- O documento discute a tendência de se focar na "performance da santidade" ao invés de viver uma verdadeira vida com Deus, levando a hipocrisia e mentiras.
- Santa Teresinha é apresentada como um exemplo de viver a fé de forma simples e vulnerável, longe de padrões e cobranças.
- A autora argumenta que muitos cristãos acabam perdendo sua identidade ao tentarem se encaixar em estereótipos de santidade, em vez de encontrarem sua identidade em Cristo.
- O documento discute a tendência de se focar na "performance da santidade" ao invés de viver uma verdadeira vida com Deus, levando a hipocrisia e mentiras.
- Santa Teresinha é apresentada como um exemplo de viver a fé de forma simples e vulnerável, longe de padrões e cobranças.
- A autora argumenta que muitos cristãos acabam perdendo sua identidade ao tentarem se encaixar em estereótipos de santidade, em vez de encontrarem sua identidade em Cristo.
- O documento discute a tendência de se focar na "performance da santidade" ao invés de viver uma verdadeira vida com Deus, levando a hipocrisia e mentiras.
- Santa Teresinha é apresentada como um exemplo de viver a fé de forma simples e vulnerável, longe de padrões e cobranças.
- A autora argumenta que muitos cristãos acabam perdendo sua identidade ao tentarem se encaixar em estereótipos de santidade, em vez de encontrarem sua identidade em Cristo.
SANTIDADE POSSÍVEL: NEM TUDO SÃO ROSAS WRITTEN BY FLAVIO CAVALCANTE & LARISSA
APRENDA COM SANTA TERESINHA A COMO SER SANTO
NAS PEQUENAS COISAS E NAS GRANDES TAMBÉM #SEGUIMOSTENTANDO "NÃO IMPORTA O GRAU QUE CHEGAMOS, O QUE IMPORTA É PROSSEGUIR DECIDIDAMENTE" (FILIPENESES 3, 16) SUMÁRIO
o vício da performance. pag. 07.
eu sou o que Deus pensa de mim. pag 16. pequenas coisas. pág. 25. vulnerabilidade e humanidade. pág. 36. SOBRE NÓS
Flávio Cavalcante, 25 anos. Católico de berço mas só
fui tomar vergonha na cara aos 16 quando tive minha experiência com o Espírito Santo e comecei a ter fome e sede por uma vida com Deus. Sempre envolvido com música e arte, não tinha como viver de outra forma a não ser gastando os meus talentos fazendo Jesus conhecido e amado através das artes. Sou compositor, cantor, criador de conteúdo pra Internet e um monte de outras coisas mais.
Larissa Garbiati Cavalcante, 30 anos. Católica de
berço, mas fui dar jeito na vida com 15, mas jeito de verdade de buscar a santidade foi com 23 mesmo e seguimos tentando até hoje né?! Sou Administradora de Empresas por formação, mas comunicadora, criadora de conteúdo e mentora de mulheres por vocação e amor. SOBRE NÓS
Somos casados há pouco mais de um ano (se você está
lendo isso em 2020, o ano que a gente mal tem certeza se existiu mesmo) mas estamos juntos na vida um do outro há 5 anos. Nesse meio tempo construímos muitas histórias e não era pra gente ficar junto não, viu? Somos muito diferentes, os dois de personalidades muito fortes e bons de briga. Não tinha nenhuma chance da gente dar certo se não fosse por um verdadeiro e sincero desejo de sermos a melhor versão de nós mesmos todos os dias, para Deus e um para o outro. O que a gente chama em catoliquês de SANTIDADE. Foi isso que nos salvou e nos contruiu. O VÍCIO DA PERFORMANCE flávio. (written by) Quando eu era criança, achava que o cristianismo era sobre se comportar bem para ir para o céu e que se eu me comportasse mal, iria para o inferno. Fruto de uma péssima catequese, baseada na obrigação e no medo. Cresci e descobri que não bastava só me comportar bem, eu precisava também ter uma boa performance de santidade. Então a preocupação se tornou não somente em “ser uma pessoa boa” mas também “parecer um pessoa boa”. Essa descoberta pode ser devastadora. Tudo se mistura muito, nos ensinam sobre a necessidade de ter uma vida de oração e logo depois já nos ensinam mil métodos de como orar. Orações vocais, mentais, terços, recitações, orações em línguas, devocionais, meditações… vários MÉTODOS. Muitos deles muito positivos. Mas em nenhum momento te perguntam: como você