Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ORÇAMENTÁRIA
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
http://lattes.cnpq.br/2920108110293172
APRESENTAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao livro de Administração Orçamentária Geren-
cial.
Sou o professor Silvio César de Castro, trabalho junto ao Unicesumar no ensino da con-
tabilidade há mais de 15 anos e fiquei imensamente feliz em poder construir esse ma-
terial para você. Essa satisfação é porque, com isso, tive a liberdade de incorporar todos
os aspectos que acredito serem importantes para você em relação ao planejamento e
orçamento empresarial.
Para um melhor entendimento do conteúdo, esta obra está organizada em cinco unida-
des relacionadas ao tema de planejamento e orçamento empresarial.
Na unidade I, iniciamos enfatizando questões importantes sobre o planejamento, sua
evolução, conceitos, definições e a utilização do planejamento do meio empresarial. Ci-
tamos, também, a crítica de Jim Collins a respeito da cultura imediatista que hoje impera
tanto no meio empresarial como no âmbito pessoal. Apresentamos as três fases do pla-
nejamento e seus conceitos para levar você a pensar a questão do planejamento estra-
tégico. Ainda nesta unidade, apresentamos um pouco dos conceitos e definições sobre
estratégia e planejamento estratégico, bem como as etapas de seu desenvolvimento
e os tipos de planejamento estratégicos que existem. E não tem como falar em pla-
nejamento estratégico sem comentar sobre missão e visão empresarial. Nesse sentido,
apresentamos algumas considerações importantes sobre esses termos tão amplamente
utilizados atualmente.
Na unidade II, o propósito foi de aprofundar questões ligadas ao Sistema Orçamentário,
como as metas, premissas e implantação de um orçamento empresarial.
Após uma pequena introdução sobre o sistema orçamentário, falamos um pouco sobre
as premissas orçamentárias que são os limites e hipóteses que a empresa define para
poder elaborar o orçamento empresarial. São delimitadores que tiveram influências de
aspectos macroeconômicos e da economia regional que, com um nível de certeza, vão
influenciar a atuação de uma empresa no seu setor.
Talvez, você já tenha conhecimento que o mercado trabalha muito forte com as metas
de vendas e resultados, e estas, por sua vez, são detalhes de um plano maior que envol-
ve o orçamento empresarial e o próprio planejamento estratégico. Um gerente comer-
cial recebe seu quadro de metas em detalhes daquilo que, anteriormente, foi definido
pela alta administração da empresa.
Por fim, finalizamos a unidade II com o tópico sobre a implantação de um processo or-
çamentário em uma organização. Lembrando que é um processo complexo e que ne-
cessita do envolvimento direto da alta administração da empresa e a forma como os
dirigentes lidam com o seu quadro de funcionários.
Você já teve a experiência de fazer um levantamento do seu próprio orçamento e cons-
tatar que, se não mudar o comportamento dos seus gastos, estará à beira de uma fa-
APRESENTAÇÃO
lência pessoal? Então, você reúne sua família e expõe estas informações e todos
devem, primeiramente, entender a gravidade e depois participar das ações de corte
e racionalização de gastos. No começo é sempre um estresse, não é? Imagine, então,
a implantação de um sistema orçamentário em uma empresa em andamento já há
algum tempo!
A implantação exige controle, portanto, termino essa unidade falando sobre o con-
trole orçamentário e os indicadores de desempenho, que são os acompanhamentos
tanto da implantação como da execução de um orçamento.
Na unidade III, começamos a entrar na prática de um orçamento empresarial. Veja
bem, um orçamento se refere a futuras entradas de dinheiro e os gastos futuros com
a finalidade de se obter um determinado resultado, leia-se: dinheiro a mais no caixa.
Por isso, o orçamento começa com as vendas. Planeja-se um determinado cresci-
mento e, então, estimam-se as vendas e os impactos que esta traz para a empresa.
Se você é um vendedor ou um comerciante, já deve saber que quando você se pro-
põe a vender, precisa andar mais, ligar mais, trabalhar mais, comprar mais, e assim
por diante. Por isso, o aumento das vendas vai implicar em aumentar o estoque do
que se vende, as despesas de vendas e de manutenção da empresa e os investimen-
tos necessários para que a empresa tenha condições de vender.
Assim, nessa unidade, vamos falar sobre os quatro subgrupos do orçamento: Ven-
das, Produção, Despesas e Investimentos. Conhecer os conceitos, definições e polí-
ticas de elaboração.
Propositadamente, na unidade III, não será apresentado nenhum exemplo de qual-
quer um desses orçamentos, isso será efetuado em separado na unidade V.
A unidade IV tem a finalidade de trazer ao seu conhecimento alguns tipos de orça-
mentos que estão sendo utilizados pelas empresas.
O propósito não é montar quadros orçamentários baseados nestas novas formas de
orçamento, mas trazer princípios e conceitos de cada um deles e conversar sobre a
sua efetividade para setores específicos.
Portanto, convido você, aluno(a), a se aventurar nesta área da administração e da
contabilidade, onde as duas se misturam formando o Orçamento Empresarial.
Na unidade V, apresentamos uma prática de orçamento empresarial. Nessa unidade,
você terá o case da Indústria de Bolas de Boliche Gira Bem, uma empresa fictícia que
começará a elaborar um orçamento. Nesse momento, será demonstrado cada qua-
dro, ou grupo de quadros, necessários para construir um orçamento empresarial.
Vamos ver que o orçamento de vendas necessita de outras peças orçamentárias
para ser completo, por exemplo, o quadro de necessidades de compras de matérias-
-primas entre outras informações necessárias.
APRESENTAÇÃO
Bom, como você verá, mostraremos neste case todos os quadros que foram neces-
sários para se chegar a um orçamento completo.
Também nesta unidade, até com o objetivo de “fechar” o orçamento, falaremos so-
bre as demonstrações contábeis/financeiras projetadas, que nada mais são, do que
relatórios consolidando as informações de todas as peças orçamentárias.
Ótimo estudo!
11
SUMÁRIO
UNIDADE I
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
17 Introdução
18 Conceito de Planejamento
28 Técnicas de Planejamento
39 Missão e Visão
44 Plano de Ação
45 Considerações Finais
52 Referências
53 Gabarito
UNIDADE II
57 Introdução
58 Histórico do Orçamento
61 O Que É um Orçamento
65 Características do Orçamento
67 Sistema Orçamentário
69 Premissas Orçamentárias
72 Metas Orçamentárias
80 Controle do Orçamento
85 Considerações Finais
89 Referências
91 Gabarito
UNIDADE III
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
95 Introdução
96 Orçamento de Vendas
136 Referências
138 Gabarito
13
SUMÁRIO
UNIDADE IV
141 Introdução
162 Referências
163 Gabarito
UNIDADE V
167 Introdução
194 Gabarito
195 Conclusão
Professor Me. Silvio César de Castro
Professor Esp. Robinson Pereira Santos
PLANEJAMENTO
I
UNIDADE
EMPRESARIAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender a importância do planejamento nas organizações.
■■ Conhecer definições e conceitos de MISSÃO e VISÃO.
■■ Perceber como a VISÃO e MISSÃO da organização auxiliam no
alinhamento na construção do planejamento.
■■ Perceber que todo planejamento vai se materializar por meio de um
plano de ação que precisa de controle e avaliação constantemente.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Conceito de Planejamento
■■ Técnicas de Planejamento
■■ Missão e Visão
■■ Plano de Ação
17
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)! Este estudo abordará um tema que antecede o processo orçamen-
tário em uma empresa: o Planejamento e o Planejamento Estratégico.
O processo de planejar é, muitas vezes, desprezado não só pelas empre-
sas, mas também, pelas pessoas em geral. Isso traz incerteza e desvio de foco.
Pensando nisso, vamos estudar o que é planejamento e quais os principais moti-
vos para se preocupar com ele.
Ainda relacionado ao tema, vamos ver a importância de se definir VISÃO e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
18 UNIDADE I
CONCEITO DE PLANEJAMENTO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que o homem precisou realizar tarefas e organizar recursos disponíveis. Em
sua obra Teorias da Administração (2001), o autor descreve civilizações como
os Sumérios, Egípcios, Babilônios e Chineses entre outros, exemplificando tal
afirmação. Segundo o autor, os sacerdotes dos templos Sumérios, por meio do
imenso sistema tributário, coletavam e administravam grandes somas de bens e
valores, incluindo rebanhos, propriedades rurais e rendas.
Por sua vez, Hindle (2002) conta que os primeiros conceitos de planeja-
mento, embora nem reconhecidos como tais, devem provavelmente ter surgido
ainda na pré-história, entre as primitivas “donas-de-casa”, que tinham que, de
certa forma, ter certos conhecimentos de planejamento.
O certo é que, somente em meados de 1900, é que foram desenvolvidos
sistemas de administração orçamentária como uma forma rudimentar de pla-
nejamento. A partir de 1950, teve grande receptividade o planejamento de longo
prazo desenvolvido por Igor Ansoff (1990), em que se tentava antecipar o cres-
cimento e a complexidade administrativa.
Planejar é, basicamente, uma tomada de decisões que ocorre de forma sis-
tematizada e contínua por parte dos gestores (PELEIAS, 2002). Ou seja, envolve
uma programação antecipada de decisões para que os objetivos organizacionais
sejam alcançados da melhor forma possível. Isso pressupõe a fixação de objeti-
vos e a determinação das ações necessárias para alcançá-los.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
19
Planejamento
• Coletar Dados
• Coletar Dados
• Diagnosticar a Situação
• Definir objetivos a alcançar
• Desdobrar os objetivos em metas
• Alocar os recursos
Controle Organização
Direção
Conceito de Planejamento
20 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
diante de uma encruzilhada, e de repente surge outro personagem, o gato, com
o qual ela inicia o seguinte diálogo:
–– Pode-me dizer o caminho a tomar? – pergunta Alice.
–– Isto depende do lugar para onde você quer ir – responde o gato.
–– Não tenho destino certo – informa Alice.
–– Neste caso, qualquer caminho serve.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
21
também dos executivos em quem depositam tanta expectativa. Collins (2009) tam-
bém afirma que, por meio de dados coletados em uma pesquisa organizada por ele
mesmo, 90% dos presidentes de empresas bem-sucedidas eram oriundos da própria
organização. Um paradoxo se compararmos à onda de movimentação de profissio-
nais do mercado que estão pulando de “galho em galho” em virtude de preciosas
remunerações oferecidas, assumindo a responsabilidade de perigosos planejamentos
(se é que podemos chamar assim) de curtíssimo prazo impostos por essas empresas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pois bem, as empresas devem trabalhar com base no planejamento, que é a prer-
rogativa para as demais funções (organizar, dirigir e controlar). O planejamento
envolve definição de objetivos, verificação da situação atual, visualização de cená-
rios futuros, identificação de meios para alcançar os objetivos e implementação
de planos de ação necessários.
Segundo Chiavenato (1993), o planejamento produz antecipadamente quais
são os alvos que devem ser alcançados e como se deve fazer para alcançá-los.
Trata-se, pois, de um modelo teórico para uma ação futura.
Conceito de Planejamento
22 UNIDADE I
Presente Futuro
Onde Onde
estamos Planejamento pretendemos
agora chegar
Situação Objetivos
Planos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
atual pretendidos
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
23
Conceito de Planejamento
24 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para se planejar. Entre tais motivos, podemos citar a questão da mortalidade das
organizações. Com o mercado supercompetitivo, independentemente da situa-
ção econômica local, nacional ou mundial, as empresas vêm enfrentando sérias
dificuldades na manutenção de suas atividades. Muitas vezes, por não perceber
as novas perspectivas, elas acabam perdendo o seu espaço no mercado, e este é
um fator importante para a sobrevivência das organizações, pois segundo Zago
(2000), a variabilidade do ambiente e a incerteza econômica promovem um fluxo
constante de inovação, flexibilidade e desenvolvimento de produtos. E esse fluxo
pode significar uma oportunidade ou uma ameaça. Isso vai depender no nível
de planejamento e organização que o empreendimento possui. Para as organiza-
ções mais bem preparadas isso pode significar grandes oportunidades levando
ao crescimento econômico e patrimonial. Já para os empreendimentos que não
estão preparados, não possuem organização e planejamento, isso pode ser fatal
e levar ao encerramento das atividades, ou seja, mortalidade.
O altíssimo índice de mortalidade das empresas se dá pela falta de foco pro-
vocada pela falta de planejamento. Portanto, pense sobre os objetivos que você
definiu para sua empresa. Esses objetivos refletem o que você, absolutamente,
positivamente, obcecadamente, pretende alcançar. Eles estabelecem as priorida-
des e devem ser consistentes, “amarrados” uns aos outros de tal forma que, juntos,
possam traduzir, de forma clara e compreensiva, os fundamentos da empresa.
Se você quer que sua empresa cresça e prospere ao longo do tempo, você
precisa tirar vantagem das oportunidades de negócio que aparecem e desapa-
recem no seu caminho. Seu “plano de negócios” deverá ajudá-lo a identificar e,
principalmente, qualificar estas oportunidades.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
25
Conceito de Planejamento
26 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mostrar não apenas aonde a empresa quer chegar, ou situação futura,
mas também onde a empresa está no momento, mostrando os valores
dos seus atuais indicadores de desempenho.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
27
ideia, talvez o mais importante que possa ser utilizado. Quando se tem um plano
de negócios bem estruturado, isto pode transmitir credibilidade para quem o
está apresentando e segurança para quem está investindo.
