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O ADIMPLEMENTO E A EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO

1 - meio existentes para solver as obrigações


2 - cumprimentos direto
3 – teoria do pagamento
3.1 sentido da expressão pagamento e seus elementos fundamentais
- conceito
- elementos
3.2 condições subjetivas do pagamento
3.2.1 quem pode implementar o pagamento
Legitimados (art 304/305)
a)
b)
c)
recusa do credor em receber o pagamento.
-recusa do credor
-pagamento sob forma de coisa fungível pertencente a 3º - art. 307
3.2.2 A que se deve pagar?
- legitimado
- O 3° art.311
- credor putativo art 309
Credor do credor e pagt° precipitado art. 312

1. Conceito de pagamento:
Pagamento – em sentido amplo – ou execução é o mesmo que implemento,
adimplemento, prestação, resolução e solução.

“É o ato jurídico que extingue a obrigação, realizando-lhe o conteúdo.”


(Sílvio Rodrigues)

O pagamento põe termo à relação jurídica. É uma forma de extinção das


obrigações e dos contratos, pelo seu cumprimento.
O pagamento direto voluntário = promovido pelas partes. É a forma idealizada
pelo legislador.
Prescrição = se extingue sobre qualquer forma de pagar.
Formas de obrigações não precisam ser só em pecúnia, mas da forma que foi
estipulado pelas partes.

2. Classificação:
2.1 Pagamento Puro e simples ou execução voluntária da obrigação:
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- Conceito: não há alteração da substância do vínculo.

2.2 Pagamento indireto:


- Conceito: engloba meios complexos ou especiais de extinção das obrigações.
Ex: Novação, Compensação, Confusão, Remissão e etc.

2.3 Pagamento em virtude de sentença ou execução forçada:


- Conceito: sua satisfação origina-se de determinação judicial.
Ex: responsabilidade civil - indenização

3.2. Elementos: O pagamento é composto de três elementos:


• Sujeito ativo: é aquele que deve pagar (solvens – o pagador).
• Sujeito Passivo: é aquele a quem se deve pagar (accipiens – o
recebedor).
• Objeto: é o vínculo obrigacional que justifica o pagamento (dar,
fazer ou não fazer).

• QUEM DEVE PAGAR:

a) Sujeito ativo do pagamento: é aquele que deve efetuar o pagamento.


No caso de obrigação personalíssima só o devedor pode satisfazer a obrigação.

Regras dos arts. 304 e 305 do CC:


• Pagamento por qualquer pessoa: a dívida pode ser paga por
qualquer pessoa, tenha ou não ela interesse.

• Irrelevância da vontade do credor: o pagamento pode ser feito


mesmo contra a vontade do credor (ex: consignação em
pagamento).
Exceção art. 306, oposição de exceções à pessoa do credor.

• Terceiro interessado: é aquele que tem interesse jurídico na


extinção da dívida, já que pode sofrer os efeitos do
inadimplemento.
Ex: fiador (mora), sublocatário.
O terceiro interessado pagando a dívida sub-rogar-se nos direitos do devedor.
No pagamento com sub-rogação, a relação jurídica originária não se extingue,
há a substituição do vínculo obrigacional entre o devedor e a pessoa que sub-
roga, já que o sub-rogado assume o lugar do credor, satisfeito na obrigação.

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• Terceiro não interessado: pessoa que não possui interesse
jurídico, possuindo apenas um interesse moral, pessoal e afetivo
com o devedor.
Distingue-se do terceiro interessado, pois o terceiro não interessado não se sub-
roga no direito do devedor.
O Terceiro não interessado paga a dívida:
1- Em nome do devedor: a obrigação se extingue, sem que surja ou possa
surgir qualquer relação de direito entre o solvens e o devedor
beneficiado. Não há direito de reembolso.

Em seu próprio nome: tem direito a um reembolso, mas não se sub-roga


2-
nos direitos do devedor.
Extingue-se a obrigação originária, mas permanece a obrigação secundária.

3- Pagamento em nome do devedor: o terceiro não interessado se sub-roga


nos direitos do credor ao pagá-lo, não em seu próprio nome, mas em
nome e por conta do devedor (arts. 304, parágrafo único, e 305).

• A QUEM SE DEVE PAGAR – accipiens

1. Sujeito Passivo do Pagamento

O sujeito passivo (accipiens) é aquele que deve receber, ou a quem se deve


pagar.
Pode ser um representante legal, judicial ou convencional.
O credor é também o sucessor causa mortis ou inter vivos, a título particular ou
singular – cessão de crédito (art. 308, CC)
Caso não haja pagamento corretamente feito ao credor ou seu representante,
compete ao devedor provar que houve ratificação do credor ou que houve
reversão em proveito deste. (quem paga mal, paga duas vezes)

pagamento
CREDOR DEVEDOR

quitação

Com o pagamento da obrigação, compete ao credor entregar a quitação ao


devedor.
A quitação é a prova de que a obrigação se extinguiu, total ou parcialmente,
pelo seu adimplemento.
Se o devedor for induzido em erro quanto à idade (erro escusável) poderá anular
o negócio jurídico. (art. 310, CC)
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• Crédito penhorado (art. 312 CC)
Se o devedor vier a ser intimado da penhora, feita sobre seu crédito por outras
dívidas, não poderá utilizar o bem penhorado para pagar dívidas com terceiros.
O patrimônio do devedor responde por suas dívidas.

