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Pedro Álvares Cabral


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Pedro Álvares Cabral[A] (Belmonte, 1467 ou 1468 –


Santarém, c. 1520) foi um fidalgo, comandante militar, Pedro Álvares Cabral
navegador e explorador português, creditado como o
descobridor do Brasil. Realizou significativa exploração
da costa nordeste da América do Sul, reivindicando-a
para Portugal. Embora os detalhes da vida de Cabral
sejam esparsos, sabe-se que veio de uma família nobre
colocada na província interior e recebeu uma boa
educação formal.

Foi nomeado para chefiar uma expedição à Índia em


1500, seguindo a rota recém-inaugurada por Vasco da
Gama, contornando a África. O objetivo deste
empreendimento era retornar com especiarias valiosas
e estabelecer relações comerciais na Índia —
contornando o monopólio sobre o comércio de
especiarias, então nas mãos de comerciantes árabes,
turcos e italianos. Aí sua frota, de 13 navios, afastou-se
bastante da costa africana, talvez intencionalmente, Pedro Álvares Cabral aos 32 ou 33
anos de idade em uma pintura do início
desembarcando no que ele inicialmente achou tratar-se do século XX. Não há registros de
de uma grande ilha à qual deu o nome de Vera Cruz retratos de Cabral contemporâneos à
(Verdadeira Cruz) e a que Pêro Vaz de Caminha faz sua época.[1]
referência. Explorou o litoral e percebeu que a grande Outros nomes Pero Álvares Cabral
massa de terra era provavelmente um continente, Pedr'Álváres Cabral
despachando em seguida um navio para notificar o rei Pedrálvares Cabral
Manuel I da descoberta das terras. Como o novo Pedraluarez Cabral
território se encontrava dentro do hemisfério português Nascimento 1467 ou 1468
de acordo com o Tratado de Tordesilhas, reivindicou-o Belmonte, Portugal
para a Coroa Portuguesa. Havia desembarcado na Morte c. 1520 (51, 52 ou 53
América do Sul, e as terras que havia reivindicado para anos)
o Reino de Portugal mais tarde constituiriam o Brasil. A Santarém, Portugal
frota reabasteceu-se e continuou rumo ao leste, com a Nacionalidade Portuguesa
finalidade de retomar a viagem rumo à Índia. Cônjuge Isabel de Castro

Nessa mesma expedição uma tempestade no Atlântico Filho(a)(s) Fernão Álvares


Cabral
Sul provocou a perda de sete navios; as seis António Cabral
embarcações restantes encontraram-se eventualmente Catarina de Castro
no Canal de Moçambique antes de prosseguirem para Guiomar de Castro
Calecute, na Índia. Cabral inicialmente obteve sucesso Isabel
Leonor
na negociação dos direitos de comercialização das
especiarias, mas os comerciantes árabes consideraram Ocupação Navegador e
explorador
o negócio português como uma ameaça ao monopólio
Comandante da frota
deles e provocaram um ataque de muçulmanos e do Reino de Portugal
hindus ao entreposto português. Os portugueses
Religião Católica
sofreram várias baixas e suas instalações foram
destruídas. Cabral vingou-se do ataque saqueando e Assinatura

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queimando a frota árabe e, em seguida, bombardeou a


cidade em represália à incapacidade de seu governante
em explicar o ocorrido. De Calecute a expedição rumou
para Cochim, outra cidade-estado indiana, onde Cabral
fez amizade com seu governante e carregou seus navios
com especiarias cobiçadas antes de retornar para a
Europa. Apesar da perda de vidas humanas e de navios, a viagem de Cabral foi considerada um
sucesso após o seu regresso a Portugal. Os lucros extraordinários resultantes da venda das
especiarias reforçaram as finanças da Coroa Portuguesa e ajudaram a lançar as bases de um
Império Português, que se estenderia das Américas ao Extremo Oriente.[B]

Cabral foi mais tarde preterido quando uma nova frota foi reunida para estabelecer uma
presença mais robusta na Índia, possivelmente como resultado de uma desavença com Manuel
I. Tendo perdido a preferência do rei, aposentou-se da vida pública, havendo poucos registros
sobre a parte final de sua vida. Suas realizações caíram no esquecimento por mais de 300 anos.
Algumas décadas depois da independência do Brasil de Portugal, no século XIX, a reputação de
Cabral começou a ser reabilitada pelo Imperador Pedro II do Brasil. Desde então, os
historiadores têm discutido se Cabral foi o descobridor do Brasil e se a descoberta foi acidental
ou intencional. A primeira dúvida foi resolvida pela observação de que os poucos encontros
superficiais feitos por exploradores antes dele mal foram notados e em nada contribuíram para
o desenvolvimento e a história futuros da terra que se tornaria o Brasil, única nação das
Américas onde a língua oficial é o português. Quanto à segunda questão, nenhum consenso
definitivo foi formado e a hipótese de descoberta intencional carece de provas sólidas. Não
obstante, embora seu prestígio tenha sido ofuscado pela fama de outros exploradores da época,
Cabral é hoje considerado uma das personalidades mais importantes da Era dos
Descobrimentos.

