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Universidade politécnica

ISEUNA (instituto Superior de Universitários de Nampula)

Departamento de Engenharia Mecânica

Licenciatura em engenharia Mecânica

6a edição

Tema: Maquetes de instrumentos de Medição de Grandezas de Processos Industriais: Pressão, Vazão


(Fluxo/Caudal), Nível, Temperatura, Força, Velocidade, Aceleração

Discente: Rafael José Molide Júnior

Docente: Eng.º Amadeu Da Costa Abduremane

Nampula, fevereiro de 2021

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Rafael José Molide Júnior

Tema: Maquetes de instrumentos de Medição de Grandezas de Processos Industriais:


Pressão, Vazão (Fluxo/Caudal), Nível, Temperatura, Força, Velocidade, Aceleração

Trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado na cadeira de
Instrumentação Mecânica, lecionada
pelo Eng.º Amadeu Da Costa
Abduremane

Nampula, fevereiro de 2022


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Índice

Introdução.................................................................................................................................... 4

Objetivos...................................................................................................................................... 5

Instrumentos de medição de Grandezas de processo industriais ............................................. 6

Classificação de instrumentos de medição ................................................................................ 6

Medidores de pressão ................................................................................................................. 7

Tipos de transmissores de pressão ............................................................................................... 11

Transmissores pneumáticos...................................................................................................... 11

Strain gauge (fita extensometria) ............................................................................................. 12

Sensor capacitivo ..................................................................................................................... 13

Medição de Nível ...................................................................................................................... 14

Medição da vazão ..................................................................................................................... 20

Tipos de medidores de vazão ................................................................................................... 20

Principais medidores de vazão ................................................................................................. 21

Medidores indirectos ................................................................................................................ 21

Medição de Temperatura .......................................................................................................... 28

Conclusão .................................................................................................................................. 31

Referencias bibliográficas ........................................................................................................ 34

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Introdução
Instrumentação é a ciência que aplica e desenvolve técnicas para adequação de instrumentos
de medição, transmissão, indicação, registro e controle de variáveis físicas em equipamentos
nos processos industriais. Nas indústrias caracterizadas como “indústrias de processos”, a
instrumentação de campo faz parte do sistema de controle e de automação. As principais
grandezas físicas encontradas e medidas em tais processos industriais são pressão, nível, vazão,
temperatura, massa, densidade, pH, deslocamento, velocidade angular entre outras. Este
capítulo visa introduzir conceitos básicos para a classificação, especificação e análise de
instrumentos de campo dentro do enfoque da automação industrial.

Nas indústrias caracterizadas como “indústrias de processos”, a instrumentação de campo faz


parte do sistema de controlo e de automação. As principais grandezas físicas encontradas e
medidas em tais processos industriais são pressão, nível, vazão, temperatura entre outros.

Para que possamos realizar uma medida de uma grandeza física de forma correta precisamos:
1. Escolher o instrumento adequado para a medida

2. Aprender o procedimento de utilização do instrumento escolhido

3. Aprender a ler a escala de medida desse instrumento e avaliar o resultado criticamente.

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Objetivos

Objetivos gerais

✓ Conhecer Medidores de grandezas no processo industrial

Objetivos especificos

✓ Definir os medidores

✓ Identificar as Grandezas e suas unidades

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Instrumentos de medição de Grandezas de processo industriais

(Revista Control Engineering 2002...) São dispositivos usados para inspeccionar, medir, testar
ou examinar partes e dados, com objectivo determinar um valor de uma grandeza a fim de
determinar a conformidade com as especificações exigidas.
A Instrumentação industrial é a ciência que estuda, desenvolve técnicas e aplicações para
adequação de instrumentos de medição, transmissão, indicação, registro e controle de variáveis
físicas em equipamentos nos processos industriais

De acordo com a organização norte americana de instrumentação (ISA – Instrument Society


of America) um instrumento industrial é todo dispositivo usado para direta ou indiretamente
medir e/ou controlar uma variável. Segundo a ISA, incluem-se os elementos e sensores
primários, elementos finais de controle, dispositivos computacionais, dispositivos elétricos de
alarme, chaves e botoeiras. Os componentes internos dos instrumentos já não se classificam
como instrumentos (segundo ANSIISA-S5.1-1984-R-1992).

