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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no


Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

ENGENHARIA DE RESILIÊNCIA: UM
PANORAMA DE SEUS ESTUDOS E
PERSPECTIVAS DE PESQUISAS
FUTURAS
Angela Weber Righi (UFRGS)
angelawrighi@yahoo.com.br
Tarcisio Abreu Saurin (UFRGS)
saurin@ufrgs.br

Novas abordagens para a gestão da segurança em diferentes setores de


atividade são necessárias devido à complexidade cada vez maior dos
sistemas de trabalho. Nessa perspectiva, a Engenharia de Resiliência
apresenta-se como um novo paradigmaa para o estudo e prática da
segurança no meio acadêmico e organizacional. Dessa forma, o
presente estudo tem o objetivo de apresentar um panorama das
publicações que abordam o tema Engenharia de Resiliência, sob a
perspectiva da segurança. Para tal, foi realizada um estudo
bibliométrico através da pesquisa dos termos “resilience engineering”
e “safety” em bancos de dados e revistas da área. Com base em 55
artigos analisados, publicados nos anos de 2010 e 2009, foi possível
evidenciar pesquisas voltadas principalmente nos setores aviação,
saúde e transportes (ferroviário, marítimo e rodoviário), fornecendo
contribuições através de estudos teóricos, apresentação de métodos e
modelos para investigação de acidentes, elaboração de indicadores,
entre outros. Por fim, foi possível verificar a importância do tema para
a área da segurança e indicar novos caminhos para pesquisas futuras.

Palavras-chaves: Engenharia de Resiliência, segurança, organizações


XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

1. Introdução
Numa recente perspectiva para o estudo e gestão da segurança nos sistemas sociotécnicos, a
Engenharia de Resiliência (ER) apresenta-se como um novo paradigma (HOLLNAGEL;
WOODS; LEVESON, 2006). Com o intuito de identificar, analisar, melhorar e desenvolver a
resiliência dentro dos sistemas (HOLLNAGEL; WOODS, 2006), a Engenharia de Resiliência
tem seus conceitos, fundamentos e ferramentas adequadas para a aplicação em sistemas de
alto risco, caracterizados como complexos.
Organizações consideradas de alto risco apresentam-se em um número cada vez maior, devido
à inserção de novas tecnologias e maior ênfase dada à dimensão cognitiva que o trabalho vem
adquirindo (MARMARAS;KONTOGANNIS, 2001). Segundo Reiman e Oedewald (2009),
enquadra-se nessa categoria qualquer organização que tem de lidar com, ou controlar, seus
riscos de tal forma que possa causar danos significativos ao meio ambiente, público ou
pessoal. Para estas organizações torna-se fundamental possuir a capacidade de monitorar o
seu estado atual, prever possíveis desvios, reagir a perturbações esperadas ou inesperadas e
aprender com os sinais de fraqueza do sistema e com os incidentes do passado (REIMAN;
OEDEWALD, 2009). Nessa mesma linha de raciocínio, Cook, Render e Woods (2000)
afirmam que uma maneira de reforçar a segurança nesse tipo de organização é desenvolver a
capacidade do sistema para detectar riscos e lidar com a variabilidade e incerteza do sistema.
Dentro dessa perspectiva encontra-se a resiliência. Segundo Leveson et al. (2006), resiliência
é a habilidade do sistema de impedir ou adaptar-se às circunstâncias a fim manter o controle
sobre uma propriedade do sistema, nesse caso, a segurança ou o risco. Wreathall (2006)
define resiliência como uma capacidade da organização (sistema) em manter ou recuperar
rapidamente um estado estável, permitindo a continuação das operações durante e após um
acidente de grandes proporções ou na presença contínua de tensões significativas.
Compartilhando de definição semelhante, Hollnagel (2006) define um sistema como resiliente
quando este é capaz de ajustar seu funcionamento antes, durante ou após alterações e
perturbações, de modo que possa sustentar as operações necessárias mesmo depois de um
acidente de grandes proporções ou na presença de stress contínuo. Reiman e Oedewald (2009)
argumentam ainda que um sistema resiliente deve ser capaz de sustentar suas operações
necessárias e manter a sua capacidade para responder a surpresa também na ausência de
pressão externa ou stress.
Segundo Hollnagel, Woods e Leveson (2006) a Engenharia de Resiliência é um modelo na
gestão da segurança, focada em ajudar as pessoas a fazer frente à complexidade dos sistemas.
Ela trabalha com a perspectiva da variabilidade, focando no seu controle, visto que a
variabilidade do desempenho humano está sempre presente dentro do sistema, sendo fonte de
sucesso e insucesso (REIMAN; OEDEWALD, 2009). Parte-se do princípio de que, como não
é possível eliminar completamente a variabilidade, deve-se buscar formas de controlá-la para
que não causem prejuízos a organização (WOODS; WREATHALL, 2003).
Conceitos, princípios, formas de avaliação e demais características relacionadas ao estudo e
aplicação da Engenharia de Resiliência podem ser evidenciadas na literatura, que conta com
um número cada vez maior de publicações, englobando diferentes áreas do conhecimento.
Inicialmente restrita a pesquisas realizadas na indústria nuclear, química e setor de aviação, o
estudo da segurança utilizando a visão da Engenharia de Resiliência vem englobando novos
campos de estudos, podendo citar como exemplo a área da saúde.

