Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENGENHARIA DE RESILIÊNCIA: UM
PANORAMA DE SEUS ESTUDOS E
PERSPECTIVAS DE PESQUISAS
FUTURAS
Angela Weber Righi (UFRGS)
angelawrighi@yahoo.com.br
Tarcisio Abreu Saurin (UFRGS)
saurin@ufrgs.br
1. Introdução
Numa recente perspectiva para o estudo e gestão da segurança nos sistemas sociotécnicos, a
Engenharia de Resiliência (ER) apresenta-se como um novo paradigma (HOLLNAGEL;
WOODS; LEVESON, 2006). Com o intuito de identificar, analisar, melhorar e desenvolver a
resiliência dentro dos sistemas (HOLLNAGEL; WOODS, 2006), a Engenharia de Resiliência
tem seus conceitos, fundamentos e ferramentas adequadas para a aplicação em sistemas de
alto risco, caracterizados como complexos.
Organizações consideradas de alto risco apresentam-se em um número cada vez maior, devido
à inserção de novas tecnologias e maior ênfase dada à dimensão cognitiva que o trabalho vem
adquirindo (MARMARAS;KONTOGANNIS, 2001). Segundo Reiman e Oedewald (2009),
enquadra-se nessa categoria qualquer organização que tem de lidar com, ou controlar, seus
riscos de tal forma que possa causar danos significativos ao meio ambiente, público ou
pessoal. Para estas organizações torna-se fundamental possuir a capacidade de monitorar o
seu estado atual, prever possíveis desvios, reagir a perturbações esperadas ou inesperadas e
aprender com os sinais de fraqueza do sistema e com os incidentes do passado (REIMAN;
OEDEWALD, 2009). Nessa mesma linha de raciocínio, Cook, Render e Woods (2000)
afirmam que uma maneira de reforçar a segurança nesse tipo de organização é desenvolver a
capacidade do sistema para detectar riscos e lidar com a variabilidade e incerteza do sistema.
Dentro dessa perspectiva encontra-se a resiliência. Segundo Leveson et al. (2006), resiliência
é a habilidade do sistema de impedir ou adaptar-se às circunstâncias a fim manter o controle
sobre uma propriedade do sistema, nesse caso, a segurança ou o risco. Wreathall (2006)
define resiliência como uma capacidade da organização (sistema) em manter ou recuperar
rapidamente um estado estável, permitindo a continuação das operações durante e após um
acidente de grandes proporções ou na presença contínua de tensões significativas.
Compartilhando de definição semelhante, Hollnagel (2006) define um sistema como resiliente
quando este é capaz de ajustar seu funcionamento antes, durante ou após alterações e
perturbações, de modo que possa sustentar as operações necessárias mesmo depois de um
acidente de grandes proporções ou na presença de stress contínuo. Reiman e Oedewald (2009)
argumentam ainda que um sistema resiliente deve ser capaz de sustentar suas operações
necessárias e manter a sua capacidade para responder a surpresa também na ausência de
pressão externa ou stress.
Segundo Hollnagel, Woods e Leveson (2006) a Engenharia de Resiliência é um modelo na
gestão da segurança, focada em ajudar as pessoas a fazer frente à complexidade dos sistemas.
Ela trabalha com a perspectiva da variabilidade, focando no seu controle, visto que a
variabilidade do desempenho humano está sempre presente dentro do sistema, sendo fonte de
sucesso e insucesso (REIMAN; OEDEWALD, 2009). Parte-se do princípio de que, como não
é possível eliminar completamente a variabilidade, deve-se buscar formas de controlá-la para
que não causem prejuízos a organização (WOODS; WREATHALL, 2003).
Conceitos, princípios, formas de avaliação e demais características relacionadas ao estudo e
aplicação da Engenharia de Resiliência podem ser evidenciadas na literatura, que conta com
um número cada vez maior de publicações, englobando diferentes áreas do conhecimento.
