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Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião [recurso eletrônico] / Juliano Cordeiro da Costa Oliveira -- Porto
Alegre, RS: Editora Fi, 2022.
124 p.
ISBN - 978-65-5917-382-2
DOI - 10.22350/9786559173822
CDD: 100
Índices para catálogo sistemático:
1. Filosofia 100
Agradecimentos
Introdução 11
1 21
Quadro referencial teórico do comunitarismo de Taylor
1.1 A Polis e o Bem Comum: identidade e Comunidade ............................................................ 21
1.2 A Emergência da Subjetividade Moderna e a Originalidade do Eu ................................ 26
1.3 A crítica heideggeriana à filosofia do sujeito enquanto metafísica da subjetividade ......33
1.4 Taylor e a herança hegeliana. ......................................................................................................... 40
1.4.1 Hegel e a Crítica Dialética da Modernidade ...................................................................... 40
1.4.2 O Reconhecimento e as Fontes Comunitárias do Self: a Dialética do Senhor e
do Escravo ................................................................................................................................................. 48
1.4.3 Hegel e a Dialética entre Religião e Iluminismo .............................................................. 51
1.5 As Fontes Morais e os Imaginários Sociais no Hegelianismo de Taylor......................... 57
2 64
A Religião na Era Secular
2.1 Por uma Redefinição do Secularismo.......................................................................................... 64
2.2 As Críticas de Taylor ao Liberalismo Político de Rawls ........................................................... 70
2.3 Críticas a Taylor .................................................................................................................................... 80
2.3.1 Pós-secularismo versus Comunitarismo: a Querela entre Habermas e Taylor .... 80
2.3.2 Nancy Fraser e a Crítica às Políticas do Reconhecimento ......................................... 101
2.3.3 A Universalidade do Bem em Aristóteles: uma proposta para além da
controvérsia entre liberais e comunitaristas ............................................................................. 108
Conclusão 113
Referências 118
Introdução
(BERGER, 2017a, p. 9). Há, por isso, uma rearticulação e uma revisão por
parte de vários teóricos, como Charles Taylor, acerca da perspectiva
clássica da secularização, de que a modernidade seria sinônimo de uma
época em que a religião ficaria, no máximo, restrita à esfera privada.
Taylor enfatiza que a religião ainda se relaciona com a formação das
diversas identidades, à medida que exerce, ao mesmo tempo, uma
perspectiva de reconhecimento dos sujeitos, mesmo em sociedades
modernas e secularizadas. A temática da religião sempre esteve presente
na obra de Taylor. Contudo, apenas a partir do fim da década de 90, a
religião passou a ser uma discussão central no pensamento do filósofo
canadense (GARCÍA, 2020).
O objetivo deste livro é investigar como Taylor articula teórica e
filosoficamente a relação entre identidade e reconhecimento, tendo a
religião como uma fonte moral e uma instância essencial para a construção
das identidades. Taylor é um dos nomes fundamentais do chamado
comunitarismo, que defende o papel determinante que a comunidade
exerce em nossa identidade e em nosso reconhecimento. Nesse sentido,
não seríamos um eu originário e desengajado. Em realidade, seríamos
fruto de nossas relações com os outros, de nossa cultura, linguagem e
comunidade. Tais instâncias nos fornecem os elementos essenciais, as
fontes morais, que orientam nossas vidas, constituindo nossas
subjetividades, como as tradições religiosas em determinados contextos.
Taylor defende a tese de que o ponto de partida da reflexão na teoria
ético-moral não deve ser a identidade desengajada, atomística, que
caracteriza boa parte da modernidade e do liberalismo político, e sim a
concepção do sujeito situado, cuja unidade narrativa da vida deve ser vista
no interior do horizonte de uma comunidade. Essa concepção
hermenêutica da pessoa ética é a premissa central da crítica metodológica
de Taylor ao objetivismo neutro nas ciências do espírito, assim como sua
14 | Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião
uma determinada concepção do secular, à qual ele se opõe, por não levar
em conta as religiões como fontes morais fundamentais para
determinados contextos intersubjetivos.
As religiões encontram-se, assim, no âmbito das avaliações fortes,
uma vez que constituem uma noção de self mais profunda e fundamental,
para além do indivíduo atomizado das concepções modernas e liberais.