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Entendendo que a Engenharia de Resiliência é a nova abordagem para gestão da segurança e


sua pesquisa ainda apresenta aspectos a serem explorados, o presente estudo tem o objetivo de
apresentar um panorama das publicações que abordam o tema Engenharia de Resiliência, sob
a perspectiva da segurança. A contribuição esperada com este estudo está focada na
elucidação de novos campos para a pesquisa relacionada ao tema.
2. Método do estudo
O presente estudo está caracterizado como um estudo bibliométrico (MARCONI; LAKATOS,
2009), no qual foi realizada uma pesquisa referente ao tema Engenharia de Resiliência,
focando em estudos que utilizem a perspectiva da segurança. Para tal, foi realizada uma
varredura horizontal nos seguintes bancos de dados ScienceDirect, Emerald e Sage. Como
algumas importantes revistas da área não se encontram disponíveis nesses bancos, foi também
realizada pesquisas individuais nas seguintes revistas: HumanFactors, Theoretical Issues in
Ergonomcs Science, Occupational Ergonomics, International Journal Cognitive Ergonomics,
The Ergonomics Open Journal, Ergonomics, Ciência Ergo Sum.
As pesquisas foram realizadas utilizando como palavras-chave “resilience engineering” e
“safety”, compreendendo os meses de junho e julho de 2010 para a coleta dos artigos. Não foi
utilizado nenhum tipo de filtro para seleção inicial dos trabalhos, resultando em 77 pesquisas
que apresentavam disponibilidade de acesso ao trabalho na íntegra. Após esta pesquisa inicial,
os trabalhos foram selecionados de acordo com o seguinte critério: os trabalhos deveriam
representar artigos de pesquisa (independente da metodologia utilizada), sendo excluídos
trabalhos que fossem revisões de livros e sessões editoriais.
O resultado final da seleção encontra-se em um banco de dados composto por 67 artigos
relacionados à Engenharia de Resiliência e Segurança, publicados entre os anos de 2010 e
2006. Entretanto, para o presente trabalho, foram analisados somente os artigos publicados
nos anos de 2010 e 2009, visto que esses correspondem a 77,6% (52) do total de artigos
encontrados. Acredita-se que a análise desses trabalhos representa de forma fidedigna o
panorama de estudos sobre o tema, pois representa a maioria dos trabalhos pesquisados e
refere-se ao contexto mais atual da área.
Sendo assim, embasado nas informações obtidas nos artigos selecionados, foi realizada uma
categorização dos mesmos nos seguintes aspectos: ano de publicação, setor da pesquisa,
contribuição apresentada, número de autores por trabalho, nacionalidade do primeiro autor e
classificação do periódico no qual a publicação se encontra segundo avaliação da Capes
(Coordenação de Aperfeiçoamento do Ensino Superior). Posteriormente, utilizando tais
informações é realizada uma discussão sobre o panorama de tais pesquisas, juntamente com a
elaboração de perspectivas para pesquisas futuras abordando o tema da Engenharia de
Resiliência.
3. Resultados
3.1 Resiliência
Ao se pesquisar sobre resiliência, nas diferentes áreas que a adotam, encontra-se uma gama de
conceitos, tornando difícil apresentar uma única definição para tal palavra. Entretanto, pode
ser observado que estes conceitos e definições apontam para uma mesma direção, refletindo
complementaridade entre as diferentes ideias.
No campo de estudos da psicologia e da administração a resiliência aparece frequentemente
relacionada à habilidade dos indivíduos em resistir flexivelmente as adversidades
(HENRIQSON, 2009). Pode-se dizer que, numa perspectiva mais individual, a resiliência

