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Plasmodium

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O Plasmodium é um parasita unicelular protozoário, que


infecta os eritrócitos, causando a malária.[1] É transmitido Plasmodium
a seres humanos pela picada da fêmea do mosquito
Anopheles. São parasitas esporozoides das células
sanguíneas. Têm diversas formas, de acordo com a fase do
ciclo de vida, e em média cerca de 1-2 micrómetros de
diâmetro (a hemácia tem cerca de 7 micrómetros). Têm
duas fases de reprodução, desenvolvimento assexual e
formação dos microgametas no ser humano e formação
sexual dos esporozoítos no mosquito.

Há seis espécies que infectam humanos: P.falciparum,


P.vivax, P.ovale, P.malariae, P.knowlesi e P. simium.

Índice
Ciclo de vida
Assexuado Plasmodium vivax

Sexuado Classificação científica


Ciclos e sistema imunológico
Reino: Protista

Fatores de virulência Filo: Apicomplexa

Plasmodium falciparum Classe: Aconoidasida

Plasmodium vivax Ordem: Haemosporida

Plasmodium ovale Género: Plasmodium

Plasmodium malariae
Referências

Ciclo de vida
O ciclo de vida dos anenomenos inicia-se com a picada de uma pessoa por um mosquito fêmea do gênero
Anopheles que, antes de sugar o sangue dos capilares, injecta uma pequena quantidade de saliva
anticoagulante rica em plasmódios na corrente sanguínea.

Assexuado

Os plasmódios estão na fase de esporozoíto, e chegam em menos de 30 min pela corrente sanguínea ao
fígado, onde invadem os hepatócitos. Os esporozoítos dentro dos hepatócitos transformam-se em
esquizontes, maiores e multinucleares. Esses dividem-se por reprodução assexuada, gerando milhares (mais
esquizontes, maiores e multinucleares. Esses dividem se por reprodução assexuada, gerando milhares (mais
se forem P. falciparum, menos se outras espécies) de merozoítos, uma fase que dura seis dias
(P.falciparum) ou algumas semanas (outras espécies). São os
merozóitos que invadem os eritrócitos (glóbulos vermelhos). No
caso do P.falciparum, todos os esquizontes se transformam em
merozóitos, mas nas outras espécies alguns ficam dormentes no
fígado, uma forma conhecida como hipnozoite, e a infecção pode
reaparecer, mesmo se aparentemente curada, muitos anos depois
(frequente em Portugal nos retornados de África, ainda hoje). Os
merozóitos dividem-se assexuadamente no interior dos eritrócitos,
até ocorrer lise, saindo a descendência e substâncias tóxicas para o
sangue que irá infectar mais eritrócitos.

Sexuado O ciclo de vida do parasita da


malária. Parasitas entram no
Alguns merozóitos transformam-se em formas sexuais após meiose. hospedeiro vertebrado através da
As formas sexuais (macrogametas e microgametas) são aspiradas picada de um mosquito fêmea do
por novo mosquito Anopheles quando este pica a pele. No gênero Anopheles. Esporozoítos
estômago do mosquito o microgameta sofre exflagelação e funde-se entram na pele e viajam para o
com o macrogameta, gerando um zigoto. Este diferencia-se em fígado através do sistema
oocineto, uma forma móvel, que atravessa a parede do estômago e circulatório sanguíneo, onde eles
se aloja na membrana basal diferenciando-se em oocisto e multiplicam em merozoítos, os quais
desenvolvendo-se em esporozoítos, estourando o oocisto e retornam ao sistema circulatório.
migrando para as glândulas salivares do inseto, de onde invadem Merozoítos infectam hemácias, onde
um novo hóspedeiro humano. Podem exisitir muitos oocisto no se desenvolvem através de vários
estômago do Anopheles, mas os danos causados a parede do estágios para produzir mais
estômago quando os oocistos eclodem não parecem ter efeito merozoítos, ou gametócitos.
negativo na longevidade do mosquito. Gametócitos são ingeridos por um
mosquito Anopheles que venha a
picar a pessoa infectada (infectando
Ciclos e sistema imunológico também o mosquito), continuando o
ciclo.
Dentro das hemácias, os merozóitos não são detectáveis pelo
sistema imunológico. Só quando a hemácia rompe e antes de terem tempo de penetrar noutra, é que são
detectados, havendo produção de citocinas pelos leucócitos, como a IL-1, que produz febre, tremores, e
mal-estar. Como todos os merozóitos originais foram libertados do fígado ao mesmo tempo, e cada um
demora mais ou menos o mesmo tempo a se reproduzir na sua hemácia, o rebentamento das hemácias com
sintomas de febre violenta tendem a ocorrer em períodos sincronizados, com períodos assimptomáticos
intervenientes (que correspondem à divisão dos merozóitos dentro das células, onde não são detectados).