Para Drucker (1962), um dos maiores gurus do mundo dos negócios, o pla-
nejamento não se refere a decisões futuras, mas sim às implicações futuras de
decisões do presente.
Conceito de Planejamento
28 UNIDADE I
TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
planejamento, controle e a comunicação. Essas técnicas auxiliam o estabeleci-
mento da lógica entre as atividades, duração, sucessão dos eventos, coordenação
de esforço, monitoramento do progresso, controle e avaliação, tomada de deci-
são e na análise e avaliação de riscos (KEELLING, 2002).
As principais técnicas a serem utilizadas são as tabelas de precedência, o
gráfico de Gantt e as técnicas de rede (PERT e CPM), as quais serão detalhadas
nas seções seguintes.
TABELA DE PRECEDÊNCIA
Escavar
2 2 1 7 9 9 18
fundação
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
29
Construir
4 10 paredes de 8 18 22 12 34
fundação
Técnicas De Planejamento
30 UNIDADE I
GRÁFICO DE GANTT
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Com o gráfico de Gantt podemos obter informações relacionadas à sequ-
ência das atividades e quando cada uma delas está programada para ocorrer. A
vantagem desta ferramenta centra-se na facilidade de construção, entendimento
e manutenção (KEELLING, 2002).
As figuras 3 e 4 apresentam exemplos de gráfico de Gantt com algumas ati-
vidades. Por meio da figura 4, por exemplo, podemos observar a duração e a
relação de precedência de cada uma das atividades, as quais são indicadas pela
ligação entre os blocos. A atividade planejar exposição possui duração de nove
dias, elaborar espaço tem duração de seis dias e instalar caixas coletores, insta-
lar cabos, testar e instalar tem duração de três dias. Em relação à precedência
das atividades, podemos observar que atividade planejar exposição é a atividade
inicial do projeto e que após a sua execução tem-se o início das atividades ela-
borar espaço e instalar caixas coletoras. E a atividade elaborar espaço precede
as atividades instalar cabos, testar e instalar.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
31
15/7/17 3 18/7/17
15/3/17 4/4/17 24/4/17 14/5/17 3/6/17 23/6/17 13/7/17
Fonte: o autor.
Técnicas De Planejamento
32 UNIDADE I
04'12 05'12
30 1 2 3 4 7 8 9 10 11 14 15 16 17 18 21 22 23 24 25
Planejar exposição
Elaborar espaço
Instalar caixas Instalar cabos
coletoras
Testar
Instalar
Fonte: o autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TÉCNICAS DE REDE
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
33
Técnicas De Planejamento
34 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
H 18 K
I 21 L
J 12 -
K 9 M
L 12 M
M 8 -
Fonte: Fernandes e Godinho Filho (2010).
Figura 7- Diagrama de rede das atividades do projeto com atividades nos arcos
D, 14 G, 12
3 5 7
B, 13 J, 12
A,8 E, 16
1 2 8 11
H, 18 K,9
C, 15 M, 8
4 6 9 10
F, 15 I, 21 L,12
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
35
Figura - 8 Diagrama de rede das atividades do projeto com atividades nos nós
B D
Início A G J
C E
Fim
H K
F M
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I L
Técnicas De Planejamento
36 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
data de término final do projeto e calcula o início e término mais tarde que cada
atividade pode começar e finalizar (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010).
Na programação pra frente quanto temos uma atividade predecessora, a
data de início mais cedo da atividade é igual à data de término da atividade pre-
decessora. Nos casos em que temos mais de uma atividade predecessora, a data
de início mais cedo é o máximo das datas de término mais cedo das atividades
predecessoras (FERNANDES ; GODINHO FILHO, 2010).
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
37
Nas situações em que o tempo não pode ser tratado como determinístico temos
que utilizar o PERT, uma vez que esta técnica trata o tempo de duração de uma ati-
vidade como uma variável aleatória com média µ e variância σ2, a qual segue uma
distribuição de probabilidade. Isso quer dizer que temos um tempo esperado para a
conclusão do projeto ou uma probabilidade do projeto terminar em um dado tempo.
Se não temos informações sobre os tempos de duração das atividades pode-
mos utilizar as distribuições de probabilidade triangular e beta. A distribuição
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Técnicas De Planejamento
38 UNIDADE I
PREVISÃO DE RECURSOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nente, material de consumo e serviços de terceiros.
A estimativa de custos é elaborada a partir das informações relacionadas ao
custo unitário de cada recurso, duração das atividades e custos indiretos. A dura-
ção de cada atividade é utilizada para estimar o custo total, o qual é obtido por
meio do produto do custo unitário pela duração da atividade. Os custos indire-
tos referem-se às despesas que não são produzidas pelo projeto, mas atribuídas
a ele (MAXIMIANO, 2002).
A elaboração do orçamento consiste em estimar os custos do projeto.
Maximiano (2002) destaca que essas informações podem ser apresentadas como
uma relação dos custos totais (orçamento global) ou como uma programação
das despesas ao longo do ciclo de vida do projeto (cronograma de desembolsos).
Na tabela 4 é apresentado um exemplo de orçamento que combina o orça-
mento global (última coluna) com o cronograma de desembolso mês a mês.
Tabela 4: Orçamento Simplificado
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
39
MISSÃO E VISÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As empresas muitas vezes ignoram essas duas perspectivas por julgarem serem
elas meramente teóricas, utópicas e distantes da realidade do seu ambiente.
Entretanto, não há como ignorar a presença de princípios, cultura, crença
e valores incorporados na vida de uma empresa. Esses, por sua vez, são desen-
volvidos pela forte relação de líderes que atuam nestas organizações, sejam eles
proprietários, administradores, executivos ou gerentes. Ressaltando que, na maio-
ria das vezes, esses valores são oriundos dos donos das empresas, haja visto que
sua história quase se confunde com a da sua empresa.
De acordo com Rodrigues (1984), uma pesquisa realizada constatou que
o sucesso de grandes empresas, como Bradesco, IBM Brasil, Ultrafértil, Rede
Globo, HP do Brasil, foi obter a adesão dos funcionários aos princípios, cren-
ças e valores. Esse é um desafio para o administrador e uma garantia de bom
desempenho para a empresa.
Esses princípios, valores e crenças são expressos por meio da definição da
Visão e Missão da empresa.
Para um melhor entendimento, conceituaremos essas duas perspectivas.
VISÃO
Missão e Visão
40 UNIDADE I
visão clara, coerente e sustentada têm elevada base de poder para conduzirem
os destinos da empresa.
Segundo Frezatti (2000), a visão corresponde à formalização de uma reflexão
com grau razoável de abstração, em que se expressa o propósito básico da entidade.
A visão organizacional, de forma geral não estratifica o portfólio de produtos
e serviços, ou ainda não tem a intenção de apresentar fins quantitativos. Ela tem
um caráter de personalidade, identidade e remete ao sentimento que as pessoas
têm quando se menciona o nome da empresa. E, nesse sentido, ela trabalha com
a percepção que espera ter ao ser lembrada pelas pessoas. A visão organizacio-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nal tem como objetivo criar uma filosofia que serve como guia para a empresa,
uma aspiração e inspiração. Ela é um acumulado de convicções que norteiam a
rota que a empresa vai seguir.
MISSÃO ESTRATÉGICA
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
41
Drucker (1962, p. 156) nos oferece sua percepção sobre a importância da defi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nição da missão por parte das empresas: “Uma empresa não se define pelo seu
nome, estatuto ou produto que faz; ela se define pela sua missão. Somente uma
definição clara da missão é razão de existir da organização e torna possíveis, cla-
ros e realistas os objetivos da empresa”.
O quadro a seguir apresenta algumas características da Visão e Missão que
nos ajudará a diferenciarmos uma da outra.
Missão e Visão
42 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fundação da doce- às comunidades de do GPA.
ria Pão de Açúcar, atuação do GPA.
em 1948, por
Valentim Diniz, que
posteriormente se
tornou uma rede
de supermercados.
Companhia Ener- Atuar no setor de Consolidar-se, nes-
gética de Minas energia com renta- ta década, como
Gerais S.A. é uma bilidade, qualidade o maior grupo
das principais e responsabilidade do setor elétrico
concessionárias de social. nacional em valor
energia elétrica do de mercado, com
Brasil, tendo sede presença em gás,
na cidade de Belo líder mundial em
Horizonte, capital sustentabilidade,
do estado de Minas admirado pelo
Gerais. cliente e reconhe-
cido pela solidez e
performance.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
43
os produtos e servi-
ços bancários, mas
não é um banco. É
uma cooperativa
financeira, onde
os clientes são os
donos e por isso os
resultados finan-
ceiros são divididos
entre os coopera-
dos.
Itaú, cujo nome ofi- Fornecer soluções, Ser o banco líder
cial é Itaú Unibanco produtos, serviços em performance
S.A. É um banco financeiros e de sustentável e na
brasileiro sediado seguros de forma satisfação dos
em São Paulo, ágil e competente, clientes
braço do Itaú Uni- promovendo a
banco Holding S.A., mobilidade social,
voltado ao setor de contribuindo para
varejo e múltiplo, o desenvolvimento
que oferece servi- sustentável e para
ços de finanças e um relaciona-
seguros a dezenas mento duradouro
de milhões de com acionistas e
clientes. clientes.
Fonte: sites institucionais das empresas representadas pelo logotipo.
Missão e Visão
44 UNIDADE I
PLANO DE AÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De nada adianta se fazer todo o planejamento se isso não se converter em ações
que gerem os resultados que foram propostos. Esse resultado pode ser ou não
uma meta financeira. Existem muitos projetos que não visam um retorno finan-
ceiro, logo, quando falamos em resultado, estamos falando nos objetivos que se
desejam alcançar. E nada melhor do que um plano de ação para colocar as ideias
em prática e organizar as atividades a serem desenvolvidas.
Um plano de ação identifica-se como um projeto cujo objetivo consiste em
estruturar as principais ideias e estratégias na realização de atividades. De uma
forma bastante simples, plano de ação significa responder:
1. O que será feito? Descrição de todas as etapas necessárias para atingir
o objetivo.
2. Por que será feito? Por que ele é importante? Aqui entra uma justifica-
tiva clara do porquê de executar o plano. É onde se visualiza os objetivos
a serem alcançados
3. Quando será feito? Qual o prazo? Coloque o fator tempo em seu plano
para evitar que ele caia em uma gaveta e nunca saia do papel. Defina
quando será feito e até quando.
4. Por quem será feito? Delegue responsáveis e os envolvidos em cada etapa,
definindo as responsabilidades e entregas de cada pessoa/equipe.
5. Como será feito? Identifique as estratégias, formas de atingir o objetivo
proposto. Defina qual será o método utilizado para realizar as etapas do
plano de ação.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
45
6. De que recursos precisarei? O que vai precisar. Em muitos casos isso sig-
nifica o consumo de recursos financeiros em estrutura, equipamentos e
pessoas. Mas, pode ser conhecimento, treinamento, dedicação entre outros.
7. Como saberei que atingi os objetivos? Aqui o controle é importante, é
necessário que existam evidências (financeiras, tempo, construção, medi-
ção, averiguação) para saber se os objetivos, que inicialmente geraram
uma necessidade (o porquê), foram atingidos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Plano de Ação
46 UNIDADE I
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
há como implementar orçamento se antes não houver a concepção de um pla-
nejamento estratégico de médio e longo prazo que aponte para objetivos que só
poderiam ser atingidos com o controle orçamentário.
Isso significa que o autoconhecimento empresarial é vital para que se possa
iniciar a implantação do planejamento estratégico. Saber qual o objetivo a atingir,
os caminhos a trilhar, o discernimento dos pontos fortes e fracos em relação às
ameaças e oportunidades dos ambientes internos e externos e o envolvimento da
alta administração são elementos básicos para que se obtenha tal planejamento.
Isso posto, o entendimento e a expressão dessas ideias por meio da Visão e
Missão da empresa ajudam a consolidar seus propósitos, culturas e políticas. As
empresas ou vivem ou perseguem suas missões!
Nessa unidade, também explanamos sobre a obtenção de lucro em curto
prazo, o qual não deve ser perseguido quando se objetiva a consolidação da
organização no mercado por meio da fixação de uma imagem institucional
reconhecida no meio onde atua. A consolidação da empresa deve ocorrer por
meio de uma visão e missão de médio e longo prazo, que agregue valor perma-
nente à empresa.
Entre tais elementos, a necessidade da implementação do orçamento ficou
muito clara, bem como a importância do planejamento estratégico e de como
a definição de objetivos é um pré-requisito indispensável. A materialização do
orçamento depende diretamente disso.
PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
47
1. O planejamento produz antecipadamente quais são os alvos que devem ser al-
cançados e como se deve fazer para alcançá-los. O planejamento pode ocorrer
em três níveis de abrangência organizacional. Quais são esses níveis e o que eles
devem contemplar?
2. Quando se fala em planejamento, concomitantemente estamos falando e olhan-
do para o futuro. Existem alguns motivos primordiais para se planejar. Entre tais
motivos, com base no que foi exposto nessa unidade do livro, apresente e argu-
mente sobre três motivos para se planejar.