Inicialmente restrita a pesquisas realizadas na indústria nuclear, química e setor de aviação, o
estudo da segurança utilizando a visão da Engenharia de Resiliência vem englobando novos
campos de estudos, podendo citar como exemplo a área da saúde.
2
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
3
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
apresenta-se para a psicologia, enquanto para a administração e para o campo dos estudos da
segurança, a resiliência apresenta-se na perspectiva da organização.
Focando no campo de estudo deste artigo, a resiliência apresenta-se dentro dos estudos da
Engenharia de Sistemas Cognitivos, mais especificamente na Engenharia de Resiliência,
surgindo gradualmente como um novo caminho para superar as limitações das abordagens
existentes para a avaliação do risco e da segurança em um sistema (HOLLNAGEL; WOODS;
LEVESON, 2006). De forma complementar, Le Coze e Pettersen (2008) afirmam que a
resiliência tem surgido rapidamente como uma abordagem a ser considerada em relação à
forma de como entender e gerenciar a segurança e vulnerabilidade em sistemas sociotécnicos.
Por ser uma área de pesquisa ainda recente, seus conceitos ainda estão numa fase de
desenvolvimento, como demonstrado em recentes conferências e livros (HOLLNAGEL et al.,
2006, 2008), não existindo uma definição única para a resiliência aplicada ao contexto da
segurança do sistema, mas sim, várias versões.
Segundo Holling (1973), resiliência é a capacidade de um sistema absorver tensões externas.
Complementando a definição anterior, Woods (2005, 2006) afirma que a resiliência é a
capacidade de um sistema prever, reconhecer e antecipar riscos, visando defender-se de
mudanças adversas que possam ocorrer.
De acordo com Rose e Liao (2005), uma capacidade inerente do sistema à respostas
adaptativas que lhes permitam evitar perdas potenciais define resiliência. Assim como o
resultado de um sistema em prevenir conseqüências negativas, minimizar consequências
adversas e recuperar-se rapidamente dessas consequências adversas (WESTRUM, 2006).
Para Wreathall (2006), resiliência é a capacidade de uma organização (sistema) em manter ou
recuperar rapidamente um estado estável, permitindo a continuação das operações durante e
após um acidente de grandes proporções, ou na presença contínua de tensões significativas.
Segundo o referido autor, a prevenção contra fatores, eventos ou condições indesejadas; a
prevenção contra a degradação das situações em que fatores, eventos ou condições
indesejadas ocorreram; e, a recuperação de fatores, eventos e condições indesejadas após a
sua ocorrência, são capacidades intrínsecas de um sistema resiliente.
Amalberti (2006) define resiliência como a capacidade de um sistema para sobreviver e
prosperar frente a crises ocasionais, sem ter de mudar sua natureza básica. E Rasmussen,
Pejtersen e Goodstein (1994) referem-se a resiliência como a habilidade de conduzir as
atividades da organização de modo a estar próximo das zonas de perigo, mas
permanentemente fora delas.
Nessa recente perspectiva da resiliência, a Engenharia de Resiliência surge como um novo
paradigma para o estudo da segurança, buscando entender como as pessoas, sob pressão,
lidam com a complexidade e com a variabilidade de um sistema, e ainda obtém sucesso
quando encontram-se sob condições adversas (HOLLNAGEL; WOODS; LEVESON, 2006).
Conforme os autores supracitados, as ferramentas utilizadas pela Engenharia de Resiliência
no levantamento dos dados são as mesmas utilizadas pela Ergonomia durante todos esses anos
de aplicação, porém a diferença encontra-se na maneira como essas informações são
interpretadas, tornando-se nova a forma como as questões são abordadas.
Para a Engenharia de Resiliência deve-se buscar abordar não somente o que deveria ter sido
feito e explicar o que aconteceu quando ocorre uma falha, mas, e principalmente, aprender
com as quase falhas para entender as variabilidades do sistema e, dessa forma, prever e
preparar uma ação frente às possíveis falhas (VARGAS; GUIMARÃES, 2006).
