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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


FACULDADE INTEGRADA AVM

Software Livre na Administração Pública – A Difícil Quebra de um


Paradigma

Por: José Antonio Fernandes Alves

Orientador
Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM

Software Livre na Administração Pública – A Difícil Quebra de um


Paradigma

Apresentação de monografia à Universidade Candido


Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão Pública
Por: José Antonio Fernandes Alves
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AGRADECIMENTOS

Ao final deste trabalho, agradeço acima de


tudo a Deus, pela oportunidade, pela
inspiração na escolha do tema e pela energia
para seguir até o fim.
Agradeço muito à minha esposa Isa e ao
meu filho Rafael, pelo apoio e compreensão,
a meus pais pelo exemplo de vida e ao meu
orientador Marcelo Saldanha pelo incentivo e
pelas intervenções precisas.
Não posso deixar de agradecer àquele sem o
qual provavelmente este tema nem existiria,
e quem sabe permaneceríamos sem ao
menos poder sonhar com os ideais do
software livre: Richard Stallman, que há
quase 30 anos deu início à luta pela
liberdade de estudar, copiar, distribuir e
aperfeiçoar o código fonte de todo software
produzido.
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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a todos aqueles


profissionais que defendem os ideais do
Software Livre, a despeito do poderio econômico
dos que são contrários a esta forma de produção
e distribuição de software.
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RESUMO
Por vezes sentimos que aquilo que fazemos

não é senão uma gota de água no mar.

Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.

Madre Teresa de Calcutá

Nesta monografia, o texto evidencia como, no cenário atual, o software livre


deve ser considerado como alternativa ao software proprietário, e o gestor público
deve reconhecer esta mudança de paradigma, revendo seus critérios para o gasto
público com a manutenção ou investimento em software, tendo em conta os
princípios contidos no art. 37 da Constituição Federal.
O texto alerta para a transformação histórica que estamos vivendo, uma
transição das “sociedades industriais” para as “sociedades de informação”, a
denominada "Revolução Informacional Tecnológica", mas que talvez por fazer
parte desta história, muitos não tenham o distanciamento necessário para
perceber que nesse cenário a soberania e autonomia dos países dependem da
educação e da apropriação do conhecimento científico e tecnológico e não
simplesmente do uso passivo da tecnologia vendida por outros.
Neste sentido, o texto mostra que a filosofia do software livre estabelece um
novo paradigma perfeitamente adequado a esses novos conceitos, e que o
software proprietário está anacrônico e, numa visão de médio a longo prazos,
prejudicial ao desenvolvimento de quem dele permanecer dependente.
Nesta pesquisa, ficam confirmadas as dificuldades encontradas no
processo de migração para o software livre, e sugeridas medidas para que a
transição se dê de forma segura, consciente e minimizando os transtornos aos
usuários.
Finalmente, o texto ressalta os princípios constitucionais de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência que devem ser observados
pela administração pública direta e indireta de quaisquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
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METODOLOGIA
Como fontes de estudo para um embasamento histórico e conceitual, foram
consultados os livros:
1) BRANCO, Marcelo D'Elia. Software Livre na Administração Pública
Brasileira. 2004. Disponível: <url:http://www.softwarelivre.org/downloads/> Acesso:
01/05/2011.
2) vários autores. Software Livre Cultura Hacker e Ecossistema da
Colaboração. 2009. Disponível:<url:http://softwarelivre.org/livro/> Acesso:
03/05/2011.
3) SENGE,Peter. A Quinta Disciplina. Editora Qualitymark, 1995

Para a captação das mais recentes idéias e sugestões, foram analisados os


depoimentos e documentos de vários profissionais com experiência em Software
Livre, tais como:
- Depoimento do assessor de informática na prefeitura de Rio das Ostras,
quando o município se tornou referência nacional em adesão ao Software Livre.
- Depoimento do sócio da empresa cooperativa COLIVRE, especializada
em prestação de serviços, desenvolvimento de sistemas e cooperação, utilizando
software livre em todas as instâncias.
- "Adoção do Software Livre na Administração Pública: estudo de caso na
UFRN" (url:http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/1054.pdf)
- "O Impacto da Migração do Microsoft Office para o OpenOffice em uma
instituição de Ensino Superior do Sul de Minas"
(url:http://issuu.com/arlufla/docs/mono-edernascimento)
Como são idéias e conceitos bastante recentes, muitos ainda em
desenvolvimento, não haveria melhor fonte de consulta que a própria internet.
Dentre os sites consultados, particularmente referentes às políticas públicas
e orientações institucionais emanadas pelo governo federal, destacam-se:
• Software Livre no Governo do Brasil.<url:http://www.softwarelivre.gov.br>
• Governo Eletrônico.<url:http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-
projetos/software-livre>
• Inclusão Digital no Governo Federal.<url:http://www.inclusaodigital.gov.br>
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – Fundamentação Teórica 10

CAPÍTULO II – O Estado da Arte 17

CAPÍT ULO III – Algumas Iniciativas Bem Sucedidas 24

CAPÍTULO IV – Resistências à Implantação Identificadas 32

CAPÍTULO V – Proposta 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 41

WEBGRAFIA 42

ANEXOS 45

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 58
8

INTRODUÇÃO
Mais difícil do que convencer alguém

a aceitar novos conceitos

é convencer alguém

a se livrar dos velhos conceitos.

John Maynard Keynes

O tema desta monografia é a adoção dos padrões abertos como


prioridade na aquisição de software pela Administração Pública, em consonância
com o Governo Federal na busca pela eficiência, independência, domínio da
tecnologia, soberania e economia a médio e longo prazos.
A questão central consiste em: como modificar o padrão de
comportamento dos usuários de software proprietário (da Microsoft p/ ex.), para
entenderem os valores e a vantagens do software livre baseado no Linux?
O tema sugerido é muito oportuno e fundamental para todos os
governantes brasileiros, bem como para a população em geral, uma vez que o
mundo todo passa por uma transformação histórica desde o final do século XX,
que Corinto Meffe denominou "Revolução Informacional Tecnológica".
Reconhecendo essa revolução, o Governo Federal tem estabelecido
diretrizes que não deixam dúvida quanto ao seu posicionamento em relação à
migração para o software livre, como por exemplo:
i) Guia Livre, documento elaborado pelo Grupo de Trabalho Migração
para Software Livre, dirigido aos gerentes de Tecnologia da Informação de todo o
Governo Federal, além dos governos estaduais e municipais.
ii) Diretrizes do e-Gov Brasileiro, destacando-se: “O Software Livre é
um recurso estratégico para a implementação do Governo Eletrônico”.
iii) Instrução Normativa n° 1, de 17/01/2011, que dispõe sobre os
procedimentos para o desenvolvimento, a disponibilização e o uso do portal
Software Público Brasileiro.
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iv) Documento de Brasília, publicado no DOU em 19/11/2009, elaborado


para firmar um compromisso entre as organizações signatárias do protocolo, pela
utilização do formato ODF como padrão para o armazenamento de documentos
internos e para a troca entre as organizações.
Estas e outras diretrizes e ações realizadas pelo Governo Federal, não
podem ser ignoradas pelos outros níveis de governo.
Assim, esta monografia busca trazer esclarecimentos e informações
atualizadas para este tema tão recente, além de identificar algumas das
dificuldades e possíveis soluções para a adoção de software livre na
administração pública, modificando a cultura do usuário em relação ao uso de
software proprietário.
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CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Se eu tenho uma maçã e você tem uma maçã, e nós as trocarmos,
cada um continua com uma maçã.
Se eu tenho uma idéia e você tem uma idéia, e nós as trocarmos,
cada um fica com duas idéias."
George Bernard Shaw

1) CONCEITOS
È necessário esclarecer alguns conceitos básicos que permeiam todo o
trabalho, tais como software proprietário, software livre, software de código aberto,
software grátis, licenças de uso e copyleft.
Software proprietário, ou não livre, é aquele cuja cópia, redistribuição ou
modificação são em alguma medida restritos pelo seu criador ou distribuidor. A
expressão foi cunhada em oposição ao conceito de software livre. (Wikipédia)
No caso do software livre, o usuário recebe o direito de usá-lo, copiá-lo,
estudá-lo, modificá-lo e redistribuí-lo, sem limitação, com pequenas variações
conforme a licença de uso livre adotada.
De acordo com a definição da Free Software Foundation, para ser
considerado software livre, pressupõe-se que o usuário tenha simultaneamente
quatro tipos de liberdade:
• A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito
• A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para
as suas necessidades. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta
liberdade.
• A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao
seu próximo.
• A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus
aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao
código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
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O conceito de software de código aberto surgiu para tentar minimizar a


resistência dos usuários ao software livre, quando em 1998 um grupo de pessoas
e empresas ligadas ao movimento de software livre decidiu criar a Open Source
Initiative, que cunhou o termo “código aberto” (open source), para apresentar o
mesmo software livre ao mercado, porém com um discurso puramente técnico
sem utilizar conceitos éticos e ideológicos.

Neste ponto, é oportuno organizar os conceitos:

- Software de Código aberto: qualquer um pode ler o código ; isso não


é o mesmo que software livre!
- Software de Código fechado: o código é somente disponível para um
pequeno grupo de pessoas.
- Software livre: qualquer pessoa pode estudar, copiar, distribuir e
modificar o software (Free Software Foundation). Softwares livres são
geralmente acompanhados por uma licença de uso.
- Software proprietário: ao menos um dos direitos mencionados acima
não são aplicados ao usuário. Normalmente, é necessário adquirir um
direito de licença de uso pagando aos criadores do software.
- Software comercial: software que é vendido ; pode ser tanto livre
quanto proprietário.

<http://manual.zenwalk.org/pt/Software_Livre_e_Linux.html>

Software grátis é um serviço de tecnologia gratuito ao usuário.


Normalmente viabilizados por receitas geradas com publicidade, esses softwares
podem ser construídos tanto sobre plataformas livres, como de código aberto, ou
ainda sobre plataformas proprietárias. Exemplos: webmails, armazenamento de
dados na nuvem; ferramentas para publicação de blogs/homepages (Windows
Live Writer, Wordpress.com, Blogspot); ferramenta de compartilhamento de
arquivos e tarefas; etc. (http://revistapegn.globo.com).

