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Violência contra a mulher cresce no estado de SP no 1º semestre

deste ano, aponta levantamento do Instituto Sou da Paz


Alta nos homicídios e feminicídios foi de 2,6% entre janeiro e junho de 2021. Já as agressões
aumentaram 5,4%

Retirada do portal G1

As agressões e os homicídios contra as mulheres cresceram no estado de São Paulo no primeiro


semestre deste ano, segundo um levantamento do Instituto Sou da Paz.
De janeiro a junho de 2020 foram 196 homicídios e feminicídios (é quando a vítima é morta por ser
mulher) contra 201 no mesmo período deste ano, uma alta de 2,6%. Já o número de agressões subiu de
24.069 para 25.366, 5,4% a mais.
Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, ressalta que apesar do aumento não ter
sido tão expressivo, ele corrobora o aumento de violência contra a mulher visto nos últimos anos.
“É muito importante fazer um olhar global da violência contra a mulher começando pela prevenção
com serviços de saúde, com serviços de assistência social, de acolhimento dessa mulher para que ela possa
se apoderar e entender que ela está sendo vítima de violência e buscar ajuda, e os serviços de justiça e
segurança pública que tenham uma rede e celeridade no atendimento para tirar a mulher dessa situação
de violência e de risco.”
Jamila Ferrari, coordenadora das delegacias da Mulher, disse que homicídios normalmente são
provocados por brigas, tráfico de drogas e vingança, e não necessariamente pela relação de
relacionamento amoroso.
“Nós temos dividido o homicídio e feminicídio contra a mulher. É uma escolha essa divisão
justamente nem sempre todo homicídio de mulher é um feminicídio ou ele aconteceu em um âmbito da
família, de um relacionamento amoroso ou de menosprezo pela condição de mulher. Quando a gente
analisa os dados a gente vê que o número de feminicídios cai, são 2, e o número de homicídios de mulher
sobe”, afirmou.
Sobre o aumento de agressões, ela diz que era esperado devido ao confinamento provocado pela
pandemia de coronavírus.
“Com relação a violência, lesão corporal, ameaça, era esperado esse aumento. As pessoas estavam
dentro de casa, estavam isoladas e agora elas conseguem sair. E ao sair, elas conseguem denunciar, fazer o
boletim de ocorrência e pedir ajuda”
As mulheres conseguem fazer boletim de ocorrência e pedir medida protetiva contra o agressor pela
internet. Para as mulheres que já possuem medida protetiva, existe um aplicativo em que a mulher aciona
o pedido de socorro após apertar um botão, conhecido como SOS Mulher, e uma viatura da Polícia Militar
deve chegar em até 15 minutos.
Dados obtidos pela TV Globo, através da Lei de Acesso à Informação, mostram que na maioria dos
casos, a Polícia militar consegue atender o chamado dentro do prazo estipulado. Mas ainda há casos em
que o socorro demora até 1 hora.

27% das mulheres de 15 a 49 anos sofreram violência doméstica durante a


vida, diz estudo da 'The Lancet'
Pesquisadores utilizaram informações do Banco de Dados Global da OMS sobre prevalência de violência contra a
mulher e mais de 300 pesquisas e estudos realizados entre 2000 e 2018. Estudo abrange 161 países e áreas.
Retirada do portal G1

Um novo estudo publicado na revista The Lancet nesta quarta-feira (16) indica que 27% das mulheres de
15 a 49 anos sofreram violência física e/ou sexual dos parceiros masculinos durante a vida. Destas, 13%
foram violentadas nos últimos 12 anos de pesquisa (em 2018).
Veja os números do estudo:
 Globalmente, estima-se que 27% das mulheres de 15 a 49 anos tenham passado por algum tipo de
violência doméstica pelo menos uma vez na vida desde os 15 anos
 Em 2018, até 492 milhões de mulheres de 15 a 49 anos sofreram violência de parceiros - 13%
 24% das mulheres entre 15 e 19 anos já foram violentadas pelos parceiros
 A prevalência de violência entre parceiros recentes/atuais foi maior entre as faixas etárias de 15 a
19 anos e 20 a 24 anos nos últimos 12 meses da pesquisa
 Violência foi maior na Oceania (49%) e na África Central Subsaariana (44%). Ásia Central (18%) e
Europa Central (16%) foram regiões com menor estimativa
 Países de alta renda apresentaram menores prevalências estimadas de violência de parceiros ao
longo da vida
 Pesquisadores alertam que os números devem ser maiores, já que as estimativas são baseadas nas
experiências de mulheres e questão é estigmatizada
Lynnmarie Sardinha, autora principal do estudo, apontou que o alto número de jovens que sofrem
violência dos parceiros é preocupante. "A adolescência e o início da vida adulta são etapas importantes
da vida quando os fundamentos para relacionamentos saudáveis são construídos. A violência que essas
jovens experimentam tem impactos duradouros em sua saúde e bem-estar. A violência de parceiros
íntimos é evitável e precisa ser feita".
Os pesquisadores utilizaram dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre prevalência de violência
contra a mulher e mais de 300 pesquisas e estudos realizados entre 2000 e 2018, em 161 países e áreas.
O estudo definiu como violência: comportamentos físicos, sexuais e psicologicamente prejudiciais no
contexto do casamento ou qualquer outra forma de união. As mulheres analisadas são casadas (ou foram),
moram junto com o parceiro ou têm uma relação de longo prazo.
“A violência de parceiros pode ter grande impacto a curto e longo prazo na saúde física e mental da vítima,
incluindo lesões, depressão, ansiedade, gravidez indesejada e até morte", alerta o estudo.

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Fim da violência contra mulheres


Em 2013, a OMS publicou as primeiras estimativas globais e regionais sobre a prevalência de violência
física e/ou sexual de parceiros. Na época, 30% das mulheres relataram algum tipo de violência.
A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável pediu o fim
da violência contra as mulheres em seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No entanto,
para Claudia García-Moreno, autora sênior do estudo, essa meta está longe de ser cumprida.
"Embora tenham sido feitos progressos nos últimos 20 anos, ainda é grosseiramente insuficiente cumprir a
meta do ODS para eliminar a violência contra as mulheres até 2030", diz García-Moreno.
Ela acrescenta que o estudo foi feito antes da pandemia de Covid-19.
"Embora este estudo tenha ocorrido antes da pandemia, os números são alarmantes e pesquisas
mostraram as questões exacerbadas da pandemia que levam à violência de parceiros íntimos, como
isolamento, depressão e ansiedade e uso de álcool, além de reduzir o acesso a serviços de apoio. Impedir
que a violência de parceiros íntimos aconteça em primeiro lugar é vital e urgente", completa a autora
sênior.

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