3. O plano de negócios é um documento usado para descrever a empresa aos for-
necedores, investidores, clientes, parceiros, empregados etc. Qual sua importân-
cia relacionada ao planejamento da organização?
4. A elaboração de um Planejamento Estratégico oferece uma visão de futuro, in-
dependentemente do porte da organização. O planejamento estratégico indica
a direção certa. Com base no que foi exposto nessa unidade do livro, apresente
uma definição de planejamento estratégico.
5. Para planejar as atividades do projeto há uma série de técnicas que facilitam o
planejamento, controle e a comunicação. Entre tais técnicas, o que vem a ser o
gráfico de Gantt?
48
Várias empresas acabam fechando as portas no primeiro ano de vida. O principal motivo
é a falta de planejamento
Os Maias formaram uma das grandes sociedades que habitavam a região que corres-
ponde hoje à Península de Iucatã, no sul do México. Eles são um grande exemplo de
sociedade planejada e organizada. Eles não chegaram a construir um império unificado,
como os astecas e os incas, mas formaram unidades políticas independentes.
O interessante é que para se tornarem uma das grandes civilizações, presentes até hoje
nos livros de história, agiram com muito planejamento e estratégia. Para se ter uma
ideia, já naquela época, planejaram todo o esquema político de forma que o chefe de
governo de cada cidade era assessorado por um conselho e auxiliado por um conjunto
de funcionários públicos, responsáveis pela manutenção da ordem pública, como os
chefes das aldeias, os chefes militares, entre outros.
Para quem não sabe, sou mexicano e carrego junto à história muitas referências condi-
zentes com o meu trabalho hoje como coaching de empresas. O México, que tem uma
forte história de sociedades bem planejadas, também tem hoje a segunda maior econo-
mia da América Latina, atrás apenas do Brasil, e se planeja para crescer ainda mais nos
próximos anos. A questão é que atuo em meu país, mas também faço isso há muitos
anos no Brasil. E posso afirmar, sem dúvida, que independente de economia mais desen-
volvida ou não, de empresas maiores ou menores, a regra é a mesma: de nada adianta
uma ação bem executada sem um planejamento estratégico bem feito, e vice-versa.
O fato é que ação e planejamento devem andar lado a lado para garantir o sucesso de
uma empresa. Agir de maneira correta e planejar sabiamente são hoje quase que pré-re-
quisitos das grandes corporações bem sucedidas. Michael Porter, professor em Harvard
e um dos principais especialistas em estratégia do mundo, fala que no contexto empre-
sarial, o planejamento, ou pensamento estratégico, é um processo contínuo de criação,
implementação e avaliação de decisões que orientam e permitem a uma organização
atingir seus objetivos.
Várias empresas acabam fechando as portas no primeiro ano de vida. Os empresários
costumam se justificar, dizendo que a economia está ruim e a taxa de inflação alta. Isso
pode até acontecer, mas o principal motivo é, na verdade, falta de planejamento. Muitos
gestores não entendem que o processo de planejamento dentro das organizações é tão
importante quanto o processo produtivo. Alguns casos de sucesso no Brasil mostram
claramente isso. Por exemplo, uma fabricante de calçados, que precisava fortalecer e
fazer crescer sua marca de chinelos. A concorrência sempre foi difícil. Eles precisaram de
um planejamento estratégico de muita qualidade. Traçaram os desafios do marketing,
fizeram as análises necessárias e planejaram toda uma ação de promoção da marca,
49
REFERÊNCIAS ON-LINE:
1
Em: <http://www.administradores.com.br/>. Acesso em: 10 jul. 2016.
2
Em: <http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/o-guia-do-planeja-
mento-estrategico-pessoal/98156/>. Acesso em: 10 jul. 2016.
3
Em: <http://pt.slideshare.net/desenvolveti/ebook-planejamentoestrategico>.
Acesso em: 10 jul. 2016.
4
Em: <http://www.gestaodeprojetos.com.pt/index.php/tempo-todos-os-artigos/
111-metodo-do-caminho-critico-cpm>. Acesso em: 10 jul. 2016.
5
Em: <http://www.teclogica.com.br/blog/utilizando-a-tecnica-de-pert-em-proje-
tos/>. Acesso em: 10 jul. 2016.
6
Em: <http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-importancia-do-
-planejamento-empresarial/107187/>.Acesso em: 10 jul. 2016.
53
GABARITO
II
SISTEMA ORÇAMENTÁRIO:
UNIDADE
METAS, PREMISSAS,
IMPLANTAÇÃO E CONTROLE
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender o Sistema Orçamentário.
■■ Compreender as Premissas Orçamentárias.
■■ Compreender as Metas Orçamentárias.
■■ Identificar as condições de implantação do Orçamento Empresarial.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Histórico do Orçamento
■■ O que é um Orçamento
■■ Características do Orçamento
■■ Sistema orçamentário
■■ Premissas orçamentárias
■■ Metas orçamentárias
■■ Condições para a implantação de um processo de orçamento
■■ Vantagens da elaboração de orçamentos
■■ Controle do orçamento
57
INTRODUÇÃO
Introdução
58 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
HISTÓRICO DO ORÇAMENTO
Histórico Do Orçamento
60 UNIDADE II
Beyond Budgeting
recursos de
Orçamento Flexível
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
atividades e flexível,
recursos para
Projeção dos por emio de guiado por
vários nível
Orçamento de Base Zero
do período
recursos pacotes de custos.
concluído e
baseado na decisão da
acréscimo do
estrutura estaca zero e
mesmo
organizacio- com justifi-
período no
nal e acom- cativa para
futuro.
panhamento todos os
pelos depar- novos gastos.
tamentos.
O QUE É UM ORÇAMENTO
A seguir são descritos conceitos para que se possa compreender como o orça-
mento empresarial pode ser considerado uma forte ferramenta de planejamento
e gestão empresarial em uma organização.
Segundo Brookson (2000, apud LUNKES, 2003, p. 39):
Orçamento é um plano de atividades futuras. Ele pode assumir diversas
formas, mas normalmente reflete os departamentos e o conjunto da
empresa em termos financeiros, fornecendo as bases para se aferir o
desempenho da organização. O orçamento é uma declaração de planos
financeiros para um período que está por vir, normalmente de um ano.
O Que É Um Orçamento
62 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segundo Sanvicente e Santos (2000), o orçamento é preparado por uma
empresa para cobrir as operações no período de um ano, e sua finalidade é pro-
jetar os resultados das atividades previstas e programadas. Além de verificar em
que medida o lucro ou prejuízo se comparam aos objetivos de rentabilidade dese-
jados pela alta administração ou proprietários.
Salienta Atkinson (2000), que o orçamento é uma expressão quantitativa
das entradas e saídas de dinheiro para determinar se um plano financeiro atin-
girá as metas organizacionais.
Welsch (1996, p. 27) define orçamento como um plano administrativo que
abrange todas as fases das operações para um período futuro definido. É a expressão
formal das políticas, planos, objetivos e metas estabelecidas pela alta administração
para a empresa como um todo, bem como para uma de suas subdivisões.
Um orçamento é a expressão de um plano de ação futuro da administra-
ção para determinado período. Ele pode abranger aspectos financeiros e não
financeiros desses planos e funciona como um projeto para a empresa seguir no
período vindouro. Os orçamentos referentes a aspectos financeiros quantificam
as expectativas da administração com relação a receitas futuras, fluxo de caixa e
posição financeira (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000).
Pode-se perceber que os orçamentos, além de serem parâmetros para avalia-
ção dos planos, permitem a apuração do resultado por área de responsabilidade,
desempenhando papel de controle por meio dos sistemas de custos e contabili-
dade, por isso, o orçamento é de extrema importância na atividade administrativa.
Ele pode ser definido também como um enfoque sistemático e formal à execu-
ção das responsabilidades do planejamento, execução e controle.
O Que É Um Orçamento
64 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bilidade e a lucratividade dos negócios. O orçamento expressa o que a empresa
planeja fazer durante o ano em termos concretos de pessoal, recursos financei-
ros, equipamentos, e os resultados esperados em termos concretos de pedidos,
vendas, lucro e fluxo de caixa.
O orçamento prevê o conteúdo dos demonstrativos financeiros da empresa –
lucros e perdas, balancete e demonstrativos de fluxo de caixa – durante o ano. Prevê
também, detalhadamente, os resultados financeiros pertinentes, como receita
e custos de todos os tipos, de todos os elementos organizacionais da empresa.
Pode-se dizer que o Orçamento é, fundamentalmente, um plano. Ele mos-
tra os recursos necessários e a sua forma de utilização. Os recursos empresariais
são pessoais, técnicas específicas, equipamentos, espaço de trabalho e dinheiro.
Mediante o orçamento é possível comunicar os objetivos e as prioridades para
o ano, pois o trabalho não será realizado se os recursos necessários à sua execu-
ção não forem orçados.
O orçamento é uma condição que favorece e auxilia no planejamento da orga-
nização, contribuindo também para o seu bom funcionamento, onde deve ser
considerado um orçamento flexível, pois o mercado atual encontra-se em cons-
tantes mudanças, as quais devem ser absorvidas pelas empresas, fazendo com
que o planejamento do orçamento não se torne demasiadamente rígido, pois é
uma ferramenta essencial a qualquer administrador.
©shutterstock
CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO
Zdanowicz (2000):
a. Projeção para o futuro – deverá especificar o quanto e quando as ativi-
dades deverão concretizar-se, considerando, em parte, o presente para
projetar o futuro.
b. Flexibilidade na aplicação – deverá ter mecanismos que permitam a rápida
adaptação às mudanças que ocorram no mercado.
c. Participação direta dos responsáveis – todos os níveis da empresa deve-
rão participar do processo e comprometer-se com a execução.
d. Global – todas as unidades e atividades da empresa deverão participar.
e. Prático – a elaboração do orçamento deverá ser em tempo hábil, para que
a sua execução possa ocorrer no momento certo.
f. Critérios uniformes – é necessária a definição de princípios e padrões
para ser possível a avaliação do orçamento.
g. Quantificação – expressa em valores físicos e monetários.
h. Economicidade – deverá revelar, em termos econômicos, o que se terá
de fazer e o que ser pretende fazer na empresa no período orçamentário.
Características Do Orçamento
66 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c. Planejamento de capital.
Planejamento Econômico
Planejamento Financeiro
Planejamento do Capital
SISTEMA ORÇAMENTÁRIO
Sistema Orçamentário
68 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Sistema é um conjunto de partes interagentes e
interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determi-
nado objetivo e efetuam determinada função”. Catelli et al.(2001) também define
que “só o todo possibilita uma explicação”.
Por isso, entendemos que as empresas são vistas como sistemas, compostos
por subsistemas, mas que estas também estão inclusas em um sistema maior,
chamado de sociedade. Todo sistema empresarial é aberto e dinâmico, tem que
desenvolver uma capacidade de adaptação ou de influência no meio em que está
inserido para garantir a sua continuidade.
É interessante observar que em nenhum momento foi mencionado que,
obrigatoriamente, um sistema é formado por máquinas ou, simplesmente, por
softwares e hardwares. Pois, deve ficar claro que o sistema é um conjunto de par-
tes interagentes e interdependentes, portanto, como tal, deve ser compreendido
como o conjunto de homens e máquinas que interagem visando um objetivo
comum: produzir informação.
Da mesma forma, o sistema orçamentário não é um software ou qualquer
outro aplicativo de gestão, mas sim as partes e processos participantes e agentes
no processo de geração e formalização do orçamento empresarial.
Diante do exposto, observe a interdependência do sistema orçamentário
dentro do ambiente da empresa, sua influência, por meio de seus departamen-
tos, e sua realidade com o meio externo.
De acordo com Santos et al. (2008), as principais características que devem
compor um sistema orçamentário são:
■■ Controle.
PREMISSAS ORÇAMENTÁRIAS
Premissas Orçamentárias
70 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que nortearão o processo de orçamentação. Elas servem como guia para
as tomadas de decisão nas etapas adiante, e devem estar em conformidade
com os cenários eleitos pelas áreas da empresa encarregadas de trabalhar
o orçamento.
Para saber mais sobre o tema, acesse: <https://www.treasy.com.br/blog/
premissas-orcamentarias>.
Fonte: Adaptado de Treasy (2016, on-line)1.
Econômico-financeiras, a citar:
■■ Inflação.
■■ Juros.
■■ Variação nos preços dos insumos.
■■ Variação cambial.
Premissas Orçamentárias
72 UNIDADE II
METAS ORÇAMENTÁRIAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observadas em todas as grandes empresas, e talvez temidas pela maioria dos
executivos, as metas orçamentárias têm o propósito de quantificar os objetivos
do planejamento estratégico.
Lembro-me de quando fui gerente de banco. Recebíamos metas que julgá-
vamos agressivas, ou até mesmo abusivas. Entretanto, cumprindo-as, estávamos
alcançando o Orçamento Empresarial do banco, alcançando o resultado (leia-se
lucro) projetado, assim como a nossa sonhada remuneração baseada nos méritos.