Fatores de virulência
O parasita produz proteínas (proteínas PfEMP1) que secreta dentro da hemácia. Elas são transportadas para
a membrana celular. Aí funcionam como adesinas, ligando-se a moléculas presentes nas paredes dos vasos
sanguineos, tornando mais lenta a circulação do eritrócito. Desse modo o parasita evita a passagem no
baço, onde é possivelmente destruído, já que o baço é um órgão imunológico e de renovação das hemácias.
Teoricamente, seria possível destruir o plasmódio através da formação de anticorpos contra essas proteínas.
No entanto, o plasmódio possui 50 conjuntos diferentes com a mesma função e vai trocando-os
aleatoriamente, de modo que quando os anticorpos específicos para um conjunto estão em produção já ele
mudou o conjunto que utiliza.
Plasmodium falciparum
Existe em todas as regiões tropicais.
É a espécie que causa a
malária mais grave.

A incubação é curta, de seis a dez dias. Invade todos os eritrócitos,


imaturos, envelhecidos ou de meia idade. Os seus números por
mililitro são muito superiores aos das outras espécies, infectando
por vezes 20% dos eritrócitos totais a cada instante. Causa malária
maligna (terciária com ciclos de 48 h). No entanto, inicialmente as
crises podem ser diárias. As características clínicas da sua infecção
são muito mais graves, com vômitos, náuseas, diarreia, fortes dores
Trofozoítos de Plasmodium
de cabeça, convulsões, défices mentais, delírio e - não
falciparum
infrequentemente - coma e morte (se não tratada). É uma
emergência médica.

Microscopicamente, é visto como meia-lua na periferia do glóbulo. Infecta mais frequentemente os


eritrócitos que se encontram no fígado ou baço, e muitas vezes é detectado no sangue periférico na forma
de microgametas para infeccionar a fêmea do Anopheles e de esquizontes para reprodução no fígado,
sendo chamada de merozoitos a forma circulante no sangue humano. As hemácias estão com tamanho
aumentado e distorcidas, com grânulos avermelhados. A resistência à cloroquina está a espalhar-se e já é
prevalente em muitas áreas.

Plasmodium vivax
É a espécie mais distribuída globalmente, existindo nas áreas tropicais e também em algumas temperadas.

O P. vivax geralmente não causa doença mortal, já que ele só invade os eritrócitos jovens imaturos, tendo
receptores específicos para eles. O seu período de incubação é de cerca de 15 dias, com sintomas tipo gripe
inicialmente. Formam-se hipnozoites, formas adormecidas no fígado, queúltiplos (pontos de Schuffner) e
aspecto esférico com maior volume. É geralmente sensível à cloroquina que, no entanto, não elimina as
formas hepáticas do parasita.

Plasmodium ovale
Existe na África. Na América do Sul e Ásia é raro.

Semelhante ao P.vivax. O seu período de incubação é de cerca de 15 dias. Geralmente não causa doença
mortal porque só destroi as hemácias imaturas. Causa malária terciária benigna, ciclos de 48h. Causa
doença crônica com ataques durante muitos anos, sem qualquer tratamento. Formam-se hipnozoites, formas
adormecidas no fígado, que, mesmo após a cura da doença sintomática, podem voltar à circulação muitos
anos depois, com recorrência da doença.

É identificado na microscopia devido à aparência típica das hemácias ovais e aumentadas. Os pontos de
Schuffner são cor-de-rosa pálidos. Sensível à cloroquina.

Plasmodium malariae
Mais raro, ocorre em todos os continentes.

O seu período de incubação pode ser de várias semanas e até meses e anos. Não causa doença aguda fatal,
geralmente porque só infecta eritrócitos envelhecidos tendo receptores específicos para ele Se não tratada
geralmente, porque só infecta eritrócitos envelhecidos, tendo receptores específicos para ele. Se não tratada,
causa doença crónica com ataques durante muitos anos. Não se formam hipnozoites. Os ataques são de 72
em 72 horas: malária benigna quartã. À microscopia os eritrócitos são de forma normal. Têm pontos
vermelhos vivos e merozoites em forma de barras. Sensível à cloroquina.

Referências
1. «Plasmodium» (https://www.inaturalist.org/taxa/199354). INaturalist (em inglês). Consultado
em 22 de dezembro de 2019

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Esta página foi editada pela última vez às 05h37min de 30 de janeiro de 2022.

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