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Sinopse

Desde o início do surgimento do homem no planeta


Terra, existem algumas perguntas que inquietam as
nossas almas.
Quem somos nós? Por que morremos? Para onde
vamos? Quem é Deus e qual seu propósito?
Este livro contém uma ideia própria baseada na
mente do autor e nas escrituras sagradas da Bíblia e
nos ensinamentos de outras religiões.
Essas questões que formulamos, são questões meta-
físicas que a filosofia e a teologia tentam desvendar a
milhares de anos.
Neste livro, você encontrara algumas ideias e con-
ceitos sobre Deus que talvez você desconheça, mas
com certeza vai fazer você refletir sobre os pensa-
mentos propostos aqui.
A consciência de Deus, é um livro para quem tem
curiosidade sobre a existência, sobre o que não se
pode ver e nem tocar, sobre os mistérios que rondam
a existência desde quando o homem passou a se ques-
tionar sobre seu destino.
Mantenha a mente aberta e deixe que seu interior
decida se o que você vai aprender aqui pode ser uma
realidade ou não passa de uma ilusão.
O autor

Fausto Luiz Pizani é um estudante de teologia, fi-


losofia, religiões e ciências naturais. Seu objetivo
como ser humano é levar conhecimento ao maior
número de pessoas possíveis através de seus peque-
nos escritos e contos, desenvolvendo assim, um
maior entendimento sobre a vida por parte de seus
leitores.

Seus livros digitais são de fácil acesso a todos


aqueles que queiram aumentar seu conhecimento so-
bre Deus, o universo e a vida.

Misturando filosofia, teologia, ciência, religiões e


autoajuda, Fausto tenta despertar em seus leitores a
curiosidade de sempre se questionarem e refletirem
sobre a existência e qual o nosso papel como seres
humanos nessa jornada.

Fausto acredita que o amor é a maior força pre-


sente no universo e que devemos sempre espalhar
esse sentimento por toda parte e para todas as pes-
soas e seres viventes que habitam conosco neste pe-
queno planeta chamado Terra.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e


abrir-se-vos-á. – Jesus Cristo.
Sumário
01-Introdução
02-Nossas inclinações
04-A queda do homem e a morte
05-O Karma
06-Vida após a morte
07-O paraíso de Andy
08-O que somos nós?
09-Deus é um
10-Messianismo
11-A consciência de Deus
12-Fim
A consciência de Deus

Introdução

Caro leitor, este livro não é uma obra comum, é uma


obra que expõe um pensamento teológico particular.
Ao ler esta obra, você vai se deparar com questio-
namentos que a filosofia e a teologia vêm fazendo a
anos, quem somos nós? Para onde vamos após a
morte? Por que morremos? Quem é Deus?
Essas são pergunta metafísicas que o homem mo-
derno procura fugir por não encontrar uma resposta
contundente com a realidade.
A ideia exposta neste pequeno livro, está longe de
ser uma verdade, é apenas um pensamento baseado
no uso da razão e dos sentidos. Pode parecer no de-
correr da leitura, que estarei tentando atacar algumas
crenças, mas o que fiz, foi apenas pensar e procurar
em meu próprio interior as respostas para as pergun-
tas que vimos lá no início.
Espero que você possa fazer uma leitura reflexiva
sobre este livro e buscar em si mesmo as repostas so-
bre os temas aqui discutidos. Boa leitura!
Nossas inclinações

Quando estudamos a natureza do ser humano, per-


cebemos que todos temos duas inclinações, uma ter-
restre, que veio da Terra e nossa evolução e uma di-
vina, que veio de Deus. “E formou o Senhor Deus o
homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fô-
lego da vida; e o homem foi feito alma vivente. - Gê-
nesis 2:7”.
Quando lemos na Bíblia que Deus formou o homem
com o pó da Terra, imaginamos que Deus fez uma
forma e deu vida a ela. Algo indispensável para en-
tendermos a Bíblia, é que ela é simbólica, a Bíblia não
é um livro de ciências, embora algumas das passagens
simbólicas estão de acordo com as leis do universo e
da vida, o homem vindo do barro é uma delas, mas
quase em todas suas narrativas há simbolismo, por-
tanto, não interprete algumas passagens que usarei
neste livro como literal.
Sabemos que os seres evoluem, mas a evolução que
acredito não é a de que um descendente de macaco
um dia se tornaria humano, se assim fosse, não tería-
mos mais macacos, Deus não cria e nem destrói nada
em vão.
Uma das principais teorias da ciência sobre a ori-
gem da vida, é a sopa primordial, que seria uma mis-
tura de compostos orgânicos da própria Terra.
Deus ao criar a Terra, estabeleceu quais formas de
vida viveriam aqui, portanto, até que tudo estivesse
completo, levou um certo tempo, e do barro, saíram
as primeiras formas de vida que deram origem a todos
os animais e ao homem.
Para que o homem pudesse sobreviver no mundo,
ele precisou desenvolver alguns instintos primários,
como a caça, a autoproteção, a vigília, até chegarmos
as primeiras civilizações. Esses instintos primários é
o que chamamos de inclinação terrestre, mas o ho-
mem também tem outra inclinação, a divina.
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou. - Gênesis
1:27”.
A imagem e semelhança de Deus é nossa inclinação
celestial, a inclinação pela qual Deus nos criou, por-
tanto, temos em nós uma inclinação voltada para
baixo, que veio da natureza da criação terrestre e uma
inclinação que vêm de cima, chamada centelha di-
vina.
Essas são as duas inclinações que existem no inte-
rior de cada ser humano. Em alguns, a inclinação ter-
restre domina o ser, em outros, a inclinação celestial
se manifesta. Isso é o que chamamos de bem e mal,
cada um escolhe qual lado quer alimentar.
Nossa inclinação terrestre é dominada pelo que cha-
mamos de ego, o ego é o motivo de toda maldade no
mundo, mas o que é o ego?
O ego é justamente essa natureza terrestre que quer
nos colocar em primeiro lugar sobre tudo. O ego é o
que faz com que pessoas façam o bem ou o mal, o ego
é alimentado pela cobiça, pela raiva, pelo desejo e
pelo apego as coisas mundanas.
No hinduísmo e no budismo, o ego é visto como o
maior inimigo do homem, nessas religiões, atingir a
liberdade, que seria o moksha no hinduísmo e nirvana
no budismo, é renunciar a todo ego humano, pois nes-
sas religiões, acredita-se na reencarnação da alma,
tema que falaremos adiante.
Quando falamos em bem e mal, logo vêm na cabeça
das pessoas a ideia de Deus e Diabo, como se o cená-
rio existencial fosse uma guerra celestial entre duas
forças contrárias lutando pelo governo dos homens.
Mas vamos expor aqui outra passagem bíblica, onde
Deus deixa claro que é o ego que leva o ser humano a
praticar o mal.
“E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do
fruto da terra uma oferta ao Senhor.
E Abel também trouxe dos primogênitos das suas
ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para
Abel e para a sua oferta.
Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E
irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.
E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por
que descaiu o teu semblante?
Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se
não fizeres bem, o pecado jaz à porta, como animal
acurado que te espreita; podes acaso dominá-lo? - Gê-
nesis 4:3-7”.
Observe o versículo 7, Deus diz claramente que o
pecado jaz porta e sobre ele cairia o desejo e o ques-
tiona se ele seria capaz de dominar o desejo que leva-
ria ele ao ato de matar o irmão. Todos sabemos o fim
da história, Caim mata Abel trazendo ao mundo o pri-
meiro homicídio, o pior dos pecados.
Agora que temos em mente nossas inclinações, va-
mos estudar no próximo capítulo, o por que existe o
mal no mundo, ou seja, o ego que levou a queda do
homem e trouxe a morte para a humanidade. Não se
esqueça de interpretar simbolicamente as passagens
bíblicas citadas no decorrer da leitura.
Esse é um parâmetro fundamental para o entendi-
mento do livro.
A queda do homem e a morte