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apresenta-se para a psicologia, enquanto para a administração e para o campo dos estudos da
segurança, a resiliência apresenta-se na perspectiva da organização.
Focando no campo de estudo deste artigo, a resiliência apresenta-se dentro dos estudos da
Engenharia de Sistemas Cognitivos, mais especificamente na Engenharia de Resiliência,
surgindo gradualmente como um novo caminho para superar as limitações das abordagens
existentes para a avaliação do risco e da segurança em um sistema (HOLLNAGEL; WOODS;
LEVESON, 2006). De forma complementar, Le Coze e Pettersen (2008) afirmam que a
resiliência tem surgido rapidamente como uma abordagem a ser considerada em relação à
forma de como entender e gerenciar a segurança e vulnerabilidade em sistemas sociotécnicos.
Por ser uma área de pesquisa ainda recente, seus conceitos ainda estão numa fase de
desenvolvimento, como demonstrado em recentes conferências e livros (HOLLNAGEL et al.,
2006, 2008), não existindo uma definição única para a resiliência aplicada ao contexto da
segurança do sistema, mas sim, várias versões.
Segundo Holling (1973), resiliência é a capacidade de um sistema absorver tensões externas.
Complementando a definição anterior, Woods (2005, 2006) afirma que a resiliência é a
capacidade de um sistema prever, reconhecer e antecipar riscos, visando defender-se de
mudanças adversas que possam ocorrer.
De acordo com Rose e Liao (2005), uma capacidade inerente do sistema à respostas
adaptativas que lhes permitam evitar perdas potenciais define resiliência. Assim como o
resultado de um sistema em prevenir conseqüências negativas, minimizar consequências
adversas e recuperar-se rapidamente dessas consequências adversas (WESTRUM, 2006).
Para Wreathall (2006), resiliência é a capacidade de uma organização (sistema) em manter ou
recuperar rapidamente um estado estável, permitindo a continuação das operações durante e
após um acidente de grandes proporções, ou na presença contínua de tensões significativas.
Segundo o referido autor, a prevenção contra fatores, eventos ou condições indesejadas; a
prevenção contra a degradação das situações em que fatores, eventos ou condições
indesejadas ocorreram; e, a recuperação de fatores, eventos e condições indesejadas após a
sua ocorrência, são capacidades intrínsecas de um sistema resiliente.
Amalberti (2006) define resiliência como a capacidade de um sistema para sobreviver e
prosperar frente a crises ocasionais, sem ter de mudar sua natureza básica. E Rasmussen,
Pejtersen e Goodstein (1994) referem-se a resiliência como a habilidade de conduzir as
atividades da organização de modo a estar próximo das zonas de perigo, mas
permanentemente fora delas.
Nessa recente perspectiva da resiliência, a Engenharia de Resiliência surge como um novo
paradigma para o estudo da segurança, buscando entender como as pessoas, sob pressão,
lidam com a complexidade e com a variabilidade de um sistema, e ainda obtém sucesso
quando encontram-se sob condições adversas (HOLLNAGEL; WOODS; LEVESON, 2006).
Conforme os autores supracitados, as ferramentas utilizadas pela Engenharia de Resiliência
no levantamento dos dados são as mesmas utilizadas pela Ergonomia durante todos esses anos
de aplicação, porém a diferença encontra-se na maneira como essas informações são
interpretadas, tornando-se nova a forma como as questões são abordadas.
Para a Engenharia de Resiliência deve-se buscar abordar não somente o que deveria ter sido
feito e explicar o que aconteceu quando ocorre uma falha, mas, e principalmente, aprender
com as quase falhas para entender as variabilidades do sistema e, dessa forma, prever e
preparar uma ação frente às possíveis falhas (VARGAS; GUIMARÃES, 2006).

