílio no Brasil (com registo ou não e, incluindo, as
empresas públicas e privadas) é obrigada a declarar os rendimentos. Para calcular o
IRPJ nas empresas mineradoras aceitam-se deduções como depreciação
(acelerada e normal), exaustão real, amortização de gastos com pesquisas,
desenvolvimento e pré-operacional de jazidas e dedução de gastos de pesquisas
com exploração mineral.
A Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) é um tributo com a finalidade
de financiar a Seguridade Social, sendo regulamentada pela Lei n°. 7.689/88. As
empresas jurídicas domiciliadas no Brasil e as que são amparadas pela legislação
do imposto sobre a renda são contribuintes da CSLL. A Lei Complementar 7/70
regulamentou a contribuição para o Programa de Integração Social (PIS/Pasep),
esse tributo se destina ao financiamento do pagamento do auxílio para os
desempregados (seguro-desemprego), além de um abono financeiro para os
trabalhadores que recebem até dois salários mínimos. Já a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) tem como objetivo financiar a
seguridade social, essa contribuição federal tem natureza tributária e incide sobre a
receita bruta de todas as empresas.

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A Contribuição para o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) é uma


contribuição paga pelo empregado e pela empresa, a empresa recolhe 20% do total
das remunerações pagas, creditadas ou devidas. O Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) foi regulamentado pela Lei n°. 5.107/1966, esse tributo implica no
depósito de 8% sobre a remuneração paga ou devida a um trabalhador no mês
anterior em uma conta bancária vinculada. Existem ainda outros tipos de encargos
trabalhistas, como seguro de acidentes (3% sobre os salários mais os adicionais),
salário-educação (2,5% sobre os salários mais os adicionais), gratificação natalina
(13° salário- salário adicional por cada trabalhador), multa por dispensa sem justa
causa (cerca de 40% do saldo da conta do FGTS) e adicional de férias (recebimento
de 1/3 do salário por trabalhador).
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é um imposto instituído para
regular a economia nacional, essa é uma taxa cobrada, normalmente, sobre
operações de câmbio, créditos, seguros e investimentos. O Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é uma tributação não cumulativa que é
cobrada em cada prestação de serviço de transportes ou circulação de mercadorias
intermunicipais ou interestaduais. Já a Compensação Financeira por Exploração de
Recursos Minerais (CFEM) é uma tributação que visa assegurar a participação sobre
os resultados da exploração de recursos minerais ou compensar a União
financeiramente pela exploração. Há ainda a participação do superficiário (dono do
solo), no qual o proprietário do solo recebe uma participação de 50% sobre o valor
da CFEM, desde que ele não seja o minerador.

IMPORTANTE
A tributação na mineração evoluiu muito nos últimos anos, para compreender essas
mudanças ocorridas com o passar dos anos e as perspectivas para o setor no que
se refere à tributação, acesse:https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/130267
/000975579.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

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2.9 RESPONSABILIDADE CIVIL DECORRENTE DA ATIVIDADE MINERÁRIA

No que tange ao Código Civil Brasileiro, quando há um ato ilícito (ação ou


omissão voluntária, imprudente ou negligente que causa danos a terceiros ou viola
direitos) é preciso que o agente causador proponha formas de indenizar e reparar os
danos causados. Desse modo, as atividades mineradoras que gerarem algum
prejuízo para qualquer pessoa, entidade, dentre outros, deve reparar os prejuízos
causados. Assim, além das disposições presentes no Código Civil, aplicam-se as
disposições contidas na Constituição e em legislações específicas.
Os causadores dos danos devem ainda reparar os terceiros caso suas
atividades sejam prejudicadas pela atividade mineral. Nos casos em que a
exploração mineral gera danos às atividades exercidas no local é preciso interpor
reclamação judicial, de modo que se produzam provas cabíveis a fim de comprovar
os danos gerados pela atividade mineral, que não foram reparados e causaram
prejuízos à atividade. O artigo 927 do Código Civil brasileiro afirma que o autor do
dano é obrigado a repará-lo, independente da culpa, desde que as atividades
desempenhem riscos para o direito de outras pessoas, que é o caso da atividade
mineradora.
Considerando a questão ambiental, a responsabilidade civil da pessoa jurídica
tem com base a teoria do risco da atividade, demonstrando que independente da
finalidade e da culpa, a pessoa jurídica precisa reparar os prejuízos causados.
Assim, o sistema jurídico no Brasil afirma que a ocorrência dos danos ambientais em
função de uma atividade econômica, mesmo que autorizada, gera para os
empreendedores o dever de indenizar ou reparar o dano, desde que isso seja
comprovado.

PARA AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS


A responsabilidade civil decorrente da atividade minerária é um assunto importante,
uma vez que, é preciso saber quem deve ser responsabilizado por problemas
ambientais gerados pela atividade. Dessa forma, os cidadãos podem cobrar seus
direitos e exigir a reparação dos danos causados. Para conhecer mais sobre esse
assunto, acesse: http://www.redalyc.org/pdf/934/93449444005.pdf

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2.10 CRIMES

A extração de bens minerais gera grandes transformações e impactos no meio


ambiente. Para regulamentar, proteger e minimizar os impactos da atividade
minerária no meio ambiente criou -se a Lei n°. 9.605 de 1998 intitulada Lei de Crimes
Ambientais. De acordo com essa lei, executar atividades de pesquisa, lavra ou
extração mineral sem a permissão, autorização, licença ou concessão é crime,
passível de multa e detenção de seis meses até um ano.
Essa lei se objetiva a proteger o meio ambiente e preservar a natureza,
principalmente os elementos essenciais para a sobrevivência humana. A lei visa
ainda garantir a manutenção do equilíbrio ecológico a fim de melhorar a qualidade
ambiental com o intuito de assegurar os direitos fundamentais dos cidadãos
brasileiros.
Outro instrumento normativo que contribuiu para a defin ição de crimes contra a
ordem econômica foi a Lei n°. 8.176 de 1991. Essa lei enfoca principalmente no
crime de usurpação de bens públicos e contra o meio ambiente, cuja pena prevista
pode chegar a cinco anos de detenção. Essa lei visa também coibir a ação da
mineração clandestina, garantindo o equilíbrio do ecossistema por meio da proteção
dos recursos minerais.
Aplicar sanções penais ambientais implica em assegurar ao povo brasileiro e
aos estrangeiros que aqui residem o direito de ter um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, que é previsto na Constituição. Por isso, a Constituição
serviu como uma importante ferramenta para contemplar crimes ambientais que são
cometidos por pessoas jurídicas. Para aplicar tal medida é preciso observar alguns
elementos essenciais, como, a conduta praticada foi praticada por interesse, a
conduta foi realizada por uma pessoa relacionada diretamente à pessoa jurídica e a
prática de tal conduta foi apoiada pelo poder de pessoa coletiva.
Existem diversos crimes ligados à mineração, dentre eles, pode-se citar,
falsificação e/ou adulteração de notas fiscais, fraudar a obtenção/concessão de
licenças e permissões, corromper servidores de órgãos ambientais e da Agência
Nacional de Mineração, obter títulos de autorização de uma determinada área com o
objetivo de falsificar a produção, lavar dinheiro, dentre outros.

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VAMOS ESTUDAR MAIS UM POUCO


Os crimes ambientais são uma grave ameaça para a manutenção da qualidade de
vida das pessoas e ao ecossistema, veja duas matérias que tratam dos crimes
ambientais, acesse: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/22/politica/1550859857
_043414.html.
https://diplomatique.org.br/conflitos-socioambientais-e-a-mineracao-no-brasil/.

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CAPÍTULO 3 - ECONOMIA MINERAL

3.1 PRODUÇÃO E VALOR

A produção de minerais no Brasil é muito variada, o país tem tipos variados de


materiais, produzidos em grande escala ou não. O Brasil é um país rico em nióbio,
pedras preciosas, ferro, alumínio e manganês, porém, é pobre em elementos como
chumbo, cobre e prata, por exemplo. Há ainda insumos minerais encontrados em
quantidades suficientes para atender as necessidades da população sem que haja
sobras ou que requerem apenas a importação de baixos volumes para
complementar as necessidades, que é o caso do petróleo.
Anualmente é publicado o Anuário Mineral Brasileiro, que apresenta os dados
de toda a produção mineral brasileira. O anuário é editado pela Agência Nacional de
Mineração, que informa o valor e o volume de produção de acordo com o estado e o
tipo de recurso produzido.
De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (2015), no ano
de 2014, o Brasil se tornou o principal produtor de nióbio, produzindo cerca de
93,7% de toda a quantidade produzida no mundo. Além disso, o país atingiu a
segunda colocação no ranking dos maiores produtores de magnesita, com 14,5% da
produção mundial. O país aumentou ainda sua participação na produção de outras
substâncias minerais, como manganês (15,3%), ferro (12,8%), tântalo (10,0%),
dentre outras. A tabela 1 mostra em detalhes a participação dessas substâncias e de
outras produzidas no país.