4
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
Seus princípios ainda estão em elaboração, conforme destaca Mendonça (2008 apud CARIM
JR, 2009), e dentro do que já foi definido por alguns autores, citam-se as propostas de Woods
(2006) e Costella (2008). Para Woods (2006), os princípios da Engenharia de Resiliência
estariam relacionados à: a) capacidade de amortecer as disrupções do sistema; b) a
flexibilidade; c) a percepção das margens de segurança; e, d) tolerância. Costella (2008)
apresenta em seu estudo os seguintes princípios: i) comprometimento da alta direção; ii)
capacidade da empresa em aprender nas mais diversas situações; iii) flexibilidade para adaptar
a situações imprevistas; iv) consciência das margens de segurança e de quanto a operação está
próxima delas.
Numa perspectiva de consolidação das teorias que envolvem a Engenharia de Resiliência,
Woods e Wreathall (2003) citam ser necessário progredir em pesquisas com os seguintes
enfoques: (1) desenvolvimento de um sistema de medidas que indiquem a resiliência na
organizações; (2) desenvolvimento de suporte para as decisões sobre a produção e trade-offs
de segurança; (3) desenvolvimento de novas formas de feedback sobre os efeitos colaterais
das mudanças organizacionais e decisões sobre o risco.
Estudos buscando desenvolver métodos para avaliar a resiliência nos sistemas vem sendo
desenvolvidos por vários pesquisadores, reforçando cada vez mais as teorias da área e
contribuindo para a prática dos princípios da Engenharia de Resiliência dentro das
organizações, visto que a avaliação do estado atual é o primeiro passo para iniciar possíveis
mudanças. Utilizando a abordagem teórica do trabalho de Carim Jr. (2009), que avaliou os
aspectos de resiliência em empresas de táxis aéreos, pode-se citar alguns métodos utilizados
para avaliação da resiliência nas organizações: o Modelo Tripod Delta (CAMBON;
GUARNIERI; GROENEWEG, 2006) e o Método de Avaliação de Sistemas de Gestão de
Segurança e Saúde no Trabalho (COSTELLA, 2008).
Percebe-se a tendência de utilização dos conceitos e princípios da Engenharia de Resiliência
nessa nova abordagem da segurança e os esforços para a consolidação do tema junto à
academia e às organizações. Dessa forma, a sessão seguinte apresenta um panorama das
publicações que utilizaram esses conceitos em suas pesquisas, seguido de uma discussão
referente aos trabalhos e as perspectivas de novas pesquisas na área.
3.2 Panorama dos estudos sobre Engenharia de Resiliência
Como já mencionado no método de estudo, a pesquisa inicial sobre o tema Engenharia de
Resiliência e Segurança nas fontes de dados resultou num total de 67 artigos distribuídos entre
os anos de 2010 e 2006 conforme Figura 1. Entretanto, para elaboração do panorama dos
estudos na área, foram considerados somente os artigos publicados nos anos de 2010 e 2009.
Percebe-se o caráter inovador e atual das publicações abordando a Engenharia de Resiliência,
que corrobora com a ideia deste tema ser ainda recente dentro da Gestão da Segurança.
Publicações correspondentes ao ano de 2010 totalizaram 25 artigos, enquanto os trabalhos
referentes ao ano de 2009 contabilizam 27 pesquisas. Observa-se que, somente no primeiro
semestre de 2010, o número de publicações envolvendo o tema Engenharia de Resiliência é
próximo ao total de publicações no ano de 2009. Esse fato evidencia os novos rumos que a
pesquisa na área de Gestão da Segurança vem adotando, com um caráter mais sistêmico,
numa perspectiva sociotécnica.
5
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
10
27
25
6
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
7
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
trabalhos com dois autores; 7 estudos com quatro autores; 2 artigos com seis autores; e, por
fim, um trabalho com cinco autores e outro com sete autores. A nacionalidade do primeiro
autor das publicações pode ser verificada na Figura 4.