Classificação de instrumentos de medição

(Revista Control Engineering 2002...) Os instrumentos em sistemas de automação são interligados


para realizar uma determinada tarefa de controle ou monitoramento em processos industriais.
A um conjunto desses instrumentos chama-se malha, e os instrumentos que compõem uma
malha são então classificados pela função que executam, conforme a lista a seguir:
✓ Transdutores: são os dispositivos ou elementos que detetam alterações nas variáveis
físicas de processo e fornecem uma grandeza de saída em geral elétrica.

Figura 1.1. Exemplos de elementos sensores

Transmissor: instrumento que tem a função de converter sinais do transdutor, geralmente


sinais elétricos de baixa potência, em outra forma de sinal (analógico ou digital) capaz de ser
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enviada à distância para um instrumento receptor, normalmente localizado longe do ponto de
medição.

Figura 1.2. Exemplos de transmissores integrados aos respetivos elementos primários


Indicador: instrumento para indicação visual da quantidade medida e eventualmente enviada
por um transmissor. Todo instrumento indicador possui uma faixa de indicação. Em
indicadores analógicos pode-se denominar esta por faixa de escala. A escala possui divisões
(parte de uma escala compreendida entre duas marcas sucessivas) com seus correspondentes
valores expressos na unidade de engenharia indicada.

Figura 1.3. Exemplos de Indicadores

Conversor: instrumento cuja função é a de receber uma informação na forma de um sinal,


alterar esta forma e a emitir como um sinal de saída proporcional ao de entrada.

Figura 1.5. Exemplos de Conversores

Medidores de Instrumentos de Medição

Medidores de pressão
Pressão

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Pressão é uma grandeza escalar definida como o módulo da força aplicada dividida por
unidade Pressão é a expressão de uma força aplicada sobre uma área. Pode ser expressa a partir da
equação abaixo:

𝐹
𝑃=
𝐴

Unidades de pressão

Em geral são utilizados para medição de pressão, as unidades:Pa, N/m², kgf/cm², mHg,
mH2O, lbf/pol2, Atm e bar.

Tipos de Medidores de Pressão

Quando se fala de manômetros como um medidor de pressão, a variedade de produtos é grande


no mercado, cada um deles com objetivos e mecânicas diferentes de um equipamento. Esses
instrumentos se dividem em:

Manômetros Padrão: É tido como o mais utilizado entre os medidores. Ele é composto por
uma bomba comparadora pneumática e hidráulica, é um instrumento ideal para se submeter à
calibração;

Figura 1.6 Fonte : https://www.zurichpt.com.br/manometro-padrao.php

Manômetros tipo coluna líquida em” U”: Seu objetivo é calibrar pequenos medidores de
pressão. Ele é capaz de medir uma pressão aplicada que suporta uma coluna líquida contra a
atração de gravidade. Quanto maior for a pressão, maior deverá ser a coluna suportada;

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Figura 1.6.1 Fonte: https://beckins.com.br/manometro-de-coluna-u/

Manômetro tipo peso morto: Os manômetros peso morto mede o peso de pressão sobre uma
área conhecida. Pode definir um determinado padrão primário, que é baseado em massa,
comprimento e também o tempo;

Figura 1.7 Fonte: http://catalogo.salvicasagrande.com.br/catalogos/pressao/callbradores-de-


pressao-sistema-peso-morto

Manômetros Mecânicos: Neste medidor, a pressão é determinada por meio de um balanço, e


um sensor que atua contra uma força desconhecida. Ele pode ser realizado por uma outra
pressão ou força;

Figura 1.8 Fonte: https://blog.wika.com.br/files/2017/01/213.53-388x505.jpg

Manômetro tipo Tubo Bourdon: É um manômetro de tipo elástico. Composto por um tubo
com seção oval, que é disposto em um formato de “C”, com opções do tipo espiral ou

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helicoidal, com uma extremidade fechada, e a outra aberta para medir a pressão, como é
elástico, é ideal para sensores de balanço de força;

Figura 1.9

Fonte :https://www.wika.com.br/upload/PIC_CS_bourdoun_tube_en_co_55081.jpg

Manômetro tipo Diafragma: Este instrumento é composto por um disco circular que mede
pressões de pequenas amplitudes, com esse produto, o deslocamento da pressão do mesmo
deve chegar até um ponto de equilíbrio da força da mola e da força elástica do diafragma;

Figura 2.0 Fonte : https://kobold.com/pt/product/detail/~nm.61~nc.27~id.169/Man-metro-


tipo-Diafragma-MAN-P.html

Manômetros tipo Fole: O aparelho é feito a partir de rugas na região do círculo exterior que,
ao ter diferentes pressões aplicadas no sentido do eixo ele apresenta movimentos de expansão
ou se contração, servindo para medir pressões relativas e absolutas de sistemas de balanço de
movimentos das forças eixo.