Um exemplo de postura que Taylor critica, como veremos ao longo do
segundo capítulo, é àquela defendida por John Rawls em seu Liberalismo
Político, uma vez que Rawls defende, a partir da ideia da formulação de
critérios normativos razoáveis em uma sociedade pluralista, uma
separação entre as identidades públicas (não religiosas) e privadas
(religiosas). Para Taylor, ao contrário, seria somente no interior de um
horizonte de valores de uma tradição possível colocar as questões da
justiça. Não se trata, em Taylor, de negar a modernidade e a era secular, e
sim de construir um maior diálogo com as religiões, haja vista a relevância
essencial que elas possuem na construção das identidades e do
reconhecimento. Taylor pretende, com isso, redefinir o ideal da
autenticidade moderna, para além de seu sentido meramente solipsista e
individualista.
Ainda no segundo capítulo, avaliaremos algumas das críticas a
Taylor, como aquelas vindas de Jürgen Habermas. O autor defende que são
fundamentais os procedimentos deliberativos, e não propriamente um
determinado conceito de vida boa ou conteúdos valorativos de uma
determinada tradição ou religião. Ele argumenta que seria injusto
privilegiar uma ou outra noção ontológica de bem, tendo como horizonte
o fato do pluralismo moderno e a necessária construção de normas
validadas por todos (crentes e não crentes). Em Habermas, as religiões
precisariam traduzir, no parlamento, suas intuições éticas para uma
linguagem pública e secular. Não se trata do que é bom para nós como
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b8 – b10), Aristóteles enfatiza que, mesmo que haja um único bem para
cada indivíduo, obter o bem pertencente a um Estado é alcançar um bem
maior e mais completo. Afinal, na perspectiva aristotélica, o bem que um
povo e os Estados obtêm é mais belo e próximo daquilo que é considerado
divino.
O ético, em Aristóteles, só é inteligível a partir do ethos, do costume.
A determinação do que é ético se faz não por normas e valores em si, mas
pelos modos de viver institucionalizados na sociedade, por meio dos
costumes. O indivíduo torna-se justo, corajoso e prudente à medida que
adquire o hábito ao que, em consenso na cidade, é justo. A ação boa e justa
não é, em Aristóteles, a ação moral do indivíduo isolado. Na verdade, é
aquela que se constitui por meio de relações intersubjetivas com outros
homens, algo essencial, como veremos, no comunitarismo de Taylor.
Afinal, como diz Aristóteles (1253a2) no Livro Primeiro d’A política, o
homem é naturalmente um animal político, destinado a viver em
sociedade. É no ethos que o indivíduo encontra o que ele deve fazer. A lei
pressupõe o costume, mesmo que não exista como lei escrita. O indivíduo,
em Aristóteles, não é uma instância isolada, mas se encontra nas
instituições éticas da cidade. Para Aristóteles, como exemplifica Manfredo
Oliveira (2003), a polis é a obra fundamental do homem, cuja finalidade é
a vida boa. A essência do homem que é, em primeiro lugar, potência,
atualiza-se enquanto comunidade. A ação boa não é, em Aristóteles, a ação
moral do indivíduo isolado da modernidade, mas sim aquela "[...] situada
num feixe de relações” (OLIVEIRA, 2003, p. 57). O homem, por isso, só
atinge seu ser enquanto comunidade política, algo fundamental para a
proposta teórica de Taylor.
No comunitarismo, princípios de justiça que regem a sociedade
resultam, portanto, de um dado contexto, fundamentando as fontes de
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sentido e de identidade dos sujeitos. Por isso, como defende Michael Sandel
(2020, p. 300):
[...] somos seres humanos mais completos quando contribuímos para o bem
comum e conquistamos a estima de nossos companheiros cidadãos pelas
contribuições que fazemos. De acordo com essa tradição, a necessidade
humana fundamental é ser necessário para as pessoas com quem
compartilhamos uma vida em comum.
Ora, a lei moral, na sua pureza, a autenticidade (e é exatamente isto que mais
importa na prática), não se deve buscar em nenhuma outra parte senão numa
filosofia pura, e esta (Metafísica) tem que vir portanto em primeiro lugar, e
sem ela não pode haver em parte alguma uma Filosofia moral; e aquela que
mistura os princípios puros com os empíricos não merece mesmo o nome de
filosofia (KANT, 1974b, p. 199).