Vamos tentar entender neste capítulo, por que o ho-


mem se distanciou de Deus e por que como conse-
quência veio a morte. Vamos para passagem bíblica e
seu simbolismo.
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De
toda a árvore do jardim comerás livremente,
Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal,
dela não comerás; porque no dia em que dela come-
res, certamente morrerás. - Gênesis 2:16,17”.
“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimá-
rias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta
disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis
de toda a árvore do jardim?
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do
jardim comeremos,
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim,
disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para
que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes
se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sa-
bendo o bem e o mal.
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se
comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para
dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu
também a seu marido, e ele comeu com ela.
Então foram abertos os olhos de ambos, e conhece-
ram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e
fizeram para si aventais.
E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no
jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e
sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as ár-
vores do jardim.
E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde
estás?
E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi,
porque estava nu, e escondi-me.
E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Co-
meste tu da árvore de que te ordenei que não comes-
ses?
Então disse Adão: A mulher que me deste por com-
panheira, ela me deu da árvore, e comi.
E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste
isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu
comi.
Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fi-
zeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais
que todos os animais do campo; sobre o teu ventre
andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu
lhe ferirás o calcanhar.
E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua
dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o
teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de
tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, di-
zendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa
de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás
a erva do campo.
No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te
tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és
pó e em pó te tornarás. - Gênesis 3:1-19”.
Vamos tentar entender todo o simbolismo desta
passagem bíblica. Temos o homem, a mulher e um
mandamento de Deus, um único mandamento,
mesmo assim o homem o transgredi. Quem é quem
nessa história?
Adão e Eva seriam a humanidade, a cobra seria o
ego que vimos no capítulo anterior e o pecado é a
transgressão do homem sobre os mandamentos de
Deus.
Observe que a serpente dialoga com Eva a conven-
cendo de comer do fruto, por que esse diálogo? Por-
que a serpente é o ego e o ego é aquela voz que fica
em nossas cabeças dizendo, faça isso, faça aquilo, não
importa se é errado ou certo, ninguém está vendo.
Não resta dúvida que o ego é o que leva o homem ao
pecado e como consequência disso, veio a morte, mas
por quê?
Essa passagem de Gênesis, representa o homem es-
colhendo governar a si próprio, do que viver sobre os
mandamentos de Deus. Talvez esse pecado seja nossa
racionalidade, nosso livre arbítrio, por isso foi dada
uma ordem que não foi cumprida, trazendo consigo a
morte, mas por que morremos?
Um ser humano vive no máximo 100 anos, isso se
for muito abençoado. Quando Deus soube que o ho-
mem governaria o mundo segundo sua vontade, ele já
sabia que não viria algo bom disso, haveria muita dor,
muito sofrimento, doenças terríveis como depressão
entre outras que acabam com a vontade de viver,
portanto, a morte neste plano é porque não suportarí-
amos a eternidade sobre o governo do homem, seria
crueldade de Deus deixar uma pessoa eternamente na
rua passando fome e frio, doente e abandonada, é por
este fato que morremos, a morte neste mundo é um
livramento, é uma forma de acabar com o sofrimento,
uma forma de chegar a paz que o criador queria desde
o início, pois Deus em seu discernimento, sabia que o
homem dominando o mundo e realizando suas vonta-
des, seria um caos, teria injustiça, pobreza, guerras e
todos os males que vemos todos os dias nos noticiá-
rios.

O Karma

O hinduísmo, uma das religiões mais antigas do


mundo, acredita na doutrina da causa e efeito, que em
sânscrito chama-se Karmavada, a teoria ou doutrina
do karma. A palavra karma significa ação, e às vezes
é usada para determinar o efeito de uma ação.

De acordo com essa doutrina, boas ações produzem


bons efeitos, e más ações, efeitos ruins. Geralmente,
os efeitos ou frutos da ação chamam-se, em sânscrito,
Karmaphala. Os frutos das boas ações trazem prazer
e desfrute àquele que as praticou, enquanto que os
frutos das más ações causam sofrimento e dor.
A física conta-nos a respeito da conservação da
energia, e de acordo com tal teoria, energia nunca é
destruída, ao invés disso, um certo tipo de energia se
transforma num outro tipo de energia. Usando essa
ideia como uma analogia, podemos dizer que a ener-
gia despendida através de qualquer ação, apenas
muda de forma e torna-se força karmica, ou Karma-
phala. Essa força, como um bumerangue, inevitavel-
mente, mais cedo ou mais tarde, retorna a quem pra-
ticou a ação. Ao retornar ao agente, a forca karmica
começa a agir em sua mente e corpo, causando prazer
ou dor. Nenhum agente pode escapar de tal força kar-
mica, que se exaure depois de trabalhar na mente e no
corpo daquele que praticou a ação. Depois disso, essa
energia torna-se parte do vasto reservatório de energia
cósmica.

De acordo com tal doutrina, Deus não é responsável


pelo prazer e dor de suas criaturas. São as criaturas
que são responsáveis pelo próprio desfrute e sofri-
mento, e sofrem ou desfrutam graças às consequên-
cias dos seus próprios atos ruins ou bons. De acordo
com o hinduísmo, Deus é Karmaphaladata, o doador
dos frutos das ações. Ele é o derradeiro distribuidor
da justiça, e garante que todos recebam os seus pró-
prios Karmaphalas, e não uma outra pessoa.
Durante um período médio de vida, o agente pratica
inumeráveis ações, e igualmente incontáveis são os
efeitos. Nem todos os efeitos das ações retornam ime-
diatamente ao agente, embora alguns o façam. Por
exemplo, se uma pessoa planta uma macieira em seu
jardim, em alguns anos ela poderá colher os frutos,
mas se essa pessoa coloca a mão no fogo, isso terá um
efeito imediato, sua mão estará queimada.
Algumas ações, devido a sua natureza inerente, tem
os seus efeitos mais tarde. Algumas delas são como
títulos de longo prazo, que dão retorno somente em
alguns anos. Similarmente, os resultados de algumas
ações podem não vir durante a vida daquele que as
praticou. Tais frutos de ações, ou karmaphala, perma-
necerão guardados até o momento apropriado, e tal-
vez apresentem seus efeitos numa das vidas futuras
daquele que praticou tais ações. Assim, no hindu-
ísmo, a doutrina do karma está ligada à doutrina da
reencarnação.
Qualquer ação feita nesta vida, ou o seu efeito, cha-
mam-se em sânscrito kriyamana karma ou agami-
karma. As escrituras hindus nos dizem que tipo de
kriyamana karma, ou ação executada nesta vida, irá
surtir efeito imediato. Uma pessoa que cometeu al-
gum crime horrendo, como matar uma pessoa santa
ou uma mulher, sofrerá os efeitos ruins de tal ação
nesta vida mesmo. Outras ações, boas ou ruins, que
são relativamente triviais, talvez não tenham efeitos
imediatos. Tais ações vão sendo acumuladas durante
a vida de uma pessoa, kriyamana karma, finalmente
formando o vasto reservatório de sanchita karma, ou
karma acumulado.
À luz da doutrina do karma, talvez o homem pareça
ser responsável por tudo que acontece a ele nesta
vida, seja na forma de prazer ou dor. Porque Deus é
apenas o doador do karmaphala do homem, o seu pa-
pel não é diferente do de um banco. O banco não pode
entregar nenhum dinheiro ao depositante, que não
seja o capital de investimento e o seu rendimento. En-
tão, onde então há escopo para a graça de Deus no
hinduísmo?

Em resposta, o hinduísmo diz que a graça de Deus


não pode ser condicional, e qualquer dádiva condici-
onal não pode ser chamada de graça de Deus. Assim,
a graça de Deus deve ser incondicional e imparcial.
Da mesma forma que o sol brilha nos bons e nos
maus, Deus banha a todos com a Sua graça imparcial.
As pessoas boas usam a graça de Deus para o bem, e
as ruins usam-na para o mal.

Sri Ramakrishna nos explica isso com uma bela


analogia. Uma vela está acesa num pequeno quarto, e
à luz de vela, alguém está lendo um livro santo, en-
quanto uma outra pessoa no mesmo quarto está falsi-
ficando dólares. Nessa analogia, a luz da vela
representa a graça de Deus. A graça é imparcial e bri-
lha igualmente em ambos. As duas pessoas estão
usando a graça de Deus com propósitos totalmente di-
ferentes, um bom, e o outro mal. Talvez um deles
eventualmente torne-se um santo, enquanto o outro
vai acabar na prisão.
De acordo com Sri Ramakrishna, a brisa da graça
de Deus está sempre soprando, e todos neste mundo
são como donos de barcos à vela, enquanto as velas
não estiverem desfraldadas, a pessoa não pode apro-
veitar a brisa, a pessoa não pode beneficiar-se da
graça de Deus. Mas assim que as velas estiverem des-
fraldadas, a brisa da graça divina começará a mover o
barco. Nessa analogia, o ato de desfraldar as velas não
é outro que não o de esforçar-se. Sem o esforço pró-
prio, a pessoa não será capaz de beneficiar-se da graça
de Deus. (Trecho do livro, Síntese do Hinduísmo)
Na Bíblia, esta mesma ação se chama pecado e cas-
tigo, ou seja, o homem comete uma transgressão so-
bre algum mandamento de Deus e Deus lhe envia um
castigo. Há inúmeros exemplos de castigo na Bíblia,
mas será que Deus realmente precisa disso? Como le-
mos na estrutura do Karma, o próprio pecado já não é
o castigo? Alguém que realiza a maldade no mundo
dorme em paz?
“Tudo isto vi quando apliquei o meu coração a toda a
obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um
homem tem domínio sobre outro homem, para des-
graça sua. - Eclesiastes 8:9”.
O próprio pecado do homem, é sua ruina, Deus não
precisa castigar o homem porque o próprio pecado já
é o castigo.
Deus em sua sabedoria, já criou todas as leis do uni-
verso justamente para permanecer imparcial no juízo
do homem aqui na Terra, pois em vida a justiça e dos
homens, mas na morte a justiça será de Deus.