8
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
9
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
Por fim, acredita-se que esse é um campo que apresenta espaço para pesquisas e proposições,
e que pode contribuir de forma significativa com a sociedade, visto a importância do trabalho
no mundo atual, e mais ainda, do trabalho com qualidade de vida e segurança.
Referências
ALBRECHTSEN, E.; HERRERA, I.A. Is there a need for new theories, models and approaches to occupational
accident prevention? Safety Science, v. 48, p. 950–956, 2010.
AMALBERTI, R. Optimum system safety and optimum system resilience: agonist or antagonists concepts? In:
Hollnagel, E.; Woods, D.; Leveson, N, Resilience Engineering: concepts and precepts, pp. 238-256, London:
Ashgate, 2006
AMALBERTI, R. Quel futuret quell estratégie de sécurité pour un système de venu ultrasûr? Transfusion
Clinique et Biologique, v. 16, p. 80–85, 2009
AMALBERTI, R.; BENHAMOU, D.; AUROY, Y.; DEGOS, L. Adverse events in medicine: Easy to count,
complicated to understand, and complex to prevent. Journal of Biomedical Informatics, 2009.
ANTONSEN, S. The relationship between culture and safety on offshore supply vessels. Safety Science, v. 47,
p. 1118–1128, 2009.
ANTUNES, P.; MOURÃO, H. Resilient Business Process Management: Framework and services. Expert
Systems with Applications, 2010. Article in press.
AUST, M.L. Generalization of case studies in road traffic when defining pre-crash scenarios for active safety
function evaluation. Accident Analysis and Prevention, v. 42, p. 1172–1183, 2010.
BENN, J.; BURNETT, S.; PARAND, A.; PINTO, A.; ISKANDER, S.; VINCENT, C. Studying large-scale
programmes to improve patient safety in whole care systems: challenges for research. Social Science &
Medicine, v. 69, p. 1767–1776, 2009.
BLAKSTAD, H.C.; HOVEDEN, J.; ROSNESS, R. Reverse invention: An inductive bottom-up strategy for
safety rule development: A case study of safety rule modifications in the Norwegian railway system. Safety
Science, v. 48, p. 382–394, 2010.
BROOKER, P. SESAR safety decision-making: Lessons from environmental, nuclear and defence modeling.
Safety Science, v. 48, p. 831–844, 2010.
CAMBON, J.; GUARNIERI, F.; GROENEWEG, J. Towards a new tool for measuring Safety Management
Systems performance. In: 2nd Symposium on Resilience Engineering Juan-les-Pins, France, November 8-10,
2006. Proceedings... France, 2006.
CAMBRAIA, F.B.; SAURIN, T.A.; FORMOSO, C.T. Identification, analysis and dissemination of information
on near misses: A case study in the construction industry. Safety Science, v. 48, p. 91–99, 2010.
CARIM JR, G. Identificação de Fontes de Resiliência e Fragilidade em Empresas de Táxi Aéreo: Estudo de
Múltiplos Casos. 2009, 179f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, PPGEP/ UFRGS, Porto Alegre, 2009.
CARVALHO, P.V.R.; GOMES, J.O.; HUBER, G.J.; VIDAL, M.C. Normal people working in normal
organizations with normal equipment: system safety and cognition in a mid-air collision. Applied Ergonomics, v.
40, p. 325–340, 2009.
CHAUVIN, C.; CLOSTERMANN, J.P; HOC, J.M. Impact of training programs on decision-making and
situation awareness of trainee watch officers. Safety Science, v. 47, p. 1222–1231, 2009.
COSTELLA, M. F. Método de avaliação de sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho (MASST) com
enfoque na engenharia de resiliência. Porto Alegre, 2008. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, PPGEP/ UFRGS.
COSTELLA, M.F.; SAURIN, T.A.; GUIMARÃES, L.B.M. A method for assessing health and safety
management systems from the resilience engineering perspective. Safety Science, v. 47, p. 1056–1067, 2009.
DIX, A. Human–computer interaction: A stable discipline, a nascent science, and the growth of the long tail.
Interacting with Computers, v. 22, p. 13–27, 2010.