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Figura 2.1 Fonte : https://img.directindustry.com/pt/images_di/photo-m2/14671-2907357.jpg

Tipos de pressão

Quanto a referência utilizada


✓ Pressão atmosférica – É a pressão exercida pela camada de ar sobre a superfície
terrestre, que é medida em um barômetro.
✓ Pressão manométrica – É a pressão medida em relação à pressão atmosférica, tomada
como unidade de referência.
✓ Pressão relativa negativa ou vácuo – É quando um sistema de pressão relativa menor
que a pressão atmosférica.
✓ Pressão absoluta – É a soma da pressão atmosférica com a manométrica.

Tipos de transmissores de pressão


Transmissores pneumáticos
Esses transmissores, pioneiros na instrumentação, possuem um elemento de transferência que
converte o sinal detectado pelo elemento receptor de pressão em um sinal de transmissão
pneumático. A faixa padrão de transmissão (pelo sistema internacional) é de 20 a 100KPa,
porém, na prática, são usados outros padrões equivalentes de transmissão tais como 3 ~ 15psi,
0,2 a 1,0Kgf/cm2 e 0,2 a 1,0 bar.

Transmissores electrónicos analógicos

Esses transmissores, sucessores dos pneumáticos, possuem elementos de detecção similares ao


pneumático, porém utilizam elementos de transferência que convertem o sinal de pressão
detectado em sinal eléctrico padronizado de 4 a 20mA. Existem vários princípios físicos
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relacionados com as variações de pressão que podem ser utilizados como elemento de
transferência. Os mais utilizados nos transmissores mais recentes são:

• Strain gauges (fita extensiométrica);

• Piezoeléctrico;

• Sensor capacitivo.

Strain gauge (fita extensometria)


A fita estesiométrica ou strain gauge é um dispositivo que mede a deformação elástica sofrida
pelos sólidos quando estes são submetidos ao esforço de tracção ou compressão. São, na
realidade, fitas metálicas fixadas adequadamente nas faces de um corpo a ser submetido ao
esforço de tracção ou compressão e que tem sua seção transversal e seu comprimento alterado
devido a esse esforço imposto ao corpo.

Na ponte temos um equilíbrio entre as resistências que têm o formato de um losango. A ponte
funciona ajustando-se o balanço para condição inicial e que ao ter os valores de resistência da
fita mudada com a pressão, sofre desbalanceamento proporcional à variação desta pressão.

Figura 2.2: Diagrama de esforço de um strain gauge (Eletrobrás,2008)

Fonte : https://kobold.com/pt/product/detail/~nm.61~nc.27~id.169/Man-metro-tipo-
Diafragma-MAN-P.html

Piezoelétrico

A medição de pressão utilizando este tipo de sensor se baseia no fato de os cristais assimétricos,
ao sofrerem uma deformação elástica ao longo do seu eixo axial, produzirem internamente um
potencial eléctrico causando um fluxo de carga eléctrica em um circuito externo. A quantidade
eléctrica produzida é proporcional à pressão aplicada, sendo então essa relação linear, o que
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facilita sua utilização. Outro factor importante para sua utilização está no fato de se utilizar o
efeito piezoeléctrico de semicondutores, reduzindo assim o tamanho e peso do transmissor,
sem perda de precisão.

Cristais de turmalina, cerâmica policristalina sintética, quartzo e quartzo cultivado podem ser
utilizados na sua fabricação, porém o quartzo cultivado é o mais empregado por apresentar
características ideais de elasticidade e linearidade.

Figura 2.3 Fonte : https://kobold.com/pt/product/detail/~nm.61~nc.27~id.169/Man-metro-


tipo-Diafragma-MAN-P.html

4.2.3. Sensor capacitivo


Em um sensor capacitivo ou célula capacitiva, um diafragma de medição se move entre dois
diafragmas fixos. Entre os diafragmas fixos e o móvel existe um líquido de enchimento que
funciona como um dielétrico. Como um capacitor de placas paralelas é constituído por duas
placas paralelas separadas por um meio dielétrico, ao sofrer o esforço de pressão, o diafragma
móvel (que vem a ser uma das placas do capacitor) tem sua distância em relação ao diafragma
modificada.