Vida após a morte

Existem basicamente quatro ideias centrais sobre a


vida após a morte, a reencarnação, a ressurreição, a
ida da alma para um suposto paraíso ou inferno e o
renascimento em um mundo vindouro, vamos estudar
essas quatro ideias para tentar perceber qual delas faz
sentido ou não e qual se aproxima mais da verdade
Começaremos com a reencarnação, acredita-se que
a reencarnação surgiu no hinduísmo, mas religiões
como o budismo e o espiritismo acreditam na reen-
carnação.
O motivo de reencarnar, é para pagar algum débito
que deixamos em vidas passadas, algumas ideias
espiritualistas acreditam que uma criança nasça com
uma doença crônica para pagar por suas dívidas ou
fazer com que seus pais paguem. Mas isso tem algum
sentido? Por que Deus ficaria enviando as mesmas
pessoas no mundo para pagar débitos de vidas anteri-
ores? Onde entra o livre arbítrio na vida se já nasce-
mos destinados a pagar um débito de outras vidas?
Se uma criança nasce com alguma anomalia, não é
somente ela que sofre, seus pais sofrem, os irmãos so-
frem, é como se todo o livre arbítrio de todas essas
pessoas que vivem ao seu redor fosse determinado
por Deus e isso vai contra a vontade do criador.
Em 1900, havia um bilhão e meio milhões de pes-
soas no mundo, hoje, estima-se que aja entre 7 a 8
bilhões, de onde vêm tantas almas, fora as que voltam
para Terra? Como este ciclo terá um fim?
Se você já existiu no passado e hoje existe nova-
mente, então quem é você?
Essa corrente de pensamento que teve origem no
hinduísmo e foi muito estudada pelo filósofo Platão,
levanta mais perguntas do que respostas. Se toda alma
é imortal e nunca será destruída, qual a justiça de
Deus, por que todo esse sofrimento para que no final
todos os que nasceram, vão voltar a vida em um su-
posto outro mundo em uma condição pior ou melhor?
Respeito totalmente a crença de quem acredita
nisso, o espiritismo é uma das religiões mais altruístas
do mundo, mas infelizmente eu não acredito que essa
seja uma possibilidade real sobre vida após a morte,
pois além de ir contra o livre arbítrio, nos ensina que
não há uma justiça divina para aqueles que praticam
o mal.
Vamos agora falar sobre a ressurreição, a ressurrei-
ção é a crença da volta do corpo a vida, ou seja, mor-
remos, nosso corpo se deteriora, mas após um juízo
final voltaremos em nossa mesma forma em um para-
íso terrestre.
Essa ideia de juízo final veio do Zoroastrismo, as-
sim como a ideia de paraíso, nascimento de um mes-
sias salvador e a ressurreição. Os egípcios e os sume-
rianos também acreditavam na ressurreição da carne,
mas seria isso possível? Após nosso corpo se desinte-
grar, poderia ele voltar a mesma forma que era antes?
Eu também não acho essa ideia muito contundente,
mas na Bíblia há várias passagens sobre isto, eis aqui
uma delas “E, como aos homens está ordenado mor-
rerem uma vez, vindo depois disso o juízo, - Hebreus
9:27”.
Outra crença importante sobre a vida após a morte
é a crença na ida da alma para um suposto paraíso.
Essa ideia veio da filosofia de Platão e do mundo in-
teligível. Platão acreditava que por trás das formas
que enxergamos, existia em algum lugar essas mes-
mas formas só que perfeitas, e o que enxergamos, é
apenas uma sombra disso.
Essa é uma das principais crenças do catolicismo,
mesmo a Bíblia afirmando que cabe ao homem viver
uma vez e depois disto o juízo como lemos em He-
breus.
Os católicos acreditam que quando morremos, o es-
pírito sai do nosso corpo e vai para um suposto para-
íso ou inferno pela eternidade. Você acha mesmo que
Deus condenaria alguém ao sofrimento eterno por
uma breve vida de maldade? Isso faz algum sentido
para você?
Como vimos que o paraíso foi uma junção da crença
católica com a filosofia de Platão, o inferno foi base-
ado em um local de Jerusalém que se chamava Geena,
esse antigo local era depositado objetos sem utilidade
e as vezes até corpos de indigentes, de tempos em
tempos era jogado enxofre nesse local para que o fogo
nunca cessasse, dai a ideia que o inferno é um lugar
de fogo e enxofre. Um pouco também foi influência
da mitologia grega e o submundo de Hades.
A que me parece mais verdadeira de todas as cren-
ças sobre a vida após a morte é a de um mundo vin-
douro, essa crença existe em algumas vertentes do
judaísmo. O mundo vindouro seria um novo mundo,
um novo planeta e temos uma constatação disto na
Bíblia.
“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o
primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já
não existe.
E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que
de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa
ataviada para o seu marido. - Apocalipse 21:1,2”.
O mundo vindouro, seria um novo mundo que ira
surgir em um futuro muito distante e a ciência prova
isso.
De todas as possibilidades que estudamos sobre a
vida após a morte, o mundo vindouro me parece a
mais real. O universo esta se expandindo, a ciência
sabe que nossa galáxia em um futuro distante se cho-
cara com a galáxia de Andrômeda, dando início a uma
nova galáxia, onde possivelmente nascerá um novo
planeta em que os justos viveram novamente. Não sei
se será eterno ou não, mas acredito que será um
mundo para os justos, como prometido em algumas
passagens bíblicas como esta.
“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não
haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas. - Apoca-
lipse 21:4”
Vou deixar aqui um pequeno livro reflexivo sobre a
vida após a morte que escrevi já a um certo tempo e
que também pode ser uma opção para pessoas que
possuem crenças mais espirituais.
O intuito deste livro é nos mostrar que Deus pode
ter diversas formas de dar aos seres humanos vida
após a morte, pois cada pessoa acredita em uma das
hipóteses que citamos acima, ninguém sabe qual é a
verdadeira, portanto, o que vêm após a morte pode ser
qualquer coisa, esta longe de nosso entendimento e
cada um têm a devida liberdade para crer no que qui-
ser quando se trata deste assunto.