gosta de orar? como você se sente quando está orando? você tem dificuldades com a sua vida de oração? Ninguém nos pergunta nada. A oração já vem dentro de uma caixa, com um selo de “pessoas boas rezam assim”. Isso não é pregado e nem pronunciado, mas está no nosso senso comum esse entendimento e é exatamente ISSO que gera pessoas dependentes da sustentação dessa performance para conseguirem ser validadas por si mesmas, pelas pessoas da igreja e pelo suposto deus que está sempre disposto a enviar para o inferno e não dar a sua benção à pessoas que não estão cabendo dentro dessa caixa. Pior do que isso, esse sistema de performance religiosa também acaba gerando os piores tipos de pessoas: os hipócritas e os mentirosos. Os hipócritas são aqueles que não vivem nem metade da vida que dizem viver e gostam de condenar os que não vivem ao limbo por não viverem. Costumam ser os líderes e as referências. Os que nós colocamos no pedestal como “perfeitos” e eles mesmos acabaram acreditando e vivem o TERROR de terem que sustentar essa IMAGEM diante dos admiradores, já que a essência já se perdeu há muito tempo. E os mentirosos são aqueles que não conseguem viver o que se propõe a viver e morrem de vergonha de admitir isso publicamente ou até para os amigos. Principalmente “pecados graves”... foi tão profundamente colocado na cabeça dessas pessoas que o VALOR delas está no que elas fazem diante de Deus e de que todo mundo vive “isso” menos elas, que elas se escondem… apenas se escondem. Não confessam, não partilham, não pedem ajuda. Apenas mentem como uma forma de ocultar a maior vergonha do mundo, que pra ela é simplesmente ser… humano. Descobrir de que a vida religiosa não se preocupa tão somente com a santificação mas também adiciona vários padrões de comportamento e regras, no início pode até parecer ser algo positivo porque parece ser um “norte”, um estilo de vida a seguir… mas a longo prazo se torna um instrumento de opressão e privação. Se torna insustentável. Ninguém consegue sustentar por muito tempo uma vida com Deus baseada em regras. As cobranças são pesadas demais, os padrões são inaplicáveis. Vou te dar alguns exemplos de pensamentos e atitudes de pessoas que são viciadas em performance. Faça uma analise de você mesmo, se você se identificar com pelos 2 desses exemplos você já é uma pessoa ALTAMENTE viciada em performar na religião e precisa URGENTEMENTE de um TRATAMENTO-TERESINHA:
+ Você se preocupa demais com o jeito
certo de fazer as coisas e fica muito preocupado quando algo sai do seu controle.
+ Você faz planejamentos para o seu dia,
mas quando um imprevisto acontece você fica extremamente desmotivado e é como se você tivesse perdido o seu dia.
+ Você se cobra demais.
As cobranças são pesadas demais, os padrões são inaplicáveis. Vou te dar alguns exemplos de pensamentos e atitudes de pessoas que são viciadas em performance. Faça uma analise de você mesmo, se você se identificar com pelos 2 desses exemplos você já é uma pessoa ALTAMENTE viciada em performar na religião e precisa URGENTEMENTE de um TRATAMENTO-TERESINHA:
+ Você se preocupa demais com o jeito
certo de fazer as coisas e fica muito preocupado quando algo sai do seu controle.
+ Você faz planejamentos para o seu dia,
mas quando um imprevisto acontece você fica extremamente desmotivado e é como se você tivesse perdido o seu dia.
+ Você se cobra demais.
+ Você cobra os outros demais (mesmo que mentalmente).
+ Você exige mais do seu corpo do que
deveria e depois fica doente porque não respeitou o seu ritmo.
+ Você se compara demais com o desempenho
das outras pessoas.
+ Você se sente culpado por não conseguir
cumprir com as suas obrigações.
+ Você se preocupa muito com o que as
pessoas vão pensar de você.
+ Você tem dificuldades de admitir que
está errado.
+ Você tem dificuldades em pedir
desculpas.
+ Você tem dificuldades em se perdoar
pelas coisas que você fez no passado. + Você acha que Deus está te castigando quando algo errado acontece com você.