Figura 2.4 Fonte : https://www.tecniar.com.br/noticias/sensor-capacitivo-o-que-e-e-como-


funciona/

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Medição de Nível
Medição de Nível no contexto industrial consiste na capacidade de avaliação do estoque de tanques de
armazenamento e no controle dos processos contínuos em que existam volumes líquidos ou sólidos, de
acumulação temporária, amortecimento, mistura, dosagem, resistência, entre outros.

Tipos de medidores de Nível

✓ Medição direta
✓ Medição indireta

Medição direta

Método de Medição Direta

É a medição em que tomamos como referência a posição do plano superior da substância medida. Pode
ser realizada:

✓ pela observação visual direta, através de comparação com uma escala graduada;

✓ pela determinação da posição de um detetor, como uma bóia, sobre a superfície do


produto que se deseja medir;

✓ pelo contato de elétrodos com a superfície livre do nível a ser medido;

✓ pela interrupção de um feixe de luz enviado para uma célula fotoelétrica, pela
interposição entre o emissor e a célula do produto cujo nível se deseja medir;

✓ pela reflexão de ondas de rádio ou sônicas na superfície livre do produto.

Método de Medição indireta

É o tipo de medição que se faz para determinar o nível em função de uma segunda variável.

MEDIÇÃO DIRETA

✓ Réguas ou Gabaritos

✓ Visores de Nível

✓ Bóia ou Flutuador
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- MEDIÇÃO INDIRETA

✓ Displace (empuxo)

✓ Pressão diferencial (diafragma)

✓ Borbulhador

✓ Capacitância eletrostática

✓ Ultra-sônico

✓ Por pesagem

VISOR DE VIDRO PLANO REFLEX

Este tipo de visor possui um vidro com rachuras prismáticas na face que fica em contato
com o líquido que se deseja medir. Seu funcionamento é baseado na lei ótica da reflexão
total da luz. A superfície interna do vidro é composta de prismas normais no sentido
longitudinal do visor. Os raios de luz normais à face do visor atingem a superfície do prisma
com um ângulo de 45º, sofrendo reflexão total pois o ângulo crítico é ultrapassado (para a
superfície vidro-a o ângulo crítico é de 42º).

Nesta condição, o visor apresenta uma cor prata brilhante.

Na região do visor onde existir líquido não ocorrerá reflexão total pois o ângulo crítico não é
ultrapassado (para a superfície vidro-água é de 62º). Desta forma, o visor apresentará uma cor
escura.

Os visores de nível plano reflex não devem ser utilizados nas seguintes aplicações:

✓ Fluidos corrosivos ao vidro

✓ Fluidos viscosos

✓ Iluminação insuficiente no local de instalação

✓ Detecção da interface de dois líquidos não miscíveis

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figura 2.5 visor de vidro plano reflex

MEDIÇÃO DE NÍVEL POR EMPUXO

O deslocador, comumente utilizado como sensor de transmissores de nível tem a forma de um


cilindro oco, fabricado de materiais como aço inox 304 ou 316, monel, hastelloy, teflon sólido
etc. A escolha do material do deslocador é determinada, principalmente, pela

temperatura e corrosividade do fluido cujo nível se deseja medir. Se necessário, são


depositados contrapesos granulados no interior do cilindro, a fim de ajustar o peso do
deslocador.

figura 2.6 Medição de nível por empuxo

MEDIÇÃO DE NÍVEL POR CAPACITÂNCIA

O medidor por capacitância consiste de uma sonda vertical inserida no vaso no qual se deseja
monitorar o nível. A sonda pode ser isolada ou não e serve como uma das placas do capacitor.
A outra placa é formada pelas paredes do vaso e o fluido comporta-se como dielétrico. A
capacitância é medida através de um circuito em ponte AC, excitado por um oscilador de alta
frequência (500 kHz a 1,5 MHz).

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Figura 2.7 Medidor de nível por capacitância

MEDIÇÃO DE NÍVEL POR ULTRASSOM

O princípio de operação dos dispositivos do tipo ultra-sônico

baseia-se na reflexão da onda gerada pelo transdutor, quando encontra a interface com o
produto cujo nível se deseja medir ou, mais precisamente, no lapso de tempo gasto pela onda
desde o instante em que ela é gerada até o instante em que ela retorna ao transdutor, depois de
refletir-se na interface; é a chamada técnica do ECO. Como o som se propaga com velocidade
constante e conhecida em um determinado meio (usualmente o meio de propagação utilizado
é o ar) e em uma determinada temperatura, o tempo entre a emissão e a recepção da onda
refletida (ECO), será proporcional à distância entre o sensor e o objeto que ocasionou a
reflexão. Assim, pode-se escrever que:

Distância = Velocidade. Tempo

Onde:

Velocidade = velocidade de propagação da onda ultra-sônica em um determinado meio;

Tempo = metade do tempo decorrido entre a emissão e a recepção da onda refletida (ECO).

