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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRESTADA AOS PACIENTES EM

TRATAMENTO HEMODIALÍTICO NAS UNIDADES DE NEFROLOGIA

Suellen Silva Santana1, Taynnkelle Fontenelle1, Larissa Maciel Magalhães2

Nos últimos anos, houve um crescente aumento no índice de pessoas com doença renal
crônica. Diante de tal situação é extremamente importante que uma equipe de saúde assuma
uma posição onde não foque somente a doença em si, mas todo o contexto do paciente com
doença renal crônica. Sabe-se, portanto que um dos membros da equipe de saúde no
cuidado desse tipo de paciente é o enfermeiro, sendo que um dos seus principais papéis é
com relação às intervenções educativas junto ao paciente, contudo o presente profissional
realiza uma gama de ações durante a sessão de hemodiálise. Diante disso, a presente
pesquisa tem como objetivo, identificar qual o papel do enfermeiro, junto ao paciente
hemodialítico na unidade de nefrologia, bem como demonstrar a assistência de enfermagem
ao paciente em tratamento de hemodiálise, descrevendo o papel do enfermeiro durante a
sessão de hemodiálise, identificando as complicações mais frequentes durante a hemodiálise
e ressaltando as ações do enfermeiro em casos de complicações mais frequentes. Constitui
em um referencial do tipo bibliográfico descritivo, em que foram consultadas nas literaturas
existentes nas bases virtuais tais como: Scielo, LILACS e Google Acadêmico.
Palavras-Chave: Assistência de Enfermagem. Hemodiálise. Insuficiência renal.

In recent years there has been a steady increase in the number of people with chronic kidney
disease. Faced with this situation is extremely important that a health team to take a position
where not only focus on the disease itself, plus the entire context of the patient with chronic
kidney disease. It is therefore a member of the health care team in this type of patient is the
nurse, and one of his/her main roles is related to educational interventions with the patient,
but this professional performs a variety of actions during the hemodialysis session.
Therefore, this research aims to identify the role of the nurse close the patient with
hemodialysis, as well as demonstrating nursing care to patients on hemodialysis in
the nephrology unit, describing the nurse role during the dialysis session, identifying
complications more frequent during hemodialysis and highlighting the actions of nurses in
cases of postoperative complications. It is a descriptive bibliographical reference type, which
was consulted in existing literatures virtual bases such as: Scielo, LILACS e Google
Acadêmico.
Keywords: Nursing Care. Hemodialysis. Renal insufficiency.

11 Acadêmicas do
Acadêmicas do curso
curso de
de Enfermagem
Enfermagem.daUNIRG.
UNIRG.End.: Rua
End.: Av.Newton da Rocha
Rio Grande Gomes,
do Sul, nº 1757,
nº 1155, centro,
apt. 120, Gurupi-TO;
centro, E-mails:
Gurupi-TO. E-mail:
sususantana011@hotmail.com, taynnkelli@hotmail.com
taynnkelli@hotmail.com.
ProfessoraOrientadora
22 Professora Orientadora da
da Universidade
Universidade UNRIG.
UNIRG. Especialista
Especialistaem
emurgência
Urgênciae emergência e Unidade
e Emergência de Terapia
e Unidade Intensiva
de Terapia pelo pelo
Intensiva
curso do
curso do CEEN
CEEN dede Enfermagem
Enfermagem pela
pela Universidade
Universidade Católica
Católica de
de Goiás.
Goiás. Gurupi-TO.
S. S. Santana, et. al ISSN 1983-6708