A vida pede um respiro. Quando olhamos
para a vida de Santa Teresinha, não há dúvidas: ela é esse respiro. Enquanto tantos estão preocupados com padrões e performance, ela quebra tudo falando sobre amor, simplicidade e vulnerabilidade. E aqui eu não estou falando dessa Teresinha que você está acostumado, a francesa meiga e cheia de poesia. Aqui eu estou falando da versão mais ESSENCIAL de quem ela é e do que ela carrega… um espírito valente e viril e que revela toda a sua heroicidade no cotidiano. Pois é. “Heroicidade” e “Cotidiano” não parecem palavras que combinam muito quando são escritas na mesma frase. Você vai mudar de opinião sobre isso depois de ler essas páginas. Nós estamos precisando desse respiro! Talvez você até não consiga perceber mas você está viciado em PERFORMAR. Cheio de preocupações, cheio de cobranças internas. Convivendo com a culpa e com a frustração de não conseguir cumprir o que significa ser cristão. Pecados que não consegue vencer. Vícios que custam se tornarem virtudes… Teresinha traz um olhar de esperança sobre isso, nos ensinando sobre a vida com Deus de uma forma prática e sem esse tanto de padrão. Nos inspirando LIBERDADE para podermos dizer em alto e bom som: “eu sou o que Deus pensa de mim”. EU SOU O QUE DEUS PENSA DE MIM larissa. (written by) Sempre abrimos a nossa boca pra falar sobre a salvação que Jesus trouxe pra nossa vida... a vida eterna e uma vida de LIBERDADE.... Aleluias! Mas será que eu somos isso mesmo?! Será que somos livres ou somente estamos saindo de uma escravidão para entrar em outra?! Se antes o jeito de falar, andar, vestir era “mundano”, agora é só trocar tudo isso por um jeito diferente de se vestir e dizer “ser santo sem deixar de ser jovem”. Você olha para alguns grupos católicos e vê no jeito de falar, nas roupas e no comportamento que eles se tornaram um monte de bonequinhos que reproduzem esse “tal jeito de ser santo” como se fosse uma fabricação em série de esteriótipos de santidade. S Sempre me lembro da minha mãe dizend: “por fora bela viola, por dentro pão bolorento!” Não estou dizendo aqui que essa nossa santidade não deve se externar em nosso comportamento, é claro que isso acontece, mas estou querendo que a gente pense sobre o quanto a santidade é mais sobre quem você é e busca ser e todo o resto é consequência. É uma verdade que flui de dentro pra fora. Mas isso realmente flui de você? Ou você só mudou todos os seus hábitos para entrar naquela forma de “santidade” para agora fazer parte dessa tribo? Será que você não está perdendo a sua IDENTIDADE ao invés de encontrá-la em Cristo? Isso é tão perigoso e tão comum, gente. Você precisa entender uma coisa: Você é um SER único e IRREPETÍVEL! Não existe ninguém no mundo como você, com as suas digitais. Ainda que você tenha um irmão gêmeo, ainda assim, ele certamente não é uma xerox sua. Precisamos entender essa unicidade para qual Deus nos criou e buscarmos ela. Toda pessoa tem seus gostos, seus jeitos, suas manias, preferências, sua cultura, e isso é lindo, isso compõe o EU de cada um. A dificuldade que temos muitas vezes é de conseguir perceber aquilo que somos em essência e aquilo que é uma caricatura de quem a gente acha que é ou que os outros esperam que sejamos. Talvez o que criaram ao nosso respeito, para que pudessemos caber naquela caixa que estereotipa “como uma pessoa santa tem de se comportar”.
“Foi para a liberdade que Cristo nos
libertou” (Gálatas 5, 1)
A nossa luta é viver assim. Lutando
contra a comparação, olhando para as pessoas ao nosso redor e nos inspirando mas ao mesmo entender que estamos construindo a nossa própria trajetória. No meio do caminho é natural que algumas confusões, pairem sob a nossa cabeça e nos sintamos pressionados a nos comportarmos que parece ser o melhor e único jeito de Deus, sabe? Por exemplo:
+ Quando aquele irmão que ora mais alto,
parece mais ungido e mais íntimo de Deus do que você. Você logo pensa: “eu preciso orar mais alto”.