Assim, a vontade não está apenas submetida à lei, mas ela legisla a si
mesma. A vontade obedece à lei de que ela mesma é autora. Este é o mais
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Kant, como vimos, diz que o homem possui um fim em si mesmo. Ele
não é um meio para esta ou aquela vontade. Os seres irracionais, ao
contrário, são meios e os chamamos de coisas; já o ser racional é chamado
de pessoa, porque possui um fim em si mesmo. Fazer falsas promessas, por
exemplo, é ter o homem como meio, e não como fim. O princípio do homem
como fim em si mesmo não deriva da experiência, mas sim de uma lei
universal. Por conseguinte, a vontade não está apenas submetida à lei, mas
ela legisla a si mesma. Isto se relaciona com a ideia do Reino dos fins. Neste,
há uma ligação sistemática de vários seres por meio de leis comuns e
objetivas, onde o ser racional não é meio, mas um fim em si mesmo. No
Reino dos fins, há a ideia da dignidade, onde o ser racional é um fim em si
mesmo. Desta forma, o conceito de autonomia é destacado por Kant, à
medida que os homens devem obedecer às leis de que eles mesmos são os
autores: autor de sua própria lei, o homem não tem um preço, um valor
relativo, mas uma dignidade, um valor absoluto enquanto tal.
Oposto à ideia da autonomia é o conceito de heteronomia. Neste, a
vontade busca leis sem que sejam máximas universais. Na heteronomia,
não é a vontade que se dá a lei a si mesmo, e sim o objeto que dá a lei à
vontade pela sua relação com ela, baseado apenas em inclinações, no
condicionado. Na heteronomia, a vontade não se dá a lei a si mesma; ela
seria determinada por um impulso estranho. Todas as leis que se
relacionam com um objeto têm como resultado heteronomia, referindo-se
ao mundo sensível, ao contrário da autonomia, ou seja, do sujeito que
obedece às leis à medida que ele próprio é o seu autor. A ação livre do
sujeito enquanto ser autônomo consiste justamente no instante em que ele
age independentemente da natureza, do empírico e do mundo sensível.
Assim, Kant, substituindo o antigo princípio material aristotélico, deu
um novo significado ao termo autonomia, elaborando uma filosofia moral
pura, depurada de todo o empírico, em substituição ao antigo princípio
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Isso define uma nova compreensão de sujeito e objeto, onde o sujeito está, por
assim dizer, em oposição ao objeto. Na verdade, poderíamos dizer que as
próprias noções de sujeito e objeto em seu sentido moderno passaram a existir
dentro dessa nova localização. O sentido moderno é aquele em que sujeito e
objeto são entidades separáveis. (TAYLOR, 2013, p. 245).
32 | Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião
(GARCÍA, 2020). Ele fala de ser, mas não no sentido objetivo, ou seja, como
polo contraposto à subjetividade, mas como aquela dimensão que abrange
ambos. Em Heidegger, é proposta a tematização do ser no sentido dessa
dimensão abrangente e originária, ao contrário da modernidade que
separou sujeito e objeto. Aqui se mostra, como diz Manfredo Oliveira
(2012, p. 71), um elemento decisivo para a compreensão da proposta da
filosofia do ser de Heidegger: “[...] sua confrontação com o pensamento
moderno”. No que concerne a tal elemento, tudo é constituído somente a
partir de um sujeito que configura, manipula e domina o mundo por meio
da técnica. Heidegger chamou isso de metafisica da subjetividade.
Diante disso, Heidegger fala do esquecimento, pela filosofia, do ser,
em sua originalidade. Assim, seria urgente a retomada da pergunta pelo
sentido do ser, que foi silenciada pela metafísica, à medida que ela sempre
se dedicou às condições do ser dos entes, em sua totalidade, e não aos
sentidos do ser enquanto tal: razão pela qual sempre se manteve em um
patamar meramente ôntico, ignorando a diferença ontológica, mais
originária, entre ente e ser. “É nessa acepção que Heidegger interpreta a
metafísica como história do Ser ou, antes, como história do esquecimento
da verdade do Ser” (GIACOIA, 2013, p. 93).
junto ao ente e não se volta para o ser enquanto ser” (HEIDEGGER, 1973a,
p.253).