1. INTRODUÇÃO endócrinas, como a distúrbios hidroeletrolíticos e


A escolha da temática na assistência de ácido-básico.
enfermagem ao paciente em tratamento A insuficiência renal pode ser classificada
hemodialítico deve-se a grande importância que em aguda ou crônica. Na aguda a insuficiência
esse profissional tem durante o tratamento de renal surge em poucos dias e tem cura, enquanto
hemodiálise no paciente com insuficiência renal que na crônica a doença vai se desenvolvendo e
crônica. Porém essa relevância no contexto da quando é detectada já é irreversível.
assistência é ainda desconhecida por alguns A insuficiência renal aguda é uma
profissionais da área de enfermagem. síndrome clínica reversível em que existe uma
O tema proposto surgiu a partir da falta de perda súbita e quase completa da função renal
vivência sobre o assunto e o desconhecimento do durante um período de horas ou dias, com falha
papel do enfermeiro junto ao paciente para excretar os produtos residuais nitrogenados e
hemodialítico nas unidades de nefrologia. Por ser manter a homeostasia hidroeletrolítica. Este tipo
um paciente grave, o portador da Insuficiência de insuficiência ocorre mais em pacientes
Renal Crônica submetida à hemodiálise, necessita hospitalizados, embora possa ocorrer também em
de um tratamento especializado, com profissionais ambiente ambulatorial.
preparados e que tenham conhecimentos teóricos Ainda pode se ter a forma mais grave da
e práticos suficientes para realizarem uma ótima doença renal que é a Insuficiência Renal Crônica
assistência de forma humanizada nesses (IRC). Esta é uma expressão que se refere ao
pacientes. diagnóstico sindrômico onde há a perda
Com isso o objetivo proposto foi progressiva e irreversível da função renal de
demonstrar a assistência de enfermagem ao depuração.
paciente em tratamento de hemodiálise nas O paciente com IRC, em programa de
unidades de nefrologia, descrever o papel do hemodiálise, é obrigado a conviver diariamente
enfermeiro durante a sessão de hemodiálise, com uma doença que não tem cura, que o obriga a
identificar as complicações mais frequentes passar por um doloroso tratamento, que demora
durante a hemodiálise e as ações do enfermeiro horas, dependendo do programa e da
em casos de complicações mais frequentes. necessidade, todos os dias ou alguns dias na
Percebe-se que a formação profissional do semana, que provoca, junto com a evolução da
enfermeiro sustenta o cuidado como foco doença e com suas complicações, grandes
principal, sendo que o contexto desse trabalho foi limitações que causam um impacto de alta
o direcionamento para as questões da assistência relevância na sua vida e da família (HIGA, 2008).
de enfermagem ao paciente que esteve em Por essas perdas das funções renais na IRC
tratamento de hemodiálise, ou seja, a realização de o paciente tem que passar pela hemodiálise que
cuidados que foram pautadas em normas e rotinas corresponde pelo desvio do sangue do organismo,
pré-estabelecidas pela organização e que denotam através de um dialisador, onde vai ocorrer a
racionalidade, eficiência e impessoalidade. disfunção por ultrafiltração, e regressa
Para que o paciente precise de um posteriormente ao organismo. Todo esse processo
tratamento de hemodiálise é necessário que ele é muito difícil para o doente, exigindo dele
esteja com Insuficiência Renal Crônica. mudanças profundas tanto da condição física,
A insuficiência renal é uma doença psicológica, etc. E é por isso que a assistência de
sistêmica e acontece quando os rins não enfermagem é essencial durante o tratamento,
conseguem exercer sua função, ou seja, deixa de pois é responsável desde a avaliar o paciente, ao
remover os produtos metabólicos produzidos pelo acesso venoso, dar assistência enquanto o paciente
corpo ou de realizar sua função reguladora. As dialisa até ajudá-lo a compreender as
substâncias que são eliminadas pela urina modificações do seu estado de vida.
acumulam nos líquidos corporais, devido o
comprometimento da excreção renal e acaba
levando a ruptura das funções metabólicas e

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2. REVISÃO DE LITERATURA Por ser lenta e progressiva esta perda


resulta em processos adaptativos que, até certo
2.1 Os Rins e a Insuficiência Renal Crônica ponto, mantêm o paciente sem sintomas da
O rim se situa no hilo, que apresenta vasos, doença. Até que tenham perdido cerca de 50% de
nervos e cálices, que irão se reunir para formar a sua função renal, os pacientes conservam-se quase
pelve renal, sendo constituído pela cápsula, zona sem sintomas. A partir daí, podem passar a existir
cortical e zona medular. É constituído também sintomas e sinais que nem sempre incomodam
pela associação de néfrons, os quais são formados muito. Assim, anemia leve, pressão alta, edema
por uma parte dilatada, o corpúsculo renal ou de (inchaço) dos olhos e pés, mudança nos hábitos de
Malpighi, pelo túbulo contorcido proximal, pela urinar (levantar diversas vezes à noite para
parte delgada espessa das alças de Henle e pelo urinar) e do aspecto da urina (urina muito clara,
túbulo contorcido distal (JUNQUEIRA; sangue na urina, etc.). Deste ponto até que os rins
CARNEIRO, 1999). estejam funcionando, somente 10 a 12% da função
Localizam-se paralelamente a coluna renal normal, podem-se tratar os pacientes com
vertebral, removendo um excesso de água, sais e medicamentos e dieta. Quando a função renal se
resíduos do metabolismo das proteínas reduz abaixo desses valores, torna-se necessário o
provenientes do sangue enquanto retornam uso de outros métodos de tratamento da
nutrientes e produtos químicos para o sangue, que insuficiência renal (ROMÃO, 2004).
conduzem os produtos residuais provenientes do A hemodiálise é o método onde haverá a
sangue para a urina (MOORE; DALLEY, 2001). filtração e depuração do sangue, com a intenção
Portanto, quando os rins param de de retirar as substâncias nitrogenadas tóxicas e
funcionar, o corpo pode ser afetado de várias remover o excesso de água, sendo as mesmas
formas. A maioria das pessoas que apresenta o acumuladas devido à deficiência da função renal,
quadro de falência renal sente-se mal antes de mantendo os componentes normais do sangue. O
iniciar o tratamento, podendo apresentar sintomas sangue é obtido através de um acesso vascular e
como náuseas e vômitos, perda de apetite, estimulado por uma bomba, em um sistema de
prurido, cansaço, edema nas mãos e tornozelos e circulação sanguínea fora do corpo, assim
frequentes distúrbios do sono (WATANABE et al., encontra-se um sistema de fornecimento de
1982). líquidos de diálise, o dialisado, e um filtro, o
A Doença Renal Crônica (DRC) é uma dialisador; no qual ocorre a difusão, osmose,
patologia multicausal, progressiva e irreversível, convecção e ultrafiltração (LIMA; SANTOS, 2004;
que possui tratamento, porém é incurável. Tem SMELTZER; BARE, 2005; AJZEN; SCHOR, 2002;
elevada morbidade e letalidade, e alto custo BARROS et al., 2006).
pessoal, social e financeiro (THOMÉ et al., 2006). Segundo Daugirdas, Blake et al. (2008), as
As principais causas da Insuficiência Renal complicações mais comuns que acontecem
Crônica (IRC) são: a Hipertensão Arterial durante a sessão de hemodiálise consiste em
Sistêmica, diabetes mellitus, doenças renais hipotensão (20%-30%), cãibras (5%-20%), náuseas
(glomerulopatia, nefropatia tubulointerticial, e vômitos (5%-15%), cefaléia (5%), dor torácica
doença renal policística, displasia, hipoplasia (2%-5%), dor lombar (2%-5%), prurido (5%), febre
renal) e uropatias (infecções urinárias de e calafrios (1%).
repetição, obstruções urinárias e cálculos
urinários) (ROMÃO JÚNIOR, 2006). 2.2 Processos de Hemodiálise
A insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma Hemodiálise é a modalidade de tratamento
síndrome metabólica decorrente da perda dialítico em que a circulação do paciente é fora do
progressiva, irreversível e geralmente lenta da corpo, realizada entre membranas procedidas de
capacidade excretória dos rins, na qual o corpo celulose, celulose “substituída”, celulose sintética
não consegue manter o equilíbrio metabólico e ou não sintéticas, com o objetivo de extrair
hidroeletrolítico (SMELTEZER; BARE, 2005). líquidos, produtos residuais urêmicos, reduzir a
instabilidade hemodinâmica, promover equilíbrio