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Tabela 1: Valor da produção mineral comercializada pelas unidades da federação brasileiras

Fonte: Departamento Nacional da Produção Mineral (2015).

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EXPANDINDO OS CONHECIMENTOS
Conheça o Sumário Mineral e veja os recursos minerais mais produzidos no país, o
percentual produzido, dentre outros dados importantes, acesse:
http://www.dnpm.gov.br/dnpm/sumarios/sumario-mineral-2015.

3.2 VALOR

O valor da produção mineral corresponde ao valor apurado efetivamente com a


venda (preço) ou com o consumo/transferência (valor da transferência) da produção
comercializada na sua forma beneficiada e bruta. No ano de 2017, os minerais que
pertencem a classe dos materiais metálicos, por exemplo, representaram
aproximadamente 80% do valor total da produção mineral brasileira.
Dessas substâncias, os minérios corresponderam a cerca de 99,6% do valor da
produção comercializada na classe, dentre esses, vale destacar o cobre, o alumínio,
o estanho, o cromo, o ferro, o nióbio, o manganês, o vanádio, o níquel, o zinco e o
ouro. Em 2017 o valor total da produção comercializada de todas as substâncias
juntas somou 88,5 bilhões de reais. O ferro merece destaque nesse valor devido à
sua participação efetiva no valor total, dentre os estados que mais se produz ferro,
pode-se destacar o Pará e Minas Gerais. A tabela 2 mostra o exemplo de um dado
importante encontrado no Anuário Mineral Brasileiro, que é o valor da produção
mineral comercializada pelas unidades da federação brasileiras.

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Tabela 2: Valor da produção mineral comercializada pelas unidades da federação brasileiras

Fonte: Departamento Nacional da Produção Mineral (2018).

Observando a tabela acima pode-se afirmar que os estados de Minas Gerais e


do Pará são os que mais geram receitas na produção de minerais. A soma dos
valores produzidos por esses estados juntos chega a 90,12% do valor produzido no
país, mostrando que os estados são polos econômicos na produção de minerais.

ATENÇÃO
Conheça o Anuário Mineral Brasileiro de 2018, que trazem dados estatísticos que
traduzem o desempenho mineral brasileiro no ano de 2017, acesse:
http://www.anm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-
mineral/anuario-mineral/anuario-mineral-brasileiro/amb_2018.pdf.

3.3 COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS MINERAIS

O comércio internacional de mercadorias engloba um parque industrial bem


diversificado e abrangente. Inicialmente, o Brasil se desenvolveu sem se preocupar
com a expansão do comércio internacional. Porém, com o passar dos anos, esse
panorama foi se modificando e as indústrias brasileiras passaram a adentrar no

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comércio internacional de bens. As grandes empresas e as mais produtivas são as


que tem maior participação no mercado internacional, para que essas empresas se
mantenham sustentáveis no comércio internacional é importante que os Estados as
incentivem a crescer, dando incentivos fiscais para isso.
O comércio internacional de bens minerais no Brasil apresentou grande
enfraquecimento no primeiro semestre do ano de 2018 quando comparado com o
mesmo semestre de 2017. Houve ainda a diminuição nos valores das importações,
exportações e no saldo comercial nesse período. Ao se comparar as exportações,
observa-se que ocorreu uma diminuição de cerca de 5,3% nos valores, seguido de
uma diminuição de 1,3% nos valores das importações, já o saldo comercial diminuiu
cerca de 6,7%. A diferença existente no valor exportado e o saldo comercial pode
ser explicado pelo aumento da magnitude no valor das exportações em relação às
importações de minerais. Essas diferenças tem feito com que os valores de
exportação impactem mais no saldo comercial do que as mudanças nos valores de
importação.
O saldo do comércio exterior do segundo semestre de 2017 apresentou
melhoras quando comparado ao mesmo período do ano anterior, porém, essa
tendência foi interrompida em 2018. Analisando os resultados do comércio exterior
desde o começo de 2017 até o terceiro trimestre do mesmo ano, percebe-se que há
um decréscimo das contas externas ligadas à indústria mineral, que pode ser
explicado pela diminuição nos valores de exportação de minério de ferro. Tal
comportamento é justificado pela diminuição do preço médio de exportação do
minério de ferro entre o primeiro semestre dos anos de 2017 e 2018. Esse preço é
calculado dividindo o valor total pela quantidade total de exportações, que, para o
minério de ferro nesse período foi de 8,6%, caindo de U$S 54,7 para U$S 50,0.
Além dessa queda de preço no período houve uma queda de cerca de 10,6% do
valor do minério exportado (em dólares), sendo que houve uma queda de 2,2% na
quantidade exportada desse mineral.
A diminuição no preço médio e na quantidade de exportação de minério de
ferro gerou a recomposição de participações relativas de cada mineral exportado
pelo setor mineral. No primeiro semestre de 2017 a exportação de minério de ferro
correspondia a 68% das exportações do setor, no ano de 2018 esse valor caiu para

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64,2%. Porém, essa diminuição foi acompanhada da elevação da exportação de


nióbio (passando de 5,2% para 7,0%), ouro (passando de 9,4% para 10,0%) e cobre
(passando de 73% para 8,8%).
No que se refere à participação de minerais como potássio, cobre e carvão na
importação, esses somaram aproximadamente 75% do volume total importado.
Comparando a variação de valores da importação no primeiro semestre com a
variação de valores importados em 2018 nota-se que houve uma elevação de
importação de minerais como zinco (passando de 2,4% para 4,2%), enxofre
(passando de 2,5% para 5,0%) e potássio (passando de 27,5% para 28,4%).
Comparando a variação de valores de importação para cobre e carvão, percebe-se
que houve um decréscimo na participação, passando de 9,7% para 7,3% e 51,8%
para 48,6%, respectivamente. No que se refere aos valores de das importações,
nota-se que o cobre, o carvão e o potássio apresentaram quedas de 28,2%, 11,1% e
2,2%, respectivamente ao se comparar os dois primeiros semestres. Já o zinco e o
enxofre aumentaram o valor para 89,3% e 65,7%, respectivamente no mesmo
período.
A variação nos principais países nos quais se destinava as exportações foi
pouca no primeiro semestre de 2018. Porém, a China continua sendo o principal
mercado para que o Brasil exporta os recursos minerais (mesmo com uma queda no
volume de exportações 41,8% em 2017 para 41,1% em 2018). O Brasil ainda
continua exportando para países como Japão, Estados Unidos da América, P aíses
Baixos e Malásia, sendo esses os principais mercados de exportação brasileiro.
No que se refere às importações, houve uma variação no ranking dos países
nos quais o Brasil importa. Os Estados Unidos passaram a ocupar a primeira
posição (antes ocupavam a segunda colocação), enquanto a Austrália passou da
primeira colocação para a quarta colocação. Os Estados Unidos alcançaram o
primeiro lugar devido ao aumento de importação de carvão ter subido em 11,0%,
contra uma queda de 32,7% desse mesmo mineral da Austrália. O Peru tem
ganhado destaque nas importações brasileiras, sendo este o principal fornecedor de
zinco e cobre para o Brasil, entre o primeiro semestre de 2017 e 2018 houve uma
elevação de 69,1% na importação de zinco e cobre do país.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
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3.4 A ENERGIA E A ECONOMIA MINERAL

A energia é um recurso estratégico, representando uma grande parcela dos


custos da produção de modo geral. Nos segmentos industriais, que transformam
bens minerais, o custo de energia com os processos de beneficiamento tem grande
destaque devido à grande quantidade de força/energia necessária para obter os
minerais de interesse, seja nas operações de cominuição, seja nas operações de
separação.
O consumo energético pode servir como um bom indicador de comportamento
da indústria mineral, uma vez que, é preciso que haja uma boa relação entre a
produção e o consumo de energia. Por isso, a utilização de energia pode variar de
acordo com o mineral a ser transformado, bem como os processos utilizados para
tal. A tabela 3, ilustra o exemplo dos diferentes combustíveis utilizados na geração
de energia na pelotização entre os anos de 2006 e 2015.

