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AULA 5 NEUROFISIOLOGIA I – SÍNDROMES CEREBELARES

Divisão funcional:

Outra forma de dividir o cerebelo é de acordo com a


função de cada região. Comparando a divisão
anatômica com a funcional, consegue-se fazer um
paralelo (observe a tabela).

O cerebelo está relacionado ao controle do


movimento, tempo de movimento e na integração de
movimentos. Mas ele não trabalha sozinho essa
função de controle de movimento é distribuída por
todo sistema nervoso central, o cerebelo se integra
com o córtex motor, gânglios da base e sistema
vestibular.

Qualquer lesão no cerebelo gera distúrbios


envolvendo a coordenação e velocidade de
movimento

Divisão anatômica do Cerebelo:

• O lobo anterior está relacionado com o


Espinocerebelo (1ª divisão funcional no cerebelo), é
uma região mais central, compreendendo o verme e a
zona intermediária (localizada entre o verme e os
hemisférios laterais). O Espinocerebelo está
relacionado com a função de coordenação de
movimento das porções distais dos membros,
especialmente mãos e dedos e, também, regula o
tônus e a postura.

• Já o lobo posterior ele se relaciona com o


Cérebrocerebelo, a região está relacionada com o
planejamento dos movimentos voluntários
sequenciais.
• É possível dividir em dois hemisférios, chamados de • E o lobo flóculo-nodular se relaciona com o
hemisférios cerebelares, que são as porções laterais Vestibulocerebelo, o qual tem a função de
ao centro do cerebelo. manutenção da postura e do equilíbrio.
• O centro do cerebelo é o Verme ou vérmis, que Com essa associação entre a divisão anatômica e a
conecta os hemisférios cerebelares. funcional conseguimos compreender algumas
disfunções que ocorrerão a depender da região tanto
• Outra divisão anatômica é em lobos: lobo anterior,
anatômica quanto funcional acometidas.
posterior e flóculo-nodular.
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Vias Espinocerebelares coordenação de extremidades (dismetria),


movimentos oculares desordenados (nistagmo),
O Espinocerebelo recebe aferências da medula distúrbios da fala (disastria), decomposição de
espinal (vias Espinocerebelares anteriores e movimento e tremor.
posteriores), além de aferências visuais e auditivas.
• Ataxia é o distúrbio de movimento comum a todas
as lesões do cerebelo. Então, a ataxia que é uma
incoordenação de movimento, vai estar presente em
todas as lesões de cerebelo, contudo de formas
diferentes dependendo da região.

A região do espinocerebelo vai receber aferências da


medula espinal através de tratos espinoscerebelares,
localizados anteriormente e posteriormente à medula
espinal, além disso o espinocerebelo, também, recebe Quando o paciente apresentar uma lesão na linha
aferências visuais e auditivas. média cerebelar (verme cerebelar) ele vai ter uma
O trato espinocerebelar anterior e posterior levam ataxia de tronco. Já se a lesão for paralela ao verme
informações de proprioceptores e informações de (lesões paravérmicas) o paciente terá como disfunção
atividades de interneurônios da medula espinhal. A uma ataxia de marcha. E se a lesão for nas regiões
função dessas vias está relacionada com toda laterais (hemisférios cerebelares) ele então apresenta
atividade motora de coordenação que acontece de ataxia de membros inferiores e superiores.
forma inconsciente, todo processo automático de
ajustes de movimento do nosso corpo está Ataxia de tronco → lesões na linha média cerebelar
relacionado com essas vias. (verme cerebelar)

Ex: correr, andar de bicicleta… Ataxia de marcha → lesões paravérmicas (paralela ao


verme)

Ataxia de membros inf. e sup. → lesões laterais (nos


hemisférios cerebelares)

→ Lesões Cerebrocerebelares (zona lateral):

Quando a lesão é na região cerebrocerebelar (zona


lateral do cerebelo) as disfunções clínicas esperadas
são:

Correlação anatômica e disfunções • Ataxia de membros inf. e sup.

clínicas: • Hipotonia: redução tônica muscular

• De maneira geral, a síndrome motora cerebelar é • Disdiadococinesia: perda a capacidade de alternar


caracterizada pelo comprometimento da marcha, da os movimentos rapidamente
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Observe o gráfico, a pessoa com um movimento O paciente apresenta disfunções como:


normal é rápido e alternado, já o anormal ela perde
• Ataxia de tronco
essa capacidade.