Índice
Biografia
Primeiros anos
Descobrimento do Brasil
Capitão-mor
Partida e chegada a uma nova terra
Viagem à Índia
Tragédia ao largo do sul da África
Massacre em Calecute
Retorno a Portugal
Últimos anos
Legado
Reabilitação póstuma
Hipótese da descoberta intencional
Precursores
Homenagens
Títulos e honrarias
Dados genealógicos e heráldicos
Ver também

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Notas de rodapé
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Biografia

Primeiros anos

Nascido em Belmonte e criado como membro da nobreza


portuguesa,[2][3] Cabral foi enviado à corte do rei D. Afonso V
em 1479, quando tinha cerca de 12 anos. Educou-se em
humanidades e foi treinado para lutar e pegar em armas.[4]
Tinha cerca de 17 anos de idade em 30 junho de 1484, quando
foi nomeado moço fidalgo (um título de menor importância
normalmente concedido a jovens nobres) pelo rei D. João II.[4]

Os registros de suas ações antes de 1500 são extremamente


incompletos, mas Cabral pode ter excursionado pelo norte da
África, tal como haviam feito seus antepassados e era
comumente feito por outros jovens nobres de sua época.[5][6] O
rei D. Manuel I, que tinha ascendido ao trono dois anos antes,
concedeu-lhe um subsídio anual no valor de 30 mil reais em 12 Monumento a Pedro Álvares
de abril de 1497. [7][8] Na mesma época, recebeu o título de Cabral na vila de Belmonte,
fidalgo do Conselho do Rei e foi nomeado Cavaleiro da Ordem de em Portugal, sua terra natal.
Cristo.[8] Não há nenhuma imagem ou descrição física detalhada
de Cabral contemporâneas à sua época. Sabe-se que era forte[9] e igualava seu pai em altura
(1,90 metros).[10][11][12] O caráter de Cabral tem sido descrito como culto, cortês,[12]
prudente,[13] generoso, tolerante com os inimigos,[14] humilde,[9] mas também vaidoso[12] e
muito preocupado com o respeito que sentia que sua nobreza e posição exigiam.[15]

Descobrimento do Brasil

Capitão-mor

Em 15 de fevereiro de 1500, Cabral foi nomeado capitão-mor de uma expedição à Índia.


[14][16][17] Era costume da época a Coroa Portuguesa nomear nobres para comandar expedições

navais e militares, independentemente da experiência ou competência profissional deles.[18]


Este foi o caso dos capitães dos navios comandados por Cabral — a maioria era nobre como
ele.[19] Esta prática era arriscada, uma vez que a autoridade poderia cair nas mãos de pessoas
altamente incompetentes e incapacitadas como poderia também cair nas mãos de líderes
talentosos como Afonso de Albuquerque ou João de Castro.[20]

Poucos detalhes a respeito dos critérios utilizados pelo governo português para escolher Cabral
como chefe da expedição à Índia sobreviveram ao tempo. No decreto real que o nomeou
capitão-mor, as razões dadas são "méritos e serviços". Nada mais se sabe sobre estas
qualificações.[21] De acordo com o historiador William Greenlee, o rei D. Manuel I "sem dúvida

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o conhecia bem na corte". Isso, junto com


"o papel da família Cabral, a lealdade
inquestionável deles à Coroa, a aparência
pessoal de Cabral e a capacidade que ele
tinha demonstrado na corte e no conselho
foram fatores importantes".[22] Também
a seu favor pode ter estado a influência de
dois de seus irmãos, que faziam parte do
conselho do rei.[22] Dado o nível de
intriga política presente na corte, Cabral
pode ter sido parte de uma facção que
favoreceu sua nomeação.[22] O
historiador Malyn Newitt subscreve a
Rota seguida por Cabral de Portugal para a Índia em
ideia de algum tipo de manobra oculta,
1500 (em vermelho) e a rota de retorno (em azul).
dizendo que a escolha de Cabral "foi uma
tentativa deliberada de equilibrar os
interesses de facções rivais das famílias nobres, pois parece que ele não possuía qualquer outra
qualidade para a recomendação e nenhuma experiência em comandar grandes expedições".[23]

Cabral tornou-se o chefe militar da expedição, enquanto


navegadores mais experientes foram destacados para a
expedição para ajudá-lo em assuntos navais.[24] Os mais
importantes deles foram Bartolomeu Dias, Diogo Dias e
Nicolau Coelho.[23][25][26] Tais navegadores comandariam,
junto com os outros capitães, 13 navios[5][23][27] e 1 500
homens.[5][28][29][30] Desse contingente, 700 eram
soldados, embora a maioria fosse composta por plebeus
comuns que não tinham nenhum treinamento ou
experiência em combate anterior.[31]
Nau de Pedro Álvares Cabral
conforme retratada no Livro das A frota tinha duas divisões. A primeira era composta por
Armadas, atualmente na Academia nove naus e duas caravelas e dirigiu-se rumo a Calecute, na
das Ciências de Lisboa. Índia, com o objetivo de estabelecer relações comerciais e
uma feitoria. A segunda divisão, constituída por uma nau e
uma caravela, zarpou do porto de Sofala, no atual Moçambique.[32] Como recompensa por
liderar a frota, Cabral tinha direito a 10 mil cruzados (antiga moeda portuguesa equivalente a
aproximadamente 35 kg de ouro) e a comprar 30 toneladas de pimenta, às suas próprias custas,
para transportar de volta à Europa. A pimenta poderia então ser revendida à Coroa Portuguesa,
livre de impostos.[33] Ele também foi autorizado a importar 10 caixas de qualquer outro tipo de
especiaria, livre de impostos.[33] Embora a viagem fosse extremamente perigosa, Cabral tinha a
perspectiva de se tornar um homem muito rico caso retornasse com segurança para Portugal
com o carregamento. As especiarias eram raras na Europa de então e intensamente
solicitadas.[33]

Uma frota anterior tinha sido a primeira a chegar à Índia contornando a África. Essa expedição
foi liderada por Vasco da Gama e regressou a Portugal em 1499.[35] Durante décadas Portugal
buscara uma rota alternativa para o Oriente que excluísse o Mar Mediterrâneo, então sob
controle das repúblicas marítimas italianas e do Império Otomano. O expansionismo de
Portugal levaria, primeiramente a uma rota para a Índia e, posteriormente, à colonização um
pouco por todo o mundo. O desejo de difundir o cristianismo católico em terras pagãs foi outro
fator que motivou a exploração. Havia também uma longa tradição de guerrear contra os
muçulmanos, derivada da luta contra os mouros durante a construção da nação portuguesa. A
luta expandiu-se primeiramente para o norte da África e, eventualmente, para o subcontinente

