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EDUCAÇÃO INTEGRAL

E A FORMAÇÃO PLENA
DOS ESTUDANTES
FUNDAMENTOS
DA PROPOSTA

DIÁLOGOS
SOCIOEMOCIONAIS
ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO
MODELO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO INTEGRAL E A FORMAÇÃO PLENA DOS ESTUDANTES

Educação integral não é um assunto novo.

Na década de 1930, no Brasil, o Manifesto dos Pioneiros da Educação


Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por intelectuais
como Anísio Teixeira e Lourenço Filho, tornou-se um marco no pro-
jeto de renovação educacional do país. Em antagonismo às forças
conservadoras ligadas à grupos católicos e a chamada educação
tradicional, o Manifesto propunha ao Estado a organização de um pla-
no geral de educação, defendendo a bandeira de uma escola única,
pública, laica, obrigatória e gratuita. Algumas pautas desse ideário
foram introduzidas na Constituição de 1934 e, Anísio Teixeira, como
Secretário de Educação do Distrito Federal (1932 a 1935), implemen-
tou várias reformas no sistema educacional. Teixeira também foi o
responsável pela implementação, em 1950, do Centro Educacional
Carneiro Ribeiro (Salvador, BA), primeiro modelo de educação integral
bem-sucedido, e pela criação, juntamente com Darcy Ribeiro, das
Escolas-classe e Escolas-parque, nos anos 1960 (Brasília, DF). Ribeiro,
por sua vez, nos anos 1980, implementa centenas de Centros Integra-
dos de Educação Pública (CIEPs) no estado do Rio de Janeiro. Essas
iniciativas, inspiradas nas ideias de Dewey – para quem a vida, a
experiência e a aprendizagem não podem ser separadas –, buscavam
a qualidade educacional e o compromisso com a formação integral
dos estudantes a partir da ampliação do tempo e da permanência da
criança e do adolescente na escola.

Desde então, a ideia de educação integral ganhou força no debate


educacional, mas é preciso repensá-la a partir de um olhar contem-
porâneo, que inclua os desafios que o século 21 apresenta. Para isso,
é sempre importante destacar que educação integral não é sinôni-
mo de tempo integral. Embora várias iniciativas implementadas no
país no século passado tivessem uma concepção assistencialista,
considerando o tempo estendido como meio para afastar crianças e
adolescentes de situações de risco, outras avançaram na perspectiva
da formação humana em todas as suas dimensões.

É nessa perspectiva da formação integral, considerando o contexto


contemporâneo e o direito do estudante ao seu desenvolvimento
intelectual, físico, social, emocional e cultural que, em 2018, a Base

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MODELO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO INTEGRAL E A FORMAÇÃO PLENA DOS ESTUDANTES

Nacional Comum Curricular (BNCC) apresentou a educação integral


como um fundamento pedagógico e um compromisso a ser persegui-
do em todas as etapas da Educação Básica.

“No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto


histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico,
participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e
responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações.
Requer o desenvolvimento de competências para aprender a
aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível,
atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das
culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas,
ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os
dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com
as diferenças e as diversidades”.

(BRASIL, 2018, p.14).

Na BNCC, a educação integral tem como objetivo a formação e o


desenvolvimento humano global, o que “implica compreender a com-
plexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo
com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual
(cognitiva) ou a dimensão afetiva” (BRASIL, 2018, p.16).

A proposta curricular Diálogos Socioemocionais contribui para o


fortalecimento da educação integral nas escolas, favorecendo a
construção da autonomia dos estudantes, por meio do desenvolvi-
mento intencional de competências socioemocionais estruturantes
para a elaboração de seus projetos de vida.

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MATERIAL PRODUZIDO PELO
INSTITUTO AYRTON SENNA, 2020

Sobre o Instituto:

Há quase 25 anos, o Instituto Ayrton Senna contribui para ampliar as


oportunidades de crianças e jovens por meio da educação. Nossa missão
é desenvolver o ser humano por inteiro, preparando para a vida no
século 21 em todas as suas dimensões. Impulsionados pela vontade do
tricampeão de Fórmula 1, Ayrton Senna, de construir um Brasil melhor,
atuamos em parceria com gestores públicos, educadores, pesquisadores
e outras organizações para construir políticas e práticas educacionais
baseadas em evidências. Estamos em permanente processo de inovação,
continuamente investigando novos conhecimentos para responder aos
desafios de um mundo em constante transformação.

Partindo dos principais desafios da educação identificados por


gestores e educadores com quem trabalhamos no dia a dia, produzimos,
sistematizamos e validamos conhecimentos críticos para o avanço da
qualidade da educação, em um trabalho conjunto com as redes públicas
de ensino. Todo o conhecimento produzido é compartilhado com mais
atores por meio de iniciativas de formação, difusão, cooperação técnica e
transferência de tecnologia.

Nossas ações são financiadas por doações, recursos de licenciamento e


por parcerias com a iniciativa privada. Considerando iniciativas voltadas
para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, estamos em 15 estados
e mais de 450 municípios, apoiamos a formação de cerca de 60 mil
profissionais por ano e beneficiamos a educação de mais de 1,5 milhão de
alunos anualmente. www.institutoayrtonsenna.org.br.

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