• Dismetria: incapacidade de realizar o movimento


com precisão dentro de uma determinada distância
• Nistagmo: que são movimentos oculares anormais.
que foi pretendida
E há três formas de ocorrer: horizontal (movimentos
Como mostra na imagem, a pessoa pensa na forma horizontais dos olhos), vertical (movimento superior e
que ela vai executar o movimento, mas durante o inferior dos olhos) e rotatório (movimentos
movimento ela observa que a precisão dela foi rotacionais dos olhos)
incapaz.

OBS: na imagem à direita vemos um nistagmo vertical


apenas do olho esquerdo
• Decomposição de movimento: o indivíduo não
consegue realizar o movimento de forma harmônica, • Fraqueza muscular
ou seja, ele decompõe o movimento como isolados.
Um movimento que parece simples, mas ele não
consegue executar esse movimento de forma integral. → Lesões Espinocerebelares (zona intermédia):

Ex: você solicita o paciente de pegar um lápis


utilizando o dedo indicador e o polegar, e esse
paciente vai primeiro fletir o dedo indicador sobre o
lápis e depois ele faz o movimento com o polegar. O As disfunções são:
normal é fazer um movimento “único”, utilizando
ambos os dedos • Ataxia de marcha: a marcha cerebelar é uma
marcha cambaleante, oscilante e ebriosa. O paciente
• Tremor de intenção: tremor presente durante os não tem predileção de lados e ele alarga a sua base
movimentos voluntários durante a deambulação

→ Lesões Vestibulocerebelares (zona medial):


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• Disartria: alteração de fala, sendo mais lenta e que algumas partes do cerebelo alcançam o canal
trabalhosa. O paciente varia a frequência e espinhal, comprimindo-o.
intensidade da sua fala, com palavras mais
decompostas.

RESUMINDO:

Quadro: Tipos de lesões x disfunções:

Nessa imagem da direita mostra a do tipo I, que há


uma protusão caudal das tonsilas cerebelares, de
forma que algumas partes do cérebro vão alcançar o
canal da medula espinhal e comprimir essa região e
com isso o paciente vai apresentar os sintomas
descritos:
Doenças relacionadas a lesões
- Cefaleia
cerebelar:
- Distúrbios visuais

→ Mal formação de Arnold Chiari: - Disfagia

Uma anomalia congênita caracterizada por herniação - Fraqueza de extremidades


de estruturas cerebelares até a parte cervical da
- Parestesia
medula espinal, subdivididas em 5 tipos:
- Ataxia da marcha
• Tipo 0: alteração da heterodinâmica do líquido
cefalorraquidiano no nível do forame magno. - Espasticidade
• Tipo I: herniação caudal das tonsilas cerebelares - Alterações respiratórias como apneia, apneia do
maior que 5 mm, através do forame magno. sono e dispneia ao esforço. Por isso o tipo I é
considerado mais grave.
• Tipo II: herniação das tonsilas, verme cerebelar,
porção inferior do bulbo e 4° ventrículo.

• Tipo III: herniação do cerebelo e tronco encefálico → Doença de wernicke-korsakoff:


contido de uma meningocele cervical alta.
Ela é caracterizada por sinais e sintomas
• Tipo IV: hipoplasia grave ou aplasia de cerebelo, neuropsiquiátricos que resultam de uma deficiência
sem herniação. nutricional em tiamina (vitamina B1, relacionada com
a formação de alguns neurotransmissores).
OBS: as mais incidentes são as do tipo I e tipo II.
Fatores etiopatogênicos que geram a deficiência
Dentre os 5 tipos se destaca o tipo I, pela gravidade nutricional dessa vitamina (tabela 1): alcoolismo
de seus sintomas: cefaleia, distúrbios visuais, disfagia, crônico, cirurgia bariátrica, drogas e compostos
fraqueza de extremidades, parestesia, ataxia da químicos, déficit de magnésio, diálise, mal nutrição,
marcha, espasticidade e alterações respiratórias como quimioterapia e cancro, AIDS e vômitos recorrente.
apneia, apneia do sono e dispneia ao esforço. Devido
a protrusão caudal das tonsilas cerebelares de forma
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são lentamente progressivos e em sua grande maioria


é observado a atrofia do cerebelo.