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Seus princípios ainda estão em elaboração, conforme destaca Mendonça (2008 apud CARIM
JR, 2009), e dentro do que já foi definido por alguns autores, citam-se as propostas de Woods
(2006) e Costella (2008). Para Woods (2006), os princípios da Engenharia de Resiliência
estariam relacionados à: a) capacidade de amortecer as disrupções do sistema; b) a
flexibilidade; c) a percepção das margens de segurança; e, d) tolerância. Costella (2008)
apresenta em seu estudo os seguintes princípios: i) comprometimento da alta direção; ii)
capacidade da empresa em aprender nas mais diversas situações; iii) flexibilidade para adaptar
a situações imprevistas; iv) consciência das margens de segurança e de quanto a operação está
próxima delas.
Numa perspectiva de consolidação das teorias que envolvem a Engenharia de Resiliência,
Woods e Wreathall (2003) citam ser necessário progredir em pesquisas com os seguintes
enfoques: (1) desenvolvimento de um sistema de medidas que indiquem a resiliência na
organizações; (2) desenvolvimento de suporte para as decisões sobre a produção e trade-offs
de segurança; (3) desenvolvimento de novas formas de feedback sobre os efeitos colaterais
das mudanças organizacionais e decisões sobre o risco.
Estudos buscando desenvolver métodos para avaliar a resiliência nos sistemas vem sendo
desenvolvidos por vários pesquisadores, reforçando cada vez mais as teorias da área e
contribuindo para a prática dos princípios da Engenharia de Resiliência dentro das
organizações, visto que a avaliação do estado atual é o primeiro passo para iniciar possíveis
mudanças. Utilizando a abordagem teórica do trabalho de Carim Jr. (2009), que avaliou os
aspectos de resiliência em empresas de táxis aéreos, pode-se citar alguns métodos utilizados
para avaliação da resiliência nas organizações: o Modelo Tripod Delta (CAMBON;
GUARNIERI; GROENEWEG, 2006) e o Método de Avaliação de Sistemas de Gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho (COSTELLA, 2008).
Percebe-se a tendência de utilização dos conceitos e princípios da Engenharia de Resiliência
nessa nova abordagem da segurança e os esforços para a consolidação do tema junto à
academia e às organizações. Dessa forma, a sessão seguinte apresenta um panorama das
publicações que utilizaram esses conceitos em suas pesquisas, seguido de uma discussão
referente aos trabalhos e as perspectivas de novas pesquisas na área.
3.2 Panorama dos estudos sobre Engenharia de Resiliência
Como já mencionado no método de estudo, a pesquisa inicial sobre o tema Engenharia de
Resiliência e Segurança nas fontes de dados resultou num total de 67 artigos distribuídos entre
os anos de 2010 e 2006 conforme Figura 1. Entretanto, para elaboração do panorama dos
estudos na área, foram considerados somente os artigos publicados nos anos de 2010 e 2009.
Percebe-se o caráter inovador e atual das publicações abordando a Engenharia de Resiliência,
que corrobora com a ideia deste tema ser ainda recente dentro da Gestão da Segurança.
Publicações correspondentes ao ano de 2010 totalizaram 25 artigos, enquanto os trabalhos
referentes ao ano de 2009 contabilizam 27 pesquisas. Observa-se que, somente no primeiro
semestre de 2010, o número de publicações envolvendo o tema Engenharia de Resiliência é
próximo ao total de publicações no ano de 2009. Esse fato evidencia os novos rumos que a
pesquisa na área de Gestão da Segurança vem adotando, com um caráter mais sistêmico,
numa perspectiva sociotécnica.

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2010 2009 2008 2007 2006

Figura 1 – Distribuição das pesquisas segundo o ano de publicação


Os setores nos quais os estudos estão focados foi outro aspecto analisado nos trabalhos. Sabe-
se que a Engenharia de Resiliência volta-se principalmente para atividades caracterizadas
como complexas e de alto risco, que apresentam uma maior preocupação com a segurança
devido a um maior número de perigos em suas atividades. Os estudos de resiliência no âmbito
da segurança iniciaram em setores como o de energia nuclear, aviação e ferrovias, que
apresentam histórico de iniciativas e pesquisas voltadas a saúde e segurança do trabalho. A
Figura 2 apresenta os principais setores evidenciados nos artigos analisados, bem como a
referência de cada trabalho no seu setor correspondente.

