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A RENOVA ÇÃO DO PENSAMENTO CLÁSSICO

A renovação da escola clássica resultou sobretudo de 2 economistas professores na


universidade de Cambridge, Marshall e Keynes. Marshall recusou a visão tipicamente clássica
de que existem leis económicas imutáveis e por isso, válidas para todos os tempos. Sendo a
realidade económica uma realidade dinâmica em constante evolução, sendo assim, as leis
económicas têm que acompanhar
esta evolução. Há necessidades de permanentemente adaptar as teorias económicas às
constantes mutações da economia. A análise dos mercados estuda o processo de formação
dos preços do mercado, em resultado da oferta e da procura, introduz o elemento tempo, no
processo de formação dos preços, afirmando que se é verdade que o preço no mercado varia
em função da oferta e da procura, também é verdade que a influência de uma e de outra varia
consoante o momento temporal analisado, e daí analisou 3 períodos temporais distintos, o
período curto, o período médio e o período longo, e dessa analise resultaram duas conclusões,
a procura desempenha um papel preponderante nos períodos curtos e a oferta tem uma
função essencial nos períodos longos.
Marshall na sua teoria da produção, acrescenta uma novidade, acrescenta aos fatores de
produção, um quarto fator, o fator organização.
Surge na crise dos anos 30 nos EUA, e a sua principal obra "teoria geral do emprego do juro e
da moeda, publicada em 1936, o objetivo natural de qualquer país é o de procurar, alcançar, o
pleno emprego das forças produtivas, com vista a obter um maior rendimento possível.
Roosevelt, pôs em
prática um programa de intervenção económica conhecido por New Deal, que nas suas
grandes linhas se inspirou em Keynes, onde o aumento das despesas públicas para relançar o
investimento e a fixação do salário mínimo nacional para repor o poder de compra e
estimulando assim a procura.
Keynes foi professor em Cambridge, homem forte do pensamento económico parte de um
principio comum ao do Marxismo, as crises anteriores ao capitalismo, eram de subprodução,
no capitalismo, as crises económicas são de sobre produção, nos anos 30 havia muito
desemprego e a sua obra anuncia a era da macroeconomia moderna, passamos da
microeconomia para a macroeconomia, o
ajustamento económico verifica-se através do ajustamento da despesa às mudanças dos
rendimentos e não pelo ajustamento dos salários e preços flexíveis. Os preços, formulam
acordos salariais de longo prazo com uma duração de 3 anos. A sua tese fundamental traduz-
se na afirmação de que o capitalismo não estava condenado a desaparecer, apenas impunha
uma revisão profunda.
Segundo Keynes a teoria clássica seria válida apenas para uma sociedade onde se tivesse
atingido o pleno emprego, ao contrário de Jean Baptiste Say e Stuart Mill, para Keynes a
moeda constitui o fator central do processo económico, os clássicos estudaram o homem ou a
empresa como o centro de atividades económicas, em Keynes , torna-se necessário analisar os
movimentos económicos de todo o conjunto social, é uma visão macroeconómica.
EFICÁCIA MARGINAL DO CAPITAL

Esta eficácia exprime a relação entre a taxa de juro dos capitais e a reprodutividade dos
investimentos, se a taxa de juro ou de desconto for baixa, os comerciantes, os industriais
obterão dos investimentos realizados, créditos superiores aos juros que têm que pagar,
alcançando assim uma margem de lucro, se a taxa de juro for elevada, os empresários
conscientes dos riscos, de não conseguirem rendimentos que cubram os juros, pedem
expectativas de juros e acabaram por não realizar investimentos. Um ritmo satisfatório de
investimentos reclamaria taxas de juros reduzidas,
para Keynes, o aforro constitui uma consequência natural de certas situações económicas e
não contribui para o pleno emprego, existem duas tendências nas reações económicas, a
propensão para o consumo, e a preferência pela liquidez.
São 3 os motivos que levam à preferência pela liquidez, motivo transação para adquirir no
futuro bens, motivo precaução, a moeda é conservada para fazer face a necessidades
imprevistas, e motivo especulação, a moeda é conservada para fins especulativos. A propensão
para o consumo orienta os homens no sentido de adquirirem bens imediatamente aptos à
satisfação das suas necessidades, mas satisfeitas estas necessidades, os homens procuram
constituir uma reserva líquida, uma reserva monetária, destinada à obtenção de bens que
careçam no futuro. Desta preferência pela liquidez extraiu Keynes a sua teoria da moeda, a
moeda não é apenas um instrumento geral de trocas, mas também uma reserva líquida e
assim determina toda a atividade económica.

