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Direito Administrativo- Bruno Betti

Visão Detalhada Sobre Origem, Conceito E


Objeto Do Direito Administrativo
Fala pessoal, tudo bem? Prazer, meu nome é Bruno Betti e sou professor
do Curso Ênfase, de Direito Administrativo. Hoje, vou estar aqui com
você nesta unidade de aprendizagem para estudarmos um tema inicial do
Direito Administrativo, mas extremamente importante, com perguntas
pontuais nas nossas provas. O nosso tema é: Origem, conceito e objeto do
Direito Administrativo.

Para iniciarmos o nosso tema, eu quero começar com você, te fazendo uma
pergunta provocadora: 

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Pessoal, no decorrer da nossa aula certamente, ao final dela, você saberá a
resposta. 

Antes de chegarmos à resposta dessa pergunta, eu quero ver com você o


nosso primeiro tópico. Se você está no caderno ou se você está no seu
computador, faça o nosso tópico número 1, o tópico do conceito.

Qual é o conceito de Direito Administrativo?

O conceito de Direito Administrativo evoluiu no tempo e depende do marco


teórico e do marco filosófico que eu vou adotar para o conceito.

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O nosso primeiro marco, 1.1, eu tenho para você o conceito de Direito
Administrativo por meio da Escola do Serviço Público, também conhecida
como Escola Bordeaux, cai muito isso em prova. O conceito de Direito
Administrativo, Escola do Serviço Público também é conhecida como Escola
Bordeaux.

Tem dois grandes expoentes da Escola do Serviço Público e da Escola


Bordeaux, que é exatamente Leon Duguit e Gaston Jèze. São dois grandes
expoentes do conceito de Direito Administrativo por meio da Escola do
Serviço Público.

De acordo com esse conceito, o Direito Administrativo é aquela ciência


jurídica que analisa a prestação de um serviço público e que tem por objeto a
prestação de um serviço público. Essa Escola de Serviço Público surge no
Direito Francês, surge na França, e vai remeter ao marco de origem do Direito
Administrativo, ao marco do Caso Blanco, que daqui a pouco eu vou explicar
para você.

Nesse primeiro momento em que eu trago o conceito do Direito Administrativo


por meio da Escola do Serviço Público, eu quero que você anote isso,
também conhecida como Escola Bordeaux e tem como grandes expoentes
Leon Duguit e Gaston Jèze. Veja, o Direito Administrativo é a
ciência que tem por objeto o estudo do serviço público. Envolveu serviço
público é conceito de Direito Administrativo, é Direito Administrativo.

Trata-se de um conceito importante na história do Direito Administrativo, mas


que, hoje, se encontra um pouco defasado. Afinal, a administração pública
presta outras atividades que não o serviço público.

Coloque no seu caderno, o 1.2, o critério do Poder Executivo. Ora, critério do


Poder Executivo o próprio nome já nos diz. Pelo critério do Poder Executivo, o
Direito Administrativo são as atividades desenvolvidas pelo Poder Executivo,
excluindo o Poder Judiciário e o Poder Legislativo.

Certamente esse é um conceito que teve importância no Direito


Administrativo, mas, hoje está defasado e nem deve ser pensado mais, hoje,
em Direito Administrativo. Tanto o Poder Judiciário, quanto o Poder Legislativo
praticam uma atividade administrativa fruto do Direito Administrativo. Pense,
há licitações, contratos e concursos públicos. O Legislativo e o Judiciário

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fazem concursos públicos, fazem licitação e celebram contratos. Realizam,
portanto, a atividade administrativa. Então, o conceito do critério do Poder
Executivo não pode prevalecer.

No nosso 1.3, o nosso terceiro critério de conceito é o critério das relações


jurídicas. Por esse critério o Direito Administrativo é o conjunto de princípios
que vai analisar as relações jurídicas entre administração e administrado. Tem
por objeto as relações jurídicas entre administração e administrado. É um bom
conceito, mas também não é um conceito completo, pois a administração
pública também se relaciona com terceiros, que não são considerados
administrados e que não estão sobre o seu foco.

Também há atos da administração pública, há atos administrativos que vão


recair sobre terceiros estranhos a uma relação jurídica celebrada entre
administração e administrado, mas se trata de um conceito interessante.

Coloque no seu caderno, conceito 1.4, o critério teleológico. Em direito,


quando eu falo com você e quando se fala em critério teleológico, uma
interpretação teleológica, busca-se as finalidades. Falar em um critério
teleológico, falar em uma interpretação teleológica, é falar no estudo e na
análise das finalidades daquele instituto, nas finalidades daquele direito e nas
finalidades daquela interpretação daquela norma.