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Figura 2.8 Medição de nível por ultrassom

MEDIÇÃO DE NÍVEL POR PESAGEM

A medição de nível por pesagem consiste basicamente na instalação de células de cargas nas
bases de sustentação do silo cujo nível se deseja medir. Célula de carga é um sensor constituído
por fitas estesiométricas

(STRAIN-GAUGES) fixados adequadamente em um bloco de aço especial com dimensões


calculadas para apresentar uma deformação elástica e linear quando submetido a uma força.
Essa deformação é detectada pelas fitas estesiométricas através da variação de sua resistência
elétrica.

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Figura 2.9 Medidor de nível por pesagem

TRANSMISSOR DE NÍVEL POR PRESSÃO DIFERENCIAL

Estes instrumentos, quando utilizados em medição de nível, medem diferenciais de pressão que
são provocados pela coluna líquida presente nos equipamentos cujo nível se deseja medir.

A - Para tanque aberto com transmissor nivelado com a tomada de impulso

O lado de alta pressão do transmissor de pressão diferencial é ligado pela tomada da parte
inferior do tanque e o lado de baixa pressão é aberto para a atmosfera.

Visto que a pressão estática do líquido é diretamente proporcional ao peso do líquido, este pode
ser obtido pela medida do primeiro.

Neste caso, o medidor de pressão pode ser usado em vez do transmissor de pressão diferencial.
O transmissor de pressão diferencial é usualmente montado em uma posição que corresponde
o nível baixo de medição.

Figura 3.0 tanque aberto com transmissor nivelado com a tomada de impulso

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Medição da vazão

A medição da vazão é essencial a todas as fases da manipulação dos fluidos, incluindo a


produção, o processamento, a distribuição dos produtos e das utilidades. Ela está associada
com o balanço do processo e está directamente ligada aos aspectos de compra e venda dos
produtos.

Vazão pode ser definida como sendo a quantidade volumétrica, mássica ou gravitacional de
um fluido que passa através de uma seção de uma tubulação ou canal por unidade de tempo.

A vazão volumétrica é igual à quantidade de volume que escoa através de uma secção em um
intervalo de tempo considerado. É representada pela letra 𝑄 e é expressa pela seguinte equação:

𝑄 = 𝑉/𝑡

A vazão mássica é igual à quantidade de massa de um fluido que atravessa a secção de uma
tubulação por unidade de tempo. É representada pela letra Q m e expressa pela seguinte equação:

𝑄𝑚 = 𝑚/𝑡

A vazão gravitacional é igual à quantidade de peso que passa por uma certa secção por unidade
de tempo. É representada pela letra 𝑄𝑝 (onde 𝑊 é o peso) e expressa pela seguinte equação:

𝑄𝑝 = 𝑊/𝑡

Tipos de medidores de vazão


Apresentamos a seguir alguns tipos de medidores de vazão.

Medidores indiretos usando em fenómenos intimamente relacionados com quantidade de fluido


passante:

Perda de carga variável (área constante): Tubo de Pitot; Annubar; Tubo de Venturi; Tubo de
Dell; Placa de orifício;

Medição por área variável (perda de carga constante): Rotâmetro

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Medidores directos de volume do fluido passante: Deslocamento positivo do fluido: Disco
Nutante; rotativos

Velocidade pelo impacto do fluido: Tipo turbina.

Medidores especiais: Efeito electromagnético; Ultrassónico; Vértex; Em canal aberto;


Coriolos.

Principais medidores de vazão


Darei mais enfâse aqueles que são mais usados no sector industrial.

6.2.1Medidores indiretos
Os medidores indiretos de vazão podem trabalhar a partir de dois princípios: por perda de carga
variável ou área variável.