Licenças de uso: a fim de garantir a perseverança do espírito do software


livre durante os novos resultados de trabalho colaborativo, modificações,
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redistribuições e nascimento de novos programas, existem licenças nas quais são


definidas as normas de utilização do software. Durante todo o caminho percorrido
pelo movimento software livre, surgiram diversas licenças, de acordo com as
diretrizes defendidas em cada uma, embora possuam em comum, obviamente, as
quatro liberdades anteriormente descritas que definem o software como livre. Em
geral, as licenças se preocupam principalmente em estabelecer regras em
domínios tais como:
• Proteção da autoria do software original;
• Maneiras de redistribuição do software;
• Formas de distribuição de modificações e seu código fonte;
• Não restrição de venda do software;
• Instalação em número irrestrito de computadores;
(http://pt.scribd.com/doc/6688758/)
As licenças BSD (Berkeley Software Distribution) e GPL (Gnu General
Public License) são as mais comuns para o software livre. A principal diferença é
que a GPL requer que se outro software for criado à partir deste, seja licenciado
sob a mesma licença GPL. Por outro lado, a BSD apenas exige o reconhecimento
dos autores e outras pequenas restrições.
O Linux adota a GPL, uma licença de software livre - o que significa, entre
outras coisas, que todos os interessados podem usá-lo e redistribuí-lo, nos termos
da licença.
Nas licenças copyleft os licenciados precisam fazer referência ao autor da
obra e a usarem o mesmo modelo de licenciamento, caso passem adiante cópias
ou versões alteradas do original. O copyleft funciona como um termo adicional a
uma licença. Muitas licenças de software livre não são copyleft, pois não fazem a
restrição de que o trabalho derivado deva estar sob a mesma licença.
As licenças Creative Commons foram idealizadas para permitir a
padronização de declarações de vontade no tocante ao licenciamento e
distribuição de conteúdos culturais em geral (textos, músicas, imagens, filmes e
outros), de modo a facilitar seu compartilhamento e recombinação, sob a égide de
uma filosofia copyleft. (Wikipédia)
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2) HISTÓRIA
Os que não conseguem lembrar-se do passado
estão condenados a repeti-lo.
George Santayana

Na década de 1950 e no começo de 1960 praticamente todo software era


produzido por acadêmicos e pesquisadores corporativos trabalhando em
colaboração. Sistemas operativos eram distribuídos amplamente e mantidos pela
comunidade de utilizadores. Código-fonte era distribuído em conjunto com o
software, pois os utilizadores frequentemente modificavam-no para corrigir falhas
ou adicionar novos recursos
Nos anos 1970, a AT&T distribuiu versões iniciais do Unix sem custos
para pesquisadores governamentais e acadêmicos, mas estas versões não
possuíam permissões para redistribuição ou distribuição de versões modificadas,
e portanto não são consideradas software livre.
No final dos anos 1970 e começo dos 1980, montadoras de computador e
empresas envolvidas com software começaram a cobrar licenças de software e a
impor restrições. Em 1976 Bill Gates entrou na história quando escreveu a sua
agora famosa carta aberta a hobistas, espalhando a mensagem de que aquilo que
os programadores chamavam de "compartilhamento" era, nas palavras dele,
"roubo". Em 1979, AT&T começou a forçar licenças restritivas quando a
companhia decidiu que poderia lucrar através do sistema Unix.
Em 1983, Richard Stallman numa reação histórica a esse processo,
lançou o Projeto GNU para criar um sistema operativo livre de limitações quanto à
utilização de seu código-fonte. Richard Stallman também lançou o Manifesto GNU,
que foi publicado em 1985, para esclarecer o Projeto GNU e explicar a importância
da liberdade no software. Logo após o lançamento, ele cunhou o termo "software
livre" e fundou a Free Software Foundation para promover o conceito e a definição
de software livre.
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Em 1989, a primeira versão da GNU (General Public License) foi


publicada. Vários aplicativos já vinham sendo reunidos pelo Projeto GNU, mas o
projeto ainda carecia da parte central, o núcleo de rotinas que gerencia todo o
resto incluindo os periféricos.
Em 1991, Linus Torvalds da Universidade de Helsinki, Finlândia, lançou o
núcleo Linux, escrito com a ajuda de vários programadores voluntários através da
Usenet (uma espécie de sistema de listas de discussão existente desde os
primórdios da Internet).
Stallman acabou adotando o núcleo Linux como base para completar e
distribuir os programas do projeto GNU. Diversas pessoas e instituições tiveram a
mesma idéia e assim várias distribuições começaram a surgir baseadas no núcleo
desenvolvido inicialmente por Linus.
A combinação do quase completo Sistema operativo GNU e o núcleo
Linux criou o primeiro sistema operativo totalmente livre, o GNU/Linux.
Normalmente vemos o GNU/Linux ser chamado apenas Linux, mas
Stallman é contra esta simplificação da nomenclatura, pois aos poucos se perde o
caráter livre da combinação, pois infelizmente existem outras combinações do
núcleo Linux contaminadas com software não proprietário.
O GNU/Linux permanece software livre sob os termos da GNU GPL, e
muitas empresas oferecem produtos personalizados baseados nele, ou suporte
técnico profissional, em contratos comerciais.
Na metade final dos anos 90, quando muitas companhias baseadas em
sítios na rede estavam começando a aparecer, o software livre se tornou uma
opção popular para servidores. O Apache HTTP Server se tornou o software de
servidor de mais utilizado.
Como exemplos de sistemas muito usados com o Linux na base, além do
Apache fornecendo os serviços de rede, tem-se o motor de banco de dados
MySQL para armazenamento de dados, e a linguagem de programação PHP,
todos combinados se tornaram conhecidos como LAMP, também chamado de
sistema GLAMP. (Wikipedia)
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Quando o GNU/Linux foi criado, ele só era rodado pelo modo texto, não
tinha nada gráfico. A interface com o usuário era através de linhas de comando.
Depois que o GNU/Linux começou a ser mais difundido, as comunidades de
programadores se uniram e criaram protocolos, ferramentas gráficas e
gerenciadores de janelas, sendo o KDE e o GNOME os mais usados, facilitando
sobremaneira a utilização do sistema pelo usuário, através de interface gráfica
muito mais amigável. Segundo pesquisa do site BR-Linux (url:http://br-
linux.org/2010/favoritos-2010-br-linux-ambiente-grafico), realizada em 2010, o
GNOME é o ambiente gráfico preferido no Brasil, com 67,4%, e o KDE tem 27,5%
da preferência.
Aliado a diversos outros softwares livres, como o KDE, o GNOME, o
Apache, o Firefox, os softwares do sistema GNU e o OpenOffice.org, o Linux
forma um ambiente moderno, seguro e estável para desktops, servidores e
sistemas embarcados.
Uma distribuição (ou “distro”), é um conjunto de programas, que inclui o
próprio kernel(núcleo) Linux e vários aplicativos, de modo a atender às
necessidades das pessoas. Exemplo: atualmente, quando alguém instala a distro
Ubuntu, também são instalados o gerenciador de arquivos Nautilus, o navegador
Mozilla Firefox, o processador de textos, planilhas, e apresentações
OpenOffice.org, (no Brasil, o BrOffice.org) e vários outros programas.
Atualmente há várias distribuições populares, que têm fóruns ativos onde
se pode fazer perguntas, se houver dúvidas. As distros consideradas mais fáceis e
recomendadas para os novos usuários, em que não é preciso dominar
complexidades do sistema são: Ubuntu, Linux Mint e PCLinuxOS.
Já, OpenSUSE, Fedora, Debian e Mandriva podem ser classificadas como
intermediárias. Por outro lado, Slackware, Gentoo e FreeBSD são as distros
recomendadas para usuários avançados, pois precisam de aprendizagem antes
de poderem ser utilizadas de forma eficaz.
CentOS é adequada para aqueles que preferem a estabilidade,
confiabilidade e suporte a longo prazo. (url:http://www.cultura.ufpa.br)
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Em 2007, um consórcio de empresas renomadas no ramo da tecnologia


passam a contribuir para o desenvolvimento do sistema, como a IBM, INTEL,
GOOGLE, NEC, ORACLE, TOSHIBA, YAHOO, NOVELL, HP, PANASONIC, AMD,
SONY, e muitas outras gigantes da tecnologia, coordenadas pelo mesmo Linus,
agora um desenvolvedor reconhecido mundialmente e mais representativo
integrante deste consórcio Linux Foundation.
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CAPÍTULO II – O ESTADO DA ARTE

1) Ganhando Mercado
Que o Linux vem ganhando popularidade é indiscutível, porém ainda
persiste o receio em migrar para o Linux pela crença em não existir aplicativos que
atendam todas as necessidades, como os existentes para o Windows ou Mac. O
que não é verdade, pois existem aplicativos sim, tão eficientes ou melhores quanto
os existentes para as outras plataformas. Exemplos disso são os aplicativos de
código aberto que se tornaram sinônimos de qualidade e referência para outros.
(http://worldofbit.com/wob/linux)
“Softwares Linux estão por toda parte: desde dispositivos eletrônicos
comuns no nosso dia-a-dia, como televisores e celulares, até os mais
inesperados, como experimentos na área de robótica e automação. Estima-se que
90% dos supercomputadores mais potentes do mundo também rodem Linux.
Com a vinda de dispotivos móveis que rodam plataformas baseadas em
Linux, as pessoas deixarão de usar PCs e notebooks. Com isso, a Microsoft não
teria mais a posse do único mercado que ainda se mostra líder. Hoje as pessoas
usam mais smartphones do que PCs tradicionais. Nesse caso, o Linux vai muito
bem no mercado com o Android” (http://olhardigital.uol.com.br, 06/04/2011)
“Open Source já é, indiscutivelmente, parte integrante da paisagem da
indústria de software. O modelo continua evoluindo e se disseminando pela
sociedade. Hoje ignorar o Open Source é ignorar a própria evolução da indústria.
Segundo estimativas do Gartner, em torno de 2013 pelo menos 85% dos
produtos comerciais do mercado embarcarão algum componente Open Source.
Portanto, Open Source deve fazer parte das estratégias das empresas usuárias de
software como das que produzem software.
A explicação é simples: no modelo comercial, todo o custo de
desenvolvimento é do produtor de software, que para recuperar rapidamente este
investimento, precisa vender licenças de uso do seu software. No modelo Open
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Source, fundamentado em desenvolvimento aberto e colaborativo, os custos são


distribuídos por todos os participantes de uma comunidade. Não havendo a
pressão para a recuperação rapida dos custos de desenvolvimento, pode-se
desenhar modelos de negócios mais flexíveis.” (Taurion, Open Source: Evolução e
Tendências. url:http://www.smashwords.com/books .data de acesso:10/05/2011)

