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TRIBUNAL MARÍTIMO

PROCESSO Nº 34489/2021

ACÓRDÃO

L/M “PIETRA”. Naufrágio de embarcação nas proximidades da Marina Verolme, Jacuecanga, Angra dos
Reis - RJ. Sem registros de danos pessoais, tampouco registro de poluição ao meio ambiente hídrico. Não
apurado com a devida precisão. Arquivamento.

Vistos os presentes autos.

Trata-se de IAFN, instaurado pela Delegacia em Angra dos Reis para apurar as causas e
responsabilidades acerca da explosão da lancha “PIETRA”, com 12,38 metros de comprimento, 7.76AB,
classificado para atividade de esporte e recreio em área de navegação interior, inscrita sob o nº
4019928886 no porto de São Paulo, ocorrida no dia 02 de novembro de 2019, na posição latitude
23º00’33”S e longitude 044º15’23”W, nas proximidades da Marina Verolme, Jacuecanga, Angra dos Reis
- RJ. Acidente este, previsto no artigo 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54, com pedido de Arquivamento,
promovido pela D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM, em manifestação (Documento 0001885)
dos presentes autos, pelos seguintes fatos e fundamentos.

Consta dos autos que aproximadamente às 11h50min do dia do acidente, nas proximidades da Marina
Verolme, após abastecer a embarcação o proprietário condutor, junto com um marinheiro ajudante,
pretendiam levar a lancha para a Praia Grande com o intuito de buscar mais pessoas para iniciarem um
passeio. Após se deslocarem cerca de 100 metros, próximo à boia verde, na saída do canal de acesso à
marina, a embarcação explodiu. A tampa do motor foi arremessada devido a explosão e logo os ocupantes
perceberam a presença de fogo no motor. Assim, o condutor e seu ajudante se viram obrigados a pular na
água, sendo resgatados em seguida por outra embarcação que passava pelo local.

A embarcação ficou à deriva e foi rebocada ainda em chamas pelo pessoal da Marina para fora do canal.
O Corpo de Bombeiros providenciou seu afundamento para extinguir o incêndio. Uma parte da proa da
embarcação permaneceu emersa, mesmo depois de naufragada, devido à pouca profundidade do local.

Às 12h40min, a equipe SAR de DelAReis chegou à Marina, um militar do CBMERJ, presente no local,
informou à equipe que a embarcação incendiou-se por completo e foi afundada. Ainda segundo o militar,
uma pessoa havia sofrido ferimento leve, porém sem necessidade de atendimento.

Registraram os peritos em Laudo de Exame Pericial (fls. 05 a 11) que segundo relatos a embarcação
encontrava-se em bom estado de conservação. A embarcação encontrava-se em situação regular e o
condutor era devidamente habilitado. A embarcação ficou totalmente destruída. E concluíram a perícia
afirmando que não foi possível determinar a causa nem a origem do incêndio.

No Relatório (fls. 33 a 37), o Encarregado do IAFN, após descrever as diligências realizadas, as


características da embarcação, analisar e transcrever resultado da perícia, resumir depoimentos, em
consonância de entendimento com os peritos concluiu que não foi possível apontar a causa determinante
do acidente da navegação.

IAFN instruído com documentos de praxe, fotos e ainda CD com suas principais peças.
Sendo assim, a Procuradoria Especial da Marinha - PEM (Documento 0001885) se manifestou pelo
Arquivamento do presente IAFN, eis que verifica-se que as provas coligidas nos autos do IAFN se
revelaram inconclusivas, vale dizer, desprovidas de aptidão a demonstrar de forma irretorquível o fato
gerador da explosão seguida de incêndio e naufrágio parcial da lancha “PIETRA”.

Publicada Nota para Arquivamento. Prazos preclusos, sem manifestações de possíveis interessados
conforme certidão (Documento 0003242).

Isto posto, decidimos.

Por todo o exposto, deve-se concordar com a promoção da D. Procuradoria Especial da Marinha
(Documento 0001885) e mandar arquivar os presentes autos, equiparando o acidente da navegação em
apreço, tipificado no artigo 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54, equiparado àqueles cujas circunstâncias
determinantes não foram apuradas com a necessária precisão.

Assim,

ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) Quanto à natureza e extensão do


acidente da navegação: naufrágio de embarcação nas proximidades da Marina Verolme, Jacuecanga,
Angra dos Reis - RJ. Sem registros de danos pessoais, tampouco registro de poluição ao meio ambiente
hídrico; b) Quanto à causa determinante: não apurada com a devida precisão; e c) Decisão: mandar
arquivar os autos, como requerido pela D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM, em sua manifestação
(documento 0001885), considerando o acidente da navegação em apreço, previsto no artigo 14, alínea
“a”, da Lei nº 2.180/54, como de origem indeterminada.

Publique-se. Comunique-se. Registre-se.

Rio de Janeiro, RJ, em 16 de novembro de 2021.

Documento assinado eletronicamente por Maria Cristina de Oliveira Padilha, Juíza, em


10/12/2021, às 17:49, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

Documento assinado eletronicamente por V Alte W P Lima Filho, Juiz Presidente, em


15/12/2021, às 10:06, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site https://www.sei.tm.mar.mil.br


/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0 informando
o código verificador 0013117 e o código CRC C3A57160.

34489/2021 0013117v2

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MARITIMO:00394502022970
Dados: 2022.02.11 15:38:32 -03'00'

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