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CONSULTÓRIO ACADÉMICO ISRAEL ABIAS – C A I A

Prestação de Serviços Académicos


Contabilidade Fiscalidade Finanças
Palestras Formação Aulas Projectos de Fim de Curso Materiais de consultas

“Fazemos ciência com consciência”

FASCÍCULO DE CONTABILIDADE GERAL I


(inclui gestão, finanças e fiscalidade)

Formador: Israel Abias

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Luanda/2020

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1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações gerais sobre empresa

O termo empresa deriva do latim (imprehensa) e significa, realização,


empreendimento, exploração industrial ou comercial, sociedade ou companhia que
explora qualquer ramo de indústria ou comércio; firma (Porto Editora, 2003, p.600)
As empresas também são organizações. Na realidade, as empresas são
organizações sociais porque são compostas de pessoas que trabalham em conjunto.
Uma melhor definição diria que as empresas são organizações sociais que utilizam
recursos e competências específicos para atingir determinado objectivo. O objectivo
pode ser o lucro ou simplesmente o atendimento de determinadas necessidades da
sociedade (como nas empresas não lucrativas), sem a preocupação com o lucro.
As empresas nascem, crescem e até podem morrer, como qualquer organismo
vivo. Na medida em que são bem sucedidas em relação aos seus objectivos, as
empresas tendem a sobreviver. Se o sucesso é maior, elas tendem a crescer.
Sobrevivência e principalmente crescimento são sinais de sucesso empresarial.
Vamos definir o conceito de empresa segundo a Lei n.º30/11 de 13 de
Setembro (Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas), representada pela sigla
MPME.
Segundo o artigo 4º da referida lei, entende-se por empresa, as sociedades que,
independentemente da sua forma jurídica, tenham por objecto o exercício de uma
actividade económica.

1.1.1 Finalidades da empresa.


A empresa é uma colectiviade do trabalho organizado, tendo em vista produzir
e /ou comercializar bens e serviços para a satisfação das necessidades. Pressupõe
desta definição a utilização e recursos (humanos, materiais e financeiros) devidamente
organizados, por forma a que a empresa alcance, com maior eficiência, as suas
finalidades e objectivos.
Recursos humanos, são as pessoas responsáveis e colaboradores da empresa.
Recursos materiais, são as instalações, ferramentas, máquinas, etc.
Recursos financeiros, corresponde ao capital próprio e alheio.
Portanto, a combinação harmoniosa do conjunto de meios necessários ao
fucnionamento de uma empresa para obter o melhor rendimento de capitais, dos
materiais e do pessoal, por um preço de custo mínimo e pelo máximo de satisfação
para todas as pessoas ligadas à empresa, denomina-se organização.

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As principais finalidades da empresa são:
 Económica.
 Sobrevivência.
 Social.
A finalidade económica tem a ver com a obtenção de lucros.
A finalidade de sobrevivência corresponde a capacidade da empresa em se adaptar
ao meio ambiente ou envolvente, tais com: mercados, tecnologias, mudanças
climáticas, catástrofes, calamidades, etc.
A finalidade social corresponde ao desempenho da empresa junto dos seus
colaboradores ou várias entidades, tais como: colaboradores, comunidade e entidades
diversas.

1.1.2 Tipologia das empresas.


Segundo o art.º 5.º da lei n.º30/11 de 13 de Setembro, as empresas podem ser:

 Micro Empresa (ME),


 Pequenas Empresas (PE), e
 Médias Empresas (ME)

Existem dois critérios fundamentais para identificar as MPME, a saber:

 O número de trabalhadores.
 O volume de facturação anual.

Dos dois indicadores o volume de facturação é o mais importante. São


considerados trabalhadores, segundo esta lei, as pessoas que tenham trabalhado na
empresa durante 6 (seis) meses corridos, sujeitos a um contrato de trabalho (vínculo
de efectividade), e registados na Segurança Social. Os sócios quando exerçam uma
actividade regular na empresa devem também ser considerados no número de
trabalhadores.

O Volume de Facturação Anual (VFA) ou Volume Anual de Negócio (VAN) é o


valor total das vendas de bens e prestação de serviços efectuadas pela empresa em
determinado exercício económico.

Quadro da tipologia da MPME.


Empresa Nº de Trabalhadores Volume de Facturação
Micro até 10 VFA ≤ USD 250.000,00
Pequena Mais de 10 até 100 USD 250.000,00 < VFA ≤ USD 3.000.000,00
Média Mais de 100 até 200 USD 3.000.000,00 < VFA ≤ USD 10.000.000,00

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1.1.3 Critérios de Classificação das Empresas.

a) Quanto a propriedade de capitais – esta classificação permite-nos saber


que detém o poder de comando e decisão e podem ser:

Empresas estatais: são propriedade do Estado. Constituem o chamado Sector


Empresarial Público (SEP). O seu objectivo é o bem-estar económico e social.

Empresas privadas: são de propriedade dos particulares. Fazem parte da


iniciativa privada e constituem o Sector Privado.

Empresas Mistas: são as empresas de participação pública e privada.

b) Quanto ao tamanho ou dimensão – o tamanho representa o porte da


empresa e o volume de recursos de ela dispõe para suas actividades. Quanto ao
tamanho as empresas podem ser:
Empresas Grandes: são aquelas de grande porte e de enorme volume de
recuros (tamanho das instalações, volume de capital envolvido, número de
empregados). Esssas empresas em geral possuem mais de 500 (quinhentos)
trabalhadores.
Empresas Médias: são aquelas de porte intermédio e de volume razoável de
recuros, conhecidas em sua região.
Empresas Pequenas: são aquelas de pequeno porte, pequeno volume de
recursos. Nestes tipos de empresas geralmente o proprietário é o responsável elas
outras áreas (comercial, produção, financeira e de pessoal), não havendo um segundo
nível directivo para essas responsabilidades.

c) Quanto ao sector de actividade:


Empresas primárias ou extrativas – tiram da natureza os bens sem no
entanto, influenciarem a sua transformação. Desenvolvem actividades extractivas,
como agrícolas, pastoris, de pesca, de mineração, de prospecção e extracção de
petróleo, as salinas etc. São chamadas primárias porque se dedicam basicamente à
obtenção e extracção de matérias-primas, o elemento primário de toda a produção.
Empresas secundárias ou de transformação – são aquelas que processam as
matérias-primas e as transformam em produtos acabados. As empresas produtoras de
bens (ou mercadorias), isto é, de produtos tangíveis ou manufacturados. Aqui se
incluem as industrias em geral, quaisquer que sejam seus produtos finais.

Empresas terciárias ou prestadoras de serviços --- são aquelas que executam


e prestam serviços especializados. Aqui se incluem os bancos, comércios, seguros as,

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os hospitais, as escolas e universidades, os serviços de comunicação (rádio, tv,
imprensa, telefonia, internet, etc.), e toda extensa gama de serviços realizados por
profissionais liberais (como advogados, contabilistas, engenheiros, médicos, dentistas,
consultores etc.)
Sector quaternário – é um novo sector da economia que engloba os serviços
intelectuais, como as actividades de investigação. Educação, informação, investigação
ou consultoria. Actualmente, é neste sector que muitas empresas efectuam grande
parte dos seus investimentos com vista ao desenvolvimento de novas tecnologias.
Esta classificação das empresas em sectores de actividade económica deve-se
a Colin Clark em 1941.

d) quanto a actividade económica.


Esta classificação separa as empresas em: empresas comerciais e empresas
industriais. As empresas comerciais vendem a mercadoria no estado que compram,
compram aos fornecedores mercadorias que guardam nos seus armazéns para mais
tarde venderem aos seus clientes essas mesmas mercadorias sem qualquer
transformação e as empresas industriais transformam a matéria-prima em produto
final e depois vendem. As empresas industriais compram matérias-primas e matérias-
subsidiárias que mais tarde, na fábrica são transformados.
Dessa transformação são obtidos os produtos acabados e, subsidiariamente,
subprodutos, resíduo, desperdícios e refugos. Os bens facricados são em seguida
armazenados e em seguida vendidos.

e) Quanto a Classificação da Actividade Económica CAE (Decreto n.º58/04, de


10 de Setembro).
A CAE é um sistema de classificação e agrupamento das actividades
económicas (produção, emprego, energia, investimento, etc.) em unidades estatísticas
de bens e serviços. Deste modo, a cada actividade económica e empresarial é
atribuídos um código de classificação específico. Cada empresa, dependendo do seu
objecto ou ramo de actividade, estará abrangida por um ou mais destes códigos.
Os objectivos fundamentais da CAE são estatísticos, embora possa ser
utilizada para fins não estatísiticos. Desta forma a sua elaboração, o tipo de unidades
estatísticas a que se aplica, as regras de classificação e a determinação da actividade
principal, entre outros aspectos, estão subordinados a este objectivo.

A CAE destina-se a classifaicar as unidades estatísticas segundos as diferentes


actividades económicas, isto é, as actividades socialmente organizadas com à vista a
produção de bens e serviços.
As actividades económicas encontram-se repartidas nas seguintes secções:
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A. Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca.
B. Pesca.
C. Industrias extrativas.
D. Industrias transformadoras.
E. Produção e distribuição de electricidade, gás e água.
F. Construção.
G. Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e
motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico.
H. Alojamento e restauração (restaurantes e similares).
I. Transportes, armazenagem e comunicações.
J. Actividades financeiras.
K. Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas.
L. Administração pública e defesa; Segurança Social Obrigatória.
M. Educação.
N. Saúde humana e ação social.
Actividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares.
Actividades administrativa e dos serviços de apoio.
O. Outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais.
P. Famílias com empregados domésticos.
Q. Ornaismos internacionais e outras instituições extra territóriais.

f) quanto a forma jurídica.


Juridicamente toda a empresa é considerada como uma pessoa, pelo facto de
ter personalidade e capacidade jurídica, ou seja, ser sujeito activo ou passivo na
relação jurídica. E como pessoa jurídica pode ser:

 Pessoa Singular.
 Pessoa Colectiva.
Uma Pessoa Singular, corresponde a um empresário em nome individual e as
pessoas que se dediquem a actividade económica no sector informal, por exemplo:
alfaiate, bagageiro, ardina, barbeiro, canalizador, bijuteiro, etc. (Decreto Presidencial
n.º43/12 de 13 de Março; lei que regulamenta a lei n.º30/11 de 13 de Setembro).
Uma pessoa colectiva corresponde a uma sociedade e, a luz da Lei n.º 1/04 de 13
de Fevereiro estas podem ser:

 Sociedades em nome colectivo.


 Sociedades por quotas.
 Sociedades anónimas.
 Sociedades em comandita simples.
 Sociedades em comandita por acções.

Portanto, do ponto de vista jurídico as empresas clasisificam-se em:

Empresas Singulares
ou em nome 6
individual
Empresas

Sociedades

 Empresas singulares ou Empresário em nome individual.


É uma empresa titulada por um só indivíduo ou pessoa singular que afecta todos os
seus bens próprios à exploração da sua actividade económica. Assim, o proprietário do
capital é uma única pessoa.
O comerciante em nome individual é a pessoa física dotada de capacidade
comercial e que faça do comércio profissão.
A personalidade jurídica desta empresa confunde-se com a do seu proprietário, o
qual assume responsabilidade ilimitada para com terceiros (credores), isto é, em caso
de falência, responde com todos os bens que integram o seu património (comercial e
individual).
Responsabilidade.
O empresário em nome individual responde de forma ilimitada pelas dívidas
contraídas no exercício da sua actividade perante seus credores, com todos os bens
que integram o seu património.