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Portanto, observe que o conceito de Direito Administrativo pelo critério
teleológico é aquele que busca estudar as finalidades do Direito
Administrativo, as finalidades de utilidade pública. Portanto, o critério
teleológico busca os fins de interesse público e os fins de utilidade pública no
Direito Administrativo.

Chegamos aos dois últimos critérios que eu entendo como importantes e já


cobrados em prova sobre o conceito de Direito Administrativo.

O critério 1.5 é o critério negativo ou o critério residual. Para esse critério o


Direto Administrativo é tudo aquilo, excluído a atividade jurisdicional e a
atividade legislativa. Pelo critério 1.5, pelo critério residual negativo, o Direito
Administrativo é tudo aquilo, quando eu excluo a atividade legislativa e
atividade jurisdicional.

Olha, não é verdade, excluir a atividade legislativa e a atividade jurisdicional,


tudo aquilo que sobra é alvo do Direito Administrativo?

Não é verdade. A gente sabe muito bem disso.

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Portanto, eu chego no critério mais aceito hoje pela doutrina. O mais
importante o critério de administração pública. Por este critério o Direito
Administrativo é a ciência jurídica que tem por objeto o estudo da
administração pública.

Ora, mas amplie o seu conceito de administração pública. Pelo critério da


administração pública eu vou ter duas administrações públicas, eu vou ter
uma administração pública subjetiva, formal e orgânica, a mesma coisa,
administração pública no sentido subjetivo, formal e orgânico, ou ainda
administração pública no sentido objetivo, material e funcional. Em razão
disso, eu quero que você observe e não erre essa questão.

NÃO ERRE

A administração pública no sentido subjetivo, formal e orgânico, quer dizer


uma coisa que eu vou te dizer. A administração pública no sentido objetivo,
material e funcional, por sua vez, quer dizer um outro sentido de
administração.

Uma dica para você: Quando te perguntarem no sentido subjetivo, você não
vai errar, porque quando fala em sentido subjetivo logo você atrela a um
sujeito, você atrela a uma pessoa e está certo. O problema é quando te
perguntarem sobre o sentido aqui formal e sobre o sentido orgânico. Esse é o
grande problema e você tem que memorizar tudo de uma vez, sentido

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subjetivo, formal e orgânico. Crie uma sigla, SFO – subjetivo, formal e
orgânico.

Anota, a administração pública no sentido subjetivo, formal e orgânico se


refere aos sujeitos que exercem a atividade administrativa. A administração
pública se refere aos sujeitos que exercem a atividade administrativa.

Anota, quem são esses sujeitos que exercem a atividade administrativa?

São as pessoas jurídicas, são os órgãos públicos e são os agentes públicos.


Então, a administração pública em um sentido subjetivo, formal e orgânico
referem-se aos sujeitos que exercem a atividade administrativa.

Quem são os sujeitos?

As pessoas jurídicas, os órgãos públicos e os agentes públicos.

No sentido objetivo, material e funcional, anota, a administração pública


refere-se às atividades desenvolvidas pelos sujeitos administrativos. Olha
para você ver, a administração pública em sentido objetivo, material e
funcional refere-se às atividades desenvolvidas pelos sujeitos administrativos.

Ora, você tem que saber quais são as atividades desenvolvidas por
esses sujeitos administrativos?

Quatro atividades básicas desenvolvidas pela administração pública. Primeiro,


a atividade de fomento, que é a de incentivo. É a atividade de dar incentivo,
fomento, de incentivar determinada atividade econômica ou determinado
serviço público. É dar, por exemplo, benefícios fiscais, isso é uma atividade
administrativa de fomento. A atividade das agências reguladoras que regulam
determinados mercados no intuito de aquecer e no intuito de borbulhar aquele
mercado, que ele se movimente. É atividade de fomento e é administração
pública ali.

Segunda atividade desenvolvida pela administração pública, pelos sujeitos, a


intervenção, que se trata de prerrogativa da administração pública de intervir
em determinados setores. Nesse sentido, três súmulas são importantíssimas
para nós, a Súmula 19 do STJ, a Súmula Vinculante 38 do STF e a Súmula
Vinculante 39 também do STF, porque se é vinculante, só pode ser do STF.

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A Súmula 19 do STJ fala que compete à União fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento bancário. Ora, isso é atividade intervenção
e a União vai definir o horário de funcionamento de agências bancárias e de
estabelecimentos bancários.