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indiano. Uma ambição adicional que


motivava os exploradores era a busca do
mítico Preste João — um poderoso rei
cristão com o qual se poderia forjar uma
aliança contra o Islã. Por fim, a Coroa
Portuguesa procurava obter um quinhão
no lucrativo comércio de escravos e de
ouro no oeste Africano e no comércio das
especiarias oriundas da Índia.[36]

Partida e chegada a uma nova terra

A frota, sob o comando de Cabral, então Desembarque de Cabral em Porto Seguro, óleo sobre tela
com 32–33 anos de idade, partiu de de Oscar Pereira da Silva, 1922[34]. Acervo do Museu
Lisboa em 9 de março de 1500 ao meio- Histórico Nacional (Rio de Janeiro).
dia. No dia anterior, a tripulação tinha
recebido uma despedida pública que incluíra uma missa e comemorações com a presença do rei,
da corte e de uma enorme multidão.[29][37][38][39][40][41] Na manhã de 14 de março, a frota
passou por Grã Canária, a maior das Ilhas Canárias.[39][42] Em seguida, partiu rumo a Cabo
Verde, uma colônia portuguesa situada na costa oeste da África, que foi alcançada em 22 de
março.[39][43] No dia seguinte, uma nau com 150 homens, comandada por Vasco de Ataíde,
desapareceu sem deixar vestígios.[37][39][43] A frota cruzou a Linha do Equador em 9 de abril e
navegou rumo a oeste afastando-se o mais possível do continente africano, utilizando uma
técnica de navegação conhecida como a volta do mar.[37][44] Os marujos avistaram algas-
marinhas no dia 21 de abril, o que os levou a acreditar que estavam próximos da costa. Provou-
se estarem certos na tarde do dia seguinte, quarta-feira, 22 de abril de 1500, quando a frota
ancorou perto do que Cabral batizou de Monte Pascoal (uma vez que aquela era a semana da
Páscoa). O monte localiza-se no que hoje é a costa nordestina do Brasil.[39][44][45][46]

Os portugueses detectaram a presença de


habitantes na costa, e os capitães de todos os
navios reuniram-se a bordo do navio de Cabral
no dia 23 de abril.[47] Cabral mandou Nicolau
Coelho, capitão que havia viajado com Vasco da
Gama à Índia, para desembarcar e estabelecer
contato. Ele pisou na terra e trocou presentes
com os indígenas.[48] Após Coelho voltar, Cabral
ordenou que a frota rumasse ao norte, onde,
após 65 km de viagem, ancorou em 24 de abril
no local que o capitão-mor chamou de Porto
Seguro.[49] O lugar era um porto natural, e Nau Capitania de Cabral, Índios a Bordo da
Afonso Lopes (piloto do navio principal) trouxe Capitania de Cabral, quadro de Oscar Pereira da
dois índios a bordo para conversarem com Silva.
Cabral.[50]

Assim como no primeiro contato, o encontro foi amistoso e Cabral ofereceu presentes aos
nativos.[51] Os habitantes eram caçadores-coletores da idade da pedra, a quem os europeus
atribuiriam o rótulo genérico de "índios". Os homens coletavam alimento por meio da caça e da
pesca, enquanto as mulheres se dedicavam à agricultura em pequena escala. Eles se dividiam
em inúmeras tribos rivais. A tribo que Cabral encontrou foi a tupiniquim.[52] Alguns deles eram
nômades e outros sedentários — tendo conhecimento do fogo, mas não dos metais. Algumas
poucas tribos praticavam o canibalismo.[53] Em 26 de abril (domingo de Páscoa), conforme

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cada vez mais nativos curiosos apareciam, Cabral ordenou aos seus homens a construção de um
altar em terra, onde uma missa católica foi celebrada por Henrique de Coimbra — a primeira a
sê-lo no solo do que mais tarde viria a ser o Brasil.[54]

Foi oferecido vinho aos índios, que não gostaram da bebida. Os portugueses mal sabiam que
estavam lidando com um povo que ostentava vasto conhecimento de bebidas alcoólicas
fermentadas, obtendo-as de raízes, tubérculos, cascas, sementes e frutos, perfazendo mais de
oitenta tipos.[55]

Os dias seguintes foram gastos armazenando água, alimentos, madeira e outros suprimentos.
Os portugueses também construíram uma enorme cruz de madeira — talvez com sete metros de
altura. Cabral constatou que a nova terra estava a leste da linha de demarcação entre Portugal e
Espanha que tinha sido estabelecida no Tratado de Tordesilhas. O território estava, portanto,
dentro do hemisfério atribuído a Portugal. Para solenizar a reivindicação de Portugal sobre
aquelas terras, ergueu-se a cruz de madeira e uma segunda missa foi celebrada em 1 de
maio.[49][56] Em honra à cruz, Cabral nomeou a terra recém-descoberta de Ilha de Vera Cruz.[57]
No dia seguinte, um navio de suprimentos sob o comando de Gaspar de Lemos[58][59] ou André
Gonçalves[60] (há um conflito entre as fontes sobre quem foi enviado),[61] retornou para
Portugal para informar o rei da descoberta, por meio da carta escrita por Pero Vaz de Caminha.

