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Explode Geração!

O livro Explode geração tem como intuito analisar a situação do artista brasileiro na
década de 1980, onde uma safra de jovens artistas promissores batalhava por um
espaço em um Brasil que vivia momentos de tensão, violência, incertezas. E segundo
Pontual esses artistas emergentes podem ter sofrido grande influência por conta dos
fatos ocorridos nesse período, talvez possa ter construído e moldado uma identidade
específica para aqueles artistas de 80.

Pontual divide esse período da arte brasileira em dois blocos, o primeiro e são aqueles
artistas ligados às tendências neofigurativas e da nova objetividade brasileira que,
segundo Pontual, deixam os “recintos fechados”.
O segundo grupo teria sido formado quando o regime autoritário estava em seu auge, e
é nesse contexto que esses artistas retornam ao circuito para, ali protegidos, negar o
regime.

O crítico articula seu panorama da arte brasileira, entre 1968 e 1976, dividindo-o em
dois grupos. O primeiro, aquele agrupamento de artistas ligados às tendências
neofigurativas e da nova objetividade brasileira que, segundo Pontual, deixam os
“recintos fechados” – ou seja, o circuito da arte – para, junto com o “povo”, gritar contra
o regime militar, nas ruas. O segundo agrupamento, por sua vez, teria sido formado
quando, ao recrudescimento do regime autoritário, soma-se o “milagre” brasileiro.
Dentro desse contexto, esses novos artistas retornam ao circuito para, ali protegidos,
negar o regime.

No livro de Roberto Pontual percebemos que o autor nos apresenta alguns conceitos,
maneiras e estratégias montadas pelos artistas a fim de reforçar a força dessa nova
geração, que para ele poderiam ser aqueles que trariam um renovo para arte brasileira,
proporcionariam uma arte com identidade, uma arte legítima.
É verdade que o autor faz uma série de considerações pertinentes, e que sem sombra
de dúvidas nos faz refletir sobre aspectos vividos naquela década que com certeza
enriquece a história do artista brasileiro. Porém podemos notar que Pontual tem um
discurso muito subjetivo em alguns parágrafos, e vejo que ele está maravilhado com a
probabilidade de uma geração de artistas que poderiam ser como que salvadores da
arte brasileira, aqueles que colocariam o nome do artista brasileiro novamente com
prestígio no mundo artístico. Talvez pelo fato de ter morado na Europa mais
especificamente em Paris, onde encontrou uma arte em tempos frigidez criativa,
decadência, desmotivada.

Meu pensamento é que o crítico poderia ter certa ponderação ao tratar das visitas aos
ateliês e encontros com os artistas. O que dá entender, e o que fica bem explícito é que
Pontual está super empolgado com o retorno ao Brasil, onde teve uma grata surpresa
ao saber dessa bela safra de artistas, que se opunham ao poder.

Longe de mim criticar alguém que registrou aquela geração de tão de perto, e pode
vivenciar seu crescimento e compreender as dificuldades e pensamentos. É claro que
refletir sobre o livro trará outro aspecto sobre como, a história do artista brasileiro foi
marcada pela geração que proporcionou uma nova identidade que reflete até os dias
de hoje na arte do Brasil.

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