 Primeiramente os que se encontram afectos directamente à exploração da


empresa.
 Subsidiariamente todos os outros que eventualmente possua (veículos, casas,
terrenos, etc.).
Capital
Pode ser qualquer montante, na medida em que, legalmente, não está fixado um
mínimo obrigatório.
Firma
O comerciante individual deve adaptar uma firma (nome comercial do
comerciante). A firma deverá ser composta pelo seu nome civil, completo ou
abreviado, podendo aditar-lhe uma expressão, pela qual seja mais conhecido no meio
empresarial, e ainda a referência a actividade da empresa, não podendo nunca
adoptar mais do que uma firma.
Exemplos: Nzundu Sakuaku – Comércio de Mobiliário; Helena Chaca – Alfaiate.
Tomada de decisões
Como o empresário é o gerente é ele quem toma as decisões.
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 Empresário em nome Individual de Responsabilidade Limitada (EIRL)
Empresa titulada por uma pessoa singular que tem por base a constituição de um
património autónomo ou de afectação especial ao estabelecimento, através do qual
explora a sua actividade comercial.
A separação patrimonial e a consenquente delimitação da responsabilidade é um
dos aspectos fuundamentias que levou à criação destas figuras.
Responsabilidade.
A responsabilidade do comerciante perante os seus credores está limitada ao
património afecto ao estabelecimento.
Capital

 O capital deve ser realizado em numerário (dinheiro), coisas ou diretiso


susceptíveis de penhora.
 Deve estar liberado no momento da outorga da escritura pública.
 Deve encontrar-se depositado num banco à ordem do seu titular, em conta
especial que só poderá ser movimentada após a celebração doa cto
cosntitutivo.
 Se houver entradas em espécie (coisas ou direitos) será apresentado ao notário
um relatório em que se descreve o seu objecto e se indiquem os critérios da
rescptiva avaliação e o valor atribuído a cada uama delas.
Firma
A firma será constituida pelo nome civil do titular, completo ou abreviado,
acrescido ou não de uma referência ao objecto do comércio nele exercido e incluirá
sempre o aditamento “Empresário Individual de Responsabilidade Limitada” ou a sigla
“EIRL”
Exemplos: Nzundu Sakuaku – EIRL; Helena Chaca – Alfaiate, EIRL
Tomada de decisões
Em geral o empresário é o gerente, contudo pode optar por um gerente externo.
Assim, quem toma as decisões ou é o empresário ou o seu gerente sob o seu controlo.
Sociedades
Este critério reparte as empresas de acordo com os seus direitos e obrigações
contratuais e legais e com as suas responsabilidades perante terceiros.
Em qualquer processo de criação de uma empresa chega inevitavelmente o
momento da escolha da sua forma jurídica, uma decisão de maior importância pelas
implicações que traz para o futuro.
A escolha de uma forma jurídica vai determinar o seu modelo de
funcionamento desde o arranque e tem implicações tanto para o empresário como
para o futuro do empreendimento. Deste modo, o empresário deve optar pelo

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estatuto jurídico que melhor se adapte ao seu caso particular, tendo por objectivo a
valorização e desenvolvimento da futura empresa.
Das várias sociedades que vimos, vamos abordar apenas duas que são muito
usadas no nosso País, a saber: As Sociedades por Quotas e as Sociedades Anónimas.

 Sociedades por Quotas.


O enquadramento das Sociedades por Quotas está previsto no artigo 217.º da
LSC. Neste tipo de sociedade, o capital está dividido em quotas e os sócios são
solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato da
sociedade. Pelas dívidas contraídas em nome da sociedade responde apenas o
património da sociedade, exceto nos casos previstos no contrato da sociedade.
É o tipo de sociedade que existe mais em Angola e está associado a empresas
de pequena e média dimensão, ou seja, as sociedades por quotas estão mais ligadas as
pequenas e médias empresas.
Parâmetro Sociedade por Quotas
Deve especificar: a) o valor de cada quota e a identificação do respectivo
Contrato Social titular; b) o valor das entradas que cada sócio realizou, etc.
Os sócios são solidariamente responsáveis pelas entradas convencionadas
Responsabilidade no contrato da sociedade. Pelas partes contraídas em nome da sociedade
responde apenas o patrimonio social.
Composta, com ou sem sigla, pelo nome ou firma de todos, algum ou
Firma alguns sócios, ou por uma denominação particular ou ainda pela reunião
desses dois elementos, concluindo, em qualquer caso, com a palavra
“Limitada” ou pela abreviatura “Lda”.
Não inferior ao valor correspondente, em moeda nacional, equivalente a
Capital 1.000,00 dólares americanos (USD), sempre actualizado de acordo com a
flutaução da mesma, não podendo o capital serreduzido a importância
inferior. O valor nominal de cada quota não poderá ser inferior a 100,00
USD, salvo quando a lei permitir.
Podem ser definidas no contrato da sociedade, impostas a algum ou alguns
Obrigações Acessórias sócios, desde que sejam definidas as suas condições, nomeadamente
e Prestações quanto à sua natureza gratuita ou onerosa. As prestações suplementares,
Suplementares sempre de carácter limitado, têm por objecto uma quantia em dinheiro e
não vencem juros.
Números de Sócios Não inferior a dois (artigo 8.º da LSC)
Fonte: MARTINS, Maria M., & LOPES, Ilídio T., (2016, p. 27)

Seguem-se alguns aspectos práticos que são relevantes no âmbito da


constituição e funcionamento de uma sociedade por quotas:
a) Obrigatória a constituição de uma reserva legal, nunca inferior a 30% do capital
(artigo 240.º da LSC).
b) A sociedade é administrada e representada por um ou mais gerentes, internos
ou externos à sociedade, devendo ser pessoas singulares com plena capacidade
jurídica e de agir (artigo 281.º da LSC).
c) As sociedades devem submeter à apreciação dos sócios, nos três meses
seguintes ao final da cada exercício, os documentos de prestação de contas
(artigo 294.º da LSC)
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d) É premitida a existência de suprimentos nos termos do artigo 269.º da LSC.

 Sociedades Unipessoal por Quotas (SU).


Em Angola esta figura jurídica é prevista pela Lei n.º 10/12 de 11 de Junho, Lei
das Sociedades Unipessoais.
Um dos objectivos fundamentais desta figura jurídica é a separação entre o
património comercial e património pessoal.
Este tipo sociedade é caracterizada por:

 Ter um único sócio, pessoa singular ou colectiva, que é o titular da totalidade


do capital social.
 Resultar da concentração na titularidade de um único sócio das quotas de uma
sociedade por quotas, indepentemente da causa da concetração.
Parâmetro Sociedade por Quotas
Titularidade Ùnico sócio, pessoa singular, que é o titular da totalidade do capital social.
Uma pessoa singular só pode ser sócia de uma única sociedade unipessoal por
Unicidade quotas. Uma sociedade por quotas não pode ter como sócio único uma
sociedade unipessoal por quotas.
Deve o contrato da sociedade especificar: a) o valor de cada quota e a
Ato Constitutivo identificação do respectivo titular; b) o valor das entradas que cada sócio
realizou,; c) o titular é o subscritor do acto constitutivo da sociedade
Formada pela expressão “Sociedade Unipessoal” abreviadamente (SU) ou pela
Firma palavra “Unipessoal” antes da palavra “Limitada” ou abreviatura “Lda”.

Ex. KITOKO SEBA – Comércio Geral e Prestação de Serviços (SU), Lda.


Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da
Respondabilidade sociedade.
O sócio único exerce as competências das assembleias gerais, podendo,
Administração designadamente, nomear gerentes.
Prestação de Aquelas que estiverem previstas nos normativos contabilísticos, em particular no
Contas Sistema de Normalização Contabilística (SNC).
Não inferior ao valor correspondente, em moeda nacional, equivalente a
1.000,00 dólares americanos (USD), sempre actualizado de acordo com a
Capital flutaução da mesma, não podendo o capital serreduzido a importância inferior.
O valor nominal de cada quota não poderá ser inferior a 100,00 USD, salvo
quando a lei permitir.
Fonte: MARTINS, Maria M., & LOPES, Ilídio T., (2016, p. 27) e Lei n.º 10/12 de 11 de Junho, Lei das
Sociedades Unipessoais.

 Sociedades por Anónimas.


Numa Sociedade Anónima, o capital social encontra-se dividido em ações, sendo a
responsabilidade de cada acionista (sócio), limitada ao valor das ações que cada um
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subscreveu. Para efeitos da constituição da sociedade, terá de estar realizado, pelo menos 30%
do capital subscrito (artigo 306.º da LSC), sendo de três anos o prazo fixado para a realização
do remanescente (artigo 316.º da LSC).

Parâmetro Sociedade por Quotas


Deve especificar: a) o valor do capital social; b) o número de ações em que
se divide o capital social e o seu valor nominal; c) as percentagens do
Contrato Social capital realizado e os prazos de realização do restante capital subscrito; d)
as categorias de ações criadas e dentro delas o número de ações de cada
categoria e os direitos que a elas correspondem; e) a forma de
administração e de fiscalização da sociedade; etc.
Responsabilidade Limitada aos valores das ações subscritas.
Composta, com ou sem sigla, pelo nome de um ou alguns sócios, ou por
Firma uma denominação particular ou ainda pela reunião desses dois elementos.
Mas qualquer caso concluirá pela expressão “sociedade anónima” ou pela
abreviatura “S.A.”
O montante mínimo do capital social, expresso em valor nominal em
Capital moeda nacional, equivalente ao contravalor de 20.000,00 USD. O valor
nominal de cada ação não pode ser inferior a uma quantia, expressa em
moeda nacional, equivalente a 5,00 USD.
Desde que previstas no contrato da sociedade, podem existir obrigações
Obrigações Acessórias acessórias para todos ou alguns acionistas desde que sejam especificados
e Prestações os elementos dessa obrigação, nomeadamente a sua natureza gratuita ou
Suplementares onerosa.
Números de Sócios A Sociedade Anónima não pode ser constituída por um número de sócios
inferior a 5 (cinco), salvo quando a lei o dispense.
Fonte: MARTINS, Maria M., & LOPES, Ilídio T., (2016, p. 27)

Outros tipos de sociedades.


Os restantes tipos de sociedades previsto na LSC angolana são a “Sociedades
em nome colectivo” e as “Sociedades em Comandita”. Nas sociedades em comandita,
o sócio ou sócios comanditários são aqueles que entram na sociedade com capital e
respondem apenas pela sua entrada, os sócios comanditados são aqueles que entram
na sociedade com a “força de trabalho”, designado na lei societária de sócios de
indústria. Estes respondem pelas dívidas da sociedade nos mesmos termos que os
sócios das sociedades em nome colectivo. Note-se que uma sociedade por quotas ou
anónima podem ser sócios comanditados. Genericamente, às sociedades em nome
colectivo (sócios comanditados) ou as sociedade por quotas (sócios comanditários). As
sociedades em comandita por ações aplicam-se as disposições previstas para as
sociedades anónimas.

1.1.4 Constituição de empresa.


A constituição de uma empresa obedece as seguintes fases:

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a) Condições prévias. Deve ter:
 Uma ideia sólida do que quer fazer,
 Um bom conhecimento do mercado,
 Qualidades pessoais ajustadas às características dos pequenos negócios.

b) Desenvolvimento da ideia. Ter noção clara quanto:


 ao produto,
 ao mercado,
 à tecnologia e equipamentos,
 às instalações,
 ao pessoal,
 à forma jurídica: empresa individual ou sociedade?
 Ao dinheiro que é preciso e como obtê-lo.

c) Elaboração do projecto. O que é que dizem os números?


 O negócio é realmente viável?
 É lucrativo?
 Podem ser obtidos os financiamentos necessários? Em que condições?
 Existe capacidade para transpor eventuais dificulades financeiras, próprias da
fase de arranque?

d) Constituição legal da empresa.

Para iniciar o seu negócio, o empresário terá de dar os passos necessários à sua
legalização.

Esses passos são os seguintes:

 Escolher o tipo de sociedade a constituir;


 Identificar a firma;
 Elaborar os estatutos que a vão reger;
 Realizar um depósito bancário para efectivação das entradas mínimas
estabelecidas por lei;
 Formalizar por escritura pública a constituição da sociedade;
 Publicá-la no Diário da República e em, pelo menos, dois jornais de grande
tiragem;
 Declarar o início de actividade junto do Ministério das Finanças;
 Obter o Número de Identificação Fiscal (NIF);
 Registar a Sociedade na Conservatória do Registo Civil;
 Inscrever-se na Direcção Nacional do Comércio, indicando o objectivo da
actividade e a identificação dos gestores;
 Inscrever-se no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS);
 Legalizar os livros obrigatórios.
e) Implementação do projecto (empresa)/ início de actividade.

Já elaborou o projecto agora tem de arrancar com a actividade.

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Nesta etapa deverão ser observados os seguintes pressupostos:

 Obter os recursos financeiros necessários.