Viagem à Índia

Tragédia ao largo do sul da África

A frota retomou sua viagem em 2[62] ou 3[60] de maio de


1500, navegando ao longo da costa leste da América do Sul.
Ao fazê-lo, Cabral convenceu-se de que tinha encontrado um
continente inteiro, ao invés de uma ilha.[63] Por volta do dia
5 de maio, a esquadra virou para leste em direção à
África.[63] Em 23[63] ou 24[59] de maio, os navios
encontraram uma tempestade na zona de alta pressão do
Atlântico Sul, resultando na perda de quatro navios. O local
exato do desastre é desconhecido — as especulações variam
desde perto do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do
continente africano[63] até um local "à vista da costa sul-
americana".[64] Três naus e a caravela comandada por Carta de Pero Vaz de Caminha ao
rei D. Manuel I, comunicando sobre
Bartolomeu Dias — o primeiro europeu a dobrar o Cabo da
o descobrimento da Ilha de Vera
Boa Esperança em 1488 — naufragaram, perdendo-se 380
Cruz.
homens.[65]

Os navios restantes, prejudicados pelo mau tempo e com seus aparelhos danificados,
separaram-se. Um dos navios que se havia separado, comandado por Diogo Dias, vagou sozinho
adiante,[66] enquanto os outros seis lograram reagrupar-se. Reuniram-se em duas formações de
três navios cada, e o grupo de Cabral navegou rumo ao leste, passando pelo Cabo da Boa
Esperança. Determinada a sua posição e avistando terra, viraram para o norte e desembarcaram
em algum lugar no arquipélago das Ilhas Primeiras e Segundas, ao largo da África oriental e ao
norte de Sofala.[66][67] A frota principal permaneceu perto de Sofala por dez dias enquanto era
reparada.[66][68] A expedição, em seguida, rumou ao norte, chegando a Quíloa em 26 de maio,
onde Cabral fez uma tentativa fracassada de negociar um tratado comercial com o rei local.[69]

De Quíloa, a frota partiu para Melinde, onde desembarcou em 2 de agosto. Cabral reuniu-se

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com o rei local, com quem estabeleceu relações de amizade e


trocou presentes. Também em Melinde foram recrutados
pilotos para a última etapa da viagem à Índia. Antes do
destino final, desembarcaram em Angediva, uma ilha onde
os navios a caminho de Calecute se abasteciam. Ali, os
navios foram puxados para a praia, calafetados e pintados.
Foram feitos os últimos preparativos para o encontro com o
governante de Calecute.[70][71][72]

Réplica da caravela Anunciação,


Massacre em Calecute
comandada por Nuno Leitão da
Cunha, em Campinas, São Paulo.
A frota partiu de Angediva e
chegou a Calecute em 13 de
setembro.[62][70][72] Cabral obteve êxito nas negociações com o
samorim (título dado ao governante de Calecute) e obteve
autorização para instalar uma feitoria e um armazém na cidade-
estado.[71] Na esperança de melhorar ainda mais as relações, Cabral
despachou seus homens em várias missões militares a pedido do
Samorim.[73] No entanto, em 16[74] ou 17[75] de dezembro, a feitoria
sofreu um ataque de surpresa por cerca de 300[74] (de acordo com
outros relatos, talvez até milhares)[71] árabes muçulmanos e
indianos hindus. Apesar da defesa desesperada dos besteiros, mais
Tradicional retrato de Pedro
Álvares Cabral. Ele
de 50 portugueses foram mortos.[D][73][74] Os defensores restantes
estampou a cédula se retiraram para os navios, alguns a nado. Pensando que o ataque
brasileira de mil cruzeiros fora resultado de incitação não autorizada de comerciantes árabes
entre 1942 e 1967. invejosos, Cabral esperou 24 horas para obter uma explicação do
governante de Calecute, mas nenhum pedido de desculpas foi
apresentado.[73][75][76]

Os portugueses ficaram indignados com o ataque à feitoria e com a morte de seus companheiros
e atacaram 10 navios mercantes dos árabes ancorados no porto. Mataram cerca de 600
tripulantes[73] e confiscaram o carregamento antes de incendiar os navios.[75][76] Cabral
também ordenou que seus navios bombardeassem Calecute por um dia inteiro em represália à
violação do acordo.[75][76] O massacre foi atribuído, em parte, à animosidade portuguesa em
relação aos muçulmanos, resultante de séculos de conflitos com os mouros na Península Ibérica
e no norte da África.[77] Além disso, os portugueses estavam determinados a dominar o
comércio de especiarias e não tinham a intenção de permitir que a concorrência florescesse. Os
árabes também não tinham interesse em permitir que os portugueses quebrassem seu
monopólio sobre as especiarias. Os portugueses haviam começado por insistir em que lhes fosse
dado tratamento preferencial em todos os aspectos do comércio. A carta de D. Manuel I
entregue por Cabral ao governante de Calecute — traduzida pelos intérpretes árabes deste —
pedia a exclusão dos comerciantes árabes. Os comerciantes muçulmanos, acreditando que
estavam prestes a perder suas oportunidades comerciais e sua forma de subsistência,[78] teriam
tentado colocar o governante hindu contra os portugueses. Portugueses e árabes eram muito
desconfiados uns dos outros, em cada ação.[79]

Para o historiador William Greenlee, os portugueses perceberam que "eram poucos em número
e que aqueles que viriam à Índia nas frotas futuras também estariam sempre em desvantagem
numérica; então esta traição deveria ser punida de forma tão decisiva que os portugueses
fossem temidos e respeitados no futuro. Era a sua artilharia superior que lhes permitiria realizar
esse objetivo". Assim sendo, os portugueses estabeleceram um precedente para o
comportamento dos exploradores europeus na Ásia durante os séculos seguintes.[80]