Tabela 3: Consumo de energia na pelotização

Fonte: EPE (2017).

Observa-se que há uma grande variedade de produtos que podem ser


utilizados como combustível na indústria. No que se refere à pelotização, houve um
grande aumento na utilização de gás natural nesse processo, porém, a eletricidade

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continua sendo o principal insumo utilizado como fonte de consumo para o processo.
Um outro exemplo de processo pode ser observado na tabela 4, nessa tabela estão
indicados os consumos de energia na produção de ferroligas em toneladas
equivalentes de petróleo.

Tabela 4: Consumo de energia na produção de ferroligas

Fonte: EPE (2017).

Nesse processo, novamente a eletricidade é a principal fonte de energia


utilizada para a produção. Na produção de ferroligas observa-se também que o
carvão vegetal e a lenha são muito utilizados no processo de transformação
(usualmente esses insumos são obtidos em florestas plantadas e gerenciadas pelas
próprias indústrias). Em um outro processo de transformação mineral, que é a
produção de não ferrosos, nota-se também o elevado consumo de eletricidade.
Porém, nesse processo a utilização de óleo combustível também é frequente, sendo
este insumo muito usado na indústria extrativa de calcário (insumos agrícolas e
produção de cimento).
Uma alternativa para a geração de energia nas indústrias é utilizar a água
proveniente dos cursos de águ a ou dos processos. Quando possível, deve-se
aproveitar a água para movimentar as turbinas e transformar energia potencial
(queda da água) em energia mecânica (movimento de turbinas). Essa pode ser uma
alternativa para a geração de energia, pois, utiliza-se um meio abundante e limpo
para minimizar os custos com energia.

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3.5 O PETRÓLEO

O petróleo é um recurso de grande importância para o desenvolvimento da


humanidade, porém, a sua utilização causa grandes impactos ao meio ambiente.
Esse recurso não renovável pode se extinguir no futuro, por isso, é preciso
desenvolver novas formas de energia que assegurem o desenvolvimento da
humanidade. Mesmo diante desse dado, o petróleo é um recurso energético
estratégico, tendo grande relevância para uma região ou um país, u ma vez que,
seus derivados, como diesel e gasolina são utilizados como combustível por grande
parte dos meios de transporte. Além de combustíveis, é possível obter lubrificantes
industriais, solventes, plásticos e outros derivados do petróleo.
No Brasil, a primeira sondagem de petróleo foi feita na cidade de Bofete, no
interior do estado de São Paulo, entre os anos de 1892 e 1896. Essa tentativa de
obtenção de petróleo foi um fracasso, pois, na profundidade de 488 metros
encontrou-se apenas água com grande quantidade de enxofre. Apenas em 1939, n o
estado da Bahia é que se descobriu petróleo no Brasil. Porém, na tentativa de
adentrar na cadeia produtiva de petróleo, o país instalou na cidade de Uruguaiana
uma refinaria (a primeira do país) em 1932. É importan te destacar que o petróleo
aqui foi descoberto apenas em 1939, por isso, o petróleo usado na refinaria era
importado de outros países.
Na época em que foi descoberto, o petróleo era apenas uma pequena iniciativa
no Brasil, por isso, o país dependia muito de empresas multinacionais privadas para
executar todas as etapas de exploração do petróleo. Nessa época surgiram dois
grupos, um que defendia que o petróleo deveria ser explorado apenas pelo
Estado/União e outro que defendia a participação multinacional. Com isso, no ano
de 1953 surgiu a Petrobras, a empresa nacional responsável por explorar o petróleo
no Brasil, sendo esta atuante até os dias de hoje. A importância da Petrobras no
Brasil residia no fato de o país não ter nenhuma empresa nacional com tecnologia e
recursos financeiros suficientes para extrair o petróleo na época. Atualmente, a
Petrobras é uma empresa de capital aberto, na qual, o maior acionista é o Governo
Brasileiro, sendo esta configurada como uma empresa estatal de economia mista.

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O petróleo e seus derivados são recursos naturais não renováveis de grande


relevância para qualquer nação que o possua. Sua importância ultrapassa os
aspectos energéticos, adquirindo uma importância estratégica. Um exemplo de
função estratégica do petróleo foi a criação da própria Petrobras no Brasil. Durante
muitos anos a Petrobras teve crescimentos expressivos, se tornado respeitada e
uma das maiores empresas do setor em todo o mundo. Porém, com alguns
problemas políticos enfrentados nos últimos anos houve a desaceleração do
crescimento da empresa, muitos investidores ficaram com medo de investir nela
diante dos grandes escândalos e as más decisões gerenciais que assolaram a
empresa.
A Petrobras é a maior empresa brasileira, sendo uma das maiores
responsáveis pelo desenvolvimento econômico do país, com os problemas citados
anteriormente, houve uma desaceleração no crescimento do país. Os impactos
atingiram de modo mais expressivo os estados que eram beneficiados com a
atividade petrolífera, como o Rio de Janeiro (o estado brasileiro mais dependente do
petróleo).
Esse recurso central, juntamente com a sua relevância estratégica precisa
considerar os impactos ambientais e sociais gerados pela atividade petrolífera. Isso
porque a dependência desse recurso não é algo bom para o país, uma vez que, não
representa um efeito multiplicador na sociedade quando comparado a outros
recursos minerais, uma vez que, os recursos financeiros da atividade são obtidos
por royalties. Sendo que os royalties vão diretamente para o Estado, assim, este se
torna o principal elemento condutor da economia brasileira. Vale destacar que o
Brasil fica em uma posição que não é favorável quando se considera os principais
produtores de petróleo mundiais, quando se considera as Crises do Petróleo vividas
na década de 1970.
O Brasil é muito dependente do petróleo, ainda mais que a maioria do
transporte interno é feito, predominantemente, em rodovias. Por isso, é importante
refletir os impactos econômicos do petróleo, tanto na economia, quanto no meio
ambiente. Assim, o país precisa buscar formas de não ficar vulnerável a flutuações
de mercado em apenas uma grande empresa, que é a Petrobras e em apenas um
tipo de combustível principal.

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IMPORTANTE
O petróleo é um importante recurso mineral para o Brasil, para compreender melhor
os impactos desse insumo na economia brasileira, acesse: http://www.portalabpg
.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0181_05.pdf.

3.6 O SETOR MINERAL E O PROCESSO DE TRABALHO NA MINERAÇÃO:


ASPECTOS DO TRABALHO E QUESTÕES TRABALHISTAS

Na década de 1970 o Brasil detinha o título de campeão mundial em acidentes


de trabalho, para melhorar essa situação foram criadas as NRs a fim de assegurar a
saúde dos trabalhadores. Mesmo com esse avanço ainda persistiam os acidentes e
as doenças de trabalho, diante desse cenário, os trabalhadores começaram a
reivindicar ambientes e condições de trabalho mais seguras. Apenas com a
promulgação da Constituição Federal no ano de 1988 foi que surgiu o principal
marco para proteger a saúde dos trabalhadores no ordenamento jurídico brasileiro.
Por meio dela passou-se a considerar a saúde como um direito social, assegurando
assim a redução dos riscos existentes no ambiente de trabalho até então, para isso
criou-se as normas de saúde higiene e segurança do trabalh o (nos dias de hoje tem-
se 36 NRs).
No Brasil, a Norma Regulamentadora (NR) 22 trata da Saúde e Segurança
Ocupacional na Mineração, essa norma foi elaborada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE). A NR 22 determina que qualquer medida de saúde e/ou segurança
dos trabalhadores e a implementação dos Programas de Gerenciamento de Riscos
e de Controle Médico e Saúde Ocupacional é responsabilidade das cooperativas ou
empresas.
Percebe-se que, de modo geral, as condições de segurança e de trabalho em
empresas menores são mais precárias, divergindo do que é exigido por norma. O
descumprimento das normas pode ser atribuído a diversos fatores, como a falta de
atuação do MTE (pouco efetivo para conseguir fiscalizar as muitas empresas
existentes no Brasil), o compromisso dos responsáveis pelas atividades e as
características operacionais, como o processo de extração e as substâncias
utilizadas no processo de extração.