O paraíso de Andy

Parte um

Tudo estava escuro, sinto algo se esbarrando em


mim, aos poucos fui conseguindo abrir os olhos e
quando vi pela primeira vez, eu estava em um ninho
dividindo o espaço com mais dois irmãos. Eu era um
Falcão Peregrino, uma ave extremamente veloz, mas
que ainda não tinha aprendido a voar.
Enquanto minha mãe cuidava de nós, meu pai saía
para caçar alimentos para nosso desenvolvimento e
sustento. Éramos uma simples família de pássaros co-
muns. Morávamos em cima de uma colina, eu conse-
guia ver toda a paisagem a quilômetros de distância,
aquilo me fascinava, eu não via a hora de pode voar
como meu pai para explorar o mundo e isso não de-
morou muito para acontecer.
Conforme fui crescendo, começou a ficar difícil di-
vidir o ninho com meus outros irmãos, quando per-
cebi que já tinha uma estrutura desenvolvida, arris-
quei pular do ninho. Fui me debatendo e caindo, achei
que não conseguiria, mas após muito esforço eu le-
vantei voo.
Que sensação incrível era aquela, do alto eu obser-
vava tudo, as colinas, a floresta, os outros animais e
aves. Tudo o que existia eu conseguia enxergar. Mi-
nha audição era perfeita, pássaros cantavam o tempo
todo e eu conseguia escutá-los. Tudo era perfeito aqui
de cima, fiz um voo bem longo até o pôr do Sol, como
era deslumbrante observar aquela esfera brilhante se
escondendo no horizonte. Tudo era muito lindo, eu
podia sentir o cheiro da natureza e a harmonia da exis-
tência, eu não tinha ideia de quem havia criado tudo
isso, mas percebi facilmente que era um criador per-
feito, as paisagens, as flores, os animais em
movimento, tudo o que eu tinha presenciado até esse
exato momento me deixou perplexo.
A noite foi chegando, eu precisava de um lugar para
me refugiar, escolhi o alto de uma montanha, era se-
guro e aconchegante, ao anoitecer, pude presenciar
todos os astros no céu, era como se tudo o que exis-
tisse fizesse parte de um plano divino e eu era uma
pequena fração disso tudo.
Lentamente fui acordando ao amanhecer. Estava
com fome, nunca tinha caçado antes, mas sabia que
cedo ou tarde isso iria acontecer.
Levantei voo rapidamente, de longe pude avistar
um pequeno pombo, por mais que eu não quisesse
atacá-lo, eu não tinha escolha. Persegui o animal com
uma velocidade incrível, quando ele pensou em fugir
já estava preso em minhas garras, levei ele até uma
pequena colina e me alimentei de sua carne, repus to-
das as energias de que precisava, mas confesso que
não me senti bem matando outro animal, será que
existia um predador que me atacaria um dia também?
Era o que eu me perguntava.
Passeando pela floresta, de longe avistei um espaço
de terra diferente. Fumaças saiam de enormes chami-
nés, veículos circulavam pelas ruas, humanos anda-
vam desesperadamente de um lado para o outro como
se estivessem atrasados para realizar alguma
atividade, decidi ver isso mais de perto, então resolvi
fazer uma viagem até esse lugar que era desconhecido
para mim.
Eu estava bem acima de uma cidade, mas minha vi-
são e audição apuradas conseguiam captar tudo o que
estava acontecendo lá em baixo.
A maioria das pessoas pareciam estar assustadas,
elas mal se cumprimentavam, viviam andando rapi-
damente com bolsas, pastas e outros tipos de acessó-
rios nas mãos. Observei também um grande número
de prédios enormes e templos de adoração que prova-
velmente foram construídos para adorar algum Deus,
creio que o mesmo Deus que me criou.
Sentado no banco de uma praça, um senhor estava
praticamente alterado, provavelmente sobre efeito de
alguma substância que eu não conhecia. Ele vestia
roupa sujas, a barba era longa e o cabelo todo desar-
rumado. Cada pessoa que passava ele estendia sua
mão e pedia uma esmola, acredito que isso era algum
tipo de ajuda que alguém poderia lhe oferecer, mas
infelizmente todo mundo negava.
Em uma outra parte da cidade, enormes construções
lançavam no ar uma fumaça tóxica que eu poderia
sentir seus efeitos de longe, os veículos também fa-
ziam isso. Eu não sabia se isso era normal ou não, mas
tinha certeza de que não era bom.
Eu queria entender mais sobre esses seres, o que
eles pensavam, como agiam, porque estavam todos
desesperados, porque transformar esse maravilhoso
mundo em um caos?
O Sol já estava se pondo, percebi que nesse horário
o movimento não era tão assustador. Ao observar um
templo, percebi que uma quantidade razoável de pes-
soas estava entrando nele, fiquei curioso para saber o
que acontecia ali dentro, então voei mais próximo e
repousei em uma árvore a alguns metros de distância.
Mesmo um pouco longe, minha audição captava tudo
o que estava acontecendo lá dentro.
Primeiro o que ouvi foram cânticos e louvores, de-
pois algumas sentenças falada por alguma pessoa,
após isso um homem de voz calma e pacifica come-
çou a falar sobre um ser que viveu na Terra e que dei-
xou os maiores ensinamentos para que a humanidade
vivesse em paz. Seu nome era Jesus, esse homem de-
clarava que Jesus foi algum tipo de Deus, ou pelo me-
nos de origem divina, mas não foi essa parte que me
tocou.
Em certo ponto da reunião, esse homem começou a
pregar os ensinamentos desse mestre, o homem dizia
que Jesus veio para redimir a humanidade do pecado.
Quando estava na Terra, pregou que amassemos uns
aos outros como ele nos amou. Seu amor pela huma-
nidade foi tão grande que ele deu sua vida pelo que
acreditava e prometeu a vida eterna para quem nele
cresse.
Ao continuar, disse que Jesus nos ensinou a sermos
humildes, ajudarmos os pobres, tratarmos de forma
igual nossos semelhantes, pregar a paz e o amor em
todos os lugares e levar seus ensinamentos a todas as
pessoas do mundo.
Após dizer isso, o locutor pediu silêncio para citar
uma passagem que Jesus havia nos deixado, segundo
ele, era um dos seus maiores ensinamentos, então o
locutor começou a falar dizendo: “A herdade de um
homem rico tinha produzido com abundância;
E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não te-
nho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto:
Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros mai-
ores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os
meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em de-
pósito muitos bens para muitos anos; descansa, come,
bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem
será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e
não é rico para com Deus. E disse aos seus discípulos:
Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela
vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, so-
bre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e
o corpo mais do que as vestes. Considerai os corvos,
que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa
nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis
vós do que as aves? E qual de vós, sendo solícito,
pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se
nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais
ansiosos pelas outras? Considerai os lírios, como eles
crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que
nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu
como um deles. E, se Deus assim veste a erva que
hoje está no campo e amanhã é lançada no forno,
quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não pergun-
teis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de be-
ber, e não andeis inquietos. Porque as nações do
mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe
que precisais delas. Buscai antes o reino de Deus, e
todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não te-
mais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou
dar-vos o reino. Vendei o que tendes, e dai esmolas.
Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro
nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e
a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro,
ali estará também o vosso coração. - Lucas 12:16-34”
Após ouvir tudo aquilo, eu fiquei emocionado.
Como pode um humano, pelo pouco que eu conheci
deles, nos deixar um ensinamento assim? E como
pode esse grande número de pessoas procurar por
uma fé ou salvação diante desse mestre, sem fazer o
que ele nos deixou como lição? Tudo estava confuso
em minha cabeça e para piorar, ao terminar a reunião
havia um mendigo em frente o templo pedindo esmo-
las alegando que estava com fome, mas ninguém o
atendeu, nem se quer uma pessoa. Isso me deixou
muito triste, como as pessoas podiam seguir Jesus,
que deu a vida por elas e serem hipócritas a ponto de
não fazerem nada do que ele nos ensinou? Isso me
deixou mais intrigado e decidi estudar um pouco mais
esses seres chamados humanos.
Ainda era cedo, o movimento nas ruas agora era
mais calmo, em alguns lugares coloridos e aparente-
mente divertidos, uma quantidade razoável de pes-
soas se agrupavam para celebrar algum tipo de con-
quista. Fiquei de longe observando e ouvindo o que
elas diziam, elas falavam em carros, casas, perfumes,
roupas e joias, basicamente eram pessoas materialis-
tas, nenhuma delas tinha interesse em saber do pró-
ximo, elas queriam fama e status para vida delas e o
pior disso tudo é que uma grande parte dessas pessoas
frequentavam aquele templo que observei. Agora eu
comecei a ter uma noção do porquê de dia, todos an-
davam rapidamente sem muito entusiasmo, elas se
matavam de trabalhar para que com o dinheiro rece-
bido, alimentassem o vazio que existia dentro delas
através de compras e luxo.
Outras pessoas falavam mal da vida dos outros, tal-
vez por serem negativas demais para iniciar um
assunto positivo, viviam pregando a maldade e dis-
córdia entre os mesmos seres. Como isso era possí-
vel? Uma raça que criava máquinas complexas e que
erguia templos enormes serem tão egoístas assim?
Tudo isso estava confundindo minha cabeça, a ma-
drugada foi chegando, depois de um dia todo de ob-
servações eu precisava de descanso. Retornei a colina
e tive uma noite de sono bem agitada, algo em mim
estava inquieto, e o pior de tudo, eu não poderia fazer
nada para mudar.
Acordei no dia seguinte, decidi fazer um passeio
maior pela cidade a fim de encontrar algum vestígio
de bondade nas pessoas. Depois que aprendi sobre Je-
sus, comecei a acreditar que ainda poderiam existir
pessoas de coração nobre no mundo.
Subi o mais alto que pude pela cidade. Com minha
impressionante visão, eu enxergava tudo lá de cima.
As pessoas continuavam com pressa, era como se elas
fossem obrigadas a realizarem algo que elas não que-
riam, eu percebia na face delas o descontentamento.
Numa rua qualquer, observei uma senhora bem ve-
lhinha tentando atravessar uma avenida, ela tinha di-
ficuldade em andar e a rua era movimentada. Um jo-
vem chegou até ela e a pegou pelo braço ajudando
atravessar a rua. Aquilo me deixou feliz, ainda tinham
pessoas boas no mundo. Em um outro ponto da ci-
dade, homens fardados estavam em guerra com
adolescentes fortemente armados. Rajadas de tiro
saiam de todos os lados, meu Deus, o que era aquilo.
Muitos jovens foram feridos e os homens fardados
que eram chamados de policiais também, alguns não
resistiram e morreram. O que eles estavam fazendo?
Por que estavam matando uns aos outros? Eu já não
conseguia entender mais nada, o que eu me pergun-
tava era como as pessoas conseguiam ser felizes em
um mundo assim. Será que elas não percebiam que
aqueles jovens e policiais morrendo poderiam ser
elas? Será que elas realmente não podem fazer nada a
respeito disso?
Eram muitas dúvidas em minha mente, por que um
animal como eu vivia em paz enquanto esses seres
dotados de inteligência e sentimentos estavam sempre
em conflitos?
Eu já estava cansado, decidi voltar embora para flo-
resta, no caminho encontrei um casal de jovens se
abraçando e trocando carinhos, não era isso que as
pessoas deveriam estar fazendo? Se amando e contri-
buindo para transforma nosso mundo em um lugar
melhor? Por que enquanto uns se amavam outros se
odiavam? Por que toda essa guerra desnecessária? Eu
já não tinha mais o que pensar, acredito que tudo o
que vi já era necessário para uma vida inteira, eu era
um Falcão Peregrino e nada do que eu fizesse mudaria
o mundo.
Decidi voltar e permanecer na floresta, no alto dos
montes. Ainda me restava bastante tempo de vida, eu
era jovem e sentia que tinha alguma missão a fazer.
Escutei o canto de uma ave, era uma ave como eu só
que fêmea, disparei em alta velocidade atrás dela, jun-
tos fizemos uma dança no ar com cantos e movimen-
tos acrobáticos, nesse momento eu estava me esque-
cendo de tudo, senti minha consciência livre e feliz.
Ficamos juntos pela noite toda, tivemos 2 lindos fi-
lhotes e permanecemos juntos até o fim. Com o passar
do tempo eu fui envelhecendo e sabia que iria morrer.
Eu já não tinha mais aquela disposição para voar
como antigamente, mas eu agradecia mesmo assim.
Por mais que eu estivesse com dó dos humanos a mi-
nha vida foi maravilhosa e sempre fui grato a quem
me criou por me dar essa chance de viver.
No outro dia, acordei bem cedo, senti que aquele
seria meu último dia e aproveitei para fazer um último
voo, me despedi de minha companheira e sai voando
o mais alto que eu pude a uma enorme velocidade.
Decidi que queria ir de encontro ao Sol, queria mor-
rer tendo a sensação de estar adentrando em uma es-
trela, e quando menos esperei, eu já não existia mais
nesse mundo.
Parte dois