Com a criação do Ubuntu, a plataforma tornou-se bem mais amigável e a


compatibilidade com hardware bem mais ampla.
Como mencionado anteriormente, em janeiro de 2007, foi criada a Linux
Foundation, um consórcio sem fins lucrativos apoiada por uma ampla gama de
empresas de tecnologia da informação. O objetivo do consórcio é promover,
proteger e padronizar o Linux.
A dimensão e o peso desta organização sobre o futuro do Linux, pode ser
visto pelos nomes de alguns de seus formadores e sócios: IBM, INTEL,
GOOGLE, NEC, ORACLE, TOSHIBA, YAHOO, FUJITSU, HITACHI, QUALCOMM,
AMD, CISCO, HP, MOTOROLA, NOKIA, NOVELL, PANASONIC, ADOBE, DELL,
LEXMARK, LG, SIEMENS, SONY, SUN, dentre muitos outros.
“Duas dessas gigantes no ramo da tecnologia, a Intel e a Nokia, se uniram
e criaram o Meego, que será uma versão Linux utilizada em seus portáteis daqui
por diante. Isso demonstra a força do sistema e mostra ainda mais uma coisa.
Que futuramente todos utilizarão GNU/Linux no seu dia a dia sem nem se
aperceberem disto.” (Hespanhol, O Papel do GNU/Linux na Atualidade. <
url:http://www.vivaolinux.com.br/> data de acesso: 12/05/2011).

2) Distribuições Linux bem acessíveis


(Folha de S. Paulo, Alexandre Orrico, 13 de abril de 2011)
Mint - O slogan "da liberdade vem a elegância" diz muito sobre essa
"distro". Ganhou muita popularidade nos últimos meses por ser um sistema
realmente intuitivo e preocupado com um design bem feito.
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Fedora - Com o apoio do Red Hat, é uma distro empresarial do Linux


muito bem sucedida. Fedora é a escolha para quem quer versatilidade (serve
tanto para usuários iniciantes quanto para avançados) e estabilidade.
Opensuse - Ideal para ser utilizada por quem divide o computador com
muitas pessoas. Conta com um menu desenvolvido especialmente para facilitar a
administração de múltiplos usuários, configurações de rede e atualizações
diversas.
Ubuntu - A distribuição mais popular . Ficou famosa pelo mote "Linux para
humanos", ou seja, por ter como diretriz principal a simplificação de uso do
sistema. Os menus são limpos e simples e as atualizações, automatizadas.

3) Segurança e Estabilidade
No que diz respeito à segurança, o teste relatado abaixo, que foi publicado
na conceituada revista Computerworld, de março/2008, é bastante significativo:
Na semana do concurso para hackers PWN 2 OWN, na conferência
CanSecWest, muitas empresas tiveram seus sistemas invadidos. Primeiro, foi o
MacBookAir, em dois minutos no segundo dia. Depois, um laptop da Fujitsu,
rodando o Windows Vista em dois dias de trabalho. Mas foi o Linux, rodando em
um Sony Vaio, que se manteve intacto.
Por sua vez, a TippingPoint afirmou, em um post, que o bug encontrado
pelo pesquisador também está presente no Flash Player da Adobe, e a empresa
trabalha em um ajuste.
Apesar de muitos terem tentado invadir o Linux, ninguém o fez, afirma a
diretora de respostas de segurança da TippingPoint, Terri Forslof. “Fiquei surpresa
por ninguém ter conseguido.”
(http://computerworld.uol.com.br/seguranca/2008/03/31/)

4) Aplicação em Business Intelligence


Em 2010 foi publicado na revista Computerworld/EUA um artigo com o
título “Softwares open source chegam à maturidade”, o qual reproduzimos adiante,
20

de forma reduzida.
Há três anos, o diretor de TI Jim Wenner procurava por uma solução para
o processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de
informações que oferecessem suporte a gestão de negócios, processo este
conhecido por Business Intelligence ou BI. Depois de verificar as opções, Wenner
decidiu-se pela suíte de BI da empresa Pentaho Corporation, uma solução de
código aberto.
Agora, passados dois anos, a parceria entre a Sheetz e o provedor da
suíte de BI permanece em andamento. Wenner diz que houve curvas de
aprendizado que desafiavam a expertise dos desenvolvedores. “Não somos
adoradores de plataforma de código aberto, apenas tentamos lidar com nossos
recursos de maneira sábia”, diz.
Na ótica do diretor de TI da American Nuclear Society, Joseph Koblich, o
incentivador da tranquilidade que gestores de TI têm ao integrar soluções open
source em suas estruturas é o fato de existirem milhares de comunidades em que
se compartilham informações e conhecimento.
(http://computerworld.uol.com.br/gestao/2010/11/24/)

5) Programas CAD
Os programas de CAD são focados em ferramentas para desenho. A
própria sigla CAD destaca o objetivo do software. Ela vem do inglês computer-
aided design, que significa desenho auxiliado por computador.
Os nomes mais comentados no universo CAD são ainda de softwares
proprietários, principalmente o AutoCAD e o MicroStation. Mas isso logicamente
não significa que são as únicas boas opções existentes.
Esta relação é fruto de uma sugestão do engenheiro Arlindo Correia.
(Medeiros, Anderson, 2011, < http://andersonmedeiros.wordpress.com/ >)
QCAD é um dos mais conhecidos softwares gratuitos para CAD. Seu
projeto começou em outubro de 1999.
A geração e reconhecimento de arquivos DXF ocorre sem maiores
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problemas.
LibreCAD é distribuido sob os termos da licença GNU/GPL. Ele gera,
suporta e permite alterações em diferentes formatos de arquivos CAD em 2D. Ele
é baseado no já citado QCad.
DraftSight não é open source mas é de uso livre, gratuito. Recentemente
teve sua versão para sistema Linux liberada. Trabalha com arquivos DWG e DXF
e gera produtos diretamente em PDF.

6) Gerenciadores de Projetos
Existem muitas opções open source, mas nem sempre eles são as opções
mais indicadas. Analise as opções do mercado e utilize-as na fase de teste. Esses
sistemas são feitos para a equipe se comunicar e se atualizar junta, então é
sempre bom levar o software à exaustão de acessos simultâneos, e explorar ao
máximo os recursos de comunicação entre os usuários, para ver se funcionam
mesmo.
Nessa fase de avaliação, alguns itens importantes devem ser observados:
(Guedes,Vanessa,2010, <http://www.profissionaisti.com.br>)
- Usabilidade: é fácil entender o funcionamento do sistema? É possível
sair usando-o de primeira? Ele é óbvio? O fluxo de trabalho é facilmente entendido
só ao tentar usar o software?
- Hierarquia: o modo de permissão de acesso a usuários ao sistema é
adaptável? Corresponde ao modo de trabalhar do grupo? Garante segurança das
informações?
- Informação: o software que você está testando consegue manter a
equipe bem informada de tudo o que está acontecendo? Ele permite que todos os
usuários se situem na exata fase do projeto em que estão? Todos conseguem
ficar atualizados sobre o projeto sem acessarem-no, só com e-mails enviados
automaticamente pelo software?
- Stakeholders: os clientes podem acompanhar os projetos periodicamente
através do sistema?
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- Controle de riscos: é possível prever os riscos do projeto? Há uma


interface de alerta a respeito de alguma indeterminação de retorno financeiro nos
cálculos sobre o investimento do projeto?
- Calendário: é possível criar um cronograma agendado de trabalho que
opere com mudanças freqüentes de prazos? Esse recurso possibilita a
visualização de atrasos e adiantamentos em algum relatório?
Seguem os nomes de alguns gerenciadores, com seus endereços:
Redmine – http://www.redmine.org/
TraceGP – http://www.tracegp.com.br/tracegpsite/tracegp-inicio.htm
OpenProj – http://openproj.org/
Liquid Planner – http://www.liquidplanner.com/
O OpenProj é código aberto, roda em Linux, Windows e Mac, e é capaz de
abrir e salvar os arquivos do MS Project.
Os usuários que buscaram o sistema estão espalhados por 142 países,
incluindo empresas como Bank of America, Hewlett-Packard, General Electric,
IBM, Siemens, Toshiba, Honeywell e Nortel. (< http://openproj.org/openproj>)

7) Suite de Escritório (equivalente ao MS-Office)


BrOffice é a melhor alternativa gratuita para o Office da Microsoft. Ele lê todos os
arquivos dos concorrentes e é suportado por uma comunidade de voluntários,
dispostos a ajudar.
É formado pelos componentes:
O Writer é o editor de textos
Calc para planilha eletrônica
Impress para criar apresentações multimídia eficientes.
Draw desde diagramas até ilustrações com aparência 3D.
Math editor de fórmulas, útil para trabalhos científicos.
Base permite manipular bancos de dados sem dificuldades.
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8) Programas Diversos
comunicadores instantâneos (Messengers) - Live e Skype
compartilhadores p2p - Emule e Ares
antivírus - Avira
compactadores - 7zip
navegadores - Firefox, Opera e Chrome
players de vídeo - Klite Codec Pack
limpadores - Advanced SystemCare, Ccleaner e Glary Utilities
leitores de pdf - Foxit
players de áudio - Klite Codec Pack
gravação de discos - Nero
codecs - Klite Codec Pack
diagnóstico de hardware - CPU-z
conversores de vídeo - Any Video Converter

Estes são apenas uns poucos exemplos de programas deste universo


Linux. Para uma consulta mais completa, existe um imenso repositório de
programas no site sourceforge.net com mais de 400 mil programas disponíveis.
Para se ter uma idéia deste banco de programas, ele recebe mais de 3 milhões de
requisições de downloads em um dia.
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CAPÍTULO III - Algumas Iniciativas Bem Sucedidas


Ele não sabia que era impossível.
Foi lá e fez.
Jean Cocteau

1) Site de acompanhamento de gastos públicos desenvolvido com


tecnologias livres
(<BR-linux.org,06/05/2011>)
O site paraondefoiomeudinheiro.com.br, lançado no final de abril/2011,
tem como objetivo mapear os gastos públicos do governo federal, e criar um mapa
visual mais simples para o entendimento da sociedade. Para elaboração deste site
foi utilizada apenas tecnologias livres e o código é aberto, os dados também são
todos extraídos do portal da transparência do próprio governo federal.