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ácido-base e eletrolítico (FERMI, 2010; especialidade registrado no Conselho Federal de


SMELTZER; BARE, 2005; RIELLA, 2003). Medicina, um enfermeiro para cada 35 pacientes
A ultrafiltração é realizada ao se aplicar a devendo possuir treinamento em diálise
pressão negativa ou uma força de aspiração na reconhecida pela Sociedade Brasileira de
membrana de diálise, esse processo é mais Enfermagem em Nefrologia, um técnico ou
eficiente na remoção de água do que a osmose, auxiliar de enfermagem para cada 4 pacientes por
como os pacientes com doença renal geralmente turno de Hemodiálise (BRASIL, 2004).
não podem excretar água, essa força é necessária A enfermagem deve a cada instante estar
para remover o líquido, alcançando o equilíbrio atenta as suas ações e ter em mente que elas
hídrico (FERMI, 2010; SMELTZER; BARE, 2005; devem estar sempre fundamentadas
LIMA; SANTOS; SOUZA, 2009). cientificamente, os procedimentos técnicos
As vias de acesso utilizadas em deverão seguir a sistematização de enfermagem,
hemodiálise são: Catéter Duplo Lúmen (CDL), proporcionando segurança, meios de avaliação e
permcath, fístula arteriovenosa e próteses (LIMA; qualidade no tratamento (LIMA; SANTOS, 2004).
SANTOS; SOUZA, 2009; FERMI, 2010). Os cuidados de enfermagem envolvem a
Segundo Campos (2002), o sangue do sistematização desde a entrada do paciente até a
paciente sai de seu organismo, através de uma saída deste da sessão de hemodiálise. Deve-se
fístula ou cateter, com a ajuda de uma bomba recepcionar o paciente ao chegar à unidade de
onde esse sangue vai circular por uma máquina diálise, sempre observando seu aspecto geral e
dialisadora, voltando depois para o paciente. Este realizando uma avaliação pré-hemodiálise, que
processo vai durar em média 4 horas e deve ser envolve encaminhamento do paciente à balança
feito 3 vezes por semana, dependendo da para registrar o peso, encaminhar o paciente à
necessidade do paciente. máquina, verificar sinais vitais; auxiliares e/ou
Pacientes que fazem uso dessa terapia técnicos devem comunicar qualquer alteração
geralmente devem se submeter ao tratamento para o enfermeiro responsável, conversar com o
durante o resto de suas vidas ou até que se realize paciente sobre qualquer sintoma que ele tenha
um transplante renal bem sucedido (SMELTZER; sentido desde a última diálise, etc. e se não houver
BARE, 2005; LIMA; SANTOS, 2004). restrição iniciar a sessão de diálise. Na avaliação
Há a necessidade de sessões de pós-hemodiálise deve-se cuidar para sinais de
hemodiálises, consultas médicas, realização de sangramento no local da punção venosa, checar
exames, restrições hídricas e alimentares, sinais vitais, verificar o peso, não permitir que o
definições de atividades rotineiras e ocupacionais paciente sintomático deixe a unidade sem
e dependência de um suporte informal para ter o atendimento médico, etc. (LIMA; SANTOS, 2004).
cuidado que necessita. Tudo isso desestrutura a Durante a sessão de hemodiálise a equipe
vida do paciente contribuindo para a diminuição deve estar atenta ao monitoramento dos sinais
de sua qualidade de vida e aumentando a vitais, anticoagulação, funcionamento adequado
propensão à depressão (MARTINS; CESARINO, das máquinas de diálise (temperatura, rolete,
2005; ROMÃO et al., 2006; BEZERRA; SANTOS, fluxo de sangue, fluxo dialisado), conforto do
2008). paciente, intercorrências, queixas e dúvidas dos
pacientes, solicitação do médico quando
2.3 Assistência de Enfermagem na Hemodiálise necessário, e a enfermeira deve realizar a
De acordo com a Portaria nº 154 de 15 de supervisão dos auxiliares e técnicos da equipe
Junho de 2004 a qual estabelece o regulamento (BIALESKI; CORRÊA, 1999).
técnico para o funcionamento dos Serviços de Ao fim da sessão, ao retirar o paciente da
Terapia Renal Substitutiva e as normas para o máquina deve-se tomar cuidado para que haja
cadastramento desses estabelecimentos junto ao maior devolução de sangue ao paciente com uma
Sistema Único de Saúde, é regulamentado que na menor quantidade de soro e evitar embolismo
unidade de Hemodiálise deve haver um médico gasoso pela entrada de ar pela agulha de retorno
nefrologista para cada 35 pacientes com título de (BIALESKI; CORRÊA, 1999).