Abri meus olhos, tudo o que enxerguei foi uma luz


branca reluzente como um diamante, era uma luz cris-
talina que não tinha forma alguma. Eu também não
tinha forma, mas sabia que estava lá, confuso e assus-
tado perguntei:
- Quem está aí?
-Seu criador, respondeu uma voz.
- Onde estou? Perguntei.
-Você está na transição para uma nova vida.
- Uma nova vida? Animais vivem novamente? Per-
guntei confuso.
- Depende, se foi um humano que na transição pas-
sada me pediu para ser um Falcão Peregrino porque
sonhava em voar, sim.
- Não estou entendendo, respondi.
- Antes de ser um Falcão, você foi um humano
Andy e como humano você foi uma ótima pessoa,
você ajudou a transformar o mundo em um lugar me-
lhor e depois que morreu me pediu para ser uma Fal-
cão Peregrino porque sonhava em voar, eu lhe dei a
oportunidade de escolher um paraíso e foi isso que
você escolheu.
- Mas é isso que é a morte, cada um escolhe o que
quer ser após ela? Perguntei.
- Claro que não, somente tem esse privilégio quem
colaborou por um mundo melhor, respondeu a luz.
- Quer dizer que já fui humano um dia?
- Sim, e foi uma ótima pessoa, será que você não
percebeu que quando era um Falcão carregava senti-
mentos humanos ainda?
- Sim, mas eu achava que era preciso ter um certo
nível de consciência para ter emoções. Respondi.
- Mas você tem, todos tem, todo ser vivo é consci-
ente.
- Era por isso então que eu achava injusto as ações
que eu via dos humanos? Perguntei.
- Sim, pois mesmo você sendo uma ave, seu espírito
imortal estava com você.
- O que acontece com uma pessoa que não foi uma
boa pessoa em vida?
- Simplesmente ela volta como um ser humano no
mesmo mundo que ela estava presa.
- Como funciona isso?
- Imagine que você nasça um ser humano e viva na
Terra, um planeta perfeito que criei, mas que o mal, a
ganância e o ego do ser humano dominem você. Você
não ajuda ninguém, vive festejando, não tem respeito
nem amor pelo próximo, só pensa em status e bens
materiais, como posso eu lhe oferecer um mundo me-
lhor se você não lutou por ele enquanto vivo? Res-
pondeu a voz.
- Quer dizer então que só vamos para um mundo
melhor quando transformamos o mundo em que nas-
cemos em um bom lugar?
- Com certeza, como posso eu sendo justo lhe colo-
car em um mundo melhor sendo que você não fez
nada para merecer?
- Sim, isso faz sentido, respondi, mas é sobre a vida
eterna que ouvi um suposto pregador dizendo que Je-
sus nos prometeu?
- Você não acharia a eternidade um tédio? Entre
viver eternamente e viver inúmeras vezes, experimen-
tando em cada vida uma sensação diferente, qual lhe
traz mais contentamento? Visto que você vive eterna-
mente da mesma forma, só que em corpos diferentes,
em seres diferentes e em lugares diferentes.
- Entendo, afinal, cada um sonha com o paraíso de
uma forma. Mas e se alguém pedir para viver em um
mundo perfeito? Sem guerra, injustiça e maldade
- Isso só é possível quando cada pessoa entender
que precisa voltar e ajudar o mundo a chegar nesse
estado, como Jesus fez.
- E um dia o mundo vai chegar a esse estado?

- Sim, mas isso depende do esforço das pessoas.


Como posso realizar a vontade dos homens se eles
não a possuem dentro de seus corações, eu não os dei
inteligência para viverem?
- Mas você não é Deus? Não pode fazer tudo?

- Posso fazer tudo, mas seria agir contra a vontade


da própria criação e isso eu não acho justo, pois dei
liberdade para que cada pessoa escolha o caminho
que quer seguir e ainda deixei uma enorme quanti-
dade de ensinamentos para ajudá-los a viverem em
paz.
- E agora, o que acontece? Perguntei.
- Você será um humano novamente, mas no mundo
que ajudou a construir.
- Viverei em outro mundo?

- Não, no mesmo mundo, mas no futuro, onde as


coisas já são melhores e estão se aproximando da per-
feição, em um mundo mais justo que você contribuiu
para que fosse possível existir quando foi humano.
- E o que seria a perfeição?
- Seria um mundo sem dor, sem sofrimento, sem
guerras, em harmonia e paz, como Jesus acreditava.
Veja todos os ensinamentos de Cristo, para que ser-
vem? Para ajudar as pessoas a viverem uma vida me-
lhor e contribuir para que o mundo se desenvolva es-
piritualmente. Você consegue imaginar como seria o
mundo sem Jesus? O principal ideal de Jesus era alte-
rar a natureza dos seres humanos que exerciam fé
nele.

- Mas como pode o mundo chegar a esse estado


cheio de guerras e injustiça?

- Existem muitas pessoas boas no mundo Andy, só


que as pessoas preferem dar crédito somente a mal-
dade, os sistemas de informação entorpecem a mente
das pessoas fazendo elas acreditarem que o mundo é
um lugar ruim, mas todos os dias acontecem muitas
coisas boas, até mais do que as ruins, mas isso os sis-
temas de informação não têm interesse em divulgar.

- Então, resumindo, vivemos uma vida como huma-


nos e a outra como escolhemos ser?
- Se ajudar a humanidade a progredir, sim, é o preço
justo que posso dar. Quando uma pessoa coopera para
que meu propósito no mundo seja feito, ela tem o di-
reito de escolher um paraíso para viver, isso não quer
dizer que vai viver em outro mundo, pois a sensação
de um paraíso reside no interior de cada pessoa onde
quer que ela esteja, na forma em que esteja, até
mesmo uma simples célula pode experimentar as
mais variadas sensações e emoções.

- Então não existe um paraíso único para onde todos


vão?

- Não, cada pessoa sonha com um paraíso diferente,


seria injusto eu criar algo eterno e igual para todos,
visto que cada um tem sua própria ideia do paraíso.
Me sinto melhor dando a oportunidade para uma pes-
soa boa viver como queira.

- Jamais imaginei que a morte seria assim.

- Eu sou todo poderoso correto? Por que seria dife-


rente? Eu não estaria deixando de ouvir meus pró-
prios filhos? Além do mais, nada na existência é
eterno, apenas eu sou eterno, tudo passa por um ciclo,
até o próprio universo é assim.

- E porque tenho que voltar como humano nova-


mente?

- Porque o mundo ainda não é perfeito e precisa de


pessoas como você que ajudem no processo de evo-
lução da humanidade, por mais que a vida humana
seja dolorosa as, os humanos são os únicos seres ca-
pazes de transformar o mundo em um lugar melhor.
- Então quando eu era um Falcão Peregrino eu es-
tava no paraíso?

- Sim, foi o paraíso que você me pediu após sua


morte anterior, você desejava voar, viver como um
pássaro, ter uma liberdade que é difícil experimentar
como humano.

- E como é julgar um ser humano? Perguntei.

- É difícil julgar um ser humano, pois ele sofre uma


série de influências devido ao seu local de nasci-
mento, os costumes e a educação, mas quem não se
esforça, acaba voltando como humano novamente,
até que complete sua missão e possa escolher seu pró-
prio paraíso. Cada vida humana possui emoções, sen-
sações e escolhas. Através de sucessivas vidas o espí-
rito evolui. Muitas pessoas acreditam que porque uma
pessoa realizou algumas atitudes más, ela não merece
ter seu paraíso, mas somente eu sei olhar o coração
das pessoas, as vezes uma pessoa que todo mundo
considera justo, comete erros terríveis, mas se passam
por boas pessoas perante o próximo. Já outras que co-
metem alguns crimes, possuem um coração limpo e
bondoso. O julgar só pertence a mim, porque somente
eu sei como é um coração humano e porque ele rea-
liza determinadas ações.

- Acho justo, ficarei feliz quando voltar como hu-


mano sabendo de tudo isso.
- Você nunca terá lembranças de suas vidas anteri-
ores, assim como não tinha quando era um falcão, não
vai ter agora que voltar como humano, somente em
minha mente é que as lembranças dos espíritos per-
manecem. Em minha mente os espíritos são imortais,
eu sei tudo sobre eles, cada vida, cada ato e cada pen-
samento.

- Então eu irei me esquecer de tudo?

- Sim, mas irá permanecer com o mesmo espírito.

- Porque a morte amedronta tanto as pessoas?

- Porque elas têm consciência, algumas sabem que


no fundo não estão se esforçando para fazer o bem,
sem contar que existem milhares de crenças de que a
morte pode ser algo ruim, como um castigo eterno ou
a não existência, mas nenhuma é verdadeira. O pior
que pode acontecer é voltar como humano sucessivas
vezes até que o esforço para alterar seu próprio espi-
rito seja feito, o que vai automaticamente transformar
a humanidade em um lugar melhor.

- Interessante, bom, acho que preciso voltar então,


não deve ser tão ruim viver como humano, apesar de
todos os problemas dos humanos, eles possuem bem
mais emoções que os animais.
- Sim, porque foram feitos a minha imagem e seme-
lhança. Está na hora de voltar, continue ajudando a
humanidade a progredir até que o mundo em que você
sempre sonhou viver se torne realidade e talvez o que
Jesus acreditava aconteça, pois quando o mundo for
perfeito vamos desejar a eternidade, já a desejamos
mesmo nesse mundo cheio de aflições, imagine em
um mundo perfeito. De uma forma ou outra, Jesus ti-
nha razão, pois os justos viveram para sempre.