Agora, observe, a Súmula Vinculante 38 do Supremo fala que


estabelecimentos comerciais em geral, a competência para fixar o horário é
competência do Município. Olha para você ver, a Súmula 19 do STJ e
Vinculante 38 do STF se complementam. A 19 fala que compete à União
estabelecer o horário de funcionamento dos estabelecimentos bancários,
mas, por outro lado, a Vinculante 38 do Supremo estabelece que compete ao
Município o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais em
geral.

A Súmula Vinculante 39 fala que leis que proíbam instalação de


estabelecimentos comerciais de uma mesma natureza, numa mesma região,
essa lei é inconstitucional, pois fere a livre iniciativa e livre concorrência. Não
pode o Município editar uma lei proibindo que duas farmácias se instalem uma
perto uma da outra. Fica excepcionado, não tem um julgado muito firme do
STJ, o posto de gasolina, porque posto de gasolina envolve segurança
pública. Tirando o posto de gasolina, não pode uma lei proibir que duas
farmácias, duas padarias, quatro farmácias, cinco padarias fiquem todas na
mesma região.

Então, está aí, o conceito de administração no sentido subjetivo, formal e


orgânico ou objetivo, material e funcional.

Veja, ainda, são duas atividades que a gente viu de administração pública, a
atividade de fomento e a atividade de intervenção. As outras duas atividades
são tranquilas, que é a atividade de polícia administrativa, que você estuda no
poder de polícia e o serviço público, que você estuda na matéria serviço
público.

Então, está aí, o nosso conceito de administração pública. Cuidado, isso é


muito bom para cair em prova. Esse é o conceito, hoje, do Direito
Administrativo mais defendido pela doutrina.

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Qual é a origem do Direito Administrativo?

Neste nosso tópico de número 2, eu respondo para você a nossa pergunta


provocadora.

O Direito Administrativo tem como marco a Revolução Francesa de 1789,


salvo engano. A Revolução Francesa traz marcos liberais e no âmbito da
Revolução Francesa, no âmbito de um caso específico, este caso, Caso
Blanco, em que uma criança de 5 anos, Agnes Blanco, é atropelada por uma
vagoneta da Companhia Nacional de Manufatura de Fumo. Essa criança é
atropelada e gera um conflito sobre a responsabilidade do Estado, gera um
conflito sobre o Tribunal de Cassação, que se trata de um tribunal da
jurisdição comum e um conflito entre a Corte que julga os casos
administrativos.

Diante desse conflito, o Tribunal de Conflitos que resolve o caso, entendeu


pela competência da Corte que julga os casos administrativos. Então, o Caso
Blanco é o caso que marca a origem do Direito Administrativo.

A Lei do 28 pluviose do ano VIII de 1800 trata da certidão de nascimento do


Direito Administrativo, no que tange a aspectos normativos.

CONTEÚDO IMPORTANTE
Temos um conteúdo importante que nós não podemos deixar de estudar.
Conteúdo importantíssimo, os sistemas administrativos.

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O Sistema de Jurisdição Una, e não uma, ou também chamado de sistema
inglês americano ou também o Sistema de Dualidade de Jurisdição, sistema
francês ou também chamado de contencioso administrativo.

Pelo Sistema de Jurisdição Una, o Poder Judiciário tem a competência para


processar e julgar os casos tanto administrativos, quantos casos comuns.
Tantos casos que envolvam a administração pública como os não. Trata-se do
sistema brasileiro em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição,
consagrado no artigo 5º, eu tenho o Sistema de Jurisdição Una adotado no
Brasil.

Por outro lado, o Sistema de Dualidade de Jurisdição, sistema francês da


França e Espanha, são sistemas de dualidade de jurisdição. Há um Tribunal
Administrativo e há um Tribunal de Jurisdição Comum. O Tribunal
Administrativo, casos que envolvam a administração pública e o Tribunal
Comum que envolvam casos normais, que não envolvam a administração.

Qual é o brasileiro?

Sistema de Jurisdição Una. É o sistema em inglês, anglo-saxão.

Está aí, o objeto do Direito Administrativo, como eu te disse, é a administração


pública, seja entendida como uma função administrativa, seja entendida como
a organização administrativa, os órgãos e pessoas jurídicas.

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NÃO ERRE

As fontes do Direito Administrativo por uma doutrina majoritária são fontes do


Direito Administrativo a lei, que é a fonte primária e deve ser interpretada
como uma forma mais ampla possível, abarcando também os atos normativos
e as demais fontes: Doutrina, jurisprudência, costumes e os precedentes
administrativos.

Nessa nossa unidade de aprendizagem, eu passei com você no conceito, no


objeto e fontes do Direito Administrativo, na origem do Direito Administrativo.
Ficamos por aqui e um grande abraço.

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