Setor atividade Autor (ano)


Yang e Hu (2010); Aust (2010); Kirwan (2010); Brokker (2010); Lofquist (2010);
Aviação Teperi e Leppanen (2010); Herrera et al (2009); Everdij et al (2009); Carcalho et al
(2009) Langan-Fox, Canty e Sankey (2009); Strove, Blom e Bakker (2009)
Biologia Heinimann (2010)
Construção Cambraia, Saurin e Formoso (2010); Mitropoulos e Cupido (2009)
Emergência Karagiannisa, Piatyszeka e Flausb (2010)
Ferroviário Blakstad, Hoveden e Rosness (2010)
Vinnem (2010); Nilsson, Garling e Lutzhoft (2009); Morel, Amalberti e Chauvin
Marítimo
(2009); Grabowski et al (2009); Chauvin, Clostermann e Hoc (2009); Antonsen (2009)
Petróleo Øien, Utne e Herrera (2010); Øien et al (2010)
Químico Le Coze (2010); Sonnemans, Katsakiori e Goutsos (2010)
Rodoviário Larsson, Dekker e Tingvalli (2009)
Wears et al (2010); Williams e Smart (2010); Amalberti et al (2009); Grundgeigera e
Saúde Sandersona (2009); Iedema (2009); Benn et al (2009); Amalberti (2009); Iedema et al
(2009)
Tec. da Informação Antunes e Mourão (2010); Dix (2010)
Sgourou, Katsakiori e Goutsos (2010); Hamalainen, Saarela e Takala (2010);
Albrechtsen e Herrera (2010); Hovden, Størseth e Tinmannsvik (2010); Schobel e
Mansey (2010); Re e Macchi (2010); Costella, Saurin e Guimarães (2009); Amalberti et
Geral/Outros
al (2009); Harms-Ringdahl (2009); Vidal et al (2009); Woods (2009); Mearns (2009);
Koivisto et al (2009); Wreathall (2009); Knegtering e Pasman (2009); Lunderberg,
Rollenhagen e Hollnagel (2009)
Figura 2 – Classificação dos artigos segundo setor de atividade abordado
Percebe-se uma continuidade de pesquisas nas áreas iniciais da Engenharia de Resiliência,
como aviação, transportes (ferroviário, marítimo e rodoviário), indústrias químicas e a saúde.
Esses setores, e outros conforme ilustrado, vem utilizando os conceitos e princípios propostos
na teoria da resiliência dentro de seus sistemas, buscando compreender a dinâmica de
trabalho, a complexidade e variabilidade existente dentro de sua área de atuação, visando
prevenir a ocorrência de eventos adversos. A investigação de acidentes já ocorridos através de

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modelos que utilizam os princípios da Engenharia de Resiliência também é uma forma de


utilização dessa nova abordagem.
As contribuições das pesquisas encontradas nos artigos também foram passíveis de análise.
Dos trabalhos discutidos, 42,3% correspondem a pesquisas envolvendo a elaboração de
modelos, seja para investigação de acidentes (p.ex.: STROEVE; BLOM; BAKKER, 2009), ou
para elaboração de indicadores de desempenho (p.ex.: ØIEN; UTNE; HERRERA, 2010).
Trabalhos com características essencialmente teóricas, enfatizando a discussão de teorias
(p.ex.: ALBRECHTSEN; HERRERA, 2010) e de modelos propostos anteriormente na
literatura (p.ex.: LARSSON; DEKKER; TINGVALL, 2009) são encontrados em 25% dos
trabalhos. Estudos apresentando os resultados da investigação de acidentes ocorridos (p.ex.
LE COZE, 2010) representam 5,8% dos artigos selecionados. Uma abordagem experimental,
através da utilização de simuladores pode ser verificada nos trabalhos de Nilsson, Garling e
Lutzhoft (2009) e Harms-Ringdahl (2009). A Figura 3 sintetiza essa classificação
apresentando os respectivos estudos em suas categorias.

Contribuição Autor (ano)