Heidegger critica o privilégio absoluto atribuído à subjetividade
transcendental, portadora exclusiva da função de constituição. Ele fala de
ser, mas não no sentido objetivo, ou seja, como polo contraposto à
subjetividade, mas como aquela dimensão que abrange a ambos, algo
igualmente que será posto por Taylor. Em Heidegger, é proposta a
tematização do ser no sentido dessa dimensão abrangente e originária.
Nesse sentido, há uma passagem bastante esclarecedora de Heidegger
acerca da relação entre homem, ente e ser, essencial para nossa reflexão:
Kant apreende mais uma vez esse eu como sujeito e, portanto, num sentido
ontológico inadequado. (...) Determinar ontologicamente o eu como sujeito
significa já sempre supor o eu como algo simplesmente dado. O ser do eu é
compreendido como realidade da res cogitans. (HEIDEGGER, 2015, p.404).
36 | Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião
diz que Hegel garante o vínculo entre a autorreflexão moderna, mas com
uma “orientação rumo ao outro” (RICOEUR, 2006, p. 187). Nas palavras
de Hegel, o sujeito não é apenas determinado por ele mesmo, mas sim um
“sujeito singular em relação com outros” (HEGEL, 2018, p. 31).
Como sujeito isolado, em sua liberdade reflexiva, o homem se
mantém separado do mundo exterior. Na ótica hegeliana, a aspiração à
liberdade deixa de ser um elemento da experiência puramente subjetiva, à
medida que o sujeito se encontra com os outros, para além de uma
liberdade meramente reflexiva (Kant) ou negativa (Hobbes). Em Hegel, de
acordo com Honneth (2015), trata-se de uma liberdade social, de caráter
intersubjetivo.
Como sabemos, nos antigos gregos, os homens identificavam-se com
sua vida pública e experiências comuns. Eles viviam inteiramente sua
Sittlichkeit (eticidade). Entretanto, na cidade grega vivia-se uma vida
paroquial, uma vez que a vida se resumia àquela da comunidade e de seus
valores. Ainda com Sócrates, surge o desafio de um homem que não
concorda em basear sua vida no paroquial, no meramente dado, mas exige
uma fundamentação na razão universal. “O próprio Sócrates expressa
uma profunda contradição, uma vez que aceita a ideia da Sittlichkeit, das
leis às quais se deve ser fiel” (TAYLOR, 2005, p. 118). Ele, contudo, não
pode conviver com as leis vigentes em Atenas, sendo condenado.
Surge um novo tipo de homem, que não pode ser identificado com a
vida pública, mas sim, primeiramente, com sua própria compreensão de
ser. As normas que esse homem julga agora obrigatórias não estão
concretizadas no real; elas são ideias que vão além do real. O indivíduo
reflexivo está no âmbito da Moralität que, embora Sócrates seja uma
primeira expressão disso, somente a modernidade criou condições
históricas, sociais e filosóficas para seu pleno amadurecimento. Em Hegel,
os homens recuperariam uma nova Sittlichkeit, identificando-se com uma
40 | Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião
vida mais ampla, algo determinante para Taylor, que pensa sempre o self
a partir da comunidade que o forma. Hegel, nesse sentido, fala da
importância de uma “preservação da vida ética” (HEGEL, 2012, p. 84).
Afinal, tal qual esclarece Honneth, a leitura de Platão e Aristóteles
familiarizou Hegel com uma filosofia que confere à intersubjetividade “[...]
uma importância muito maior do que nas tentativas similares de seu
tempo” (HONNETH, 2003, p. 37).
Faz-se necessária, portanto, uma explicitação da análise hegeliana da
modernidade, haja vista a forte influência de Hegel no pensamento de
Taylor. Como defende o filósofo canadense, “Hegel contribui para a
formação dos conceitos e dos modos de pensar que são indispensáveis se
desejamos compreender determinados problemas e dilemas modernos”
(TAYLOR, 2005, p. 7). Embora a influência de Hegel seja conhecida na
obra de Taylor, ela não é trabalhada ou articulada nos diversos estudos
sobre Taylor. O autor realiza uma hermenêutica da filosofia hegeliana,
tornando-se responsável por uma das principais recepções do pensamento
hegeliano na comunidade filosófica de língua inglesa. A influência de Hegel
na obra de Taylor permanece como uma dimensão pressuposta, mas
pouco explorada (CASTRO, 2018). O propósito de Taylor não está em
defender puramente o sistema hegeliano. Ele utiliza “[...] o pensamento
de Hegel, como motor para a compreensão da modernidade e de seus
vários dilemas, já expressos na obra hegeliana” (CASTRO, 2018, p. 19). No
próximo tópico, veremos o porquê de a influência de Hegel em Taylor ser
determinante nos temas da identidade, do reconhecimento e da religião.
