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PGR
11 junho, 2020
PERÍCIAS TÉCNICAS
7 maio, 2020
Os trabalhos de coleta e industrialização do lixo urbano, condicionam insalubridade sempre que
encontrem amparo legal, de nido segundo os parâmetros estipulados pela Portaria nº 3.214/78, Norma
Regulamentadora 15, Anexo 14, dispositivo que rege a matéria para os riscos condicionados por Agentes
ÁLCOOL ETÍLICO
Biológicos.
24 abril, 2020
O conceito legal não estende a insalubridade a toda e qualquer atividade ou trabalho com qualquer tipo
de lixo, irrestritamente.
ASFIXIANTE SIMPLES
Diz a Portaria nº 3.214/78, Norma Regulamentadora 15, Anexo 14 – Agentes Biológicos:
23 abril, 2020
Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela
avaliação qualitativa:
PPRA = VIGÊNCIA legal:
Insalubridade de grau máximo 10/03/2021
23 abril, 2020
Trabalhos ou operações, em contato permanente, com:
A leitura atenta dos itens acima literalmente transcritos, demonstra de forma inequívoca que o
condicionamento da atividade à insalubridade é restritiva.
A manipulação de lixo em sensu latu e os trabalhos gerais de limpeza não são condicionantes de
insalubridade. Não constam nos itens da Lei.
Aplica-se a Lei apenas aos trabalhos exclusivos à “coleta e industrialização do lixo urbano”.
Há necessidade de que haja coleta ou industrialização de lixo, e que esse seja urbano.
Sem a concomitância dessas duas condições não há enquadramento legal e, por conseguinte, o
trabalho não pode ser considerado como insalubre.
Dessa forma os trabalhos comuns de Serventes de Limpeza não podem ser enquadrados como
insalubres.
O lixo urbano é composto por uma série de elementos de natureza desconhecida, em estados de
putrefação, deterioração ou contaminação dos mais variados e com uma origem totalmente
indeterminada;
Seria impraticável citar todos os elementos possíveis de estar presentes nessa classe de lixo;
O trabalho de coleta do lixo urbano não permite a possibilidade de que seja feita qualquer tipo de
higienização compatível com o risco que a função inerentemente apresenta;
CONSIDERAÇÕES MÉDICAS
É veri cada pela simples observação da fórmula, que o Volume-Minuto pode ser aumentado seja pelo
aumento do volume de cada respiração, bem como pela elevação da frequência respiratória, ou pela
composição destes dois fatores.
Nos trabalhos que não demandam maiores esforços físicos o Volume-Minuto permanece inalterado ou
com um aumento pouco signi cativo.
Nos trabalhos pesados o Volume-Minuto aumenta para suprir o organismo das necessidades de trocas
gasosas a nível pulmonar, para dar atendimento ao consumo aumentado de oxigênio, nessas condições
laborais.
Quando o Volume-Minuto aumenta, o organismo num mesmo espaço de tempo faz penetrar na árvore
respiratória quantidade ou volume muito maior de ar atmosférico. Isso implica no paralelo aumento da
possibilidade de aspiração de micro-organismos em suspensão no ar.
O fato de caminhões que coletam o lixo estarem em contínuo deslocamento, proporciona a formação, na
sua parte posterior, de um turbilhonamento do ar. Essa agitação da massa de ar desloca uma grande
quantidade de micro-organismos de todas as naturezas, procedentes de todas as classes de lixos
colocados no caminhão, líquidos contaminados, paredes e compactadores e demais superfícies.
O “lixeiro” que trabalha nessa área é obrigado a respirar permanentemente essa atmosfera.
Pelo trabalho pesado que executa, apanhando, carregando vários sacos, jogando para dentro do
caminhão e correndo atrás dessa, tem um Volume-Minuto muito aumentado.
As probabilidades de aspirar ar contaminado, por todas essas razões, promove, além dos contatos
manuais obrigatórios com as superfícies do corpo ou de suas vestimentas, um indiscutível aumento dos
riscos próprios da atividade.