2) Consórcio BDJur, rede de informações digitais do Judiciário


(<http://www.stj.jus.br/publicacaoseriada/ >)
O projeto Consórcio BDJur consta de uma base de dados de
informações jurídicas, decisões, votos, artigos e palestras. A partir da
Biblioteca Digital do STJ, já instalada em rede, em 17 de dezembro de
2004, o Consórcio BDJur armazena os repositórios de informação
digital da área jurídica, com acesso imediato às jurisprudências e decisões
de 141 órgãos associados do Poder Judiciário.
Depois de estudos minuciosos, o Dspace, software livre, foi o programa
escolhido para o Consórcio BDJur.

3) Solução Livre para Certificação Digital adotada pela CEF


Em 27/01/2011, a CEF apresentou seu novo sistema de
Autoridade Certificadora, utilizando software livre, desenvolvido pela própria AC
25

Caixa Livre.

4) Acordo de cooperação tecnológica, assinado pela prefeitura de


São Paulo, do Programa SIGA/SP, com o Ministério da Saúde
(<http://www.jusbrasil.com.br/>)
A Prefeitura de São Paulo cedeu a base do programa do Sistema
Integrado de Gestão de Atendimento de São Paulo (SIGA/SP) ao Ministério da
Saúde. A partir de agora o software desenvolvido e implantado pela Secretaria
Municipal de Saúde estará a serviço do Brasil.
Desenvolvido com arquitetura tecnológica aberta, livre de licenças.

5) Programa Telecentros
(http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/)
O Programa Telecentros é o maior programa de inclusão digital do mundo
em uma mesma localidade.
Ele integra a política de inclusão digital da Prefeitura de São Paulo e tem
se revelado um mecanismo eficiente na capacitação profissional, na revitalização
dos espaços públicos, na democratização do uso de computadores com software
livre e acesso à internet. Hoje são 320 unidades funcionando na cidade.
Atualmente, são 1,7 milhão de usuários cadastrados em São Paulo.

6) Linux faz 20 anos e fica mais fácil de usar


(<http://www.serpro.gov.br/serpronamidia/>)
Sistema que nasceu em 1991 roda nos servidores que suportam os sites
Amazon, Facebook, Twitter e Google.
O sistema operacional Linux está em 95% dos supercomputadores do
mundo e roda nos servidores que suportam os sites Amazon, Facebook, Twitter e
Google, apenas para citar alguns exemplos.
O programa equipa ainda câmeras fotográficas, esteiras de corrida, caixas
eletrônicos de bancos e é o motor do sistema para smartphones mais utilizado do
26

planeta, o Android.
7) Guarda Francesa troca Windows por Linux
(<http://www.serpro.gov.br/serpronamidia/>)
A Gendarmerie National francesa diz ter poupado milhões de euros ao
trocar o Windows pelo Linux.
A polícia nacional francesa trocou o Windows pelo Ubuntu Linux. A
transição começou em 2005, quando substituiu o Microsoft Office pelo OpenOffice.
A transição continuou de forma gradual com a adoção de outras
aplicações open-source, como o Firefox e o Thunderbird. Depois do lançamento
do Windows Vista, a Gendarmerie decidiu trocar o Windows pelo Ubuntu.
Em 2009, já existiam cinco mil estações de trabalho com o Ubuntu
instalado.
O objetivo passa, ainda, por ter toda a organização a funcionar com Linux
até 2015.
O uso de software open-source permitiu à Gendarmerie reduzir o seu
orçamento em 70 por cento, e poupar 50 milhões de euros em programas
licenciados e custos de manutenção.

8) I Fórum de Software Livre do Comando da Aeronáutica


(http://www.softwarelivre.gov.br/noticias/)
Em 2008, no I Fórum de Software Livre do Comando da Aeronáutica, foi
assinado acordo de colaboração entre o Exército e a Aeronáutica para o
desenvolvimento de tecnologia e disponibilização do Sistema Gerenciador
Eletrônico de Documentos, o Sicadex.
Na abertura do evento, o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni,
disse: “O acesso à tecnologia, o compartillhamento do conhecimento, a adoção de
padrões abertos e a difusão de soluções em software livre são ações que
pavimentam o caminho para a inovação, a independência tecnológica e o
desenvolvimento econômico e social do país".
Para Eduardo Bueno, do MEC, o "software livre é uma questão de
27

soberania. O ministério trabalha com esta tecnologia há bastante tempo. Exemplo


são as práticas pedagógicas nas escolas públicas com a entrega de
computadores com software livre, desde 1995".
Rogério Santanna, secretário da SLTI, disse: cada vez mais a sociedade
moderna depende dos sistemas de informações, por isso é importante que eles
sejam abertos, com o objetivo de termos uma sociedade mais transparente e
democrática".

9) Trechos do Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio


Lula da Silva, durante abertura do Congresso Internacional Software Livre e
Governo Eletrônico. Escola de Administração Fazendária (Esaf) – Brasília-
DF, 26 de agosto de 2009.
(http://softwarelivre.org/portal/geral/confira-a-integra-do-discurso-de-lula-
no-consegi)
Em meio a um mundo dominado pelo individualismo competitivo, pelas
barreiras cada vez mais elevadas de acesso à propriedade intelectual e pela
busca de lucros a qualquer custo, a comunidade do software livre conseguiu
mostrar a todos nós que ainda há espaço para a cooperação, o trabalho
colaborativo e a democratização do conhecimento. Os frutos desse tipo de ação
mostraram que ela está longe de ser uma coisa apenas de sonhadores. Muito pelo
contrário: é do trabalho em rede e do compartilhamento que estão surgindo, em
todo o mundo, as ferramentas e tecnologias mais avançadas e úteis para esta
nova etapa digital.
Quando a comunidade do software livre passou a trabalhar em parceria
com o Estado, trouxe com ela, mais do que a excelência tecnológica, também o
seu espírito inovador e solidário. E recebeu, em troca, um impulso ainda maior
para a sua atuação e afirmação em todo o mundo.
Neste sentido, o que estamos debatendo neste Congresso Internacional
de Software Livre e Governo Eletrônico vai muito além das questões tecnológicas.
28

Estamos, sim, tratando do acesso e compartilhamento do conhecimento, expresso


na forma de programas livres, de conteúdos que podem ser apropriados por todos
os cidadãos e do desenvolvimento colaborativo.
As maiores instituições do nosso país, como o Exército Brasileiro, a
Marinha, a Aeronáutica, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil – apenas
para citar algumas delas – já usam plataformas e aplicativos livres. Da mesma
forma, contamos com o maior programa de distribuição e capacitação educacional
em Linux do mundo: o Proinfo, do nosso Ministério da Educação. Estou falando
de uma iniciativa que já distribuiu, em quatro anos, quase 400 mil computadores
para escolas públicas da educação fundamental. E que, até 2010, chegará ao total
de 70 mil escolas e mais de 800 mil computadores, atendendo a 93% dos alunos
da rede pública.
É importante lembrar, contudo, que não somos apenas usuários do
software livre, estamos desenvolvendo e compartilhando soluções. Os conteúdos
didáticos que dão suporte a este imenso programa de informatização das escolas
podem ser usados e modificados por qualquer cidadão. E o mesmo ocorre com os
aplicativos voltados à gestão pública. Assim, importantes programas criados no
Brasil, para uso do governo federal, podem ser modificados para uso em
organizações da sociedade civil, em prefeituras e estados, ou mesmo fora do
nosso país.
É o caso de uma das últimas ferramentas que desenvolvemos, o
Demoiselle, que poderá ser utilizado por qualquer cidadão para o desenvolvimento
de sistemas na Internet.
Esta solução, assim como todas as outras desenvolvidas pelo Governo
Federal, estão disponíveis no Portal do Software Público Brasileiro, mantido pelo
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, lançado em 2007.
Entre os benefícios do Portal do Software Público e dos ambientes
vinculados a ele está uma série de programas voltados às mais de 5.560
prefeituras municipais do nosso país. É o caso de aplicativos criados para a
gestão escolar, a gestão municipal e o atendimento ao público, entre outros.
29

10) Trechos da Carta aberta ao TRT/RJ sobre a troca de suíte de


escritório
(http://www.hardware.com.br/comunidade/broffice-trt/1122382/1.html)
(Jomar Silva -Diretor- ODF Alliance América Latina - em 24 janeiro 2011)
“Foi com perplexidade e tristeza que li a notícia de que o TRT/RJ está
trocando a suíte de escritório em software livre BrOffice pelo software proprietário
MSOffice, alegando “…limitações, principalmente em relação ao intercâmbio de
informações e arquivos com órgãos do Poder Judiciário e instituições públicas…”
e ainda que “ …O MS Office é um padrão mundial…”.
Não vou comentar aqui sobre a decisão de não utilizar um Software Livre,
desrespeitando a atual política definida pelo Governo Federal de utilização
prioritária de Software Livre, mas faço questão de registrar meu questionamento
sobre a alegada “falta de compatibilidade” dos arquivos gerados pelo BrOffice.
Gostaria de iniciar esclarecendo aos responsáveis por tal decisão no
TRT/RJ de que os documentos gerados pelo BrOffice são gerados no padrão ODF
(OpenDocument Format), que além de ser um Padrão Aberto, é ainda uma Norma
Internacional – ISO/IEC 26.300 (portanto um VERDADEIRO “Padrão
Internacional”) e uma Norma Brasileira, a NBR ISO/IEC 26.300:2008.
A adoção crescente do ODF no Brasil pode ser vista pela lista de
signatários do Protocolo Brasília: SERPRO, Caixa Econômica Federal, Banco do
Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Marinha, Exército, Aeronáutica,
DATAPREV, Correios, INPE, INPI, Itaipu Binacional, ITI, SLTI, CELEPAR,
Petrobrás e Cobra Tecnologia, entre outras.
Gostaria ainda de sugerir aos membros do TRT/RJ que entrem em contato
com o TRT da 13° região, pois eles utilizam com sucesso o BrOffice e o padrão
ODF e até onde sei é o único TRT onde 100% dos processos são eletrônicos no
Brasil.”
11) Rio das Ostras tem sua própria distribuição do pingüim - a Tatuí
(http://issuu.com/revistainfo/docs/jan2005)
30

Em 2001, quando a prefeitura carecia de novos micros e da atualização do


parque (eram 120 PCs e cinco servidores), o assessor de informática Vinícius
Marini, de 29 anos, calculou que seriam necessários 450 mil reais só para cobrir
as licenças de software dessa estrutura. O prefeito foi convencido: Rio das Ostras
seria toda software livre.
Desde então, o time de Marini segue unificando sistemas e levando a
dupla OpenOffice e Linux para os desktops da prefeitura. São 587 PCs e 23
servidores. Quase metade já fala a língua do pingüim. Nasceu ali, na assessoria
de informática, a distribuição Tatuí, que já gerou o Tatuí Educacional, versão
didática usada, principalmente, por telecentros e escolas. No escritório, muitos
migraram para o Linux em troca de monitores LCD na mesa de trabalho. “Não é
fácil convencer. A questão é cultural”, diz Marini, que hoje anda pelo país com
palestras sobre a experiência da cidade.