As metas de vendas, de remuneração, de corte de gastos, de contratações,
de caixa, ou qualquer que seja, tem sua origem no Orçamento Empresarial, por
isso, todas elas são metas orçamentárias. São metas ligadas ao desempenho da
empresa que devem basear o modelo orçamentário. Algumas metas de desem-
penho listadas por Santos et al. (2009) são:
■■ Aumento do giro dos ativos.
■■ Aumento ou redução do nível de capital de giro.
■■ Redução do índice de devolução de vendas.
■■ Redução do índice de inadimplência dos clientes.
■■ Redução do custo com mão de obra por meio de produtividade.
■■ Redução ou aumento do endividamento da empresa.
■■ Redução do nível de imobilização do patrimônio líquido.
■■ Redução ou aumento do nível de estoques.
aprovação, alterações nas metas orçamentárias são negociadas até que se alcance
a aprovação final.
Interessante atentar ainda para as observações de Anthony e Govindarajan
(2002). Segundo eles, a participação dos gerentes na elaboração do orçamento
provoca motivação por duas razões:
1. A aceitação das metas orçamentárias e o empenho dos gerentes em
cumpri-las são maiores, pois as mesmas não foram impostas pela alta
administração.
2. A participação dos gerentes na elaboração do orçamento promove a troca
de informações importantes entre os diversos setores.
Metas Orçamentárias
74 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
usuário.
3. Fixação dos objetivos e das metas da empresa – análise da situação interna
e externa.
4. Disciplina e seriedade.
Welsch (1983) destaca que o processo orçamentário exige da empresa:
a. Um sistema de informação.
b. Com dados contábeis.
c. Históricos adequados e apropriados.
Condições para
implementação
Estrutural
Contabilidade Organizacional
Aberta e
Informatizada Níveis hierárquicos existentes;
Interdependência dos órgãos
Voltada para o aspecto gerencial; subordinados;
Possibilitar o controle orçamentário; Linhas de comunicação ascendentes
Atender além dos aspectos gerenci- e descendentes;
ais, legais, acionistas. Delegação de autoridade e cobrança
de responsabilidade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ser participativo: envolver os colaboradores chaves no processo de prepara-
ção do orçamento e no de definição de metas e de controles do mesmo. Ele
deve ser participativo do início ao fim.
Ser controlado: não há finalidade ou benefício na utilização dessa ferramen-
ta se a empresa não tiver condições de monitorar o seu cumprimento, com-
parando o resultado orçado versus o realizado e buscando justificativas para
as variações.
Fonte: Rodrigues (2010, on-line)2.
O orçamento tem como objetivo materializar o que foi planejado. Seria pos-
sível a elaboração e implementação de um orçamento empresarial sem que
a organização possua visão, missão e um planejamento estratégico?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VANTAGENS DA ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS
CONTROLE DO ORÇAMENTO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O controle também faz parte de uma das funções administrativas, conforme já
vimos anteriormente. Sua principal função é assegurar que os resultados pla-
nejados, organizados e dirigidos se ajustem aos objetivos estabelecidos, ou seja,
verifica se está ou não atingindo os objetivos desejados.
Sua presença no dia a dia da empresa é de vital importância, pois sem ele
não ocorrerá o que foi planejado e não haverá como o administrador ter êxito
na organização e direção da empresa.
Segundo Atkinkson (2000), o processo de monitoramento, avaliação e melho-
ria do desempenho operacional da empresa, no propósito de atingir os seus
objetivos maiores, ou primários, é denominado de controle organizacional.
Este, por sua vez, é o conjunto de métodos e ferramentas que os colaboradores
da empresa dispõem para manter o foco nestes objetivos. Sua essência se embasa
na verificação de que a atividade controlada está ou não alcançando os objeti-
vos propostos.
O controle é desmembrado em quatro fases:
■■ Estabelecimento de padrões: ou seja, desempenhos desejados, que servem
como balizas para definir o que é normal ou desejável. Alguns exemplos:
custo-padrão, padrão de qualidade e tempo padrão.
■■ Observação do desempenho: refere-se ao conhecimento e acompanha-
mento das operações e atividades das quais se espera um resultado de
acordo com o planejado.
■■ Comparação entre o desempenho e o padrão: permite detectar variações,
erros ou desvios, observados os limites estabelecidos como normais ou
aceitáveis. Esta pode ser feita por meio de estatísticas, gráficos, índices,
porcentagens etc.
■■ Ação corretiva: tem a finalidade de manter as atividades de acordo com
os padrões estabelecidos. É a ação decorrente da identificação dos fatos
descritos no item anterior. O processo de controle não tem nenhuma
importância se a empresa não exercer as correções necessárias nas suas
operações.
Por fim, o controle pode ter abrangência em todos os tipos de planejamento, seja
estratégico, tático ou operacional.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONTROLE ORÇAMENTÁRIO
Controle do Orçamento
82 UNIDADE II
INDICADORES DE DESEMPENHO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É o processo que objetiva medir a situação real contra um padrão, previamente
estabelecido e de consenso entre as partes. Deve servir para avaliar os valores
realizados em relação aos projetados. Para Zdanowicz (2000), as características
dos indicadores estarão relacionados aos níveis econômicos: mundial, nacional,
estadual, setorial e interno.
a. A nível mundial - principalmente para as empresas que pretendem expor-
tar ou importar produtos:
1. Produto nacional bruto.
2. População economicamente ativa.
3. Distribuição de renda da população.
4. Flutuações da oferta e da demanda de produtos ou serviços no mercado inter-
nacional.
5. Informações sobre o comportamento de safras agrícolas etc.
c. A nível interno
1. Nível de vendas de produtos e serviços nos mercados local, regional, esta-
dual, nacional e internacional.
2. Nível de compras de matéria-prima no mercado interno e externo.
3. Política de preços de venda e de compra.
4. Níveis de estoques.
5. Políticas salariais.
6. Indicadores econômico-financeiros e patrimoniais da empresa e do setor a
que pertence.
Controle do Orçamento
84 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ele se perca ou hajam ocorrências de ausência de exatidão. Logo, passos que cha-
mamos de classificação, enquadramento, conciliação e digitação, apesar de tarefas
rotineiras são a matéria-prima para que funcione o resultado final do orçamento,
que é a previsão de resultados ao final do período orçado.
Para a formação de tal sistema orçamentário, a definição de premissas, ou
pressupostos, são indispensáveis. Este é o momento da política, da definição
dos limites, da exposição dos critérios. A empresa não pode abrir mão de seus
valores (culturais e financeiros) definidos na fase de Planejamento Estratégico.
A não observância destes colocaria em risco resultados sólidos e o atingimento
dos objetivos.
As metas orçamentárias são definidas e, a seguir, distribuídas e cobradas
não apenas para que o orçamento seja cumprido, mas para que o desejado seja
alcançado. Aí é que muitas empresas podem pecar. A instituição de metas e a
sua consequente cobrança devem obedecer a uma comunicação adequada para
que toda a equipe se situe na cosmovisão empresarial, entendendo que sua par-
ticipação também é fundamental para que se atinjam os objetivos.
Por fim, observamos os assuntos da implantação propriamente dita do orça-
mento empresarial, quando geralmente ocorre o choque da mudança de cultura
e a quebra de paradigmas e o seu consequente controle, que é de fundamental
importância para garantir a trilha nas rotas planejadas.
Considerações Finais
86
1. Com base no exposto até aqui, cite três fatores que levam ao sucesso da implan-
tação do orçamento em uma organização.
2. A palavra Meta tem sido um fantasma para muitas pessoas do setor corporativo,
devido às exigências e pressão do mercado e da própria empresa. Qual é o en-
tendimento, depois do estudo sobre metas orçamentárias, desta “palavra” no
âmbito do Orçamento Empresarial?
3. O controle orçamentário é de fundamental importância para que o Orçamento
tenha êxito, isto é, que ele seja realmente realizado. Discorra sobre os objetivos
do controle orçamentário.
4. Para que seja possível implantar um sistema orçamentário em uma empresa,
faz-se necessário um mínimo de condições que envolvem desde a alta adminis-
tração aos processos operacionais. Cite as quatro condições básicas citadas por
Lunkes (2003) para a implantação de um sistema orçamentário.
5. Cite três entre os dez mandamentos do controle orçamentário, segundo Zda-
nowicz (2000).
87
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO
E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO PARA SUA EMPRESA
Aqui no blog, falamos bastante dos benefícios que o Planejamento econômico-financei-
ro traz para as empresas que o adotam. Os ganhos vão desde a melhoria dos processos
de gestão, levando claro, ao aumento do lucro líquido da organização.
Mas não basta apenas planejar, é preciso tirar os planos do papel! E um dos erros mais
comuns (e também mais graves) na gestão estratégica é realizar o orçamento empresa-
rial e depois abandoná-lo em uma “gaveta”.
Os planos prontos e aprovados pela diretoria em mãos, é necessário que a equipe faça
o acompanhamento mensalmente, ou seja, comparando o que foi previsto com o que
realmente está sendo realizado, sempre de acordo com as responsabilidades atribuídas
e compromissos com os resultados assumidos na fase de elaboração do orçamento.
A ideia de compromisso aqui não deve ser confundida com punição. O ponto chave está
em trabalhar de forma colaborativa, buscando a melhoria contínua dos resultados fi-
nanceiros da empresa, corrigindo e redirecionando as ações a fim de assegurar o atingi-
mento das metas e objetivos definidos no planejamento estratégico, e claro, utilizando
os desvios ocorridos como uma excelente forma de aprendizado corporativo.
Análise Planejado x Realizado
A maneira mais simples de fazer isso é criando mais uma coluna em suas análises e reali-
zar a comparação dos resultados planejados com os resultados realizados, baseando -se
nas mesmas estruturas que foram utilizadas para as projeções.
A simples comparação do planejamento com os resultados realizados dá a sua empresa
diversa informações para entender o real comportamento dos negócios e buscar formas
de melhorar os resultados.
Aqui é de extrema importância seguir uma das dicas que mais citamos aqui no blog, onde sua
empresa deve tomar cuidado ao decidir até que nível detalhará as estruturas orçamentárias.
Se a empresa decidiu realizar o planejamento com um nível mais acentuado de detalha-
mento das estruturas de vendas, custos e despesas, será preciso que seus métodos de
controle das informações realizadas (sistemas de ERP, CRM, contabilidade etc.), estejam
preparados para fornecer as informações realizadas no mesmo nível de detalhamento.
Vale lembrar, que o planejamento é de extrema importância na gestão empresarial, po-
rém as coisas nem sempre saem conforme o previsto. É natural ocorram desvios em
relação às metas, sejam eles positivos ou negativos.
O problema é quando estes desvios começam a se tornar recorrentes e com grande
expressividade sobre os resultados. É neste ponto que surge a necessidade de uma Re-
visão Orçamentária.
Fonte: Paula (2016, on-line)3.
MATERIAL COMPLEMENTAR
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <https://www.treasy.com.br/blog/premissas-orcamentarias>.
2
Em: <http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/orcamento-empre-
sarial-ameniza-riscos-de-negocios/39377/>. Acesso em 10 jul. 2016.
3
Em: <https://www.treasy.com.br/blog/a-importancia-do-acompanhamento-e-
-controle-orcamentario-para-sua-empresa>. Acesso em 10 jul. 2016.
91
REFERÊNCIAS
GABARITO
1. Ser detalhista: especificar as metas cada uma das etapas do orçamento: Quem é
o responsável? Como será feito? Quando? Ser participativo: envolver os colabo-
radores chaves no processo de preparação do orçamento e no de definição de
metas e de controles do mesmo. Ele deve ser participativo do início ao fim. Ser
controlado: não há finalidade ou benefício na utilização dessa ferramenta se a
empresa não tiver condições de monitorar o seu cumprimento, comparando o
resultado orçado versus o realizado e buscando justificativas para as variações.
2. Toda empresa possui metas e objetivos a alcançar e decisões para tomar, e o
orçamento empresarial oferece informações importantes, evitando tomada de
decisão no improviso, e não deve ser tomado como uma ferramenta inflexível,
pois o mercado exige cada vez mais da empresa o seu potencial de reação às
mudanças tanto do ambiente interno como externo. As organizações precisam
cada vez mais reduzir ou minimizar os riscos de uma eventual ameaça, prepara-
-se melhor para as oportunidades de negócios, e o orçamento tem grande im-
portância para que os objetivos e metas sejam alcançados com maior segurança
e viabilidade.
3. Controle orçamentário é a técnica que procurará acompanhar, avaliar e anali-
sar o planejamento financeiro em suas várias etapas, verificando as defasagens
entre os valores orçados e realizados, para sugerir as medidas saneadoras que
deverão ser implementadas na próxima proposta orçamentária da empresa.
4. Objetivos Operacionais: taxa interna de retorno; participação no mercado glo-
bal; Controle ambiental; Maximização do lucro.
Contabilidade Aberta e Informatizada: voltada para o aspecto gerencial; Possi-
bilitar o controle orçamentário; Atender além dos aspectos gerenciais, legais,
acionistas.
Estrutural Organizacional: níveis hierárquicos existentes; Interdependência dos
órgãos subordinados; Linhas de comunicação ascendentes e descendentes; De-
legação de autoridade e cobrança de responsabilidade.
Análise Dos Fatores Macroeconômicos: situação da economia; Tendência da po-
lítica governamental; Evolução do setor em que a empresa atua; Evolução da
taxa de inflação; Evolução do real em relação ao dólar; Mercado de trabalho;
Tendência dos preços dos produtos, tendência da MP; Taxa de juros.