As causas das ataxias espinocerebelares vão estar


relacionadas com a transmissão familiar hereditária,
podendo ser apresentada uma herança autossômica
recessiva (quando o paciente vai herdar uma cópia
mutante do gene de ambos os pais) ou autossômica
dominante (quando o paciente recebe uma cópia de
um gene mutante de um dos pais que também será
Em consequência a isso haverá lesões mais frequentes afetado pela doença).
que se encontram no núcleo talâmico dorso medial,
nos corpos mamilares (do diencéfalo), na substância → Ataxia espinhal e cerebelar hereditária de
cinzenta peri-aquedutal e no verme superior do Friedreich
cerebelo.
É a forma mais comum de ataxia hereditária
Na fase aguda, pode ocorrer a encefalopatia de (autossômica recessiva), caracterizada por alterações
Wernicke que vai ter como características: estado degenerativas, principalmente na metade posterior da
confusional agudo, ataxia, nistagmo e oftalmoparesia medula espinal e no cerebelo.
(paresia de um ou mais músculos extraoculares).
Do ponto de vista neuropatológico, observa-se atrofia
principalmente dos cordões posteriores da medula
espinal, dos feixes cerebelares e muitas vezes do
feixe corticoespinal da medula.

Manifestação clínica: ataxia de membros e do


tronco, ausência de reflexos profundos (arreflexia),
disartria, fraqueza e perda de sensibilidade em fases
mais tardias da doença.

Com a progressão desse processo patológico a → Ataxia cerebelar hereditária de Marie e


encefalopatia pode progredir para um quadro crônico Sanger Brown
como a síndrome de korsakoff, que vai ser marcado
por uma amnésia anterógrada (incapacidade de Menos comum (autossômica dominante),
formar novas memórias) e confabulação (produção caracterizada como alterações patológicas que
de memórias fantasiosas, falsas e distorcidas). incluem atrofia geral do cerebelo, perda de células
nos núcleos denteado e olivar e perda de fibras nos
pedúnculos cerebelares e fibras pontocerebelares
Ataxias Espinocerebelares (SCAs) transversas.

Grupo de doenças hereditárias autossômicas que Além disso há degeneração dos tratos
cursam com degeneração do cerebelo e de algumas espinocerebelares na medula espinal e alterações
regiões que se conectam com ele. degenerativas de diversos nervos cranianos.

São classificadas pelo tipo de herança e pelo gene Manifestação clínica: ataxia de marcha seguida de
causador. São mais de 30 tipos, mas de forma geral ataxia de membros superiores, atrofia óptica, ptose,
elas têm algumas características em comuns, como o paralisias oculomotoras, hiperreflexia e em alguns
início das manifestações ocorre na fase adulta (entre casos clônus.
30/40 anos de idade aproximadamente), os quadros
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→ Doença de Machado-Jpseph A marcha característica é a talonante ou tabética,


que é quando o paciente levanta o membro inferior
É uma ataxia espinocerebelar bastante rara, de forma muito abrupta e devolve ao solo com muita
conhecida como SCA 3. É uma doença progressiva e força também, devido a essa alteração proprioceptiva
autossômica dominante, onde o paciente apresenta existente.
uma atrofia progressiva do cerebelo.

Os achados patológicos distinguem a doença de


Machado-Joseph de outras ataxias cerebelares
autossômicas dominantes, pois as regiões das olivas e
do córtex cerebelar serão poupadas da atrofia

Manifestação clínica: disartria, disdiadococinesia,


oftalmoplegia, hipotonia, tremor de intenção,
marcha atáxica, disfagia e fasciculações de língua.
↠ Ataxia vestibular
➥ Existem também ataxias que não estão
associadas às lesões cerebelares:

Ataxia nem sempre se deve às lesões cerebelares!

↠ Ataxia sensorial

Comprometimento do sistema vestibular,


apresentando nistagmo, vertigem e náuseas.

A marcha é em estrela, pois quando


ele deambula ele tem uma
tendência a queda para o lado da
lesão do sistema vestibular.
O paciente apresenta comprometimento da Tendência à lateralização na queda.
sensibilidade cinético postural devido alterações da
sensibilidade profunda que rege o sentido das OBS: diferentemente da ataxia cerebelar, já que a
posições e deslocamento dos segmentos corporais, queda pode acontecer para qualquer lado.
ele terá alteração da propriocepção consciente e da
sensação vibratória. ↠ Ataxia frontal
O paciente é capaz de ficar de pé com os pés juntos
de forma firme com os olhos abertos, mas se ele
fechar os olhos ele perde o equilíbrio (uma das formas
de diferenciar a ataxia sensorial da cerebelar = sinal
de ROMBERG).

Outro tipo de teste a ser feito é avaliar a


propriocepção, a sensação vibratória e o reflexo do
Ocorre devido ao comprometimento no
tornozelo que vai estar diminuído ou ausente.
planejamento motor que pode ser gerado por uma
lesão no córtex frontal devido ao infarto subcortical,
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tumor ou hematoma subdural. Refletindo em uma contrária ao movimento de flexão e repetidamente irá
falta de integração entre o córtex cerebral frontal, os liberar essa força.
gânglios da base e o cerebelo.

