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Geografia A

Conceitos e Objetivos
Desenvolvimento sustentável

 Aquele que permite satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a


capacidade das gerações futuras satisfazem as suas próprias necessidades.
Espaço rural

 Espaço onde a ocupação do solo é predominantemente agrícola, a habitação é


geralmente unifamiliar e a população ativa se ocupa sobretudo da agricultura.
Espaço ou paisagem agrária

 Área ocupada com a produção agrícola (vegetal e animal), com pastagens e florestas,
com habitações dos agricultores e, ainda, com infraestruturas que se relacionam
com a atividade agrícola.
Espaço agrícola

 Área utilizada para a produção vegetal e/ou animal.


Regime de produção

 Forma como se produz os produtos agrícolas, podendo ser de dois tipos: extensivo
ou intensivo.
Sistemas de cultura
Agricultura intensiva (regime intensivo)

 Forma de agricultura em que o solo está permanentemente ocupado com diversas


culturas (policultura) e/ou prados onde a produtividade é elevada.
Agricultura extensiva (regime extensivo)

 Forma de agricultura onde se pratica o afolhamento com pousio.


Policultura

 Mistura de culturas e colheitas que se sucedem umas as outras.


Monocultura

 Cultivo de um só produto, frequentemente destinado ao mercado.


Cultura de regadio

 Cultura que precisam frequentemente de rega.


Cultura de sequeiro

 Cultura com pouca necessidade de água, subsistindo em geral da água das chuvas.
Campos abertos

 Quando os campos apresentam, de forma geral, uma forma regular, não se


encontrando separados por vedação.
Campos fechados

 Quando os campos apresentam uma forma irregular, encontrando-se separados por


vedação (muros ou árvores, arbustos) que protegem as culturas e servem para
delimitar as explorações.
Culturas permanentes

 Culturas que não integradas em rotação que ocupam as terras por cinco ou mais
anos e dão origem a várias colheitas e que apresentam uma determinada densidade
de plantação como olival, vinha, pomar etc.
Culturas temporárias

 Culturas de ciclo vegetativo anual ou que têm de ser ressemeados com intervalos
inferiores a cinco anos.
Estrutura fundiária

 Tamanho e forma das propriedades rurais.


Indústria agroalimentar

 Conjunto de atividades relacionadas com a transformação de matérias-primas em


bens alimentares ou bebidas e a sua disponibilização ao consumidor final.
Estrutura agrária

 Refere-se basicamente ao padrão de distribuição da propriedade das terras


agrícolas.
Pluriatividade

 Exercício de uma ou mais atividade.


Plurirrendimento

 Acumulação de rendimentos provenientes de duas ou mais atividades.


Produtividade agrícola

 Produção ou valor da produção por trabalhador ou por unidade de tempo num


determinado período.
Pastagens permanentes

 As terras ocupadas com erva ou outras forrageiras herbáceas, quer semeadas quer
espontâneas, por um período igual ou superior a cinco anos e que não estejam
incluídas no sistema de rotação de exploração.
Região agrária

 Divisão territorial com características agrícolas afins, utilizável em planeamento e


estatística.

1. Caracterizar o sistema agrário das diferentes regiões agrárias.


O território nacional esta dividido em nove regiões agrárias, sete no continente e as duas
regiões autónomas que apresentam sistemas agrários diferenciados:

Entre Douro e Minho

 A agricultura intensiva;
 Predominação de minifúndios que pouco ultrapassa os 3 ha;
 Predomínio das culturas temporárias, os cereais, e em particular o milho;
 A vinha é a cultura permanente que se destaca;
 A pecuária é dominada pela criação de gado bovino;
 Predominam as explorações por conta própria;
 O arrendamento é a forma menos usada;

Trás-os-Montes

 A agricultura extensiva é frequente;


 Propriedades com uma dimensão média de 6,6 ha;
 Os cereais são a cultura temporária mais importante, com realce para o centeio. A
batata cultiva-se na grande maioria das explorações, mas ocupa uma área não muito
grande;
 As explorações com culturas permanentes são bastante numerosas e ocupam uma
área um pouco superior à das culturas temporárias. Salientam-se o olival, a vinha e
os castanheiros;
 Predomina a criação de suínos e bovinos;
 As explorações por conta própria são em número sensivelmente igual ao das
explorações por arrendamento;

Beira Litoral

 Predomínio da agricultura intensiva tradicional;


 Propriedades pequenas minifúndios (em média têm pouco mais de 2 ha);
 O milho é a cultura predominante;
 O olival e a vinha são as principais culturas permanentes;
 Cria-se gado suíno, ovino e bovino;
 Predomínio da exploração por conta própria;