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Grande parte dos acidentes de trabalho ocorre pela falta do uso de EPIs, seja
pelo desconforto, pela falta de percepção da sua importância ou pelo custo que
representa à operação. As empresas devem ter equipes de saúde e segurança do
trabalho que sejam capacitadas e que estimulem a utilização dos EPIs, bem como a
sua importância, assim, é possível evitar o número de lesões graves advindas da
atividade mineradora.
Na atividade mineradora é imprescindível que os trabalhadores usem
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os impactos gerados
pela atividade laboral na sua saúde. Na mineração os riscos de acidentes são
grandes, principalmente no que se refere a queda de equipamentos,
desmoronamentos, inundações, dentre outros, por isso, a utilização de EPIs é
essencial para diminuir os impactos em caso de acidente.
Com a Constituição Federal foi possível ainda incorporar a Saúde do
Trabalhador ao Sistema Único de Saúde, sendo que nos dias de hoje essas
questões são tratadas pela Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Trabalhador (Renast) e pela Política Nacional de Saúde e Segurança do Trabalho
(PNSST).
Atualmente, mudou-se muito o panorama de trabalho no mundo e no Brasil não
foi diferente, agora, as tarefas que eram executadas manualmente são executadas
de forma automatizada, utilizando as tecnologias para diminuir os riscos aos
trabalhadores. Nos dias de hoje os principais problemas ligados à atividade laboral
estão relacionadas a problemas mentais e articulares gerados por repetições e pelo
estresse psicológico no ambiente de trabalho. Consequentemente, a Medicina do
Trabalho deu origem à Saúde Ocupacional, que foca, principalmente na segurança
física e no bem-estar, valorizando o papel dos trabalhadores no fluxo produtivo.

3.7 INVESTIMENTO E VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTOS MINERAIS DE


PEQUENO E GRANDE PORTE: ASPECTOS GERAIS E DE ANÁLISE
FINANCEIRA

Os projetos são apresentados seguindo uma lógica, sendo normalmente


formados pelo resumo, pelo desenvolvimento e pelos apêndices. O resumo deve

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explicar brevemente as principais ideias e dados do projeto. Já o apêndice, formado


por anexos, deve conter as informações que não estão inclusas no texto. Para
elaborar os projetos de mineração é importante destacar os dados da empresa
(nome, endereço, dados dos principais acionistas, registros e outras coisas). É
essencial destacar os atributos e a capacidade organizacional, tanto a técnica, como
a administrativa. Deve-se ainda explicar as relações existentes com outros parceiros
e as estruturas de capital social.
Os aspectos gerais da iniciativa (situação da empresa na região, país ou
comunidade beneficiada) precisam ser comentados antes das questões específicas
que tratam os detalhes do projeto. Quando se fala da natureza geral da iniciativa,
destacam-se pontos como os motivos e a origem que despertaram a ideia de
executá-la, bem como uma breve história de seu desenvolvimento.
É preciso ainda apresentar estudos que demonstrem os impactos da atividade
no país, a sua ligação com a economia e a importância para a comunidade. Os
produtos a serem explorados, a origem da matéria-prima e outros insumos também
devem ser destacados. Quando da instalação de uma nova usina minerária, deve-se
destacar os potenciais consumidores e os principais concorrentes. No caso de
ampliação da capacidade produtiva, deve-se apresentar a capacidade instalada, a
produção anterior e quais os motivos que justificam a necessidade da ampliação de
capacidade.
A decisão de implementar o empreendimento mineral é o ponto mais crítico na
estruturação do planejamento das empresas de mineração. As decisões tomadas na
fase de pesquisa mineral (exploração) e detalhamento da pesquisa mineral com o
intuído de lavrar o material (desenvolvimento do depósito mineral) não requerem um
grande aporte financeiro quanto a etapa de implementação do fluxo produtivo.
Isto não quer dizer que as outras etapas não são importantes, mas que em
cada etapa, a decisão de continuar ou não com um projeto dever ser tomada
considerando análises técnicas e econômicas. Dessa forma consegue-se assegu rar
que projetos não econômicos ou que não sejam tecnicamente viáveis sejam
interrompidos ou descartados para serem avaliados posteriormente (quando
existirem condições favoráveis).

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As análises econômicas visam indicar através da utilização de técnicas


específicas quando e onde investir. As técnicas de avaliação são complementares,
ou seja, não há um único modelo para atender as questões propostas e auxiliar na
tomada de decisão. Para analisar as técnicas é importante montar um fluxo de caixa
que represente todo o projeto, englobando a vida útil do empreendimento. Através
do fluxo de caixa calculam-se os indicadores econômicos por meio da aplicação de
diversas técnicas de avaliação econômica que servirão de suporte para a análise
econômica. Assim, se a análise econômica do projeto tiver resultados favoráveis, o
minério a ser lavrado na mina irá gerar receitas suficientes para atender aos
seguintes requisitos:
• suprir o custo de aquisição dos direitos minerários e das propriedades ou
pagar royalties ou dízimos ao proprietário do solo em que a jazida está
situada;
• pagar os custos para o desenvolvimento da mina na fase de pré-operação
(decapeamento, abertura da frente de lavra, sondagens para detalhar o
corpo mineralizado e abertura dos poços e das galerias quando a lavra for
subterrânea);
• compra de máquinas e equipamentos para a lavra, da usina para
tratamento dos minérios e demais instalações necessárias (almoxarifados,
depósitos, pátios de estocagem, escritórios, dentre outros);
• suprir os custos de operação (material e suprimento para lavra, salários e
benefícios, custos de tratamento, impostos, despesas administrativas e
taxas diversas);
• gerar uma taxa de retorno que seja aceitável para o capital investido,
acrescido de uma compensação superior à taxa de atratividade, devido às
incertezas e aos riscos assumidos pela execução do empreendimento.

3.8 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA MINERAL


NACIONAL E INTERNACIONAL

O Brasil tem passado por grandes transformações estruturais que tem lhe
permitido atingir níveis mais elevados de desenvolvimento. Fatores como a

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ampliação das reservas internacionais associados à elevação dos salários, do nível


de renda, da redução da pobreza e do aumento em investimentos em infraestrutura
tem feito com que haja uma perspectiva de crescimento para o país.
Outro aspecto que tem contribuído consideravelmente para o crescimento do
mercado de bens de consumo no país são os produtos de base mineral. O Brasil
tem uma posição privilegiada no que se refere a abundância de recursos minerais,
dessa forma, o país tem grandes chances de se tornar protagonista no comércio
internacional de bens internacional. Isso porque o setor mineral é a base de vários
fluxos produtivos, que ditam o padrão de consumo da sociedade atual. Além disso,
as atividades de mineração, geologia e transformação mineral estão interligadas nos
espaços sociopolíticos, territoriais e econômicos com grande tendência de
crescimento, principalmente o setor mineral, tanto no Brasil, como no mundo.
A internacionalização também permite que as empresas adquiram mais
projeção no mercado internacional. O Brasil tem diversas empresas que atuam no
mercado externo e no que se refere ao setor mineral essas empresas ganham
expertises, que são trazidas para o país, fortalecendo ainda mais o desenvolvimento
tecnológico brasileiro. Além disso, essa crescente internacionalização favorece as
chances de expandir o mercado, adquirir novas jazidas, além de diversificar o
mercado consumidor.
No cenário nacional, a mineração atrai grandes investimentos, pois,
normalmente, o retorno financeiro é certo (lembrando que é preciso ter uma boa
exploração para isso). Nos dias de hoje, a mineração brasileira produz e
comercializa minerais para todos os tipos de indústria, uma vez que, o país tem uma
grande variedade de minerais.
Diante do destaque e do potencial que a mineração brasileira tem no mercado
interno e externo, a sua importância na economia do país é algo considerável, é
essencial compreender toda a sua dinâmica para o desenvolvimento nacional. Essa
relação entre a economia e a mineração é algo antigo, desde o Brasil Colônia
percebe-se que a atividade mineradora é uma das principais responsáveis pela
ocupação do território brasileiro. Além de gerar riquezas e bens que geram equilíbrio
econômico, dando visibilidade ao setor.

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Nos dias de hoje a mineração representa quase 5% do Produto Interno Bruto


nacional, gerando produtos que são utilizados em outros setores da economia, como
na indústria de fertilizantes, metalúrgica, petroquímicas, dentre outras. Como a
mineração tem um grande impacto na economia, a maior parte dos investimentos
nacionais são voltados para o setor. Além disso, o governo fornece incentivos para a
modernização do setor, auxiliando a acelerar ainda mais o crescimento do setor,
garantindo maiores retornos econômicos para o país.
Assim, percebe-se que a mineração é a responsável por dar autonomia
econômica ao Brasil, além de impulsionar o desenvolvimento do país no comércio
internacional. A transição de um país emergente para desenvolvido é algo que está
diretamente ligado ao crescimento do setor mineral, por isso, é essencial que o
governo continue incentivando os investimentos e fornecendo subsídios para a
expansão desse setor. Dessa forma é possível fazer com que a atividade minerária
gere impactos positivos na economia, na política e no meio ambiente brasileiro.