+ Aquela irmã, parece tão santa, orando
em silêncio, ajoelhada, com feições de piedade e amor a Jesus Eucarístico. Você logo pensa: “eu preciso ficar mais tempo ajoelhada”.
+ Fulano de tal, fala “Salve Maria” e ele
parece ser tão de Deus e tão mais mariano do que você. O que você pensa? “Eu preciso dizer também”.
A minha pergunta pra você é: SERÁ que
é esse o ÚNICO caminho?! Uma coisa é você querer se inspirar porque SE IDENTIFICA outra coisa é querer fazer cosplay de um estereótipo que você se sente pressionado a se modelar.
Uma das santas de maior devoção de Santa
Teresinha era Santa Joana Darc. Uma mulher forte, guerreira. Um verdadeiro símbolo da mulher que é forte e dura na queda. Ela olhava pra ela e se identificava em ALMA com aquela virilidade, mas sabia que não era chamada a ser como ela. Vendo tantas vocações parece em dado momento até ficar triste e confusa porque ela queria ser TUDO, mas se vê tão pequenina. Então ela brada em uma de suas máximas: “A minha vocação é o amor”. Ela descobre que não pode ser nada para Deus, senão AQUILO QUE ELA JÁ É. Ela percebe que o traçar o seu caminho de santidade se dá em SER aquilo que está diante dos seus olhos e no alcance das suas mãos. A freirinha no Carmelo de Lisieux, cidadezinha da França, não pode nada mais que senão seguir SENDO santa nas oportunidades do seu dia a dia. Que descoberta mais destravadora! Você consegue se imaginar vivendo isso? Depois de tantos anos tentando ser santa ou santo do jeito que todos os santos foram ou todos os seus amigos buscam ser, começar agora a descobrir o SEU jeito de buscar a santidade e ser fiel a isso? Deixar de ter compromisso com o medo de desagradar e agora passar a ter compromisso com a tua verdadeira vocação? Descobrir a sua identidade, pode ser trabalho árduo. Mas aprendemos com Teresinha, que não existe melhor caminho do que se lançar nos braços do Pai e deixar com que Seu olhar amoroso nos mostre quem nós somos de verdade. Deixar com que Seu olhar nos convença de que não precisamos ser exatamente nada além do que nós já somos. Um dia tive uma experiência muito forte com Deus: Eu me via como uma criança, do lado de Deus Pai, nós dois sentados no chão e eu fazendo um desenho, que na verdade era um amontoado de rabiscos. Ele sorria pra mim, me sentia amada e feliz em estar ali. Quando de repente, levanto meus olhos e vejo uma obra de arte, tipo uma Monalisa, e começo a chorar e lamuriar o fato: meu rabisco era péssimo comparado a aquela obra de arte. Eu não queria mais desenhar. O Pai só me olhava com um olhar firme e amoroso e depois me abraçava e me consolava. Seu silêncio no mais profundo de mim, me dizia: você é única e EU não comparo você com ninguém! Essa é a VERDADEIRA libertação que precisamos no dia de hoje. Saber que não é Deus quem nos cobra “grandes obras” ou tamanha santidade. Quem faz isso são as pessoas, a sociedade, nós mesmo. Deus olha para nossa pequenez e nossos rabiscos e Ele nos ama bem assim. Teresinha logo no início de grande clássico “História de uma alma”, faz uma das suas mais conhecidas analogias, de que o reino de Deus é como um jardim que tem muitas flores, grandes, exuberantes, que exalam muito perfume. Mas ali também existiam flores pequeninas e era como ela se reconhecia: a mais miudinha de todas, que poderia facilmente passar despercebida, em comparação com as outras ou até mesmo ser pisoteada. Mas para ela, o mais importante era a alegria de saber que mesmo com a sua pequenez, ela poderia compor o jardim de Deus. Precisamos aprender com ela a saber que não é a nossa GRANDEZA que vai compor o Reino mas que é a nossa IDENTIDADE, a nossa pequenez. Não precisamos mudar, quem nós somos é o que de fato agrada a Deus. E então conseguimos compreender esse poema dela:
“O que agrada a Deus,em minha pequena
alma, é que eu ame minha pequenez,e minha pobreza. É a esperança, cega, que tenho em sua misericórdia.” PEQUENAS COISAS larissa. (written by) Me converti com 15 anos e ali fui seguindo na minha caminhada na Igreja, mas foi só aos 23 que eu dei um jeito na vida e comecei a buscar a santidade passando a acreditar que isso realmente era um chamado pra mim. Quando olhava para a história dos santos, me animava muito me imaginar vivendo toda aquela heroicidade. Houve épocas em que, naturalmente, até um desejo de martírio brotava no meu coração. Nos encontros em que eu participava, sempre chorava e sentia bradar aquela verdade dentro de mim, Mas era decepcionante quando logo na segunda-feira já batia aquela bad, fruto da EXPECTATIVA x REALIDADE:
+ Eu não conseguia acordar cedo -
preguiçosa. + Na hora do almoço comia igual um boi - gulosa. + Via que alguém do meu grupo tinha postado um vídeo cantando muito bem e eu cantava igual uma taquara rachada - invejosa. + Ia contar pro namorado como foi o encontro do fim de semana e terminava me agarrando com ele “sem querer” - adeus, dona castidade. + Tinha falado que queria dar minha vida por Jesus e pregar seu nome pelas nações, mas não tinha feito nem um “em nome do Pai” naquele dia - loka mesmo.
Já se identificou com essa crise?
Um lado de mim, tinha o coração de Santa Teresa D’avila, o que eu queria mesmo, era levitar. Outro dia eu queria as chagas de São Pio. Sonhava em virar churrasquinho de Jesus igual São Lourenço que morreu queimado. Queria perder a cabeça pelo Evangelho, como São Dionísio. Mas na prática, meus amores, eu era só uma menininha que tanto queria, mas tão, tão pouco fazia. Chorei muito, quis desistir. Desisti. Voltei. E fui embora de novo. Mas aí eu voltei. E fiquei. Teresinha me salvou do meu medo de não ser santa e de não conseguir responder ao chamado de Jesus. Ler seus escritos e saber que ela tinha conseguido, me deram a paz que eu precisava para que eu pudesse encarar uma verdadeira busca pela santidade. Ela dizia com tanta convicção: “Sim, serei santa! Deus jamais colocaria desejos no meu coração que seriam irrealizáveis”. Isso me deu paz, mas me pôs em guerra também. Sim! Ok! Mas, como?! Esse trecho, foi o acalentar de Deus para o meu coração:
"O passarinho quereria voar para o Sol
brilhante que lhe fascina o olhar; quereria imitar as Águias, suas irmãs, que vê elevarem-se até ao fogo divino da Santíssima Trindade... Pobre dele! tudo quanto pode fazer é agitar as suas pequenas asas; mas levantar voo, isso não está no seu pequeno poder! Que será dele? Morrerá de desgosto, ao ver-se impotente?... Oh, não! o passarinho nem sequer se vai afligir. Com um audacioso abandono, quer ficar a fixar o seu divino Sol. Nada seria capaz de o assustar, nem o vento nem a chuva; e se nuvens sombrias chegam a esconder o Astro do Amor, o passarinho não muda de lugar, pois sabe que para além das nuvens o seu Sol brilha sempre, e que o seu brilho não se poderia eclipsar nem por um instante sequer.
É verdade que às vezes o coração do
passarinho se vê acometido pela tempestade; parece-lhe não acreditar que existe outra coisa, a não ser as nuvens que o envolvem. É então o momento da alegria perfeita para a pobre e débil criaturinha. Que felicidade para ela, permanecer ali, apesar de tudo, e fixar a luz invisível que se esconde à sua fé!!!...