Medição de vazão por perda de carga variável

Considerando-se uma tubulação com um fluido passante, chama-se perda de carga dessa
tubulação a queda de pressão sofrida pelo fluido ao atravessá-la. As causas da perda de carga
são: atrito entre o fluido e a parede interna do tubo, mudança de pressão e velocidade devido a
uma curva ou um obstáculo, etc. Os diversos medidores de perda de carga variável usam
diferentes tipos de obstáculos ao fluxo do líquido, provocando uma queda de pressão.

Fig 3.1: Perda de carga com redução do diâmetro do tubo

Tubo de Pitot

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É um dispositivo utilizado para medição de vazão através da velocidade detetada em um
determinado ponto de tubulação. O tubo de Pitot é um tubo com uma abertura em sua
extremidade, sendo esta colocada na direcção da corrente fluida de um ducto, mas em sentido
contrário. A diferença entre a pressão total e a pressão estática da linha nos fornecerá a pressão
dinâmica à qual é proporcional ao quadrado da velocidade.

Fig 3.2: Medidor do tipo tubo de Pitot

Annubar

Este dispositivo consiste em um pequeno par de pontas de prova sensores de pressão montadas
perpendicularmente ao fluxo.

Características do Annubar

A barra sensor de pressão a jusante possui um orifício que está posicionado no centro do fluxo
de modo a medir a pressão do fluxo a jusante. A barra sensor de pressão de montante possui
vários orifícios, estes orifícios estão localizados criteriosamente ao longo da barra, de tal forma
que cada um deteta a pressão total de um anel. Cada um destes anéis tem área da seção
transversal exactamente igual às outras áreas anulares detetadas por cada orifício.

Outra característica do elemento de fluxo tipo Annubar é que quando bem projetado tem
capacidade para detetar todas as vazões na tubulação a qual está instalado, sendo a vazão total
a média das vazões detetadas.

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Fig 3.3:Medidor do tipo Annubar

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/principle-annubar-flowmeter-%C3%BCnal-sevim

Tubo Venturi

O tubo Venturi combina dentro de uma unidade simples uma curta “garganta” estreitada entre
duas secções cónicas e está usualmente instalado entre dois flanges; numa tubulação, seu
propósito é acelerar o fluido e temporariamente baixar sua pressão estática. São fornecidas
conexões apropriadas de pressão para observar a diferença nas pressões entre a entrada e a
porta estreitada ou garganta.

Fig 3.3: Medidor do tipo tubo Venturi

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Medição de vazão por área variável

Rotâmetros são medidores de vazão por área variável, nos quais um flutuador varia sua posição
dentro de um tubo cónico, proporcionalmente à vazão do fluido.

Basicamente um rotâmetro consiste de duas partes:

• Um tubo de vidro de formato cónico que é colocado verticalmente na tubulação, em


que passará o fluido a ser medido e cuja extremidade maior fica voltada para cima;
• No interior do tubo cónico, um flutuador que se moverá verticalmente em função da
vazão medida.

Rotâmetro

Neste tipo de medidor de vazão, o fluido passa através no tubo da base para o topo. Quando
não há fluxo, o flutuador permanece na base do tubo e bloqueia a extremidade inferior do tubo,
quase que completamente. Quando a vazão começa e o fluido atinge o flutuador, o empuxo
torna o flutuador mais leve, porém como o flutuador tem uma densidade maior que a do fluido,
o empuxo não é suficiente para levantar o flutuador. Com a vazão, surge também uma força de
atrito, entre o fluido e o flutuador, que tende a levá-lo para cima, e é denominada força de
arraste.

Quando a vazão atinge um valor que faça a força de arraste ser maior que a força peso do
flutuador, este começará a subir. Se o tubo fosse paralelo, o flutuador subiria até o topo; mas
sendo cónico a força de arraste diminui à medida que o flutuador sobe até estabilizar em uma
nova posição (pois aumenta a área disponível para a passagem do fluido). Qualquer aumento
na vazão movimenta o flutuador para a parte superior do tubo de vidro e a diminuição causa
uma queda num nível mais baixo.

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Fig 3.4: Instalação do Rotâmetro

Medidores directos

Entre os medidores directos de vazão podemos destacar dois tipos: de deslocamento positivo
do fluido e velocidade pelo impacto do fluido. Eles serão descritos a seguir.

Medidores de vazão tipo deslocamento positivo

Entre os tipos de medidores de vazão com deslocamento positivo do fluido iremos destacar
somente o disco nutante e rotativo.