5. a) A direção da empresa deverá considerar o orçamento como essencial;
b) Os executivos responsáveis deverão sentir entusiasmo pelo controle orça-
mentário; c) O controle orçamentário será, em grande parte, um problema psi-
cológico, ou seja, ignorar este aspecto é abrir caminho ao fracasso.
Professor Me. Silvio César de Castro
Professor Esp. Robinson Pereira Santos
III
UNIDADE
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender como se identificam fatores que influenciam a
elaboração do Orçamento de Vendas.
■■ Compreender as variáveis que influenciam a concepção e a
elaboração do Orçamento de Produção.
■■ Entender os gastos relacionados às Despesas Operacionais e
compreender a elaboração do Orçamento de Despesas.
■■ Entender a importância do Orçamento de Investimento no
Orçamento empresarial.
■■ Identificar a relevância da disponibilidade de recursos por meio do
Orçamento de Caixa.
■■ Perceber o Orçamento de Marketing como sendo uma peça
orçamentária que deve atuar em conjunto com o Orçamento de
Vendas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Elaboração e consolidação do orçamento
■■ Orçamento de vendas
■■ Orçamento de produção/fabricação
■■ Orçamento de despesas operacionais
■■ Orçamento de investimentos
■■ Orçamento de caixa
■■ Orçamento de Marketing
95
INTRODUÇÃO
Introdução
96 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A elaboração do orçamento deve ocorrer alguns meses antes do início do ano
orçado para que haja tempo suficiente para a conclusão do processo orçamen-
tário que envolverá análise, discussão, aprovação e distribuição aos envolvidos.
O orçamento geralmente atende o período de um ano, sendo detalhado em
meses e trimestres, conforme a necessidade e o nível de informação desejada.
De modo geral, o orçamento é subdividido em operacional e financeiro: o
primeiro contempla os orçamentos de vendas, produção e despesas, e o segundo
consolida as informações destas peças no fluxo de caixa, na demonstração do
resultado do exercício e no balanço patrimonial, todos projetados, logicamente.
ORÇAMENTO DE VENDAS
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
97
Pode-se dizer que o orçamento de vendas é a base para todas as outras peças
orçamentárias; caso ele não seja preciso, as outras estimativas também serão incertas,
pois com base nas quantidades vendidas será definida a quantidade a ser produ-
zida, nível de estoque desejado, necessidade de matéria-prima e outros materiais.
Matéria prima
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Custos indiretos
Orçamento de vendas
Vendas
Financeiras
Despesas
operacionais
Administrativas
Investimentos
Tributárias
Marketing
Caixa
Fonte: o autor
Orçamento de Vendas
98 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
localização e números de pontos de venda, sistema de distribuição, polí-
ticas de precificação e promoções, imagem do negócio e divulgação dos
produtos, marcas e patentes, capacidade de atendimento, entre outros.
■■ Engenharia: recursos humanos, desenvolvimento de novos produtos
entre outros.
■■ Gestão e finanças: estrutura administrativa, competência e habilidades,
cultura e valores, custo e disponibilidade de capital, sistema de planeja-
mento e controle, liderança, estratégias, entre outros.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
99
• Produção • Mercados
• Vendas/Marketing • Competitividade
• Engenharia • Economia/Governo
• Gestão/finanças • Tecnologia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Impactos ambientais
Orçamento de Vendas
100 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PLANEJAMENTO DE VENDAS – CURTO E LONGO PRAZO
CARACTERÍSTICAS
Santos et al. (2008) afirmam que, de acordo com o setor, porte e modalidade de
vendas a qual pertence a empresa, ela pode apresentar:
■■ Quantidades físicas e valores de vendas por produto, unidades de negó-
cio, regiões e total da empresa.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
101
Orçamento de Vendas
102 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Lançamento de um novo produto.
■■ Abertura de novas regiões.
■■ Trabalhar com um mercado-teste.
Financeiros:
a. Recebimento de vendas.
b. Pagamentos de impostos diretos.
c. Pagamento de despesas.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
103
Orçamento de Vendas
104 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mão de obra especializada, por falta de matérias-primas, por falta de recur-
sos para expansão de suas plantas fabris, ou ainda por falta de estrutura
administrativa e até mesmo por problemas de seus dirigentes.
A dificuldade que se encontra muitas vezes é devido à falta de informação
necessária e da impossibilidade de algumas variáveis.
Portanto, cabe aos empresários buscarem conhecimento e informações,
para que não haja na empresa uma capacidade produtiva insuficiente, es-
trutura inadequada, pessoal não habilitado para o exercício de suas funções
e dificuldades na obtenção de fundos para capital de giro.
Fonte: Roggia (2010, on-line)1.
ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO/FABRICAÇÃO
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
105
Orçamento de Produção/Fabricação
106 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
damental da preparação geral de orçamentos para a fábrica.
Em resumo, o plano de produção é um importante instrumento de planeja-
mento, coordenação e controle. Como instrumento de planejamento, ao expressar
o volume do esforço de fabricação, ele estabelece as bases para o planejamento
de todos os aspectos das operações da fábrica: necessidade de matérias-primas,
de mão de obra de produção e de supervisão, entre outros.
Na verdade, o orçamento de produção é o levantamento do custo da produção
projetada para atender as vendas. Por isso, da mesma forma que a contabilidade
de custos, o orçamento de produção é composto pelos custos de matéria-prima,
mão de obra direta e dos custos indiretos de fabricação (também chamado de
gastos indiretos de fabricação). Além, é claro, da administração dos estoques
que têm grande relevância neste item, e, consequentemente, no planejamento
estratégico da empresa.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
107
Orçamento de Produção/Fabricação
108 UNIDADE III
Capacidade financeira
e de crédito.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Disponibilidade de
mão de obra capacitada.
Fonte: o autor.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
109
Orçamento da mão
de obra.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Orçamento dos
custos gerais/indiretos
de fabricação
Fonte: o autor.
Orçamento de Produção/Fabricação
110 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As principais finalidades em termos de detalhamento das necessidades de maté-
ria-prima, para Welsch (1996), são:
a. Fornecer informações sobre quantidades aos departamentos de compras
– planejadas e adequadas.
b. Fornecer informações em quantidades para permitir a projeção de custos.
c. Fornecer dados para o estabelecimento de níveis de estoque.
d. Fornecer dados para a determinação das necessidades de caixa.
e. Fornecer informações para o controle de consumo de matérias-primas.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
111
Orçamento de Produção/Fabricação
112 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os custos indiretos de fabricação estão divididos em duas categorias: cus-
tos fixos e custos variáveis. São exemplos de custos fixos: depreciação, salários
de supervisores. São exemplos de custos variáveis: mão de obra indireta, repa-
ros e manutenção, energia elétrica.
Esses gastos somente podem ser distribuídos aos produtos por meio de
algum processo de rateio, que é a alocação destes a cada unidade do produto,
obedecendo, logicamente, a algum critério como utilização de área de fábrica,
quantidade produzida, tempo de fabricação etc.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
113
Orçamento de Despesas
com Vendas
Orçamento de Despesas
Orçamento de Despesas
Operacionais
Administrativas
Orçamento de Despesas
Tributárias
Orçamento de Despesas
Financeiras
Fonte: o autor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de objetivos e a execução de programas.
O planejamento e controle de despesas devem focar sua atenção na relação
entre as despesas e os benefícios (resultados) delas decorrentes. Os benefícios
essenciais devem assumir a forma de objetivos e programas planejados, e recur-
sos suficientes devem ser programados para fornecer o apoio exigido. Para
exemplificar, algumas empresas que procuram reduzir dispêndios sem plane-
jar adequadamente os seus benefícios deixam de aplicar recursos (despesas)
suficientes para a manutenção de ativos, tais como equipamentos e instalações.
O controle de gastos deve ser firmemente associado a programas futuros e
operações planejadas (objetivos) e a responsabilidades administrativas. A essên-
cia do controle de despesas, além da supervisão direta, é o conceito de padrão,
ou seja, cada despesa deve estar associada a um dado conjunto de condições
(programa de trabalho, produtos, políticas administrativas e variáveis externas).
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
115
g. Limpeza e Vigilância.
h. Seguros.
i. Aluguel.
j. Material de expediente.
k. Comunicação.
l. Despesas judiciais e legais.
m. Depreciação de bens da administração.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A elaboração e os posteriores controles do orçamento de despesas administrati-
vas requerem que seus participantes passem, paulatinamente, a levar em conta
o efeito de suas ações em termos de monetários e em vista das metas prefixadas.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
117
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quadro 2 - Demonstrativo tributos: venda
Fonte: o autor.
Os valores dos tributos que serão efetivamente recolhidos aos cofres do Estado
serão:
Quadro 3 - Orçamento de tributos comparação compra x venda
Fonte: o autor.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
119
Nesse grupo também serão inclusas as receitas financeiras que são ganhos e
rendimentos não ligados à atividade principal da empresa oriundos do excesso
de recursos financeiros que serão aplicados em bancos ou mesmo nas vendas a
prazo. São os juros recebidos, descontos financeiros recebidos, variação mone-
tária ativa, rendimento de aplicações financeiras etc.
Geralmente, as receitas financeiras são menores que as despesas financeiras
e o resultado entre elas, isto é, o que se ganha e o que se paga é denominado de
“despesas financeiras líquidas”.
Esse orçamento é muito influenciado pelo orçamento de investimentos, uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vez que parte deste é financiado por recursos de terceiros.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
121
ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO
mentos, substituições de ativos, patentes e aos fundos reservados para esses fins.
Os aumentos de imobilizado representam a aquisição de ativos cujos custos são
alocados a vários exercícios contábeis futuros. Esse orçamento não inclui reparos
rotineiros que devem ser incorporados aos orçamentos de despesas correntes.
O orçamento de investimentos em imobilizado também pode ser designado
pelo nome de orçamento de acréscimo de imobilizado, orçamento de instalações e
equipamentos, orçamento de construção, orçamento de despesas de capital, orça-
mento de investimento ou orçamento de ampliação da capacidade de produção.
O gerenciamento dos investimentos é fundamental para o desenvolvimento
e o atingimento das metas orçamentárias. As empresas que querem permanecer
competitivas terão que investir montantes cada vez maiores de recursos em seus
ativos, sem qualquer certeza de colher resultados positivos.
O orçamento de investimentos destina os recursos aos departamentos e estes
os aplicam de acordo com os objetivos preestabelecidos.
Os investimentos devem reduzir custos e melhorar a eficiência operacional
e administrativa. Os investimentos isolados não proporcionarão crescimento
sustentado. Sendo assim, a forma mais adequada para se gerenciar e controlar
investimentos é a administração por projetos. Cada projeto terá um objetivo espe-
cífico, e para tanto receberá recursos e terá uma pessoa responsável pela execução.
Lunkes (2003), traz quatro razões para justificar a administração dos inves-
timentos por projetos:
■■ Necessidade de abordagem sistemática em investimentos.
■■ Integração entre as abordagens estratégica e operacional.
Orçamento de Investimento
122 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. A utilização de um sistema dinâmico de avaliação do risco: um investimento
é avaliado como vantajoso ou não, utilizando-se dos métodos a seguir:
■■ Método do payback: isto é, o tempo de retorno do capital investido.
■■ Método da taxa média de retorno.
■■ Método do valor presente: isto é, a avaliação dos benefícios financeiros que
serão gerados no futuro em valores atuais.
■■ Método da taxa interna de retorno: isto é, comparar o percentual de possível
rentabilidade que o projeto irá gerar e comparar com o custo de oportunidade.
ORÇAMENTO DE CAIXA
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
123
Se você não sabe quanto ganha, nem quanto gasta, que tipo de sonho pre-
tende conquistar? Se não se esforça para economizar e investir, por que acre-
dita que merece chegar mais longe de onde se encontra hoje? (Navarro)2.
Orçamento de Caixa
124 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Indicar necessidades de empréstimos ou inversamente disponibili-
dade de fundos para investimentos temporários.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
125
A fim de traçar planos de ações a ser tomadas, o fluxo de caixa em longo prazo
demonstra situações significativas, servindo para a alta direção da empresa,
indicando a época em que os recursos serão insuficientes para honrar os com-
promissos e buscando caminhos para liquidar os mesmos.
Com o objetivo de demonstrar a possibilidade de serem geradas as dispo-
nibilidades de caixa, o fluxo de caixa a longo prazo deverá indicar as épocas em
que as disponibilidades poderão ser insuficientes (ZDANOWICZ, 2000).
Orçamento de Caixa
126 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de caixa, tornando uma
ferramenta de planejamento e de controle financeiros. O quadro 4 é uma das
várias formas de se verificar as movimentações de caixa. Ou seja, um entre mui-
tos modelos existentes. Nesse caso, a periodicidade é mensal, mas pode ser diária,
ou variar de acordo com as definições do gestor.
TOTAL ENTRADAS
SAÍDAS
Fornecedores
Impostos
Pessoal
Aquisição de Imobilizado
Empréstimos
Publicidade
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
127
Comissões
Energia Elétrica
Fretes
Jornais e periódicos
Viagens
TOTAL SAÍDAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FLUXO DO MÊS
(+/-) SALDO INICIAL
(=) SALDO FINAL
Fonte: o autor.