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Retorno a Portugal

Avisos nos relatos da viagem de Vasco da Gama à Índia


levaram o rei D. Manuel I a informar Cabral a respeito de
outro porto, ao sul de Calecute, onde também se poderiam
estabelecer relações comerciais. A cidade em questão era
Cochim, onde a frota desembarcou em 24 de dezembro.[81]
Cochim era nominalmente um território vassalo de Calecute,
assim como também era dominado por outras cidades-
estados indianas. O governante de Cochim estava ansioso
para conseguir a independência da cidade, e os portugueses
estavam dispostos a explorar a desunião indiana — como os
britânicos também fariam 300 anos mais tarde. A tática
acabaria por assegurar a hegemonia portuguesa sobre a
região.[81] Cabral forjou uma aliança com o governante de
Cochim, e com líderes de outras cidades-estados, sendo
capaz de estabelecer uma feitoria. Por fim, carregada de Manuel I de Portugal.
especiarias preciosas, a frota foi para Cananor, a fim de
comerciar uma vez mais antes de partir em sua viagem de retorno a Portugal em 16 de janeiro
de 1501.[74][75][81]

A expedição dirigiu-se para a costa leste da África. Um dos navios encalhou em um banco de
areia e começou a afundar. Como não havia espaço nos demais navios, a carga foi abandonada e
Cabral ordenou que a nau fosse incendiada.[82][83][84] Em seguida, a frota prosseguiu em
direção à Ilha de Moçambique (a nordeste de Sofala), a fim de se prover de mantimentos para
que os navios estivessem prontos para a agitada passagem em torno do Cabo da Boa
Esperança.[85] Uma caravela foi enviada para Sofala — outro dos objetivos da expedição. Uma
segunda caravela, considerada o navio mais veloz da frota e capitaneada por Nicolau Coelho, foi
enviada à frente das demais para dar ao rei o aviso prévio sobre o sucesso da viagem. Um
terceiro navio, comandado por Pedro de Ataíde, separou-se da frota após partir de
Moçambique.[85]

Em 22 de maio, a frota — agora reduzida a apenas dois navios — passou pelo Cabo da Boa
Esperança.[86] Chegaram em Bezeguiche (atual cidade de Dakar, localizada perto de Cabo
Verde), em 2 de junho. Ali, encontraram não só a caravela de Nicolau Coelho como também a
nau comandada por Diogo Dias — que se encontrava perdida por mais de um ano após o
desastre no Atlântico Sul. A nau havia passado por várias aventuras[E] e estava em péssimas
condições, sendo que apenas sete homens doentes e mal-nutridos estavam a bordo — um dos
quais estava tão fraco que morreu de felicidade ao ver seus companheiros novamente.[83] Outra
frota portuguesa também foi encontrada ancorada em Bezeguiche. Após D. Manuel I ter sido
informado da descoberta do Brasil, enviou uma frota menor para explorá-lo. Um de seus
navegadores era Américo Vespúcio (explorador italiano cujo nome designaria a América), que
contou a Cabral detalhes de sua exploração, confirmando-lhe que havia de fato desembarcado
num continente inteiro e não apenas numa ilha.[87]

A caravela de Nicolau Coelho partiu primeiro de Bezeguiche e chegou a Portugal em 23 de junho


de 1501.[88] O navio de Cabral ficou para trás, à espera do navio desaparecido de Pedro de
Ataíde e da caravela que havia sido enviada para Sofala. Ambos os navios acabaram por
aparecer e Cabral chegou a Portugal em 21 de julho de 1501, com os outros navios chegando
durante os dias seguintes.[89] Ao todo, dois navios voltaram vazios, cinco estavam
completamente carregados e seis foram perdidos. No entanto, as cargas transportadas pela frota
geraram lucros de até 800% para a Coroa Portuguesa.[90] Após as especiarias serem vendidas,

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as receitas cobriram os custos de equipamento da frota e dos navios que foram perdidos,
gerando um lucro que por si só excedia a soma total desses custos.[91] "Sem desanimar pelas
perdas sem precedentes que havia sofrido, quando chegou à costa do leste africano, Cabral
seguiu adiante com a realização da tarefa que lhe tinha sido atribuída e foi capaz de inspirar os
oficiais e homens sobreviventes com coragem igual", afirma o historiador James
McClymont.[86] "Poucas viagens para o Brasil e Índia foram tão bem executadas como a de
Cabral", afirmou o historiador Bailey Diffie,[46] para quem a viagem estabeleceu um caminho
entre a abertura imediata "de um império marítimo português da África ao Extremo Oriente", e
mais tarde a um "império terrestre no Brasil".[62]

Últimos anos

Após o retorno de Cabral, D. Manuel I começou a planear


outra frota para fazer a viagem à Índia e para vingar as
perdas portuguesas em Calecute. Cabral foi escolhido para
comandar essa "Frota da Vingança", como era chamada.
Durante oito meses Cabral fez todos os preparativos para a
viagem,[92] mas por razões que permanecem incertas, foi
afastado do comando.[93] Aparentemente, havia sido
proposto dar a um outro navegador, Vicente Sodré, o
comando independente sobre uma parte da frota – e Cabral
se opôs fortemente contra isso.[93][94][95][96] Não se sabe se
foi demitido[95] ou se pediu para ser liberado do cargo,[94]
de qualquer maneira, quando a frota partiu em março de
1502, seu comandante era Vasco da Gama, um sobrinho
materno de Vicente Sodré, e não Cabral.[11][95][96] Sabe-se,
no entanto, que surgiu hostilidade entre as facções que
apoiavam Vasco da Gama e Cabral. Em algum momento, Túmulo de Pedro Álvares Cabral em
Cabral deixou a corte permanentemente. [92] O rei ficou Santarém, Portugal.
muito irritado com a briga, a tal ponto que simplesmente
mencionar o assunto em sua presença poderia resultar no banimento da corte, como ocorreu
com um dos apoiantes de Vasco da Gama.[97]

Apesar da perda dos favores do rei,[93][96] Cabral conseguiu um vantajoso casamento em