Disco nutante

Este tipo de medidor é utilizado principalmente para medidores de vazão de água, sendo
utilizado principalmente em resistências. O líquido entra no medidor através da conexão de
entrada, passa por um filtro indo ao topo da carcaça principal. O fluido, então, se movimenta
para baixo, através da câmara de medição, indo da base do medidor até a conexão da saída do
medidor.

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Fig 3.5: Disco nutante

Medidores de vazão por impacto do fluido

Nos medidores de vazão por impacto de fluido, estudaremos apenas o do tipo turbina.

Medidor tipo turbina

Um medidor de vazão tipo turbina, conforme a Figura 43, consiste basicamente de um rotor
provido de palhetas, suspenso numa corrente de fluido com seu eixo de rotação paralelo à
direcção do fluxo. O rotor é acionado pela passagem de fluido sobre as palhetas em ângulo; a
velocidade angular do rotor é proporcional à velocidade do fluido que, por sua vez, é
proporcional à vazão do volume. Uma bobina sensor na parte externa do corpo do medidor
deteta o movimento do rotor.

Fig 3.6: Medidor tipo turbina

Esta bobina é alimentada, produzindo um campo magnético. Como as palhetas do rotor são
feitas de material ferroso, à medida que cada palheta passa em frente a bobina, corta o campo
magnético e produz um pulso. O sinal de saída é uma sequência de pulsos de tensão, em que
cada pulso representa um pequeno volume determinado de líquido. O sinal detectado é linear
com a vazão. Unidades eletrónicas associadas permitem indicar a vazão unitária ou o volume

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totalizado, podendo efectuar a correcção automática da temperatura e/ou pressão e outras
funções.

Medidores de Vazão especiais

Os medidores de vazão tradicionais apresentam algumas limitações como: seus sensores


primários precisam ser submersos no fluxo a ser controlado; estas características têm a
desvantagem de produzir perda de pressão na linha como também o acúmulo de partículas ou
impurezas no sensor, proporcionando resultados incertos de medição. Os medidores de vazão
do tipo especial objectivam superar exactamente essas limitações.

Medidor de vazão por electromagnetismo

O princípio de medição é baseado na lei de Faraday que diz que: Quando um condutor se move
dentro de um campo magnético, é produzida uma força electromotriz (f.e.m.) proporcional a
sua velocidade.

O medidor de vazão electromagnético utiliza um campo magnético com forma de onda


quadrada em baixa frequência, e lê o sinal de vazão quando o fluxo magnético está
completamente saturado, fazendo com que não ocorra influência no sinal devido a flutuações
de corrente. Todos os detectores são ajustados de maneira que a relação da tensão induzida (E)
pela densidade de fluxo magnético (B) seja mantida em um valor proporcional, somente à
velocidade média do fluxo, independente do diâmetro, alimentação e frequência.

Fig 3.7: Medidor de vazão electromagnético

Fonte: https://www.directindustry.com/pt/prod/krohne-messtechnik/product-5863-
1295735.html

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Medição de Temperatura
Temperatura é sem dúvida a variável mais importante nos processos industriais, e sua medição
e controle, embora difíceis, são vitais para a qualidade do produto e a segurança não só das
máquinas como também do homem.

Qualquer que seja o tipo de processo, a temperatura afecta directamente o seu comportamento
provocando, por exemplo:

− Ritmo maior ou menor na produção

− Uma mudança na qualidade do produto

− Um aumento ou diminuição na segurança do equipamento e/ou do pessoal

− Um maior ou menor consumo de energia

− Um maior ou menor custo de produção.

Estamos acostumados à noção de “temperatura” antes de mais nada pela sensação de calor ou
frio quando tocamos um objeto. Além disso, aprendemos logo, por experiência, que ao
colocarmos um corpo quente em contacto com um corpo frio, o corpo quente se resfria e o
corpo frio se aquece. Se esses corpos permanecem em contacto por um determinado tempo,
eles parecerão ter o mesmo grau de aquecimento ou resfriamento.

Existem três divisões clássicas de medição de temperatura:

• Pirométria: termo usado para medição de altas temperaturas na faixa onde efeitos de radiação
térmica passam a se manifestar.

• Criogenia: termo usado para a medição de baixas temperaturas; próximas ao zero absoluto.

• Termometria: termo abrangente usado para medição das mais diversas temperaturas.

As escalas mais comuns de temperatura são Celsius(°C), Fahrenheit(°F), Kelvin (K), e


Rankine(°Ra).