Aliás, não é difícil ver que nosso tempo é sim tempo de nascimento e trânsito
para uma nova época. O espírito rompeu com o mundo de seu ser-aí e de seu
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Por continuar com uma noção puramente formal de razão, ele (Kant) não pôde
prover a obrigação moral de um conteúdo. Por não aceitar o único conteúdo
válido que provém de uma sociedade permanente à qual pertencemos, a sua
ética permaneceu a do indivíduo (TAYLOR, 2014, p. 411).
Logo, a cultura que vive em nossa sociedade molda nossa experiência privada
e constitui nossa experiência pública, que, por sua vez, interage
profundamente com a experiência privada. De modo que não é uma
proposição extravagante afirmar que nós somos o que somos em virtude de
participar da vida mais ampla de nossa sociedade. (TAYLOR, 2005, p. 113).
mesmo viver. “Logo, não pode haver pensamento sem linguagem, e, com
efeito, as linguagens de diferentes povos refletem suas diferentes visões
das coisas” (TAYLOR, 2005, p. 31). Como destaca Wittgenstein no
parágrafo 23 das Investigações filosóficas, “[...] o falar da linguagem é uma
parte de uma atividade ou de uma forma de vida”. Encontrar uma
linguagem para a diversidade cultural é encontrar uma linguagem para
modernidades alternativas ou encontrar uma forma de compreender a
modernidade que reserve um lugar para essas alternativas. Seria possível,
por isso, compreender “[...] as diferenças com relação às outras culturas”
(TAYLOR, 2000, p. 11-12).
Por conseguinte, os sujeitos têm suas identidades definidas por
algum compromisso moral ou espiritual que se expressa e se forma numa
determinada linguagem e modo de vida. A linguagem é a própria esfera de
expressão e constituição de um modo de ser no mundo, bem como das
identidades. “Estudar pessoas é estudar seres que só existem em certa
linguagem” (TAYLOR, 2013, p. 53). A linguagem serve para instaurar
espaços de ação comum em vários níveis, tanto íntimos como públicos.
“Taylor sustenta que não utilizamos meramente formações de palavras,
somos constituídos como linguagem em sociedade” (CASTRO, 2018, p. 6).
Isso significa que nossa identidade nunca é definida apenas em termos de
nossas propriedades individuais (TAYLOR, 2000). Ela também nos situa
em algum espaço social. “Ninguém adquire as linguagens necessárias para
autodefinição por si mesmo. Somos apresentados a elas através das trocas
com outros que importam para nós” (TAYLOR, 2011b). Com isso, os
sujeitos definem suas identidades pela nação, cultura ou tradição a que
pertencem.
O que as pessoas estão dizendo com isso não é apenas que estão fortemente
ligadas a essa concepção espiritual ou antecedentes, mas que isso oferece a
estrutura dentro da qual podem determinar que posição defendem em
Juliano Cordeiro da Costa Oliveira | 59
Como não podemos prescindir de uma orientação para o bem, e como não
podemos ser indiferentes à nossa posição relativamente a esse bem, e como
esse lugar é algo que deve sempre mudar e tornar-se, tem de surgir para nós
a questão da direção de nossa vida (TAYLOR, 2013, p. 70).
Taylor, Deus estava ligado às únicas fontes morais que os homens podiam
conceber. “Uma “era de crença” é uma era em que todas as fontes morais
dignas de confiança envolvem Deus” (TAYLOR, 2013, p. 402). Na pré-
modernidade, relacionávamos com Deus, portanto, “enquanto sociedade”
(TAYLOR, 2010b, p. 60) Porém, com a secularização, Deus perdeu o
monopólio no que diz respeito a ser o único combustível que alimentaria
as fontes morais. “A cultura moral moderna é uma cultura de fontes
múltiplas. [...] O fato de as direções serem múltiplas contribui para nossa
sensação de incerteza” (TAYLOR, 2013, p. 409).