- Que assim seja.

Sempre acreditei que a morte poderia ser algo ruim,


mas nunca me questionei o motivo que Deus teria
para punir sua criação que já tanto sofre na vida. São
tantas ideias, tantos conceitos que o que era para ser
visto como liberdade, acaba aprisionando a mente das
pessoas. Não há porque temer a morte, percebi que a
justiça de Deus é feita com bondade e amor, jamais
ele permitiria que sua criação sofresse eternamente
em algum lugar ou deixasse de existir, pois só ele tem
o discernimento para julgar cada pessoa, e aos seus
olhos, todos temos um enorme valor, pois somos sua
criação e o amor de Deus para conosco é tanto, que
nos deu liberdade para fazer o próprio mal mesmo que
isso o magoe.

Após esse diálogo com Deus, percebi que cada um


de nós temos um paraíso diferente. Eu sonhava em ser
um Falcão Peregrino em minha vida anterior, era o
meu paraíso, isso se tornou realidade, agora me resta
continuar minha jornada como humano, para que eu
possa escolher meu próximo paraíso, afinal de contas,
toda vida é uma dádiva e criação de Deus.
O intuito dessa pequena história, é para que você
faça uma reflexão de que a vida após a morte pode ter
inúmeras possibilidades. Nada sabemos o que existe
do outro lado e cabe a cada um acreditar no que qui-
ser, pois como no conto diz, Deus é poderoso, o que
há que ele não possa fazer?

O que somos nós?

No início(tempo), criou Deus os céus(espaço) e a


Terra(matéria). A primeira frase da Bíblia já resume
pôr completo o que somos. Somos seres matérias vi-
vendo em um espaço movido pelo tempo.
Quando Deus se revela a Moises, ele se revela como
um tetragrama, ou YHWH, o tetragrama representa as
3 dimensões do espaço mais o tempo, vivemos em 4
dimensões.
Essa ideia nos mostra de que a totalidade da exis-
tência é o universo e o tempo e que não possuímos
uma alma que sai do corpo e vai para uma outra di-
mensão. Somos seres físicos, manifestação do espí-
rito de Deus. Mas então o que é o espírito que temos?
A palavra espírito tem sua raiz etimológica do La-
tim "spiritus", significando "respiração" ou "sopro".
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra,
e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem
foi feito alma vivente. - Gênesis 2:7”.
Portanto, espírito quer dizer sopro, ou vitalidade, é
o que nos move, é nossa consciência que volta a Deus
quando damos o último suspiro em vida.
A Bíblia descreve a morte como um sono profundo,
onde nossa consciência permanece na memória de
Deus até o suposto mundo vindouro, onde nascere-
mos novamente ou até o juízo final.
Deus criou um universo magnífico, existem bilhões
de estrelas, bilhões de galáxias, quem entende a com-
plexidade do universo se admira com tal perfeição.
Nosso planeta está localizado no que chamamos de
zona habitável, se ele estivesse mais um metro perto
do Sol morreríamos de calor, se estivesse a um metro
mais distante morreríamos de frio.
A ideia de existir um submundo, ou outros mundos
após a morte não pode ser provada, tudo o que sabe-
mos é que existe esse mundo, esse universo físico.
Nós não precisamos ser mais do que somos, como
seres físicos podemos experimentar todas as sensa-
ções possíveis. Claro que algumas sensações são
ruins, mas isso devido ao fato de existir a morte, as
doenças e as consequências da desobediência do ho-
mem a Deus.
Quando vemos uma criança deformada, ou até
mesmo um adulto, nos perguntamos por que isto
acontece, as vezes temos a impressão de Deus não ser
justo com aquela pessoa, no entanto, nunca paramos
para pensar na alimentação que levamos, nos vícios
que temos, nas milhares de causas que podem mudar
o fator genético de uma pessoa.
Não pensamos também na mutação, que é o que nos
trouxe até aqui e pode ser a causa dessas anomalias.
Na verdade, não sabemos por que ocorrem coisas
desse tipo e não adianta buscarmos uma explicação
que nunca será o suficiente para aceitarmos tais dife-
renças, pois na verdade, a imperfeição está mais nos
olhos de quem a vê do que no ser propriamente visto,
aos olhos de Deus somos todos perfeitos, esse corpo
é só um fardo a ser carregado, com o tempo ele vol-
tara ao pó e nossa consciência volta ao criador. Preci-
samos aceitar que existem questões na vida que não
estão ao nosso alcance. Tentar entender todo o propó-
sito de Deus é uma missão quase que impossível, o
que sabemos é apenas o que ele decide nos revelar.
Se o universo que é físico não conhecemos sua to-
talidade, imagina tentar conhecer a totalidade de um
ser espiritual.
Deus é um

Uma das crenças mais poderosas do universo é a


crença monoteísta. Ou seja, Deus é um e único, não
há quem possa duelar com Deus como acredita-se no
cristianismo e zoroastrismo.
Ser monoteísta, é acreditar que existe uma única
força no universo que governa, cria e traz a existência
tudo o que existe, não há nenhuma força superior a
Deus.
Quando a Babilônia foi invadida pelos persas, o rei
Ciro tentou influenciar os hebreus sobre a dualidade
persa, a crença de que dois deuses lutavam um contra
o outro pelo governo do universo e teve a seguinte
resposta de Isaias. “Eu sou o Senhor, e não há outro;
fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu
não me conheças;
Para que se saiba que desde o nascente do sol, e desde
o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Se-
nhor, e não há outro.
Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio
o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas. - Isaías
45:5-7”.
Para os hebreus, ninguém era maior do que Deus,
essa passagem onde diz que Deus faz a paz e cria o
mal precisa ser interpretada em uma visão monote-
ísta.
Nos capítulos anteriores, lemos sobre o karma, para
os hebreus a justiça de Deus seria parecida. Quando
alguém transgride uma lei, a consequência virá cedo
ou tarde. Se só há um Deus, então é ele quem é o res-
ponsável por tudo o que ocorre no universo e na vida
de todas as pessoas. Mas então, quem seria Satanás
citado no livro de Jó?
Satanás vem do hebraico Há Satan que significa
opositor. No judaísmo ele tem papel importante na
existência, pois é através dele que temos o livre arbí-
trio, por quê?
Quando Deus criou os homens nesta primeira exis-
tência e após o homem transgredir a lei e conhecer o
bem e o mal, Deus queria saber quem era realmente
bom ou mau, portanto se só tivéssemos a oportuni-
dade de fazer o bem, como Deus julgaria cada pessoa
para um merecimento de uma suposta outra vida?
Esse é o papel de Ha Satan, dar a todos os humanos
a outra escolha, a escolha de fazer o mal. Essa é so-
mente uma explicação judaica de quem seria Satanás,
pois lemos anteriormente que o mal do homem é o
ego. Mas Há Satan é aquele que lhe oferece o outro
lado, mas não o obriga a fazê-lo, a escolha é sempre
sua.
Nas religiões cristãs, as pessoas acreditam nessa du-
alidade, onde Satanás é quem luta constantemente
contra Deus pelo governo do mundo, mas a própria
Bíblia desmente isso, basta ler esta passagem do livro
de Jó.
“E num dia em que os filhos de Deus vieram apre-
sentar-se perante o Senhor, veio também Satanás en-
tre eles.
Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Sa-
tanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra,
e passear por ela.
E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu
servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a
ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se
desvia do mal.
Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Por-
ventura teme Jó a Deus debalde?
Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua
casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos aben-
çoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto
tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.
E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele
tem está na tua mão; somente contra ele não estendas
a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor. - Jó
1:6-12”.
Veja que Satanás disse a Deus que Jó só era obedi-
ente a ele por que tinha de tudo e Deus diz que ele
poderia estender sua mão sobre tudo o que Jó tinha,
menos contra ele, após isso Satanás se retira.
Se Satanás duela contra Deus, ela obedeceria essa
ordem? Claro que não, Há Satan é um anjo e anjos
não tem livre arbítrio, eles são força da natureza que
ajudam Deus na manutenção do universo e o propó-
sito de Há Satan e induzir as pessoas praticarem o
mal.
Portanto, no monoteísmo, ninguém é superior a
Deus, não existe trindade, Deus é um só, é espírito e
é único, Deus é o criador do espaço e do tempo, logo
não esta sujeito a ele, por isso na teologia se diz que
Deus é atemporal, ou eterno, por que ele criou o
tempo, logo ele não esta sujeito ao tempo, é como um
pintor que pinta um quadro.
Imagine um quadro de uma fazenda com um casal
de fazendeiros e animais, digamos que o casal se per-
gunte, de onde viemos? A resposta não está no qua-
dro, mas sim fora dele, da consciência do pintor. As-
sim é Deus, ele esta fora do universo físico temporal
que conhecemos, esse universo físico temporal é so-
mente sua vontade, sua manifestação, sua consciên-
cia. Deus é o grande arquiteto de todo o universo, é
ele quem cria, quem destrói, que traz o novo e ani-
quila o velho, todas as leis do universo estão nas mãos
de Deus, na verdade, todo o universo cabe em uma
única mão de Deus, imagine seu poder.
Quando Moises pediu para ver a face de Deus no
monte Sinai, Deus disse a ele que nenhum homem po-
deria ver sua face e continuar vivo, pois Deus é espí-
rito e não temos condições de enxergá-lo.