1503[97][98] com D. Isabel de Castro, uma nobre mulher rica e descendente do rei D. Fernando
I.[97] Sua mãe era irmã de Afonso de Albuquerque, um dos maiores líderes militares de Portugal
durante a Era dos Descobrimentos.[2][10][97] O casal teve pelo menos quatro filhos: dois
meninos (Fernão Álvares Cabral e António Cabral) e duas meninas (Catarina de Castro e
Guiomar de Castro).[99] Também teriam tido outras duas filhas, chamadas Isabel e Leonor, de
acordo com outras fontes, que dizem também que Guiomar, Isabel e Leonor foram admitidas
em ordens religiosas. O primogênito Fernão teria sido o único dos filhos de Cabral a lhe dar
herdeiros, uma vez que António morreu em 1521 sem se casar.[100] Afonso de Albuquerque
tentou interceder a favor de Cabral e, em 2 de dezembro de 1514, pediu para D. Manuel I
perdoá-lo e permitir seu retorno à corte, mas não obteve êxito.[2][97][101]

Sofrendo de febre recorrente e um tremor (possivelmente resultado de malária) desde sua


viagem,[11] Cabral se retirou para Santarém em 1509. Passou seus últimos anos por lá.[2][96]
Somente informações esparsas estão disponíveis sobre suas atividades durante aquele tempo.
Segundo uma carta régia datada de 17 de dezembro de 1509, Cabral tornou-se parte envolvida
numa disputa por uma transação de terras envolvendo parte da propriedade que lhe pertencia.
[97][102] Outra carta do mesmo ano informa que ele iria receber certos privilégios por um serviço

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militar não divulgado.[7][97] Em 1518, ou talvez antes, foi elevado de fidalgo a cavaleiro no
Conselho do Rei, tendo direito a um subsídio mensal de 2 437 reais.[7][97][101] Isto se somava à
pensão anual concedida a ele em 1497, que ainda estava sendo paga.[7] Cabral morreu de causas
não especificadas, provavelmente em 1520,[11][90][100][101] e foi enterrado no interior da Capela
de São João Evangelista na Igreja do Antigo Convento da Graça de Santarém.[103]

Legado

Reabilitação póstuma

O primeiro assentamento
permanente português na terra
que viria a se tornar o Brasil foi
São Vicente, estabelecido em 1532
por Martim Afonso de Sousa.
Conforme os anos se passaram, os
portugueses foram lentamente
expandindo as fronteiras de sua
colônia para o oeste, conquistando
as terras tanto de ameríndios
Planisfério de Cantino (1502), um dos primeiros mapas ainda
quanto de espanhóis. O Brasil
existentes mostrando o território do Brasil. A linha do Tratado de
havia assegurado grande parte de
Tordesilhas também está representada.
suas fronteiras atuais por volta de
1750, sendo considerado por
Portugal como a parte mais importante de seu vasto império marítimo. Em 7 de setembro de
1822, o herdeiro de D. João VI, o Príncipe Pedro, garantiu a independência do Brasil de
Portugal e tornou-se seu primeiro imperador.[104][105]

As descobertas de Cabral, e até mesmo o local onde foi enterrado, ficaram esquecidos por quase
300 anos desde sua expedição.[104][105] Esta situação começou a mudar no início da década de
1840, quando o Imperador D. Pedro II, sucessor e filho de Pedro I, patrocinou pesquisas e
publicações sobre a vida e a expedição de Cabral através do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro. Isso fazia parte do ambicioso plano do Imperador para incentivar e reforçar um
sentimento de nacionalismo na diversificada sociedade brasileira — dando aos cidadãos uma
identidade e história comuns como residentes do único país de língua portuguesa das
Américas.[106] O início do ressurgimento do interesse em Cabral havia resultado da descoberta
de seu túmulo pelo historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen (mais tarde nomeado
Visconde de Porto Seguro) em 1839.[11][107] O estado completamente negligenciado em que o
túmulo de Cabral foi encontrado quase provocou uma crise diplomática entre Brasil e Portugal
— este último era então governado pela irmã mais velha de D. Pedro II, D. Maria II.[108]

Em 1871, o imperador brasileiro — então em visita oficial à Europa — visitou o túmulo de Cabral
e propôs uma exumação para fins científicos, a qual foi realizada em 1882.[107] Numa segunda
exumação, em 1896, foi autorizada a remoção de uma urna contendo terra e fragmentos de
ossos. Apesar de seus restos mortais ainda estarem em Portugal, a urna foi eventualmente
trazida à Antiga Sé do Rio de Janeiro em 30 de dezembro de 1903.[107] Desde então, Cabral
tornou-se um herói nacional do Brasil.[109] Em Portugal, porém, os autores afirmam que seu
prestígio é ofuscado pela fama de Vasco da Gama.[110][111] Para o historiador William Greenlee,
a viagem de Cabral é importante "não só devido à sua posição na história da geografia, mas por
causa de sua influência na história e economia da época". Embora este autor reconheça que
poucas viagens "tiveram maior importância para a posteridade", diz também que "poucas foram

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menos apreciadas em seu tempo".[112] No entanto, o


historiador James McClymont afirmou que "a posição de
Cabral na história das conquistas e descobertas portuguesas
é inexpugnável apesar da supremacia de homens maiores ou
mais afortunados".[113] Segundo ele, Cabral "será sempre
lembrado na história como o principal, se não o primeiro,
descobridor do Brasil".[113]

Hipótese da descoberta intencional Parte dos restos mortais de Cabral


se encontra em exposição na Antiga
Uma controvérsia que ocupa os estudiosos há mais de um Sé, no Rio de Janeiro.
século é se a descoberta de Cabral foi por acaso ou
intencional. Neste último caso, isso significaria que os
portugueses tinham pelo menos algum indício de que existia uma terra a oeste. A questão foi
levantada pela primeira vez pelo imperador Pedro II em 1854 durante uma sessão do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro quando indagou aos pesquisadores se a descoberta poderia ter
sido intencional.[114]