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Para Vila (2002), a equipe de enfermagem sepsia da área, previamente lavada com água e
que se sente capaz para esta tarefa deve saber que sabão, com álcool a 70% ou outra solução
é necessário o crescimento e desenvolvimento padronizada; Inserir as agulhas respeitando as
interior de si mesmo para então ajudar o outro a devidas distâncias entre as agulhas e anastomose
crescer, deve-se estar aberto, alerta, preocupado vascular; Observar retorno sanguíneo; Remover o
em perceber, em sentir, ouvir, em viver com o torniquete; Fixar as agulhas com fita adesiva;
outro, pois a enfermagem executa inúmeras Conectar as agulhas às linhas venosa e arterial da
funções no gerenciamento da hemodiálise, não hemodiálise e manter as precauções universais.
sendo possível desta forma separar as funções O enfermeiro deve reconhecer o paciente
administrativas, assistenciais, educativas e de não como agente passivo receptor de cuidados,
pesquisa, pois são funções interdependentes que mas sim, o agente do seu autocuidado,
se autocompletam visando à melhor assistência ao conhecendo seu tratamento e dele participando,
cliente. envolvido no desenvolvimento do seu plano de
O papel do enfermeiro não se restringe a cuidados (PEREIRA, 1979).
executar técnicas ou procedimentos
eficientemente, mais que isso nos propomos a
uma ação cuidativa abrangente, que implica, entre 3. METODOLOGIA
outros aspectos, desenvolver habilidade de
comunicação, sendo um meio utilizado para 3.1 Tipo de Pesquisa
satisfazer as necessidades dos pacientes. Se a Faz necessário ressaltar que o método é
comunicação entre enfermeiro e paciente não um conjunto de etapas e processos que são
ocorrer efetivamente, o significado do cuidado utilizados, de forma ordenada, com o intuito de
que prestamos pode ser afetado profundamente investigar os fatos e procurar entender uma dada
(CIANCIARULLO, 1997). realidade.
Para a realização da presente pesquisa,
2.4 Prescrições de Enfermagem nos Serviços de foi utilizada a pesquisa bibliográfica do tipo
Hemodiálise descritiva. Segundo Marconi e Lakatos (2006) a
Bulecheck e Mc Closkey (2000) refere: a pesquisa bibliográfica trata-se de levantamento de
prescrição de enfermagem como qualquer toda a bibliografia já publicada e sua finalidade é
cuidado direto que a enfermeira realiza em colocar o pesquisador em contato direto com tudo
benefício do cliente. aquilo que foi escrito sobre determinado assunto.
Durante a realização da diálise, é a equipe Já para Andrade (2005), na pesquisa
de enfermagem a responsável pela inserção do descritiva os fatos são observados, registrados e
cateter endovenoso na FAV. Usualmente, a analisados, classificados e interpretados, sem que
primeira punção é realizada pela enfermeira, o pesquisador interfira neles. Isto significa que os
posteriormente, dependendo das condições do fenômenos do mundo físico e humano são
acesso, os técnicos ou auxiliares de enfermagem estudados, mas não manipulados pelo
treinados realizam as punções (BULECHECK; MC pesquisador.
CLOSKEY, 2000).
Relacionando a prescrição de enfermagem 3.2 Meios de Busca
na inserção do cateter endovenoso na FAV, o Para realizar este trabalho foram
autor Bulecheck & Mc Closkey (2000) salienta que realizadas as pesquisas nas seguintes bases de
abrangem as seguintes atividades: Verificar a dados virtuais que reunem-se nos trabalhos
prescrição médica para hemodiálise; Instruir o nacionais e internacionais que são: SCIELO,
paciente sobre o procedimento; Manter a técnica LILACS E GOOGLE ACÂDEMICO. Mas também
asséptica rígida; Identificar se o paciente é alérgico foram utilizados jornais, revistas, livros e outros
a álcool, iodo ou à fita adesiva; Escolher agulha meios de divulgação de informação. No qual
apropriada para a FAV do paciente; Fazer foram retirados os artigos publicados nos anos
torniquete acima dos locais de punção; Fazer anti- compreendidos entre 1979 até 2010. Com os

