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EFICIÊNCIA DO SISTEMA DE EMBALAGEM


A embalagem é antes de mais nada um recipiente que contém o produto e
que deve permitir o seu transporte, distribuição e manuseio, protegendo-o contra
choques, vibrações e compressões que ocorrem em todo o circuito. O sistema de
embalagem deve também proteger o produto contra adulterações ou perdas de
integridade, acidentais ou provocadas através de sistemas de evidência de abertura
(selos, tampas com anel de ruptura, tampas com botão indicador de vácuo, etc.)
(BARÃO, 2011).
A embalagem da geléia de manga com pimenta e torradas apresenta-se
composta por três materiais distintos, sendo estes o papel cartão, polipropileno
biorentado (BOPP) presente nos saquinhos de torradas e o vidro correspondente ao
recipiente onde a geleia é envasada. Destes materiais, pode-se dizer que a
eficiência do sistema embalagem depende principalmente do vidro que é a
embalagem primária, por estar em contato direto com o produto principal, e em
segundo lugar o BOPP da embalagem das torradas. O papel cartão desempenha
um papel apenas estrutural correspondente a sua função de embalagem secundária,
o de comportar as embalagens primárias ´sendo responsável pela proteção físico-
mecânica durante a distribuição. A embalagem secundária é, muitas vezes, também
responsável pela comunicação, sendo o suporte da informação, principalmente nos
casos em que contém apenas uma embalagem primária (BARÃO, 2011).
O vidro é considerado como o material de maior inércia química para contato
com alimentos, isto é, que não cede substâncias e nem absorve compostos do
alimento. Os principais compostos extraídos para soluções aquosas são o sódio e o
potássio, que não têm efeitos significativos nas características organolépticas ou em
nível da segurança dos alimentos. A contaminação por chumbo ou por cádmio é
extremamente difícil de ocorrer nos alimentos, uma vez que estes metais raramente
entram na composição do vidro para contato alimentar. Isto, não é verdade para os
cristais que têm em sua composição estes metais pesados (JORGE, 2013).
Dentre as vantagens de se utilizar o vidro se destacam a retornabilidade, o
seu uso para o mesmo fim, por várias vezes; a reutilização ou uso da embalagem de
maneiras diferentes para as que foi fabricada; a total reciclabilidade, sem perda de
volume ou de propriedades do material; e a impermeabilidade. Além disso, é
higiênico, asséptico, prático, versátil e proporciona alta inércia química, ou seja, as
reações químicas levam muito tempo para acontecer, o que garante maior
preservação das características originais do conteúdo embalado. Suas
desvantagens são o custo, o peso e a fragilidade, pois qualquer arranhão, por mais
leve que seja, pode ocasionar redução na resistência, reduzindo seu valor à metade
(GUPTA, 1996)
Os recipientes de vidro recebem denominações específicas de acordo com
suas características formais. As mais utilizadas para produtos alimentícios são as
garrafas, potes e copos. Os potes são recipientes de qualquer formato com uma
boca larga, que facilita a retirada do produto em porções, pedaços ou unidades.
Devido a essa característica acondicionam produtos como doces de frutas em
pedaços, alimentos em conserva; maioneses, café solúvel e alimentos infantis
(papinhas) (CABRAL et al., 1984). Já os copos são recipientes com menor
capacidade de armazenamento que os potes, destinados a acondicionar alimentos
como geléias, requeijão e extrato de tomate. Os copos têm a vantagem de serem
reutilizados após o consumo do produto, no uso doméstico (CABRAL et al., 1984).
O uso do vidro em embalagens demanda alguns cuidados como garantia do
sistema de fechamento correto (para produtos que precisam de boa barreira aos
gases e vapor da agua) e pigmentação ou uso de filtro UV( KAREL E LUND,2003).

Falar do controle de qualidade do vidro

Para acondicionar as torradas foi utilizado o POLIPROPILENO BIORIENTADO


(BOPP)). Orientação de filmes se trata de um processo físico de orientação de
cadeias moleculares do polímero que permite a obtenção de filmes muito finos mas
com propriedades adequadas à conservação e ao manuseio, pois promove um
aumento na resistência à tração e na rigidez do material, melhoria na transparência,
brilho e lisura e, para polímeros cristalinos como o propileno, significativo efeito de
redução da permeabilidade de gases e ao vapor d’água, da ordem de 50%,
dependendo do grau de temperatura de orientação (SARANTÓPOULOS et al.,
2002).
 Determinação da distribuição de espessura

O ensaio consiste na medição eletrônica ou por contato, da espessura da parede da


garrafa em diferentes pontos desde o gargalo até ao fundo. A importância deste ensaio
está relacionada com a tendência para redução da espessura com vista a redução do
peso e consequentemente do vidro.
 Determinação do peso e capacidade volumétrica

O ensaio consiste na pesagem da garrafa vazia. É importante como medida de controle


do processo de produção para verificar o estado do equipamento, o processo de
fabricação, o cálculo da capacidade dos fornos, e corrigir eventuais desvios de
produção, sendo realizado pelo próprio operador da máquina por meio de balança A
determinação da capacidade volumétrica consiste em verificar o volume de água contido
na embalagem quando esta é cheia até um nível pré-determinado. É importante para a
garantia da quantidade de produto embalado.
 Caracterização dimensional

Este ensaio consiste na medição de todas as dimensões da embalagem, pré-


estabelecidas em normas técnicas. É de fundamental importância, principalmente para
um desempenho satisfatório na linha de enchimento e processamento das indústrias de
alimentos.
 Eficiência do fechamento

O fechamento do recipiente de vidro é uma das operações mais importante no processo


de embalagem. A manutenção de um fechamento hermético ao ar é uma exigência
absoluta para assegurar que produtos nutritivos e saudáveis cheguem ao consumidor.
Um dos métodos mais usados para verificar a hermeticidade consiste em colocar no
interior da embalagem, uma solução de AgNO3 a 0,5% e submete-la ao processamento
normal. Em seguida colocar em solução de NaCl e verificar a formação de precipitado
de AgCl, indicativo da não hermeticidade da embalagem.
 Determinação da resistência ao choque térmico

O ensaio consiste na determinação da resistência das garrafas a uma variação brusca


brusca de temperatura 105°C a 25°C. As embalagens são imersas num tanque de água
quente (120°C) durante cinco minutos e, em seguida, são transferida para um tanque de
água fria (60°C) por 30 segundos. É um método muito importante no controle da
qualidade de embalagens que vão ser sujeitas a enchimento a quente, pasteurização e
esterilização.

REFERENCIAS
CABRAL, Antonio Carlos Dantas et al. Apostila de embalagem para alimentos.
Campinas, 1984. 335 p.
GUPTA, P.K. Non-crystalline solids: glasses and amorphous solids. J. NonCryst.
Solids, v. 195, p. 158-164, 1996
JORGE,N “Apostila Embalagem para alimentos” Cultura Acadêmica-UNESP
Universidade Estadual Paulista São Paulo,2013.
BARÃO, M. Z - SBRT Sistema Brasileiro de respostas técnicas embalagens para
produtos alimentícios 2012

Mariana Zanon Barão

SARANTÓPOULOS, et al. Requisitos de Conservação de Alimentos. São Paulo: CETEA/ITAl, 2001, 215p.
SARANTÓPOULOS, et al. Embalagens Plásticas Flexíveis, CETEA/ITAL, 2002, 267p SARANTÓPOULOS,
et al. Embalagens Plásticas, CETEA/ITAl, 1989, 44p.

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