Blakstad, Hoveden e Rosness (2010); Hamalainen, Saarela e Takala
(2010); Dix (2010); Albrechtsen e Herrera (2010); Wears et al (2010);
Antunes e Mourão (2010); Schobel e Manzey (2010); Teperi e Leppanen
(2010); Re e Macchi (2010); Alpera e Karshb (2009); Amalberti et al
Discussão teórica (2009); Vidal et al (2009); Woods (2009); Mearns (2009); Koivisto et al
(2009); Grundgeigera e Sandersona (2009); Wreathall (2009); Iedema
(2009); Knegtering e Pasman (2009); Antonsen (2009); Lundberg,
Rollenhagen e Hollnagel (2009); Amalberti (2009); Iedema et al (2009);
Grabowski et al (2009); Larsson, Dekker e Tingvall (2009)
Heinimann (2010); Sonnemans, Korvers e Pasman (2010); Sgourou,
Katsakiori e Goutosos (2010); Øien, Utne e Herrera (2010); Øien et al
(2010); Yang e Hu (2010); Cambraia, Saurin e Formoso (2010); Aust
(2010); Karagiannisa, Piatyszeka e Flausb (2010); Hovden, Størseth e
Discussão de modelos e métodos Tinmannsvik (2010); Vinnem (2010); Brooker (2010); Lofquist (2010);
Williams e Smart (2010); Costella, Saurin e Guimarães (2009); Harms-
Ringdahl (2009); Herrera et al (2009); Everdu et al (2009); Morel,
Amalberti e Chauvin (2009); Langan-Fox, Canty e Sankey (2009);
Stroeve, Blom e Bakker (2009); Mitropoulos e Cupido (2009)
Discussão sobre investigação de
Le Coze (2010); Kirwan (2010) ; Carvalho et al (2009)
acidentes
Discussão de um experimento Nilsson, Garling e Lutzhoft (2009); Chauvin, Clostermann e Hoc (2009)
Figura 3 – Classificação dos artigos segundo contribuição apresentada
A qualidade dos periódicos nos quais os artigos estão publicados também foi analisada. Para
este aspecto utilizou como referência a classificação determinada pela Capes, através da
tabela do Qualis para a Engenharia III, que abrange os periódicos relevantes e avaliados para
a área da Engenharia de Produção. Nota-se que a maioria dos artigos selecionados pertence a
periódicos com classificação B1, e destes, 27 pertencem ao mesmo periódico, a Safety
Science. Com duas publicações cada, aparecem os conceitos A2 e A1. Esses resultados
remetem a qualidade das publicações envolvendo o tema Engenharia de Resiliência, bem
como uma relevância do tema para a área atualmente, visto que a publicação em revistas
desses níveis reflete a importância do assunto para a ciência na atualidade. Ainda referente a
este aspecto, 17 artigos estão publicados em 13 periódicos não classificados pela Capes na
área das Engenharias III.
O número de autores em cada artigo, bem como a nacionalidade do primeiro autor, foram
aspectos ilustrados na pesquisa. A distribuição de artigos por número de autores em cada
trabalho variou de um a sete, sendo 16 artigos com três autores; 15 artigos com um autor; 10

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trabalhos com dois autores; 7 estudos com quatro autores; 2 artigos com seis autores; e, por
fim, um trabalho com cinco autores e outro com sete autores. A nacionalidade do primeiro
autor das publicações pode ser verificada na Figura 4.

Figura 4 – Distribuição dos artigos segundo nacionalidade do primeiro autor


Percebe-se uma concentração de pesquisas na Europa, seguida da Austrália, Brasil, Holanda e
Estados Unidos da América, com quatro publicações cada. Cabe ressaltar que as publicações
de origem brasileira foram elaboradas por pesquisadores de duas instituições federais de
ensino, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Esta análise referente à nacionalidade dos autores dos artigos apresenta destaque por
evidenciar pólos de pesquisas na área, sugerindo possíveis parcerias com estes países e suas
instituições para intercâmbios de pesquisadores e materiais.
4. Discussão
A inovação promovida por novas formas de abordagens da Gestão da Segurança estimulam
pesquisadores e práticos a estudar e aperfeiçoar as novas teorias. Os acadêmicos buscam
comprovar suas descobertas e utilizam a forma de publicação em periódicos e eventos para
divulgar suas ideias. Esses pensamentos são então transferidos para a prática, sendo
corroborados ou refutados, dependendo de seus resultados.
Com a Engenharia de Resiliência não tem sido diferente. É notório que seus conceitos,
princípios e aplicações teóricas podem contribuir para um melhor entendimento da dinâmica
atual dos sistemas de trabalho, que se encontram cada vez mais complexos. E já vem
contribuindo, em alguns setores que utilizam em suas práticas de segurança os preceitos dessa
nova abordagem. Entretanto, ao analisar as publicações relativas ao tema, selecionadas a
partir de bases de dados conceituadas perante o meio acadêmico e cientifico, percebe-se que
as ideias ainda estão muito presentes no campo teórico, permanecendo as abordagens
tradicionais de segurança no momento da prática.
Algumas publicações utilizam-se do “bordão” Engenharia de Resiliência em vários momentos
de seus textos, porém na essência do estudo não se percebe a aplicação das ideias que
representam a abordagem proposta pela ER. Estudos envolvendo uma maior discussão sobre o
tema do ponto de vista teórico também ainda são incipientes. Artigos que apresentam
contribuições significativas e consistentes no que tange a utilização dessa nova abordagem de
segurança em seus estudos podem ser evidenciados, porém em menor número quando
comparado ao total de artigos selecionados. Øien, Utne e Herrera (2010) e Øien et al (2010)