Beira Interior

 A dimensão média das propriedades é pouco superior a 8 há;


 Pratica-se, geralmente, uma agricultura extensiva de sequeiro;
 O milho e o centeio são as culturas temporárias mais cultivadas;
 As culturas industriais (tabaco e girassol) têm aqui alguma expressão;
 Os ovinos são predominantes, seguindo-se os caprinos e os suínos;
 A forma de exploração mais comum é por conta própria;

Ribatejo e Oeste

 A agricultura intensiva é a mais praticada;


 As culturas temporárias ocupam cerca de 1/3 da SAU e do número de explorações. O
milho e o arroz são os cereais mais cultivados, assim como a batata e as culturas
hortícolas;
 Existem alguns prados permanentes;
 A colza é a cultura industrial mais importante;
 A batata é cultivada em número de explorações semelhante ao dos cereais, mas
ocupa uma área muito menor;
 Os suínos são predominantes na criação de gado;
 A forma de exploração por conta própria predomina;
Alentejo

 Predominam as grandes propriedades (latifúndios);


 Pratica-se maioritariamente a agricultura extensiva e monocultura com pousio;
 Os cereais, principalmente o trigo, predominam em relação às culturas temporárias.
O arroz também tem alguma expressão;
 As culturas permanentes (oliveira, vinha e frutos secos) são mais abundantes do que
as temporárias;
 Existem culturas industriais, destacando-se de entre elas o girassol;
 Predominam os ovinos, seguidos dos suínos e os bovinos;
 A exploração por conta própria é predominante, mas também é utilizada a forma de
arrendamento;

Algarve

 Predomina a agricultura intensiva, mas no interior pratica-se uma agricultura de tipo


extensivo;
 Propriedades de pequena dimensão (minifúndios) e maioritariamente por conta
própria;
 As culturas permanentes ocupam uma área bastante superior à das culturas
temporárias. Destas, salientam-se as culturas hortícolas e, nas permanentes, os
frutos secos e os citrinos;
 Na criação de gado, destacam-se igualmente o ovino e o suíno.

Açores

 As propriedades são de pouco mais de 6 há;


 Predomina a exploração por conta própria ocupando, no entanto, menor área que as
de arrendamento;
 O trigo e o milho são as principais culturas temporárias. As pastagens são numerosas
em todo o arquipélago;
 As culturas permanentes ocupam uma área muito pequena;
 Como cultura industrial surge o chá;
 O gado bovino, que é criado ao ar livre, é largamente maioritário nesta região;

Madeira

 É generalizada a existência de microfúndios onde a dimensão média das explorações


é de apenas 0,4 há;
 O número de explorações e a área ocupada são sensivelmente iguais, quer nas
culturas temporárias, quer nas permanentes;
 A horticultura e a floricultura são importantes dentro das culturas temporárias;
 A vinha e as frutas subtropicais são as mais representativas dentro das culturas
permanentes;
 A suinicultura, constitui a maior parte da criação de gado;
 A grande maioria das propriedades é gerida por conta própria, sendo o
arrendamento pouco usual;

2. Relacionar a heterogeneidade espacial das diferentes estruturas agrárias com


fatores físicos e humanos.
Mais explorações agrárias: Alentejo, algumas regiões no interior e Açores.
Menos explorações agrárias: Litoral (- o Alentejo), Algarve e Madeira.
Mais empregabilidade: Interior, Nordeste de Portugal.
Menos empregabilidade: grande parte do Litoral.

Entre o Douro e Minho

 Temperaturas amenas, muita precipitação, baixo relevo, grande densidade


populacional, predominância de adultos.
Trás-os-Montes

 Temperaturas amenas, pouca precipitação, algum relevo, baixa densidade


populacional, baixo nível de instrução, população envelhecida.
Beira Litoral

 Temperaturas consideravelmente altas, alguma precipitação, baixo relevo,


densidade populacional relativamente baixa, predominância de adultos.
Beira Interior

 Temperaturas que variam consoante a região, pouca precipitação, algum relevo


(com destaque na Serra da Estrela), densidade populacional extremamente baixa,
pouca instrução, população envelhecida.
Ribatejo e Oeste

 Temperaturas altas, pouca precipitação, pouquíssimo relevo, alta densidade


populacional, predominância de adultos.
Alentejo

 Temperaturas bastante altas, pouca precipitação, pouco relevo, densidade


populacional extremamente baixa, população envelhecida, tratores potentes.
Algarve

 Temperaturas bastante altas, pouca precipitação, pouco relevo, alguma densidade


populacional, predominância de adultos.