EFEITO MULTIPLICADOR KEYNESIANO

No modelo multiplicador Keynesiano um aumento do investimento privado provocará uma


expansão do produto e do emprego, uma diminuição do investimento provocará a sua
contração.
A taxa de juro influencia o investimento. O investimento é uma aposta no futuro. Se
porventura um aumento do investimento provocar um acréscimo ampliado ou multiplicado do
produto nacional bruto, o produto tem o nome de multiplicador. Multiplicador que é o
coeficiente numérico que indica a dimensão do aumento, verificado no produto em resposta a
cada aumento
unitário do investimento. Se um aumento do investimento de 100000€ provocar um acréscimo
de um rendimento de 300000 então o multiplicador será de 3. se o acréscimo do rendimento
for 400000 o multiplicador será de 4. Segundo Keynes o investimento público era o
instrumento capaz de aliviar os inconvenientes resultantes de uma diminuição drástica do
investimento privado. A taxa de juro depende do grau de preferência pela liquidez, em relação
com a quantidade de dinheiro disponível para satisfazer o desejo de liquidez, quanto maior for
a preferência pela liquidez mais elevado será o juro, quanto maior for a quantidade de
dinheiro menor será o juro. A taxa de juro é imprescindível na determinação de investimento
que por sua vez é a variante estratégica do volume de emprego. A política monetária revela-se
uma parte vital da política económica geral, a poupança restringindo o consumo não favorece
o investimento. É o consumo que incentiva o investimento. A poupança reduz a procura e
deprime a produção, o consumo abre novos horizontes à produção incentivando os
empresários a desenvolver as suas indústrias. Keynes determina o funcionamento do sistema
económico capitalista com o aumento de moeda em circulação. Quando economia se encontra
abaixo do pleno emprego levaria a um aumento do emprego e nunca dos preços.
DOUTRINAS CRISTÃS
FRÉDÉRIC LE PLAY

Estas doutrinas cristãs procuraram apresentar uma via intermédia entre o liberalismo e o
socialismo. Esta doutrina de reforma social tinha como ponto de partida duas grandes ideias:
1º a intervenção económica do estado é em regra ineficaz e sendo assim a ação dos homens
deve prevalecer no campo económico, afastando desde logo do socialismo; 2º o individualismo
económico defendido pelos liberais é ilusório pois o homem é um ser social e não um ser
isolado, que atua a pensar nos seus interesses próprios, o homem vive em sociedade integrado
em comunidades, a 1º e mais importante das quais é família, porque está ligado a ela por um
conjunto de deveres naturais e morais. Segundo este autor francês uma das principais causas
dos problemas sociais do Século. XIX está precisamente no enfraquecimento do conceito da
família. Estudou os diferentes tipos familiares, que sucederam ao longo dos séculos. Distinguiu
3 tipos de famílias:
Família patriarcal, em que a autoridade das famílias é absoluta e em que à data da sua morte
essa autoridade bem como o seu património é transferido em bloco para o filho primogénito.
Família tronco, é caracterizada pelo facto de o chefe da família ser livre de escolher qual dos
filhos vai herdar todo o património optando deste modo pelo mais capaz, não sendo
necessariamente o mais velho. Os outros filhos, após a sucessão, abandonarão a família
constituindo as suas próprias famílias e naturalmente os seus próprios patrimónios.
Família dispersa, seguindo os princípios da igualdade, em consequência da revolução
francesa implica que em cada geração o património familiar é dividido em tantas partes
quanto o número de herdeiros, a família perde sucessivamente geração após geração a sua
base económica, é este o modelo vigente no Século. XIX e a causa de todos os problemas.
Le Play defende a família tronco porque preserva a base económica da família não destruindo,
em cada geração que passa, aquilo que foi construído numa geração. Transmite como um todo
para a seguinte, estimula o espírito de iniciativa económica pois os filhos que nada recebem
são obrigados a formar os seus próprios patrimónios, que mais tarde deixarão em bloco ao seu
herdeiro mais competente, este modelo garante não só a estabilidade social, mas também um
progresso económico.

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