Você está na página 1de 6

Material de apoio para a disciplina Avicultura

CAP.5 MANEJO DE PINTINHOS

Rio Branco – AC
Maio de 2014

0
1. AQUISIÇÃO DOS PINTINHOS

Os pintinhos devem ser adquiridos de incubatórios registrados no MAPA, livres das principais doenças,
especialmente:
 micoplasmose (Mycoplasma gallisepticum e Mycoplasma synoviae);
 aspergilose;
 salmonelose (Salmonella pullorum, Salmonella gallinarum, Salmonella enteritidis e Salmonella
typhimurium).

Os pintinhos devem ser provenientes de matrizes vacinadas contra doenças como:


 Gumboro;
 Bronquite infecciosa das galinhas;
 Doença de Newcastle;
 Encefalomielite;
 Coriza infecciosa e
 Varíola aviária,

A vacinação no incubatório é obrigatória contra a Doença de Marek, porém a maioria dos pintos
de corte são vacinados também contra a Doença de Gumboro e, durante o período de calor e chuvas
(setembro a março), também podem ser vacinados contra a Bouba Aviária.
Vacinação de Bronquite não é comum e deve ser analisado caso a caso quando for solicitado pelo
cliente, pois alguns cuidados devem ser tomados para evitar problemas de transmissão horizontal
(repicagem) do vírus vacinal dentro do setor de incubação.

2. TRANSPORTE DOS PINTINHOS DO INCUBATÓRIO ATÉ A GRANJA

O transporte dos pintos do incubatório, (onde são mantidos em ambiente controlado) até o local do
alojamento deve ser realizado em veículos adequados, com conforto e buscando o bem-estar dos
mesmos.

3. RECEBIMENTO DOS PINTINHOS

Manter no aviário apenas pintos com características saudáveis como:


- olhos brilhantes;
- umbigo bem cicatrizado;
- tamanho e cor uniformes;
- canelas lustrosas sem deformidades;
- plumagem seca, macia e
- sem sujidades aderidas á cloaca.

Após o alojamento dos pintos queimar imediatamente as caixas usadas no transporte.

1
4. MANEJO PRÉ-ALOJAMENTO

Duas a três horas antes do recebimento dos pintos é necessário:


- verificar se as campânulas estão funcionando;
- Checar condições do círculo de proteção ou área para o alojamento, também chamado pinteiro;
- bebedouros e comedouros abastecidos;
- checar a cama (utilização de maravalha ou serragens);
- colocar papel para forrar a área do bebedouro e comedouro,
- todos os pintinhos devem ter acesso à ração (ração inicial) e água logo após o seu alojamento.

Círculos de proteção: deverão ser proporcionalmente montados em toda a extensão da área interna do
aviário ou pinteiro. Alojar de 60 a 80 pintos por metro quadrado de área de círculo ou de 2 a 4 kg de
pintos por metro quadrado de círculo. Quando o sistema de aquecimento for através de campânulas a gás,
não ultrapassar a quantidade de 1.000 aves por círculo.

Área para o alojamento: não há necessidade da confecção de círculos de proteção, sendo as aves
distribuídas ao longo de todo o pinteiro. Para um bom controle do desenvolvimento corporal e
uniformidade do lote, aconselha-se separar as aves em grupos de no máximo 5.000 pintos.

Aquecimento: deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos (em regiões mais frias).
Deve-se seguir a temperatura indicada para o conforto térmico das aves, de acordo com a idade das
mesmas. Em geral utilizam-se campânulas a gás, fornalhas a lenha ou campânulas elétricas para o
aquecimento dos pintinhos.
Os pintinhos não possuem capacidade de regulação da temperatura corporal nos primeiros 5 dias de
vida e o seu sistema de termorregulação só estará totalmente desenvolvido após os 14 dias de idade. Os
pintinhos dependem totalmente do controle da temperatura correta da cama. Se a temperatura da cama e
do ar ambiente estiver muito baixa, a temperatura corporal interna dos pintinhos irá cair, levando à
aglomeração dos mesmos, diminuição da ingestão de ração e água, menor crescimento e suscetibilidade à
enfermidades.