12) Rio das Ostras usa solução da Microsoft


(< http://br-linux.org/>)
Trechos da troca de postagens entre o editor do BR_Linux.org e o
secretário de Ciência e Tecnologia da prefeitura de Rio das Ostras, sobre a
mudança de opção do município de software livre para software proprietário em
2006:
“Lendo o Jornal online Primeira Hora aqui da minha região, vi a
notícia da implementação da "Prefeitura Eletrônica" do município de Rio das
Ostras... a empresa que forneceu a solução, TIPLAN, é parceira e fornecedora de
soluções Microsoft. Não é no mínimo estranho como um órgão público que iniciou
diversas ações pró software livre, ter ido numa direção totalmente oposta? Com a
palavra os envolvidos!”

Resposta: Veja no comentário abaixo, do Secretário de Ciência e


Tecnologia do município de Rio das Ostras, uma descrição do estado atual do uso
de software livre naquela prefeitura.
31

“Continuamos com Software Livre: Concordo com vc quanto a utilizar


soluções com tecnologia livre, que ñ é um bom caminho utilizar o .NET pois
também ñ gosto e pertenço a antiga equipe da Assessoria de Informática da
Prefeitura de Rio das Ostras hoje Secretaria de Ciência e Tecnologia.
A aquisição deste sistema de tributos on-line foi feito pela Secretaria de Fazenda
de nosso Município através de uma licitação que consta preço e técnica,
infelizmente o preço bateu a técnica e tivemos que aceitar.
Mas nossa Prefeitura ainda opta pelo Software Livre pois todos os sistemas que
são desenvolvidos dentro dela são feitos em PHP e PostgreSQL rodando em
servidores com o nosso querido Debian.
Neste caso ñ tivemos como evitar.
É complicado mesmo entender porque as prefeituras ñ fazem soluções em
conjunto, mas aí entra a política, as verbas, tributos, etc. ...”

13) Migração nos Municípios


(< http://www.gesac.gov.br/noticias/>)
Nos úlimos anos, pequenos municípios, como Guapimirim no
nortecatarinense, tiveram experiências bem sucedidas na migração para software
livre, com economias significativas em seus orçamentos, acompanhadas de
crescimento sócio-cultural.
Já em 2004, o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação) e a
SOFTEX (Sociedade para Promoção da Excelência do Software Brasileiro)
apresentaram, durante a 10ª edição do CONIP - Congresso de Informática
Pública, o primeiro estudo sobre o uso do software livre por prefeituras brasileiras.
A pesquisa qualitativa analisou 13 estudos de caso em municípios
distribuídos em sete estados. E constatou que o Software Livre viabiliza
economicamente a informatização de pequenas prefeituras e pode gerar impactos
positivos como maior inclusão digital e ampliação da cidadania.
32

CAPÍTULO IV – RESISTÊNCIAS À IMPLANTAÇÃO


IDENTIFICADAS

“De um modo geral, constata-se a existência de uma corrente contra a


adoção de software livre, que põe em cheque a qualidade dos aplicativos livres e
enfatizam a ausência de uma figura empresarial única e exclusiva que,
supostamente, lhe garantirá a solução de qualquer problema.“
(http://www.administradores.com.br)
Outra dificuldade do processo de migração era a escassez de
documentação e suporte de alguns programas e ferramentas livres.
O impacto causado na rotina de trabalho dos usuários foi outra dificuldade
encontrada em experiências mal planejadas.
A maioria dos profissionais de informática disponíveis no mercado de
trabalho, ainda tem formação e experiência técnica principalmente baseada em
software proprietário. A formação adequada, em ambiente Linux, é um fator crítico
para o sucesso ou fracasso da mudança.
Além das dificuldades acima, há ainda a clássica resistência à mudança
por parte dos usuários e também do corpo técnico, perfeitamente compreensível
após anos de domínio da cultura submetida ao software proprietário.
33

CAPÍTULO V – PROPOSTA: Recomendações para


Minimizar a Resistência

Quando o assunto é filosofia de desenvolvimento de software,


principalmente envolvendo relação Software Livre X Software Proprietário, existem
sempre os extremistas. Comumente encontrarmos artigos, principalmente na
internet, completamente tendenciosos. Pessoas que simplesmente abominam
ferramentas pagas e outras que não podem nem ouvir falar de software livre.
(http://www.jack.eti.br/www/?p=9)
O antídoto para o comportamento extremista é a informação. Investir
maciçamente em treinamento, palestras e divulgação de informações, é um
pressuposto indispensável para o período que antecede o processo de mudança
propriamente dito.
“O usuário mais comum, que precisa navegar na internet, editar texto e
trabalhar com planilhas, não vai migrar sem um motivo forte, porque sempre
trabalhou com Excel, Word e Internet Explorer.
A migração implica em um esforço relativamente alto, de forma que muitos
dirigentes (empresa pública ou privada) não tendem a observar isto como um
investimento a médio e longo prazo, e sim como um custo.
Para a o gestor em posição de direção, o foco é controle de gastos. Para o
gestor em nível de média gerência, o foco é gestão e para o usuário final o
importante é desempenho.
Ocorre que técnicos priorizam segurança.
Diante deste desafio, devem-se amadurecer os discursos com muito
esclarecimento, casos de sucesso e abordagens menos arrojadas, pois as
pessoas são resistentes a mudanças, mesmo que estas sejam para melhor.
A abordagem e discurso devem traduzir para cada grupo de pessoas os
benefícios da adoção de tais produtos.
Deve existir uma etapa longa de conhecimento das necessidades de cada
34

grupo, devem ser identificadas as expectativas e informada a limitação de cada


solução e principalmente deve haver um comprometimento na manutenção,
ensinamento e suporte do projeto desejado.
Claro que aliado a tudo isto, o fator mais importante de todos, deve-se
somar a capacitação do Gestor de TI bem como o comprometimento do Gestor
responsável pela mudança. Sem estes fatores favoráveis qualquer projeto estará
fadado ao fracasso. “(<http://under-linux.org/f141/>)
A Prefeitura de Indaiatuba, São Paulo, optou pela utilização de
ferramentas baseadas em Software Livre no projeto de modernização da área de
informática. Sua experiência bem sucedida serve como exemplo do planejamento
cuidadoso para a implantação de software livre, superando as dificuldades e
quebrando as resistências.
Adiante está reproduzida uma das tabelas elaboradas pela equipe:
Planejamento para a implantação de Software Livre (Prefeitura de Indaiatuba)

Objetivo Requisitos Software Utilizado

Um equipamento configurado p/
Criação de um ambiente
desempenhar o papel de firewall, S.O. GNU/Linux
de rede separado da rede
voltado p/ a Internet. Um IPTABLES.
interna, ou seja, uma zona
equipamento configurado p/ o Snort.
desmilitarizada (DMZ)
papel de firewall, p/rede interna.

S.O. GNU/Linux
Implantação de servidor Um equipamento configurado
Servidor
de DNS, para a resolução com um servidor
DNS BIND
interna de nomes e cache de nomes, acessvel apenas a
Server partir da rede interna e da DMZ.
Disponibilização de S.O. GNU/Linux
Um equipamento com o servidor
acesso à Internet aos ProxySquid
Proxy configurado de forma que
funcionários SARG(gerador de relatórios )
apenas usuários autenticados
tenham acesso à Internet.
Um equipamento configurado
Criação do sistema de com o servidor de emails, sendo S.O. GNU/Linux
correio eletrônico, email, que apenas os autenticados Servidorde email Postfix
da Prefeitura possam enviar e receber ServidorPOP3/IMAP uwIMAP.
mensagens. Registro do domínio
“indaiatuba.sp.gov.br” junto aos
órgãos competentes.
35

Um equipamento configurado
S.O. GNU/Linux
Criação de portal de como servidor WEB, que permita
ServidorWEB Apache
serviços e informações da a divulgação de conteúdo
Servidorde bancos de
Prefeitura para a Internet dinâmico. Registro do domínio
dadosySQL
e Intranet “www.indaiatuba.sp.gov.br” junto
LinguagemPHP
aos órgãos competentes.