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seguintes descritores que englobaram incurável. Apresenta-se em índices crescentes


especificamente as palavras-chaves como: devido ao aumento da expectativa de vida e
Hemodiálise, Assistência de Enfermagem, prevalência de doenças como Hipertensão Arterial
Insuficiência renal. Sistêmica e diabetes mellitus na população.
Ainda sobre a Insuficiência Renal Crônica
3.3 Critérios de Inclusão e Exclusão (IRC) de acordo com Romão Júnior, as principais
Para constituição da presente pesquisa causas são: a Hipertensão Arterial Sistêmica,
foram excluídas as seguintes classes de trabalhos: diabetes mellitus, doenças renais (glomerulopatia,
Resenhas e artigos não indexados. Foram nefropatia tubulointerticial, doença renal
excluídas também algumas publicações que policística, displasia, hipoplasia renal) e uropatias
ficavam distante do tema, ou que não continham (infecções urinárias de repetição, obstruções
referências bibliográficas. urinárias e cálculos urinários).
Com objetivo de incluir apenas trabalhos Neste contexto de sintomatologia Knobel,
que sofreram um procedimento rígido de Santos, Batista (2004) ressalta que os principais
avaliação, foram escolhidas, teses, dissertações, fatores de risco da Doença Renal Crônica são
artigos indexados (SCIELO). Essa opção se deve também: sexo masculino, raça negra, idade
ao fato de que entre várias bases (LILACS) há avançada, tabagismo, doenças renais
registros de trabalhos desse tipo (não apenas proteinúricas, história familiar de doença renal,
artigos indexados) e que, muitas vezes, podem dislipidemia, obesidade, disfunção endotelial,
não passar por um processo de avaliação por problemas cardiovasculares.
pares, o que garante a qualidade do trabalho e de Já para Smeltezer, Bare (2005) e Moura et
apreciação científica. Foram utilizados também al. (2008): a Insuficiência Renal Crônica (IRC) é
livros virtuais que discorrem sobre “Assistência uma síndrome metabólica decorrente da perda
de Enfermagem ao paciente com Insuficiência progressiva, irreversível e geralmente lenta da
Renal Crônica em tratamento de hemodiálise” na capacidade excretória dos rins, na qual o corpo
Biblioteca do Centro Universitário Unirg. não consegue manter o equilíbrio metabólico e
No que se refere ao período de hidroeletrolítico.
publicação, foram selecionados artigos publicados Malnic, Marcondes (1989) acrescenta que:
entre os anos de 1979 até o ano de 2010. Em concedendo o agravamento das deficiências que
relação ao idioma, a investigação bibliográfica vão se estabelecendo, ao longo do tempo, até a
restringiu-se aos trabalhos publicados no idioma condição em que os rins extremamente
português. diminuídos de volume se tornam incapazes do
ponto de vista funcional.
3.4 Análise de Dados Do ponto de vista Romão (2004): até que
A partir do levantamento de toda os rins estejam funcionando somente 10 a 12% da
bibliografia existente sobre o tema em questão e função renal normal podem se tratar os pacientes
ainda com a finalidade de colocar o leitor “a par” com medicamentos e dietas, tornando-se
de todo o processo que envolve o tratamento necessário o uso de outro método de tratamento.
hemodialítico. O intuito além da informação foi de Na fase terminal da IRC os rins perderam o
ressaltar a assistência de enfermagem, bem como controle do meio interno tornando-se bastante
descrever para os leitores o papel da enfermagem alterado para ser incompatível com a vida. Suas
no âmbito físico e psicossocial deste paciente em opções terapêuticas são: diálise peritoneal ou
unidades de nefrologia. hemodiálise.
Em se tratando de Hemodiálise Smeltzer
e Bare (2005) relata que: embora a hemodiálise não
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO cure a DRC e não compense tanto na perda das
Para Thomé et al., (2006): a Doença Renal atividades endócrinas ou metabólicas dos rins,
Crônica é uma patologia multicasual, progressiva sendo essencial em pacientes com IRC, pois evita a
e irreversível, que possui tratamento, porém é morte precoce. De acordo com Machado e Car