Jesus, até agora compreendo o teu amor
para com o passarinho pois ele não se afasta de Ti. Mas eu sei, e Tu também o sabes, muitas vezes a imperfeita criaturinha, ficando embora no seu lugar (isto é, sob os raios do Sol), deixa‑se distrair um pouco da sua única ocupação; apanha um grãozito à direita e à esquerda, corre atrás de um vermezito... Depois, encontrando uma pocita de água, molha as penas ainda mal formadas; quando vê uma flor que lhe agrada o seu espírito entretém-se com essa flor... Enfim! não podendo pairar como as Águias, o pobre passarinho entretém-se ainda com as bagatelas da terra. Não obstante, depois de todas as suas travessuras, em vez de se ir esconder num canto para chorar a sua miséria e morrer de arrependimento, o passarinho volta-se para o seu Bem‑amado Sol, expõe as asitas molhadas aos seus raios benfazejos, geme como a andorinha e, no seu doce cantar, confia, conta em pormenor as suas infidelidades, pensando, no seu temerário abandono, conseguir assim maior influência e atrair mais plenamente o amor d’Aquele que não veio chamar os justos mas os pecadores... Se o Astro Adorado continuar surdo ao chilrear plangente da sua criaturinha, se permanecer velado..., pois bem: a criaturinha continua molhada, aceita ficar transida de frio, e ainda se alegra com esse sofrimento que, aliás, mereceu... Ó Jesus! como o teu passarinho está contente por ser débil e pequeno. Que seria dele se fosse grande?... Nunca teria a audácia de aparecer na tua presença, de dormitar diante de Ti... Sim, aí está mais uma fraqueza do passarinho: quando quer fixar o Divino Sol, e as nuvens o impedem de ver um único raio, contra sua vontade os seus olhitos fecham-se, a sua cabecinha esconde-se debaixo da asita, e a pobre criaturinha adormece, julgando fixar ainda o seu Astro Querido. Ao acordar, não fica desolado, o seu coraçãozinho fica em paz, e recomeça o seu ofício de amor. Invoca os Anjos e os Santos que se elevam como Águias em direcção ao Fogo devorador, objecto do seu desejo. E as Águias, compadecendo-se do seu irmãozinho, protegem-no, defendem-no, e põem em fuga os abutres que o queriam devorar. Os abutres, imagem do demónio, o passarinho não os teme, pois não está destinado a ser presa deles, mas da Águia que contempla no centro do Sol do Amor. Por tanto tempo quanto quiseres, ó meu Bem-amado, o teu passarinho ficará sem forças e sem asas; permanecerá sempre com os olhos fixos em Ti. Quer ser fascinado pelo teu divino olhar, quer tornar‑se a presa do teu Amor... Um dia, assim o espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá‑lo‑ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima..."
(História de uma Alma, Ms B 5rº-vº)
Eu entendi que além de eu não precisar
ser quem eu não sou, era sendo pequenina e fazendo coisas de pequenina que eu poderia ser santa. Me abri a possibilidade de ser freira, mas no fim não me sentia chamada. Então vi que sendo uma leiga, vivendo uma vida cotidiana secular é que viveria a minha santificação. Abraçando as possibilidades que estivesse ao meu alcance e não fugindo delas. Por um lado parecia uma grande frustração pro meu ego não ser chamada a ser uma grande santa, mas essa verdade acalmou meu coração e me fazia sempre lembrar de Teresinha me encorajando e dizendo: “Sim serei santa…” Eu mudei a perspectiva e percebi que mais do que grandes feitos, eu olharia pro meu dia a dia buscando oportunidades de amar Jesus, de servir, de oferecer pequenos sacrifícios. De forma prática, decidi começar do pequeno como:
+ acordar no horário com um pulo, ao
ouvir o despertador, como um sacrifício pra me ajudar a ser menos preguiçosa. + ser o melhor que podia no meu trabalho, sendo diligente, não dando um “jeitinho” pra fingir que fiz o que não fiz, mesmo que meu chefe não fosse perceber. + diante de uma situação de conflito, ao invés de me defender, procurar o silêncio e deixar com que Deus me justificasse. + na hora do almoço, mesmo com “aquela” vontade de comer “aquele” bife enorme… + decidir não comer e entregar aquele pequeno sacrifício pela minha santificação. + suportar de forma amorosa e paciente “aquela” pessoa que desejava matar e cortar em pedacinhos. + participar da Santa Missa buscando não me distrair e passar a me aplicar a ter mais devoção. + lavar a louça pra minha mãe, mesmo contra a minha vontade e NÃO reclamar enquanto fazia isso. + ficar em pé no ônibus, mesmo tendo lugar pra sentar, só pra aprender a dominar minha vontade. + rezar uma dezena do terço com a ajuda de um amigo que me ligava para rezarmos juntos, já que eu não era “grande” pra conseguir rezar o rosário todo dia ajoelhada.