O paciente tem uma dificuldade para iniciar o


movimento da marcha

A marcha característica é a pequenos


passos, na qual o paciente tem um
andar vagaroso, com passos curtos e
arrastando seus pés.
Em um paciente com síndrome cerebelar o
movimento do antebraço vai continuar sem controle e
se o fisioterapeuta não evitar esse movimento o
antebraço do paciente pode bater na própria face.
RELEMBRANDO AS MARCHAS PATOLÓGICAS:

→ Coordenação
Para avaliar há alguns testes: index-index, index-nariz
e index-dedo do terapeuta.

Avaliação fisioterapêutica:
Domínio estrutura e função

Sempre relacionando o domínio estrutura e função do


corpo. a) Index -index (dedo com dedo): primeiro o paciente
abduz na horizontal o seu ombro e tenta unir os dois
→ Tônus muscular dedos indicadores.
A avaliação do fisioterapeuta vai investigar se há
b) Index-nariz: o paciente tenta levar o dedo
hipotonia e para isso irá mover um membro
indicador na ponta do seu nariz.
passivamente e observar se a amplitude de
movimento está aumentada e se existe uma
c) Index-dedo do terapeuta: o fisioterapeuta se
resistência mínima ou nula oposta ao movimento que
posiciona na frente do paciente colocando o dedo
está sendo realizado. Caracterizando se então há
indicador em uma determinada posição e pedindo
hipotonia ou se o tônus está normal.
que o paciente vá ao seu encontro tocando com o
dedo indicador, em direção ao dedo do fisioterapeuta.
→ Teste de Stewart-Holmes
Para avaliar o controle do movimento, o Em um paciente com disfunção cerebelar, observa-se
fisioterapeuta vai fletir o cotovelo do paciente em 90°, tremor de intenção e dismetria.
aproximadamente, vai impor uma resistência
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d) Calcanhar-joelho: Outro teste para avaliar


coordenação motora. O paciente fica em supino e é
↠ Teste de TUG (timed up and go):
pedido para que ele tente colocar o calcanhar de uma
perna na região anterior da perna oposta e depois Utilizado para determinar característica referentes a
deslizar na região crânio-caudal o calcanhar. Ou seja, marcha do paciente e riscos de queda.
do joelho em direção ao pé.
Ele avalia a velocidade da execução de alguns
movimentos: levantar de uma cadeira, caminhar 3m,
virar 180°, caminhar de volta e sentar na cadeira.

Os pacientes com síndromes cerebelares o paciente


tenta flexionar o quadril, depois flete o joelho e na
sequencia ele tenta p deslizar. Ele decompõe o
Tudo isso caracteriza um conjunto de ações
movimento, ao invés de fazer uma tríplice flexão com
fundamentais para que esse paciente consiga se
o movimento sinérgico.
movimentar de forma independente.

→ Teste de força muscular Alguns fatores podem afetar o desempenho dos


movimentos, como o tempo de reação, a força
a) Teste de 1RM (1 repetição máxima): que é a carga muscular dos membros inferiores, o equilíbrio e a
máxima que esse paciente consegue mover ao longo facilidade da marcha.
de uma amplitude de movimento disponível.
Existe uma pontuação (score) para esse teste para
relacionar a marcha com risco de quedas. Quanto
b) Teste de 10RM (10 repetições máximas): que são menor o tempo para realização do teste, menor a
10 repetições máximas ao longo da ADM. Definida alteração de marcha e consequentemente menor o
como a quantidade de peso que ele vai conseguir risco de queda. Logo, quanto maior o tempo para
fazer 10x ao longo da ADM. realização do teste, maior a alteração da marcha e
maior risco de queda.
c) Força muscular respiratória: É importante avaliar a
força muscular respiratória, tanto dos músculos
inspiratórios quanto dos expiratórios, e para isso é ↠ Teste de sentar-levantar cinco vezes (TSLCV)
utilizado o manovacuômetro (que avalia as pressões
PLmáx e PEmáx)

Mede o tempo que o paciente leva para se levantar


por cinco vezes o mais rápido possível a partir de uma
posição sentada.
→ Domínio atividades
Ele avalia a força dos membros inferiores, controle
Testa o domínio que o paciente tem sobre de equilíbrio, risco de queda e capacidade para
determinadas atividades exercícios físicos.
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↠ Teste dos 9 pinos nos buracos (9 – hole peg test) ↠ Escala cooperativa internacional para avaliação
das ataxias (ICARS)
Consiste na colocação de 9 pinos em 9 buracos e logo
em seguida o paciente retira todos os pinos o mais Vai ajudar na avaliação da gravidade e progressão
rápido possível. das ataxias.