 Contratar pessoal adequado e dar-lhe formação.
 Alugar ou construir as instalações.
 Adquirir os equipamentos necessários.
 Definir claramente a estrutura organizacional, as funções e os níveis de
responsabilidade.
 Implementar acções de formação.
 Adquirir outros bens e serviços necessários ao inicio da activdade: matérias-
primas, ...

1.1.4.1 Formalidades Legais para a constituição de uma empresa


Como sabemos a empresa no momento da sua criação poderá revestir
diferentes formas jurídicas. Os proponentes da empresa a criar deverão optar pela
forma jurídica que mais se adequa ao negócio a desenvolver e aos interesses dos
detentores do capital.
O Guiché Único da Empresa (GUE) é o órgão responsável pela criação da
empresa em Angola e segundo este órgão as formalidades legais para a constituição de
uma empresa são:
a) Comerciante em Nome Individual.
 4 cópias do Bilhete de Identidades;
 Cópia do Número de Contribuinte (NIF).
 Pagar o valor de Kz: 9.500,00 ao GUE.
 Pagar o valor de Kz: 21.380,00 à Conservatória do Registo Comercial
 Se o comerciante quiser publicar a sua constituição deverá pagar mais Kz:
6.600,00 para a Conservatória do Registo Comercial, e Kz: 14.875,00 para
imprensa Nacional, e total será de Kz: 42.855,00

b) Cooperativas
 Acta cosntitutiva (contendo os elemtnos do artigo 23.º da lei n.º 23/15, de 31 de
Agosto – Lei das Cooperativas), original da cópia.
 Estatutos da cooperativa (contendo os elementos do artigo 25.º da lei n.º 23/15,
de 31 de Agosto – Lei das Cooperativas), em 4 vias e mais uma em formato digital
editável.
 4 cópias de identificação dos membros da cooperativa (10 membros no mínimo).
 Cópia do NIF dos membros.
 Pagar o valor de Kz: 14.875,00.

c) Sociedades
Sócios pessoas individuais:

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 Bilhete de identidade, passaporte com visto válido (para estrangeiros) ou
passaporte e autorização de residência (estrangeiros residentes) e 3 cópias dos
mesmos.
 Cópia do Número de Identificação fiscal (NIF).
Sócios pessoas colectivas

 Certidão de registo comercial actualizada (e 3 cópias).


 Cópia do NIF.
 Acta deliberativa ou decisão da gerência ou administração a autorizar a
constituição da sociedade (original e 1 cópia).
Sociedades po quotas (com um ou mais sócios).

 Pagar ao GUE o valor de kz: 11.000,00


 Pagar a Imprensa Nacional o valor de Kz: 1.000,00
Sociedade Anónima (com um ou mais sócios)

 Pagar ao GUE o valor de kz: 41.000,00


 Pagar a Imprensa Nacional o valor de Kz: 1.000,00

Actividade (Trabalho)
1 A CHOCODOCE & BOLINHOS, LDA., situada no Município de Talatona, distrito urbano
da Cidade Universitária, tem como actividade principal a comercialização de chocolates
e bolos no mercado. Com um volume de facturação anual na ordem dos USD
2.800.000,00 e 100 trabalhadores distribuídos pelos vários sectores.
1.1 quais as principais características que esta empresa deverá possuir de modo a ser
considerada uma empresa?
1.2 Na tua opinião que factores podem ter levado a criação dessa empresa?
1.3 Faça o enquandramento legal desta empresa a luz da lei n.º30/11 de 13 de
Setembro.
1.4 Em que secção classificarias a empresa segundo a CAE?
1.5 Esta empresa é uma sociedade ou não? Justifique.
1.6 Se é uma sociedade, de que tipo trata-se?

2 A CONTABILIDADE

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As empresas como agentes económicos estão obrigadas legalmente a um
conjunto de imposições contabilísticas, seja qual for a sua actividade económica:
agrícola, industria, comercial ou mesmo prestadora de serviços. A contabilidade é
igualmente uma obrigação de gestão, isto é, é necessária como fonte de informações
da actividade empresarial e servirá de apoio a tomada de decisões. Uma Contabilidade
bem montada, organizada e actualizada é uma importante fonte de informações para
todos os possíveis interessados (sócios, gestores, estado, credores, concorrentes, etc.).
A contabilidade permite a obtenção de informações sobre a utilização dos
capitais investidos em determinado negócio e os resultados conseguidos com a sua
aplicação. Deste modo, a contabilidade é imprescindível na vida da empresa, já que se
torna necessário conhecer os valores que a constituem, o desenvolvimento que se
registou em determinado período e a situação económica e financeira em que se
encontra, elementos que são fundamentais á gestão empresarial.
Note-se que a contabilidade, ao fornecer indicadores aos órgãos de gestão
superiores da empresa, informa-os da forma como a gestão tem vindo a ser exercida, o
que permite fazer os ajustamentos adequados e definir linhas de orientação futura. A
Contabilidade deve existir sempre em qualquer entidade privada ou pública, só que
numas pode estar bem organizada e ser eficiente, enquanto noutras se pode encontra
num estado elementar.
A contabilidade é, na vida da Administração o que a História é na vida dos
povos. Se esta relata a vida das nações através dos séculos e com o passado fornece
enriquecimentos para o futuro, aquela, recordando aos factos acontecidos, analisando
os resultados obtidos, indagando as causas que os produziram, mostra-nos o caminho
que se deve percorrer para alcançar o fim que a Administração se propõe.
A contabilidade é, por outras palavras, o espelho do passado, o guia do futuro,
a ordem em qualquer ponto da Administração, a história e a estatística do património.

2.1 Conceitos de Contabilidade


Nos dias que correm muitas pessoas consideram a contabilidade como uma
simples técnica. Mas, desde há séculos, que é considerada como ciência. Vincendo
Masi, um dos maiores estudiosos da Contabilidade definiu-a como ‟A ciência do
património”.

15
Para António da Rocha, professor da Universidade do Minho e Lusíada:
‟Contabilidade, é a ciência do equilíbrio patrimonial, que se preocupa com todos os
acontecimentos que possam influenciar e por isso os identifica, selecciona, analisa e
promove medidas, processos, avaliação e comunicação de dados, facilitando a tomada
de decisões”.
A contabilidade é uma ciência que permite, através das suas técnicas, manter
um controlo permanente do património da empresa.

2.1.1 Objecto da Contabilidade


O objecto da contabilidade é o património das entidades económico-
administrativas.

2.1.2 Objectivo da Contabilidade


O objectivo da contabilidade é permitir o estudo e o controlo dos factos
decorrentes da gestão do património das entidades económico-administrativas.

2.1.3 Finalidade da Contabilidade


A principal finalidade da contabilidade é permitir a obtenção de informações
económicas e financeiras acerca da entidade. As informações de natureza económica
compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que geram lucros
e prejuízos, e as variações no património da entidade.
Segundo Osni Moura Ribeiro (2002, p.35) ‟As informações de natureza
financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e o capital circulante”.

2.1.4 Técnicas Contabilísticas.


Nos anos 40, as técnicas contabilísticas consideradas eram:
 Escrituração;
 Inventários;
 Balanço;
 Orçamento.
Actualmente, as técnicas usadas são:
Escrituração: registo, em livros próprios (diário, razão, caixa e contas
correntes), de todos os factos administrativos que ocorrem no dia-a-dia das empresa.
16
Demonstrações: quadro técnico que apresenta dados extraídos dos registos
contabilísticos da empresa. As demonstrações financeiras mais conhecidas são o
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado de Exercício.
Auditoria: verificação da exactidão dos dados contidos nas demonstrações
financeiras, através do exame minucioso dos registros contabilísticos e dos
documentos que deram origem a eles.
Análise de Balanços: exame e interpretação dos dados contidos nas
demonstrações financeiras, com o fim de transformar esses dados em informações
úteis aos diversos usuários da Contabilidade.
A contabilidade é um importante instrumento de gestão. Como tal, para que
sejam respeitados s princípios da contabilidade, torna-se necessário que o responsável
pela sua aplicação na empresa conheça perfeitamente o trabalho que irá efectuar.
O verdadeiro contabilista deve estar apto em qualquer momento a responder a
questões como as seguintes:
1. A empresa está verdadeiramente autorizada para o seu funcionamento?
2. Quanto possui a empresa?
3. Qual é a posição devedora ou credora em relação aqueles com quem a
empresa estabelece realções comerciais?
4. Qual é o valor de stocks existentes em armazém, em caso de uma empresa
comercial?
5. Como está a se processar a liquidação dos débitos a terceiros e o recebimento
dos créditos concedidos?
6. Como está a posição fiscal da empresa perante a Administração Geral
Tributária (AGT).
É devido a vastidão dos problemas que abarca, que o contabilista deve
conhecer, além dos processos de registo das operações, maérias tais como, direito
comercial, direito fiscal ou fiscalidade, gestão de empresas, administração e
organização, cálculo financeiro, informática, etc.

2.1.5 Divisão da Contabilidade.


Contabilidade externa ou geral, regista as operações externas da empresa,
aquelas que respeitam a empresa no seu todo: apura o lucro global da empresa e
elabora o balanço anual.
17
Contabilidade geral ou financeira, dá-nos a situação económica-financeira
global da empresa, a sua situação perante o exterior (endividamento,
responsabilidades, etc.) em concordância com os preceitos legais.
Contabilidade analítica ou interna, designada também como contabilidade de
gestão, regista as operações internas da empresa. Visa o apuramento de resultados
não globais (por produtos, por departamentos ou secção, etc.), assim como dos custos
unitários nas diversas fases de produção,os consumos, etc. A contabilidade analítica
permite o controlo mais directo e pormenorizado da actividade da empresa. É uma
impostante técnica de gestão.
Contabilidade previsional, a que exprime os resultados das previsões, e
permite a elaboração de fundamentados planos de actividade e a formulação de
regras a que a acção se deve subordinar. Traduz a estrutura e a actividade desejável no
futuro; este tipo de contabilidade é conhecida pela orçamentalogia, isto é, a ciência
que estabelece os orçamentos, documentos que resumem em números e valores, a
actividade a desenvolver no futuro imédiato.
Contabilidade histórica, dá a conhecer o que efectivamente se fez e
proporciona uma visão retrospectiva da gestão. Mostra-nos até que pontos os
objectivos fixados foram alcançados. É de facto uma contabilidade que reflecte o
passado, sendo contudo fundamental para o estabelecimento e controlo da
contabilidade previsonal.

2.2 O Património
Toda a empresa/unidade económica para exercer a sua actividade, necessita de
um certo conjunto de valores, ou seja, de máquinas, e edifícios, mercadorias, dinheiro,
ferramentas e outros. Digamos que ao exercício de qualquer actividade estão sempre
aliados valores que são pertença de alguém.
Do ponto de vista jurídico, os valores utilizados por cada unidade económica
são de sua pertença ainda que, normalmente, os seus direitos não incidam sobre a
globalidade desses valores.
O conjunto de valores utilizados pela unidade económica no exercício da sua
actividade constitui o património. Contudo, nem só os edifícios, numerários e
equipamentos utilizados cosntituem património.

18
A empresa no desenvolvimento das asuas actividades estabelece relações que
originarão um conjunto de direitos e de obrigações. Assim, aparecerão dívidas a
receber (créditos da empresa ou débitos de terceiros) que representam valores
pertencentes a empresa; e, dívidas a apagar (débitos á empresa ou créditos de
terceiros) que representam valores pertencentes a terceiros e que se empresa se
obrigaa pagar. Tanto as dívidas a receber como as dívidas a pagar, são considerados
valores integrantes do património.
O Património é o conjunto de valores sujeitos a uma gestão e afectos a
determinado fim. O património de um comerciante é um conjunto de valores utilizado
por este comerciante na sua actividade comercial. Contudo, os valores pertencentes a
esse comerciante mas não afectos aquelea actividade (exemplos: os utensílios
domésticos) não devem ser considerados seu património comercial. Serão seu
património, não como comerciante, mas sim como pessoa jurídica (pessoa singular)
que é.
Cada compenente de um património, exemplo as mercadorias, um edifício,
uma viatura, etc., denomina-se de elemento patrimonial.
Como o património é um conjunto de elementos heterogêneos, existe a
necessidade de transformar ou expressar esses elementos numanidade. É assim que
todos eles vêm em geral traduzidos em valores ou moeda em uso e têm um carácter
pecuniário visto todos serem susceptíveis de representação monetária.
O património está constituído por BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÕES.
O patrimônio - objeto da contabilidade - é um conjunto de bens, direitos e
obrigações avaliado em moeda e pertencente a uma pessoa.
Bens são as coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis
de avaliação económica.