Messianismo

O judaísmo tem uma característica diferente de to-


das as demais religiões do mundo, nas demais religi-
ões do mundo o homem procura Deus, no judaísmo,
Deus procura o homem. Em nenhuma religião do
mundo há tanto profetas e profecias cumpridas como
no judaísmo, uma delas é o nascimento de um salva-
dor.
O povo judeu esperava um rei, alguém que tivesse
um poder político para livrar Israel das mãos de seus
opressores, mas Deus enviou um rei não para gover-
nar este mundo, mas sim para trazer ao mundo seu
reino, um reino de paz, esperança e amor. “Porque um
menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o princi-
pado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu
nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz. - Isaías 9:6”.
É assim que Isaias profetiza Jesus Cristo, o homem
que chamou Deus para dentro de si mesmo.
Para entender quem foi Jesus Cristo, é preciso en-
tender a vontade de Deus que esta escrito nas primei-
ras linhas do evangelho de João.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada
do que foi feito se fez.
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam. - João 1:1-5”.
Esta passagem é o principal motivo pelo qual as re-
ligiões cristãs acreditam na trindade, pois no início
eram apenas Deus, Jesus e o espírito santo, mas onde
estava Jesus no início?
Quando Deus quis se manifestar e criar o mundo fí-
sico, seu primeiro pensamento foi o homem, toda a
criação foi feita para o homem, e o homem que ele
pensou em criar era Jesus. Um homem bom, justo,
amoroso, caridoso. Era isso que Deus queria para hu-
manidade, foi assim que Deus imaginou que Adão se-
ria e é por isso que Jesus estava com Deus desde o
início, ele estava em sua mente, e Deus sabia que em
algum momento ele viria a este mundo para pregar
seu reino.
Quando falamos em Jesus, muitos acreditam que ele
foi enviado por Deus, que ele já estava em algum lu-
gar, mas não, ele veio ao mundo como homem, nas-
ceu normalmente como um ser humano, pois foi um
ser humano que trouxe o pecado ao mundo e era pre-
ciso que um ser humano viesse vencer o pecado do
homem para mostrar ao mundo que era possível ven-
cer o mal.
Se Jesus fosse enviado por Deus, seria fácil ele ven-
cer o pecado, um ser celestial não teria desejos mun-
danos, mas Jesus teve, Jesus sofreu, se apaixonou,
chorou, teve fome, medo e passou as maiores angús-
tias que um ser humano poderia passar, mas sua pas-
sagem por este mundo foi o maior milagre da história
da humanidade.
Enquanto místicos como Krishna, Buda, Mahavira
meditavam em busca da libertação do ego, Jesus as-
sumiu para ele todas as dores da humanidade. Jesus
era altruísta, sábio, generoso, era a verdadeira expres-
são de Deus na Terra.
Todos esperavam por esse salvador, os judeus acre-
ditavam que ele viria para salvar os judeus, mas ele
veio para salvar o mundo, para ensinar o homem
como agir, como se comportar em um mundo corrom-
pido pela maldade.
Pouco se sabe sobre a vida de Jesus Cristo antes de
sua missão que acreditasse ter começado aos 30 anos,
mas o que sabemos é que ele aniquilou todo o ego
dentro de si para que o divino despertasse nele toda
sua manifestação e seu amor.
Quando Jesus falava, era Deus que estava falando,
isso foi profetizado por Moises muitos anos antes de
Jesus vir ao mundo.
“Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus ir-
mãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua
boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. -
Deuteronômio 18:18”.
Isso não quer dizer que Deus já estava lá espe-
rando a hora certa de enviar Jesus, as coisas não são
bem assim, o messias teria que sentir o chamado, o
chamado de Deus para poder dar tantos ensinamentos
que até parecem de outro mundo aos olhos dos ho-
mens.
Sem nenhuma dúvida, Jesus foi o maior persona-
gem da história da humanidade. Não há no mundo ci-
vilizado quem nunca tenha ouvido falar em Jesus. Em
quase todos os países e cidades, existe uma igreja
cristã, seja católica, evangélica, protestante ou de al-
guma outra doutrina religiosa.
Jesus dividiu o tempo da humanidade em duas fa-
ses, antes dele e depois dele, tal feito que nenhum ou-
tro homem fará novamente.
Quando Jesus começou sua pregação, caminhava
apenas com seus trajes, não levava alimento, pois seu
alimento era a fé, não procurou os doutores da lei ou
os afortunados, mas sim os humildes, os pobres e os
doentes.
“Venham e vos fareis pescadores de homens”, era
esse o convite que ele fazia ao escolher seus discípu-
los.
O projeto de Jesus era enorme, e é enorme até hoje,
foi através desses 12 discípulos que sua fama e seu
prestígio tomaram conta do mundo. Claro que não era
isso o que ele queria, o que Jesus sempre quis foi que
o homem o fizesse de exemplo e agisse como ele agia.
Tentar ser como Jesus é praticamente impossível
para o homem no mundo moderno, mas podemos nos
esforçar para seguir seus ensinamentos morais e
cheios de virtude, como o altruísmo, o perdão, a fé e
a caridade.
Para chegar no estágio que Jesus alcançou, é preciso
esvaziar-se de si, pois onde ainda permanece o eu, o
ego, Deus não pode entrar, é impossível para nos hu-
manos vivermos no mundo e suas ilusões e despertar
em nós o criador, o sistema em que vivemos nos
obriga a trabalhar, estudar e permanecer com a mente
sempre ocupada em busca de uma vida melhor, mas
para Jesus isso não era um problema, pois ele estava
disposto a renunciar a tudo para deixar o Deus que ele
acreditava habitar dentro de si mesmo.
Cristo despertou em si mesmo a natureza do verda-
deiro criador, basta você ler os evangelhos que vai
perceber que seus ensinamentos são cheios de sabe-
doria e altruísmo.
Seguir a Cristo é muito mais do que frequentar me-
ramente uma igreja e orar todos os dias. Seguir a
cristo é se colocar em seu lugar, sentir suas dores e
despertar em nós o messias interior que todos temos.
Jesus sabia que todos nós somos filhos do mesmo
criador e através de seus ensinamentos e os colocando
em prática, podemos curar todas as enfermidades
deste mundo.
Muitas pessoas acreditam que Jesus morreu porque
Deus assim o quis, mas isso não é verdade. Jesus sen-
tiu medo ao morrer, chegou a suar sangue, pediu ao
pai que afastasse dele aquele cálice, mas a inveja e a
revolta no coração dos judeus daquela época foram
até o fim para destruir os planos de Jesus, ironica-
mente tudo deu errado, o cristianismo hoje é maior
religião do mundo com cerca de quase 3 bilhões de
cristãos.
Essa crença da morte na cruz para rendição da hu-
manidade, veio da cultura dos hebreus, dos sacrifícios
que os judeus faziam pela expiação dos pecados, a
igreja acredita que Jesus, ao derramar seu sangue na
cruz, livrou o homem da dívida que tinha com Deus,
mas Deus nunca aceitou um único sacrifício humano
na Bíblia toda, por que sacrificaria seu próprio filho
como alguns acreditam?
O mais importante sobre Jesus, não são esses feitos
milagrosos que não conseguimos entender, mas sim
sua intenção para com o mundo, seu despertar interior
que nos ajuda e nos ensina até hoje a sermos boas pes-
soas, essa era sua obra, que seus ensinamentos pes-
cassem o maior número de pessoas possíveis, para
que o mundo em que vivemos, tornar-se um lugar
com menos sofrimento e mais amor.
Hoje, praticamente meia humanidade se diz ser cris-
tão, mas quem realmente segue a cristo de coração
são poucos. Seguir a Cristo é abster-se do mundo, fa-
zer trabalhos voluntários, proteger os indefesos, aju-
dar os doentes e os pobres, pregar os ensinamentos a
todos e despertar em cada um o reino que Jesus nos
prometeu quando caminhava entre nós.
“O Reino de Deus está dentro de Você e a Sua volta;
não em prédios de madeiras ou pedras. Rache uma
lasca de madeira e eu estarei lá; levante uma pedra e
me encontrarás”.
Cristo acreditava que o reino de céus estava dentro
de cada um de nós e que poderia ser despertado con-
forme nossa vontade de fazer a vontade de Deus e
nascermos em espírito como vamos ver na passagem
a seguir.
“E havia entre os fariseus um homem, chamado Ni-
codemos, príncipe dos judeus.
Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi,
bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus
não for com ele.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na ver-
dade te digo que aquele que não nascer de novo, não
pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nas-
cer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no
ventre de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo
que aquele que não nascer da água e do Espírito, não
pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido
do Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é
nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas
não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é
todo aquele que é nascido do Espírito.
Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser
isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel,
e não sabes isto?
Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o
que sabemos, e testificamos o que vimos; e não acei-
tais o nosso testemunho.
Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como
crereis, se vos falar das celestiais?
Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do
céu, o Filho do homem, que está no céu.
E, como Moisés levantou a serpente no deserto, as-
sim importa que o Filho do homem seja levantado;
Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu
o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para
que condenasse o mundo, mas para que o mundo
fosse salvo por ele.
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê
já está condenado, porquanto não crê no nome do uni-
gênito Filho de Deus.
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e
os homens amaram mais as trevas do que a luz, por-
que as suas obras eram más.
Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não
vem para a luz, para que as suas obras não sejam re-
provadas.
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim
de que as suas obras sejam manifestas, porque são fei-
tas em Deus. - João 3:1-21”.
Sem sombras de dúvida, Jesus foi o messias que o
povo judeu esperava e que na verdade toda a humani-
dade esperava. O mundo esta cada dia pior, você já
parou para se perguntar se Jesus não tivesse vindo ao
mundo como seria?
Apesar do número de verdadeiros cristãos ao pé da
letra ser pequeno, essas pessoas vivem suas vidas de-
dicadas a humanidade, realizando trabalhos voluntá-
rios e ajudando os mais necessitados a ter uma vida
mais confortável.
A consciência de Deus