Com a minha mania de grandeza eu
achava que eu estava sendo frouxa, porque não fazia grandes coisas, mas eu percebia os movimentos da minha alma e o crescimento que no dia a dia eu conseguia ter. Isso me faz pensar na passagem que fala sobre a oferta da viúva, que só tinha pouquíssimas moedas de pequena valor pra entregar, versus alguém rico que fazia uma grande oferta. Quem deu mais? Nunca me esqueço de uma homilia em que eu ouvi: : “Não tem problema dar pouco, desde que o seu pouco, seja o SEU TUDO.” Teresinha nos ensina um caminho de generosidade no amor, de em cada passo do dia a dia, ofertarmos nosso coração, nossas orações, nossos pequenos sacrifícios do dia a dia, por amor a Jesus, para crescermos no nosso amor a Ele. Não é impossível, ser santo é uma decisão que está diante dos nossos olhos a cada instante, basta escolher por isso e assim seguir tentando e com confiança poder dizer: “SIM! SEREI SANTA! SEREI SANTO!” VULNERABILIDADE E HUMANIDADE flávio. (written by) Consegue sentir? Um novo ar entrando pelos teus pulmões. Um suspiro de vida e de liberdade de poder ser quem se é e ainda assim estar se melhorando. Parece paradoxal, mas não é. Quando Deus nos chama a conversão, ele não quer mudar a nossa identidade. Ele nos quer… melhores. Melhorar não é mudar, é aperfeiçoar. É nos tornar aquilo que nós já somos mas agora de forma potencializada, como Ele - que nos criou e formou - sabe que podemos ser. Pois bem, Deus nos criou. E essa verdade é poderosa. Deus se ocupou de nos criar de forma perfeita. É lindo perceber no livro de Gênesis de que Deus criou todas as coisas pelo som da sua voz dizendo “faça-se” mas quando Ele decide formar e criar o ser humano, Ele não fala nada… Ele se abaixa e forma o homem com as suas próprias mãos. Isso nos leva a perceber de que nós sermos… humanos. Não foi um erro. Não é fruto do pecado. A nossa humanidade foi desenhada por Deus e quando Ele nos chama a santidade em nenhum momento ele cogita a possibilidade de mudar a nossa humanidade mas na verdade APERFEIÇOÁ-LA. Um dos riscos que nós corremos quando começamos a caminhar com Jesus é o de queremos ser perfeitos, ilimitados… seres espirituais, como os anjos são. Lembram do vício pela performance? Isso se dá quando deixamos de tratar a nós mesmos como somos e exigimos de nós um desempenho (inclusive espiritual) que simplesmente NÃO CONSEGUIMOS dar. Isso parece um papo meio mole, mas na verdade carrega uma grande força. Assumir-se humano exige muita coragem e força. Santa Teresinha carrega uma mensagem poderosa sobre assumir a sua própria humanidade, ela costuma chamar isso de “pequenez”. Já é difícil assumirmos que somos pequenos e limitados, mas Santa Teresinha nos propõe algo ainda mais radical: não só assumirmos que somos pequenos, mas também AMARMOS a nossa pequenez. Você se lembra de um fato na sua vida que te fez perceber claramente o quanto você é frágil e limitado? Eu tenho uma coleção de momentos assim. Mas claramente o meu mais forte foi há alguns poucos anos atrás quando eu decidi tomar uma decisão na minha vida que fez uma volta de 180 graus em todas as áreas em que eu atuava. Perdi muitos amigos, visibilidade, fama, segurança. Comecei a enfrentar realidades da vida que eu nunca tinha vivido, comecei a sentir frio na barriga frequente e principalmente o peso da responsabilidade. Perder todas as minhas bases de segurança me fez perceber o quanto que eu vivia dentro de uma bolha e o quanto que no fim das contas essa bolha me cegava e não me deixa perceber o quanto eu não tenho e nunca tive controle e segurança de absolutamente nada. Ver meus amigos se tornam pessoas desconhecidas, ver que se eu não lutasse pelos meus objetivos ninguém iria lutar por mim… foi como se eu não tivesse mais chão e por mais que tudo isso tenha sido muito dolorido, fez muito bem pra mim porque me fez crescer e me fez tocar em uma realidade em que eu não eu estava acostumado. Eu precisava me