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GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS

AOS GRUPOS EM SITUAÇÃO DE


VULNERABILIDADE

Profª. Talita Araújo


▪ Mestre em Economia e Desenvolvimento pelo
PPGED/UFSM;

▪ Bacharel em Economia e licenciada em Matemática,


ambos pela UFC;

▪ Pesquisadora da Diesp/Supesp.

Contato: talita.araujo@supesp.ce.gov.br
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7077356259325403

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1 Contextualização
Proteção aos Direitos Humanos

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Contextualizando

MARCOS HISTÓRICOS DE CONSOLIDAÇÃO Art. 2º da DUDH


Todo ser humano tem capacidade para gozar
os direitos e as liberdades estabelecidos
- Declaração Universal dos Direitos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer
Humanos (ONU, 1948);
espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra
- Constituição Federal de 1988. natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.

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Conceitos Importantes

Estado de vulnerabilidade
Existência de fatores individuais e circunstanciais que
fragilizam a garantia de direitos a determinados indivíduos.

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2
Conceituação os
grupos em
situação de
vulnerabilidade
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Grupos em situação de
vulnerabilidade

MULHERES CRIANÇAS E ADOLESCENTES

NEGROS E NEGRAS LGBTQIA+

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Grupos em situação de
vulnerabilidade

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - PcD

IDOSOS
POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
(INDÍGENAS, QUILOMBOLAS)
PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

REFUGIADOS E MIGRANTES

RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA

VÍTIMAS E TESTEMUNHAS AMEAÇADAS


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Salto utilizado por Luís XV, rei da
França de 1715 a 1774

MULHERES

Historicamente o modo de socialização entre


homens e mulheres partiu da dominação do
primeiro sobre o segundo. Nobres ingleses do século XVII

“Sexo frágil!”

Homem provedor x mulher cuidadora

Jeito de ser homem x jeito de ser mulher

Papéis de gênero: performance


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MULHERES

Declaração dos Direitos da


Mulher e da Cidadã (1791):
igualdade jurídica e legal das
mulheres em comparação aos
homens

Movimento Feminista (1960):


direito à escola, ao emprego,
contra o estupro e contra a
violência de gênero etc.
10 Sufragistas
Marcos na Legislação
Nacional Internacional

Protocolo de Emenda da Convenção para a Repressão


do Tráfico de Mulheres e Crianças (1921)
Decreto nº 37.176, de 15 de abril de 1955

Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e


Decreto nº 1.973, de 1º de agosto de 1996 Erradicar a Violência contra a Mulher - Convenção de
Belém do Pará (1994) (OEA, 1994)

Convenção relativa à Eliminação de Todas as Formas


de Discriminação Contra a Mulher (1979);
Decreto nº 4.377, de 13 de setembro de 2002

Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340-07/08/2006)

Violência entre pessoas que coabitam um determinado espaço. Abuso físico ou psicológico de um
Violência membro do núcleo familiar em relação a outro, visando manter poder ou controle. Esse abuso pode
doméstica acontecer por meio de ações ou de omissões.
A maioria das vítimas desse crime são mulheres.
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Violência contra a mulher/ Lei nº 11.340-07/08/2006
Violência física qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal.

qualquer conduta que cause danos emocionais e diminuição da autoestima ou que prejudique e
Violência perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise controlar ações, comportamentos, crenças e
psicológica decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
(tipificada em 2021) constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica.

qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos,
Violência
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
patrimonial
incluindo os destinados a satisfazer necessidades.

Violência moral entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

qualquer ato sexual não desejado ou a tentativa de obtê-lo por meio da intimidação psicológica ou
emocional. Qualquer conduta que: - a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não
Violência desejada; - a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade; - a impeça de usar
sexual qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição,
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; - limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais
e direitos reprodutivos.

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Indivíduos em condição singular de desenvolvimento.

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A condição de vulnerabilidade desse


grupo remete à ideia de fragilidade e de
dependência, principalmente, nos
menores níveis socioeconômicos.

Essas vulnerabilidades manifestam-se, frequentemente, em violência cotidiana


no contexto familiar e escolar.

A precária oferta de educação de qualidade, os baixos salários e o


desemprego dos responsáveis afetam a trajetória de vida desses
indivíduos, causando inserção precoce no mercado de trabalho, baixa
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escolaridade e/ou exposição ao álcool e ao tráfico de drogas.
Lei nº 8.069,
de 13 de Julho de 1990
Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) Condições básicas para um bom
desenvolvimento físico, psíquico e moral.

É dever da família, da comunidade, da


sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária [...]
(BRASIL, 1990, art. 4°).