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em seus estudos, um continuação do outro, referente a construção de indicadores para a


segurança em ferrovias enfatizam a abordagem sistêmica, que é uma característica da ER, na
elaboração dos indicadores, bem como apresentam um método embasado nisso.
O estudo de Cambraia, Saurin e Formoso (2010) também apresenta considerações no que
tange ao tema da resiliência. Ao proporem diretrizes para identificação, análise e
disseminação das informações referentes ao quase-acidentes na indústria da construção, os
autores citam a disseminação de boas práticas, o aprendizado com base no sucesso, e não
somente nas falhas. Essa característica faz parte dos preceitos da ER.
Um estudo teórico, de autoria de Albrechtsen e Herrera (2010) traz consistente discussão
sobre os modelos de análise de acidentes e as abordagens da segurança para cada modelo e
cada “época da segurança”. Apresenta com propriedade a questão da sociotécnia e resiliência,
inclusive enfatizando a imaturidade da Engenharia de Resiliência visto o seu pouco tempo de
aplicação. Apresenta questionamentos interessantes no que tange a real contribuição que a ER
pode trazer para a segurança.
Wears et al (2010) transportam para a saúde, em especial para os acidentes ocorridos em
hospitais e ao departamento de emergência, referências de segurança de outras áreas, citando
a ER nesse contexto. Os autores entendem que a ER poderia trazer importantes contribuições
para o setor, desde que respeitadas as peculiaridades da área e entendida a sua complexidade.
Numa perspectiva mais organizacional, de apoio a gestão através de auxílio informatizado e,
dessa forma, incluindo maior automação nos processos, Antunes e Mourão (2010)
transportam alguns conceitos de resiliência para a gestão desses sistemas automatizados,
enfatizando a importância do ser humano na automação.
Método de análise do sistema de gestão da saúde e segurança do trabalho utilizando como
base alguns princípios da ER é apresentado por Costella, Saurin e Guimarães. O artigo
apresenta embasamento teórico referente a resiliência e consistência nas suas propostas.
Os artigos citados nesse tópico ilustram que a ER pode trazer importantes contribuições a
diferentes setores de atuação. Entretanto, é necessário um amadurecimento das teorias, que
deverá ocorrer em conseqüência das futuras pesquisas a serem desenvolvidas. Nesse aspecto,
torna-se importante estimular pesquisas em diferentes áreas, com diferentes enfoques,
mantendo a atenção as especificidades de cada setor e contexto de trabalho.
5. Considerações finais
Como evidenciado no decorrer do trabalho, o tema Engenharia de Resiliência sob a
perspectiva da segurança apresenta-se como um novo paradigma para a gestão dos sistemas.
Não há dúvidas quanto a sua importância frente à complexidade do trabalho atualmente, nem
quanto à extensa contribuição que ainda pode decorrer da aplicação de suas teorias.
Entretanto, conforme demonstrado pelo panorama de seus estudos, ainda existe um longo
caminho a ser percorrido. A prática das ideias lançadas irá confirmar ou recusar as certezas
que a ER tem hoje. Dessa forma, pesquisas envolvendo a ER, em diferentes setores, com
diferentes níveis de complexidade e variabilidade tornam-se fundamentais para a evolução da
teoria.
Sendo assim, pesquisas futuras devem procurar se aprofundar no tema da Engenharia de
Resiliência, procurando compreender o que se adapta para o seu contexto e de que forma as
contribuições da ER podem ser realmente efetivas na gestão da segurança para o seu
segmento.

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Por fim, acredita-se que esse é um campo que apresenta espaço para pesquisas e proposições,
e que pode contribuir de forma significativa com a sociedade, visto a importância do trabalho
no mundo atual, e mais ainda, do trabalho com qualidade de vida e segurança.

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