Taylor é crítico de uma determinada concepção do secular, à qual ele
se opõe, por não levar em conta as religiões como fontes morais
fundamentais para a constituição das identidades (OLIVEIRA, 2019).
Afinal, tal qual nos lembra Berger (1985), há uma íntima relação entre
religião e solidariedade social, algo outrora refletido por teóricos sociais
clássicos como Durkheim. O autor considera a religião como uma instância
eminentemente social, uma vez que a religião seria uma representação
coletiva que, ao mesmo tempo, forma nossa interioridade, estabelecendo
um vínculo social entre o indivíduo e a sociedade. A religião aspira
igualmente a um “reconhecimento intersubjetivo” (HÖSLE, 2002, p. 568).
Em outras palavras, a religião é um sistema solidário, isto é, um sistema
de noções por meio das quais os indivíduos compreendem a sociedade de
que são membros. O ideal coletivo, expresso pela religião, é idealizado pelo
indivíduo “com base nas exigências da vida coletiva” (Durkheim, 2008, p.
500).
Juan Antonio Estrada (2004), por exemplo, fala de um núcleo ético
presente nas religiões que ainda alimentam a solidariedade humana; e
Francis Schüssler Fiorenza enfatiza que as religiões também fornecem um
local para a discussão das esferas afetivas e expressivas da vida humana:
“Neste contexto, a igreja mantém viva a dimensão utópica que tem sido
68 | Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião
meio dos ritos (BENKENBROCK, 2019). Assim, como vimos ao longo deste
livro, a religião aponta também para uma dimensão comunitária que
fornece sentido para a construção das subjetividades em diversos
contextos. Nas palavras de Taylor, “[...] o erro dos modernos consiste em
tomar esta compreensão de indivíduo como de tal modo garantida que,
“naturalmente”, se encara como a nossa primeiríssima autocompreensão”
(TAYLOR, 2010b, p.70).
Um exemplo de postura que Taylor critica é aquela defendida por
John Rawls em seu Liberalismo Político, uma vez que Rawls defende, a
partir da ideia da formulação de critérios normativos razoáveis numa
sociedade pluralista, uma separação entre as identidades públicas e
privadas nos crentes, como veremos a seguir, algo que Taylor, por meio
da defesa de um vínculo fundamental entre religião, identidade e
reconhecimento, pensará ser problemático na tradição do liberalismo
político de Rawls.
A união social já não se funda em uma concepção do bem tal como dada por
uma fé religiosa comum ou por uma doutrina filosófica, e sim em uma
concepção pública e compartilhada de justiça apropriada à concepção dos
cidadãos como pessoas livres e iguais em um Estado democrático. (RAWLS,
2011, p. 360).
O liberalismo político não tem tais objetivos. Considera como dado o fato do
pluralismo razoável de doutrinas abrangentes. [...] O problema do liberalismo
político é o de formular uma concepção política de justiça para um regime
democrático constitucional que uma pluralidade de doutrinas razoáveis, tanto
religiosas quanto não religiosas, possa livremente subscrever, e, assim, de
maneira que possam ser livremente praticadas em conformidade com essa
concepção e compreender suas virtudes. (RAWLS, 2011, p. 42).
A questão de Rawls ao sugerir essa restrição era a de que todos deveriam usar
uma linguagem com a qual poderiam razoavelmente esperar que seus
concidadãos concordassem. A ideia parece ser algo assim: a razão secular é
uma linguagem que todos falam e podem argumentar a ser convencidos. As
linguagens religiosas operam fora desse discurso, introduzindo premissas
76 | Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião
1
“I don’t agree, particular, about the distinction between ethics and religion” Ver em: TAYLOR, C. Why We need a
radical redefinition of secularism. In: MENDIETA, E.; VANANTWERPEN, J. (Ed.). The power of religion in the public
sphere. New York: Columbia University, 2011a, p. 62.
Juliano Cordeiro da Costa Oliveira | 77
Isso não é fácil fazer; as linhas são difíceis de traçar, e devem ser traçadas
sempre de novo. Mas tal é a natureza do empreendimento que é o Estado
secular moderno. E que melhor alternativa existe para democracias diversas?