Quem move os astros no universo? Quem faz as


asas de um beija flor bater numa velocidade absurda?
Quem ensina os animais a criarem seus filhotes?
Quem ordena toda a natureza? Quem se manifesta em
nós para nos tornarmos pessoas melhores? O que é a
consciência de Deus e como ela age no universo?
Quando Deus se manifesta a Moises, ele se mani-
festa na forma de um tetragrama, já lemos anterior-
mente que o tetragrama YHWH significa a totalidade
da existência, tempo e espaço, mas qual o verdadeiro
significado desse tetragrama?
O significado do tetragrama é “Ele Faz Que Venha
a Ser” ou “Eu sou aquele que é e Eu sou o existente”
ou “Eu fui, Eu sou, Eu serei”
Quando tentamos imaginar por que a palavra
YHWH tem estes significados, ficamos confusos,
mas aqui colocarei minha principal teoria sobre o que
Deus tenta nos revelar sobre si mesmo.
Ele é, ou seja, ele é tudo o que existe, tudo vêm dele,
todas as coisas estão sobre seus pés e não há nada que
ele não saiba.
Eu fui, ou seja, tudo o que houve antes era ele. Eu
sou, ou seja, ele ainda é no momento presente. Eu se-
rei, ou seja, tudo o que vir a ser ainda será ele.
Tudo o que existe no universo tem início meio e
fim, até as estrelas morrem. Nosso universo é cíclico.
Tudo o que Deus criou têm algum propósito, nada
do que existe no universo existe sem propósito algum.
Quando Deus criou todo o universo, ele não sabia
como tudo ocorreria, ele criou as leis e deixou que o
tempo lhe mostrasse como tudo seria e é por isso que
nessa criação tudo têm fim, até mesmo o universo
acredita-se que um dia entrara em colapso.
Quando uma estrela morre, ela volta a Deus, quando
uma estrela nasce, ela nasce pela vontade de Deus,
com o passar dos tempos e com os acontecimentos do
universo, Deus vai percebendo como sua criação fun-
ciona. Se Deus soubesse antes da criação como tudo
seria, provavelmente ele não criaria o ser humano,
Deus está em constante evolução, assim como tudo
no universo.
Deus é espírito, é uma grande consciência que esta
a cada milésimo de segundo recebendo informações
sobre tudo que ocorre no universo e em nossas vidas,
essas informações ficam preservadas na memória de
Deus para que nas criações futuras ele possa corrigir
aquilo que causa sofrimento aos homens assim como
o funcionamento do universo e das leis que regem a
vida.
Acreditasse que a primeira frase da Bíblia foi tradu-
zida de forma errada, a tradução correta seria “Nesse
princípio, criou Deus os céus e a Terra”, isso nos mos-
tra que esta existência é apenas uma das várias exis-
tências do criador e que no passado podem ter ocor-
rido outras e no futuro ocorrerá outras.
Essa ideia é muito parecida com o que vimos sobre
o mundo vindouro, nossa Terra existe a 4, 5 bilhões
de anos, é muito tempo, mas o ser humano aqui como
o conhecemos existe a cerca de 25 mil anos, as pri-
meiras grandes civilizações surgiram a cerca de 4 mil
anos antes de Cristo.
Nós nascemos nesse mundo, passamos por aqui
para aprender a como viver a vida e morremos na es-
perança de vivermos eternamente.
Sabemos que nesse mundo isto é impossível, pois
um dia ele próprio deixará de existir.
Aprendemos que quando morremos, nosso fôlego
de vida volta a Deus e permanece em sua memória.
Para nós que estamos aqui, o tempo parece demorar,
mas para quem esta morto, é como um sono profundo,
em breve todos acordarão em um suposto mundo vin-
douro.
Vimos que nossa galáxia vai se chocar com a galá-
xia de Andrômeda daqui a bilhares de anos, creio que
até lá nosso planeta já estará devastado pela própria
ganância do homem, mas pode ser desse caos que sur-
gira um novo planeta que iremos viver novamente,
esse acontecimento é descrito no livro de Apocalipse,
onde João vê as estrelas caindo do céu e o Sol se tor-
nando trevas.
A consciência de Deus evolui com o tempo e sua
criação, por isso ele afirma que ele causa o que vem a
ser, porque ele esta em constante evolução, assim
como nós, ele sabe e sente todas as nossas dores e so-
frimentos.
Quem vai voltar a viver neste novo mundo não sa-
bemos, somente Deus pode julgar uma consciência
humana, por isso Jesus ensinou tanto sobre o perdão
e sobre não julgarmos o próximo, essa é uma tarefa
que só cabe ao criador.
Infelizmente eu acredito que algumas pessoas serão
aniquiladas, o que é chamado de segunda morte, ou a
morte da consciência. Pois se todo mundo que nasceu
e fez o mal tiver a oportunidade de viver novamente
conosco nesse mundo vindouro, então a justiça de
Deus não existe. Mas o homem que tem sua consci-
ência morta não sofrera em outra dimensão, apenas
deixará de existir, nada possui mais valor que a vida,
o maior tormento do homem é saber que um dia irá
morrer, pois Deus colocou o desejo de eternidade em
nossos corações somo podemos ver nesta passagem
da Bíblia.
“Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs
no coração do homem o anseio pela eternidade;
mesmo assim este não consegue compreender inteira-
mente o que Deus fez. - Eclesiastes 3:11”.
Deus quer salvar o maior número de consciências
possíveis, mas infelizmente algumas se aniquilarão
por suas próprias ações.
A Bíblia promete que neste novo mundo não haverá
dor, nem lágrimas, nem fome, nem doenças, pois
Deus nunca regride, ele está sempre em evolução e
vai nos tornar praticamente imunes a qualquer tipo de
doença e sofrimento que passamos nesta Terra. Mor-
remos aqui porque não suportaríamos a eternidade di-
ante de tantos sofrimentos causados pelos homens.
Deus está sempre aprendendo, cada dor que sofre-
mos ele sofre, cada angústia que sentimos ele sente,
tudo o que se passa nesta Terra, Deus está ciente, mui-
tas pessoas ficam chocadas com as notícias que ouvi-
mos dia a dia, mas o que é esta vida para os planos de
Deus, o sofrimento aqui vai acabar e os justos viverão
novamente, o que fará o homem que for lançado na
sepultura e perder sua vida?
A justiça de Deus nunca falha, mas não temos ca-
pacidade para entender como ela funciona, o que nos
resta é ter fé de que um dia viveremos em um mundo
melhor, em um outro mundo com novos céus, como
diz João no livro do Apocalipse, um mundo onde to-
dos poderemos dar as mãos e louvar ao criador por
sua promessa, porque o que Deus promete ele cumpre
e suas promessas é a esperança que temos em viver
em um mundo justo e sem sofrimento, como Deus
queria desde o início.
A Bíblia nos ensina que Deus fara as seguintes mu-
danças no mundo vindouro.
“Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos, e
não haverá mais morte, nem haverá mais tristeza, nem
choro, nem dor.” - Apocalipse 21:4
“Nesse tempo, irão abrir-se os olhos dos cegos.” -
Isaías 35:5
“Todos os que estão nos túmulos memoriais sai-
rão.” - João 5:28, 29
“Nenhum residente dirá: ‘Estou doente.’” - Isaías
33:24
“Haverá fartura de cereais na terra.” - Salmo 72:16
Que Deus esteja com você em todos os dias de sua
vida e que você nunca perca a esperança de acreditar
que um dia viveremos em um mundo melhor, pois to-
das as promessas que foram feitas por Deus na Bíblia
se cumpriram, assim como as profecias. Interpretar a
Bíblia de forma correta requer muito estudo e dedica-
ção, mas vale a pena, pois nos da esperança de um dia
vivermos em um mundo justo e pacífico.
Um mundo sem guerras, sem violência, sem misé-
ria, onde cada ser humano ajude seu próximo, um
mundo onde não exista injustiça, um mundo onde to-
dos carregam no coração os ensinamentos de Cristo,
para que possamos viver, se não eternamente, mas
sim por um período muito maior de tempo.
Todo ser humano que carrega o bem em seu coração
quer isso, a vida neste planeta esta se tornando mais
caótica a cada dia, isso também foi profetizado na Bí-
blia, que no fim dos tempos viveríamos períodos de
turbulência.
Mas devemos manter a fé e a paciência, devemos
continuar nossa vida nesta existência e fazer o má-
ximo de bem que pudermos ao próximo, pois para
sermos merecedores do mundo vindouro, precisamos
pôr em prática os mandamentos de Deus e os ensina-
mentos de Jesus. Que possamos todos sonhar com um
mundo onde viveremos em paz. Amém.

Fim
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