lembrar que eu era humano e não existe nada mais humano do que lidar com imprevistos e planos de “uma vida toda” sendo desfeitos em questão de segundos. No meu caso foi uma decisão minha que causou isso. Mas normalmente quem faz isso com a gente é a própria vida. Cedo ou tarde vai existir um momento em que a vida vai gritar com a gente e nos lembrar de que nós somos pó. Não importa quanto dinheiro ou o tamanho da fortaleza emocional que criemos a nossa volta para nos sentirmos confortáveis e seguros na nossa própria pele. A vida vai se encarregar de nos dar um bom soco na cara pra gente acordar dessa anestesia e percebermos quem nós somos em essência. Pode ser uma doença. Uma decepção. Uma morte. Uma falência. Uma despedida. Um término. Perceber que nós não somos donos do mundo e super controladores de tudo é essencial pra vivermos a Pequena Via de Santa Teresinha e sobretudo a proposta de santidade. Isso pode parecer algo terrível mas no fundo é libertador. A proposta de “amar a pequenez” é exatamente essa! É celebrar a alegria de não precisar mais bancar o super-herói. Um exemplo que eu gosto muito de lembrar é quando Santa Teresinha conta que ela tinha muita dificuldade de se concentrar na oração. Ela conta até que tinham alguns momentos que ela até dormia enquanto rezava o terço. E o que ela fazia? Ela usava das distrações na própria oração. Ela não se martirizava por se distrair e nem por dormir naquele momento. Sabe por quê? Porque ela é humana e ela sabia e amava ser humana. O ser humano é assim mesmo! A gente precisa aceitar que isso faz parte de nós. A gente tem a cabeça agitada, fica cansado, entediado… faz parte de quem a gente é. Não existe nada de pecaminoso nisso. Logo depois de se distrair, ela voltava pra oração, como se nada tivesse acontecido… Quando você aprende a amar a sua humanidade, você deixa se impressionar com as suas fraquezas e começa a se levar até menos a sério. Começa a fazer piada de você mesmo porque não tem mais outra opção. A gente não se assusta mais quando a gente erra, a gente já entendeu que é assim que as coisas são mesmo. Nós erramos 10 vezes para acertarmos 1 vez.Isso é ser humano. Agora, não confunda as coisas. Amar a sua pequenez não é se conformar e nem aceitar a sua fraqueza com condição. Muito pelo contrário. O nosso chamado é sim ao amor perfeito, à santidade. Porém amar a pequenez é entender que esse chamado não está sendo feito para um anjo, mas para um ser humano… que tem história, temperamento, personalidade, emoções. Tudo isso te compõe e não tem como ignorar isso tudo na hora de buscar a santidade. Amar a sua pequenez é também uma ESTRATÉGIA muito SAGAZ para alcançar a santidade. Porque agora você não fica só de olho nos seus pecados, eles não te assustam mais. Você já entendeu qual é o lugar deles na sua vida. Amar a pequenez é parar de idolatrar a nossa própria ferida e gastar e substituir esse tempo que antes era perdido, olhando para Aquele que já morreu na Cruz para nos salvar e curar. Não temos tempo mais para cultivar feridas, temos os nossos olhos fixos na solução de toda essa bagunça. A solução é Jesus. Não tem como ser um cristão que quer confiar e depender de Deus se gostamos de brincar de super-heróis. Não dá. Precisamos assumir quem somos e aprendermos a amar quem somos. Só assim faz sentido dizer que a Graça de Deus verdadeiramente nos basta. Não vamos desistir da luta, vamos seguir tentando. Mas aprendendo que a lógica do Evangelho é outra. Estamos em uma Guerra que já foi vencida na cruz, mesmo que percamos algumas batalhas, enquanto estivermos desse lado da Guerra, seguimos vitoriosos. Nosso papel é sermos como crianças confiantes e obedientes que não desistem de tentar. Nosso papel é tentar. O papel de Deus é conseguir. E ele é muito bom em cumprir com o que promete. @FLAVIOVITORC @LARISSAGARBIATI @FLAVIOVITORC @LARISSAGARBIATI NÃO ESQUEÇA DE CONFERIR TODO O CONTEÚDO DO BOX. #SEGUIMOSTENTANDO