10
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
EVERDIJ, M.H.C; BLOM, H.A.P.; SCHOLTE, J.J.; NOLLET, J.W.; KRAAN, B. Developing a framework for
safety validation of multi-stakeholder changes in air transport operations. Safety Science, v. 47, p. 405–420,
2009.
GRABOWSKI, M.; YOU, Z.; ZHOU, Z.; SONG, H.; STEWARD, M.; STEWARD, B. Human and
organizational error data challenges in complex, large-scale systems. Safety Science, v. 47, p. 1185–1194, 2009.
GRUNDGEIGERA, T.; SANDERSONA, P. Interruptions in healthcare: theoretical views. International Journal
of Medical Informatics, v. 78, p. 293–307, 2009.
HÄMÄLÄINEN, P.; SAARELA, K.L.; TAKALA, J. Global trend according to estimated number of
occupational accidents and fatal work-related diseases at region and country level. Journal of Safety Research, v.
40, p. 125–139, 2010.
HARMS-RINGDAHL, L. Analysis of safety functions and barriers in accidents. Safety Science, v. 47, p. 353–
363, 2009.
HEINIMANN, H. R.A Concept in adaptive ecosystem management - An engineering perspective. Forest
Ecology and Management, v. 259, p. 848–856, 2010.
HENRIQSON, E, A condução de sistemas tecnológicos complexos: modelo do desempenho de equipes na
aviação na perspectiva da engenharia de sistemas cognitivos. 2009, 244f. Projeto de Tese ((Doutorado em
Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, PPGEP/ UFRGS, Porto
Alegre, 2009.
HERRERA, I.A.; NORDSKAGA, A.O.; MYHREB, G.; HALVORSEN, K. Aviation safety and maintenance
under major organizational changes, investigating non-existing accidents. Accident Analysis and Prevention, v.
41, p. 1155–1163, 2009.
HOLLING, C. S. Resilience and stability of ecological systems. Annual Review of Ecology and Systematics, n.
4, v. 1, p. 1-23, 1973.
HOLLNAGEL, E., Resilience – the challenge of the unstable. In: Hollnagel E.; Woods D. D.; Leveson N. (Eds.),
Resilience engineering. Concepts and precepts. Aldershot: Ashgate, 2006.
HOLLNAGEL, E.; WOODS, D. D. Epilogue: resilience engineering precepts. In: HOLLNAGEL, E.; WOODS,
D. D.; LEVESON, N. G. (Eds.). Resilience Engineering: concepts, and percepts. London, UK: Ashgate, p. 327-
338, 2006.
HOLLNAGEL, E.; WOODS, D. D.; LEVESON, N. Resilience engineering: Concepts and precepts. Aldershot,
UK: Ashgate, 2006.
HOVDEN, J.; STØRSETH , F.; TINMANNSVIK , R.K. Multilevel learning from accidents – Case studies in
transport. Safety Science, 2010.
IEDEMA, I. New approaches to researching patient safety. Social Science & Medicine, v. 69, p. 1701–1704,
2009.
IEDEMA, R.; JORM, C.; WAKEFIELD, J.; RYAN, C.; SORENSEN, R. A New Structure of Attention?: Open
Disclosure of Adverse Events to Patients and Their Families. Journal of Language and Social Psychology v. 28,
n. 2, p. 139-157, 2009.
KARAGIANNISA, G.M.; PIATYSZEKA, E.; FLAUSB, J.M. Industrial emergency planning modeling: A first
step toward a robustness analysis tool. Journal of Hazardous Materials, 2010. Article in press.
KIRWAN, B. Incident reduction and risk migration. Safety Science, 2010. Article in press.
KNEGTERING, B.; PASMAN, H.J. Safety of the process industries in the 21st century: a changing need of
process safety management for a changing industry. Journal of Loss Prevention in the Process Industries, v. 22,
p. 162-168, 2009.