Notas: Utilização de socalcos (especialmente no Douro e na Madeira) método bastante


utilizado para o aproveitamento da terra.

Condicionalismos naturais
Clima: as condições meteorológicas são um dos fatores que mais condicionam a agricultura
no nosso país, sobretudo pela irregularidade da precipitação que caracteriza o clima
português.
Recursos hídricos: (superficiais ou subterrâneo) é fundamental para a produção agrícola.
Dependentes das barragens e da precipitação.
Solos: o solo sendo o principal fator de nutrientes é bastante importante. A fertilização do
solo que Portugal tem pouca qualidade dependendo dos fertilizantes e também pouco
profundos.
Relevo: altitude: quando menor a altitude menor a temperatura e mais precipitação.
declive: pode impedir as paisagens de máquinas (tratores).

Fatores humanos
Passado histórico
Norte: além de ter solos de qualidade e muitos recursos hídricos, a alta densidade
populacional vai levar à partilha sucessiva de herança diminuindo as explorações agrícolas.
Sul: o facto do terreno ser mais plano, contrariamente ao que acontece no Norte, ajudou os
mouros a conquistarem terras mais depressa, pois, o terreno acidentado do Norte
dificultava a passagem, isto explica como é que as heranças são mais existentes no Norte,
pois, lá elas existem a mais tempo.

3. Explicar os problemas estruturais da agricultura portuguesa e dar soluções.


Apesar dos progressos do setor agrícola português, regista-se sobretudo como
consequência a adesão a UE problemas que dificultam o desenvolvimento da agricultura.

 A reduzida dimensão das explorações, a fragmentação e parcelamento, em algumas


regiões do país.
 O envelhecimento do agricultor português e os seus reduzidos níveis de instrução,
que dificultam a adesão, a inovação e a adaptação as normas comunitárias de
produção e comercialização.
 A dependência externa decorrente do facto de a produção agrícola ser muito inferior
as necessidades de consumo.
 Níveis de rendimento e produtividade inferiores aos da média da União Europeia.
 A elevada percentagem de solos com fraca aptidão agrícola a sua utilização nem
sempre adequada.
Para solucionar alguns destes problemas, a agricultura portuguesa poderá aumentar os
níveis de rendimento e de produtividade se acelerar o seu ajustamento estrutural aos níveis
comunitários e apostar no desenvolvimento de uma agricultura mais moderna e orientada
para o mercado, aproveitando todas as nossas potencialidades especificas.

4. Relacionar o desenvolvimento do setor agrícola com as estruturas etárias e


socioprofissional da população ativa agrícola.
A população ativa ocupada na agricultura tem vindo a diminuir devido à modernização da
agricultura e às ofertas de empregos mais atrativos em outos ramos de atividade.
Verifica-se, assim, o êxodo agrícola, a transferência de mão de obra agrícola para outros
setores, ainda que mantendo a residência nas áreas rurais. A população agrícola familiar
tem ainda uma importância considerável na população residente em algumas regiões do
país, sobretudo no interior e nas duas regiões Autónomas.
As regiões agrarias que empregam mais mão de obra não familiar são aquelas onde
predominam as explorações de grande dimensão e que simultaneamente, são mais
mecanizadas. Isso explica que sejam as explorações maiores aquelas que apresentam menor
volume de trabalho agrícola.
O envelhecimento da população que se dedica a agricultura tem vindo a acentuar-se, tendo
como idade média dos produtores agrícolas ser 66 anos. O nível de instrução dos
agricultores embora tenha vindo a aumentar, ainda é relativamente baixo, só uma pequena
parte tem habilitações que vão alem do ensino básico, correspondendo aos agricultores
mais jovens, associados as explorações de maior dimensão económica.
A transmissão de conhecimentos e experiências de país para filhos é ainda o principal modo
de formação dos agricultores e poucos são os que beneficiam de forma profissional. O
envelhecimento e os baixos níveis de instrução e de formação profissional da população
agrícola constituem em um trave ao desenvolvimento da agricultura, pois condicionam:

 A adesão a inovações (tecnologias, métodos de cultivo, praticas amigas do


ambiente);
 A capacidade de investir e arriscar;
 A adaptação às normas comunitárias de produção e de comercialização;

5. Salientar a importância da pluriatividade na fixação da população rural.


Em Portugal, apenas uma pequena parte da população agrícola familiar se dedica a tempo
inteiro à agricultura.
A pluriatividade é a prática, em simultâneo do trabalho na agricultura e noutras atividades,
surge também como alternativa para complementar o rendimento proveniente da
agricultura. Deste modo, as famílias rurais tendem a ser multifuncionais, o próprio produtor
deixa apenas de ter a função produtiva sendo recompensado por serviços de prevenção do
ambiente e das paisagens.