Até a conferência de 1854, a presunção


generalizada era de que a descoberta tinha sido
um acidente. Obras iniciais sobre o assunto
defendiam esta visão, tais como História do
Descobrimento e Conquista da Índia
(publicado em 1541) de Fernão Lopes de
Castanheda, Décadas da Ásia (1552) de João de
Barros, Crônicas do Felicíssimo Rei D. Manuel
(1558) de Damião de Góis, Lendas da Índia
(1561) de Gaspar Correia,[115] História do Brasil
(1627) de frei Vicente do Salvador e História da
América Portuguesa (1730) de Sebastião da
Rocha Pita.[116] Monumento a Pedro Monumento a Pedro
Álvares Cabral em Álvares Cabral em São
A primeira obra a defender a ideia de Lisboa, Portugal. Paulo, Brasil.
descoberta intencional foi publicada em 1854
por Joaquim Noberto de Sousa e Silva, depois que D. Pedro II iniciou o debate.[117] Desde então,
vários estudiosos apoiaram a ideia, tais como Francisco Adolfo de Varnhagen,[108] Capistrano
de Abreu,[108] Pedro Calmon,[118] Fábio Pestana Ramos[119] e Mário Barata.[120] Para o
historiador Hélio Vianna, "embora haja sinais da intencionalidade" da descoberta de Cabral,
"baseados principalmente no conhecimento ou nas suspeitas anteriores da existência de terras à
beira do Atlântico Sul", não existem provas irrefutáveis que a comprovem.[121] Esta opinião
também é compartilhada pelo historiador Thomas Skidmore.[122] O debate sobre se a
descoberta foi deliberada ou não é considerado "irrelevante" pelo historiador Charles R.
Boxer.[53] Para o historiador Anthony Smith, as alegações conflitantes "provavelmente nunca
serão resolvidas".[123]

Precursores

Há evidências concretas de que dois espanhóis, Vicente Yáñez Pinzón e Diego de Lepe, viajaram
ao longo da costa norte do Brasil entre janeiro e março de 1500. Pinzón foi do cabo de Santo
Agostinho até a foz do rio Amazonas. Ali, encontrou uma outra expedição espanhola, liderada
por Lepe, que chegaria ao rio Oiapoque em março.[124][125] A razão pela qual Cabral é

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considerado o descobridor do Brasil, ao invés de Pinzón,


deve-se ao fato de que a viagem do navegador espanhol
foi breve e não teve, segundo os historiadores luso-
brasileiros, qualquer impacto duradouro. Francisco
Adolfo de Varnhagen,[126] Capistrano de Abreu,[127]
Mário Barata[128] e Hélio Vianna[129] concordam que as
expedições espanholas não influenciaram em nada o
desenvolvimento do que viria a ser a única nação de
língua portuguesa das Américas — com história, cultura e
sociedade únicas, diferenciando-a das sociedades
O Mapa de Juan de la Cosa, datado de hispano-americanas que dominam o resto do continente.
1500, menciona a descoberta do cabo
de Santo Agostinho (Pernambuco) por Embora seja notório que os portugueses não sabiam da
Vicente Yáñez Pinzón, ocorrida em 26 existência do Brasil antes da chegada de Pedro Álvares
de janeiro de 1500. A leste do cabo Cabral — uma vez que a esquadra cabralina pensou ter
aparece desconectada do continente a descoberto uma ilha —, existe uma teoria embasada em
Ilha de Vera Cruz (Ilha descoberta por uma interpretação do livro Esmeraldo de Situ Orbis
Portugal). (1505) que aponta Duarte Pacheco Pereira como o
possível descobridor do Brasil, por ter ele supostamente
comandado uma expedição secreta que teria percorrido a
costa brasileira e o mar do Caribe em fins do século XV. A viagem objetivaria identificar os
territórios que pertenciam a Portugal ou a Castela de acordo com o Tratado de Tordesilhas, de
1494 — Pacheco Pereira participou das negociações do tratado.[130][9][131][132] A possível
existência de uma política de sigilo dos monarcas portugueses foi escrita na primeira metade do
século XX pelo historiador Damião Peres, porém não se sustenta, uma vez que era prática
comum, na ausência de um tratado, reclamar a soberania de uma terra publicitando a sua
descoberta.[130]

Homenagens
Cabral é um dos heróis nacionais brasileiros, sendo homenageado anualmente no dia 22 de
abril. No entanto, a data não é um feriado nacional.[133] Em 22 de abril de 2000, uma série de
eventos promovidos pelo governo brasileiro marcaram as comemorações dos 500 anos do
descobrimento do Brasil, o que gerou fortes protestos dos povos indígenas, além do pedido de
demissão do então presidente da Fundação Nacional do Índio, Carlos Frederico Marés de Souza
Filho.[134]

Em 1900, como parte das comemorações dos 400 anos do descobrimento do Brasil, foi
inaugurado no largo da Glória, no Rio de Janeiro, um monumento de Rodolfo Bernardelli em
homenagem a Cabral.[135] Outras cidades brasileiras também homenagearam o explorador
dando seu nome a vias públicas — a mais notável delas é a Avenida Álvares Cabral em Belo
Horizonte. Existem também várias escolas públicas e outros estabelecimentos privados que
carregam o nome de Pedro Álvares Cabral.

Em Lisboa, foi erguido um monumento em homenagem a Cabral na avenida que recebeu o


nome do explorador na freguesia de Santa Isabel. A estátua, inaugurada em 1940, é uma réplica
da estátua de Bernardelli e foi um presente do governo Vargas ao povo português.[136] Também
inaugurado em 1940 (e reconstruído em 1960), o Padrão dos Descobrimentos em Belém,
Lisboa, representa Pedro Álvares Cabral entre as figuras notáveis da Era dos Descobrimentos.
Do mesmo modo, sua terra natal homenageou-o com uma estátua, assim como a cidade onde se
encontra sepultado.