ORÇAMENTO DE MARKETING
Orçamento De Marketing
128 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Competitividade que demonstre superioridade em relação às ofertas e
opções alternativas.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
129
Sarquis e Ikeda (2003) acreditam que os autores de obras sobre orçamento ainda
tratam o orçamento de Marketing de forma limitada, pois esse orçamento é con-
templado de forma estratificada em outros orçamentos de receitas e despesas. Esses
autores ainda apresentam fatores para essa ocorrência, tais como, o orçamento de
Marketing ser geralmente considerado de menor importância dentro do processo
de decisão em relação a outros processos decisórios, o não percebimento da impor-
tância do processo de planejamento em relação ao orçamento de marketing e suas
ferramentas. Em muitos casos, inclusive, a existência de planos de marketing sem
uma mera mensuração dos resultados do que está sendo proposto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Orçamento De Marketing
130 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
res.
• Patentes.
• Reparo e assistência técnica.
• Trocas, devoluções de produtos.
Serviços aos
clientes • Suporte aos distribuidores e varejistas.
• Serviço de atendimento a informações aos consumido-
res, reclamações e sugestões.
• Fretes, transportes, armazenamento e estocagem de
produtos.
Distribuição
• Centros de distribuição, segurança, falhas e avarias de
entrega.
• Pessoal (salários, encargos, benefícios e treinamento).
• Materiais de consumo, móveis, equipamentos e softwa-
Marketing res.
• Viagens, deslocamentos.
• Rateio por uso de infraestrutura da organização.
Fonte: Adaptado de Sarquis e Ikeda (2003).
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
131
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
132
• Benefícios: já os benefícios são valores adicionais que a empresa oferece para seus
colaboradores, como auxilio transporte, auxílio refeição, plano de saúde, plano odon-
tológico, auxilio medicamentos, bolsas de estudos, previdência privada, entre outros.
Um erro comum, e que acontece com bem mais frequência que imaginamos, é que ao
projetar a contratação de um novo funcionário, as empresas fazem apenas a conta le-
vando em consideração o salário do novo colaborador, e esquecendo de incluir nos cál-
culos os encargos e benefícios envolvidos.
Além disto, outro erro comum e que pode causar sérios problemas ao fluxo de caixa de
uma empresa é deixar de prever no orçamento os reajustes e renegociações, como, por
exemplo, o dissídio coletivo (reajuste anual para reposição das perdas do poder aquisiti-
vo ocasionadas pela inflação), os reajustes previstos em contratos para planos de saúde,
planos odontológicos, aumentos no valor de vale transporte e vale alimentação e até
mesmo os aumentos de salários reivindicados pelos funcionários periodicamente.
Também é importantíssimo que a empresa se prepare para os dois grandes desembol-
sos anuais, relacionados ao pagamento de férias e do 13º salário. Aqui é ponto onde
muitas empresas que não criam uma reserva acabam necessitando recorrer aos bancos,
tomando empréstimos com juros altos para honrar os compromissos com os funcioná-
rios.
E não podemos esquecer de prever ainda uma provisão para as rescisões contratuais
(multas pagas sobre demissões).
Fica claro que a “rubrica” Gastos com Pessoal é uma das mais importantes na análise
do demonstrativo de despesas e custos de sua empresa, e merece atenção especial na
elaboração do orçamento, principalmente em empresas de serviços, que costumam ter
a maior parcela dos seus gastos relacionados a força de trabalho.
Portanto, um erro ou “descaso” na elaboração do orçamento e gestão das despesas de
RH pode causar sérios problemas ao caixa da empresa, ocasionando despesas adicio-
nais com juros bancários, e podendo até mesmo causar a falência em alguns casos mais
extremos.
Fonte: Treasy (2015, on-line)4.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Orçamento de Capital:
O vídeo explica alguns conceitos básicos sobre orçamento de investimento, ou capital, como
alguns chamam. Ele fala em manutenção e destinação dos ativos.
<https://www.youtube.com/watch?v=Y2P4aa19fJo&list=PL7XDdw0ZZ0CShoQgXB00lU7m_
zSoq4kls>. Acesso em: 10 jul. 2016.
Material Complementar
136
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE:
1
Em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/orcamento-de-ven-
das/43059/>. Acesso em 10 jul. 2016.
2
Em: <http://dinheirama.com/blog/2010/10/06/fluxo-de-caixa-orcamento-e-con-
trole-financeiro/>. Acesso em 10 jul. 2016.
3
Em: <http://blog.nextidea.com.br/or%C3%A7amento-de-marketing-como-defi-
nir/>. Acesso em 10 jul. 2016.
4
Em: <https://www.treasy.com.br/blog/orcamento-de-rh>. Acesso em 10 jul. 2016.
GABARITO
IV
TIPOS DE ORÇAMENTOS
UNIDADE
UTILIZADOS PELAS
EMPRESAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o foco e paradigma do Orçamento Estático.
■■ Compreender qual a finalidade em se utilizar o Orçamento Contínuo.
■■ Verificar o conceito e resultado esperado com o orçamento Base
Zero.
■■ Perceber como o Orçamento Flexível como uma poderosa ferramenta
no controle de gastos.
■■ Conhecer a metodologia e utilização do Orçamento por Atividades.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Orçamento Estático
■■ Orçamento Contínuo
■■ Orçamento Base Zero
■■ Orçamento Flexível
■■ Orçamento por Atividades
141
INTRODUÇÃO
orçamento pudesse ser flexibilizado e assim atender cada vez melhor as deman-
das das organizações.
Não temos o objetivo de detalhar cada um dos tipos de orçamento, mas
trazer uma visão panorâmica das suas características e de seu foco de inserção.
Entenda também que esses tipos de orçamentos são uma evolução e, muitas
vezes, uma combinação de diferentes aspectos que envolvem a prática orçamen-
tária, o controle e a gestão que se quer ter sobre o negócio.
Esta é uma grande oportunidade para que você conheça outros métodos
orçamentários e possa definir até mesmo um tema de artigo para a conclusão
do seu curso. Não existem dúvidas quanto ao benefício esperado pelas organi-
zações quando passam a planejar e a materializar seu planejamento por meio
do orçamento empresarial, seja por meio de dados financeiros ou por meio de
indicadores de desempenho.
Outro ponto que precisa ser esclarecido quando se fala em tipos de orçamen-
tos, é que existe uma grande possibilidade de os dirigentes de uma organização
não utilizarem apenas um tipo de orçamento durante a sua implementação. Pode
ocorrer a possibilidade de se utilizar as características de dois orçamentos. Ou
seja, utilizar uma parte do conceito ou prática que existe em um tipo de orça-
mento e aplicá-lo em outro. Bons estudos!
Introdução
142 UNIDADE IV
ORÇAMENTO ESTÁTICO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da empresa a partir da definição de determinados níveis de produção ou vendas,
ou seja, basicamente do nível de atividade da empresa. A definição desse nível
de atividade, consequentemente determinará o volume das demais atividades e
setores da empresa. O orçamento pode ser chamado de estático desde que a ges-
tão do sistema não tolere alterações nas peças orçamentárias.
Se a organização no decorrer do período orçado verificar que os volumes que
foram projetados não poderão ser atingidos, devido a aspectos incontroláveis, esse
orçamento, em parte ou num todo, será depreciado tanto em relação a sua utiliza-
ção como ao acompanhamento, análise, controle de metas, simulações, ajuste de
variações e ainda como base para o próximo período de construção do orçamento
De acordo com Padoveze (2011), apesar de esse orçamento conter um elemento
crítico, que é a sua estaticidade e, portanto, inflexibilidade, esse tipo de orçamento
ainda é utilizado amplamente por organizações de grande porte, principalmente as
que possuem várias filiais ou operam em vários países. Essa utilização por grandes
organizações é justificada pela necessidade de consolidação orçamentárias de duas
filiais, dispersas geograficamente, em um orçamento mestre e único.
De acordo com Gomes (2007), esse orçamento consolidado é fundamental para
que a organização tenha uma visão geral de suas atividades e dos resultados econô-
micos esperados para o próximo ano ou período, para aprovação de seus dirigentes.
Nesse sentido, o orçamento estático é importante, já que eventuais alterações de volume
em algumas de suas divisões não necessariamente impactarão de forma significativa
no total dos orçamentos. Obviamente, quando os impactos de alterações de volu-
mes em todas as unidades da corporação forem significativos, não há motivo para
manter um orçamento estático, que não tenha validade para o processo decisorial.
ORÇAMENTO CONTÍNUO
Orçamento Contínuo
144 UNIDADE IV
Orçamento anual
Jan/ Fev/ Mar/ Abr/ Mai/ Jun/ Jul/ Ago/ Set/ Out/ Nov/ Jan/
Dez/
16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 17
16
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SAI ENTRA
Fonte: O autor.
Além disso, o orçamento contínuo pode ser adequado com outros métodos orça-
mentários, seja o tradicional, base zero, flexível etc. Isto porque o seu princípio
é fazer revisões e adaptações nas previsões no decorrer do período.
As desvantagens são de ordem operacional, pois fazer orçamentos mensais
sempre exige o ativamento de quase todo o processo orçamentário, o que toma
tempo de toda a organização.
Vamos também encontrar, no linguajar empresarial, as expressões rolling
forecasting ou rolling budgeting par designar este tipo de orçamento.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fixos eram o grande ralo pelo qual os lucros minguavam. Havia um total desco-
nhecimento de como eram compostos os gastos da companhia. Foi então que a
empresa decidiu começar tudo a partir do zero, ou seja, estudar as despesas uma
por uma, para identificar os possíveis excessos (ou carências) nos gastos de cada
uma delas. Só então o orçamento era elaborado.
A economia nos custos fixos em 1999 atingiu R$ 152 milhões em relação a
1998, fato que comprova a importância do orçamento. Esta forma de conceito
de orçamento age como um modelo de planejamento, no qual cada despesa é
analisada, revista e avaliada constantemente. Esse tipo de orçamento evita des-
perdícios e faz com que as equipes se esmerem sistematicamente em reduzir
custos, identificando possíveis excessos (ou carências). Isto vale desde a com-
pra de insumos até a aquisição de material de escritório. Ao contrário do que se
rege a tradicional lógica das empresas em inspirar-se no orçamento do ano ante-
rior e aplicar-lhe índices de redução para montar o do ano corrente, sem saber
se o valor de cada despesa corresponde à realidade. Com o orçamento OBZ, o
ponto de partida para cada despesa é zero, o que apesar de lógico também é con-
troverso por algumas outras abordagens sobre o orçamento. O fato é que, há 11
anos adotando esse modelo, a AmBev se tornou referência em gestão no Brasil
e enfrentou o pior momento da crise de 2008 sem demitir funcionários.
É interessante também relatar que este tipo de orçamento não é tão
recente como talvez muitos possam pensar, por isso, apresentamos em curto
cronograma do registro da utilização desta forma de orçamento, conforme
apresentada por Santos et al. (2008):
Como já dito, esta forma de orçamento exige que os gestores estimem as ven-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Preocupa-se com resultados efetivos.
■■ As decisões são baseadas em resultados.
Nem tudo, porém, são flores no OBZ. Santos et al. (2008) observam que em
setores industriais o OBZ se aplica em algumas divisões como a área adminis-
trativa, técnica e comercial. Já em relação ao setor fabril não há uma adaptação
direta, visto que este está associado às operações de produção, como material
direto e mão de obra direta (exceto os gastos indiretos de fabricação, na sua par-
cialidade), sendo quase impossível aplicar uma análise de custo-benefício para
decidir sobre aumento ou redução de despesas. Neste caso, não é recomendado
um planejamento a partir do zero.
Outra desvantagem do OBZ é o tempo de elaboração, muito maior do que os
orçamentos tradicionais, devido a cada gasto exigir uma justificativa e uma aprovação.
Por fim, encerramos este tópico com uma relação de vantagens que o OBZ
obtém em detrimento dos demais orçamentos, segundo Lunkes (2003):
■■ Força os gestores a refletir sobre as operações e procurar oportunidades
de melhoria.
■■ Fornece informações detalhadas relativas a recursos necessários para rea-
lizar os fins desejados.
■■ Evidencia os excessos e duplicidade entre as atividades ou departamentos.
■■ Concentra-se nas reais necessidades e não nas variações do ano anterior.
■■ Proporciona melhor acompanhamento do “planejado x realizado”.
ORÇAMENTO FLEXÍVEL
Nesse contexto, Padoveze (2011) afirma que o orçamento flexível tem como objetivo
suavizar a inflexibilidade imposta pelo orçamento estático. E ele parte de um princí-
pio que o orçamento de vendas pode sofrer variações e, consequentemente, todas as
demais peças orçamentárias que estão diretamente ligadas ao orçamento de vendas.
Orçamento Flexível
150 UNIDADE IV
De acordo com esse mesmo autor, o ponto central do orçamento flexível está
no comportamento dos recursos entre fixos e variáveis. Ou seja, enquanto os
recursos das vendas e seus respectivos gastos provenientes da produção, impos-
tos e despesas podem variar, os gastos fixos recebem tratamento tradicional, ou
seja, como se estivessem sendo tratados no orçamento estático.