Podem ser materiais ou imateriais. Bens materiais, corpóreos ou tangíveis são


os objetos que a empresa tem para uso (armários, prateleiras, computadores,
máquinas, automóveis, vitrinas etc.), troca (mercadorias e dinheiro) ou consumo
(materiais de limpeza, de expediente e de embalagem). Bens imateriais, incorpóreos
ou intangíveis correspondem a determinados gastos efetuados pela empresa que, por
sua natureza, devem fazer parte do patrimônio. Exemplos: marcas, patentes de
invenção etc.
19
Direitos são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros,
como: Dívidas a Receber de clientes etc.
Obrigações são todos os valores que a empresa tem para pagar a terceiros,
como: Dívidas a Pagar, Salários a Pagar, Impostos a Pagar, etc.

2.2.1 Aspectos qualitativo e quantitativo do património.


Todo documento extraído dos registros contabilísticos da empresa - seja em
forma de relatório, mapa, demonstração, quadro etc. - deve ser elaborado
observando-se os aspectos qualitativo e quantitativo. O aspecto qualitativo refere-se à
natureza do componente patrimonial que deve ser evidenciado segundo a sua espécie.
Exemplo: caixa, mobiliário, veículos etc. O aspecto quantitativo refere-se à expressão
dos componentes patrimoniais em valores.

2.2.2 Representação gráfica do património.


No lado esquerdo, denominado lado do Ativo, são relacionados os elementos
positivos (Bens e Direitos). No lado direito, denominado lado do Passivo, são
relacionados os elementos negativos (Obrigações).

Património

Bens
Obrigações
Direitos

20
EXEMPLO SOBRE O PATRIMÓNIO
A Empresa Sakuaku Lda., é uma empresa de direito angolano, classificada como sendo
uma sociedade por quotas, constituída em 15 de Novembro de 2014, no Cartório
Notarial de Luanda. Tem a sua sede na Província de Luanda, Município de Belas, Bairro
Morro Bento. Está registada nas Finanças sob o número 540100201 e no Instituto
Nacional de Segurança Social com o nº LD1234567890. A sociedade tem por objecto o
exercício da actividade de Comércio Geral a Retalho e Prestação de Serviços. Está
enquadrada no Regime Geral em sede de IVA.

A Sociedade é constituída por 4 sócios, a saber: Nzundu Sakuaku 40%; Israel Abias
27%; Ester Tchitoko 20% e Kaposa Matondo o restante. O capital social é de
1.000.000,00kz subscrito e realizado pelos sócios.

Em 01 de Março do Ano 2018, apresentava os seguintes elementos patrimoiniais:

Dinheiro em caixa: 250.000,00; Dívida do Cliente ZW, Lda: 150.000,00; dívida ao


Fornecedor XPTO, Lda: 300.000,00; Depósito a Ordem no Bfa: 500.000,00; Depósito À
Prazo no Bfa: 1.500.000,00; Edificio: 800.000,00; Equipamento Informático:
300.000,00; Mercadorias A: 600.000,00; Máquina registadora: 50.000,00; Segurança
Social: 100.000,00; Balcões: 900.000,00; Empréstimo Bancário Contraído: 1.700.000,00
(65% a longo prazo no Bfa e o restante a curto prazo no BAI); Mercadoria B:
3.750.000,00; Mercadoria C:6.400.000,00; Dívidas de Nzundo Sakuaku: 205.000,00;
Dìvida a AngoMarte: 156.000,00; Letra nº 21, aceite de Nzundo Sakuaku: 180.000,00;
Letras nº 6, saque da AngoMarte: 120.000,00; Mobiliário diverso: 110.000,00;
Depósito a ordem no BCI: 780.000,00; Numerário: 42.500,00; Estado – I.Selo:
72.600,00; 1 Carrinha Toyota Hilux: 1.500.000,00; Despesas de constituição:
120.000,00; Iva – Reembolso: 280.000,00; Investigação e Desenvolvimento:
500.000,00; IVA a Liquidar: 200.000,00; Crédito Fiscal sobre o Estado: 100.000,00;
Trespasses: 800.000,00; Terreno: 1.049.000,00.

Trabalho:

1. Calcular o valor da quota de cada sócio.


2. Identifique os Bens, Direitos e Obrigações e os seus respectivos valores.
3. Calcular o Valor do Património (VP).

21
EXERCÍCIO N.º 001

A Empresa Sakuaku Lda., é uma empresa de direito angolano, classificada como sendo
uma sociedade por quotas, constituída em 15 de Novembro de 2014, no Cartório
Notarial de Luanda. Tem a sua sede na Província de Luanda, Município de Belas, Bairro
Morro Bento. Está registada nas Finanças sob o número 540100201 e no Instituto
Nacional de Segurança Social com o nº LD1234567890. A sociedade tem por objecto o
exercício da actividade de Comércio Geral a Retalho e Prestação de Serviços. Está
enquadrada no Regime Geral em sede de IVA.

A Sociedade é constituída por 4 sócios, a saber: Nzundu Sakuaku 40%; Israel


Abias 27%; Ester Tchitoko 20% e Kaposa Matondo o restante. O capital social é de
11.110.500,20 subscrito e realizado pelos sócios.
A respectiva Sociedade apresentava em 1.07.2018 os seguintes elementos
patrimoniais:
Empréstimo contraído: 3.000.000,00 (2/3 para Bfa a longo prazo e o restante a curto
prazo pelo BIC)
Depósitos a ordem em bancos: 2.680.000,00 (25% Bfa; 35% no Bic; 23,5% no Sol e o
restante no BCI).
Crédito sobre o cliente ABC Lda............550.000,00
Estado - Iva Dedutível..146.000,00; Estado - Iva Liquidado..180.000,00; Estado – I.
sobre Lucros a pagar.....240.000,00; Imposto de Selo: 200.000,00; Imposto Predial:
150.000,00; IAC; 75.000,00; Segurança Social: 75.000,00
2 Secretárias:243.500,00; 1 Edificio comercial: 1.500.000,00; 1 Toyota Hiace
(quadradinho): 900.000,00; 2 Computadores de mesa: 180.000,00 cada; 3 Tv Plasma:
530.000,00; software de facturação: 196.501,20; 1 Frigobar Simples: 28.350,00; 8
Cadeiras para os escritórios: 128.000,00 cada; Máquina calculadora comercial (canon):
17.500,00; 1 Terreno no Zango 3: 1.200.000,00; 1 viatura do director. 850.000,00; 1
carrinha para transportar produtos: 1.000.000,00.
Mercadorias no valor de 4.240.000,00 dos quais: 40 Sacos de fuba de milho: 30%; 10
Caixas de óleo: 7%; 30 Sacos de arroz: 20%; 40 caixas de massa: 18%; 20 caixas de
sabão: 15%; 15 caixas de leite moça: 10%
Saque do Fornecedor AngoMarte: 200.000,00
Nosso Aceite do Fornecedor ENSA relativo ao seguro: 100.000,00
Factura da Shoprite: 350.000,00; Factura-recibo da AngoMarte: 250.000,00
Recibo para Blaise Kaposa: 100.000,00; Dívida do Cliente Tchaty: 64.000,00
Débito à Tchaty: 100.000,00; Crédito do Restaurante Comer é bom: 140.000,00
Venda a Dinheiro sobre Lukoki Banza Comercial Lda: 300.000,00
Caixa: 220.000,00; Foram emitidas as seguintes Facturas:
Factura nº 001 da Ende: 47.610,00; Factura nº 002 da Epal: 29.350,00; Factura nº 003
da NCR: 252.391.

Trabalho:
1. Identifique os Bens, Direitos e Obrigações e os seus respectivos valores.
22
2. Calcular o valor do Património.

2.2.3 Factos Patrimoniais.

O património de uma empresa não se mantém estático ao longo dos tempos.


Pelo contrário, está sujeito a uma contínua transformação. Esta transformação pode
ser motivada por duas espécies de acontecimentos: os normais ou voluntários que
resultam das operações efectuadas, voluntariamente, pela empresa e, acontecimentos
extraordinários ou involuntários, que são independentes da sua vontade. No primeiro
caso, pagamentos, vendas, saques, aceites, recebimentos, etc.; no segundo caso,
apontam-se os incêndios, os roubos, as quebras, etc. Tanto uma como outras
constituem factos patrimoniais.
Podemos dizer que factos patrimonais aparecem associados a tudo aquilo que
implique variações no património. E a observação, classificação, registo e controlo
destes factos patrimoniais e que constitui o trabalho contabilístico.
Os factos patrimoniais classificam-se em 2 (dois) tipos:
1. Factos Patrimoniais Permutativos (FPP).
2. Factos Patrimoniais Modificativos (FPM).
Um facto diz-se permutativo, quando provoca uma alteração na composição do
património, mas não no seu valor.
Estes não implicam alteração no capital próprio (situação líquida), são os mais
frequentes na vida da empresa e relacionam-se as: compra de mercadorias;
pagamentos de uma dívida; aquisição de um edificio; um saque sobre um cliente, etc.
Um facto diz-se modificativo, quando implica, além da alteração ou variação na
composição, uma alteração no valor do património. Estes factos implicam alteração na
situação líquida ou capital próprio (Valor do Património). Estarão neste caso todas as
operações qu originem lucro ou um prejuízo para a empresa.
Exemplos de FPM, podem ser vendas de mercadorias com lucro.

23
Elementos Patrimoniais Valores Bens Direitos Obrigações Activo Passivo
Empréstimo contraído BFA (MLP) 2.000.000,00 2.000.000,00
Empréstimo contraído BIC (CP) 3.000.000,00 1.000.000,00 1.000.000,00
Depósitos a ordem 2.680.000,00
 Banco BFA (25%) 670.000,00 670.000,00 670.000,00
 Banco BIC (35%) 938.000,00 938.000,00 938.000,00
 Banco SOL (23,5%) 629.800,00 629.800,00 629.800,00
 Banco BCI (16,5%) 442.200,00 442.200,00 442.200,00
Crédito sobre Cliente ABC Lda 550.000,00 550.000,00 550.000,00
Estado 1.066.000,00
 Estado – IVA Dedutível 146.000,00 146.000,00 146.000,00
 Estado – IVA Liquidado 180.000,00 180.000,00 180.000,00
 Estado – ISL a pagar 240.000,00 240.000,00 240.000,00
 Estado – Imposto de Selo 200.000,00 200.000,00 200.000,00
 Estado – Imposto Predial 150.000,00 150.000,00 150.000,00
 Estado – IAC 75.000,00 75.000,00 75.000,00
 Estado – Segurança Social 75.000,00 75.000,00 75.000,00
2 Secretárias 243.500,00 243.500,00 243.500,00
1 Edificio comercial 1.500.000,00 1.500.000,00 1.500.000,00
1 Toyota Hiace (Quadradinho) 900.000,00 900.000,00 900.000,00
2 Computadores de Mesa 180.000,00/1 360.000,00 360.000,00 360.000,00
3 Tv Plasma 530.000,00 530.000,00 530.000,00
Software de facturação 196.501,20 196.501,20 196.501,20
1 Frigobar simples 28.350,00 28.350,00 28.350,00
8 Cadeiras para escritório 128.000,00/1 1.024.000,00 1.024.000,00 1.024.000,00
Máquina calculadora comercial (cannon) 17.500,00 17.500,00 17.500,00
1 Terreno no Zango 3 1.200.000,00 1.200.000,00 1.200.000,00
1 Viatura do Director 850.000,00 850.000,00 850.000,00
1 Carrinha para transportar produtos 1.000.000,00 1.000.000,00 1.000.000,00
Mercadorias 4.240.000,00

24
EMPRESA SAKUAKU LDA (EXERCÍCIO N.º 001) – 1.07.2020
 40 Sacos de fuba de milho (30%) “MAPA DOS ELEMENTOS
1.272.000,00 1.272.000,00 PATRIMONIAIS” 1.272.000,00