ATENÇÃO
Para compreender ainda mais a importância da mineração na economia brasileira,
acesse: http://www.vale.com/brasil/pt/aboutvale/news/paginas/qual-a-importancia-
da-mineracao-para-a-economia-do-pais.aspx.

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CAPÍTULO 4 - PESQUISA MINERAL E PROSPECÇÃO

4.1 CONCEITOS E PRINCÍPIOS EM QUE SE BASEIA

As pesquisas e as prospecção minerais são atividades essenciais realizadas


antes do início da instalação e da operação das plantas de mineração. Essa tarefa,
normalmente, é realizada por um geólogo experiente, no qual, o profissional avalia a
viabilidade técnica e econômica para a exploração e comercialização de um
determinado mineral.
A pesquisa e a prospecção, usualmente, apresentam alto custo inicial, porém,
acabam se tornando um investimento, uma vez que, permitem avaliar a qualidade
dos minerais, bem como se o investimento a ser realizado irá trazer o retorno
financeiro adequado. As pesquisas e as prospecções normalmente são separadas
em duas etapas distintas, a realização das pesquisas propriamente ditas e a
prospecção.
Nessa fase investigam-se as estruturas controladoras dos depósitos minerais,
para tal atividade realizam-se levantamentos e análises consorciadas de diversos
elementos geológicos. Os principais elementos geológicos analisados são estruturas
geológicas, zonas de alteração, diferenciação das paragêneses minerais,
características litogeoquímicas das rochas e natureza dos fluidos mineralizantes.
O estudo dessas características é fundamental para estabelecer modelos
metalogenéticos dos corpos minerais. Dessa forma, a associação das estruturas
controladoras e dos modelos metalogenéticos em diferentes etapas de investigação
permite determinar qual o modelo de prospecção ou exploração mais adequado.
Além disso, com as pesquisas minerais consegue-se avaliar se os modelos clássicos
para os depósitos minerais podem ser aplicados na região em estudo.
A pesquisa mineral pode ser realizada seguindo as seguintes etapas,
modelamento geológico dos depósitos, prospecção geofísica da mina,
caracterização tecnológica do minério de interesse, amostragem do corpo mineral,
dentre outras etapas. Os elementos geológicos estudados se relacionam
diretamente com a continuidade espacial, com a geometria do corpo mineral e com
as características do processo de mineralização. Esses elementos são dependentes

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do modelo exploratório e/ou do modelo meralogenétcio do mineral estudado. Assim,


a pesquisa mineral visa promover a integração de dados geofísicos com dados
geoquímicos para identificar os minerais mais importantes, garantindo que sejam
realizadas operações de sondagens em locais adequados, permitindo avaliar
adequadamente os depósitos.

EXPANDINDO O CONHECIMENTO
Para entender um pouco mais sobre pesquisa e prospecção mineral e seus
conceitos e fundamentos, acesse:
http://www.apemi.eng.br/mineracao-atividades-e-responsabilidades.pdf.

4.2 FASES DA MINERAÇÃO

As fases da mineração podem ser classificadas, resumidamente, em


prospecção, pesquisa, avaliação e explotação. A prospecção é a etapa em que se
identifica o mineral com grande potencial econômico. Essa identificação se dá pela
definição de um local ideal que contenha a substância em quantidades adequadas,
bem como a presença de estruturas que permitam a produção. As formas para
realizar a prospecção variam, podendo englobar a interpretação de imagens de
satélite e de mapas topográficos, além de pesquisas bibliográficas que permitem
levantar dados geofísicos de uma área, com o intuito de encontrar uma jazida em
potencial.
Após a identificação começam-se as pesquisas, a partir desse momento todas
as etapas precisam ser protocoladas na Agência Nacional de Mineração (ANM). No
Brasil, para que sejam realizadas pesquisas minerais deve-se protocolar um
requerimento para pesquisa mineral na ANM. Esse documento precisa informar
como a pesquisa será realizada, indicando a substância, o orçamento estimado, o
calendário com os prazos das atividades prevista, dentre outras coisas. Por meio da
pesquisa identificam-se características dos minerais, como forma, tamanho, teor,
dentre outras.
Depois de protocolar o requerimento da pesquisa na ANM o órgão precisa
avaliar o plano e definir se a mineradora pode realizar ou não as pesquisas na área

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desejada. As pesquisas precisam seguir o plano de trabalho protocolado na ANM,


mas, vale destacar que é possível prorrogar por cerca de um ano a entrega do
relatório, desde que a justificativa apresentada seja relevante para a ANM.
A avaliação é a etapa em que se analisa a viabilidade do funcionamento da
mina, para isso realizam-se análises de viabilidade econômica para avaliar se a
produção será suficiente para suprir os custos de produção e gerar retornos
aceitáveis para os investidores. E, por fim, tem-se a etapa de explotação, que é o
início das operações, permitindo obter os minerais de interesse para comercializá-
los.

IMPORTANTE
Para conhecer melhor as fases da mineração, acesse:
http://www.apemi.eng.br/mineracao-atividades-e-responsabilidades.pdf.

4.3 INDICADORES PARA PESQUISA

Os indicadores servem de base, fornecendo parâmetros ou valores baseados


em parâmetros para informar ou descrever um fenômeno. Os indicadores precisam
ter significância maior do que o valor ligado ao parâmetro, tendo um significado
sintético e sendo desenvolvidos para atingir um objetivo predeterminado. Os
indicadores tem como objetivo minimizar a quantidade de medidas necessárias para
caracterizar situações mais complexas, simplificando a percepção de tendências e
condições sobre um determinado parâmetro no sistema.
Os indicadores devem ser utilizados com o intuito de avaliar uma situação ou
um conjunto de situações dentro de um dado contexto. É importante saber
interpretar os indicadores, pois, eles podem ter diferentes significados em situações
diversas, portanto, identificar adequadamente esses significados permite otimizar os
processos.
Um indicador muito utilizado nas pesquisas são os indicadores ambientais,
estes podem ser de porte e potencial poluidor/degradador. Esses indicadores são
grandezas que precisam ser avaliadas de forma quantitativa e/ou qualitativa e de
forma precisa. Com isso consegue-se avaliar e mensurar os impactos ambientais de

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uma determinada ação da atividade mineral no ecossistema, por exemplo. Os


indicadores podem ser considerados de forma isolada ou combinada, porém, devem
retratar de forma adequada as condições dos sistemas em estudo.
Por meio dos indicadores consegue-se obter informações que auxiliam na
determinação ou estimação de tendências e efeitos que interagem com a natureza.
Esses efeitos são caracterizados por influências exercidas pela ação humana,
traduzindo a extensão dos impactos ambientais esperados, sendo estes
classificados como insignificantes, marginais, significativos, positivos ou negativos.

4.4 CONCEITOS BÁSICOS

A pesquisa e a prospecção são o conjunto de atividades necessárias para


descobrir e estudar os depósitos minerais. Os depósitos minerais, por sua vez, são
recursos naturais não renováveis, por isso, a pesquisa e a prospecção são
necessárias para avaliar, definir e determinar o aproveitamento econômico dos
depósitos. Essa é a primeira fase da mineração, sendo estas etapas necessárias
devido ao grande risco que representam em função do grande capital investido. Os
riscos são proporcionais ao estágio da mineração em que se encontra, como
planejamento, reconhecimento, identificação de alvos, dentre outras coisas.
Cada uma dessas etapas envolve uma série de ações, atividades,
procedimentos e técnicas que são executadas após o estudo detalhado de cada
uma. Dessa forma é possível auxiliar na tomada de decisão sobre a continuidade ou
não de um empreendimento minerário, sendo que, muitas vezes, o resultado de uma
etapa anterior tem influência na etapa subsequente.