S.O. GNU/Linux
Implantação de servidor de BD
Um equipamento configurado Servidorde bancos de dados
p/ os sistemas internos bem
com um servidor de BD SQL. PostgreSQL
como àqueles a p/ Internet

O documento “Guia Livre – Referência de Migração para Software Livre do


Governo Federal”, no seu item 6.2 intitulado “Gerenciando a Migração”, sugere os
passos detalhados que devem compor um processo de migração cuidadoso e
seguro. Em seguida está mostrado um resumo em forma gráfica dos passos
sugeridos:
Criação de equipe
habilitada com apoio
gerencial

Entendimento do Revisão da arquitetura Entendimento da


ambiente alvo base e aplicativos “filosofia” do Software
utilizados Livre

Realização de auditorias
nos sistemas existentes:
características, dados e
segurança

Definição de um cenário Integrar o usuário ao Realizar projetos piloto


detalhado para a processo através de para o cenário definido
migração informação e
sensibilização
36

CONCLUSÃO

Migrar o sistema operacional envolve uma série de custos que extrapolam


em muito o da licença. É indispensável considerar investimentos em treinamento
dos usuários e do pessoal de suporte e o custo social gerado por possíveis
insatisfações com as mudanças. (< www.linuxtotal.org>)
Assim, a migração deve ser vista como um investimento, e não como uma
simples substituição, para que se avalie com mais clareza os verdadeiros
benefícios, que estão além do curto prazo.
Pelas resistências identificadas ao longo do estudo, vimos que o gestor
público encontrará muitas dificuldades em qualquer projeto de migração de
software proprietário para software livre. No entanto, em sua maioria, as entidades
públicas cujas atuações serviram de referência para as recomendações descritas
no item anterior, superaram todas as dificuldades e tiveram sucesso nos seus
projetos.
No cenário atual o usuário individual habituado ao paradigma do software
proprietário, arca com um custo pela licença de uso ou apela para a pirataria. Para
o gestor público, dada a impossibilidade da segunda hipótese, por tratar da coisa
pública (Lei no. 10.695/03 – direito autoral), o gestor de boa fé se viu obrigado a
gastar parte importante do orçamento público na aquisição de tais licenças, e
permanecer dependente dos interesses mercadológicos do fabricante.
Não se sabe o quanto o setor público desperdiçou com o chamado
software proprietário ao longo dos últimos anos.
Enquanto não havia alternativas, tal desperdício foi justificável.
No entanto hoje, sistemas operacionais baseados em Linux devem ser o
objetivo de todo gestor público. (Leme,Fernando,2009)
A administração pública é regida pelos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
37

Os princípios constitucionais são as diretrizes norteadoras, aplicáveis em


qualquer situação com fins de coordenar, direcionar, condicionar ou integrar a
criação, interpretação ou aplicação das demais normas. [MOTTA (1999)]. Dessa
maneira, as leis, decretos, portarias, resoluções afetas à Administração Pública,
têm sua fundamentação baseada nos princípios destacados.
O princípio da eficiência, de acordo com o Tribunal de Contas da União, é
a relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os
custos dos insumos empregados em um determinado período de tempo.
O princípio da economicidade (derivado do princípio da eficiência), de
acordo com o Tribunal de Contas da União, refere-se à capacidade de uma
instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados à sua
disposição. Geralmente, essa dimensão é mais detidamente examinada em
auditorias de conformidade, na verificação da regularidade de procedimentos de
compras.
O princípio da razoabilidade prevê que as tomadas de decisões devem
contribuir efetivamente para o satisfatório atendimento dos interesses públicos,
buscando coerência lógica nas medidas administrativas. Assim, o administrador,
diante da diversidade de ações enfrentadas, deve analisar cada caso e encontrar
a melhor solução, agindo como a sociedade esperaria que agisse um
administrador ético.
O princípio da razoabilidade não é encontrado literalmente expresso na
Constituição da República, tendo sua fundamentação implícita. Em algumas
Constituições Estaduais, entretanto, já possui referência direta, a exemplo de
Minas Gerais [MOTTA (1999)].
As diretrizes gerenciais, da mesma maneira que as normas vigentes
devem manter congruência com os princípios constitucionais da Administração
Pública.
Nesse contexto, destaca-se a importância de qualquer tomada de decisão
dentro do ambiente público, em particular, a simples escolha de um software.(<
www.darlen.eti.br/down/monografia_daniel_darlen.pdf>)
38

Assim, a adoção do software livre por parte do estado é amparada


principalmente pelos princípios acima definidos, tendo em vista a melhor aplicação
dos recursos públicos, a independência tecnológica, a segurança da informação e
a promoção dos desenvolvimentos tecnológico e social.
No cenário dos dias atuais, e para frente, fica cada vez mais difícil
justificar a opção pelo software proprietário devido à existência de software livre
com funções equivalentes, sob risco de lesão ao patrimônio público.
São necessárias justificativas concretas e muito bem documentadas, a fim
de não abrir espaço para uma ação popular, ou questionamento do Tribunal de
Contas. (<http://www.alsl.tambis.org/>)
O documento de referência de migração para software livre do Governo
Federal, Guia Livre, deve ser incluído e observadas as suas orientações, em
qualquer trabalho de migração a ser desenvolvido em qualquer esfera de governo.
Nesse cenário, a filosofia do Software Livre surge como oportunidade para
disseminação do conhecimento e nova modalidade de desenvolvimento
tecnológico, em função do novo paradigma que se estabelece na relação de quem
produz o software (sejam empresas, sejam programadores autônomos) com a
tecnologia propriamente dita.
O Software Livre cumpre, ainda, as determinações do Governo Eletrônico,
bem como os padrões estabelecidos pela e-PING.
(http://www.governoeletronico.gov.br/anexos/guia-livre-versao-1.0)

Finalmente, com relação à adoção do software livre e de sua filosofia de


desenvolvimento e aperfeiçoamento de forma aberta e coletiva, permitindo o
domínio da tecnologia e a adequação do produto às nossas necessidades, está
inteiramente de acordo com as idéias ensinadas por Peter Senge nos últimos
anos.
Lembrando que Peter Senge é considerado o grande especialista em
aprendizado organizacional da atualidade, ligado ao Massachusetts Institute of
39

Technology. É autor do livro A Quinta Disciplina, considerado um dos cinco


maiores livros de negócios de todos os tempos pelo Financial Times.
Ele não faz qualquer referência explícita ao software livre, mas pela leitura
de seus textos podemos identificar pontos em comum entre as suas idéias e a
forma de trabalho colaborativo proposto pela Free Software Foundation, onde as
pessoas expandem continuamente a sua capacidade de criar os resultados que
desejam, aprendendo e desenvolvendo juntas.
Para os objetivos deste trabalho, na leitura das idéias de Peter Senge,
devemos fazer uma correspondência para governos quando ele se refere a
empresas.
Adiante segue trecho de entrevista dada por Peter Senge a Mercedes
Reincke, podendo-se encontrar a entrevista completa no endereço
http://www.perspectivas.com.br/g13.htm:
“As, empresas da América Latina não tiveram acesso aos mercados
internacionais durante anos e, agora, com a abertura econômica e a globalização,
precisam aprender tudo muito rapidamente. Essa é uma transição altamente
importante. Os executivos e os empresários de países latino-americanos
compreendem, pelo que têm me dito alguns deles, que precisam enfrentar uma
espécie de desafio mental e mudar os modelos tradicionais, paternalistas e
hierárquicos que regeram suas organizações durante muito tempo.
De agora em diante é quase impossível que uma só pessoa defina o que
está acontecendo e diga aos outros o que deve ser feito, como também não é
mais possível apenas obedecer às ordens. As pessoas precisam usar sua
capacidade de raciocínio e, por isso, é necessário acumular conhecimentos em
todos os níveis da organização. Em minha opinião, essa é a mudança mais
fundamental que muitas empresas em países como o Brasil e a Argentina devem
promover.
Há uma espécie de modelo de empresa cujos funcionários chegam todas
as manhãs, trabalham, voltam para casa no fim da tarde e isso é tudo. Eles não se
comprometem com o negócio. Esse modelo de companhia não consegue competir
40

no mercado globalizado. Ou passa a investir em pessoas inteligentes e motivadas


em muitos níveis ou não vai para a frente. Passar a investir em pessoas é uma
mudança extremamente significativa, principalmente para empresas com atuação
em mercados que costumavam ser altamente protegidos “
Ainda, em seu livro “A Quinta Disciplina”, Senge diz:
“As organizações que aprendem são formadas por pessoas que
expandem continuamente, a sua capacidade de criar os resultados que desejam,
onde se estimulam padrões de comportamento novos e abrangentes, a aspiração
coletiva ganha liberdade, e as pessoas exercitam-se, continuamente, em aprender
juntas. Essas organizações só podem ser construídas quando entendermos que o
mundo não é feito de forças separadas e que, no mundo de hoje, a capacidade de
aprender contínua e rapidamente é a única vantagem competitiva sustentável.”
Felizmente, ao encerramento deste trabalho, mais precisamente no dia
20/05/2011, saiu na imprensa uma notícia auspiciosa para o Estado do Rio de
Janeiro, de que o deputado Robson Leite conseguiu aprovar na Assembléia
Legislativa projeto de lei que prevê a adoção do padrão aberto, ODF, para a
criação, armazenamento e divulgação de documentos nos espaços e órgãos
públicos estaduais, restando apenas a sanção do governador Sérgio Cabral. Este
projeto pode ser visto no Anexo III.
Outro importante projeto é o PL 2269/1999, do deputado federal Walter
Pinheiro, cuja ementa é “dispõe sobre a utilização de programas abertos pelos
entes de direito público e de direito privado sob controle acionário da
administração pública”, cujo andamento pode ser visto no Anexo II.
41

BIBLIOGRAFIA

BRANCO, Marcelo D'Elia. Software Livre na Administração Pública


Brasileira. 2004. Disponível: <http://www.softwarelivre.org/downloads/>
acessado em 01/05/2011.

Vários autores. Software Livre Cultura Hacker e Ecossistema da


Colaboração. 2009. Disponível: <http://softwarelivre.org/livro/> acessado
em 03/05/2011.

SENGE,Peter. A Quinta Disciplina. Editora Qualitymark, 1995


42

WEBGRAFIA

Adoção do Software Livre na Administração Pública: estudo de caso na


UFRN.<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/1054.pdf>
acessado em 12/05/2011

Advocacia e Aspectos Legais do Software Livre.


<url:http://www.alsl.tambis.org>. acessado em 05/05/2011

Anderson Medeiros. <url:http://andersonmedeiros.wordpress.com>.


acessado em 13/05/2011

As Cinco Disciplinas – Peter Senge.


<url:http://www.perspectivas.com.br/g13.htm>. acessado em 09/05/2011

Confira a íntegra do discurso de Lula no Consegi – PSL Brasil


.<http://www.softwarelivre.org/portal/geral/confira-a-integra-do-discurso-
de-lula-no-consegi>. Acessado em 10/05/2011

Debates. <url:http://under-linux.org/f141>. Acessado em 01/05/2011

Favoritos 2010 BR-LINUX: Ambiente Gráfico. <url:http://br-


linux.org/2010/favoritos-2010-br-linux-ambiente-grafico>. acessado em
18/05/2011

Gerenciadores de Projetos: Como, Onde e Qual usar.


<url:http://www.profissionaisti.com.br/category/gerencia-de-projetos>.
acessado em 10/05/2011

Jusbrasil – Notícias Jurídicas – Notícias do Direito.