O Orçamento Flexível considera que a empresa deve estar atenta ao nível de
atividade e suas possíveis variações. E o que mais interfere e varia nas atividades é
a questão do custo. Não há como fixar R$ 1,00 de custo para cada 1 unidade fabri-
cada. O nível de atividade faz variar as estimativas de custos, pois temos os custos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fixos, semifixos e variáveis. Por isso, é necessária uma análise dos custos nas cate-
gorias variável e fixa, para prever os gastos em diferentes níveis de atividades. E isto
não é analisar custos diretos e indiretos, pois há custos diretos que são fixos (salá-
rio, por exemplo) e custos indiretos que são variáveis (energia elétrica).
Portanto, algumas variáveis que geralmente ocorrem em um processo de
realização do orçamento são:
■■ Variação nos custos reais.
■■ Variação nos volumes de produção.
■■ Variação nos volumes de vendas.
O orçamento flexível tem como uma de suas finalidades identificar de onde vem
as diferenças e quais foram as suas causas: variações e discrepâncias, na qual as
primeiras referem-se a diferenças nos planos, como volumes de vendas maiores
ou menores que o orçado, e as últimas estão relacionadas ao controle individual
do gestor ou departamento.
A seguir, elencamos algumas características do orçamento flexível citadas
por Lunkes (2003):
■■ Não limita a projeção a um nível de atividades, mas para uma gama de
atividades.
■■ Os custos incorridos são comparados com os necessários para determi-
nado nível de atividade.
Orçamento Flexível
152 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Empresas que já utilizam o custeio ABC entenderam a necessidade de um
conjunto de atividades específicas para atender a um cliente ou produzir um
bem ou serviço, obtendo assim melhor detalhamento dos respectivos custos e
uma visão mais clara dos seus processos. O orçamento por atividades permite a
centralização no custo das atividades necessárias tanto à produção como venda.
Portanto, segundo Lunkes (2003), o orçamento por atividades permite iden-
tificar os recursos alocados para cada atividade e como estas estão contribuindo
para maximizar as oportunidades de seus produtos e clientes.
A atividade descreve o modo como a empresa emprega o seu tempo e seus
recursos para alcançar os objetivos empresariais de produção, venda e atendi-
mento. A principal função da atividade é converter os recursos (material, mão
de obra e tecnologia) em produtos e serviços, e assim determinar o seu custo e
desempenho em termos de tempo e qualidade.
Dentre as vantagens que o orçamento por atividade contribui, elencamos
os pontos de
Horngren, Foster e Datar (1997, apud LUNKES, 2003):
■■ Capacidade de elaborar orçamentos mais realistas.
■■ Melhor identificação dos recursos necessários.
■■ Associação dos custos à produção.
■■ Vinculação mais clara dos custos com as responsabilidades do quadro
funcional.
■■ Identificação de folgas orçamentárias.
O ABB permite à empresa uma visão sistêmica sobre o consumo de recurso que
permitirá aos gestores identificar e lidar com a falta ou excesso de capacidade.
Em relação à implantação do ABB, o próprio procedimento permite que a
empresa vislumbre áreas importantes e possa determinar políticas de maximi-
zação de recursos e atividades, conforme a seguir:
■■ Eliminação de atividades supérfluas.
■■ Redução de tempo ou dos recursos empenhados no cumprimento das
atividades.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Uma estratégia que se pode adotar é utilizar o Orçamento Base Zero a cada
três ou quatro anos, e nos demais anos utilizar o orçamento base histórico
para ir medindo a evolução do resultado da empresa. Outra estratégia inte-
ressante é partir para um modelo híbrido, ou seja, caso o objetivo seja re-
estruturar somente uma área da empresa, aplicar o Orçamento Base Zero
para esta área e o Orçamento Base Histórico para o restante da empresa.
Fonte: Paula (2014, on-line)1.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
bens e serviços. Ele decompõe os custos indiretos em centros de custos por ati-
vidades homogêneas.
Já o orçamento flexível, em vez de um único número determinado de volume
de fabricação ou vendas, a empresa admite uma faixa de nível de atividades, onde
tendencialmente irão situar-se tais volumes de produção ou venda.
Enquanto isso, o orçamento contínuo é baseado em um prazo movente que
se estende em função de um período fixo. Quando um período termina, outro
é acrescentado ao final do ciclo.
O orçamento contínuo é frequentemente usado quando se acredita que pla-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nos realistas podem ser feitos para curtos períodos e é desejável ou necessário
replanejar projeções continuamente por força das circunstâncias.
Por isso, minha intenção foi apenas de explanar a você que existem linhas da
administração, tanto acadêmica quanto mercadológica, que são frutos da neces-
sidade e da experiência de cada empresa, ou cada setor.
Considerações Finais
156
a. ( ) Orçamento contínuo.
b. ( ) Orçamento estático.
c. ( ) Orçamento base zero.
d. ( ) Orçamento flexível.
4. Enquanto os orçamentos tradicionais vislumbram o ano fiscal da empresa, o
orçamento contínuo transmite a ideia de que planos realistas podem ser feitos
em curto prazo sendo possível replanejar e refazer projeções continuamente em
virtude de circunstâncias não esperadas. Este tipo de orçamento deve possuir
algumas características importantes. Em relação a essas características, leia as
afirmações e assinale a alternativa correta:
I. Postura de autocorreção dos problemas orçamentários.
II. Analisar o pontos positivos e negativos durante o período passado para que se
possa melhorar o próximo período.
III. Analisar e detalhar a receita e as despesas controláveis e elaborar estimativas
para o próximo período.
IV. Competência e habilidade dos participantes do sistema.
a. ( ) Somente I e II estão corretas.
b. ( ) Somente II e III estão corretas.
c. ( ) Somente I e III estão corretas.
d. ( ) Somente I, III e IV estão corretas.
e. ( ) Todas estão corretas.
5. O ponto de partida deste orçamento não é o ano anterior, como ocorre na maio-
ria das abordagens. Isto obriga que todas as atividades sejam obrigadas a jus-
tificar sua existência para que se possa obter aprovação de recursos pela alta
administração. Assinale a questão que indica que orçamento é esse.
a. ( ) Orçamento por atividades.
b. ( ) Orçamento estático.
c. ( ) Orçamento base zero.
d. ( ) Orçamento flexível.
158
ORÇAMENTO FAMILIAR
A conscientização da importância de um Orçamento Familiar planejado é tarefa de to-
dos os membros da família. Nada se consegue sozinho e coitado do chefe de família
que tentar impor suas regras. Não adianta! O sucesso depende do esforço conjunto e
do interesse de todos. As conversas que antecedem o planejamento ajudam a acertar
arestas e servem para o surgimento de novas ideias. Os menores têm que sentir-se parte
integrante e importante dentro do grupo decisório. Então, vamos pensar no Orçamento
Familiar. Pegue todas as contas e despesas do mês anterior e liste-as de forma que pos-
sam ser comparáveis com suas estimativas de gasto do mês corrente. Tem que cortar?
Vai ter grito. Não se aborreça. Explique, converse e mostre o que se pode fazer. Peça
sugestões, afinal de contas, se todos usam, comem e gastam, está na hora de todos aju-
darem a melhorar a situação financeira da família.
Planejamento
Para que os objetivos sejam alcançados é preciso que se estabeleçam metas - sem pen-
sar em ficar rico da noite para o dia - para cada membro da família e para o grupo. É
importante que todos tenham em mente que é preciso muita dedicação para o cumpri-
mento do que ficou acordado nas reuniões familiares. Metas como comprar um imóvel
para parar de pagar aluguel, trocar de carro, comprar uma geladeira nova que consuma
menos energia, investir na formação superior de um jovem da família. Na medida em
que as coisas forem acontecendo, certamente, o empenho de todos será maior.
Análise das Despesas da Família
A análise das despesas, de uma forma geral, deve seguir o padrão apresentado na lista a
seguir, modelo que deve ser perseguido pelos membros da família. Bom lembrar que os
valores relativos devem ser calculados sobre o valor líquido da remuneração ou receitas
159
da família, e que este representa o limite máximo a ser gasto por segmento.
Moradia 30%
Alimentação 25%
Saúde e Higiene 15%
Transportes 12%
Educação 8%
Lazer 5%
Diversos 5%
Esse alerta se faz necessário tendo em vista as facilidades para obtenção de crédito dire-
to ao consumidor, cheque especial ou cartão de crédito que, em muitos casos, é conce-
dido sobre o valor bruto dos salários, sendo comum, atualmente, o empréstimo superar
esses valores. Portanto, muito cuidado nessa hora, analise bem a necessidade de pegar
um valor superior ao que você precisa. As despesas domésticas podem ser divididas em
3 grandes segmentos, quais sejam: despesas fixas, variáveis e eventuais.
Análise das Despesas Fixas
Aborda de maneira mais especifica o segmento dos gastos constantes dentro de de-
terminado intervalo de tempo. Sua análise possibilita a descoberta de desperdícios co-
metidos por todos os integrantes da família, em especial, no consumo de serviços, tais
como: telefone, água, gás e, principalmente, energia elétrica.
1. Aluguel/Prestação
2. Condomínio
3. Telefone
4. Água
5. Gás
6. Energia Elétrica
7. Empregada
8. IPTU
9. IPVA
10. Escola
11. Prestação do carro
12. Seguro Saúde
160
Vídeo interessante que traz alguns tipos de orçamentos utilizando a ferramenta de mapas
mentais para a apresentação de suas características.
Tipos de Orçamento em Mapas Mentais:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FnSxJnxIV0k>. Acesso em: 10 jul. 2016.
Material Complementar
162
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE:
1
Em: <https://www.treasy.com.br/blog/orcamento-base-zero-obz-e-orcamen-
to-base-historico-obh-conceitos-vantagens-e-desvantagens-de-cada-modelo>.
Acesso em: 10 jul. 2016.
2
Em: <http://educacao.fioprev.org.br/educacao/orcamento-familiar>. Acesso em:
10 jul. 2016.
163
REFERÊNCIAS
GABARITO
1. B.
2. C.
3. A.
4. E.
5. C.
Professor Me. Silvio César de Castro
Professor Esp. Robinson Pereira Santos
PRÁTICA DE ORÇAMENTO
V
UNIDADE
EMPRESARIAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Elaborar um orçamento empresarial com as peças orçamentárias
básicas.
■■ Compreender a finalidade das demonstrações financeiras projetadas.
■■ Levantar as demonstrações contábeis projetadas de acordo com os
valores apresentados nas peças orçamentárias.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Elaboração do orçamento empresarial
■■ Elaborando o Orçamento de Vendas
■■ Projetando o Orçamento de produção
■■ Dimensionando o Orçamento de despesas operacionais
■■ Produzindo o Orçamento de marketing
■■ Compondo o Orçamento de investimentos
■■ Gerando o Fluxo de caixa projetado ou orçamento de caixa
(disponibilidades)
■■ Levantando a Demonstração do resultado projetada
■■ Balanço patrimonial projetado
167
INTRODUÇÃO
Introdução
168 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Alguns dados serão informados para que tenhamos um melhor aproveita-
mento didático.
Dados para a elaboração do orçamento empresarial
Empresa: INDÚSTRIA DE BOLAS DE BOLICHE GIRA BEM
Orçamento: Ano 2016.
Produtos: Bolas de Boliche Profissional (BP) e Bola de Boliche para uso
Amador (BA).
Matéria-prima utilizada: resina e tinta.
Vendas estimadas para o primeiro trimestre de 2016, baseado na quantidade
que foi vendida em dezembro/2015:
Janeiro Fevereiro Março
% de variação da quantidade no trimestre
1% -5% 3%
Previsão de Receitas
Produto Total
Jan./16 Fev./16 Mar./16
BP 392.051,70 365.085,00 407.740,95 1.164.877,65
BA 532.710,36 496.223,00 553.756,84 1.582.690,20
Total 924.762,06 861.308,00 961.497,79 2.747.567,85
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ O preço de cada unidade a ser comercializada, inclusive com variações
que podem ocorrer no valor, isso dentro de uma estratégia de marketing
para período.
■■ O valor das receitas totais (quantidade x R$ preço de venda) que está pre-
visto no período e total.
CUSTOS DIRETOS
Lembrando que os custos diretos são aqueles que podem ser identificados e
medidos diretamente no produto ou durante sua fabricação sem a necessidade
de recorrer a rateios, temos os seguintes dados:
Total BP
103.875,20 97.697,60 105.934,40 307.507,20
Resina
(Kg) 131.652,00 123.861,00 134.196,00 389.709,00
BA Tinta
(Kg) 4.140,00 3.895,00 4.220,00 12.255,00
MOD 7.120,80 6.699,40 7.258,40 21.078,60
Total BA
142.912,80 134.455,40 145.674,40 423.042,60
Total Geral Custos Indiretos 246.788,00 232.153,00 251.608,80 730.549,80
BP R$ 228,80
Custo direto unitário de produção
BA R$ 172,60
Os custos indiretos de fabricação são rateados aos produtos, baseados nas quantida-
des de produtos a serem produzidos e comercializados em cada mês do trimestre.