4.5 MÉTODOS DE PROSPECÇÃO SUPERFICIAL

A prospecção superficial é composta por três fases, a prospecção geológica, a


prospecção superficial em si e a avaliação do depósito. A prospecção geológica é
o reconhecimento das áreas desejadas, nessa etapa selecionam-se as áreas de
interesse e realizam-se os primeiros levantamentos geológicos que servirão de base
para as etapas posteriores. Normalmente, as áreas determinadas nessa etapa

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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correspondem a 10% da área total requerida na pesquisa caso sejam identificados


alvos que satisfaçam e justifiquem a continuidade dos trabalhos, caso isso não
ocorra, encerra-se a pesquisa já nessa fase.
Já a prospecção superficial em si serve para evidenciar as características
superficiais do alvo selecionado anteriormente. Para isso são adotados processos
de amostragem de afloramentos, poços de pesquisa, trabalhos geoquímicos e
geofísicos de superfície, trincheiras e, em alguns casos, sondagem de
reconhecimento. Nessa etapa são realizados trabalhos mais superficiais em campo,
ou seja, não é preciso a instalação de grandes estruturas com grandes equipes.
Essa etapa tem curta duração, sendo que aqui também se estabelece a
continuidade ou o encerramento dos trabalhos, para isso considera-se os resultados
encontrados.
A terceira etapa, a avaliação dos depósitos, só é realizada caso os resultados
das etapas anteriores sejam promissores. Aqui são realizados furos de sondas,
abertura de acessos, pequenos trabalhos mineiros (abertura de poços, galerias,
dentre outros) e levantamentos (topográfico de detalhe e geológico), permitindo
conhecer as reservas minerais, a geometrização do mineral e o teor mineral até uma
profundidade especificada. Assim consegue-se gerar dados para servir de base para
a análise de viabilidade econômica e técnica dos depósitos. Só depois do resultado
dessa etapa ser positiva é possível explorar o mineral.

4.6 PROSPECÇÃO GEOFÍSICA

A prospecção geofísica utiliza a física e seus recursos para compreender os


fenômenos terrestres. Para isso, são investigadas algumas propriedades da crosta
terrestre em escala reduzida, como falhas anticlinais, geológicas e sinclianais, zonas
mineralizadas, topografia de firme rochoso em uma camada aluvionar, depósitos de
areia e argila, dentre outras coisas. O estudo desses fenômenos naturais é de
grande importância na resolução de problemas práticos, como a localização de
regiões favoráveis para a circulação de águas subterrâneas, a prospecção de
petróleo, prospecção mineral, estudo do solo para a engenharia civil, dentre outroas
coisas.

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Existem diversos métodos para realização da prospecção geofísica, dentre os


principais vale citar o da resistividade elétrica, o sísmico e o radar. O método da
resistividade elétrica parte das diferenças de corrente existente entre terrenos
dissemelhantes. Esse teste se dá pela passagem de uma corrente elétrica em um
terreno, em seguida analisa-se a resposta do solo a essa corrente, o que gera
informações sobre a característica geológica local.
O método sísmico pode ser dividido em três classes, o direto, o de refração e
o de reflexão. A escolha da melhor classe deve ser feita considerando a onda
sísmica ou elástica na qual se deseja determinar a velocidade de propagação, sendo
esta a principal característica que diferencia os métodos. O princípio básico deste
método é o fato de que diferentes formações geológicas apresentam diferentes
velocidades de propagação de ondas elásticas. Para gerar as ondas podem ser
usados vibradores eletrodinâmicos, a detonação de explosivos, dentre outras coisas.
O cálculo da velocidade de propagação das ondas é realizado pela determinação do
tempo gasto até que a onda percorra pontos conhecidos no solo.
O método do radar é um recurso novo no campo da prospecção geofísica,
porém, é um método muito promissor para área geológica. O radar é um aparelho
que opera em frequências mais elevadas (50 MHz a 2,5 GHz), sendo utilizado para
obter perfis sísmicos. Neste método uma antena é responsável por emitir ondas
eletromagnéticas e receber os sinais que refletidos, esse sinal é transformado em
imagens semi-contínuas a medida em que se desloca a antena pela superfície do
terreno. Os radares são utilizados para detectar estruturas geológicas não
perceptíveis e que são pouco espessas no terreno, em um pavimento ou em
paredes que estão em contato com o terreno. Além disso, com os radares é possível
localizar regiões onde ocorreram colapsos, vazios naturais, onde tem canalizações
enterradas, falhas, fraturas, dentre outras coisas.

4.7 PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA

Exploração geoquímica ou prospecção geoquímica é um método de


prospecção baseado no fato de que os depósitos minerais apresentam quantidades
anormais de elementos da crosta terrestre, fugindo do que normalmente se

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esperaria encontrar na superfície terrestre. Com isso, a prospecção geoquímica é


um ramo que visa medir uma ou mais propriedades químicas dos minerais, como
sedimentos ativos de drenagem, rochas, concentrados minerais, solos, vegetações,
águas superficiais, gases ou poeiras.
Os parâmetros mais utilizados na prospecção geoquímica na detecção de
jazidas minerais são medições de parâmetros como condutividade elétrica, pH ou Eh
ou ainda a medição de compostos ou elementos químicos. A seguir são descritas as
etapas da exploração geoquímica. A primeira coisa a se fazer é identificar quais os
métodos, os elementos, a precisão e a sensibilidade das amostras. Aqui
consideram-se os custos operacionais, a capacidade de processamento de
amostras, os dados sobre o local e as investigações preliminares, bem como casos
similares analisados anteriormente. A prospecção geoquímica pode ser feita em dois
níveis, regional ou reconhecimento (identificar trechos que favorecem a atividade
mineradora, a fim de identificar anomalias) e de detalhe (delimita anomalias).
A segunda etapa consiste em realizar a amostragem preliminar ou inicial,
começam-se as amostragens no subsolo ou em superfície a fim de definir a
confiabilidade e os fatores favoráveis à descoberta dos depósitos minerais. Caso
tenha sido realizado o reconhecimento regional na primeira etapa, é preciso usar
materiais em que as informações representem uma área ou trecho da reserva. Caso
tenha sido realizado o levantamento de detalhe deve-se usar materiais que tenham
capacidade para fornecer informações pontuais como solo, vegetação, rocha, dentre
outros.
A terceira etapa consiste em analisar as amostras em laboratório ou in loco,
para isso é importante usar diversos métodos analíticos. A quarta etapa é a coleta e
a mensuração dos dados e resultados para avaliação, sendo que isso é feito
tomando como base dados geofísicos e geológicos coletados. A quinta etapa é a
confirmação das anomalias, que precisam ser feitas em algumas amostras em áreas
menores, sendo estas chamadas de malhas de amostragem com espaçamento
curto. Após isso, realiza-se a análise e a avaliação dos resultados obtidos.

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61

IMPORTANTE
Para conhecer mais sobre a prospecção geoquímica, acesse:
http://www.cbpm.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=11.

4.8 SENSORIAMENTO REMOTO E FOTOGEOLOGIA

O sensoriamento remoto é um campo de estudos que ganhou importância nos


últimos anos, uma vez que, gera grande praticidade devido a sua eficiência na
interpretação de imagens. O sensoriamento remoto teve início no ano de 1860,
nessa época o norte americano James Black, em um voo de balão na cidade de
Boston fez fotos da cidade com alta qualidade. Esse movimento serviu de impulso e
fez com que surgissem novas tentavas que permitiram o aperfeiçoamento do
processo.
No ano de 1792 foi lançado no espaço o satélite ERTS-1 pela NASA, assim,
iniciou-se um programa espacial voltado para o desenvolvimento do sensoriamento
remoto dos recursos naturais terrestres. A partir desse movimento houve uma
grande evolução das tecnologias de sensoriamento remoto, permitindo a obtenção
de imagens cada vez melhores e com maior resolução, sendo estas responsáveis
por fornecer imagens mais detalhadas da superfície terrestre até os dias de atuais.
Assim, o sensoriamento remoto é a tecnologia que adquire informações sobre
um determinado objeto sem que haja contato físico, sensoriamento se refere à
obtenção dos dados utilizando sensores instalados em diferentes locais da terra, em
satélites e até mesmo objetos aéreos. Para que o sensoriamento seja possível é
importante que diversos sensores, aeronaves, equipamentos para transmissão de
dados, dentre outros recursos trabalhem em conjunto.
Dentro do sensoriamento remoto existe a fotogeologia, que é um importante
recurso que permite interpretar estruturas geológicas e feições utilizando os
sensores remotos. Essa atividade é essencial na mineração, pois, ela precisa ser
rotineira antes de todos os trabalhos realizados em campo, principalmente nos
mapeamentos geológicos. Por meio da fotogeologia consegue-se analisar os
elementos que constituem a área, como vegetação, drenagens, falhas relevos,
dobras, dentre outras cosas.