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A antiga nota brasileira de 1 000 cruzeiros novos


(1967–1970),[137] tinha a efígie de Pedro Álvares Cabral, assim
como a cédula comemorativa de dez reais (2000) e a moeda
de um centavo, que atualmente possui circulação
limitada.[138] Em Portugal, a antiga nota de 100 escudos dos
anos 50 bem como a de 1 000 escudos de 1996 apresentavam
igualmente a efígie de Álvares Cabral, no caso da primeira
acompanhada de uma imagem representativa da descoberta
do Brasil.[139]

Títulos e honrarias
Nobreza

▪ Moço fidalgo em 30 de junho de 1484.


▪ Fidalgo do Conselho do Rei em 1497.
▪ Cavaleiro do Conselho do Rei em torno de 1518.

Honras

▪ Cavaleiro da Ordem de Cristo, concedido em 1497.


Efígie de Pedro Álvares Cabral no
Padrão dos Descobrimentos, em
Dados genealógicos e heráldicos Lisboa, Portugal.

Pouco se sabe ao certo a respeito da vida de Pedro Álvares


Cabral antes ou depois da viagem que o levou a chegar no
Brasil. Acredita-se que tenha nascido em 1467 ou 1468 — o
ano anterior é o mais provável[140][141] — em Belmonte, a
cerca de 30 km de distância da cidade atual da Covilhã no
centro de Portugal.[1][140][4][13]
Efígie na moeda de um centavo
Foi batizado como Pedro Álvares de Gouveia e, só anos mais no Brasil.
tarde, supostamente após a morte de seu irmão mais velho em
1503,[4][142][143] começou a usar o sobrenome do pai.[C][5][14]

Foi um dos cinco filhos e seis filhas [140][4][5] de:

▪ Fernão Cabral, Fidalgo do conselho, 1 º regedor das justiças da Beira (1464), adiantado-
mor da Beira (1464), Coudel-mor do Reino, alcaide-mor de Belmonte. Senhor de juro e
herdade de Belmonte, de Azurara da Beira e de Manteigas.
▪ e de Isabel Gouveia, filha de João, senhor de Gouveia.[144]

De acordo com a tradição familiar, os Cabrais eram descendentes de Carano, o lendário


primeiro rei da Macedônia. Carano era, por sua vez, um suposto descendente de sétima geração
do semideus grego Hércules.[145] Mitos à parte, o historiador James McClymont acredita que
outro conto familiar pode conter pistas para a verdadeira origem da família Cabral. Segundo
essa tradição, os Cabrais derivam de um clã castelhano chamado Cabreiras que possuía um
brasão similar.[146] A família Cabral ganhou destaque durante o século XIV. Álvaro Gil Cabral
(trisavô de Cabral e um comandante militar de fronteira), foi um dos poucos nobres portugueses
a permanecer fiel ao rei D. João I durante a guerra contra o rei de Castela. Como recompensa,
D. João I presenteou Álvaro Gil com a propriedade do feudo hereditário de Belmonte.[1][140][99]

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O brasão de armas de sua família foi elaborado com duas


cabras roxas em um campo de prata. Roxo representa
fidelidade e as cabras derivam do nome de família.[140] No
entanto, apenas seu irmão mais velho tinha o direito de fazer
uso do brasão da família.[147]

Ver também
▪ Pedro Álvares Cabral (monumento)
▪ Descobrimentos portugueses
▪ História do Brasil
▪ Pero Vaz de Caminha

Notas de rodapé Miniatura de Cabral encimado


com brasão de Armas de Portugal
A. ^ Seu nome foi escrito durante sua vida como "Pedro e em baixo com o brasão familiar
Álvares Cabral", "Pero Álvares Cabral", "Pedr'Álváres dos Cabrais.
Cabral", "Pedrálvares Cabral", "Pedraluarez Cabral",
entre outros. Estas variações ortográficas continuam a ser utilizadas. Este artigo usa a
grafia mais comum.[145][148][149][150][151]
B. ^ As origens mais remotas do Império Português datam da acessão ao trono de D. João I
em 1385 e às subsequentes guerras de conquista ao norte da África lideradas por ele e às
expedições feitas por seu filho, D. Henrique. A fundação do Império Português, no entanto,
esteve firmemente conectada com a reivindicação mais substancial do território que viria a
se tornar o Brasil e com o estabelecimento de relações comerciais na Índia.[152]
C. ^ "O nome usado na sua nomeação como comandante-chefe da frota para a Índia também
é Pedralvares de Gouveia". —William Brooks Greenlee.[8]
D. ^ Outras fontes fornecem números que variam entre 20 e 70 portugueses feridos ou
assassinados.[76]
E. ^ Ao seguir uma rota muito à leste daquela de seus companheiros, Dias se tornou o
primeiro europeu a avistar a ilha de Madagascar. Fez amizade com seus habitantes e
embarcou de volta para o litoral africano. As tentativas subsequentes de Dias em encontrar
a frota principal culminaram em sua navegação pelo Cabo Guardafui e pelo Golfo de Áden,
águas até então inatingíveis por navios portugueses. Preso por ventos contrários, Dias
passou vários meses devastadores na região, tendo sido atingido por tempestades,
atacado por piratas e, finalmente, desembarcado na costa da Eritreia, numa busca
desesperada por água e comida para a sua tripulação, que morria rapidamente. Dias
finalmente conseguiu fazer a difícil viagem rumo ao sul, contornando a costa leste da
África, ao redor do Chifre da África e de volta ao noroeste do continente, onde reencontrou
novamente a frota de Cabral, após mais de um ano de separação.[153][154][155]

Referências
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da Graça, compreendendo
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