(TAYLOR, 2012, p. 186).
configura a existência dos crentes, tal qual um todo incluído, bem como a
existência social e política. Habermas (2013) argumenta que o conflito
sobre a autocompreensão secular da sociedade não pode ser deslocado
apenas para os religiosos. O senso comum não é singular, uma vez que se
estabelece numa esfera pública plural. Portanto, os seculares não devem
chegar a conclusões nos diversos temas, “[...] antes de dar ouvidos à
objeção dos oponentes que se sentem lesados em suas convicções
religiosas” (HABERMAS, 2013, p. 16). Os cidadãos religiosos, na esfera
pública, podem manifestarem-se em sua própria linguagem. Do contrário,
os concidadãos religiosos, nas deliberações públicas, seriam
sobrecarregados de modo assimétrico em relação aos secularizados.
É preciso lembrar que Habermas separa as dimensões da esfera
pública e do parlamento. Em Direito e democracia, ele (1997) diz que a
esfera pública é um “fenômeno social elementar”. Ela é descrita como uma
rede de comunicação de conteúdos, tomadas de posição e opiniões, em
sintonia com a prática comunicativa cotidiana. Habermas argumenta que
a sociedade civil contemporânea se compõe de organizações e associações
que captam os ecos dos problemas sociais ressonantes nas esferas
privadas, transmitindo-os para o sistema político, bem como colocando as
questões à luz da discussão pública. A estrutura comunicacional da esfera
pública possibilita que a sociedade civil reflita sobre os problemas,
conseguindo captá-los e identificá-los antes mesmo do que o sistema
político. Não é o aparelho do Estado nem as grandes organizações,
argumenta Habermas, que geralmente questionam os problemas
existentes na sociedade civil, e sim as iniciativas vindas das esferas
públicas comunicacionais.
A esfera pública forma uma estrutura intermediária que faz a
mediação entre o sistema político, de um lado, e os setores privados do
mundo da vida, de outro. Habermas explica que, em sociedades complexas
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e pluralistas, aquilo que poderia ser uma esfera pública, como nos moldes
de outrora, ramifica-se em diversos números de arenas internacionais,
nacionais, regionais, comunais e subculturais, que se sobrepõem umas às
outras. Essas redes se articulam objetivamente, de acordo com pontos de
vista funcionais, temas, círculos políticos etc. Assumem também a forma
de esferas públicas “mais ou menos especializadas”, porém ainda
acessíveis a um público de leigos, por exemplo: esferas públicas literárias,
eclesiásticas, artísticas, feministas, entre outras. Além disso, a esfera
pública ramifica-se, na atualidade, em três outras modalidades, levando-
se em consideração a densidade da comunicação, a complexidade
organizacional e o alcance comunicacional, são elas: esfera pública
episódica (bares, cafés, encontros na rua), esfera pública da presença
organizada (encontros de pais, público que frequenta teatro, concertos de
rock, reuniões de partidos ou congresso de igrejas) e esfera pública
abstrata, produzida pela mídia (leitores, ouvintes e espectadores
singulares, espalhados globalmente).
Em Habermas, o sistema político deve estar ligado às redes
periféricas da esfera pública política, por meio de um fluxo de comunicação
que parta das redes informais da esfera pública, institucionalizando-se no
parlamento. Neste, há a ressalva da tradução do idioma religioso para o
secular. O fardo da tradução é compensado pela expectativa normativa,
segundo a qual os cidadãos seculares se abrem a um possível conteúdo de
validade vindo das religiões. Apesar de não passarem por uma censura na
esfera pública, as contribuições religiosas dependem de trabalhos
cooperativos de tradução para poderem entrar na pauta de discussão do
parlamento.