Elementos Patrimoniais Valores Bens Direitos Obrigações Activo Passivo


 10 Caixas de óleo (7%) 296.800,00 296.800,00 296.800,00
 30 Sacos de arroz (20%) 848.000,00 848.000,00 848.000,00
 40 Caixas de massa alimentar (18%) 763.200,00 763.200,00 763.200,00
 20 Caixas de sabão (15%) 636.000,00 636.000,00 636.000,00
 15 Caixas de leite moça (10%) 424.000,00 424.000,00 424.000,00
Saque do Fornecedor AngoMarte 200.000,00 200.000,00 200.000,00
Nosso Aceite ao Fornecedor ENSA 100.000,00 100.000,00 100.000,00
Factura-Recibo da AngoMarte 250.000,00 250.000,00 250.000,00
Recibo para Blaise Kaposa 100.000,00 100.000,00 100.000,00
Dívida do Cliente Tchaty 64.000,00 64.000,00 64.000,00
Débito á Tchaty 100.000,00 100.000,00 100.000,00
Crédito do Restaurante comer é bom 140.000,00 140.000,00 140.000,00
Venda a Dinheiro sobre Lukoki Banza Comercial 300.000,00 300.000,00 300.000,00
Caixa 220.000,00 220.000,00 220.000,00
Facturas n. 001 emitidas da Ende 47.610,00 47.610,00 47.610,00
Facturas n.002 emitidas da EPAL 29.350,00 29.350,00 29.350,00
Facturas n.003 emitidas da NCR 252.391,00 252.391,00 252.391,00
TOTAL 21.539.202,20 12.309.851,20 3.840.000,00 5.039.351,00 16.085.851,20 5.453.351,00
Valor do Património (VP) = Bens + Direitos – Obrigações
VP = (B + D) – O
VP = (12.309.851,20 + 3.840.000,00) – 5.039.351,00
VP = 16.149.851,20 – 5.039.351,00
VP = 11.110.500,20

25
Elementos Patrimoniais Valores
EMPRESA SAKUAKU LDA Bens Direitos
(EXERCÍCIO N.º Obrigações
001) – 1.03.2018 Activo Passivo
Dinheiro em Caixa 250.000,00 250.000,00 250.000,00
“MAPA DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS”
Dívida do Cliente ZW, Lda 150.000,00 150.000,00 150.000,00
Dívida ao Fornecedor XPTO, Lda 300.000,00 300.000,00 300.000,00
Depósito a ordem no BFA 500.000,00 500.000,00 500.000,00
Depósito a ordem no BCI 780.000,00 780.000,00 780.000,00
Numerário 42.500,00 42.500,00 42.500,00
Depósito a Prazo no BFA 1.500.000,00 1.500.000,00 1.500.000,00
Edifício 800.000,00 800.000,00 800.000,00
Terreno 1.049.000,00 1.049.000,00 1.049.000,00
Equipamento informático 300.000,00 300.000,00 300.000,00
Máquina registadora 50.000,00 50.000,00 50.000,00
Balcões 900.000,00 900.000,00 900.000,00
Mobiliário diverso 110.000,00 110.000,00 110.000,00
1 Carrinha Toyota Hilux 1.500.000,00 1.500.000,00 1.500.000,00
Despesas de Constituição 120.000,00 120.000,00 120.000,00
Investigação e Desenvolvimento (I & D) 500.000,00 500.000,00 500.000,00
Trespasses 800.000,00 800.000,00 800.000,00
Mercadorias A 600.000,00 600.000,00 600.000,00
Mercadoria B 3.750.000,00 3.750.000,00 3.750.000,00
Mercadoria C 6.400.000,00 6.400.000,00 6.400.000,00
Estado – Imposto de Selo 72.600,00
Segurança Social 100.000,00 100.000,00 100.000,00
Empréstimo Bancário Contraído MLP BFA (65%) 1.105.000,00 1.105.000,00
Empréstimo Bancário Contraído CP BAI (35%) 1.700.000,00 595.000,00 595.000,00
Dívidas de Nzundo Sakuako 205.000,00 205.000,00 205.000,00
Dívida a AngoMarte 156.000,00 156.000,00 156.000,00
Aceite de nzundo Sakuaku 180.000,00 180.000,00 180.000,00

26
Letras nº 6, saque da AngoMarte 120.000,00 120.000,00 120.000,00
IVA - Reembolso 280.000,00 280.000,00 280.000,00
IVA a Liquidar 200.000,00 200.000,00 200.000,00
Crédito Fiscal sobre o Estado 100.000,00 100.000,00 100.000,00
TOTAL 23.442.500,00 17.129.000,00 3.737.500,00 2.648.600,00 20.866.500,00 2.576.000,00

27
Valor do Património (VP) = Bens + Direitos – Obrigações
VP = (B + D) – O
VP = (17.129.000,00 + 3.737.500,00) – 2.648.600,00
VP = 20.866.500,00 – 2.648.600,00
VP = 18.217.900,00

1 Valor da quota de cada sócio.

A Sociedade é constituída por 4 sócios, a saber:


 Nzundu Sakuaku 40% ----------- 1.000.000,00*40% = 400.000,00
 Israel Abias 27% ------------------ 1.000.000,00*27% = 270.000,00
 Ester Tchitoko 20% -------------- 1.000.000,00*20% = 200.000,00
 Kaposa Matondo o restante –- 1.000.000,00*13% = 130.000,00
O capital social é de 1.000.000,00kz subscrito e realizado pelos sócios.

2.2.4 Massas Patrimoniais (MP)

As Massas Patrimoniais são conjuntos de elementos patrimoniais que têm a


mesma funcionalidade económica.
Há 3 (três) Massas Patrimoniais: Activo, Passivo e Capital Próprio.
As Massas Patrimoniais são constituídas pelo conjunto de bens, direitos e
obrigações de uma empresa.
Activo, de acordo o Plano Geral de Contabilidade (PGC), são recursos (bens e
direitos) controlados por uma entidade, como resultados de acontecimentos passados
e dos quais se espera que fluam para entidade benefícios económicos futuros.
O Activo divide-se em duas partes: Activo Fixo ou Activo Não Corrente (ANC) e
Activo Corrente (AC).
Activo Não Corrente (ANC), são os recursos controlados pela empresa que se
espera que permaneça na empresa por um período superior a um ano.
Exemplo: terrenos, edifícios, mobiliários, viaturas, softwares, alvará comercial,
despesas de constituição, investigação e desenvolvimento, trespasse, investimentos
financeiros, amortizações acumuladas, etc.
Estes não estão na empresa com o objectivo de serem vendido, mas sim de
auxiliarem na actividade operacional da empresa. O Activo Não Corrente também é
chamado de Activo Fixo ou Imobilizado que pode ser tangível (apalpáveis) e não
tangíveis (não apalpáveis).
Activo Corrente (AC), são os recursos controlados pela empresa que se espera
que permaneça na empresa por um período inferior a um ano.
Exemplos: Estado, caixa, bancos, clientes, contas a receber, impostos e deduzir
ou a recuperar, mercadorias, notas de crédito, notas de débito, facturas-recibos, venda
a dinheiro, adiantamentos de fornecedores, etc.
O Activo Corrente subdivide-se em Activo disponível (meios monetários),
Activo Permutável (Existências) e Activo Realizável (Terceiros).
Estes estão na empresa com o objectivo de serem vendido, porém, são
facilmente convertíveis em dinheiro por apresentarem um grau de liquidez maior.

28
Os elementos do Activo por concenção são registados no lado esquerdo do
balanço. O Activo representa investimento e compreende os bens e direitos.
Passivo, de acordo o PGC, são obrigações presente da entidade, provenientes
de acontecimentos passados, do pagamento, dos quais se espera que resultem em
exfluxos de recursos da empresa, incorporando benefícios económicos. Os
corresponde as obrigações, e estas podem ser: Passivos Não Correntes e Passivos
Correntes.
Passivo Não Corrente (PNC), também conhecido como exigível de longo prazo,
são os débitos ou dívidas que a empresa tem com terceiros e que são vencíveis num
prazo superior a um ano. Grau de exigíbilidade maior.
Exemplo: Empréstimos contraídos (obtidos) a Médio e Longo Prazo (MLP)
Passivo Corrente (PC), também conhecido como exigível de curto prazo, são os
débitos ou dívidas que a empresa tem com terceiros e que são vencíveis num prazo
inferior a um ano. Grau de exigibilidade menor.
Exemplo: Estado – impostos a pagar, fornecedores, adiantamento de clientes,
pessoal, notas de crédito, notas de débito, facturas-recibos, letras a pagar,
empréstimos obtidos inferior a um ano, etc.
O Passivo Não Corrente é considerado como de Financiamento e o Passivo
Corrente é considerado como débito de Funcionamento.
Capital Próprio (CP), de acordo o PGC, é o interesse residual no Activo depois
de deduzido o Passivo. O Capital Próprio corresponde ao Património Líquido, aumenta
com os lucros e diminui com os prejuízos.

Imob. Corpóreas Capital Social


Imob. Incorpóreas Reservas
Inv. Financeiros Resultado Transit. Capital Próprio
Imob. em Curso Resultado Líquido
Não Corrente
Amort. Acumuladas

Activo
Terceiros Não Corrente
Existências Passivo
Corrente Terceiros Terceiros Corrente
Meios Monetários

2.2.5 Classes Patrimoniais


As Massas Patrimoniais subdividem-se em Classes Patrimoniais e estas são
constituídas por contas. As Classes Patrimoniais elencadas pelo PGC são:
Class Classes Patrimoniais Aplicação na Empresa Aplicação nas Demonstrações Financeiras
e
0 Contas de Ordem Facultativa ------------------------------------------------------
1 Meios Fixos e Investimentos Obrigatória Balanço
2 Existências Obrigatória Balanço
3 Terceiros Obrigatória Balanço
4 Meios Monetários Obrigatória Balanço
5 Capital e Reservas Obrigatória Balanço
6 Proveitos e Ganhos por Natureza Obrigatória Demonstração de Resultados (DR)
7 Custos e Perdas por Natureza Obrigatória Demonstração de Resultados (DR)
8 Resultados Obrigatória D. de Resultados excepto (81 e 88)
9 Contabilidade Analítica Facultativa Balanço e Demonstração de Resultados
81 – Resultado Transitado/ 88 – Resultado Líquido do Exercício (RLE). Estas duas contas
entram no Balanço na classe 5 – Capital e Reservas.
29
EXEMPLO SOBRE O PATRIMÓNIO
A Empresa Sakuaku Lda., é uma empresa de direito angolano, classificada como sendo
uma sociedade por quotas, constituída em 15 de Novembro de 2014, no Cartório
Notarial de Luanda. Tem a sua sede na Província de Luanda, Município de Belas, Bairro
Morro Bento. Está registada nas Finanças sob o número 540100201 e no Instituto
Nacional de Segurança Social com o nº LD1234567890. A sociedade tem por objecto o
exercício da actividade de Comércio Geral a Retalho e Prestação de Serviços. Está
enquadrada no Regime Geral em sede de IVA.

A Sociedade é constituída por 4 sócios, a saber: Nzundu Sakuaku 40%; Israel Abias
27%; Ester Tchitoko 20% e Kaposa Matondo o restante. O capital social é de
1.000.000,00kz subscrito e realizado pelos sócios.

Em 01 de Março do Ano 2018, apresentava os seguintes elementos patrimoiniais:

Dinheiro em caixa: 250.000,00; Dívida do Cliente ZW, Lda: 150.000,00; dívida ao


Fornecedor XPTO, Lda: 300.000,00; Depósito a Ordem no Bfa: 500.000,00; Depósito À
Prazo no Bfa: 1.500.000,00; Edificio: 800.000,00; Equipamento Informático:
300.000,00; Mercadorias A: 600.000,00; Máquina registadora: 50.000,00; Segurança
Social: 100.000,00; Balcões: 900.000,00; Empréstimo Bancário Contraído: 1.700.000,00
(65% a longo prazo no Bfa e o restante a curto prazo no BAI); Mercadoria B:
3.750.000,00; Mercadoria C:6.400.000,00; Dívidas de Nzundo Sakuaku: 205.000,00;
Dìvida a AngoMarte: 156.000,00; Letra nº 21, aceite de Nzundo Sakuaku: 180.000,00;
Letras nº 6, saque da AngoMarte: 120.000,00; Mobiliário diverso: 110.000,00;
Depósito a ordem no BCI: 780.000,00; Numerário: 42.500,00; Estado – I.Selo:
72.600,00; 1 Carrinha Toyota Hilux: 1.500.000,00; Despesas de constituição:
120.000,00; Iva – Reembolso: 280.000,00; Investigação e Desenvolvimento:
500.000,00; IVA a Liquidar: 200.000,00; Crédito Fiscal sobre o Estado: 100.000,00;
Trespasses: 800.000,00; Terreno: 1.049.000,00.