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(2003), a Hemodiálise (HD) foi criada na década As principais complicações e as atribui-


de 40 para o tratamento da Insuficiência Renal ções da equipe de enfermagem frente a estas,
Aguda (IRA), passando a ser utilizada somente a serão discutidas nas categorias a seguir:
partir de 1962 como terapia de intervenção para
IRC. 4.1 Hipotensão
A HD prolonga a vida do paciente, Para Nascimento e Marques (2005) é a
suaviza os sintomas da uremia e previne futuras complicação mais frequente durante a
incapacidades. hemodiálise, sendo um reflexo primário de grande
Na hemodiálise a equipe de enfermagem quantidade de líquidos que é extraída do volume
torna-se uma presença constante na unidade de plasmático durante uma sessão de rotina da
hemodiálise, sendo assim um elemento de maior diálise. A água que parte é acumulada no
contato com o paciente, acarretando parte de intervalo interdialítico é extraída diretamente pelo
suma importância, como educadores para saúde, mecanismo de ultrafiltração.
transmissão de segurança e apoio quando Concordando com o autor acima
necessário para os pacientes. supracitado Lima e Santos (2004) definem também
Concordando com essa ideia Oliveira et a hipotensão arterial como a queda da pressão
al. (2008) e Fermi (2010) acreditam que a equipe de sistólica abaixo de 100 mmHg durante o
enfermagem é o grupo de profissionais que mais procedimento dialítico, sendo esta a principal
participa diretamente do processo que envolve a complicação do tratamento hemodialtico,
hemodiálise, e que esta é fundamental na ocorrendo em até 30% das sessões, sua etiologia é
observação contínua dos pacientes durante a multifatorial.
sessão, prevenindo, monitorando e tratando os Para não agravar estes sintomas, faz-se
efeitos adversos. necessário tomar providencias cabíveis para não
A sessão de hemodiálise requer piorar o quadro do paciente.
monitorização e avaliação do paciente por parte Nascimento e Marques (2005) diz que: a
da equipe de enfermagem, antes, durante e depois intervenção consiste em dar início seguidamente
do tratamento. ao tratamento de episódios agudos de hipotensão.
Sendo que os itens como sinais vitais são O paciente deve ser colocado em posição de
verificados a cada 30 minutos ou a cada hora, Trendelemburg, deve ser administrado bolus de
podendo variar de um serviço para outro; obedece 100 ml de SF a 0,9% ou mais se indispensável, a
a uma frequência cujo padrão consiste em medida velocidade de ultrafiltração deve ser diminuída
pré e pós-sessão dialítica para glicemia capilar, para o mais próximo possível de zero.
peso, temperatura corporal, pulso e pressão Intervenções de enfermagem como o
arterial conforme LIMA; SANTOS; SOUZA, monitoramento cauteloso dos sinais vitais e
(2009). observações de sintomas específicos podem ajudar
Durante o tratamento a equipe de a limitar a ocorrência e a intensividade de
enfermagem tem uma importância primordial, episódios hipotensivos nos pacientes.
pois deve acompanhar diretamente e orientar
estes pacientes quanto às infecções e complicações 4.2 Cãibras Musculares
que podem ser causadas pela hemodiálise. Terra et al. (2010) e Castro (2001)
Assim, de acordo com Breitsameter, acreditam que as cãibras são uma complicação
Thomé, Silveira (2008) depois dos problemas de frequente da hemodiálise, predominam nos
ordem renal, as infecções caracterizam o principal membros inferiores e ocorrem, preferencialmente,
motivo de internação dos pacientes renais na segunda metade da hemodiálise.
crônicos, pois estes são geralmente Frequentemente são precedidas de hipotensão
imunodeprimidos, apresentando assim maior arterial. Estes autores dizem que as cãibras estão
suscetibilidade a infecções, além de possuírem associadas à elevada taxa de ultrafiltração durante
maior risco devido aos acessos venosos para a sessão de hemodiálise e não indicam,
hemodiálise (cateteres centrais ou FAVs).