KOIVISTO, R.; WESSBERG, N.; EEROLA, A.; AHLQVIST, T.; KIVISAARI, S.; MYLLYOJA, J.;
HALONEN, M. Integrating future-oriented technology analysis and risk assessment methodologies.
Technological Forecasting & Social Change, v. 76, p. 1163–1176, 2009.
LANGAN-FOX, J.; CANTY, J.M.; SANKEY, M.J. Human–automation teams and adaptable control for future
air traffic management. International Journal of Industrial Ergonomics, v. 39, p. 894–903, 2009.
11
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
LARSSON, P.; DEKKER, S.W.A.; TINGVALL,C. The need for a systems theory approach to road safety.
Safety Science, v. 48, n. 9, p. 1081-1224, 2010.
LE COZE, J.C. Accident in a French dynamite factory: An example of an organisational investigation. Safety
Science, v. 48, p. 80–90, 2010. Article in press.
LE COZE, J. C.; PETTERSEN, K. Is resilience engineering realist or constructivist? In: E. Rigaud; E.
Hollnagel; F. Pieri (Eds.) Third Symposium on Resilience Engineering. Juan les-Pins, France, Oct. 28-30, 2008.
LEVESON, N.A new accident model for engineering safer systems. Safety Science, n. 42, v. 4, p. 237 - 270,
2006.
LOFQUIST, E.A. The art of measuring nothing: The paradox of measuring safety in a changing civil aviation
industry using traditional safety metrics. Safety Science, 2010. Article in press.
LUNDBERG, J.; ROLLENHAGEN, C.; HOLLNAGEL, E. What-You-Look-For-Is-What-You-Find – The
consequences of underlying accident models in eight accident investigation manuals. Safety Science, v. 47, p.
1297–1311, 2009.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M., Fundamentos de metodologia científica. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARMARAS, N.; KONTOGIANIS, T., Cognitive Task. In: G. Salvendy, Handbook of Industrial Engineering.
New York: John Wiley & Sons, 2001.
MEARNS, K. From reactive to proactive – Can LPIs deliver? Safety Science, v. 47, p. 491–492, 2009.
MENDONÇA, D. Measures of resilient performance. In: HOLLNAGEL, E.; NEMETH, C. P.; DEKKER, S.
(Eds.). Resilience Engineering Perspectives: volume 1: remaining sensitive to the possibility of failure.
Aldershot, England, UK: Ashgate, Cap. 04, p. 29-47, 2008.
MITROPOULOS, P.T.; CUPIDO, G. The role of production and teamwork practices in construction safety: A
cognitive model and an empirical case study. Journal of Safety Research, v. 40, p. 265–275, 2009.
MOREL, G.; AMALBERTI, R.; CHAUVIN, C. How good micro/macro ergonomics may improve resilience,
but not necessarily safety. Safety Science, v. 47, p. 285–294, 2009.
NILSSON, R.; GÄRLING, T.; LÜTZHÖFT, M. An experimental simulation study of advanced decision support
system for ship navigation. Transportation Research Part F, v. 12, p. 188–197, 2009.
ØIEN , K.; UTNE, I.B.; HERRERA, I.A. Building Safety indicators: Part 1 – Theoretical foundation. Safety
Science, 2010. Article in press
ØIEN , K.; UTNE, I.B.; TINMANNSVIK, R.K.; MASSAIU, S. Building Safety indicators: Part 2 – Application,
practices and results. Safety Science, 2010. Article in press
RASMUSSEN, J.; PEJTERSEN, A.; GOODSTEIN, L.; Cognitive System Engineering. New York: John Wiley
& Sons, 1994.
RE, A.; MACCHI, L. From cognitive reliability to competence? An evolving approach to human factors and
safety. Cognitive Technology and Work, v. 12, p. 79–85, 2010.
REIMAN, T.; OEDEWALD, P., Framework for evaluating safety critical organizations. In: The 17th Congress
of the International Ergonomics Association, 2009, Beijing. Proceedings of The 17th Congress of the
International Ergonomics Association, 2009.