43

<url:http://www.jusbrasil.com.br>. acessado em 13/05/2011

Linux levado a sério desde 1996 – BR-Linux.org. <url:http://br-linux.org/>.


acessado em 16/05/2011

MANUAL DO ZENWALK LINUX – Software Livre e Linux.


<url:http://manual.zenwalk.org/pt/Software_Livre_e_Linux.html>.
acessado em 07/05/2011

Ministério das Comunicações – GESAC – Inclusão Digital Para Todos.


<url:http://www.gesac.gov.br/noticias/>. acessado em 14/05/2011

O Impacto da Migração do Micrsoft Office para o OpenOffice em uma


instituição de Ensino Superior do Sul de Minas.
<http://issuu.com/arlufla/docs/mono-edernascimento> acessado em
01/05/2011

O Portal da Administração.<url:http://www.administradores.com.br>.
acessado em 18/05/2011

Olhar Digital .<url:http://olhardigital.uol.com.br>. acessado em 15/05/2011


Portal Inclusão Digital. <url:http://www.inclusaodigital.gov.br>. acessado
em 02/05/2011

Prefeiturade São Paulo.


<url:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias>. acessado em
12/05/2011

Publicações Seriadas do Superior Tribunal de Justiça.


<url:http://www.stj.jus.br/publicacaoseriada>. acessado em 10/05/2011
44

Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.


<url:http://revistapegn.globo.com>. acessado em 13/05/2011

Serena Open Source and Hosted Project Management Software.


<url:http://openproj.org/openproj>. acessado em 11/05/2011

Software Livre no Governo do Brasil.


<url:http://www.softwarelivre.gov.br>.acessado em 01/05/2011

Software Livre, Programa de Governo Eletrônico Brasileiro – Sítio Oficial.


<url:http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/software-livre>.
Acessado em 02/05/2011

TCO na relação software proprietário X software livre.


<url:http://www.jack.eti.br/www/?p=9>. Acessado em 15/05/2011

Universidade Federal do Pará - Software Livre – Distribuições.


<url:http://www.cultura.ufpa.br>. acessado em 18/05/2011

Viva o Linux – A Maior Comunidade Linux da América Latina.


<url:http://www.vivaolinux.com.br/>. acessado em 15/05/2011

World of Bits Linux .<url:http://worldofbit.com/wob/linux>. acessado em


18/05/2011
45

ANEXOS
Índice de Anexos

Anexo I – Exemplos de Aplicativos para Linux


Anexo II – Projeto de Lei – Uso de Software Livre pela Administração Pública
Anexo III – Formato ODF nos documentos na Administração Pública
46

ANEXO I
EXEMPLOS DE APLICATIVOS PARA LINUX

SOFTWARE DE ANIMAÇÃO
Blender 3D: Blender 3D é de alta qualidade, utilizado para criar animação
3D de alta qualidade, sendo um dos mais utilizados dentre os aplicativos de
animação para o Linux. O software é totalmente gratuito, com ampla
documentação disponível online gratuitamente.
Pencil (2D): Pencil é um programa animação 2D gratuito destinado a fazer
tradicional animações extraídas de mão. As animações são traçadas sobre
"páginas" individuais e, em seguida, elaboradas em conjunto de um tipo de
flipbook digital.
KPovModeler: KPovModeler é um programa para fazer composição /
modelagem do tipo POV-Ray: um excelente complemento para Blender 3D, e
destinado ao KDE.
Stopmotion: Stopmotion é um programa que permite a captura e ou
combinar fotos juntas para criar um bom vídeo de animação stopmotion. Não só
funciona bem para Claymation e similares, mas também pode ser usado para criar
timelapse vídeos.
Synfig (2D): Synfig é um pacote software livre de animação 2D. Uma
ferramenta software livre/ open source para a produção de filmes de animação
com menos pessoas e recursos.
Anime Studio 5 (2D) (199,99 dólares): Anime Studio 5 é uma poderosa
aplicação comercial para a criação de animações 2D com a capacidade de
importação / exportação de imagens OBJ, efeitos especiais scripting, animação
layered, animação vetorial, cronograma e controles avançados.
SOFTWARE PARA ÁUDIO
Audio CD Extractor (ripper): Disponível através do Adicionar / Remover
Aplicações no Ubuntu, CD Audio Extractor (anteriormente conhecido como Sound
47

Juicer), é um CD Ripper fácil de usar, destinados a fazer copias de CDs musicais


rápido e simples.
Audacity (gravador): Audacity é um excelente, software livre gravador /
editor de áudio para quase todos os tipos. Pode gravar múltiplos canais, dividir
canais, mesclar áudio, e um vasto conjunto de outras funcionalidades. Suporta
gravação de entradas e placa de som.
Sound Converter: Esta é uma aplicação para o GNOME que aceita uma
ampla gama de diferentes formatos de áudio e converte-los para mp3, wav, flac,
ou ogg.
Last Exit (player): Last Exit é um player autônomo para Last.fm que
permite que você adicione suas estações e estações de pesquisa especificas,
seleciona estação de vizinhos ou apenas navegar. Você pode definir preferências,
proteger com senha e salvar as alterações.
Hipo iPod Management Tool: Se você tem um iPod da Apple
“obviamente” , o iPod Hipo Management é uma ferramenta inestimável que
permite aos usuários administrar seu dispositivo.
Utube-Ripper: Se deparou com um vídeo no YouTube que você deseja
salvar em seu disco rígido? Com Utube Ripper, você pode baixar e guardar o
vídeo inteiro, ou o áudio somente. Muito elegante e fácil de usar.
Freqtweak: Segundo a Adicionar / Remover Aplicações,” FreqTweak é
uma ferramenta para manipulação espectral de áudio em tempo real. Oferece
vários algoritmos de processamento de áudio e domínio da freqüência e uma
interface (GUI) altamente interativa para manipular os filtros para cada um.
Também proporciona alta resolução espectral. “
SOFTWARE PARA VÍDEO
VLC: VLC é, sem dúvida o mais popular player de vídeo em qualquer
sistema operacional. Suporta quase todos os tipos de vídeo disponível, oferece a
capacidade de alterar configurações de áudio, escolha canais áudio (headphones,
full bass, etc.), mudar aspecto em relação ao vídeo e muito mais. O programa é
leve e fácil de usar.
48

AcidRip: AcidRip é pura e simplesmente uma ferramenta para copiar um


DVD para um arquivo de vídeo digital, com codecs como o XviD, x264, MPEG, e
mais disponíveis. Ele permite que você controle o tamanho do arquivo,
configurações de áudio, qualidade, região, etc
Avidemux: Avidemux é um excelente editor de vídeo. Você pode
adicionar filtros, meticulosamente manipular áudio e vídeo, combinar VOBs,
combinar vídeos, e muito mais.
DVD::RIP: Enquanto AcidRip é a melhor ferramenta para usar, se você
quiser criar um vídeo diretamente a partir de um DVD, DVD:: RIP é o ideal se você
deseja converter um ISO ou VOB. Basta iniciar o programa, carregue o arquivo, e
então escolher as definições de vídeo e transcodifique para um arquivo AVI ou
outro formato.
Gnome Subtitles: Editar, adicionar e manipular legendas de um vídeo
utilizando este programa gratuito.
iriverter: iriverter é um frontend para o MEncoder que torna simples para
converter vídeos para uma vasta gama de dispositivos portáteis, incluindo o
Creative Vision M e iRiver player. Vídeo único ou conversões em lote podem ser
feitas.
Wink: Wink é um programa de vídeo gratuito para criar vídeo screencasts;
um excelente programa para a criação de vídeos tutoriais e apresentações, com a
possibilidade de adicionar caixas explicação para o vídeo.
XBMC Media Center: XBMC é um premiado media center para múltiplas
plataformas, e é totalmente suportado no Ubuntu. O programa é sofisticado e de
alta qualidade, e é um media player que permite organizar e reproduzir vídeos,
música e fotos, incluindo preview das capas dos álbuns.
PROCESSAMENTO GRÁFICO
GIMP: GIMP é a alternativa Linux para o Adobe Photoshop. É um
avançado programa criação e edição de imagem, com um engine de animação e
uma vasta gama de plugins / filtros / pincéis. Pode fazer quase tudo que o
Photoshop pode fazer, mas que exigem uma técnica aprimorada para aprendê-la,
49

a fim de explorar suas características.


Hugin: Hugin é um criador de panoramas de alta qualidade. Combina
duas ou mais fotos e em um panorama. Mistura cores para fazer costuras entre as
fotos de maneira imperceptível.
Comix: Comix é um visualizador de livro em quadrinhos para Linux. É de
alta qualidade, funciona sem problemas, e oferece todos os componentes
necessários para a visualização de quadrinhos digital, incluindo apoio páginas
duplas, zoom, rotação, espelhamento, moda tela cheia, modo caber a tela,
melhora a imagem, mudar a qualidade de imagem, e favoritos.
FlickrUploader: Flickr Uploader é um programa desktop que torna fácil a
instantaneamente enviar as imagens para sua conta do Flickr.
Inkscape: Inkscape é um sofisticado programa de gráficos vetoriais
semelhante ao Adobe Illustrator.
Phatch Photo Batch Processor: Phatch é um processador de fotos em
lotes, tornando fácil para redimensionar, recortar, rodar, adicionar cantos
arredondados, mudar perspectiva, ou um vasto conjunto de outras funcionalidades
em poucos minutos.
QCAD: QCAD é um aplicativo parecido com o AutoCAD da AutoDesk. Ele
oferece a capacidade de criar e arquivos com suporte para o autoCAD e similares
ESCRITÓRIO
xpdf: xpdf é uma suíte de ferramentas PDF, incluindo um visualizador leve
com suporte para o padrão, TrueType e Type 1 fonts, ferramentas da conversão
para converter arquivos em diversos formatos, e suporte para múltiplos idiomas.
AbiWord: AbiWord é um popular, leve e ainda sofisticado processador de
textos que trabalha muito bem em Linux. É melhor para aqueles que necessitam
criar documentos, mas não exigem uma enorme quantidade de recursos
KAddressBook: KAddress é um gerenciador de contactos pessoais e
endereço.
KOrganizer: KOrganizer é um aplicativo de calendário e programação
com a habilidade para monitorar datas importantes, adicionar notas e exportar
50