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necessariamente, que o paciente atingiu seu peso desequilíbrio, ou pode estar relacionada ao uso de
seco. solução de diálise contendo acetato.
A cãibra acarreta para o paciente um Para amenizar este sintoma, Fermi (2010),
desgaste muscular doloroso que poderá alterar refere que o tratamento de enfermagem consiste
outros sintomas e a enfermagem deve estar atenta em administrar analgésicos por via oral ou
para outros agravos. parenteral conforme prescrição médica. Além
Quando o episódio de cãibras já está disso, Daugirdas, Blake e Ing (2008) acrescentam
instalado de acordo com Lima e Santos (2004), a que assim como para náuseas e vômitos, uma
ação da enfermagem consiste em aplicação de redução no fluxo sanguíneo durante a primeira
calor no músculo afetado, massagens, flexão dos parte da diálise pode ser tentada, e uma redução
dedos sobre o dorso do pé e pedir para o paciente na concentração de sódio do dialisado também
fazer pressão sobre a planta do pé se a cãibra pode ser útil.
estiver localizada em membros inferiores.
Concordando também relatam os autores Souza, 4.5 Dor Torácica e Dor Lombar
Martino e Lopes (2007), estes recomendam rever Para Daugirdas; Blake; Ing, (2008); e
com o paciente as orientações sobre a ingestão de Fermi (2010) a dor torácica discreta,
sal e água para reduzir o ganho de peso. frequentemente associada a dor lombar discreta
ocorre em 1% a 4% das sessões de diálise, sua
4.3 Náuseas e Vômitos etiologia é desconhecida, mas pode estar
Náuseas e vômitos são ocorrências relacionada com a ativação do complemento (
comuns e ocorrem em até 10% dos tratamentos de reação de imunidade do organismo, função que
rotina de diálise, constituindo que sua etiologia envolve a estrutura da imunoglobulina e que ativa
seja multifatorial. A maioria dos episódios em as respostas humorais). Não há estratégia de
pacientes estáveis possivelmente esteja tratamento ou prevenção específica, embora possa
relacionada à hipotensão, como podem ser ser benéfico substituir a membrana do dialisador
também uma manifestação precoce da síndrome por uma de outra variedade (o benefício dessa
do desequilíbrio. Caso prosseguirem as náuseas e mudança é controverso).
vômitos pode-se administrar um antiemético Também podem ser prestados os
(NASCIMENTO; MARQUES, 2005). cuidados de enfermagem Fermi (2010); Daugirdas;
Para a categoria náuseas e vômitos a Blake; Ing, (2008) sendo que esta deve administrar
enfermagem deve considerar como possíveis analgésicos por via oral ou parenteral conforme
causas a hipotensão arterial, manifestações da prescrição médica. Se a angina for a causa da dor
síndrome do desequilíbrio, reações ao dialisador, torácica, pode-se discutir com a equipe médica o
e além destas, quando estes sintomas estão uso da nitroglicerina sublingual e uso de oxigênio
presentes fora do contexto da diálise, a nasal conforme o necessário.
enfermagem deve ponderar causas não
relacionadas à diálise, e assim, deve corrigir a 4.6 Prurido
causa, e se os sintomas persistirem é necessário Segundo Fermi (2010), o prurido é a
administrar antiemético conforme prescrição manifestação mais comum na IRC, e tem sido
médica (DAUGIRDAS; BLAKE; ING, 2008; atribuído ao efeito tóxico da uremia na pele. As
TERRA ET AL., 2010; FERMI, 2010). toxinas urêmicas circulantes são responsáveis pelo
prurido, e um produto cálcio-fósforo elevado
4.4 Cefaléia também pode contribuir para este sintoma. A
Para Terra et al. (2010) é um sintoma alergia a heparina também pode ser causa do
frequente em pacientes com IRC submetidos à prurido.
Hemodiálise. As causas mais encontradas são: a Para diminuir a manifestação do prurido
hipertensão arterial, hipotensão arterial, alterações a enfermagem deve administrar anti-histamínicos
no peso corporal e ansiedade. Pode ser também conforme prescrição médica, analisar a pele dos
uma manifestação sutil da síndrome do pacientes em busca de lesões causadas, aconselhar

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aos pacientes quanto ao uso de emolientes para É sabido que a alteração da pressão
hidratação da pele e a tomarem banhos rápidos arterial tem relação direta com o nível de
com água à temperatura ambiente. ansiedade e sentimentos do paciente.
Porém, se a causa desta complicação for o Ressaltando essa relação Nascimento e
produto cálcio-fósforo elevado, de acordo com Marques (2005) refere que a hipertensão durante a
Terra et al., (2010); Fermi (2010); Daugirdas; Blake; diálise é geralmente produzida por ansiedade,
Ing, (2008); Castro (2001); Oliveira et al., (2008), a excesso de sódio e sobrecarga de líquidos. Pode
equipe de enfermagem deve orientar e estimular a ser confirmado comparando-se o peso do paciente
dieta para controle de fósforo e a administração de antes da diálise com o peso ideal ou seco. Quando
carbonato de cálcio conforme prescrição médica. a sobrecarga hídrica é a causa da hipertensão, a
ultrafiltração trará, na maioria das vezes, uma
4.7 Febre e Calafrios redução na pressão sanguínea, induzindo à
De acordo com Nascimento e Marques normalização da pressão.
(2005) o paciente renal crônico é imunodeprimido Segundo o mesmo autor, em seguida a
e, por conseguinte, tem uma sensibilidade administração de anti-hipertensivo, a enfermagem
aumentada para infecções. As infecções monitora a pressão arterial em intervalos
bacterianas nesses pacientes parecem progredir de frequentes (geralmente de 15 em 15 minutos). Os
maneira acelerada e a cura parece ser mais lenta. sedativos podem ser necessários, mas a
O local de acesso é a fonte de 50% a 80% das veracidade na equipe e uma diálise suave, livre de
bacteremias (principalmente pacientes com problemas, ajudarão a diminuir a ansiedade
cateteres). As bacteremias podem acarretar durante os tratamentos subsequentes.
endocardite, meningite e osteomielite.
Sobre este local de acesso ocasionar
bacteremia, Lima e Santos (2004) ainda ressalta 5. CONCLUSÃO
que febre e calafrios durante a diálise podem estar A Insuficiência Renal Crônica é uma
relacionados à pirogenia ou infecção por doença lenta e progressiva que apesar de ter
equipamento contaminado. tratamento não possui cura. A pessoa que é
Portanto, para essa categoria cabe à acometida por tal, passa a ter uma mudança
enfermagem investigar as possíveis causas desses radical em sua vida cotidiana, sem falar no
sintomas e administrar analgésicos e antibióticos tratamento doloroso, a hemodiálise, que este
conforme critério médico. paciente é submetido para que não haja sua morte
Para essa avaliação Daugirdas, Blake, Ing precoce.
(2008) deve-se sempre, inspecionar os acessos As alterações hemodinâmicas, hidroeletro-
vasculares, e durante todo o procedimento líticos e a falta de funcionamento normal dos rins
utilizar-se das medidas necessárias para o controle que se tornam incompatíveis para manter a vida,
da infecção. Caso haja suspeita de pirogenia ou passam a ter a necessidade de ser ajustados com a
infecção, compete à equipe de enfermagem, hemodiálise de acordo com as características de
providenciar amostras de sangue para cada paciente. São fatores importantes e principais
hemocultura, amostra do dialisato e da fonte de que podem influenciar o aparecimento das
água tratada. diferentes intercorrências discutidas neste estudo.
Portando, os profissionais de enfermagem por
4.8 Hipertensão estarem sempre ao lado dos pacientes dialíticos
A hipertensão arterial é um dos fatores mantendo uma estreita relação com eles, tornam-
que agrava e piora o funcionamento renal, sendo se fundamentais durante o processo de
capaz de causar dano renal e progressão da IRC, hemodiálise. A atuação e dedicação destes
independentemente da doença de base. profissionais diante as diferentes complicações
Aproximadamente 80% dos pacientes portadores dialíticas, compreendem um processo de
de IRC desenvolvem hipertensão arterial monitorização, detecção e rápida intervenção para
(ANDRES e FORTUNY, 1994). não piorar o quadro do paciente, tornando essas