Consideremos que são pagos no mesmo mês em que ocorrem (observando
que não há desembolso de depreciação), propomos os seguintes valores brutos
para nossa empresa:
DESCRIÇÃO VALOR
Suprimentos R$ 6.200,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mão de obra indireta R$ 13.180,00
Encargos sociais R$ 6.500,00
Benefícios R$ 4.000,00
Energia R$ 14.120,00
Manutenção R$ 6.000,00
Depreciação R$ 12.000,00
Imposto predial R$ 2.000,00
Seguros R$ 1.500,00
Total R$ 65.500,00
Como descrito nos custos indiretos são rateados aos produtos, baseados nas
quantidades de produtos a serem produzidos e comercializados em cada mês
do trimestre. Logo, para janeiro, teremos:
R$ 65.500,00 / 1282 x BP 454 e x BA 828,
Resultado em R$: BP 23.195,79 e BA R$ 42.304,21.
Basta repetir o procedimento para fevereiro e março alterando a quantidade de
produtos para BP e BA.
Jan./16 Fev./16 Mar./16
Produto
Custos Indiretos Rateados R$
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
BP
23.195,79 23.191,13 23.203,14
BA
42.304,21 42.308,87 42.296,86
Total
65.500,00 65.500,00 65.500,00
Tomando como base os resultados obtidos nos cálculos anteriores e mostrados nas
tabelas, chegamos aos seguintes valores para o total de custos de nossa empresa.
Produto Composição Jan./16 Fev./16 Mar./16
Custos Diretos 103.875,20 97.697,60 105.934,40
BP Custos Indiretos 23.195,79 23.191,13 23.203,14
TOTAL 127.070,99 120.888,73 129.137,54
Custos Diretos 142.912,80 134.455,40 145.674,40
BA Custos Indiretos 42.304,21 42.308,87 42.296,86
TOTAL 185.217,01 176.764,27 187.971,26
TOTAL GERAL 312.288,00 297.653,00 317.108,80
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
OPERACIONAIS
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Descrição Valor
Suprimentos R$ 700,00
Salário pessoal R$ 3.000,00
Salário diretores R$ 12.000,00
Benefícios R$ 9.000,00
Pró labore R$ 7.000,00
Vigilância R$ 2.000,00
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
marketing de nossa empresa para o período.
DESPESAS COM MARKETING
Descrição Valor
Pesquisa de marketing R$ 2.000,00
Treinamento de revendedores R$ 1.500,00
Publicidade R$ 500,00
Reparo e assistência técnica R$ 3.000,00
Total R$ 7.000,00
Com base nas informações obtidas até então, podemos iniciar a projeção dos
demonstrativos contábeis e do fluxo de caixa orçado.
ENTRADAS DE CAIXA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vendas a receber 647.333,44 325.486,98 44.751,23
Contas a Receber do
647.333,44 972.820,42 1.017.571,65
Balanço Patrimonial
Observe que os valores das contas a receber do balanço patrimonial mensal são
obtidos com a soma do que ficou a receber no mês anterior com o que falta do
mês em vigência. Logo, se em janeiro ficou para receber no Balanço patrimonial
R$ 647.333,44 + R$ 325.486,98 de fevereiro, teremos como valor total a receber
em fevereiro R$ 972.820,42.
E o valor R$ 982.820,42 que ficou a receber de fevereiro soma-se a
R$ 44.751,23 que ficou a receber de março = R$ 1.017.571.65.
SAÍDAS DE CAIXA
Além de sabermos o valor que ainda temos para receber, precisamos calcular
quanto ainda temos que pagar. Lembrando que o pagamento das matérias-pri-
mas e da mão de obra direta é pago com os seguintes prazos:
À vista 30 dias 60 dias
20% 30% 50%
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SALDO FORNECEDORES A PAGAR NO
197.430,40 111.686,00 8.247,14
MÊS
Lembrando ainda que temos os seguintes pagamentos (desembolso) que são efe-
tuados dentro de cada mês na sua totalidade:
Despesas Administrativas 40.000,00
Despesas com Vendas 72.638,10
Impostos sobre as vendas 46.238,10
Despesas de marketing 7.000,00
Aquisição de Imobilizado 3.000,00
Lembrando que as depreciações são gastos que não representam saída financeira,
sendo uma dedução do patrimônio pelo uso, desgaste e obsolescência dos itens
do imobilizado. Assim, são excluídas das saídas de caixa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
constam na demonstração tradicional, normatizada pelos organismos contábeis.
Sua importância nas tomadas de decisão é devido ao seu caráter econômico
e seus reflexos financeiros e patrimoniais.
Cabe destacar que esta demonstração não se atém ao fato de ter recebido as
receitas ou pago os seus custos/despesa/impostos, mas, sim, ao fator gerador que
motivou os direitos e obrigações assumidas nesses compromissos.
Entradas e saídas de dinheiro estão registradas no Fluxo de Caixa, conforme
já mencionado. E também como já foi citado, esses direitos e obrigações (valo-
res que serão ainda recebidos ou pagos) irão compor os saldos patrimoniais.
Os principais objetivos da demonstração de resultados, enumerados por
Santos et al. (2008), são:
■■ Avaliar a situação econômica projetada da empresa com base nas premis-
sas orçamentárias de resultado.
■■ Analisar as principais variações entre a situação realizada em termos de
receitas, custos e despesas operacionais da empresa e situação prevista.
■■ Utilização como instrumento de planejamento da situação econômica da
empresa, bem como seu controle.
■■ Possibilitar a verificação da margem bruta da empresa, seu resultado ope-
racional e lucro líquido do exercício separadamente.
A principal característica da demonstração de resultados do exercício projetado
é a permissão da comparação dos resultados projetados e realizados, o que é um
instrumento de controle para a gestão, o que colabora na verificação da eficiên-
cia e eficácia das operações da empresa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE -
Banco conta movimento 202.000 408.018 Fornecedores 309.116
Contas a Receber - 972.820
PERMANENTE
Edificações 450.000 450.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Máquinas e Equipamentos 50.000 57.000 Capital Social 372.000 372.000
(-) Depreciação Acumulada (30.000) (56.000) Lucros Acumulados 300.000 1.150.722
TOTAL 672.000 1.831.838 TOTAL 672.000 1.831.838
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO
Dez./15 Jan./16 Dez./15 Jan./16
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE -
Banco conta movimento 202.000 847.353 Fornecedores 317.364
Contas a Receber - 1.017.572
PERMANENTE
Edificações 450.000 69.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Máquinas e Equipamentos 50.000 450.000 Capital Social 372.000 372.000
(-) Depreciação Acumulada (30.000) 69.000 Lucros Acumulados 300.000 2.314.561
TOTAL 672.000 2.314.925 TOTAL 672.000 2.314.925
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ufa! Quantos números e quantos quadros! Caro(a) aluno(a), você achou cansa-
tivo? Pois é, lembre-se que o orçamento empresarial é o planejamento expresso
em números. É a materialização do planejamento. Por isso, dificilmente você verá
uma literatura que trata exclusivamente de orçamento empresarial sem ter uma
parte da obra que desenvolve temas relacionados a planejamento e planejamento
estratégico. Não tem outro caminho. Aqui entram os profissionais contadores,
economistas, engenheiros, financeiros entre outros, que se propõem a montar o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
188
Performado em
Quantidade de produtos previstos para o trimestre
Produto períodos anteriores
Dez./15 Jan./16 Fev./16 Mar./16
BP 450 436 414 450
BA 820 795 754 820
% de variação da quantidade no
-3% -8% 0%
trimestre
facilitar a compreensão do que a empresa tem, quanto ela ganha, o que ela gasta, quan-
to tem para investir e quando pode investir. Estes grupos são:
• Atividades Operacionais: é o que mantém a empresa funcionando. É neste grupo
que estarão as receitas das vendas de mercadorias e serviços, os custos de produção,
as despesas de venda e administração. Desde a compra de matéria-prima e gastos
com transporte até o pagamento de funcionários e a energia elétrica. É aqui que
estará o dia a dia do negócio.
• Atividades de Investimento: neste grupo é onde devem aparecer todas as movi-
mentações referentes a investimentos, como a compra de bens para empresa (com-
putadores, móveis, máquinas, equipamentos, veículos etc.) e também investimentos
financeiros (aplicações), se for o caso.
• Atividades de Financiamento: por fim, neste grupo devem ser listadas todas as
entradas e saídas provenientes de atividades de financiamento, como pagamento
de juros e amortização de empréstimos bancários.
Qual a importância de realizar a Projeção de Fluxo de Caixa
Projetar o seu fluxo de caixa é basicamente saber se a sua empresa estará ou não de
portas abertas ao final de um determinado período de tempo. O que pode ser mais
importante do que isso?
O Fluxo de Caixa, além de auxiliar no controle financeiro da sua empresa, é uma impor-
tante ferramenta para a tomada de decisões. O correto controle de Fluxo de Caixa,
aliado a uma boa Projeção de Fluxo de Caixa mostra de forma direta e objetiva se a
empresa terá dinheiro em caixa para saldar seus compromissos financeiros em um de-
terminado período futuro ou não.
Ao contrário do Demonstrativo de Resultados Projetado (DRE Projetado) que demonstra
se a operação é lucrativa, a Projeção de Fluxo de Caixa vai mostrar se a empresa vai ter
dinheiro disponível quando precisar dele ou se precisará a recorrer a fontes externas,
como empréstimos e financiamentos para honrar seus compromissos.
Isso é importante, porque muitas vezes a companhia pode ter um grande volume de
vendas, e produtos com boas margens, apresentando lucro no DRE. Porém pode estar
com seus Prazos Médios de Pagamentos e Recebimentos mal dimensionados, fi-
cando assim sem disponibilidade de dinheiro em caixa, e essa informação é obtida
exatamente pela leitura da Projeção de Fluxo de Caixa.
Com as projeções bem detalhadas em mãos, a empresa também consegue tomar de-
cisões importantes em relação à realização investimentos, financiamentos e a cor-
reta distribuição de recursos, fundamentais para dar continuidade às operações. Uma
indústria, por exemplo, pode planejar a aquisição de uma nova máquina, sabendo ante-
cipadamente se a produção gerada será suficiente para pagar o financiamento do novo
ativo e ainda gerar lucro.
Fonte: Adaptado de Paula (2014, on-line)2.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Aprenda a utilizar o Fluxo de Caixa, como ferramenta de apoio à gestão financeira, e a calcular a
necessidade de capital de giro de sua empresa. Este é um vídeo do SEBRAE de Minas Gerais que
explica com clareza esses pontos.
Fluxo de Caixa e Orçamento:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=U8sJI8feaQ4>. Acesso em: 13 jul. 2016.
Este artigo quer mostrar a importância do estudo do Ciclo Operacional para o Administrador
Financeiro, o quão fundamental é, pois, fornecer uma visão comparativa dos prazos de Giro
de Estoque, Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas e Prazo Médio de Pagamento de
Fornecedores, além dos Custos Fixos Mensais. O Ciclo Operacional é composto pelos Ciclos
Econômico e Financeiro.
REFERÊNCIAS ON-LINE:
1
Em: <https://www.treasy.com.br/blog/orcamento-matricial>. Acesso em: 13 jul.
2016.
2
Em: <https://www.treasy.com.br/blog/projecao-de-fluxo-de-caixa>. Acesso em:
13 jul. 2016.
GABARITO
1. R$ 572,80
2. R$ 432,00
3. R$ 129.355,00
4. R$ 113, 455,80
5. R$ 429.355,00
195
CONCLUSÃO
Caro(a) aluno(a), com base no que foi apresentado nesta obra, pode-se afirmar que
o orçamento faz ou deve fazer parte da administração de qualquer empresa que os
dirigentes queiram que prospere ou sobreviva no mercado.
Entretanto, é difícil trabalhar sem previsões e dados históricos, mesmo quando se
utiliza um orçamento em que o que se fez no passado não justifica o futuro. Pois,
não é possível vislumbrar o futuro sem conhecer o passado. Nesse sentido, a Conta-
bilidade Gerencial é fundamental para que se possa galgar futuro.
A contabilidade gerencial é uma das principais ferramentas de apoio ao orçamento,
pois, visa avaliar financeiramente a empresa, controlar e levantar custos, orçamen-
tos, e, de forma geral, tem um enfoque voltado para a emissão de relatórios geren-
ciais decisórios. São englobados pela contabilidade gerencial aspectos organizacio-
nais como a Contabilidade de Custos Industriais; Sistema Orçamentário; Fluxos de
Caixa e Orçamentos de caixa da empresa; e a Avaliação financeira e de resultados
segmentada.
As empresas precisam de planejamento e orçamento para seguir em frente, assim
como precisam entender o seu contexto para poder planejar alguma coisa. Sem
Contabilidade Gerencial é impossível atingir um nível orçamentário aceitável. Por-
tanto, comece na sua empresa, ou na sua vida particular, a desenvolver um entendi-
mento histórico para que seja possível desenhar um futuro.
Procuramos situar você em um entendimento fundamental de Planejamento, Pla-
nejamento Estratégico, que foram as duas colunas deste material. Desses derivaram
os demais assuntos aqui debatidos.
Você percebeu que planejamento é a grande chave para o sucesso, tanto de um
negócio quanto de uma carreira, portanto, sugiro que aplique o planejamento e o
orçamento também em sua vida pessoal.
Esperamos ter colaborado com o seu crescimento profissional e intelectual na abor-
dagem deste assunto de suma importância no ambiente corporativo. Acreditamos
que este material cumpriu bem seu papel. Sucesso!