Trabalho:
1. Classifique os elemento patrimoniais por classes.

Resolução

Classes do Activo Elementos Patrimoniais Valores


 Edifício 800.000,00
 Terreno 1.049.000,00
 Equipamento informático 300.000,00
 Máquina registadora 50.000,00
 Balcões 900.000,00
Classe 1 – Meios Fixos e Investimentos  Mobiliário diverso 110.000,00
 1 Carrinha Toyota Hilux 1.500.000,00
 Despesas de Constituição 120.000,00
 Investigação e Desenvolvimento (I & D) 500.000,00
 Trespasses 800.000,00

30
Classes do Activo Elementos Patrimoniais Valores
 Mercadorias A 600.000,00
Classe 2 – Existências  Mercadoria B 3.750.000,00
 Mercadoria C 6.400.000,00

Classes do Activo Elementos Patrimoniais Valores


 Dívidas de Nzundo Sakuako 205.000,00
 Aceite de nzundo Sakuaku 180.000,00
Classe 3 – Terceiros do Activo  IVA - Reembolso 280.000,00
 Crédito Fiscal sobre o Estado 100.000,00

Classes do Activo Elementos Patrimoniais Valores


 Depósito a ordem no BFA 500.000,00
 Depósito a ordem no BCI 780.000,00
Classe 4 – Meios Monetários  Numerário 42.500,00
 Depósito a Prazo no BFA 1.500.000,00
 Caixa 250.000,00

Classes do Passivo Elementos Patrimoniais Valores


 Dívida ao Fornecedor XPTO, Lda 300.000,00
 Segurança Social 100.000,00
 Empréstimo Bancário Contraído MLP BFA (65%) 1.105.000,00
Classe 3 – Terceiros do Passivo  Empréstimo Bancário Contraído CP BAI (35%) 595.000,00
 Dívida a AngoMarte 156.000,00
 Letras nº 6, saque da AngoMarte 120.000,00
 IVA a Liquidar 200.000,00

ATT. Considere o “EXERCÍCIO N.º 001” e classifique os elementos patrimoniais por


classes.

3 O INVENTÁRIO
3.1 Finalidade do Inventário
3.2 Classificação do Inventário
3.3 Fases do Inventário
3.4 Modelo de um Inventário
3.5 Importância de um Inventário

Se quisermos conhecer o património de uma entidade económica num dado momento


é necessário fazer-se o levantamento de todos os elementos, seus componentes
pecuniários, por meio de registos feitos em mapas, tabelas ou quadros, no qual figurarão
todas suas caracterísitcas, nomeadamente, as qualidades, quantidades referenciais e o
respectivo valor, isto é obtido através da contagem, medição, avaliação física, etc.
O inventário é um documento onde se regista o património efectivo de uma empresa,
num determinado momento. É um documento contabilístico que consiste numa relação (rol,
lista) dos elementos patrimoniais com indicação do seu valor. Organizar o inventário
consiste, pois, em analisar os elementos de um dado património, descrevê-los e etribuir-lhes
um valor.

31
3.1 Finalidade do Inventário
Toda empresa organizada contabilisticamente precisa saber qual o valor do capital a
ser aplicado no seu negócio, por isso,, elabora-se no início da sua actividade um inventário
geral (inventário inicial).
No final do exercício, elabora-se também o inventário geral (inventário anual)daodo
que a contabilidade geral regista continuamente os factos patrimoniais. O tal inventário é
pertinente par comparar saldos contabilísticos com as situações reais, e, assim se
efectuarem as necessárias rectificações.
Portanto, a finalidade do inventário é de saber qual é o capital que a empresa irá
aplicar no seu negócio e, conhecer os elementos patrimoniais de que a empresa dispõe, isto
é, o conjunto de bens, direitos e obrigações.

3.2 Classificação do Inventário


a) Quanto a sua extensão ou âmbito o inventário pode ser Geral ou Parcial.
Inventário Geral é aquele que apresenta os elementos patrimoniais de forma genérica,
isto é, engloba todos elementos patrimoniais de uma empresa.
Inventário Parcial é aquele que apresenta os elementos patrimoniais de uma empresa
de forma parcial, isto é, engloba apenas alguns elementos patrimoniais da empresa,
segundo a natureza física dos elementos patrimoniais. Neste caso, podemos citar um
inventário que apresente apenas os elementos patrimoniais ligados:
 A estrutura física da empresas (terrenos, edificios);
 Aos equipamentos fabris e administrativos;
 As matérias-primas e mercadorias;
 Aos meios de transportes;
 Aos recursos humanos da empresa;
 Aos clientes e fornecedores da empresa;
 Etc.

b) quanto ao momento da sua elaboração:


 Inicial – elaborado no início da uma actividade económica ou de cada exercício.
 Final – elaborado no final de cada exercício.
 Ordinário – elaborado no período de tempo definido por cada empresa.
 Extraordinário – elaborado em função de causas anormais ou por verificar ou
comprovar certas anomalias.

c) quanto a disposição dos elementos patrimoniais:


 simples, corrido ou empírico – quando os elementos patrimoniais aparecem
sem obedecer a qualquer ordem.
 Classificados, selectivos ou sistemático – os elementos patrimoniais aparecem
agrupados segundo classes, natureza ou função.

d) quanto a descrição:
 Analítico – quando os elementos patrimoniais aparecem bem detalhados,
especifica-se minuciosamente todos os elementos das diferentes classes de
valores.

32
 Sintético – quando os elementos patrimoniais aparecem resumidos.
3.3 Fases do Inventário
Na preparação e elaboração do inventário devemos considerar 3 (três) fases:
 Identificação – fase em que se verifica quais os elementos patrimoniais
existentes.
 Descrição e classificação – fase em que os elementos apresentados são
repartidos por classes a que dizem respeito.
 Valorização – acto de atribuição de um valor a cada elemento patrimonial.

3.4 Modelo/dispositivo de um Inventário


 Dispositivo vertical – quando primeiro indicamos o Activo e por baixo o
Passivo.
 Dispositivo horizontal – quando o Activo aparece ao lado esquerdo e o Passivo
do outro lado.

3.5 Importância de um Inventário


Este documento exerce uma grande importância na empresa, na medida em que:
 Fornece informações reais sobre os elementos patrimoniais de uma empresa,
num determinado momento.
 Permite determinar os desvios dos elementos patrimoniais.
 Facilita a planificação da utilidade dos elementos patrimoniais.
 Facilita a tomada de decisão sobre os elementos patrimoniais.

Dispositivo Vertical do Inventário – Classificado/Analítico (Parcial)


Descrição Quantidade Custo Unitário Valor Parcial
Classe 1 – Meios Fixos e Investimentos
Classe 2 - Existências
Classe 3- Terceiros Activo
Classe 4- Meios Monetários
Total do Activo
Classe 3 – Terceiros Passivo MLP
Classe 3 – Terceiros Passivos CP
Total do Passivo

Dispositivo Vertical do Inventário – Classificado/Analítico (Geral)


Descrição Quantidade Custo Unitário Valor

Activo

Total do Activo
Passivo

Total do Passivo

33
Dispositivo Vertical do Inventário – Classificado/Analítico (Parcial)
EXEMPLO SOBRE O PATRIMÓNIO (Empresa Sakuaku Lda)
Descrição Qtd Custo Unitário Valor Parcial/Subtotal
Activo        
Classe 1 - Meios Fixos e Investimentos        
 Terreno     1.049.000,00  
 Edificio     800.000,00  
 Balcões     900.000,00  
 Carrinha Toyota Hilux 1   1.500.000,00  
 Máquina registadora     50.000,00  
 Mobiliário Diverso     110.000,00  
 Equipamento informático     300.000,00  
 Trespasses     800.000,00  
 Investigação e Desenvolvimento     500.000,00  
 Despesas de constituição     120.000,00  
Subtotal     6.129.000,00 6.129.000,00
Classe 2 - Existências        
 Mercadoria A     600.000,00  
 Mercadoria B     3.750.000,00  
 Mercadoria C     6.400.000,00  
Subtotal     10.750.000,00 10.750.000,00
Classe 3 - Terceiro (Activo)        
 Dívida do Cliente ZW Lda     150.000,00  
 Dívida de Nzundu Sakuaku     205.000,00  
 Aceite de Nzundu Sakuaku     180.000,00  
 Iva reembolso     280.000,00  
 Crédito Fiscal sobre o Estado     100.000,00  
Subtotal     915.000,00 915.000,00
Classe 4 - Meios Monetários        
 Depósito á prazo - BFA     1.500.000,00  
 Depósito á ordem - BFA     500.000,00  
 Depósito á ordem - BCI     780.000,00  
 Numerário (caixa)     42.500,00  
 Dinheiro em caixa     250.000,00  
Subtotal     3.072.500,00 3.072.500,00
Total do Activo     20.866.500,00  
Passivo        
Classe 3 - Terceiros (Passivo)        
 Empréstimos bancários contraídos - BFA     1.105.000,00  
 Empréstimos bancários contraídos - BAI     595.000,00  
 Dívida ao Fornecedor XPTO Lda     300.000,00  
 Dívida a AngoMarte     156.000,00  
 Estado - Imposto de Selo     72.600,00  
 Segurança Social     100.000,00  
 Iva a liquidar     200.000,00  
 Letras nº6, saque da AngoMarte     156.000,00  
Subtotal     2.684.600,00 2.684.600,00
Total do Passivo     2.684.600,00  

34
Descrição Qtd Custo Unitário Valor Parcial/Subtotal
Activo        
Classe 1 - Meios Fixos e Investimentos        
 Terreno no Zango 3 1 1.200.000,00 1.200.000,00
 Edificio Comercial 1 1.500.000,00 1.500.000,00
 Frigobar simples 1 28.350,00 28.350,00
 Toyota Hiace (Quadradinho) 1 900.000,00 900.000,00
 Viatura do Director 1 850.000,00 850.000,00
 Carrinha para transportar produtos 1 1.000.000,00 1.000.000,00
 Secretárias 2 121.750,00 243.500,00
 Computadores de mesa 2 180.000,00 360.000,00
 Tv plasma 3 176.666,67 530.000,00
 Cadeiras para escritório 8 128.000,00 1.024.000,00
 Máquina calculadora comercial (cannon) 1 17.500,00 17.500,00
 Software de facturação 1 196.501,20 196.501,20
Subtotal 7.849.851,20 7.849.851,20
Classe 2 - Existências
 Sacos de fuba de milho 40 31.800,00 1.272.000,00
 Caixas de óleo 10 29.680,00 296.800,00
 Sacos de arroz 30 28.266,67 848.000,00
 Caixas de massa alimentar 40 19.080,00 763.200,00
 Caixas de sabão 20 31.800,00 636.000,00
 Caixas de leite moça 15 28.266,67 424.000,00
Subtotal 4.240.000,00 4.240.000,00
Classe 3 – Terceiros (Activo)
 Crédito sobre cliente ABC Lda 550.000,00
 Recibo para Blaise Kaposa 100.000,00
 Dívida do cliente Tchaty 64.000,00
 Venda a Dinheiro sobre Lukoki Banza Comercial 300.000,00
 Estado – Iva Dedutível 146.000,00
Subtotal 1.160.000,00 1.160.000,00
Classe 4 – Meios Monetários
 Banco - BFA 670.000,00
 Banco - BIC 938.000,00
 Banco - SOL 629.800,00
 Banco - BCI 442.200,00
 Caixa 220.000,00
Subtotal 2.900.000,00 2.900.000,00
Total do Activo 16.149.851,20 16.149.851,20
Passivo
Classe 3 - Terceiros (Passivo)
 Empréstimo contraído – BFA (MLP) 2.000.000,00
 Empréstimo contraído – BIC (CP) 1.000.000,00
 Factura-Recibo da AngoMarte 250.000,00
 Débito a Tchaty 100.000,00
 Crédito do restaurante comer é bom 140.000,00
 Estado – Iva Liquidado 180.000,00
 Estado – ISL a pagar 240.000,00
 Estado – Imposto de Selo 200.000,00
 Estado – Imposto Predial 150.000,00
 Estado - IAC 75.000,00