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ações essências para a garantia de um processo BARROS, E. et al. Nefrologia: rotinas, diagnósticos
seguro e eficiente. e tratamento. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
O profissional de enfermagem por ser BEZERRA, K.V.; SANTOS, J.L.F. O cotidiano de
embasado em conhecimentos científicos deve pessoas com insuficiência renal crônica em
utilizar-se de seu papel educador para tratamento hemodialítico. Revista Latino
conscientizar seus pacientes de suas restrições e Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 16,
atribuições no tratamento, estimulando mudanças n. 4, p. 686-691, 1 Jul-ago, 2008.
no comportamento, prevenindo assim, as
BIALESKI, A. B.; CÔRREA, J. B. H. As Funções da
potenciais complicações, pois a educação em
Enfermeira no Serviço de Hemodiálise. 1999.
saúde é uma estratégia que deve ser amplamente
Monografia (Especialização) - UFRGS, Porto
empregada nas sessões de diálise, tendo em vista
Alegre, 1999.
a importância do controle de peso interdialítico e
da alimentação na prevenção de intercorrências e BULECHERCK, G.M., MC CLOSKEY, J.C.
melhora da qualidade de vida destes pacientes. Nursing interventions classification (NIC). 3. ed.
A equipe de enfermagem deve fazer a St. Louis: Mosby, 2000. 408p.
integração dos pacientes e dos familiares, pois BRASIL. Ministério da Saúde. Diário Oficial,
apesar de ter tido enfoque que as complicações Resolução RDC n º 154, de 15 de junho de 2004.
ocorrem durante a sessão de hemodiálise, muitos
BREITSAMETER, G.; THOMÉ, E.G.R.; SILVEIRA,
pacientes chegam em casa com alguns sintomas,
D.T. Complicações que levam o doente renal
sentindo-se debilitados, por isso a importância de
crônico a um serviço de emergência. Revista
agregar a família neste aprendizado para que
Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 29, n.4,
tenham subsídios e consigam dar o apoio
p. 543-550, dez, 2008.
necessário para os pacientes dialíticos.
O sucesso na realização do tratamento de CAMPOS C.J.G.A vivência do doente renal
hemodiálise está relacionado com a crônico em hemodiálise: significados atribuídos
disponibilidade de uma equipe de enfermagem pelos pacientes [tese]. Campinas (SP): Faculdade
capacitada para este tratamento, logo, o processo de Ciências Médicas da Universidade Estadual de
permanente de educação é fundamental para o Campinas; 2002.
domínio da equipe. CASTRO, M.C.M. Atualização em diálise:
Portanto, diante de todas essas Complicações agudas em hemodiálise. Jornal
complicações discutidas neste estudo é essencial Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, 2001.
para o sucesso da terapia, profissionais CIANCIARULLO, T.I. Instrumentos básicos para
capacitados dispostos a trabalhar em articulação o cuidar: Um desafio para qualidade da
com a equipe multiprofissional, com os pacientes assistência. São Paulo: Atheneu, 1997. 154p.
e seus familiares, objetivando minimizar os
índices de complicações e aumentando a DAUGIRDAS, J. T.; BLACKE, P. G.; ING, T.S.
qualidade de vida dos pacientes em terapia Manual de Diálise. 4 dd. Rio de Janeiro:
hemodialítica. Guanabara Koogan, 2008.
FERMI, M.R.V. Diálise para Enfermagem: guia
prático. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
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ANDRES, Joan; FORTUNY, Carme. Cuidados de básica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
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