Contudo, Habermas reforça a ideia de um Estado de direito neutro
do ponto de vista das imagens de mundo, pois somente ele está preparado
para garantir a convivência tolerante entre crentes das mais diversas
88 | Charles Taylor: identidade, reconhecimento e religião
Aqui eu gostaria de fazer uma distinção entre laico e laicista, entre secular e
secularista. A pessoa laica, ou não crente, se [sic] comporta com agnóstica
indiferença em relação às pretensões religiosas de validade. Os laicistas, ao
contrário, assumem uma atitude polêmica em relação àquelas doutrinas
religiosas que (embora cientificamente infundadas) têm grande relevância na
opinião pública. Hoje, o secularismo se apoia frequentemente em um
naturalismo hard, justificado em termos cientificistas. Pergunto-me se – para
os fins da autocompreensão normativa de uma sociedade pós-secular – uma
mentalidade laicista hipoteticamente generalizada não acabaria sendo
igualmente pouco desejável em comparação com um desvio fundamentalista
dos crentes. Na realidade, o processo de aprendizagem deveria ser prescrito
não só para o tradicionalismo religioso, mas também para a sua contrapartida
secularizada. [...] é preciso que o Estado não reduza preventivamente a
complexidade polifônica das diversas vozes públicas. Se, em relação aos seus
concidadãos religiosos, as pessoas laicas tivessem que pensar que não podem
levá-los a sério como autênticos contemporâneos da modernidade – por causa
da sua atitude religiosa, então se deslizaria de volta para o plano do mero
modus vivendi e se perderia aquela ‘base do reconhecimento’ que é
constitutiva da cidadania.
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parcial, por aquelas formas de vida como opções sociais valiosas. Tal
concepção permite a Taylor (1994) afirmar que o não reconhecimento ou
o reconhecimento errôneo podem causar danos e formas de opressão,
aprisionando alguém em ma modalidade de ser falsa, distorcida e
redutora, de modo que o devido reconhecimento não é uma mera cortesia
que devemos conceder às pessoas. É, em realidade, uma necessidade
humana vital, como já explicitamos ao longo deste livro.
No entanto, para Habermas (2002a) e Forst (2009), a tolerância não
deve ser confundida com estima por uma cultura e forma de vida alheias
ou por convicções e práticas rejeitadas. A base do reconhecimento não
deve ser a estima, e sim uma consciência de pertencer a uma comunidade
inclusiva de cidadãos com direitos iguais, pois cada um é responsável
perante os outros. Crenças ou práticas que devem ser “[...] toleradas
continuam sendo vistas pelo tolerante como eticamente erradas. Tolerá-
las por respeito não é compreendê-las ou nutrir algum tipo de estima por
elas” (FORST, 2009, p. 25). Nesse sentido, Habermas (2004, p. 53) destaca
que devemos tolerar as crenças de outras pessoas “[...] sem aceitar a sua
verdade, e tolerar outros modos de vida sem apreciar o seu valor
intrínseco”.
A concepção de tolerância, como respeito, apresentada por Forst
(2009) e adotada por Habermas, é aquela na qual as partes tolerantes
reconhecem umas às outras como sujeitos pertencentes a uma
intersubjetividade: embora difiram em suas convicções éticas a respeito
do bem e do modo de vida legítimo e em suas práticas culturais,
sustentando em muitos aspectos visões incompatíveis, elas se respeitam
mutuamente como moral e politicamente iguais.
2
Em meu primeiro livro, iniciei essa discussão, tentando pensar uma alternativa para além da controvérsia entre
liberais e comunitaristas. Ver, sobretudo, em: OLIVEIRA, J. Secularismo e Religião na Democracia Deliberativa de
Habermas: da pragmática ao déficit ontológico e metafísico. Porto Alegre, Editora Fi; Teresina, EDUFPI, 2018a, p.177-
190. Livro disponível em: https://www.editorafi.org/346julianooliveira
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incerto qual será o seu resultado. Isto é, a respeito das situações em que
há indeterminação. Portanto, em termos de sabedoria prática, Aristóteles
enfatiza sempre a perspectiva de que deliberamos acerca das coisas que
podem ser de uma outra forma, como na política e na ética. O bem, na
perspectiva aristotélica, como um sentido comum por referência a uma
única ideia, não existe.
Na Política, Aristóteles ressalta que uma cidade não se compõe
apenas de indivíduos reunidos em maior ou menor número; ela se forma
ainda de homens especificamente diferentes; os elementos que a
constituem não são absolutamente semelhantes. Em Aristóteles, uma
cidade deve estar acima de um povo. Nas palavras de Marcelo Perine
(2006, p. 78-9):
a afirmação segundo a qual existe um bem supremo para a ação humana não
exclui, mas, ao contrário, exige o reconhecimento de uma variedade de bens
que sejam objetos de deliberação, de decisão e de ação racional. Nisso
justamente consiste a tarefa própria dos seres humanos, que, por sua condição
de seres racionais, não podem ser compreendidos fora de seu contexto social,
dado que a cidade é o lugar próprio do exercício da racionalidade.
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