35
 Estado – Segurança Social 75.000,00
 Saque do Fornecedor AngoMarte 200.000,00
 Nosso Aceite ao Fornecedor ENSA 100.000,00
 Facturas nº001 emitidas da Ende 47.610,00
 Facturas nº002 emitidas da Epal 29.350,00
 Facturas nº003 emitidas da NCR 252.391,00
Subtotal 5.039.351,00 5.039.351,00
Total do Passivo 5.039.351,00
Empresa Sakuaku Lda (Exercício nº 001 – 1.07.2020)
Dispositivo Vertical do Inventário – Classificado/Analítico (Parcial)

4 BALANÇO
É demonstração contabilística destinada a evidenciar, quantitativamente e
qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira de uma
empresa (PGC).
O Balanço é um instrumento contabilístico, que exprime a situação financeira e
patrimonial da empresa. O Balanço é, constituído pelo Activo, Passivo e Capital
Próprio, visto que o Activos representam todos os Bens e Direitos da empresa
enquanto o Passivo representa o conjunto de Obrigações ou dívidas para sustentar o
Activo. O Capital próprio reflecte aquilo que pertence a empresa podendo dele servir
para auto financiar a empresa.
O Balanço é uma fotografia da situação de uma empresa em determinado
momento, reflecte aquilo que a empresa possui para o exercício da sua actividade,
composto por bens, direitos e obrigações. Estes elementos do património da empresa
estão organizados segundo as características comuns que possuem, sendo agrupados
em contas.
Um único balanço não pode explicar o que se passou antes da sua elaboração,
visto que não dá mais do que uma imagem estática da situação financeira da empresa.
Para se poder medir o desempenho financeiro de uma empresa é necessário comparar
pelo menos dois balanços, um estabelecido no início e o outro no fim de um
determinado período de tempo. Num entanto, o balanço pode ser elaborado no fim de
um mês, trimestre, etc, atendendo determinadas situações.
A análise da situação financeira deve incluir não só o valor das rubricas, mas
também, a comparação do grau de liquidez dos elementos do Activo com o grau de
exigibilidade dos elementos do Passivo. A própria forma como o balanço se organiza
proporciona esta leitura financeira, visto que em cada um dos membros se listam as
rubricas por ordem crescente de liquidez ou exigibilidade. Significa isso que no topo
ficam os elementos financeiros menos líquidos ou mais dificilmente exigíveis (aqueles
que mais dificlmente se transformam em dinheiro), aumentando o nível de liquidezou
exigibilidade a medida que se desce ao balanço. Uma questão fundamental para a
empresa, nomeadamente ao nível da necessidade tesouraria, é a comparação entre

36
aquilo que a empresa pode vir a obter no espaço de um ano e aquilo que lhe é exigído
neste mesmo período.

Modelo de Balanço

Empresa....................................................................................................................................
Balanço.................................................................... Valores expressos em .............................
Exercícios
DESIGNAÇÃO Notas xxxx xxxx

ACTIVO

Activos não correntes


Imobilizações corpóreas 4
Imobilizações incorpóreas 5
Investimento em subsidiárias e associadas 6
Outros activos financeiros 7
Outros activos não correntes 9
Total do Activo não corrente

Activos correntes
Existências 8
Contas a receber 9
Disponibilidades 10
Outros activos correntes 11
Total do Activo corrente
Total do Activo

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital Próprio
Capital
Reservas 12
Resultados Transitados 13
Resultados do Exercício 14
Total do Capital Próprio
Passivo não corrente
Empréstimos de médio e longo prazos
Impostos diferidos 15
Provisões para pensões 16
Provisões para outros riscos e encargos 17
Outros passivos não correntes 18
Total do Passivo não corrente 19
Passivo corrente
Contas a pagar
Empréstimos de curto prazo 19
Parte cor. dos emprést. de médio e longo prazos 20
Outros passivos correntes 15
Total do Passivo corrente 21
Total do Passivo não corrente e corrente
Total do Capital Próprio e Passivo

37
Exercícios
DESIGNAÇÃO Notas 2019 2018

ACTIVO

Activos não correntes


Imobilizações corpóreas 4 7.653.350,00
Imobilizações incorpóreas 5 196.501,20
Investimento em subsidiárias e associadas 6
Outros activos financeiros 7
Outros activos não correntes 9
Total do Activo não corrente
7.849.851,20
Activos correntes
Existências 8 4.240.000,00
Contas a receber 9 1.160.000,00
Disponibilidades 10 2.900.000,00
Outros activos correntes 11
Total do Activo corrente
Total do Activo 8.300.000,00
16.149.851,20
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Capital Próprio
Capital
Reservas 12 11.110.500,20
Resultados Transitados 13
Resultados do Exercício 14
Total do Capital Próprio
Passivo não corrente 11.110.500,20
Empréstimos de médio e longo prazos
Impostos diferidos 15 2.000.000,00
Provisões para pensões 16
Provisões para outros riscos e encargos 17
Outros passivos não correntes 18
Total do Passivo não corrente 19
Passivo corrente
Contas a pagar 2.000.000,00
Empréstimos de curto prazo 19
Parte cor. dos emprést. de médio e longo prazos 2.039.351,00
20
Outros passivos correntes 1.000.000,00
15
Total do Passivo corrente 21
Total do Passivo não corrente e corrente
Total do Capital Próprio e Passivo 3.039.351,00
5.039.351,00
16.149.851,20
Empresa: Empresa Sakuaku Lda
Balanço: 1/01/2019 Valores expressos em
Kwanzas

38
Empresa: Empresa Sakuaku Lda
Balanço: 1/01/2019 Valores expressos em
Kwanzas
DESCRIÇÃO   DESCRIÇÃO  
ACTIVO CAPITAL PRÓRPIO E PASSIVO
CÓDIGO CÓDIGO
ACTIVO NÃO CORRENTE VALORES   VALORES
Classe 1 – M. F. e Investimentos Classe 5 - Capital
11 Imobilizações Corpóreas   51 Capital  
11.01 Terrenos e Recursos Naturais     Capital 11.110.500,20
11.01.01 Terreno no Zango 3 1.200.000,00   Total do Capital Próprio 11.110.500,20
11.02 Edifícios e outras construções     PASSIVO NÃO CORRENTE  
11.02.01.0
1 Edificio Comercial 1.500.000,00   Classe 3 - Terceiros  
11.03 Equipamento Básico   33 Empréstimos  
11.03.01.0
1 Frigobar Simples 28.350,00 33.01.01.01 Empréstimo contraído BFA 2.000.000,00
11.04 Equip. de Carga e Transporte     Subtotal 2.000.000,00
11.04.01 Toyota Hiace (Quadradinho) 900.000,00   PASSIVO CORRENTE  
11.04.02 Viatura do Director 850.000,00   Classe 3 - Terceiros  
11.04.03 Carrinha para transp. produtos 1.000.000,00 32 Fornecedores  
11.05 Equipamento Administrativo   32.01.02.01 Factura Recibo da AngoMarte 250.000,00
11.05.01 Secretárias 243.500,00 32.01.02.02 Débito á Tchaty 100.000,00
11.05.02 Computadores de Mesa 360.000,00 32.01.02.03 Crédito do Restaurante Comer é bom 140.000,00
11.05.03 Tv Plasma 530.000,00 32..02.02.01.01 Saque do Fornecedor AngoMarte 200.000,00
11.05.04 Cadeiras para Escritório 1.024.000,00 32..02.02.01.02 Nosso Aceite ao Fornecedor ENSA 100.000,00
11.05.05 Máquina calculadora (cannon) 17.500,00 33 Empréstimo contraído  
  Subtotal Imobilizações Corpóreas 7.653.350,00 33.01.01.02 Empréstimo contraído BIC 1.000.000,00
12 Imobilizações Incorpóreas   34 Estado  
12.02 Desp de Invest e Desenvolvimento   34.01.01 Estado - Imposto sobre Lucros 240.000,00
12.02.01 Software de facturação 196.501,20 34.09.01 Estado - Imposto de Selo 200.000,00
  Subtotal Imob. Incorpóreas 196.501,20 34.09.02 Estado - Imposto Predial 150.000,00
  Total do ANC 7.849.851,20 34.09.03 Estado – Imposto s/ Ap. De Capitais 75.000,00
  ACTIVO CORRENTE   34.09.04 Estado - Segurança Social 75.000,00
  Classe 2 - Existências   34.05.03.01 Estado - IVA Liquidado 180.000,00
26 Mercadorias   37 Outros Valores a Pagar (OVP)  
26.01.01 Sacos de fuba de Milho 1.272.000,00 37.01.01 Factura nº 003 emitida da NCR 252.391,00
26.01.02 Caixas de óleo 296.800,00 37.05.03 Factura n.º 001 emitada da Ende 47.610,00
26.01.03 Sacos de arroz 848.000,00 37.05.04 Factura n.º 001 emitada da Epal 29.350,00
26.01.04 Caixas de massa alimentar 763.200,00   Subtotal 3.039.351,00
26.01.05 Caixas de sabão 636.000,00   Subtotal do Passivo Corrente 3.039.351,00
26.01.06 Caixas de leite moça 424.000,00   Total do Passivo 5.039.351,00
  Subtotal 4.240.000,00  
  Classe 3 - Terceiros  
31 Clientes  
31.01.02.0
1 Crédito s/ cliente ABC Lda 550.000,00
31.01.02.0
2 Recibo p/ Blaise Kaposa 100.000,00
31.01.02.0
3 Dívida do cliente Tchaty 64.000,00
31.01.02.0
4 VD s/ Lukoki Banza Comercial 300.000,00
34.05.02 Estado - Iva Dedutível 146.000,00
  Subtotal 1.160.000,00
  Classe 4 - meios Monetários  

39
43 Depósito a Ordem  
43.01.01 Banco BFA 670.000,00
43.01.02 Banco BIC 938.000,00
43.01.03 Banco SOL 629.800,00
43.01.04 Banco BCI 442.200,00
45.01.01 Caixa 220.000,00
  Subtotal 2.900.000,00
  Total do Activo corrente 8.300.000,00
  Total do Activo 16.149.851,20   Total do Capital Próprio e Passivo 16.149.851,20

5 A CONTA
É um conjunto de elementos patrimoniais expressos em unidades de valor. A conta
constitui a base de toda a escrituração, dado que é apartir dela que se desenvolve
todo o trabalho contabilístico. Como tal, a conta deve obedecer a requisitos próprios
para que o trabalho se processe com fundamento e regularidade.
5.1 Características da Conta.

 Compreensão – nome da conta ou título (caixa, depósitos à ordem, edifícios,


mercadorias...). Isto é, as contas devem ter um título ou nome.
 Extensão – valor, o valor representa a qualidad, expressa em unidades
monetárias contida na conta no momento em que se analisa.

5.2 Requisitos da Conta

Homogeneidade – todos os elementos patrimoniais que compõem a conta têm


de ter esta característica, isto é, uma conta só deve conter os elementos patrimoniais
que obedeçam a característica comum que ela define. Assim, a dívida de um cliente a
empresa, jamais poderá ser registada numa conta que não indique uma dívida a
receber. Outro exemplo pode ser a conta depósito à ordem (conta 43 no PGC),
destina-se a registar os meios de pagamento existentes em contas a vista nas
instituições de crédito.
Integralidade – todos os elementos patrimoniais que obedecere a conta, têm
de pertencerem a mesma. Deste modo, as viaturas com matriculas LD-11-11-XX e LD-
12-12-YY respectivamente, pertencem a conta viaturas, da classe 1 – Meios Fixos e
Investimentos no PGC. Um outro exemplo a vista pode pode ser das mercadorias,
nesta conta devem ser consideradas todos tipos de mercadorias transaccionadas pela
empresa, assim como as suas variações.
Clssificativa – permite a escrituração mercantil.
Histórica, permite comparações entre o passado e o presente.
Numérica, tem expressão numerica – saldos.
Prospectiva – permite fazer provisões.