ROSE A.; LIAO S. Modeling regional economic resilience to disasters: A computable general equilibrium
analysis of water service disruptions. Journal of Regional Science, n. 45, v. 1, p. 75-112, 2005.
SCHÖBEL, M.; MANZEY, D. Subjective theories of organizing and learning from events. Safety Science, 2010.
Article in press
SGOUROU, E.; KATSAKIORI, P.; GOUTSOS, S.; Assessment of selected safety performance evaluation
methods in regards to their conceptual, methodological and practical characteristics. Safety Science, v.48, p.
1019–1025, 2010.
SONNEMANS, P.J.M.; KÖRVERS, P.M.W.; PASMAN, H.J. Accidents in “normal” operation: Can you see
them coming? Journal of Loss Prevention in the Process Industries, v. 23, p. 351-366, 2010.
STROEVE, S.H.; BLOM, H.A.P.; BAKKER, G.J. Systemic accident risk assessment in air traffic by Monte
Carlo simulation. Safety Science, v. 47, p. 238–249, 2009.
12
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
TEPERI, A. M.; LEPPANEN, A. Learning at air navigation services after initial training. Journal of Workplace
Learning, v. 22, n. 6, p. 335-359, 2010.
VARGAS C. V.; GUIMARÃES, L. B. M. A Engenharia de Resiliência e o Sistema de Controle de Tráfego
Aéreo. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, XXVI, 2006, Fortaleza CE, Brasil, Out. 2006. Anais
eletrônicos do XXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Fortaleza: Abepro, 2006. 1 CD-ROM.
VIDAL, M.C.R; CARVALHO, P.V.R; SANTOS, M.S.; SANTOS, I.J.L. Collective work and resilience of
complex systems. Journal of Loss Prevention in the Process Industries, v. 22, p. 516–527, 2009.
VINNEM, J.E. Risk indicators for major hazards on offshore installations. Safety Science, v. 48, p. 770–787,
2010.
WEARS, R.L.; WOLOSHYNOWYCH, M.; BROWNC, R.; VINCENT, C.A. Reflective analysis of safety
research in the hospital accident & emergency departments. Applied Ergonomics, v. 41, p. 695–700, 2010.
WESTRUM R. A typology of resilience situations. In: Hollnagel E.; Woods, D.D.; Leveson, N. (eds). Resilience
Engineering: Concepts and Precepts. Aldershot, UK: Ashgate Press, p. 49–60, 2006.
WILLIAMS, M.D.; SMART, A. Patient safety: a casualty of target success? Journal of Public Sector
Management, v. 23, n. 5, p. 416-430, 2010.
WOODS, D. D. Creating foresight: Lessons for resilience from Columbia. In: Farjoun M, StarbuckWH (eds).
Organization at the Limit: NASA and the Columbia Disaster. Malden, MA: Wiley-Blackwell, p. 289–308, 2005.
WOODS, D. D. Essential characteristics of resilience. In: Hollnagel E.; Woods, D. D.; Leveson N. (eds).
Resilience Engineering: Concepts and Precepts. Aldershot, UK: Ashgate Press, p. 21–34, 2006.
WOODS, D.; WREATHALL, J. Managing Risk Proactively: The Emergence of Resilience Engineering.
Columbus: Ohio Universtity, 2003. Acessado em 20/11/2009.Disponívelem<http://csel.eng.ohio
state.edu/woods/error/About%20Resilience%20Engineer.pdf>.
WOODS, D.D. Escaping failures of foresight. Safety Science, v. 47, p. 498–501, 2009.
WREATHALL, J. Leading? Lagging? Whatever! Safety Science, v. 47, p. 493–494, 2009.
WREATHALL, J. Properties of resilient organizations: An initial view. In: Hollnagel, E., Woods, D. D., and
Leveson, N. (Eds) Resilience engineering: concepts and precepts. Ashgate.pp. 275-285, 2006.
YANG, S.W.; HU, M.H. Estimation of air traffic longitudinal conflict probability based on the reaction time of
controllers. Safety Science, v.48, p. 926–930, 2010.
13