• Pagamento ao credor putativo:


O credor putativo é aquele que não é, mas se apresenta, aos olhos de todos,
como o verdadeiro credor. Ex: Herdeiro aparente e Locador aparente.
Exige: boa fé do solvens + erro escusável (aquele que pode ser cometido por
qualquer pessoa comum, homem médio) = exoneração do devedor.

• OBJETO DO PAGAMENTO = PRESTAÇÃO

O credor não está obrigado a receber outra coisa, a não ser que concorde.

a) Princípio do nominalismo (art. 315 c/c 586 CC)


Determina que o devedor de quantia em dinheiro se libera entregando a quantia
de moeda mencionada no contrato ou título da dívida.
Hoje resta evidente que o caráter inflacionário torna imperiosa a adoção da
correção monetária, para evitar o enriquecimento indevido de uma parte em
relação a outra.

b) A cláusula de escala móvel


É aquela que traz uma variação na prestação do devedor, segundo os índices de
custo de vida na época do pagamento.
Pode o juiz adotar a teoria da imprevisão, permitindo que o valor da prestação
seja corrigido sempre que houver desproporção entre o que foi ajustado e o que
está sendo pago. Ex: cesta básica e o salário mínimo, nos casos de pensão
alimentícia.

Obs: O objeto do pagamento na indenização de ato ilícito:


Art. 948, CC – nas indenizações por fato ilícito prevalece o valor mais
favorável ao lesado.

• PROVA DO PAGAMENTO = QUITAÇÃO

A quitação consiste em um escrito, no qual o credor reconhece o recebimento


do que fora estipulado e libera o devedor até o montante que foi pago. Pode ser
parcial ou geral.
Os requisitos da quitação constam no art. 320 CC.
Presunção de pagamento – art. 322 e ss CC.
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O devedor tem o direito de reter o pagamento caso o credor se recuse em
fornecer a quitação (art. 319, CC). Tal retenção não implica em mora, pois o
art. 396 estabelece que não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não
incorre esse em mora.
Haverá a mora do credor por meio da recusa indireta, chamada de mora
credendi (art. 394, CC).
Regra: as despesas são assumidas pelo devedor (art. 325,CC)

• DO LUGAR DO PAGAMENTO

quérable é a dívida que se paga no domicílio do devedor - REGRA. (art. 327,


CC)
portable é a dívida que se paga no domicílio do credor ou em qualquer outro
lugar determinado.
As partes podem transformar uma dívida portável em quesível, por estipulação
expressa ou tácita entre as partes.
Tendo dois lugares possíveis para o pagamento a escolha cabe ao CREDOR.
O local do pagamento é importante para caracterizar a mora.
Art. 329 e 330 – exceções

• DO TEMPO DO PAGAMENTO

A obrigação só é exigível quando do seu vencimento.

As obrigações se dividem em dois grupos, quanto ao tempo do pagamento:


a) Obrigações sine die (sem tempo certo) – art. 331, CC:
É preciso que o devedor seja notificado par ser constituído em mora.

b)Obrigações com tempo certo:


Quando as partes estabelecem data para o pagamento.

Há ainda uma outra divisão:


a) Obrigações puras ou simples:

b) Obrigações condicionais:
Se a condição é a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico futuro e
incerto, aquele não adquire eficácia enquanto este não ocorrer.

Temos, porém, duas exceções (a lei é taxativa):


• Antecipação do vencimento por força da lei

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Não pode o credor exigir a prestação antes do seu vencimento. A lei pode,
porém, para resguardar direitos do credor, antecipar o vencimento da
obrigação, conforme dispõe o artigo 333 do CC:
I : o credor pode cobrar desde logo sua dívida, se o devedor falir ou abrir o
concurso de credores. (art. 955 CC).
II : a cobrança antecipada pelo credor pode ocorrer se outro credor executar
direitos reais de garantia. Nessa hipótese, o crédito está resguardado por bem
certo e específico, dado em garantia pelo devedor.
III : também haverá a antecipação da obrigação se as garantias que
asseguram o débito cessarem, ou se tornarem insuficientes, e o devedor, uma
vez intimado, negar-se a reforçá-las.

• Antecipação do pagamento, por conveniência do devedor


Ocorre porque há uma presunção relativa de que o prazo, nos contratos,
sempre é estabelecido em favor do devedor (art. 133 CC). Dessa maneira, o
devedor pode abrir mão do prazo concedido, antecipando a prestação.

OBS:
Enriquecimento sem causa:

É a vantagem econômica, sem justa causa, em detrimento de outrem (art.884,


CC)
O enriquecimento pode ter coisa corpórea ou incorpórea.
Prazo prescricional para ingressar com ação in rem verso é de 03 anos.

• O pagamento indevido (art. 876, CC):


Titulariza o solvens (devedor) para a ação de repetição, o que cria uma nova
obrigação.

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