5.3 – Classificação da Conta

 Contas simples ou elementares – as que agrupam elementos com


características muito comuns e, portanto, não comportam maior divisão;
40
Contas complexas - colectivas ou gerais, as que agrupam contas simples ou
elementares ou nelas se subdividem.
As contas que são subdivisões de outras chamam-se subcontas ou contas
divisionárias.
Assim as contas, as contas dizem-se do 1º, 2º, 3º... graus conforme sejam
subdivisões de outras ou, inversamente, integração delas.

Contas Colectivas Contas Divisionárias


1º Grau 2º Grau 3º Grau 4º Grau
Banco BFA – MN (43.01.01) Banco BFA – MN (Luanda)
Depóstio à ordem (43) Banco BFA – ME (43.02.01) Banco BFA – MN (Huíla)
Banco BIC
Clientes (31) Clientes – Correntes (31.01) Não Grupo (31.01.02) Nacionais (31.01.02.01)
Imobilizações Corpóreas (11) Equip. de Carga e Transp. (11.04) Viatura (11.04.01) Pessoal (11.04.01.01)
Out. Custos e Perd. Oper. (75) Fornec. Serv. Terceiros (75.2) Honor. e Av. (75.02.34) Serv. de Limpeza (75.02.34.01)
As contas do 1º grau têm dois dígitos e são contas principais (43 Depósito a
ordem). As contas do 2º grau têm 3 dígitos e são subcontas ou contas divisionárias. As
contas do 4º grau têm 3 dígitos.
Ex. a conta 11.04.01.01 significa o seguinte:
 O 1º dígito 1 indica que pertence a classe 1 – Meios Fixos e Investimentos.
 O 2º dígito 1 indica que a conta principal é – Imobilzações corpóreas.
 O 3º dígito 4 indica que se trata de um equipamento de carga e transporte.
 O 4º dígito 1 indica que se trata de um veículo.
 O 5º dígito 1 indica que o veículo é para o transporte do pessoal.

5.4 Elementos da Conta

 Título – é o nome da conta.


 Data – é a marcação do tempo em que ocorreu (dia, mês e ano).
 Histórico – é a narração do facto ocorrido.
 Débito – é o estado de dívida da conta e é representada pela aberviatura D.
 Crédito – é o estado de haver da conta e é representada pela abreviatura C.
 Saldo – é a diferença entre débito e crédito.

5.5 Representação Gráfica de uma Conta


A conta é representada normalmente em forma de “T”. Sobre o traço
horizontal indica-se o título da conta. O lado esquerdo é desigando de débito e o lado
direito de crédito ou haver.

Débito Título da Conta Crédito

41
Os valores registados no débito denominam-se Débitos e os registados no
crédito, denominam-se Créditos.
Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do Débito;
Creditar uma conta dignifica inscrever uma certa quantia no lado do Crédito;
Abrir uma conta, significa iniciar a sua escrituração;
Reabrir uma conta, significa reiniciar a sua escrituração quando ela se acha
encerrada, por não apresentar saldo ou inscrever o saldo na coluna dos débitos, se na
conta fechada (encerrada) o saldo for devedor; ou inscrever o saldo na coluna dos
créditos se na conta fechada (encerrada) o saldo for credor;
Conferir ou verificar uma conta, significa examinar a sua exactidão;
Transferir uma conta, significa levar o seu saldo a débito ou a crédito de outra
conta.
Na comparação entre o débito e o crédito de uma conta podem verificar-se 3
(três) situações, nomeadamente:
 Débito maior que Crédito (D>C) implica que o Saldo da conta é Devedor (Sd)
 Débito igual ao Crédito (D=C) implica que o Saldo da conta é Nulo (0)
 Débito inferior ao Credito (D<C) implica que o Saldo da conta é Credor (Sc)
Uma vez determinado o saldo, este é adicionado ao lado cuja soma for de menor
valor, obtendo-se assim uma igualdade entre os dois lados da conta.
Atendendo as 3 (três) hipóteses consideradas anteriormente teremos:
 D > C .............. Sd donde D = C + Sd
 D = C ...............S0 donde D = C
 D < C .............. Sc donde D + Sc = C
Uma conta sem saldo diz-se saldada. Fechar uma conta (Fecho de Conta),
consiste em somar os valores da coluna dos débitos e dos créditos e, depois saldar
previamente , sublinhando com 2 (dois) traços cada soma.

5.6 Regras de Movimentação de Contas

Regras de Movimentação de Contas


 Debitam-se pelos aumentos
Contas do Activo  Creditam-se pelas diminuições
 Debitam-se pelas diminuições
Contas do Passivo  Creditam-se pelos aumentos
 Debitam-se pelas diminuições
Contas do Capital Próprio  Creditam-se pelos aumentos
 Debitam-se pelos aumentos
Contas de Gestão (Custos e Perdas)  Creditam-se pelas diminuições
 Debitam-se pelas diminuições
Contas de Gestão (Proveitos ou  Creditam-se pelos aumentos
Ganhos)
 Debitam-se pela transf. dos custos
Contas de Resultados  Creditam-se pelas transf. dos proveitos

5.7 Contas do Balanço e Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)

As contas do Balanço são aquelas que permitem num dado momento conhecer a
situação patrimonial da empresa e identificar os resultados num dado período.
42
Classe Meios Fixos e Investimentos Activo
1
Contas de Classe Existências Activo
Balanço 2
Classe Terceiros Activo e Passivo
3
Classe Meios Monetários Activo
4
Classe Capital e Reservas Capital Próprio
5
Classe Resultados transitados (RT) Capital Próprio
8
Classe Resutlados Líquidos do Exercício (RLE) Capital Próprio
8

Para melhor domínio e conhecimento das contas recomendamos aos


participantes da formação a consultarem regularmente o Plano Geral de Contabilidade
(PGC).
A Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) segundo o PGC é uma
demonstração contabilística destinada a evidenciar a composição do resultado num
determinado período de operações de uma entidade.
As contas que fazem parte da DRE são as Contas de Gestão (Classe 6 e Classe
7).

5.7.1 Contas de Gestão.

As contas que registam aumentos definitivos no património da empresa damos o


nome de contas de proveitos e ganhos por natureza, enquanto, as contas que registam
reduções definitivas no património da empresa denominamos de contas de custos e
perdas por natureza.
Portanto, as contas pertencentes as Classe 6 e 7, chamam-se contas de gestão.
Têm este nome porque reflectem um aspecto de gestão para a empresa e obedecem
apenas ao respectivo exercício económico. Derivam das operações de gestão
decorrentes da empresa. As contas de gestão são reflectidas na DRE. O confronto
entre as contas de gestão origina a Conta de resultados.
Para melhor domínio e conhecimento das contas recomendamos aos
participantes da formação a consultarem regularmente o Plano Geral de Contabilidade
(PGC).

Modelo de Dmonstração de Resultado por Natureza.

Exercícios
DESIGNAÇÃO Notas XXXX XXXX

43
Vendas 22
Prestação de servíços 23
Outros proveitos operacionais 24
Variação nos produtos acabados e produtos em
vias de fabrico 25
Trabalhos para própria empresa 26
Total de Proveitos operacionais
Custos das mercadorias vendidas e das
matérias-primas e subsidiárias consumidas
27
Custo com o pessoal
28
Amortizações
29
Outros custos e perdas operacionais
30
Total de Custos operacionais
Resultados operacionais
Resultados Financeiros
31
Resultados de filiais e associadas
32
Resultados não operacionais
33
Resultados antes de impostos
Imposto sobre o rendimento
35
Resultados líquidos do exercício

5.8 Método de Registo Contabilístico


5.8.1 Método Digrafico

O Método Digráfico conhecido também como Método das Partidas Dobradas, foi
criado em 1494 pelo Frade Franscicano Luca Pacioli. Segundo este método, todo o
débito numa conta origina um crédito ou créditos noutras contas e vice-versa, isto é,
cada facto patrimonial determina um registo em duas ou mais contas, por forma a que
o valor de cada débito (ou débitos corresponda sempre um crédito ou créditos) de
igual valor.
Exemplo.
Registar, nas respectivas contas, obedecendo ao princípio das Partidas
Dobradas, as operações dos factos patrimoniais seguintes:
a) Compra a crédito de diversas mercadorias no valor de 10.000,00kz + iva de 14%
b) Pagamento ao fornecedor AngoMarte o valor de 30.000,00kz + iva de 5% pela
aquisição de 25kg de arroz;
c) Venda a prazo de 26 sacos de fuba de milho ao p.u de 9.700,00kz/cada + iva de
5% ao Cliente XY;
d) O Cliente XY paga 50% da sua dívida por cheque, 15% via caixa e o restante no
prazo de 60 dias.
No sistema das partidas dobradas:

44
Um débito (ou débitos) corresponde sempre a um crédito (ou créditos) de igual
valor;
a) a soma dos débitos é sempre igual a soma dos créditos;
b) a soma dos saldos devedores é igual a soma dos saldos credores;
A contabilidade de qualquer facto patrimonial obedece necessariamente a uma das
4 (quatro) fórmulas digráficas seguintes:
a) uma só conta devedora e uma só conta credora;
b) uma só conta devedora e várias contas credoras;
c) várias contas devedoras e uma só conta credora;
d) várias contas devedoras e várias contas credoras.

5.9 Lançamentos

O património de uma entidade, enquanto verificar variações não se manterá


constante, pelo que, como consequência da actividade da empresa tais variações
deverão ser registadas.
As variações motivadas pela actividade da empresa deverão ser registadas em
documentos, livros, etc. A escrituração comercial será, pois, o conjunto de documentos
e livros que registam a evolução patrimonial da qualquer empresa.
Chama-se lançamento ou assento, a anotação de qualquer facto patrimonial
nos livros de contabilidade.
Os factos patrimoniais verificados na contabilidade são registados em
documentos. Os documentos são pois a base de todo o registo contabilístico, sem os
quais mesmos não poderiam ser processados. Aliás, as empresas estão sujeitas a
sanções caso procedam ao registo de factos patrimoniais de forma incorrecta.
Entre os documentos que facilitem o registo dos factos factos patrimoniais
temos os da carácter interno, que são aqueles que se destinam exclusivamente ao uso
interno (folhas de caixa, notas de lançamento, etc) e os externos,os que provêm os se
destinam ao exterior (facturas, letras, recibos, notas de débito, talão de depósito,
cheques, etc.)

Os outros documentos importantes para os registos dos facotos patrimonais,


são:
1 Livros obrigatórios.
a) Livro de Inventário e Balanço;
b) O Diário;
c) O Razão;
d) O copiador de correspondência ou Comercial;
e) Os livros de Actas (só é obrigatório para as sociedades).
2 Livros facultativos.
a) Balncetes do razão geral;
b) Razões auxiliares ou de desenvolvimento do razão geral;
c) Diários auxiliares (caixa, compras, vendas, etc,)
d) Balancetes dos razões auxiliares.

5.9.1 Tipos de Lançamentos

Lançamento de Abertura – respeitam ao registo dos valores iniciais. Nas


empresas que usam software de gestão, exemplo SAC, PRIMAVERA, o lançamento é
45
feito no diário atribuindo ao documento um nº de lançamento interno, e, a partir
deste podemos obter automaticamente o razão e o balancete (sintético e anlítico), do
razão. O diário é especifico para cada operação. Tratando-se de clientes, usamos o
diário de clientes, fornecedores, usamos o diário de compras, etc.
Lançamentos Correntes – respeitam ao registo das operações realizadas e dos
acontecimentos ocorridos durante cada exercício económico.
Lançamento de estorno – visam rectificar as omissões, duplicações e erros
cometidos nos lançamentos efectuados.
Lançamento de regularização – visam rectificar o saldo das contas que não
correspondem a realidade; normalmente, efectuam-se no fim de cada exercício
económico antes de se proceder ao apuramento de resultados e a elaboração do
balanço final.
Lançamento de transferência ou de Apuramento de Resultados – visam
transferir os saldos das contasde proveitos e custos para as contas de resultados,
permitindo a posterior determinação dos resultados da empresa.
Lançamento de Encerramento ou Fecho – são efectuados depois do
apuramento de resultados e da elaboração do balanço e permitem fechar as contas
que apresentam saldos (devedores e credores).
Lançamento de Reabertura – registam, no início de cada exercício económico,
os valores iniciais das contas (saldos finais das contas no exercício anterior).

46

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