O fato de ser o trabalho realizado ao ar livre, sujeito a todas as variações climáticas, implica em
permanente readaptação orgânica na busca da homeostasia, com consequente comprometimento das
defesas orgânicas.
A todos esses fatores não estão submetidas as Serventes de Limpeza ou pessoas que executam
trabalho similares, inclusive na limpeza de sanitários.
De fato, os trabalhos comuns de limpeza não implicam em riscos signi cativos, mesmo que nas
higienizações de peças sanitárias, tais como vasos, mictórios, pias ou outros similares.
São atividades desenvolvidas em todas as residências sem a adoção de medidas protetivas especiais,
em geral, realizadas até mesmo sem o uso de luvas.
É por todos esses motivos que a legislação não atribui qualquer grau de insalubridade para essa
atividade.
Ao contrário, reconhece a preocupante situação da coleta do lixo urbano, restritiva e especi camente.
Não refere em qualquer tópico os termos “coleta de lixo” ou “limpeza de sanitários” ou ainda “trabalhos
de limpeza”, por não encontrar amparo técnico consistente.
São observadas, não raras vezes, inadequadas generalizações com enquadramentos tecnicamente
equivocados e impróprios, quando comparados vasos sanitários a galerias ou tanques de esgoto.
Não podem ainda as peças sanitárias (vasos e mictórios, especialmente) serem comparadas às galerias
ou tanques de esgoto, ou mesmo serem tidas como o início dessas, sendo estruturas bem de nidas e
absolutamente diferentes em todos os seus aspectos.
Os vasos sanitários ou mictórios não são o início das galerias ou tanques de esgoto como algumas vezes
é a rmado, mas sim estruturas de nidas e completamente diferentes em todos os sentidos,
principalmente os laborais.
As galerias e os tanques de esgoto são estações subterrâneas com grande quantidade de dejetos em
estados de deterioração dos mais variados, com intensa formação de névoas e gases, com cheiro forte e
característico, com as superfícies e atmosfera totalmente contaminadas, no geral repletas de insetos
variados e com alta contaminação microbacteriana.
Qualquer atividade nesses locais condiciona uma típica e inquestionável situação de insalubridade em
seu máximo grau, da mesma forma que as atividades de coleta de lixo urbano.
Considerar como insalutíferas as atividades comuns de limpeza, mesmo que inclua a de sanitários com
os respectivos recolhimentos dos lixos, é considerada como uma extensão equivocada dos dispositivos
legais, extrapolando as atribuições do Perito para qualquer tipo de interpretação, pois sem base técnica
consistente ou amparo legal especí co.
Não há na literatura médica nada que demonstre de forma inequívoca que os trabalhos de Servente de
Limpeza promovam mais doenças, tendo comprovadas relações causais com os Agentes Biológicos, do
que qualquer pessoa em qualquer outra atividade.
Diz a Revista LTr, volume 64, de novembro de 2000, Jurisprudência, Tribunal Regional do Trabalho,
Comissão de Jurisprudência, Orientação Jurisprudencial da SDI-1. Nº 170, Adicional de Insalubridade.
Lixo Urbano (inserido em 8/11/2000).
A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas
atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as
classi cadas como lixo urbano, na Portaria do Ministério do Trabalho.
O uso dos EPIs, no caso as luvas impermeáveis (látex, nitrílica, pvc), oferecem para quaisquer trabalhos
sob riscos de Agentes Biológicos, proteções relativas. Seu uso evidentemente não deve ser descartado,
recomendando-se o emprego, somente sob treinamento prévio, pois podem inclusive abrigar micro-
organismos nas suas superfícies externas e quando manipuladas sem orientação técnica especí ca, em
especial para calçá-las e retirá-las das mãos, viabilizando riscos de contaminações, por hospedar esses
elementos, funcionando como vetores de transmissão. Há técnica especí ca para calçar e retirar as
luvas.
Para a análise dos casos acima referidos o emprego desses Equipamentos de Proteção Individual –
EPIs, se pode ser desconsiderado, sem prejuízos signi cativos à análise.
Por todas as razões acima expostas entende-se que as atividades convencionais de Servente de
Limpeza, não são consideradas como insalubres.
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