6. Caracterizar a ocupação da SAU.


A superfície agrícola utilizada (SAU) é ocupada com diferentes culturas e engloba:

 Terras aráveis: terras cultivadas destinadas a produção vegetal, terras retiradas da


produção, terras que sejam mantidas em boas condições agrícolas e ambientais e
terras ocupadas por estufas ou cobertas por estruturas.
 Culturas temporais: aquelas cujo ciclo vegetativo não excede um ano (anuais) e as
que não sendo anuais são ressemeadas com intervalos que não excedem cinco anos.
 Pousio: áreas incluídas no afolhamento ou rotação, trabalhadas ou não, sem
fornecer colheita durante um ano agrícola, tendo em vista o melhoramento das
superfícies.
 Culturas permanentes: ocupam o solo durante um longo período e fornecem
respetivas colheitas.
 Horta familiar: superfície ocupada com produtos hortícolas ou frutos destinados a
autoconsumo.
 Pastagens permanentes: áreas onde são semeadas espécies por um período superior
a cinco anos destinadas a pasto de gado.
A SAU portuguesa é maior no Alentejo e menor, sobretudo no Norte. No Alentejo
predominam os latifúndios, o que faz com que, mesmo havendo menos explorações, o
espaço ocupado com agricultura vai ser maior. Já no Norte, havendo mais minifúndios e
explorações, vai haver menos espaço ocupado com agricultura, pois, os outros elementos
do espaço agrícola ocupam uma boa parte do espaço que podia ser usado com culturas.

7. Explicar os fatores que condicionam o uso do espaço agrícola.


Nas últimas décadas deram-se mudanças muito significativas nos usos do solo em Portugal.
Estas alterações prosseguem a ritmos variados e são determinados por fatores diversos,
condições naturais, demográficas, sociais, políticas, ambientais, etc.
A utilização dos solos nem sempre respeita a sua aptidão natural. Os solos aráveis são
protegidos pela Reserva Agrícola Nacional mas, ainda assim, alguns com boa aptidão
agrícola são utilizados para outros fins. Por exemplo, o solo agrícola tem sido ocupado pelo
crescimento das cidades, pelas florestas por mato e pastagens.

8. Problematizar a ocupação do solo considerando as suas aptidões.


O desenvolvimento de atividades agrícolas em solos pouco aptos para a agricultura, acaba
por comprometer o rendimento da terra e dos agricultores e a sustentabilidade económica
da atividade. Este problema é ainda agravado por praticas incorretas que afetam a
fertilidade dos solos e contribuem para a sua degradação.
Praticas agrícolas que afetam a qualidade dos solos:

 A utilização excessiva ou incorreta de fertilizantes químicos e pesticidas degrada e


polui os solos e diminui a sua fertilidade.
 A prática da monocultura conduz ao empobrecimento e esgotamento de
determinados nutrientes do solo essenciais ao desenvolvimento das culturas.
 A excessiva mobilização dos solos, sobretudo a utilização de máquinas pesadas,
contribui para a sua compactação.
 A ausência de estudos do solo que permitiam a ajustamento entre a aptidão e o seu
uso e que suportem as decisões de fertilização contribui para a sua degradação.
Perante problemas como a redução da qualidade dos solos e a sua incorreta utilização, o
ordenamento territorial assume um papel de grande importância, que permitirá adequar as
diferentes utilizações do solo às suas aptidões naturais, impedindo que, se continue a
ocupar solos de grande qualidade e próprios para a agricultura com construção urbana e
industrial.
A competitividade da agricultura portuguesa é ainda afetada por fatores como:

 Condições meteorológicas irregulares e, muitas vezes, desfavoráveis;


 Características da população agrícola: envelhecida e com baixos níveis de instrução e
de formação profissional;
 Utilização ainda muito significativa de técnicas tradicionais;
 Predomínio de explorações de pequena dimensão;
 Elevados custos de produção, incluindo custos de combustíveis e impostos
superiores aos da maioria dos países da União Europeia;
 Pesados encargos financeiros do crédito a que os agricultores têm de se sujeitar para
modernizar as suas explorações;
 Competitividade dos parceiros comunitários (UE).

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