2
Fonte: Manual Cobb

Cortinas: no momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito funcionamento, sendo
a abertura ou fechamento determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e velocidade do ar;

Cama: deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm. Distribuição irregular
da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração. No alojamento, a temperatura da cama
deverá ser de no mínimo 32 ºC no caso de aquecedores a ar forçado. No caso de campânulas /
aquecedores por calor radiante, a temperatura do piso deverá ser 40,5 ºC sob a fonte de calor.

Bebedouro: Utiliza-se bebedouro infantil do tipo sifão com capacidade para 100 pintinhos. Em produção
com maior número de aves utilizam-se como complemento os bebedouros pendulares e nipple. A água
deve estar sempre limpa e fresca.

Comedouro: comedouro tubular infantil para alimentação de aves de até 15 dias, atendendo de 60 a 80
aves. Os comedouros complementares devem ser fornecidos nos 7-10 primeiros dias, podendo ser na
forma de bandejas, papel ou tampas. Deve-se fornecer uma bandeja para cada 50 pintos.
É extremamente importante que o sistema complementar de comedouros não fique vazio, pois isso
ocasiona grande estresse aos pintos. A ração deve ser farelada e de boa qualidade;
Não colocar a ração ou água diretamente sob a fonte de calor, pois isso pode reduzir o consumo de água
e alimento

3
5. ALOJAMENTO DOS PINTOS

5.1 - Principais requisitos de manejo

 Alojar pintos de idades e origem semelhantes em um único galpão. O alojamento em cada granja
deve seguir o sistema “tudo dentro-tudo fora”.
 O atraso no alojamento dos pintos pode ocasionar a desidratação dos mesmos, resultando em
maior mortalidade e menor taxa de crescimento.
 Diminuir a intensidade da luz durante o alojamento dos pintos para reduzir o estresse.
 Os pintos devem ser distribuídos pela área de alojamento cuidadosamente e uniformemente, perto
das fontes de água e alimento. Ao utilizar ração complementar sobre o papel, colocar os pintos
sobre o papel.
 Pesar 5% das caixas para determinar o peso dos pintos de um dia.
 As luzes devem ser ligadas na intensidade máxima dentro da área de alojamento quando todos os
pintos tiverem sido alojados.
 Após um período de adaptação de 1 a 2 horas, checar todos os sistemas e fazer os ajustes, se
necessário.
 Monitorar a distribuição dos pintos com cuidado durante os primeiros dias. Isso pode ser usado
como um indicador de eventuais problemas nos comedouros, bebedouros, no sistema de
ventilação ou de aquecimento.

Duas “checagens” extremamente importantes devem ser realizadas 24 horas após o alojamento dos
pintos. Estas checagens são formas simples e eficazes para avaliar o manejo anterior ao alojamento:

1. CHECAGEM– 4 a 6 horas após o alojamento


Amostragem de 100 pintos por pinteiro.
• Verificar: temperatura dos pés das aves contra o pescoço ou o rosto do examinador.
• Se os pés estiverem frios, reavaliar a temperatura de pré-aquecimeto.
• Consequências da Cama Fria:
a) baixo consumo precoce de ração
b) baixo crescimento
c) baixa uniformidade

2. CHECAGEM– 24 horas após o alojamento

O papo dos pintinhos deve ser examinado na manhã seguinte ao alojamento, para confirmar se
tiveram acesso à água e alimento. Nesse momento, os papos de 95% das aves, no mínimo, devem estar
macios e flexíveis ao toque, indicando que os pintos tiveram acesso à água e à ração. A ocorrência de
papos endurecidos indica que os pintos não tiveram acesso adequado à água. O fornecimento de água
deve ser verificado imediatamente. Papos inchados e distendidos pela água indicam que os pintos tiveram
acesso à água, mas não estão encontrando ração suficiente. Neste caso, o fornecimento e a consistência
da ração deverão ser verificados imediatamente.

4
3 Referências bibliográficas

Associação Brasileira de Proteína Animal - http://www.ubabef.com.br/

Cobb. Manual de Manejo de Frangos de Corte COBB.

Embrapa Suinos e Aves. Sistema de produção de frango de corte. Disponível em:


http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Ave/ProducaodeFrangodeCorte/

MENDES, AA; NÄÄS, IA; MACARI, M. Produção de frangos de corte. Campinas: FACTA. 2004.
356p.

Você também pode gostar