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Porém, após a análise das imagens é essencial ir a campo para avaliar a


autenticidade das informações e até mesmo incluir algum dado, uma vez que,
apenas as observações diretas de afloramentos fornecem informações mais
detalhadas sobre a área. O sensoriamento remoto e a fotogeologia podem ser
utilizados em diversos setores, como estudos meteorológicos, planejamento urbano,
estudos de bacias hidrográficas, dentre outras coisas.

ATENÇÃO
Para conhecer mais sobre o sensoriamento remoto e a fotogeologia, acesse:
http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/19390?show=full.

4.9 SONDAGEM

A sondagem é o principal método utilizado na mineração para obter


informações diretas sobre os minerais no subsolo, por meio dessa técnica
consegue-se obter informações representativas dos minerais. Porém, para que as
amostras sejam de fato representativas é importante que haja planejamento, assim
evitam-se incertezas nas etapas de modelagem geológica e no cálculo de recursos
minerais.
Ao se realizar a sondagem parte-se da premissa de que a amostragem
representa o todo, ou seja, o depósito mineral. Em grande parte dos depósitos
minerais, o espaçamento entre os furos é feito de forma intuitiva, em função da
continuidade geológica e do teor observado. A vantagem da sondagem é a
possibilidade de obter o máximo de informações possíveis acerca da distribuição
dos teores de minerais ao longo do depósito mineral. As sondagens permitem que
os pesquisadores realizem diversos testes físicos e químicos para caracterizar os
minerais, sendo esta uma vantagem da técnica. Em um sistema de amostragem
química é preciso considerar três pontos essenciais:
• a integridade das amostras;
• a escolha do método adequado para as análises químicas e;
• o completo monitoramento do sistema de análises químicas e de
amostragem.

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As sondagens mais usadas nas pesquisas minerais são a rotativa, a rotativa a


diamante e a percussiva. Cada método apresenta suas particularidades, vantagens
e desvantagens que afetam diretamente a qualidade das amostras coletadas, por
isso, cabe ao profissional responsável escolher o melhor, de acordo com a sua
necessidade.

VAMOS APRENDER UM POUCO MAIS


Conheça mais um pouco sobre os tipos de sondagem, para isso, acesse:
https://www.ggte.unicamp.br/ocw/sites/ocw/files/cursos/TecnologicasTerra/GE901/ap
ostilas/aula_13_tecnicas_sondagem_2011.pdf.

4.10 EXPLORAÇÃO SUBTERRÂNEA

A exploração subterrânea é o conjunto de operações desenvolvidas para


extrair as substâncias minerais abaixo da superfície terrestre. Esse tipo de lavra
apresenta a vantagem de ser menos danoso ao meio ambiente na superfície,
provoca menos impacto visual, principalmente quando as galerias e as cavas são
utilizadas como uma alternativa para deposição de material estéril, bem como parte
do rejeito oriundo do beneficiamento mineral. Outra vantagem desse tipo de
exploração é o fato de os efluentes líquidos que surgem nas minas serem pontuais,
o que facilita o seu controle.
Porém, ao se tratar de questões operacionais, esse tipo de mina apresenta
várias dificuldades operacionais, além da maior chance de ocorrência de acidentes,
nesse tipo de extração os custos são mais altos quando comparado à lavra de céu
aberto. Outro fator crítico na extração subterrânea é a quantidade de poeira em
suspensão e os gases, seja pelo confinamento, seja pelos efeitos mais danosos à
saúde dos trabalhadores. Há ainda os problemas com as altas temperaturas e a
exposição a minerais como amianto e sílica que podem gerar doenças crônicas.
Outro problema em potencial é a subsidência, caso ela não seja tratada gera
grandes danos superficiais, principalmente quando for abandonada.
No que tange às altas temperaturas é importante garantir o conforto térmico,
para isso, são instalados dutos de ventilação, que permite a circulação do ar

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naturalmente ou por meio mecânico. Além disso, a ventilação permite retirar os


gases do ambiente, auxiliando na manutenção das condições ambientais desejáveis
para a atividade laboral. Bons sistemas de ventilação precisam ter como objetivo a
redução do nível de gases e poeiras para melhorar a segurança e a salubridade,
realizando o controle da temperatura de desmonte e da temperatura do ambiente.

IMPORTANTE
Para conhecer um pouco mais sobre os diferentes tipos de extração, acesse:
http://www.mme.gov.br/documents/10584/177708/M%C3%A9todos+de+Lavra/4a5b2
3b4-d07a-46c5-9efd-8f9b136e8860?version=1.0.

4.11 AMOSTRAGEM DE DEPÓSITOS MINERAIS

A amostragem é um processo que consiste em retirar incrementos ou


quantidades moduladas de materiais/minerais de uma porção total que se deseja
amostrar. Para isso é importante que a amostra global ou primária seja
representativa do todo (toda área a ser analisada). Após esse procedimento a
amostra primária passa por diversas etapas de preparação, envolvendo operações
para preparar o material. Essas operações podem ser redução de granulometria
(tamanho) e homogeinização e quarteamento a fim de obter amostras com
granulometria e massa adequada para a realização dos testes físicos e químicos.
Vale destacar que a representatividade abordada aqui se refere a parâmetros
de interesse, como, teor, distribuição granulométrica, densidade, umidade, dentre
outras que são definidas previamente. Outro ponto importante a ser considerado na
preparação de amostras é tomar cuidado para não perder a representatividade
amostral nessa etapa. Esse processo é realizado de forma aleatória, por isso, é
importante estar atento a possíveis erros que podem ocorrer, seja na preparação,
seja na amostragem propriamente dita.
Assim, a relevância da amostragem ganha destaque quando se deseja avaliar
os depósitos minerais, os controles de processo, tanto na indústria, como em
laboratório e o comércio dos produtos. Amostragens realizadas erroneamente
podem gerar erros, que impactam diretamente nos custos do projeto. Por isso, a

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amostragem precisa ser feita adequadamente para auxiliar na tomada de decisões,


evitando prejuízos desnecessários.

4.12 CLASSIFICAÇÃO DAS RESERVAS MINERAIS

A classificação de reservas minerais pode ser feita com base em duas classes
ou categorias qualitativas. Uma pessoa competente é responsável por classificar as
reservas de acordo com as categorias, essa classificação é feita após a avaliação
dos dados, sendo esse fator de grande importância na definição da melhor classe
para cada região do depósito.
A reserva mineral é a parte que apresenta valor econômico devido a lavra de
um determinado mineral indicado ou medido. Estas incluem diluídos no minério,
além de descontos para possíveis perdas que podem ocorrer quando houver a lavra.
Nesta etapa, já foram realizadas avaliações, incluindo os estudos de viabilidade, já
considerando as modificações e as influências causadas pela lavra, beneficiamento,
direito mineral, comercialização, assuntos legais, fatores governamentais, sociais e
de meio ambiente. As avaliações servem para mostrar que, na data em que se
emitiu o relatório a extração era justificável. As reservas minerais são classificadas
de acordo com uma ordem crescente de confiabilidade, sendo divididas em reservas
de minérios prováveis e reservas de minérios provadas.
A reserva de minério provável é a parte economicamente lavrável do
Recurso Mineral Indicado, em alguns casos, pode corresponder a um Recurso
Mineral Medido. Nessa classificação considera-se os descontos e materiais diluídos
no minério a fim de prevenir perdas quando houver a lavra do minério. A reserva
provável tem um índice de confiabilidade menor quando comparado com a reserva
provada, porém, ela já é suficiente para justificar o prosseguimento de um
empreendimento mineral.
Já a reserva provada é a parte economicamente lavrável do Recurso Mineral
Medido. Nessa classificação considera-se os descontos e materiais diluídos no
minério, a fim de prevenir perdas quando houver a lavra. A Reserva Provada tem um
maior índice de confiabilidade quando comparada com o outro tipo de reserva,
sendo esta a que apresenta o maior índice de confiabilidade possível.