arquivos.
GnuCash: GnuCash é um software de gestão financeira adequado para
uso pessoal ou uso comercial. Têm suporte para vários tipos de arquivo, como
ficheiros do tipo Quickbooks. Conta com monitoramento constante de que for
necessário, incluindo os investimentos e gastos.
xCHM: xCHM é um visualizador de arquivos do tipo HTML CHM,
adequadas para visualização ebooks HTML e arquivos grandes no formato CHM.
UTILIDADES
GPSDrive: Um sistema de navegação concebido para trabalhar com um
receptor GPS. Oferece a capacidade de zoom e exibir mapas baixados ou
gerados, conforme necessário, através OpenStreetMap.
Gnome Partition Editor: O Partition Editor permite facilmente manipular
partições com suporte para múltiplas estruturas de arquivos.
Virtual Box OSE: Virtual Box é uma aplicação de máquina virtual,
permitindo que você execute diferentes SO's dentro da sua máquina Linux.
ClamAV: Clam AV é um excelente antivírus para o Linux.
Gmount-ISO: Gmount é um frontend para o Terminal que permite de
maneira fácil montar uma imagem (ISO) de DVD ou CD.
INTERNET
Opera: Opera é um dos melhores navegadores existentes.
Mozilla Firefox: Firefox é o mais popular navegador da Internet para o
Linux, que oferece estabilidade, de amplo apoio, e uma enorme quantidade de
plugins.
Thunderbird: Thunderbird um popular cliente de e-mail do Mozilla
Foundation. Oferece múltiplo acesso às contas, IMAP e SMTP, proteção de
senha, livros de endereço, e muito mais.
SeaMonkey: SeaMonkey é um navegador baseado no Firefox.
Evolution: Evolution muito semelhante ao Microsoft Outlook.
51

ANEXO II – Projeto de Lei – Uso de Software Livre


pela Administração Pública

Proposição: PL-2269/1999 Avulso


Autor: Walter Pinheiro - PT /BA
Data de Apresentação: 15/12/1999
Apreciação: Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II
Regime de tramitação: Ordinária
Situação: CTASP: Aguardando Parecer.
Ementa: Dispõe sobre a utilização de programas abertos pelos entes de direito público e de
direito privado sob controle acionário da administração pública.
Explicação da Ementa: Obriga os órgãos da administração publica utilizarem software com
codigo livre ou aberto.
Indexação: Obrigatoriedade, orgão publico, empresa estatal, sociedade de economia mista,
empresa publica, utilização, programa livre de computador, licença, propriedade industrial,
propriedade intelectual.
Despacho:
11/2/2000 - DESPACHO INICIAL A CCTCI, CTASP E CCJR (ARTIGO 54 DO RI) -
ARTIGO 24, II.

Pareceres, Votos e Redação Final

CCTCI (CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA)


PAR 1 CCTCI (Parecer de Comissão)
PRL 1 CCTCI (Parecer do Relator) - Luiza Erundina

Substitutivos

CCTCI (CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA)


SBT 1 CCTCI (Substitutivo) - Luiza Erundina

Apensados
PL 3051/2000
52

PL 4275/2001
PL 7120/2002
PL 2152/2003
PL 3280/2004
PL 3070/2008
Requerimentos, Recursos e Ofícios

CCTCI (CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA)


REQ 227/2005 CCTCI (Requerimento) - Marcelo Barbieri
REQ 215/2009 CCTCI (Requerimento) - Luiza Erundina

Última Ação:
Data

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) - Designada


19/4/2011 -
Relatora, Dep. Manuela D'ávila (PCdoB-RS)

Andamento
Obs.: o andamento da proposição fora desta Casa Legislativa não é tratado pelo sistema,
devendo ser consultado nos órgãos respectivos.
Data

PLENÁRIO (PLEN)
15/12/1999
APRESENTAÇÃO DO PROJETO PELO DEP WALTER PINHEIRO.

PLENÁRIO (PLEN)
11/2/2000
LEITURA E PUBLICAÇÃO DA MATERIA. REP: DCD 11 04 00 PAG 15152 COL 01.

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)


11/2/2000
DESPACHO INICIAL A CCTCI, CTASP E CCJR (ARTIGO 54 DO RI) - ARTIGO 24, II.

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI)


11/2/2000
Recebido pela CCTCI

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI)


6/4/2000
RELATOR DEP NÁRCIO RODRIGUES.
53

Data

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI)


13/4/2000
APRESENTAÇÃO DE EMENDA PELO DEP BABA.

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)


17/4/2001
Apense-se a esta o PL-4275/2001.(DESPACHO INICIAL)

... No período de 2002 a 2010 foram cerca de 41 andamentos registrados e


que foram retirados daqui para não sobrecarregar o texto ...

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)


Arquivado nos termos do Artigo 105 do Regimento Interno da Câmara dos
31/1/2011
Deputados. Publicação no DCD do dia 01/02/2011 - Suplemento ao nº
14.(publicação)

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)


15/2/2011 Desarquivado nos termos do Artigo 105 do RICD, em conformidade com o despacho
exarado no REQ-44/2011.(íntegra)

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP)


19/4/2011
Designada Relatora, Dep. Manuela D'ávila (PCdoB-RS)

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP)


20/4/2011
Prazo para Emendas ao Projeto (5 sessões ordinárias a partir de 25/04/2011)

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP)


5/5/2011
Encerrado o prazo para emendas ao projeto. Não foram apresentadas emendas.
54

Anexo III – Formato ODF nos documentos na


Administração Pública

PROJETO DE LEI Nº 152/2011 – aprovado em maio/2011 na ALERJ e em vias de


aprovação pelo governador Sérgio Cabral, por ocasião do fechamento desta
monografia.
Autor(es): Deputado ROBSON LEITE
EMENTA:
DISPÕE QUE OS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DIRETA, INDIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO, BEM COMO OS ÓRGÃOS AUTÔNOMOS
E EMPRESAS SOB O CONTROLE ESTATAL ADOTARÃO,
PREFERENCIALMENTE, FORMATOS ABERTOS DE ARQUIVOS PARA
CRIAÇÃO, ARMAZENAMENTO E DISPONIBILIZAÇÃO DIGITAL DE
DOCUMENTOS.
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RESOLVE:
Art. 1º. Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta,
Indireta, Autárquica e Fundacional do Estado do Rio de Janeiro, bem como
os órgãos autônomos e empresas sob o controle estatal adotarão,
preferencialmente, formatos abertos de arquivos para criação,
armazenamento e disponibilização digital de documentos. Art. 2º. Entende-
se por formatos abertos de arquivos aqueles que: I – possibilitam a
interoperabilidade entre diversos aplicativos e plataformas, internas e
externas; II – permitem aplicação sem quaisquer restrições ou pagamento
de royalties; III – podem ser implementados plena e independentemente por
múltiplos fornecedores de programas de computador, em múltiplas
plataformas, sem quaisquer ônus relativos à propriedade intelectual para a
necessária tecnologia; Art. 3º. Os entes, mencionados no art. 1º desta lei,
deverão estar aptos ao recebimento, publicação, visualização e
55

preservação de documentos digitais em formato aberto, de acordo com a


norma ISO/IEC 26.300 (Open Document format – ODF). Art. 4º. Esta Lei
entrará em vigor na data de sua publicação. Plenário Barbosa Lima
Sobrinho, 02 de março de 2011 Deputado Robson Leite
JUSTIFICATIVA
O presente projeto de lei visa recomendar a adoção de um padrão na
criação e na distribuição de documentos públicos do Estado brasileiro,
utilizando-se do formato OpenDocument Format – ODF, pois o padrão
aberto é um requisito para que o Software Livre seja realmente livre sua
totalidade. Os padrões de interoperabilidade, que preconizam a
possibilidade de troca de dados e conteúdos oriundos de sistemas de
informação diversificada são essências tanto no segmento privado como
público. Com esta utilização e padronização efetiva, provocará avanços
significativos na utilização do software livre no país. Para demonstrarmos
nossa atualização como mundo da informática, devemos observar o
exemplo do governo francês, que já recomendou que todas as publicações
de seus documentos públicos devem estar disponíveis em formato ODF de
acordo com o relatório do Primeiro Ministro da França, e sugere ainda aos
seus parceiros europeus que também o façam, quando da troca de
documentos em nível europeu. No Brasil, o Estado do Paraná foi pioneiro
em aprovar uma lei de teor similar que já começou a dar resultados
econômicos e de apropriação social do conhecimento tecnológico aberto.
Diante do exposto, solicito o apoio dos meus pares, para aprovação do
Projeto de Lei que dispõe sobre a padronização dos documentos públicos
do Estado do Rio de Janeiro em formato OpenDocument Format – ODF.
56

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I
Fundamentação Teórica 10
1.1) Conceitos 10
1.2) História 13

CAPÍTULO II
O Estado da Arte 17
2.1) Ganhando Mercado 17
2.2) Distribuições Linux bem acessíveis 18
2.3) Segurança e Estabilidade 19
2.4) Aplicação em Business Intelligence 19
2.5) Programas CAD 20
2.6) Gerenciadores de Projeto 21
2.7) Suite de Escritório 22
2.8) Programas Diversos 22

CAPÍTULO III
Algumas Iniciativas Bem Sucedidas 24
3.1) Site de Acompanhamento de Gastos Públicos 24
3.2) Consórcio BDJUR 24
3.3) Solução Livre para Certificação Digital na CEF 24
3.4) Acordo de Cooperação Tecnológica 25
3.5) Programa Telecentros 25
3.6) Linux faz 20 anos 25
3.7) Guarda francesa troca Windows por Linux 25
3.8) I Fórum de S.L. do Comando da Aeronáutica 26
57

3.9) Trechos do discurso do presidente Lula 27


3.10) Trechos da carta aberta do TRT/RJ 28
3.11) Rio das Ostras tem sua própria distribuição 29
3.12) Rio das Ostras usa solução da Microsoft 30
3.13) Migração nos Mnicípios 31

CAPÍTULO IV
Resistências à Implantação Identificadas 32

CAPÍTULO V
Proposta: Recomendações para minimizar a resistência 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 41

WEBGRAFIA 42

ANEXOS 45

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 58
58

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - FACULDADE


INTEGRADA AVM

Título da Monografia: Software Livre na Administração Pública – A Difícil Quebra


de um Paradigma

Autor: José Antonio Fernandes Alves

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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