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Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA)

Freitas (2018) afirma que a condição de


proteção integral desse grupo faz recair sobre
os agentes de segurança a indispensável
distinção de emprego das técnicas policiais.
A condição do profissional de segurança
pública é de garantidor dos direitos
estabelecidos pelo ECA.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser
conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental,
sob pena de responsabilidade (Lei 8.069/90).

FREITAS, José Messias Mendes. Atuação do profissional de segurança pública frente a grupos vulneráveis. Curso de habilitação de
15 Oficiais Policiais/Bombeiros Militares (CHO PM/BM) – 2018. Notas de Aula. Academia Estadual de Segurança Pública.
● Abolição da Escravatura no Brasil
● Declaração Universal dos Direitos
Humanos
NEGROS E NEGRAS são marcos na aquisição de direitos da
população negra brasileira.

No entanto, a condição de vulnerabilidade a que este grupo foi submetido,


durante centenas de anos, não foi completamente superada.

BASTAVA EXTINGUIR A ESCRAVIDÃO?

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214.244.243
Projeção da população brasileira em 2021 (IBGE)

120.191.015
Projeção da população NEGRA (56,1%)

$ 27,7%
Entre os 10% da população brasileira que têm os maiores rendimentos do país
(IBGE, 2018).
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NEGROS E NEGRAS

A chance de uma pessoa negra ser assassinada é 2,6 vezes superior


àquela de uma pessoa não negra. Isto é, a taxa de violência letal contra
pessoas negras foi 162% maior que entre não negras (Atlas da Violência
18 2021 -FBSP/IPEA) .
NEGROS E NEGRAS

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Marcos na Legislação em promoção da Igualdade Racial

Decreto 65.810/69: promulga a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de


Discriminação Racial

Lei 7.716/89: define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor

Lei 9.459/97: altera a Lei de Crime de Racismo → injúria racial

Decreto 4.886/03: cria a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR)

Lei 12.288/10: Estatuto da Igualdade Racial

Lei 12.711/12: Lei de cotas


LGBTQIA+

● Sexo biológico;
● Identidade de gênero;
● Orientação afetiva e sexual.

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LGBTQIA+

Identidade de gênero

Sexo biológico
Orientação sexual

Orientação sexual

Identidade de gênero

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LGBTQIA+

A violência física, psicológica e sexual a


que este grupo é vulnerável está ligada
ao conceito de homofobia.

Ser homofóbico é repudiar, odiar, discriminar e ter aversão a lésbicas, gays,


bissexuais, travestis e transexuais, não respeitando esses indivíduos
enquanto sujeitos de direitos, como toda pessoa humana.

Ou seja, além da violência física, o preconceito e a discriminação contra a


população LGBTQIA+ restringem os direitos de cidadania, o direito à livre
expressão afetivo-sexual e de identidade de gênero.
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De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 19 horas, uma pessoa
LGBTQIA+ é morta no país.
Segundo a Rede Trans Brasil, a cada 26 horas, aproximadamente, uma pessoa trans
é assassinada no país. A expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos.
Resolução da ONU “Direitos Humanos, Orientação Sexual e
Identidade de Gênero”, ratificada em 17 de junho de 2011.

Resolução nº LEGISLAÇÃO
175, de 14 de maio de 2013: dispõe sobre a habilitação,
celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em
casamento, entre pessoas de mesmo sexo.

Resolução Nº 11, de 18 de dezembro de 2014, da Secretaria dos


Direitos Humanos: inclusão dos itens "orientação sexual",
"identidade de gênero" e "nome social" nos Boletins de Ocorrência
emitidos pelas autoridades policiais no Brasil.

Decreto n° 32.226, de 17 de maio de 2017: dispõe sobre o uso do


nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de
pessoas travestis e transexuais.

Lei estadual nº 16.946, de 09 de julho de 2019: assegura o direito ao


nome social nos serviços públicos e privados no estado do Ceará.

Paraíba: Lei estadual nº 7.309, de 10 de janeiro de 2003: proíbe


discriminação em virtude de orientação sexual.
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Em 2021, a Supesp realizou uma ação
importante para melhorar a política de
segurança pública concernente à atuação
junto a pessoas em situação de
vulnerabilidade, em especial o público
LGBTQIA+.

O órgão elaborou uma nota técnica, com o


objetivo de orientar alterações nos
sistemas de informações de órgãos
vinculados à SSPDS, a fim de adequação
aos conceitos de sexo biológico, identidade
de gênero e orientação sexual.

Disponível virtualmente em:


encurtador.com.br/hkzF0
Quatro ilustrações sobre desigualdade, igualdade, equidade e justiça. / TONY RUTH
OBRIGADA!

E-mail: talita.araujo@supesp.ce.gov.br

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