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4.13 AVALIAÇÃO DE UMA JAZIDA OU MINA PELOS MÉTODOS CLÁSSICOS

A avaliação de jazidas ou minas é um critério essencial para o sucesso das


empresas minerárias. As avaliações realizadas com materiais amostrados estão
expostas a erros, por isso, é importante utilizar métodos confiáveis para estimar
corretamente a viabilidade e a operação de uma mina. Avaliar os recursos minerais
é uma forma de qualificar e quantificar os minerais de interesse econômico, para
isso pode haver uma série de atividades, englobando uma avaliação mineral
regional e até mesmo uma reavaliação de áreas com potencial econômico mais
elevado. Além disso, pode-se realizar a avaliação dos recursos em determinadas
etapas do processo utilizando os dados acumulados ao longo das etapas do projeto.
Gastos envolvendo a avaliação de recursos minerais podem variar em tempo e
em custo. Normalmente a avaliação é feita considerando os dados existentes para
que sejam produzidas informações acerca da quantidade de mineral extraível em
uma determinada área. No planejamento econômico a quantidade de mineral
extraível é convertida para unidades financeiras a fim de facilitar o planejamento.
Dessa forma, os métodos de avalição das reservas têm sido aperfeiçoados
constantemente para que possam produzir resultados mais confiáveis e precisos. O
aperfeiçoamento mineral teve sua origem na falta de jazidas ricas, bem como no
aumento dos investimentos necessários para abrir novas minas. Outro fator que
contribuiu para o aperfeiçoamento foi o surgimento e a evolução dos computadores,
que fizeram com que se manuseasse grandes volumes de dados de forma confiável.
Os métodos para avaliar as reservas podem ser estatísticos, geoestatísticos e
convencionais, sendo este último o tema abordado neste tópico.
Os métodos convencionais são baseados no princípio da interpretação,
permitindo calcular as reservas por meio de fatores médios ponderados, como
espessura, teores e volumes, sendo estes aplicados a volumes ou áreas de
influência. Assim consegue-se avaliar os recursos de acordo com formas
geométricas simples como prismas com seção triangular ou poligonal. Os métodos
convencionais mais utilizados para avaliar as jazidas minerais são:
• os métodos das seções ou perfis;
• o método dos polígonos;

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• o método das matrizes de blocos;


• o método dos triângulos;
• o método inverso de uma potência da distância e;
• o método dos contornos.

VAMOS APRENDER UM POUCO MAIS


Para entender um pouco mais de um método e ver uma aplicação prática veja esse
trabalho que aborda o método dos polígonos, acesse:http://www.ufjf.br/engenhariaci
vil/files/2012/10/ESCAVA%C3%87%C3%83O-E-EXPLORA%C3%87%C3%83O-DE-
MINAS-A-C%C3%89U-ABERTO.pdf.

4.14 GEOESTATISTICA APLICADA À AVALIAÇÃO DE JAZIDAS

A geoestatística é uma ferramenta que tem auxiliado muito a mineração, sendo


esta ferramenta definida como o estudo de variáveis numéricas distribuídas no
espaço. Com a geoestatística é possível avaliar a continuação da mineralização,
bem como estimar o recurso mineral considerando o modelo de correlação espacial,
além da quantificação da incerteza. Sendo esta quantificação essencial para
qualquer estimativa realizada com os dados de uma explotação mineral. A figura 2
ilustra as principais aplicações da geoestatística na avaliação mineral.
Figura 2: Principais aplicações da geoestatística na avaliação mineral

Fonte: Carmo (2013)

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ATENÇÃO
Para entender melhor os métodos geoestatísticos na avaliação de jazidas e
conhecer uma aplicação prática, acesse:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-29092015-
142404/publico/Ferron__Mestrado.pdf.

4.15 CÓDIGO DE MINERAÇÃO

A mineração ganhou papel de destaque no cenário econômico brasileiro, por


isso foi importante criar normas para regulamentar a atividade minerária no Brasil. A
existência de norma para a exploração mineração permite regulamentar a atividade
e resolver quaisquer questões ligadas a ela. Nessas normas, usualmente, define-se
quem tem o direito de explorar, a quem pertencem os bens, dentre outras coisas.
Com a promulgação da Constituição Federal no ano de 1988 foi possível
ampliar as disposições constitucionais que regulamentavam juridicamente a
mineração. Porém, até os dias de hoje ainda prevalece o Código de Mineração, um
Decreto-Lei n.º 227, que foi aprovado em fevereiro de 1967. No Código de
Mineração é possível encontrar a definição de diversos conceitos como o de
pesquisa mineral, o de jazida, o de mina, o de lavra, o de garimpagem, dentre
outros.
Esse documento tem aproximadamente cem artigos, porém, dentre esses
artigos, nenhum regulamenta o direito acerca dos bens minerais, exceto no artigo
10, que afirma que isso é regido por leis especiais. Cabe à Agência Nacional de
Mineração promover o planejamento do aproveitamento e da exploração mineral por
meio das superintendências regionais, que asseguram as pesquisas geológicas de
minerais. Além disso, esse órgão fiscaliza e controla o exercício da atividade
mineradora em todo o Brasil, a fim de fazer cumprir todas as disposições presentes
no Código de Mineração e em seus regulamentos e em legislações
complementares.

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4.16 REQUERIMENTO DE PESQUISA

A requerimento para pesquisas minerais ou Requerimento de Autorização de


Pesquisas é um regime para aproveitamento mineral de áreas que se encontram
disponíveis na base de dados do Departamento Nacional de Produção Mineral. O
requerente das pesquisas minerais precisa ser brasileiro, pessoa jurídica ou física,
não precisa ser proprietário do solo, porém, deve ter autorização para entrar na
propriedade onde a área de interesse está localizada.
O requerimento de pesquisa pode ser obtido por meio do sistema de
Requerimento Eletrônico de Pesquisa Mineral (REPEM), empregado com o intuito
de minimizar as burocracias existentes anteriormente. Essa é uma ferramenta que
visa ainda fazer com que o setor mineral se torne mais econômico e transparente.
Através desse formulário é possível apontar qual a área que se quer pesquisar e, se
ela não apresentar restrições ambientais ou de qualquer tipo será aprovada em no
máximo 34 dias. Porém, se a área estiver sujeita a interferências o procedimento é
mais complexo, requerendo um estudo pelo controle de áreas da Agência Nacional
de Mineração, elevando ainda mais o tempo para aprovação.

4.17 RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA MINERAL

A elaboração do relatório final da pesquisa mineral é um documento entregue à


Agência Nacional de Mineração, sendo este de grande relevância, uma vez que,
aponta todos os aspectos legais e técnicos que tratam do uso e da execução de
trabalhos com os recursos minerais. Todos os relatórios finais de pesquisa da
Agência Nacional de Mineração precisam seguir normas da legislação vigente e qu e
são estabelecidas pelo Código de Mineração, no seu capítulo segundo que trata da
pesquisa mineral, presente na Constituição Federal brasileira.
Segundo a própria Carta Magna, as pesquisas minerais, inclusive o relatório
final de pesquisa mineral entregue à Agência Nacional de Mineração envolve
trabalhos de laboratório e de campo, como levantamentos geoquímicos, geológicos
e geofísicos na área pesquisada. Por meio do relatório é possível ainda clarificar
quais são os instrumentos e os alicerces requeridos pela indústria mineral, sendo

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este um método de legitimar as políticas públicas no aproveitamento dos recursos


ambientais e minerais.

FIQUE LIGADO
Para aprender mais sobre os relatórios de pesquisa mineral, acesse:
https://institutominere.com.br/blog/relatorio-final-de-pesquisa-fundamentos-tecnicos-
e-legais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender a Engenharia de Minas é uma tarefa complexa, requer muito


estudo, principalmente no que se refere aos seus fundamentos, como o
conhecimento de mineralogia e petrografia, direito mineral com ênfase em legislação
ambiental, economia mineral e prospecção. Esses conceitos caminham lado a l ado
para garantir a correta execução das atividades minerárias. Essas etapas são
realizadas antes da obtenção dos minérios em si, sendo de grande importância para
evitar gastos desnecessários em fases posteriores.
Por meio dessas ferramentas consegue-se utilizar características dos materiais
e recursos físicos que podem auxiliar na estimação das características, das
propriedades e outras particularidades dos minerais. Isso faz com que antes de
realizar grandes investimentos com a instalação de infraestrutura e de recursos para
operação seja possível avaliar se o empreendimento é viável ou não. Caso seja
viável explorar o recurso mineral iniciam-se as operações, o que gera grandes
benefícios econômicos para quem investiu no empreendimento e para a União ou
quem detém a propriedade da terra.

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REFERÊNCIAS

ALVES, P. R. Tributação e royalties da mineração no Brasil: uma análise


comparativa. 2015. 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Economia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

ARCANJO, J. B. A. Fotogeologia : conceitos, métodos e aplicações. Salvador :


CPRM/SGB, 2011.

BRANCO, P. M.; CHAVES, M. L. S. C. A Mineralogia e alguns de seus minerais


raros ou de gênese exótica. TERRÆ DIDATICA, v.2, n.1, 2006.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.


Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>.
Acesso em 20 ago. 2019.

BROD, J. A. Introdução, conceito de mineral, conceitos de cristaloquímica,


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