Avalia o controle e coordenação das forças geradas Composta por 19 itens e é dividida em 4 subescalas:
na interação entre dedos-objetos.
(1) posturas e distúrbios da macha (1-7, pontuação 0-
34);

(2) funções cinéticas (8-14, pontuação 0-52);

(3) distúrbios da fala (15-16, pontuação 0-8);

(4) distúrbios oculomotores (17-19, pontuação 0-6).

A pontuação máxima é de 100 pontos.


↠ MiniBESTest (balance evaluation systems test)

Tem como objetivo ajudar na identificação dos


subsistemas do controle postural que podem ser
responsáveis pela alteração do equilíbrio funcional do
paciente, para que o tratamento possa ser
direcionado aos subsistemas mais envolvidos no
déficit do equilíbrio.

Na realização do teste os pacientes devem estar com


sapatos sem salto ou descalços e se ele precisar de
um dispositivo de auxílio ou assistência física para
completar um item, deve-se pontuar esse ítem na
categoria mais baixa (nota 0).

São 14 itens avaliados.

OBS: na parte de funções cinéticas, o teste joelho-


tíbia é pontuado de 0 a 4 como podemos observar.

Intervenção fisioterapeuta

→ Treinamento da instabilidade postural:

OBS: Acima temos exemplificado os 4 primeiros itens


que são avaliados. Ao lado tem as pontuações,
quando é normal, pontua 2, moderado, pontua 1 e
grave 0
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Acima visualizamos um circuito para treinamento de


marcha, juntamente com equilíbrio. Utilizando pistas
visuais e sensoriais. No lado direito observamos que o
paciente pode fazer o circuito andando de frente, de
costas, com marcha lateral, passando por cima de
obstáculos, andando em 8, com um pé na frente do
outro, ou seja, de diversas formas, onde podemos
Onde o fisioterapeuta pode trabalhar no equilíbrio trabalhar a marcha e o equilíbrio, de forma conjunta.
estático, dinâmico, reativo e equilíbrio durante
atividades funcionais.
→ Fortalecimento muscular (prescrição de carga
Podendo avaliar a variação de postura, de superfícies pelos testes 1RM ou 10RMs)
de suporte, treinando o alcance de objetos, receber
objetos, chutar, se erguer, atividades funcionais com Para ganho de força muscular a prescrição da carga
tarefas duplas (atividades de dupla tarefa – ex: vai ser baseada nos testes de 1RM ou 10RM.
caminhar estimulando a capacidade cognitiva dele,
Consegue melhorar o desempenho do músculo e
como fazer algumas perguntas).
para isso deve-se trabalhar sempre com uma carga
OBS: Deve-se no treino orientar à tarefa para evitar a maior que o músculo está habituado, com
decomposição de movimento. sobrecarga progressiva.

Pode-se trabalhar com porcentagens em cima do


teste de 10RM ou de 1RM.

1RM, por exemplo: Começando o programa de


treinamento trabalhando entre 30 e 40% da carga de
1RM, depois progride para umaf aixa de 40 a 70% ou
depois para acima de 80%, dependendo do quadro do
paciente.
→ Treinamento de marcha
Mas pacientes com déficit significativo de força deve-
se trabalhar com porcentagens baixas (30 a 50%).
Utilizar pistas visuais, sensoriais e auditivas podendo
variar a velocidade e intensidade dos movimentos.

Se possível treinar em esteiras. → Exercícios de Frenkel


Também deve ser orientado à tarefa. Objetivo é o treino de propriocepção e coordenação
com maior foco em membros inferiores, trabalhando
equilíbrio, função motora, deambulação e AVDs
(atividades de vida diária).

Com isso, conseguimos reeducar o sistema nervoso


central por meio de repetição precisa de exercícios
com níveis elevados de concentração.
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Esse paciente passa por níveis de complexidade,


partindo de exercícios trabalhados na posição deitada,
para sentada e por último na posição de pé.

Ex1:

A e B – posição deitada: abdução e adução de quadril,


flexão e extensão de joelho

C – Postura sentada

D, E e F - paciente de pé: Exercícios com um grau


maior de dificuldades que são realizados na postura
de pé.

Ex2:

Nessa imagem temos outros exercícios, na postura de


pé, onde o indivíduo está tocando objetos no chão
próximos a ele, com as pontas dos dedos do pé.

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