A temperatura não pode ser determinada directamente, mas deve ser deduzida a partir de seus
efeitos eléctricos ou físicos produzidos sobre uma substância, cujas características são

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conhecidas. Os medidores de temperatura são construídos baseados nesses efeitos. Podemos
dividir os medidores de temperatura em dois grandes grupos

- Medidor de temperatura Directo

- Medidor de temperatura Indirecto

Contacto directo

Medidores que usam o princípio da expansão volumétrica de líquidos:

• Termómetros de vidro;

• Tubo de Bourdon

Medidores que usam o princípio da pressão de gás a volume constante:

• Termómetro de gás pressurizado;

• Vapor em capilar metálico fechado.

Medidores que usam o princípio da dilatação de sólidos (par bimetálico):

• Termómetros bimetálicos

• Medição de temperatura por termoresistência.

Contacto indirecto

• Pirómetro óptico;

• Pirómetro fotoeléctrico;

• Pirómetro de radiação.

Termómetro de vidro

Este termómetro consta de um bulbo de vidro ligado a um tubo capilar, também de vidro, de
seção uniforme e fechado na parte superior. O bulbo e parte do capilar são preenchidos por um
líquido, sendo que na parte superior do capilar existe uma câmara de expansão para proteger o
termómetro no caso de a temperatura exceder o seu limite máximo. Sua escala é linear e
normalmente fixada no tubo capilar no invólucro metálico.

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Fig 3.8: Exemplos de termómetros de vidro industriais

Fonte: https://www.wika.com.br/landingpage_temperature_gauge_pt_br.WIKA

Diversos líquidos utilizados tais como o mercúrio, tolueno, álcool etílico, pentano, etc., são
utilizados na fabricação de termómetro de vidro. Normalmente emprega-se o mercúrio ou
álcool etílico como líquido termométrico, sendo que o mercúrio é o mais utilizado.

Acelerómetro

(Revista Control Engineering 2002...) O acelerômetro ou acelerómetro é um dispositivo usado


para medir a aceleração própria de um sistema

Fig 3.9 medidor de aceleração Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aceler%C3%B4metro

Medição de força

Um instrumento de medição de força geralmente consiste em um sensor e um display no qual


o resultado da medição é emitido na forma de um valor numérico com sua unidade associada.

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Um instrumento de medição de força consiste, portanto, em um transdutor de força e uma tela
na qual a força medida pode ser lida.

Dinamómetro

(Revista Control Engineering 2002...) O dinamómetro ou dinamômetro é um aparelho destinado


a medir a dinamometria e o binário produzidos por um motor. Alguns aparelhos fazem o gráfico
do binário e potência em função da rotação do motor. Internamente, a maioria dos
dinamômetros são dotados de uma mola que se distende à medida que se aplica a ele uma força.

Fig 4.0 fonte :


https://www.wika.com.br/landingpage_force_measuring_instrument_pt_br.WIKA

Mediação de velocidade

▪ Os medidores de velocidade de fluidos são projetados para medir velocidade local em


um escoamento de fluido, tanto no caso de escoamentos internos em tubulações
quanto escoamento externo ao ar livre.

▪ Anemômetro

▪ Tubo de Pitot

▪ Estroboscópio

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Fig 4.1 Medidor de velocidade Fonte: https://www.preparaenem.com/fisica/relacao-entre-
velocidade-pressao-no-escoamento.htm

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Conclusão

Portanto, conclui-se que para garantir a qualidade de produção numa firma, é essencial equipamento de
medição de tecnologia de ponto, porém, utilização destes equipamentos em aplicações industriais prevê
um significativo avanço nas seguintes áreas: Custos de instalação, procedimentos de manutenção,
opções de upgrades e leitura de informação de controlo.

Existem dois métodos de medição que são usados nos processos em geral: método de medição
directa – é a medição que se faz tendo como referência a posição do plano superior da
substância medida. Método da medição indireta – é o tipo de medição que se faz para
determinar o nível em função de uma segunda variável.

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Referencias bibliográficas

1. SEIDEL; Raniere Alysson, Instrumentação Aplicada, Colégio técnico Industrial de


Santa Maria, Santa Maria - RS, 2011
2. Instrumentação e Controle – Guia Básico; Eletrobrás [et al.]. Brasília: IEL/NC, 2008.

3. https://www.wika.com.br/landingpage_temperature_gauge_pt_br.WIKA

4. https://www.wika.com.br/landingpage_temperature_gauge_pt_br.WIKA

5. (Revista Control Engineering 2002...)

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